Tempestade de Verão Atilio Ciraudo* “Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga, com carne por fora e espinho por dentro”. Caio Fernando Abreu em carta a Hilda Hilst. Como uma tempestade de verão, você vem, tumultua todos os meus sentimentos e me enche, como água barrenta, tudo que os anos assentaram cordialmente para que as tristezas não viessem tomar conta do que já é e foi determinado. O tempo levou o que antes ainda estava imaturo e indefinido, que interrompido por impulsos levianos não deixou evoluir o que antes eram doces ilusões, juventude que despertava. Mesmo conflituados os desejos vinham como ânsias do novo, impróprios ou não, eram vividos e sentidos sem consequências externas. Diversas tempestades vieram e foram, como sempre é. Umas anunciadas outras repentinas.
Mas, o incomodo da última, a atual, não cala a sua intenção; buscar no passado as respostas que num único e simples momento ter sido consequentes para o ato derradeiro: o rompimento definitivo da amizade. Busquei abrigo e encontrei na saudade, na tristeza e na solidão