São Paulo
de todos os tempos
Geraldo Nunes
pandemia do coronavírus e a
R evolta
da
Vacina
de
1904
O Brasil sempre foi um país cheio de crendices, pajelanças, curandeiros e benzedeiras a ocupar o lugar que caberia aos médicos e à ciência. Quando ainda éramos colônia de Portugal, boticários vindos da Europa traziam poções mágicas, vendidas a peso de ouro, capazes de curar a população de todos os males. Foram inúmeras as epidemias de varíola e febre amarela até a chegada da família real, em 1808. Para atender as necessidades da corte que logo sentiu a falta de médicos, Dom João VI determinou a criação de duas escolas de medicina. Surgiram assim, o Real Hospital Militar de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. Acredite, foram essas as únicas medidas governamentais voltadas à saúde pública até a Proclamação da República. Em 1904, a situação no Rio de Janei-
ro estava insustentável pela grande proliferação de doenças, entre elas novamente, a febre amarela, além da peste bubônica e da renitente varíola. A razão para tantos males já se sabia, estava na falta de saneamento básico e na grande quantidade de ratos transmissores de várias doenças. O povo desconhecia os modos de prevenção. Se já não bastasse tamanha ignorância, a população ainda foi vítima de uma medida bem intencionada, colocada em prática de maneira errada.
nº.24
entre a
Escritores brasileiros contemporâneos
S emelhanças
Abril/2021
Jornalista, escritor e blogueiro, participa das publicações da Editora Matarazzo desde 2016.
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