PAPO DE CABINE
Bill Lavender bill@agairupdate.com
Tchau, 2020
Estes 10 dias de viagem me levaram a muitos lugares.
Este ano vem sendo tanto emocionante como desafiador. Ninguém poderia imaginar que teríamos uma pandemia mundial, a COVID-19, causada pelo coronavírus. Felizmente para nós, a aviação agrícola prevaleceu e foi considerada atividade essencial. E é claro que é! Como o mundo iria se alimentar sem a aviação agrícola? Enquanto refletimos sobre 2020, deixando de lado as tragédias e inconveniências da COVID-19, penso em quão proativo o SINDAG se tornou nestes anos recentes, especialmente em 2020. E não apenas o SINDAG, mas a aviação agrícola brasileira em geral deu um passo gigantesco na direção do profissionalismo, o qual rivaliza com a aviação agrícola mundial. Por exemplo, tenho lido que empresas aeroagrícolas vem fazendo apresentações em feiras agrícolas, explicando como a aviação agrícola pode muitas vezes ser superior às aplicações terrestres, considerando-se a rapidez da aplicação, a compactação do solo e até mesmo efetividade e custo. Sei de meus contatos com várias pessoas que a avaliação técnica da deposição dos equipamentos de aplicação está se tornando a norma no Brasil. Alan McCracken foi o pioneiro na avaliação de deposição na América Latina, mas agora a tocha está sendo empunhada por outros, que são plenamente qualificados para esta tarefa. Quando leio sobre empresas como a AeroTex e a Taim, se dispondo a receber estudantes em suas instalações, fico impressionado. Mas o que é mais importante, não são elas as únicas duas empresas fazendo este bom trabalho. Muitas aeroagrícolas brasileiras estão se dando conta dos benefícios
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de se criar uma boa vontade nos jovens, que são o futuro. E aí começou o surto de COVID-19, no início do outono. Na época, ninguém sabia o quão sério ele seria. O SINDAG teve de tomar decisões difíceis. Realizar um congresso presencial seria perigoso para os participantes. Ao invés de deixar o vírus vencer, o SINDAG adotou uma estratégia bastante arrojada e abraçou o Zoom. Que eu saiba, nenhuma outra associação de aviação agrícola tinha feito isso até então. Todos os olhos, através do AgAir Update, se voltaram para o Brasil. Daria certo esse congresso virtual? Acredito que o SINDAG provou que sim, e esse prova está evidente agora, pelo fato de que várias associações de aviação agrícola estaduais e nacionais nos EUA estão fazendo seus congressos virtuais. O mundo agora sabe muito mais sobre a COVID-19 do que sabia no outono passado. Nos EUA, menos de mês faltando para o congresso da NAAA, planejado para ocorrer em Savannah, Georgia, ainda se trabalha para que seja um evento presencial. Mas com regras diferentes agora. Há melhores meios de proteção contra o vírus agora do que havia seis meses atrás. E já há drogas terapêuticas disponíveis, junto com a promessa de que uma vacina chegue a qualquer momento. Quando viajei ao Brasil janeiro passado, não havia preocupações com a COVID-19. Ela ainda não tinha se instalado nas Américas. Porém, isso mudou rapidamente durante os meses de março e abril. Normalmente, eu viajaria ao Brasil pelo menos três vezes por ano. Em março e abril, cheguei a imaginar se algum dia um voltaria. Dada a situação, era no mínimo de se pensar.