MERCADO 32
PANDEMIA AMEAÇA RÉVEILLON E CARNAVAL
O governador da Bahia, Rui Costa, vinculou a realização do carnaval no estado à descoberta de uma vacina para a Covid-19. O prefeito de Salvador, ACM Neto, também se mostrou reticente sobre a realização da festa e propôs o adiamento, além do uso de “outro formato”. A prefeitura de São Paulo sinalizou no mesmo sentido e já anunciou o cancelamento da festa de réveillon presencial na Avenida Paulista. Outras capitais, como Rio de Janeiro e Recife, ainda não oficializaram mudanças, mas as estudam e cogitam o uso de transmissões só pela TV para evitar multidões nas ruas.
Cancelamento tiraria dos titulares das músicas usadas nessas festas mais de R$ 20 milhões só de arrecadação de direitos de execução pública; prejuízo global estaria na casa dos bilhões por_ Luciano Matos
de_ Salvador
O caso das festas juninas deste ano é exemplar. Se a paralisia continuar, a arrecadação deverá ser quase totalmente zerada. Em 2019, o Ecad arrecadou R$ 5,885 milhões no segmento; em 2020, R$ 360 mil, um tombo de quase 94%. Como carnaval e réveillon somados, em 2019, passaram de R$ 21 milhões em arrecadação, dá para se ter uma boa ideia do tamanho do buraco caso uma queda semelhante se confirme nos dois segmentos.
Cálculos da prefeitura do Rio mostram que o cancelamento do carnaval poderia tirar da economia mais de R$ 4 bilhões. Em São Paulo, o prejuízo seria de R$ 2,97 bilhões. Só a arrecadação de direitos autorais de execução pública sofreria um baque de mais de R$ 20 milhões, no caso de réveillon e carnaval serem suspensos. Neste ano, mesmo, apesar de o primeiro caso de coronavírus no Brasil ter sido confirmado em plena Quarta-Feira de Cinzas, já houve suspensões de eventos que acarretaram em queda de R$ 1,3 milhão na arrecadação, ou 8% menos do que em 2019.