Novembro 2020 - Edição em português

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LIVRE PARA VOAR

Gleice Silva - gleice.prevencao1@gmail.com

Transtornos Psicológicos No Trabalho

De acordo com pesquisas, 53% das doenças são provocadas por um estilo de vida não saudável e poderiam ser evitadas

Intensas jornadas de trabalho, acima de oito horas, não são mais novidade nas empresas, independentemente do porte ou do segmento em que atuam. À medida em que o nível hierárquico aumenta, a situação se agrava: alguns gestores esperam que os subordinados fiquem à disposição 24h por dia e que coloquem a carreira acima de tudo em suas vidas. A reação para isso não poderia ser pior. Uma pessoa que não era agressiva, por exemplo, por causa da pressão no ambiente de trabalho, pode passar a reagir desta maneira. Com isso, os relacionamentos pessoais e, até mesmo, no emprego, começam a piorar. “A reação tem sempre o toque pessoal que é dado pela avaliação que se faz das situações”. As melhorias na tecnologia, ao invés de disponibilizarem mais tempo para o homem moderno, acabaram por torná-lo mais competitivo. Para se manter no mercado, tem que fazer mais, com menos!

Efeitos Psicológicos A pressão no trabalho gera ansiedade, sendo esta a grande culpada por tirar o bem estar físico e mental da pessoa. Esta característica, por mais simples que pareça, age diretamente na qualidade de vida das pessoas, causando presenteísmo (quando pessoa está em um lugar, mas com a mente em outro) na relação com a família e amigos. “Muitas pessoas se entregam às empresas, fazem sacrifícios pessoais e alguns até deixam de viver, adiando projetos como casamento e filhos. Assim, os dias ficam mais curtos pelo excesso de afazeres e pela vida ocupada. Na verdade, é preciso estar atento para que o indivíduo possa reconhecer seus limites e estabelecer um ritmo que atenda

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satisfatoriamente as diferentes demandas”. O assédio moral é uma forma extrema da violência psicológica no ambiente de trabalho. Refere-se às agressões psicológicas que se repetem e persistem no tempo, que visam a exclusão do trabalhador do ambiente de trabalho. Configuram-se por comportamentos repetitivos de isolamento e humilhações. A Organização Internacional do Trabalho descreve o assédio moral como o comportamento de alguém para rebaixar uma pessoa ou um grupo de trabalhadores, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes contra uma pessoa ou um grupo de trabalhadores. São críticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele. Marie-France psiquiatra francesa, sistematizou alguns comportamentos, que por sua repetição, associação e intencionalidade, caracterizariam o assédio moral. Todos os comportamentos listados acima podem ser considerados atos de agressão psicológica, mesmo que não ocorram de forma repetitiva ou intencional. Nem toda situação de violência ou agressão psicológica no trabalho é tecnicamente assédio moral. Repetitividade e intencionalidade são os elementos que caracterizam o assédio moral e o diferenciam das agressões psicológicas pontuais e dos conflitos nas relações interpessoais. Os comportamentos de violência psicológica mais frequentes estão relacionados à: pressão exagerada para cumprir metas, supervisão constante e rígida, uso de estratégias de exposição constrangedora de resultados e comparação entre membros do mesmo grupo, competitividade para além da ética, avaliação de desempenho somente pelos resultados e não


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