URBANISMOS DE INFLUÊNCIA PORTUGUESA • [ territórios + planos ]
MOÇAMBIQUE O processo de ocupação do território teve início no litoral, através da instalação de feitorias e fortes que, mais tarde, se transformaram em cidades e vilas. A urbanização interior foi reduzida a núcleos agregados aos centros de desenvolvimento económico e limitada pela fragilidade do sistema de transportes. As fundações urbanas criadas pelos portugueses foram em número reduzido, frágeis e de pequenas dimensões. Até à segunda metade do século XIX, o controlo português sobre o território que veio a constituir a Província de Moçambique foi limitado aos portos, aos assentamentos ligados ao sistema de prazos, às antigas fortalezas e a pequenos presídios. As pretensões de outras potências coloniais pela costa moçambicana justificam a ocupação e o reforço do povoamento ao longo da costa. Esta ação foi relevante entre 1875 e 1920, com campanhas militares nas quais as cidades moçambicanas constituíram pontos estratégicos, afirmando-se como a base estável do processo colonial. 118
À época, este território organizou-se em função das grandes ilhas económicas, quase todas localizadas fora do território sob administração portuguesa, o que justificou a organização de estruturas urbanas assentes sempre na ligação ao porto e ao caminho de ferro internacional. As pequenas cidades desenvolveram-se integradas nas concessões estrangeiras e como centros administrativos em lugares onde era necessário afirmar a soberania portuguesa. Após a Segunda Guerra Mundial, as companhias estrangeiras perderam a sua jurisdição política, mas mantiveram a atividade económica com a participação de capitais portugueses. Paralelamente, surgiram pequenos centros ligados à agricultura onde se fixaram as populações, incentivadas pelo Governo da Metrópole. Na década de cinquenta, sob pressão do capitalismo português, no contexto das crescentes necessidades do mercado interno das províncias ultramarinas, surgiram unidades industriais localizadas nas grandes cida-