Série Cadernos poéticos Aparecida de Sousa Castro
Sutileza na mão ao mexer um cozido, mingau ou café. Gesto do encanto feito bailarinos na versatilidade do pé. Na coreografia de um confinamento coletivo, o espelho reflete almas ou demônios em conflito sem corpo de baile, uma nova terra. Lá fora sem público ou fila de espera, passa o vento, passa o pó, a “formiga sem barriga”, a manhã, a tarde, só não passa o barulho da serra. É Homens permanentemente ativos em casa. É serra ao lado, é serra em frente, é serra ao fundo e as janelas dos apartamentos ao anoitecer ainda adormecem. Mais cedo que antes acendem-se as luzes. É a cidade em casa. Falar com os deuses, dá ocupa-
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C oreografia
de um confinamento II
(10/02/2021) Lavamos bem as mãos com água e sabão. Por cima uma camada invisível ataca a outra na contra mão. Cumprimentos e aplausos estão no tempo de repouso. Porém, cotoveladas representam o abraço saudoso. Braço faz é laço para a ciranda da seringa sem vitamina. Todos na mesma dança... Com fé “essa missa” termina.
Fevereiro/2021
(26/08/2020)
do, e de nada adiantaria pois a mente humana anda rasa. Gato nem mia numa pandemia, melhor alimentar o lado cão para que o lobo tenha a mima. O momento é para semideuses em pantomima.
nº.21
de um confinamento I
Escritores brasileiros contemporâneos
C oreografia
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