Actualidade Economia Ibérica - nº 277

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Actualidad

Economia ibérica julho 2020 ( mensal ) | N.º 277 | 2,5 € (cont.)

Fórmula do CEIIA para “oxigenar” a economia PÁG. 32

OPCO: formação e consultoria de referência nas indústrias automóvel e aeronáutica pág. 14

Los retos del mercado laboral español pág. 16


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Índice

índice

Julho Prazo Imposto Até

Foto Capa

DR

Nº 277 - julho de 2020

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca

Grande Tema 32.

Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

Fórmula do CEIIA para “oxigenar“ a economia

Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Cláudia Costa Santos, Luís Alves, Margarita Hernández e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

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IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em maio/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de junho/2020

Entidades empregadoras

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IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a junho/2020

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

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IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em junho/2020

Sujeitos passivos do IVA

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT

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IRC/IRS/ IVA/Selo

IES /Declaração Anual, referente ao exercício de 2019

Sujeitos passivos do IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil e sujeitos passivos do IRS com contabilidade organizada

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o envio da declaração IES/DA pode ser feito até 7 de agosto de 2020

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IRS/IRC/ selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em junho/2020

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

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Segurança social

Pagamento das contribuições relativas a junho/2020

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas relativas ao covid-19, pode haver pagamento das contribuições diferidas devidas nos meses março, abril e maio/2020

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em junho/2020

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no segundo trimestre/2020

Contribuintes do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens não tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

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IRS

Primeiro pagamento por conta do IRS 2020

Sujeitos passivos de IRS com rendimentos empresariais e profissionais

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IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em maio/2020

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de nº de identificação fiscal especial para o não residente

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IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

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IRC

1º Pagamento por conta do IRC de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil.

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o 1º pagamento por conta pode ser feiro até 31 de agosto

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IRC

1º Pagamento adicional por conta (derrama estadual) do exercício de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que tenham tido no ano anterior um lucro tributável superior a 1.500.000 €.

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o 1º pagamento adicional por conta pode ser feito até 31 de agosto

31

IRC

Declaração periódica mod. 22, referente ao exercício de 2019

Sujeitos passivos do IRC

Prazo excecional, no âmbito das medidas de flexibilização – Covid-19

60.

Calendário Fiscal de julho

Editorial 04.

Portugal dos que sonham e fazem acontecer

Opinião 06.

O vírus da programação de uma nova economia europeia - Luís Alves

Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

42. “No challenge, no change” – as tecnologias

de informação no tempo pós-covid - Margarita Hernández

Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

52.

A mudança que faz a diferença - Cláudia Costa Santos

Atualidade 20. Iberia retoma su vuelo 22. Enfrentar a recessão e equacionar novas

oportunidades de investimento

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Atualidade 27. Marketing 28. Fazer Bem 40. Advocacia e Fiscalidade 44. Setor Imobiliário 48. Vinhos & Gourmet 54. Setor Automóvel 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 61. Bolsa de Trabalho 62. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola JULHO DE 2020

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Portugal dos que sonham e fazem acontecer

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primeiro satélite concebido e fabricado em Portugal chama-se “Infante”, em homenagem ao Infante Dom Henrique. Está a ser testado para ser lançado para o espaço, no próximo ano, a partir dos Açores, região que se posiciona como a morada de excelência do hub português dos oceanos e do espaço. As duas áreas estão ligadas: a missão do “Infante” será precisamente a vigilância marítima, bem como a monitorização ambiental para detetar incêndios, ou inundações, ou fenómenos meteorológicos. O satélite “Infante” é o resultado desse Portugal dos que sonham e fazem acontecer, desse Portugal dos

ber, em 45 dias, o primeiro ven- tria portuguesas. tilador pulmonar português para O “atrevimento” do CEIIA alicerçadoentes com deficiência respirató- -se na “qualidade dos engenheiros que ria grave, o Atena (em homenagem emprega”, como diz à “Actualidad€” à deusa grega da sabedoria e da um dos seus diretores. Começou por estratégia). A equipa responsável ser um centro para criar valor no por esta façanha junta a nata da cluster automóvel português, mas, engenharia nacional com a nata da entretanto, dá cartas na aeronáutica e no aeroespacial, no domínio da medicina nacional. A iniciativa partiu do CEIIA - mobilidade sustentável e na moniCentro de Excelência para a torização dos oceanos. A estas áreas Inovação da Indústria Automóvel soma-se agora a dos equipamentos (atualmente, um centro de enge- médicos, com o ventilador Atena e nharia que atua em diversas áreas), com um capacete de proteção para e transformou Portugal em criador, cirurgiões e dentistas, que está em produtor e exportador de ventilado- fase de desenvolvimento. res. A linha de montagem do CEIIA Os engenheiros do CEIIA desenvoljá fabricou mais de 300 ventiladores vem produtos que integram helicópe tem novas encomendas. Porém, o teros, aviões, drones, entre outros. Deste centro, sediado em Matosinhos, sairá o primeiro carro de marca portuguesa. Esperam levá-lo para o ano a Bruxelas (por altura de presidência portuguesa da UE) e aí demonstrar que este veículo 100% elétrico se move na horizontal e na vertical porque outro dos “atrevimentos” do CEIIA é zelar pela sustentabilidade. A mensagem dos responsáveis do CEIIA é clara: a autonomia da economia portuguesa depende deste tipo de “atrevimento”; é preciso investir mais em investigação e desenvolvimento de produtos que fixem valor que se atrevem, de que o Infante seu objetivo é passar a produção à em Portugal, que dinamizem a nossa Dom Henrique também fez parte, indústria nacional e dedicar-se ao indústria, que dilatem o seu contriao montar uma escola de nave- desenvolvimento da versão dois do buto para o produto interno bruto, gação em Sagres e planear os Atena, para o colocar no topo dos bem como o seu peso no mesmo; Descobrimentos, que os igualmente ventiladores mundiais. é preciso acreditar que Portugal é atrevidos marinheiros portugueses Fazer a ponte entre a investiga- capaz, que tem recursos humanos fizeram depois. ção nacional e a indústria é um para isso. A grande oportunidade O tema de capa desta edição é dos desígnios do CEIIA: desenvolver que Portugal tem pela frente é a de sobre esse Portugal dos que se atre- novos produtos em Portugal, em multiplicar feitos como o do Atena, vem a sonhar e que fazem aconte- novas áreas, ou criar produtos para é a oportunidade de sonhar e de cer. Fomos conhecer os “atrevidos” os clientes da indústria portuguesa fazer acontecer.  que além de estarem ligados ao ou atrair projetos para Portugal que projeto “Infante”, ousaram conce- alimentem a investigação e a indús- E-mail: smarques@ccile.org

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opinião opinión

Por Luís Alves*

O vírus da programação de uma nova economia europeia

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estas semanas, é inevitável, a nossa nova normalidade é monotemática: um vírus, o organismo mais pequeno do planeta, da dimensão de uma centésima parte de uma bactéria, que é já uma vigésima parte da dimensão de uma célula animal que, em termos médios, tem uma centésima parte de um milímetro. Incapaz de ser protagonista de uma vida própria, é um parasita, explora as capacidades da célula onde atraca e sequestra o seu metabolismo para conseguir replicar-se. É, assim, um reprogramador do sistema operativo da célula, ditando-lhe como função a criação de cópias de si mesmo. Da mesma forma, saltando para a nossa escala coletiva, a pandemia que vivemos tem também provisoriamente reprogramado o nosso espaço público, as formas de sociabilização e a atividade económica. A natureza disruptiva dos seus efeitos, deixarão, no entanto, marcas impressivas no curso da história e acionarão o acelerador de mudanças na relação entre blocos geopolíticos, nas formas de organização das nossas sociedades, nos sistemas de produção ou nas formas de trabalho. Desde logo, teremos uma crise global que, resultado de uma paragem forçada da atividade económica mundial, arrastará todos os países e setores em simultâneo numa recessão severa de dimensões nunca antes, nas nossas vidas,

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experimentadas. Se percebermos que na Grande Depressão o PIB dos Estados Unidos caiu 26% entre 1929 e 1933, e que agora, segundo as projeções da Goldman Sachs, a recessão será de 24% apenas num trimestre, encontramos aqui bem um referencial da perplexidade da situação que enfrentamos.

“A Europa, apesar da natural impaciência e sentimentos de frustração que resultam de um processo de decisão que exige a consensualização, respondeu – ao contrário do que ocorreu na crise das dívidas soberanas– de forma rápida e contundente” Na Europa, há hoje bem a consciência que não será possível a nenhum país sair do risco da espiral recessiva sem que os outros países europeus o consigam – arrisco dizer no momento em que escrevo com a confiança que o tempo até à publicação não o desminta. Se os provisórios encerramentos de fronteiras sustentaram os vaticínios de um suposto “regresso” ao Estado

Nação, é hoje, de forma ostensiva, ainda mais evidente que dependemos da nossa capacidade conjunta para superarmos com êxito as dificuldades desta crise e enfrentarmos com sucesso os desafios que se nos colocam: A escala continental é mesmo a única viável face à dimensão e transnacionalização dos nossos problemas; a União Europeia, o único instrumento verdadeiramente capaz de a materializar. A Europa, apesar da natural impaciência e sentimentos de frustração que resultam de um processo de decisão que exige a consensualização, respondeu– ao contrário do que ocorreu na crise das dívidas soberanas– de forma rápida e contundente. O programa do BCE de 750 mil milhões euros de compra de dívida – lançado logo no primeiro momento – ou a flexibilização das normas do Pacto de Estabilidade – nunca antes sequer admitida – foram as mais expressivas e impactantes medidas que permitiram, ao tempo, as condições necessárias à implementação das acões que se impunham, em cada Estado-membro, para defender os empregos, as empresas e os rendimentos. Sabemos todos, no entanto, que estas respostas de emergência, ainda que imperiosas e muito significativas, não chegam face à dimensão dos desafios do nosso futuro coletivo. Exige-se, pois, um plano de relançamento económico ambicioso, dotado de mecanismos de financiamen-


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to coletivos, com uma cobertura financeira mutualizada que sustente um plano de investimentos, não só para nos “resgatarmos”, mas também para nos projetarmos na liderança de uma nova economia digital, ambientalmente sustentável e socialmente justa. Nessa “corrida” com a China e os Estados Unidos, a Europa não parte tão mal posicionada quanto, por vezes, ditam as nossas próprias perceções. A Europa é a maior economia do mundo, o maior mercado mundial, à frente dos Estados Unidos, é a segunda potência comercial do mundo, depois da China, é o principal parceiro comercial da China e dos Estados Unidos, tem a segunda moeda de reserva mais utilizada no mundo e ocupa posição cimeira na agenda climática. É certo, a Europa perdeu a primeira batalha digital dos dados

pessoais. Apenas 4% dos dados europeus estão alojados em servidores da União e é manifesta e fragilizante a dependência de gigantes como a Amazon, Alibaba, Facebook, Google e Microsoft. A Europa tem estado também atrás no investimento numa agenda digital, mobilizando apenas metade dos recursos despendidos pela China e um quarto dos recursos aplicados pelos norte-americanos nestes domínios. No entanto, a Europa lidera na produção científica, sendo o berço de um terço dos artigos científicos mundiais, seguida muito proximamente pelos Estados Unidos, com 30%, e de uma mais distante China, com 12%. Também no 5G, ao contrário de ideias tão solidamente interiorizadas, a Europa é mesmo líder mundial, com 60% das patentes neste domínio, contra os 30% da China e apenas 10% dos Estados Unidos.

opinião

Na economia “que se segue”, os dados são mesmo a nova mais valiosa matéria-prima. Estar na frente da próxima revolução industrial exige a afirmação de uma “soberania” tecnológica e o controle da gestão dos dados, colocada ao serviço de uma estratégia de desenvolvimento que consuma menos energia, que produza mais limpo, que crie novos empregos, que seja mais justa, equitativa e consentânea com os valores com que gostamos de projetar a Europa. Como transmiti num artigo anterior, a história é escrita pelos homens, mas os vírus participam muitas vezes na sua originalidade. Também este poderá ser o vírus da programação de uma nova economia europeia.  * Diretor da Agência Erasmus+ Juventude em Ação E-mail: luis.alves@juventude.pt

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Cosec assina protocolo com Estado português para apoiar operações de seguro de créditos à exportação A Cosec – Companhia de Seguro de 31 de dezembro de 2020. Créditos celebrou um protocolo com a “Esta medida é de grande Direção Geral do Tesouro e Finanças importância para as emprepara comercializar seguros de créditos sas exportadoras e abrange de curto prazo com garantia do Estado os principais países parceiros que abrangem operações de exporta- comerciais de Portugal”, afirção realizadas para a União Europeia e ma Maria Celeste Hagatong, países desenvolvidos da OCDE, no valor presidente do conselho de de cerca de 400 milhões de euros. administração da Cosec. A Linha agora criada – “Facilidade Curto O protoloco surge no âmbito do quaPrazo OCDE 2020” – permite aumentar dro temporário adotado pela Comissão o montante das coberturas dos riscos Europeia que permite aos Estadosaté ao dobro dos valores contratados membros tomar medidas de apoio públina apólice base da Cosec em situa- co aos seguros de créditos para exporções em que tenha sido atribuído um tações para países como Alemanha, plafond que não atinja o valor total de Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, que a empresa necessita. Através de Canadá, Chipre, Croácia, Dinamarca, uma apólice de Coberturas Adicionais Eslováquia, Eslovénia, Espanha, EUA, OCDE 2020, o seguro estará em vigor Estónia, Finlândia, França, Grécia, para exportações que se realizem até Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão,

Letónia, entre outros. A Facilidade Curto Prazo OCDE 2020 ao seguro de créditos ascende a um total de 750 milhões de euros. Este valor foi repartido pelas seguradoras de acordo com a sua quota de mercado. Assim, cabe à Cosec, seguradora líder em Portugal nos ramos do seguro de créditos e caução, a distribuição de cerca de 400 milhões de euros (52,6% do valor da linha). O valor remanescente será distribuído pelas restantes três seguradoras a operar no mercado nacional. O seguro de créditos é um instrumento extremamente relevante para a dinamização das transações comerciais.

El Corte Inglés em Portugal ultrapassou os 520 milhões de euros em volume de vendas

A empresa portuguesa do Grupo El Corte Inglés, que detém dois Grandes Armazéns, seis Supermercados e duas lojas de Oportunidades, alcançou, no exercício de 2019 e fechado a 29 de fevereiro do corrente ano, um volume de negócios de quase 520,8 milhões de euros, cerca de 3% acima do registado no ano anterior. Ao longo de 2019, foram registados 463 milhões de euros de custos e de despesas de exploração, valor que representa um aumento de 3,3% face ao despendido no exercício precedente. “Estes resultados refletem o bom comportamento das vendas, bem como o

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esforço de investimento feito ao longo do clientes, e de continuar a honrar todos os ano na modernização das lojas, dos sis- compromissos com os seus fornecedotemas, da operação e dos novos canais res. Ao mesmo tempo, a empresa consede distribuição”, afirma a cadeia de dis- guiu assegurar os rendimentos dos seus tribuição de origem espanhola. colaboradores, incluindo aqueles que, Considerando as particulares circuns- por força do encerramento dos espaços tâncias que se observaram logo no comerciais, foram incluídos no lay off, começo do exercício actual, estes resul- assegurando a diferença na retribuição”, tados positivos contribuíram para mitigar enquadrou o retalhista. as dificuldades vividas. Na verdade, o “Desde o início deste exercício, e graestado de calamidade e de emergência, ças ao bom desempenho registado nos com o consequente encerramento da últimos anos, a empresa tem podido maioria dos espaços comerciais, obri- assegurar ainda os seus investimentos gou a empresa a um enorme esforço de nas áreas da responsabilidade social, gestão, apenas ultrapassado graças aos incluindo a pronta resposta às necessibons resultados dos últimos anos. dades e à urgência social decorrentes da “Durante todo este período, o El Corte pandemia”. Inglés de Portugal conseguiu manter os Ao longo do exercício anterior, o El Corte seus investimentos e mesmo aumentá-los Inglés em Portugal inaugurou importanno sentido de adaptar os seus espaços tes áreas de venda, dedicadas em especomerciais às novas exigências de segu- cial às marcas premium e concretizou a rança, conseguiu também incrementar remodelação de vários dos seus espao seu investimento na área dos serviços ços, continuando a política de modernionline e na logística da área alimentar, zação e de adaptação às novas tendêncom o objectivo de melhor servir os seus cias do mercado.


Breves EDP Renováveis pede 60 milhões de euros ao BEI para dois novos parques eólicos em Portugal A EDP Renováveis solicitou ao Banco Europeu de Investimento (BEI) um financiamento de 60 milhões de euros para concretizar um investimento de 139 milhões de euros em dois novos parques eólicos em Portugal. Segundo a empresa, tratam-se de dois novos parques nas regiões do Norte e do Litoral, com uma capacidade conjunta de 125 megawatts (MW), tendo os projetos sido já objeto de aprovação ambiental condicionada. A empresa não adianta pormenores sobre estes investimentos, mas tudo indica que sejam projetos pertencentes à carteira adquirida ao consórcio Ventinveste (liderado pela Galp Energia e que venceu a Fase B do concurso eólico concluído em 2007), que acabou por não

construir os 400 MW que lhe foram adjudicados, adianta o “Expresso”. O jornal adianta que entre os projetos eólicos que passaram pela Agência Portuguesa do Ambiente, os últimos empreendimentos para construção de raiz (ou seja, excluindo os projetos de reforço de potência de parques já existentes) são os parques eólicos de Morgavel, da Tocha e do Sincelo. O primeiro será instalado em Sines e pertence à Island Renewable Energy. Os restantes dois pertencem à EDP Renováveis. O parque eólico da Tocha prevê nove aerogeradores, com uma capacidade total de 32,4 MW, a instalar em Cantanhede. Já o parque eólico do Sincelo terá um total de 93,6 MW, distribuídos por 26 torres eólicas nos concelhos da Guarda e de Pinhel.

CaixaBank Equipment Finance inicia operação em Portugal O CaixaBank Equipment Finance, empresa do grupo CaixaBank especializada no aluguer de equipamento a longo prazo, acaba de iniciar as suas operações em Portugal. Este alargamento de operações faz parte da estratégia do CaixaBank de disponibilizar uma solução integral de renting de equipamentos, leasing e empréstimos, dirigida ao mercado empresarial em Portugal. Tendo em conta a transversalidade destas soluções de renting , as empresas portuguesas têm agora mais uma forma de aceder aos equipamentos necessários ao desenvolvimento da sua atividade, nomeadamente nos setores dos transportes, logística, agroalimentar, equipamentos médicos, entre outros. Nesta primeira aposta na internacionalização, a entidade liderada por Xavier Oms atuará em parceria com o BPI,

que assegurará o desenvolvimento da atividade comercial e o relacionamento com os clientes. Segundo Xavier Oms, “a possibilidade de trabalhar com o BPI veio permitir alargar o portefólio de serviços do grupo CaixaBank e disponibilizar soluções de renting e de financiamento globais”. “Com o CaixaBank Equipment Finance trazemos agora o renting de equipamentos para o mercado português e a experiência de mais de 20 anos a operar no mercado espanhol”, adianta. João Pedro Oliveira e Costa, presidente indigitado da Comissão Executiva do Banco BPI, realça que a parceria entre as duas entidades vai permitir aos seus clientes “usufruir de um serviço integral para retirar o máximo rendimento das máquinas e equipamentos fundamentais para o seu negócio, sem mobilizar recursos na sua aquisição”.

Torrestir investe 45 milhões e recruta 200 novos colaboradores até ao fim do ano O grupo Torrestir anunciou um novo plano de investimentos de 45 milhões de euros, durante a visita à sua sede, em Braga, dos secretários de Estado do Planeamento, José Gomes Mendes, e das Infra-estruturas, Jorge Delgado (na foto). Com uma faturação superior a 220 milhões de euros, a Torrestir, que emprega mais de duas mil pessoas, anunciou ainda a criação de 200 postos de trabalho, durante este ano. O investimento de 45 milhões de euros destina-se à renovação da sua frota, à construção de uma nova sede e de uma plataforma logística. “Nesta fase de covid-19, a Torrestir tem feito um grande esforço para evitar disrupções de abastecimento dos bens essenciais, pelo que reforçou a sua capacidade de distribuição de bens alimentares e produtos farmacêuticos. A Torrestir Distribuição estendeu os seus serviços, passando a fazer entregas ao domicílio, onde se verifica uma necessidade acrescida de entregas de produtos essenciais. Também através da sua subsidiária Torrespharma, faz entregas diárias nas farmácias, hospitais e clínicas, bem como entregas ao domicílio”, adianta a empresa de transportes. “Para dar resposta a estas necessidades, grupo Torrestir reforçou os seus serviços e frota, totalmente equipada para o efeito, cumprindo as boas práticas de distribuição de medicamentos e de produtos alimentares”. Fernando Torres, presidente do grupo Torrestir, adiantou que “tivémos de adquirir alguma frota nova para fazer a distribuição de bens alimentares. Criámos parcerias com pequenos agricultores e pequenas fábricas de queijo, enchidos, que apostaram na preparação e venda de cabazes, para além de estarmos a fazer também a distribuição de medicamentos porta a porta. Tivemos de contratar espaço em aviões na China, para trazer material médico e máscaras”.

Cluster das indústrias aeronáutica, espaço e defesa apresenta medidas No contexto da pandemia global decorrente do covid-19, em particular dos impactos económicos que já se fazem sentir e que vão piorar, a AED Cluster Portugal elaborou um documento síntese com medidas de mitigação para os setores da aeronáutica, espaço e defesa. O documento, intitulado “Posição do Cluster da

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Breves Aeronáutica, Espaço e Defesa no Contexto do covid-19”, foi já entregue aos membros do Governo com as tutelas da Economia, Defesa, Administração Interna, Educação, Ciência e Tecnologia e Infraestruturas, bem como a vários departamentos públicos, como o IAPMEI, AICEP, a IDD ou a ANI. Em Portugal os três setores representam já um volume de faturação agregado superior a 1.700 milhões de euros, com valores de exportação de cerca de 90%, suportando mais de 18.500 recursos humanos. “O surto de covid-19 afetou todos os setores da AED, tendo sido a indústria aeronáutica civil a mais atingida, originando cortes nas encomendas, problemas de abastecimento, paragens na produção e problemas de tesouraria. Relativamente às indústrias da Defesa e Espaço, estas são maioritariamente direcionadas para o setor público pelo que ainda não enfrentam os mesmos impactos da indústria aeronáutica, no entanto, o impacto indireto não tardará a fazer-se sentir”, salienta José Neves, presidente da AED Cluster Portugal. Do conjunto de medidas, destacam-se por exemplo, a criação de um pacote específico de formação e qualificação online dos profissionais do setor ou as medidas de apoio ao trabalho a tempo parcial. Estaleiros de Viana do Castelo vão permitir acesso a navios de maior dimensão O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, presidiu no passado dia 16 de junho ao lançamento da obra de dragagem do canal de acesso aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. O projeto pretende melhorar as condições de acesso ao Cais do Bugio e aos Estaleiros Navais, e vai estimular o desenvolvimento industrial, permitir a entrada de navios de maior dimensão no porto e potenciar a criação de um cluster competitivo na indústria naval portuguesa, aumentando a competitividade da infraestrutura portuária, adianta a APDL-Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo. A intervenção vai ainda promover a melhoria das condições de segurança e navegabilidade no Porto de Viana do Castelo. A empreitada, contemplada na Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente - Horizonte 2026, conta com um investimento da APDL na ordem dos 17, 4 milhões de euros e um investimento privado de 11 milhões de euros da West Sea. A empreitada tem um prazo máximo de execução de oito meses e espera-se que contribua para o aumento do valor acrescentado bruto em mais 90 milhões de euros, para a criação de 400 novos postos de trabalho e para o reforço da atividade anual do estaleiro.

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SIGI do Bankinter e da Sonae Sierra entra em Bolsa A Olimpo Real Estate Portugal, SIGI, longa duração subscritos com operaSA (Ores Portugal), uma sociedade de dores reconhecidos e de boa qualidade, investimento e gestão imobiliária lança- localizados essencialmente nos maioda pelo Bankinter e pela Sonae Sierra res centros urbanos de Portugal e de no final do ano passado, foi admitida à Espanha, com uma gestão profissional cotação na Euronext Access Lisboa, no e experiente executada pelo Bankinter e passado dia 24 de junho. pela Sonae Sierra. O capital desta SIGI é detido atualmente A Ores Portugal é a primeira SIGI criada pelo Bankinter (12%) e pela Sonae Sierra em Portugal, “replicando no nosso país (5,14%), estando os restantes 82,86% a bem-sucedida experiência desenvolvidistribuídos por pequenos acionistas. da em Espanha através da Olimpo Real Com a admissão à cotação na Euronext Estate SOCIMI, igualmente patrocinada Access, qualquer investidor poderá a e gerida pelo Bankinter e pela Sonae partir de agora adquirir ações da Ores Sierra”, refere a empresa financeira. Portugal e ter acesso a um instrumento “Neste momento, após a constituição e alternativo para os seus investimentos. o aumento de capital da sociedade, a Para o investidor privado, a aquisição Ores Portugal já identificou vários ativos de ações da Ores Portugal é uma opor- imobiliários que poderão fazer parte do tunidade única para investir em ativos seu portefólio de investimento no curto imobiliários estáveis, com contratos de prazo”, adianta a mesma fonte.

Yunit Consulting apoia instalação de empresas estrangeiras em Portugal

“Já apoiámos diversas ras em Portugal. As etapas, empresas espanholas a que podem ser realizadas à expandirem os seus negódistância, incluem a obtencios e a estabelecerem-se ção dos números de contriem Portugal. A nossa aborbuinte dos empresários, a dagem, firmada na expecriação da empresa ou do riência em vários segmenveículo de investimento, os tos, juntamente com um passos necessários junto acompanhamento personada Autoridade Tributária lizado, permite a entrega de para o início de atividade, um serviço chave na mão, em que todas e a abertura de conta da nova empreas necessidades são supridas pelas nos- sa. “Tudo isto visando a implementação sas equipas especializadas”, explicou do plano de negócios, que apoiamos a Bernardo Maciel (na foto), CEO da Yunit desenvolver, e assessoramos a angaConsulting, empresa especializada em riação de capital, através do Portugal projetos de planeamento estratégico, efi- 2020, de investidores institucionais ou da ciência operacional e transformação de banca”, adiantou Bernardo Maciel. negócio e digital. O responsável foi um “Recentemente, verificou-se um crescidos oradores do webinar dedicado ao mento no investimento direto estrantema “Preparar agora o crescimento da geiro de empresários e empresas espasua empresa”, promovido pela Câmara nholas em Portugal, facilitado pela prode Comércio e Indústria Portuguesa, há ximidade geográfica, qualificação dos cerca de duas semanas. recursos humanos e preço competitivo A consultora dá apoio a todas as fases dos fatores produtivos”, acrescentou o de constituição de empresaas estrangei- responsável.


Gestores

Santos e Vale reforça frota com 60 novos veículos para clientes da distribuição nacional A Santos e Vale, está a reforçar a sua existe outro caminho.”, referiu Joaquim frota de veículos com a aquisição de 60 Vale, Administrador da Santos e Vale. novas unidades que estarão dedicadas Num investimento total de 4,7 milhões às entregas de proximidade. de euros, estas 60 viaturas agora pronCom o aumento de volume de entregas tas para entrar ao serviço, serão distrino retalho e em consumidores finais, buídas pelas 17 plataformas da empresa, resultante da pandemia da Covid-19, a sendo que, as plataformas do Porto empresa está a reforçar as suas ope- e de Lisboa são naturalmente as que rações com novas viaturas que darão sentem mais esta nova necessidade do resposta a esta alteração na procura do mercado. mercado. “Esta aquisição faz parte do plano “Continuamos com o mesmo objetivo, de expansão da empresa para 2020, prestar o melhor serviço aos nossos além deste investimento na área clientes! As empresas necessitam de de Distribuição, temos também em se reinventar, temos que apresentar sis- plano aquisições para as restantes tematicamente novas e diferenciadas áreas de negócio do grupo – a logíssoluções competitivas no mercado. Esta tica e o transporte”, reforçou o resé a nossa cultura e acredito que não ponsável.

Corticeira Amorim fica com a totalidade da sueca Elfverson A Corticeira Amorim comprou os restantes 30% da sueca Elfverson, por 1,92 milhões de euros, depois de em 2018 já ter adquirido 70% da empresa que produz tops de madeira para rolhas capsuladas. “A Corticeira Amorim, através da sua participada Amorim Bartop – Investimentos e Participações […] adquiriu 30% da sociedade Elfverson & Co AB, com sede em Paryd, Suécia”, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em 2018, a corticeira já tinha comprado 70% da empresa por 5,5 milhões de euros. No âmbito deste acordo, a sociedade sueca Vätterledens Invest AB “acionou a sua opção de venda sob os restantes 30% que estavam na sua detenção, por um montante de 1,92 milhões de euros”. Fundada em 1870 na localidade de Kalmar, a Elfverson foi transferida em 1912 para Paryd, onde produz tops de

madeira para rolhas capsuladas, utilizados pelos grupos da indústria de bebidas espirituosas. Entretanto, a Corticeira Amorim divulgou os seus resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, tendo aumentado os seus lucros em 7%, para os 20 milhões de euros. As vendas do primeiro trimestre atingiram os 203,7 milhões de euros, uma subida de 0,7% face ao obtido no mesmo trimestre de 2019. De salientar que o trimestre homólogo foi o mais elevado em termos de crescimento de vendas de 2019 (+9,2%), condicionando o comparativo para o primeiro trimestre de 2020, adianta a empresa. O início do ano também foi afetado pelos sinais de abrandamento prévios à covid-19 relacionados com a guerra comercial entre os EUA e a China e também pelo aplicar de tarifas de 25% impostas pelos EUA à importação de vinhos europeus com menos de 14% de álcool.

em Foco

David Gendry (na foto) é o novo diretor-geral da SEAT Portugal. Licenciado em Direito Empresarial, David Gendry, de 44 anos, está ligado à SEAT desde 2012, tendo mais de 17 anos de experiência no mercado automóvel. Desempenhou várias funções na área do marketing e vendas. No último ano e meio, David Gendry esteve em Pequim, na nova joint-venture que se dedica aos veículos elétricos do grupo Volkswagen China. Agora, David Gendry sucede a Rodolfo Florit, que assume outras funções no grupo Volkswagen. como novo managing director da SIVA. A OutSystems, empresa líder do mercado de plataformas low-code para o desenvolvimento rápido de aplicações, acaba de nomear Kara Wilson (na foto), consultora estratégica do fundo KKR na área tecnológica, para o seu conselho de administração. Kara Wilson conta com mais de 25 anos de experiência na criação de estratégias de mercado para empresas de grande e média dimensões, assim como para startups com crescimentos em grandes escalas.

Francisco Febrero (na foto), atual CEO da ROFF, assumiu a liderança do grupo Gfi em Portugal. Após esta nomeação, Febrero passa a conciliar a função de country manager do grupo Gfi, com a de CEO da ROFF e vice-presidente corporativo do grupo Gfi, com o pelouro mundial do negócio SAP do grupo. O grande objetivo é consolidar o grupo como um dos maiores players no mercado nacional das tecnologias de informação e fortalecer a oferta de serviços de consultoria para implementação de soluções SAP em todo o mundo. Francisco Febrero ingressou na ROFF como consultor SAP em 1996, tendo também fundado a ROFF. Três anos depois, tornou-se presidente e CEO da consultora, tendo liderado a abertura de diferentes escritórios na Europa, África, América do Sul e Ásia. Em 2016, tornou-se vice-presidente do grupo Gfi, bem como responsável por todas as operações SAP no grupo. O seu percurso profissional inclui, ainda, uma passagem pela Coopers & Lybrand (atual PWC) como auditor e pelo grupo HJ Heinz, como controller e consultor SAP.

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Breves Indra participará en Rail Báltica, el mayor proyecto ferroviario en marcha en Europa Prointec, la filial de ingeniería civil de Indra, participará en el diseño de un tramo de Rail Báltica, la red que unirá los países bálticos con el trazado transeuropeo de transportes (TEN-t) y que está considerado como el mayor proyecto de infraestructuras ferroviarias en marcha en el Viejo Continente. RB Rail AS, la sociedad formada por Estonia, Letonia y Lituania para hacer realidad este proyecto, ha adjudicado a un consorcio integrado por Prointec y la alemana Obermeyer un contrato para el diseño de la ingeniería y la supervisión de ejecución del tramo de 93,5 kilómetros entre la ciudad estonia de Pärnu y la frontera con Letonia, por un importe de 10,8 millones de euros. De acuerdo con el diseño preliminar, este tramo contará con nueve puentes ferroviarios, 15 pasos superiores de carretera, 11 ecoductos (falsos túneles para el paso de fauna) y 148 pequeñas obras de drenaje-marcos, además de tres estaciones de pasajeros y una de mercancías. El AVE low cost de Renfe descartado a corto plazo El AVLO, el AVE low cost de Renfe que tenía previsto poner en marcha a comienzos del pasado mes de abril y quedó suspendido por la crisis, no podrá retomarse, al menos en el corto plazo, por las nuevas condiciones para viajar que impone la crisis sanitaria, según ha indicado el ministro de Transportes y Movilidad, José Luis Ábalos. “No veo que podamos platear un servicio low cost en el corto espacio de tiempo”, ha reconocido el ministro. “Durante un tiempo, en tanto la pandemia no pase al olvido, el uso del transporte será muy distinto al que estábamos acostumbrados”, ha añadido. Renfe suspendió el pasado 15 de marzo la puesta en marcha de AVLO que estaba fijada para el 6 de abril para prestar servicio entre Madrid y Barcelona. En el momento en que se suspendió, la operadora había comercializado ya alrededor de una tercera parte de la oferta inicial de plazas del nuevo servicio. Amazon abrirá su segundo centro logístico en Madrid creando 500 empleos fijos La multinacional estadounidense abrirá este otoño un nuevo centro logístico en Alcalá de Henares, que generará más de 500 empleos fijos en la región en los próximos tres años, y se sumarán a los siete mil empleos fijos que la compañía ya tiene en toda España.

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Abanca cancela la compra de Eurobic

Abanca ha cancelado la compra del 95% del por tugués Eurobic “al no haberse cumplido las conducciones pactadas” para la transacción. La adquisición se comunicó el 10 de febrero y en estos meses habían avanzado en la consecución del acuerdo final, que estaba sujeto a determinadas condiciones. “Abanca seguirá analizando operaciones de compra que aporten sinergias a su proyecto en Por tugal. En ese país cuenta con

un proyecto sólido y en crecimiento, con presencia en las principales ciudades y centros económicos que le ha permitido situarse como la primera entidad financiera en advisor y banking”, ha explicado la firma en un comunicado. La entidad bancaria cuenta con más de 700 oficinas repar tidas por 11 países de Europa y América y más de seis mil trabajadores, con un volumen de negocio global de más de 85 mil millones de euros.

Iberdrola lanza una OPA por la compañía de renovables australiana Infigen Iberdrola ha presentado una oferta pública amistosa para adquirir todo el capital de la australiana Infigen por 510,2 millones de euros y superar así una propuesta previa liderada por el grupo filipino Ayala. “La oferta ha sido recomendada de forma unánime por el consejo de administración de Infigen en ausencia de una oferta superior”, ha anunciado Iberdrola en un comunicado enviado a la Bolsa australiana (ASX), en el que detalla que ofrece 0,86 dólares australianos (0,59 dólares estadounidenses o 0,52 euros) por

cada acción de la australiana. En otro escrito remitido al regulador del mercado bursátil español (CNMV), Iberdrola concreta que, de consumarse al cien por cien y en los términos planteados, el importe de la operación sería de 510,2 millones de euros. Por su lado, Infigen, propietaria de una de las mayores flotas de energía renovable de Australia, ha añadido a la ASX que respalda la propuesta de la multinacional española y ha pedido a los accionistas que la acepten.


Breves EDP instala en Zaragoza el primer barrio solar El Ayuntamiento de Zaragoza, EDP y Ecología y Desarrollo (Ecodes) han firmado un convenio para desarrollar la primera instalación de autoconsumo colectivo en España que facilitará el uso compartido de una energía renovable y solidaria y que se realizará mediante un innovador concepto de generación distribuida de energía denominado Barrio Solar. El primer proyecto de Barrio Solar en Zaragoza supondrá la inversión de 200 mil euros y la puesta en marcha de una instalación fotovoltaica en el tejado de un edificio municipal para ofrecer a los vecinos y al comercio de proximidad energía más barata y renovable, según EDP.

La instalación contará con alrededor de 300 paneles con una potencia instalada de 100 KWp suficientes para producir 150 mil kilovatios hora anuales. El Barrio Solar ahorrará la emisión a la atmósfera de casi de 40 mil kilos de CO2 al año, un gas de efecto invernadero, y produce un impacto positivo en la calidad del aire similar al que generarían tres mil nuevos árboles.

El gigante saudí Aramco entra en España con Repsol

El consejero delegado de Repsol, Josu Jon Imaz, ha anunciado que el grupo estatal de Arabia Saudí Aramco, considerado como la mayor petrolera del mundo, será su socio en un ambicioso proyecto de reconversión de Petronor, su filial en el País Vasco. Imaz ha comunicado inversiones de 80 millones para transformar determinados procesos productivos de

Petronor, controlada por Repsol en más de un 94%. En el capital de Petronor también permanece KutxaBank con un 5%. El grupo Petronor está muy implantado industrialmente en el País Vasco a través de la refinería de Musques, cerca de Bilbao, y con una extensa red de estaciones de servicio que también tiene presencia fuera de esa comunidad. En concreto, Imaz ha presentado dos proyectos industriales de descarbonización que la compañía desarrollará “con la participación de destacados socios nacionales e internacionales”, ha dicho. Los socios serán el Ente Vasco de la Energía (EVE) por un lado y el grupo Aramco, que con esta alianza desembarca por primera vez en España.

El nuevo centro, de 75 mil metros cuadrados, estará ubicado en el polígono industrial El Encín, en el Corredor del Henares, a 30 kilómetros de la capital. Se trata de la segunda instalación de este tipo de la compañía en la Comunidad de Madrid. Amazon abrió su primer centro logístico en España en San Fernando de Henares (Madrid), que comenzó a operar en 2012 y donde ya tiene una plantilla de 2.200 trabajadores. Telefónica avanza en los juegos y se alía con Epic Games, creadora de Fortnite Telefónica vuelve a moverse en el mundo de los videojuegos, dentro de su estrategia de crecimiento en los nuevos negocios. La operadora ha anunciado un acuerdo con Epic Games, desarrolladora de Fortnite, que permitirá a los clientes de Movistar en España cargar sus compras de contenidos digitales de la compañía estadounidense directamente en su factura de móvil. En un comunicado, la teleco señala que el funcionamiento del sistema Pagos Online de Movistar es fácil y seguro, y no requiere de ningún inicio de sesión ni compartir información personal o facilitar datos bancarios para poder completar el proceso. “Este servicio es gratuito, sin coste adicional, pagando sólo por el contenido que obtengan”, explica Telefónica. El acuerdo entre ambas compañías convierte a Telefónica en el primer operador del mundo en lanzar este servicio con la compañía estadounidense. La alianza permitirá activaciones adicionales de marketing y la generación de contenidos compartidos. Correos reanuda la construcción de su centro logístico internacional en Barajas Correos ha reactivado el proyecto Rampa 7 (imagen de la maqueta), un centro logístico internacional para mejorar la eficiencia en la gestión de mercancías y paquetería en el Aeropuerto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, con el inicio de las obras tras el levantamiento de buena parte de las restricciones decretadas por el estado de alarma. Según informa el operador postal público, este proyecto, en el que prevé una inversión de 14 millones de euros, es básico en su estrategia de fortalecimiento de las infraestructuras de su red logística. El nuevo centro logístico ocupará una superficie total de alrededor de 12.500 metros cuadrados, dedicados en su totalidad al correo internacional de importación. Estará dotado de la última tecnología para la gestión de cargas, clasificación, seguimiento y control de los envíos. Estas nuevas instalaciones permitirán que el actual Centro de Tratamiento Internacional pase a llevar a cabo de manera exclusiva operaciones de exportación e intercambio urgente nacional, lo que redundará en mayor agilidad en todos los pedidos.

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atualidade actualidad

OPCO presta serviços de formação e consultoria de referência nas indústrias automóvel e aeronáutica

Os planos de expansão da OPCO tiveram que ser refreados por causa do coronavírus. Os principais mercados para a sua internacionalização passam por Espanha e pelo Norte de África. Através da formação online, a consultora já realizou várias sessões com empresas da Galiza, País Basco e Catalunha.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

OPCO é hoje uma empresa de formação de referência em Portugal para a indústria do automóvel, a sua principal área de atuação, junto com a aeronáutica. ”São mercados extremamente exigentes, com especificidades e necessidades muito próprias pelo que as nossas atividades têm que primar pela qualificação e pela competência”, explica Pedro Silva, managing director da OPCO. Está presente no mercado português desde 2006, com a 14 ACT UALIDAD€

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atividade ligada à consultoria e for- qualidade). mação, e tornou-se independente Os responsáveis da OPCO lemem 2015. Já realizaram projetos em bram que quer seja para a indústria Portugal, Espanha França, Itália, automóvel, ou para a aeronáutica, Reino Unido, Alemanha, República existe todo um conjunto de requiCheca, Polónia, Marrocos, Tunísia, sitos de certificação do sistema de México e Brasil. No ano passado gestão ou de implementação de atingiram uma faturação acima de determinadas metodologias que os 775 mil euros e nos últimos três vários players do setor têm obrianos lograram crescimentos de dois gatoriamente que cumprir. Apenas dígitos. Com mais de 230 empresas como exemplo, para se ser forneentre os seus clientes, formam uma cedor da indústria automóvel, há média de 1.200 pessoas por ano nas que evoluir para além da certificaformações VDA QMC (gestão da ção ISO 9001, para a denominada


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norma IATF 16949. Trata-se de uma norma setorial, exclusiva para a indústria automóvel, baseada na ISO 9001 mas consideravelmente mais exigente. Para se cumprir com os seus requisitos, há que implementar uma série de metodologias e ter as competências necessárias, as quais se podem adquirir, por exemplo, através da formação. A grande maioria da formação da OPCO é feita na indústria automóvel que pode tocar em vários setores, desde o têxtil, plásticos, estampagem, eletrónica até à montagem propriamente dita do carro. Esta indústria junto com a aeronáutica, ocupa perto de 95% do seu tempo. Fora destas indústrias, “temos também atividade, seja em indústria geral ou serviços, mas normalmente com a aplicação das metodologias já referidas nessas outras áreas”. As formações mais procuradas são principalmente as específicas como por exemplo a qualificação de auditores de sistema ou de processo produtivo, de acordo com as normas do setor (IATF, VDA…), “mas também competências necessárias ao setor, desde as várias metodologias acima referidas, como FMEA, SPC e MSA, as chamadas core tools da indústria automóvel. Acima de tudo, formações que requerem um reconhecimento internacional”, acrescenta o diretor-geral. Entre os seus clientes, encontram-se desde as grandes empresas do setor (Volkswagen, Renault, Bosch, Continental, etc.) até empresas familiares. No setor automóvel, e falando apenas da produção de peças, estima-se em cerca de 250 empresas suas clientes, “pelo que encontramos um leque muito diversificado”. Os planos de expansão da empresa estavam já em andamento e tiveram que ser refreados com a pandemia . “Os principais mercados passam pelo país vizinho, Espanha, e também pelo Norte de

Os principais mercados clientes da OPCO são Espanha e alguns países do Norte de África África. Curiosamente, com a pandemia e com o tema da formação online , tivémos várias sessões com empresas da Galiza, País Basco e Catalunha, podendo assim continuar com o que estava planeado”, afirma o managing director. O mercado espanhol tem uma enorme importância para a OPCO. “Espanha é o segundo país europeu, a seguir à Alemanha, em número de veículos produzidos. Só a Galiza, com quem temos já uma relação muito próxima, tem tantos fornecedores automóvel como Portugal na totalidade”, indica Pedro Silva. A Galiza, direta (in situ) ou indiretamente (formandos que se deslocam a Portugal), representa já uma percentagem interessante do seu volume de faturação. “É essa percentagem que pretendemos aumentar, bem como expandir para além da Galiza” esclarece o responsável .

Adaptação aos novos tempos A componente de e-learning era algo que estava em plano da OPCO desde há algum tempo e acelerou por causa do coronavírus. “Temos optado por agora por sessões síncronas, com presença e monitorização de um formador, mas através de plataformas como o MS Teams”, explica Pedro Silva. Estão também a desenvolver uma plataforma totalmente online , inclusive com dispensa do formador (formação assíncrona. “Tirando alguns casos que é essencial uma presença física no local, como por exemplo certas partes da realização de uma auditoria, temos realizado toda a nossa normal atividade em modelo online . Apostamos também num canal próprio de Youtube, onde temos colocado vários vídeos sobre várias temáticas, e cuja aceitação tem sido excelente”, acrescenta o responsável. O futuro no negócio na formação passa, em parte, pelo mundo online . Pedro Silva reconhece que “em algumas das formações que agora realizamos online , perguntamo-nos porque nunca o tínhamos feito, porque o resultado final é, pelo menos em parte, até melhor do que o resultado presencial”.  JULHO DE 2020

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Los retos del mercado laboral español

El parón que ha sufrido la economía española como consecuencia del coronavirus está teniendo importantes efectos en el mercado de trabajo. Cuatro millones de personas han estado o siguen sujetas a los expedientes de regulación temporal de empleo (ERTE) y se espera una ola de despidos. Todos los sectores, aunque unos más que otros, se han visto afectados por esta inesperada situación. En medio de la incertidumbre, se esperan cambios en el funcionamiento de las empresas en donde será necesaria una mayor flexibilidad. Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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odavía es pronto para cono- hay en el mercado laboral español, pendientes muchas reformas en el cer el impacto real sobre el con una tasa de temporalidad muy mercado laboral como la formaempleo que el coronavirus alta, lo cual facilita que se genere ción tecnológica del capital humava a tener en España pero ahora más desempleo. Y se une el no. “Está pendiente la dualidad las previsiones ya apuntan hecho de tener una población de laboral, evitar la temporalidad, a una situación muy difícil que Pymes más abundante que en otros más empleo en el sector privado puede llegar a ser dramática. El países”, indica Rafael Pampillón, que es el que genera más riqueza y Banco de España prevé un paro de profesor de Economía en el IE mayor eficiencia en el gasto públihasta el 24,7% en 2021, en el peor Business School. En su opinión, co”, pone como ejemplo el experto de los escenarios, lo que supondría “las previsiones que vemos son más en análisis de países y entorno acercarnos a los seis millones de pesimistas de lo que realmente económico. Tampoco hay que olviparados, cuando en el 2019 se será y España, ya en desescalada y dar que España gasta muy poco cerró con una tasa del 14,1%. (3,2 tirada del resto de Europa, se recu- en I+D, un 1,2% del PIB cuando la media en Europa está en el 2%. millones de desempleados). “Son perará más rápido”. varias las tareas pendientes que No obstante, recuerda que están “Hay que aumentar la competencia

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en el sistema educacional, evitar el abandono escolar”, apunta también Rafael Pampillón, el profesor. En un país con tan baja natalidad “hay que retrasar la profesor de IE edad de la jubilación y adelantar la Business School: incorporación de la gente joven al mercado de trabajo”, añade. “cerrar la economía “Cerrar la economía tiene efectiene efectos muy tos muy duros y no vamos a poder compensar la caída”, señala el duros y no vamos a profesor del IE Business School. poder compensar Considera que el dinero de los créditos del ICO y de los ERTE la caída” “ha llegado un poco tarde aunque a nivel mundial la respuesta ha sido más rápida y radical que en sus consecuencias, “la deuda públi2008”. En relación a los datos del ca está en el 99% del PIB y llegaparo, los del segundo trimestre remos al 120%”, avisa Pampillón. El coronavirus se ha encargado serán los peores, que se conocerán a finales de julio. La agilización de de recordarnos la fragilidad del los ERTE a los que se han acogido mercado laboral, inmerso en una cuatro millones de trabajadores, precariedad acentuada tras la crisis está frenando la caída. Pero tendrá del 2008. Un estudio de los profe-

sores de la Universitat de Barcelona (UB) e investigadores del Institut d’Economia de Barcelona (IEB), Gemma Garcia y Esteban Sanromá, cuantifica los daños de esta pandemia en el mercado de trabajo: 1,27 millones de empleos. Un balance que indica que al actual periodo de

Cambios en el funcionamiento de las empresas El teletrabajo ha sido la única opción para mantener activas las operaciones en muchas empresas. “Algunas ya lo estaban considerando como una alternativa para mejorar la conciliación con la vida personal, pero otras muchas estaban lejos de contemplarlo”, afirma el director de Peopple Matters. Las que no tenían la infraestructura técnica para soportarlo han tenido que desplegarla rápidamente. Los que ya lo consideraban como una opción, lo han consolidado y “los que eran más escépticos tendrán una plantilla que, tras probar el teletrabajo, va a presionar para que se ofrezca como una opción en ciertas condiciones”, añade. Considera que todas la empresas más pronto que tarde ofrecerán formalmente y regularán el teletrabajo, con o sin ayuda de un marco legal

que parece próximo, “y habrán conseguido que la productividad no se vea mermada con esa opción, lo que implica que necesariamente habrán avanzado en el uso de herramientas digitales”. Para Teresa Coelho, directora de Recursos Humanos e Partner KPMG España “el teletrabajo será una de las medidas más fundamentales de colaboración pero no se sabe cuál va a ser el modelo. Hay empresas que ya hablan de pasar a tener los empleados en teletrabajo y otras optarán por una combinación”. En este marco, “el gran desafío es cómo vamos a conseguir liderar en un contexto virtual, cómo vamos a acompañar a nuestros colaboradores. Es algo nuevo para todos y no sabemos cómo van a reaccionar las economías. Las empresas actúan de forma más cautelosas, hay dudas so-

bre cómo va a responder el consumidor”, añade. Cree necesario ajustar el modelo de liderazgo de las personas, con un modelo más flexible, “y también se va a mirar más la fuerza de trabajo que tenemos para ver cómo podemos aprovecharla”. Antes el mercado lo dominaba el candidato y ahora va a ser necesario analizar qué competencias se van a necesitar en las empresas. José Couto, responsable de Recursos Humanos para Europa, Medio Este & África de Schindler, resalta que tras estos meses de confinamiento las empresas han comprobado que “el teletrabajo funciona”. Va a ser necesario saber adaptarse, tanto empresas como trabajadores, pero considera positivo “la capacidad de trabajar sin supervisión”. Se esperan cambios y “aprenderemos a medida que lleguen”.

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atualidade actualidad expedientes de regulación temporal de empleo (ERTE) en los que el Estado asume una buena parte del coste, le seguirá otro marcado por despidos. Y el sector de los servicios, el que más pesa en la economía, será la principal víctima. Los jóvenes son los más afectados por el desempleo Las medidas contra el contagio, que han llegado hasta el confinamiento de las personas, impiden que las empresas operen normalmente y comportarnos como clientes. “En un mundo interconectado donde todos somos proveedores y clientes a la vez, estos obstáculos provocan un parón de las transacciones comerciales y de los servicios que elimina puestos de trabajo en cadena”, apunta Marcos Sanz, director de PeopleMatters, consultora de RR.HH. “Afortunadamente, y comparada con otras crisis anteriores, al tratarse de una causa externa y no una pérdida de confianza en el futuro, se espera que podremos vencer a la pandemia y, por tanto, las regulaciones de empleo están siendo principalmente temporales. Es muy importante que las empresas aguanten y no desaparezcan para que los trabajadores tengan un puesto al que regresar”, matiza el responsable. Además, recuerda que tampoco se trata de un desempleo por falta de productividad o de cualificación, “por lo que afecta a una mayor diversidad de puestos; aunque los puestos de baja cualificación, al estar normalmente más alejados de la cadena de valor, pueden verse más afectados, no es así en todos los sectores”, añade. Por ejemplo, en el sector logístico, el volumen de trabajo ha aumentado para todos los perfiles profesionales. Dada la naturaleza de la crisis, basada en los obstáculos a la movilidad y a la relación de las personas, los primeros sectores en 18 ACT UALIDAD€

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Marcos Sanz, director de PeoppleMatters: “la recuperación no será sincronizada. Si el tejido empresarial actual no cambia sustancialmente la movilización del mercado será rápida, durante el 2021” sufrir impacto son los que viven de ese movimiento y socialización: bares, restaurantes, comercio al por menor, viajes, alojamientos (turismo en general), actividades artísticas, culturales y deportivas, etc. Pero es el principio de una cadena. Si estas empresas dejan de operar, “todos los sectores de servicios en general se ven afectados significativamente, llegando incluso a la industria que, por otra parte, se ve directamente afectada por la obligación de parar para proteger a sus empleados, ya que no pueden aplicar un teletrabajo generalizado”, explica el director de la consultora. Los datos de variación de empleo (sin contar los ERTE proporciona-

dos por el Ministerio de Seguridad Social muestran que los jóvenes son los más afectados, destacan los menores de 20 años, “con toda probabilidad debido al alto número de contratos temporales o de prácticas en estos segmentos de edad”, señala Marcos Sanz. Esta caída del empleo se frena a partir de los 30 años, y va decreciendo, “seguramente por los altos costes de despido y porque su experiencia les hace más imprescindibles”, añade. “Vamos a asistir a una mayor robotización de la industria para que no dependa tanto del factor humano por posibles brotes del virus y se va a seguir aplicando la tecnología al mundo del teletrabajo”, indica Valentín Bote, director de Randstad Research. Con esta nueva situación los perfiles más demandados como ingeniería industrial, medicina o biología lo serán todavía más y “se va a tensionar un poco más el mercado”. Dichas disciplinas contaban ya con una alta demanda antes del coronavirus sin que el sistema universitario español pueda cubrir la demanda. Es decir, hay déficit de talento. Todo lo relacionado con el mundo digital sale ahora reforzado, ya sea el e-commerce , la protección de datos o la seguridad digital. Al no tratarse de una crisis de confianza Marcos Sanz espera que el mercado de trabajo no tarde tanto en recuperarse. “La recuperación no será sincronizada. Si el tejido empresarial actual no cambia sustancialmente con la desaparición de muchas pequeñas y medianas empresas, creo que la movilización del mercado será rápida, durante el 2021”, indica el consultor. Pero si desaparecen empresas, “ese espacio será ocupado por otras empresas más grandes que hayan podido aguantar, pero en ese caso tardarán más en ofrecer el mismo número de empleos, si es que alguna vez llegan al mismo número”, matiza. 


actualidad atualidade

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atualidade actualidad

Iberia retoma su vuelo La compañía aérea española ha iniciado el 1 de julio sus operaciones, drásticamente

cortadas por el covid-19. Tras varios meses con una programación que no ha llegado al 5% de la normal, pasará a operar el 21% de su red de corto y medio recorrido.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR

oco a poco el sector aéreo recupera su actividad aunque este año las perspectivas siguen siendo pesimistas en medio de tanta incertidumbre. Según la Agencia Internacional de Transporte Aéreo (IATA), perderá casi 300 mil millones de euros y sufrirá una caída de sus ingresos del 55% con respecto al 2019. Las compañías aéreas retoman parte de sus vuelos, según se recupera la movilidad entre países, y lo hacen reforzando las medidas de seguridad e higiene. En el caso concreto de Iberia, el 1 de julio comenzaron los desplazamientos a 40 destinos en España y Europa (que se empezaron a comercializar semanas antes) y que pasarán a ser 53 a partir del 1 de agosto. Supone retomar el 21% de sus operaciones y según indica la compañía, “podría aumentar hasta el 35% en función de la demanda y de la eliminación de las restricciones”. Alicante, Almería, Asturias, Barcelona, Bilbao, Fuerteventura, Gran Canaria, Granada, Ibiza, Jerez, La Coruña, la Palma, Lanzarote, Málaga, Menorca, Palma de Mallorca, Pamplona, San

Sebastián, Santander, Santiago, Sevilla, Tenerife Norte, Tenerife Sur, Valencia y Vigo son los destinos a los que Iberia y sus afiliadas vuelen desde Madrid a partir de este mes. Air Nostrum (Iberia Regional), por su parte, también volará de Valencia a Bilbao, Gran Canaria, Ibiza, Lanzarote, Mallorca, Menorca, y Tenerife Norte. En lo que al largo radio se refiere, la aerolínea española señala que está también lista igualmente “a medida que la situación lo permita y se levanten la cuarentena y las restricciones de viajes”. Todos los billetes que se vendieron hasta el 30 de junio, para viajar hasta el 31 de diciembre de 2020, estarán libres de penalizaciones si el pasajero decide cambiarlos posteriormente. Esta oferta es para un solo cambio y el viajero solo tendrá que pagar, si ha habido, el cambio de tarifa. Los compradores podrán usar sin restricciones de fecha los bonos entregados por Iberia por vuelos cancelados para la compra de nuevos billetes.

También ha ampliado su oferta a los pasajeros que no hayan podido volar, con billetes adquiridos con anterioridad, que podrán “cambiar de fecha o emitir un bono por el importe íntegro del billete para utilizarlo hasta el 31 de diciembre de 2021”. Una de las prioridades de Iberia es proteger la salud y bienestar de clientes y empleados. Por eso, “estamos aplicando todas las medidas recomendadas por los responsables de la Seguridad Aérea española y europea, tanto a bordo como antes y después de los vuelos. El objetivo es que nuestros clientes puedan volar con tranquilidad y nuestros empleados trabajen en un entorno seguro”, afirma Celia Muñoz Espín, directora de Ventas EMEA, EEUU y Asia. 

Campaña “Spain For Sure”

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spaña ha lanzado la campaña “Spain For Sure” para proyectar una imagen positiva del país en el exterior tras los efectos de la pandemia. Una iniciativa puesta en marcha por el Ministerio de Asuntos Exteriores, Unión Europea y Cooperación, bajo el impulso de la Secretaría de Estado de España Global. En ella colaboran también el Foro de Marcas Renombradas Españolas, la Cámara de Comercio de

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España y la Confederación Española de Organizaciones Empresariales (CEOE). “Estoy seguro de que cuando pase todo esto estaremos más preparados que nunca”, comienza diciendo el jugador profesional de baloncesto Pau Gasol en la pieza audiovisual de la campaña. “Preparados para volver a ser ese país al que vinieron 84 millones de personas el año pasado”, prosigue el tenista Rafa Nadal. La campaña fue presentada en el

Museo del Prado por ser uno de los emblemas de la cultura española internacionalmente reconocidos. Será difundida a nivel internacional, apoyada por los diferentes canales de los que disponen los impulsores del spot, más los de otras instituciones públicas, como ICEX o Turespaña, y privadas, así como por parte de algunas de las principales empresas españolas, todas ellas con una gran proyección internacional. 


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Enfrentar a recessão e equacionar novas oportunidades de investimento

Enquanto a abertura da economia em Portugal e em Espanha prossegue em velocidade moderada, desde o final de maio, os gestores e especialistas em diversas áreas tentam delinear o que poderá ser o futuro próximo de alguns setores económicos, em mais três webinars promovidos pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE) sobre o impacto da pandemia nas empresas ibéricas e perspetivas no futuro próximo. Com relevantes desafios de gestão, em especial a nível financeiro, as empresas terão de encarar um contexto de recessão que se pode prolongar nos principais mercados europeus e, eventualmente, começar a olhar para novas regiões para investir. Assim, num dos webinars realizados, alguns especialistas incentivaram as empresas portuguesas e espanholas a analisar as oportunidades de investimento na África Austral. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

Seguros sofrem alterações durante a pandemia Ana Cristina Borges, administradora da MDS Portugal, e Pedro Pinhal, diretor de sinistros do corretor de seguros MDS, abordaram, num webinar realizado no passado dia 27 de maio, as principais alterações que têm surgido ao nível dos seguros, decorrentes da pandemia, com destaque para o seguro de acidentes de trabalho e o seguro de responsabilidade civil de administradores e diretores (D&O). A MDS é um grupo multinacional que atua na área da corretagem de seguro e resseguro e consultoria de

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riscos, presente em mais de 100 países. Gerindo mais de 550 milhões de euros em prémios de seguro, é top 3 na Península Ibérica, sendo inclusive líder de mercado em Portugal e estando presente em Espanha em parceria com a Fillet-Allard. É ainda um dos maiores players no Brasil, em Angola e em Moçambique, tendo também presença direta em Malta e na Suíça. Através da Brokerslink, empresa global de corretagem fundada pelo grupo e que integra cerca de 18 mil profissionais de seguros, responde às necessidades dos seus

clientes nas mais diversas geografias e setores. Analisando os novos riscos desencadeados pela pandemia, Ana Cristina Borges diz que estes se cruzam em diversas áreas. A situação do teletrabalho, por exemplo, levanta diversos aspetos ao nível de seguros, de que convém as empresas inteirarem-se, desde logo ao nível dos seguros de acidentes de trabalho, dada a necessidade de notificar as seguradoras de quais os colaboradores que estão em teletrabalho e quais estão a trabalhar na empresa.


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Pedro Pinhal refere que os colaboradores em teletrabalho têm o mesmo nível de proteção em caso de sinistro, dos trabalhadores que desenvolvem a sua atividade nas instalações da empresa. As empresas devem ter também registos do horário de trabalho efetivamente cumprido pelos teletrabalhadores. E esclarece que, em Portugal, a “infeção por covid-19 não constitui um acidente de trabalho”, mas, no caso dos médicos, “poderá ser doença profissional, se ficar provado que se deu em contexto laboral”. Isto é particularmente relevante para os profissionais de saúde. Os hospitais e ordens profissionais devem precaver estes riscos acrescidos em termos de apólices dos seguros de responsabilidade civil de profissionais ou de administradores (D&O). Para a generalidade do tecido empresarial, cabe aos administradores e gerentes das empresas prevenirem os efeitos da pandemia através da implementação de planos de segurança e de contingência para a situação atual e pós-pandemia, de modo a diminuírem potenciais impactos negativos para a empresa. De todo o modo, dado o contexto de incerteza que vivemos, é reforçada a importância de estarem cobertos por um seguro de D&O. Este tipo de seguro cobre a responsabilidade sobre atos ilícitos de gestão, ou seja, atos que não são tomados com a diligência necessária de um gestor criterioso e ordenado (tendo em conta os interesses da sociedade e dos acionistas), de acordo com o Código das Sociedades Comerciais. Este seguro protege o património pessoal dos gestores decorrentes de reclamações sobre a sua atuação. Este enquadramento aplica-se tanto em Portugal como em Espanha, adianta Ana Cristina Borges. Estes seguros são, assim, muito abrangentes, assegurando pagamentos de indemnizações de-

correntes de responsabilidade civil, e protegendo assim património pessoal dos gestores, garantindo ainda , e nomeadamente, custos de defesa, custos com a imagem, e a responsabilidade tributária. “É um seguro que funciona muito bem” e muitos gestores estão a contratar face a estes “novos” riscos decorrentes da atual pandemia, como por exemplo os novos comportamentos de higiene e segurança na empresa, a decisão de lay-off, etc., revela Ana Cristina Borges. Este seguro é adequado a qualquer empresa, podendo ser adaptado às especificidades de cada organização. Este enquadramento aplica-se tanto em Portugal como em Espanha. Pedro Pinhal diz que, com a pandemia, haverá inevitavelmente encerramentos de empresas e insolvências e que, assim, é de esperar maior sinistralidade neste tipo de seguro, nomeadamente no âmbito da cobertura de responsabilidade tributária subsidiária obrigações fiscais da empresa (cuja responsabilidade incide também sobre os gestores). “Os diretores e administradores devem estar muito conscientes se estão devidamente segurados e se têm exata noção das responsabilidades que estão a assumir na sua atividade”, alerta Pedro Pinhal. Mas os impactos da pandemia não ficam por aqui e colocam no holofote preocupações crescentes. Por exemplo, a cibersegurança é outro dos grandes riscos que mais tem crescido nesta fase, alertaram os dois responsáveis da MDS. Os seguros para a área da cibersegurança têm bastantes vantagens face ao elevado valor dos riscos cobertos (hardware, software, dados de clientes, etc.), afirmam. Neste tipo de seguro, cabem também coberturas adicionais que previnem a responsabilidade dos gestores perante estes riscos. “O seguro de riscos ciber-

néticos é um seguro de vida de um CEO”, se não mesmo de toda a empresa, que previne assim também o facto da atividade ter estado parada devido ao ataque cibernético, destaca Pedro Pinhal. Face à atual situação económica, com aumento de exposição em diversas áreas profissionais, os seguros de responsabilidade civil profissional, os seguros de D&O ou os seguros de saúde poderão sofrer agravamentos nas condições contratualizadas, reconhece Ana Cristina Borges. Para as empresas que tiveram de suspender a atividade, por não poderem realizar teletrabalho, e que têm frotas automóveis, têm na mesma de pagar seguro automóvel obrigatório, quer se trate do mercado nacional ou espanhol, destaca Ana Cristina Borges. O mesmo acontece com os seguros de acidentes de trabalho ou nos multirriscos, uma vez que a empresa mantém as suas instalações. Mas, até 30 de setembro, alguns destes produtos estão ao abrigo de um regime excecional e temporário aplicável ao pagamento do prémio de seguro (de acordo com o Decreto-Lei n.º 20-F/20 de 12 de maio). Já no caso de seguro obrigatório, como por exemplo acidentes de trabalho, seguro Automóvel, responsabilidade civil profissional, na falta de acordo, entre o tomador de seguro e a seguradora em caso de falta de pagamento do prémio ou fração na data do respetivo vencimento, o contrato é automaticamente prorrogado por um período de 60 dias a contar da data do vencimento do prémio ou da fração devida, mantendo-se a obrigação de pagamento do prémio. Em Espanha, as seguradoras tomaram uma série de medidas excecionais, nomeadamente moratória de pagamento de prémios, e possibilidade de fracionamento de prémios sem custos adicionais.

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Investir na África Austral com visão de longo prazo Em Angola, os investimentos no atual contexto devem ter em conta as previsões de recessão no país, que deverá durar até 2022, adverte João Luís Traça, advogado e presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA), num webinar sobre “Financiamento e investimento na África Austral”. O gestor lembra ainda que 64% do Orçamento do Estado previsto pelo Governo advinha de receitas do petróleo, mas que a queda dos preços desta matéria irão afetar as receitas do Estado angolano. No entanto, adverte: “os empresários não podem olhar [para mercados como Angola] numa lógica de curto prazo, é preciso olhar para os países e os mercados onde se está a investir tendo em conta o seu potencial”. E o potencial de Angola é elevado, dada a sua dimensão, a sua população jovem e necessidades de consumo, além dos seus recursos naturais e da sua grande área de terra arável, com grande potencial agrícola, garante o advogado. Por outro lado, foi facilitada a constituição de sociedades por parte de acionistas estrangeiros, sem necessidade de se associarem a parceiros locais. Paralelamente, Angola é um dos mercados que integra a SADC, um bloco económico, que contempla uma zona de comércio livre e que integra mais 15 países da África Austral, como Moçambique, Tanzânia, Zâmbia ou a África do Sul. Esta região pode, assim, oferecer oportunidades alargadas para as empresas portuguesas que se localizem num desses países. Este agrupamento económico estabeleceu recentemente um acordo comercial de livre circulação de bens. João Luís Traça destaca as alterações governamentais sobre investimento e, nomeadamente, ao nível da legislação sobre investimento priva-

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do que têm sido feitas em Angola e que visam facilitar a atração de novo investimento. A começar pela disponibilização de incentivos fiscais ao investimento estrangeiro, até à criação de um sistema que assegure as divisas para os investimentos a realizar. Também João Robles assegura que a nova legislação em Angola “está inteiramente vocacionada para atrair investimento” privado, sendo rápida a criação de empresas e estando facilitado o repatriamento de dividendos, exemplifica o partner da FCB Advogados, responsável pelo Angola Desk desta sociedade. Por outro lado, o ajustamento da economia angolana tem sido feito com o acordo do FMI, para melhorar a confiança dos investidores e das entidades de financiamento. O desenvolvimento do mercado das energias renováveis, bem como o lançamento de novas barragens e linhas de distribuição energética são outros campos de interesse para potenciais investidores de Portugal ou Espanha, enquadra João Luís Traça. Através do programa de privatizações em Angola (Propriv), que não sofreu alterações com a pandemia, o Estado está a colocar em venda 175 empresas, o que também será um bom atrativo para investidores europeus, consideram alguns dos oradores do webinar realizado no passado dia 17 de junho. João Luís Traça acredita que dentro de dois a cinco anos será visível a alteração do panorama do investimento privado em Angola, em setores onde antes aquele não existia, contribuindo para a diversificação da economia angolana, muito dependente ainda das commodities, adianta o mesmo responsável. De salientar ainda que Portugal e Angola têm acordos para evitar a dupla tributação e para a proteção recíproca de investimentos, uma situação

vantajosa que não foi estendida pelo Estado angolano a outros parceiros de qualquer outro país, garante João Luís Traça. As boas relações entre os dois países advêm do facto de as empresas portuguesas apostarem na contratação de mão de obra local, considera ainda, o que favorece o emprego e qualificação dos angolanos. Ignacio Ramiro, responsável de investimento do Deutsche Bank em diversos mercados emergentes, destaca a atuação que esta instituição tem mantido em Angola, onde começou a lançar linhas de financiamento há 17 anos. Colaborando estreitamente com o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola, bem como com outros bancos, tem apoiado diversos projetos do setor público em Angola, num total de cerca de 150 projetos e quatro mil milhões de euros, ligados a infraestruturas, obras rodoviárias, aeroportos, portos, energia, agricultura, mineração, saúde, etc. Esta instituição continua a financiar as empresas públicas e privadas, através de diversos mecanismos de financiamento, como o project finance e financiamento a projetos públicos. Nos últimos anos, tem tentado financiar mais o setor privado, e, em parceria com o Banco de Desenvolvimento de Angola, o Deutsche Bank disponibiliza uma linha de financiamento para empresas angolanas que importem bens, em setores como a agricultura, pescas, agroindústria e outras indústrias produtivas, e que contribuam para a criação de mão de obra local e para a melhoria da balança de pagamentos do país, adianta o mesmo responsável. O valor previsto de financiamento global é de mil milhões de dólares. Por seu lado, Tim Vieira, empreendedor e investidor, participou no webi-


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nar enquanto presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Sul Africana (CCILSA), salientando que “falar de oportunidades na África do Sul não é fácil”, já que este país enfrenta a “maior recessão em cem anos”, com uma queda do PIB de 27%, devido à pandemia. Um dos principais setores económicos do país é a agricultura, mas a falta de procura internacional pode prejudicar muito a economia local. As áreas da construção e imobiliário, a energia, as tecnologias digitais, a formação e serviços empresariais diversos ou a indústria são outras das que precisam de maior investimento privado, realça Tim Vieira. A prazo, “há muitas oportunidades na África do Sul”, sobretudo com a SADC, mas são precisos essencialmente “investidores de longo prazo”, defende o empreendedor. Por outro lado, os investidores devem apostar em parcerias locais para alavancar os seus negócios naquele país africano. O enquadramento legal será fundamental também para incentivar novos investimentos, salienta. Em 2018, o país recebeu sete mil milhões de dólares (6.254 milhões de euros) de investimento externo. João Robles, partner da FCB Advogados, sociedade que opera a nível internacional integrada numa rede de advogados global, refere a forte presença já alcançada no mercado africano. Angola e Moçambique são dois dos mercados da África Austral onde a sociedade atua, através de parceiros locais. Estes dois mercados têm a vantagem de terem um sistema legal baseado na jurisdiçãoportuguesa, adianta João Robles. Em termos económicos, na África Austral, a SADC é a comunidade económica regional mais representativa, agrupando todos os 16 países da África Austral. Mas João Robles

salienta ainda o papel da Comesa-Mercado Comum da África Oriental e Austral, que visa igualmente o estabelecimento de uma área de livre comércio entre os seus 19 Estados-membros, e ainda o Acordo de Livre Comércio Continental Africano. Este último, estabelecido em 2019, “vai ser o fator potenciador do desenvolvimento do mercado africano a médio prazo”, ao integrar os 55 países que fazem parte da União Africana, com exceção da Eritreia, acredita o mesmo responsável. Tem como objetivo estabelecer a livre circulação de pessoas e bens e serviços em todo o continente, mas ainda não foi ratificado por todos os países para entrar plenamente em vigor e potenciar as economias destes países. Antes de decidir qual o país da África Austral onde investir, os empresários devem analisar fatores como a legislação em matéria fiscal, nomeadamente se esse país tem acordo de proteção recíproca de investimento, um fator muito importante para garantir ações como o repatriamento de dividendos, expropriações, circulação de pessoas dentro do país, etc., mas também o acordo de eliminação de dupla tributação (Portugal tem acordos com Angola e com a África do Sul). Os investidores devem ainda acautelar as exigências em matéria laboral. “É normal na África Austral depararmo-nos com a obrigação de quotas mínimas de trabalhadores locais– em Angola, pelo menos 70% da força de trabalho tem de ser angolana”, enquanto em Moçambique depende da dimensão da empresa, e na África do Sul existem também exigências a vários níveis, nomeadamente para a participação em concursos públicos, explica João Robles. “Após a pandemia, é preciso ver como os países irão mudar”, desde

logo se vão modificar os orçamentos, para dar prioridade a saúde, etc, Para já, os Governos tomaram as “medidas razoáveis” para conter a epidemia, antecipa por seu lado Javier Valero, presidente da Globaltec, uma empresa de engenharia com forte presença nos mercados africanos. Em Angola, a empresa disponibiliza serviços chave na mão para diversos setores. A empresa faz ainda projetos de consultoria para o setor financeiro e investidores privados. E adianta que o país deverá continuar a apostar na privatização de diversos setores e empresas. Em Moçambique tem menos operações (essencialmente só para o Estado), devido a maiores dificuldades de financiamento. Os empresários estão na expetativa também de ver que ajudas internacionais serão dadas a estes países. Para já, precisam da reabertura dos voos para regressar àqueles países e retomar a atividade empresarial. O responsável defende que as empresas portuguesas e espanholas atuem em conjunto na abordagem ao mercado angolano ou moçambicano, para maior capacidade de investimento e cobertura de risco. Por seu turno, José Carlos Nogueira, chief financial officer da Mota-Engil África, salienta que o grupo está em 16 países de África, tendo mesmo nascido em Angola e só depois se expandido para Portugal. Atuando na área da engenharia e construção, o grupo espera que depois da “crise de liquidez” decorrente da pandemia, surjam novas oportunidades na vertente de infraestruturas, saúde, entre outros serviços essenciais, naquela região do mundo. Para tal, terá de haver linhas de financiamento para as empresas com apoios dos Estados locais e das agências de crédito à exportação, para diminuir os riscos, defende o responsável.

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Medidas laborais excecionais em Espanha podem prolongar-se A Belzuz Abogados, sociedade de advogados espanhola com uma atuação abrangente ao nível de serviços jurídicos. Com 60 anos de existência, opera também em Portugal há cerca de 20 anos, tendo escritórios em Madrid, Porto e Lisboa, além de manter alianças internacionais em diversos mercados. Alguns elementos da equipa de Direito Laboral da Belzuz enquadrou as principais medidas excecionais tomadas pelo Governo espanhol para apoiar os trabalhadores e as empresas face à pandemia que levou à suspensão quase total da atividade económica. Pedro Gómez Rivera salientou o âmbito das principais medidas laborais coletivas (que afetam a maioria do quadro de pessoal) adotadas durante o estado de alarme, a vigorar até 30 de junho, mas que poderiam vir a ser estendidas – os “expedientes de regulação temporal de emprego (ERTE) por força maior” e a “regulação temporal de emprego por causas económicas, técnicas, organizativas ou de produção (ETOP)” –, bem como outros processos que implicam alterações substanciais nas condições de trabalho coletivas, que podem ser aplicadas nos próximos meses. O enquadramento do teletrabalho em Espanha foi também abordado pela equipa de Laboral da Belzuz, durante o webinar realizado no passado dia 4 de junho. Durante o período em que vigore o regime de “ERTE de força maior”, e durante os seis meses seguintes a este terminar, as empresas não poderão despedir trabalhadores abrangidos por esse ERTE, destaca desde logo Pedro Gómez. No entanto, essa obrigação de manutenção do emprego não incide sobre os ERTE por causas econômicas, técnicas, or-

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ganizativas ou de produção”. Os “ERTE por força maior” podem ser invocados quando ocorre uma suspensão da atividade da empresa, por restrições da mobilidade, nomeadamente para evitar contágios, ou por interrupção de fornecimentos essenciais à atividade da empresa, podendo haver uma desafetação total ou parcial da atividade. As empresas para entrarem neste regime, em vigor desde 18 de março, careciam de autorização por parte da autoridade laboral. Este é o regime “que tem maiores benefícios fiscais” e também ao nível dos pagamentos para a segurança social. O período de vigência previsto para este regime era até 30 de junho de 2020, mas poderia ser estendido por decisão do Conselho de Ministros, mas até ao momento (meados de junho) não existia informação sobre esse eventual alargamento por mais algumas semanas ou meses. Se a empresa afetada por esse tipo de ERTE agora, no desconfinamento, precisar de reabrir com algum pessoal, poderá fazê-lo com apenas uma parte dos trabalhadores ou mesmo em tempo parcial, mantendo-se a isenção dos pagamentos à segurança social apenas para os trabalhadores dispensados. Já no caso de terem recorrido a um “ERTE por causas ETOP”, por terem uma redução drástica da atividade mas sem terem encerrado durante o estado de alarme, as empresas podem suspender o contrato ou reduzir a jornada de trabalho e a retribuição aos trabalhadores que recebem subsídio de desemprego, mas não têm isenção do pagamento da segurança social dos mesmos. Para recorrer a este regime, não é exigida a respetiva autorização por parte da autoridade laboral, mas tem de se solicitar e iniciar-se um período de

consultas com um sindicato setorial ou um comité de empresa, caso exista esta entidade na companhia. A nova regulamentação espanhola sobre ERTE prevê que, após 30 de junho de 2020, as empresas inscritas ao abrigo de um ERTE por força maior e que quisessem reiniciar a sua atividade embora parcialmente, poderiam solicitar a mudança de estatuto para um procedimento ERTE por causas ETOP. Por outro lado, as empresas que beneficiaram de um ERTE por força maior não podem distribuir dividendos no final do ano, caso contrário terão de devolver a ajuda recebida do Estado (sobretudo as contribuições para a segurança social). Além das ERTE, o Estado espanhol prevê procedimentos de negociação coletiva com sindicatos sobre modificações substanciais das condições de trabalho a nível de contratos coletivos (por exemplo, em termos de renegociação ou redução salarial, mudanças de horários, etc.). Pedro Gómez salientou ainda que os “despedimentos coletivos são processos complexos”, quer em termos de procedimentos legais quer pelos prazos prolongados para cada ato processual ou mesmo ao nível das obrigações acessórias exigidas como contrapartida do despedimento. No mesmo webinar, Jaime Coll Gaztelu e Francisco Javier Rodriguez abordaram, por seu lado, outras das principais alterações legais a nível laboral em Espanha, assim como outras medidas extraordinárias adotadas para fazer face ao impacto económico do covid-19. Os advogados sublinharam esperar que as medidas excecionais se possam alongar pelo menos até ao próximo mês de setembro.


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Epson amplia gama de impressoras Business Inkjet RIPS A

s novas impressoras Workforce Pro RIPS WF-C879R e WF-C878R juntam-se à gama Business Inkjet da Epson de impressoras com sistema RIPS (replaceable ink pack system) de alta capacidade. Estes equipamentos oferecem um desempenho de impressão de até 86 mil páginas monocromáticas e 50 mil páginas a cores, sem a necessidade de trocar os consumíveis, aumentando a autonomia e a produtividade e reduzindo a necessidade de intervenção do utilizador. Compatíveis com o software Epson Remote Service (ERS), estas novas impressoras RIPS são fáceis de controlar pelo fornecedor através do diagnóstico remoto, proporcionando um serviço imediato e eficiente tanto para o revendedor como para o utilizador final. Algo que, com a nova normalidade, se adequa perfeitamente às

necessidades das empresas e ambientes de trabalho, como é destacado na iniciativa “A importância dos dois metros” da Epson, # Epson2Metros. A expectativa de redução do impacto ambiental com as impressoras BIJ da Epson vendidas em 2018 para empresas da Europa Ocidental inclui uma poupança económica de 15,4 milhões de euros e a redução de 37.573 toneladas de CO2 durante um ciclo de quatro anos. “Se todas as empresas europeias trocassem as suas impressoras a laser e mudassem para o Business Inkjet da Epson, a cada ano poupariam: 1.800 milhões de kWh de energia, 213 milhões de euros em custos e 636 toneladas de CO2”, garante a Epson Ibérica. Com velocidades de impressão de até 26 ppm1, estas impressoras foram criadas especialmente para empresas e

espaços de trabalho de média dimensão. A Epson destacou recentemente o “nível de poupança que as impressoras Business Inkjet já estão a gerar e a oportunidade de as empresas terem benefícios significativos ao mudarem para esta tecnologia sem calor”. 

Allianz lança nova campanha institucional A

Allianz Portugal acaba de lançar a sua mais recente campanha institucional que dá voz à iniciativa global #AllianzForLife, apresentando histórias de todas as empresas do grupo segurador sobre como as ações coletivas, um pouco por todo o mundo, podem fazer a diferença em tempos de novos desafios. A campanha tem como objetivo posicionar a Allianz como uma Companhia relevante e próxima dos seus Clientes, nos bons e maus momentos. Para a Allianz é importante que os seus Clientes, Colaboradores, Parceiros e Mediadores, se sintam apoiados e continuem a acreditar nas oportunidades do futuro. O mundo está a acordar de novo e precisa de todos nós, com paciência, com força, com apoio e com esperança. A Allianz continua a trabalhar para garantir o

futuro dos seus Clientes com produtos de qualidade, soluções simples e o atendimento cuidado de sempre, com confiança. Segundo frisa José Francisco Neves,

membro do Comité de Direção e diretor de Market Management, “atravessamos um momento desafiador e de expetativas. Queremos deixar uma mensagem muito clara de apoio, de confiança, de determinação em ultrapassar estes dias mais conturbados. E, por isso mesmo, faz sentido afirmarmos que ‘Voltamos à vida juntos!’. Estamos cá para as pessoas, com a mesma resiliência, força e confiança que nos caracterizam desde sempre. E, juntos, estamos preparados para enfrentar os tempos futuros, neste regresso à vida”. A campanha #AllianzForLife vai decorrer até final de outubro. Está presente em diversos meios, com uma forte aposta em televisão, linha digital de LEDS na transmissão de jogos da Liga NOS e nos canais digitais. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR JULHO DE 2020

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Garland adquire frota ligeira elétrica e consome exclusivamente energia verde

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grupo Garland, um dos principais players em Portugal no setor de transportes, logística e navegação, tem vindo, desde 2012, a implementar um conjunto de medidas para reduzir a sua pegada ambiental, no âmbito de uma estratégia designada de “Rumo à Sustentabilidade”. Desde 2012, o grupo investiu 24 milhões de euros na construção e na renovação

dos seus centros logísticos, que hoje ocupam mais de 85 mil metros quadrados, instalados de norte a sul do país, em Cascais, Aveiro, Gaia e Maia. Em todos eles, foram usadas soluções de construção, materiais e equipamentos para melhorar a eficiência energética dos mesmos. Em três deles (dois na Maia e um em Cascais) estão instalados um total de 638 painéis

solares, com 175,1 KW de capacidade instalada, estando já em curso o estudo de implementação para mais dois armazéns. Com uma produção anual de cerca de 275 mil KWh, os sistemas permitem a redução de 192,5 toneladas de emissões de CO2 por ano. Implicando um investimento de 195 mil euros, estes sistemas de autoconsumo foram dimensionados para colmatar 20% das necessidades de energia destes centros logísticos e otimizados para aproveitar eficientemente a energia produzida. Além da energia elétrica produzida para autoconsumo, a Garland Logística utiliza em todos os seus CL energia proveniente de fontes 100% renováveis, possuindo, desde 2018, o Certificado “Energia Verde – Classe A”, atribuída pela Axpo Iberia, entidade que disponibiliza serviços energéticos customizados para grandes, pequenas e médias empresas, e pela Associação Espanhola de Normalização e Certificação. 

Grupo Tetra Laval doa 55 mil euros para luta contra covid-19 em Portugal C om o objetivo de apoiar a luta contra a pandemia covid-19 em Portugal e reforçar a resposta coletiva a esta crise, o grupo Tetra Laval, constituído pelas empresas Tetra Pak, Sidel e DeLaval, fará uma doação ao Serviço Nacional de Saúde de oito monitores de sinais vitais da Philips (sete equipamentos modelo MX550 e um modelo G30e), avaliados em 55.392 euros. No total, o grupo Tetra Laval doou 10 milhões de euros a nível mundial para apoiar na resposta à crise sanitária causada pela covid-19, valor que foi distribuído pelos diferentes países em que o grupo opera. A pandemia provocada pelo surto de covid-19 trouxe desafios sem prece-

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dentes, a todos os níveis e em todos os setores. O aumento do consumo de comida em casa levou a uma subida da procura no setor alimentar, obrigando a indústria a trabalhar ao máximo da sua capacidade, para que os alimentos continuem a chegar de forma segura e estejam disponíveis em qualquer lugar. Perante esta situação, desde o primeiro momento que foram reforçadas todas as medidas de saúde, segurança e prevenção de riscos laborais nas fábricas, para garantir a saúde e o bem-estar de todos os colaboradores e sócios. Através desta doação, a Tetra Pak, a Sidel e a DeLaval reforçam o seu compromisso com a sociedade, colaborando com ajudas diretas para a compra de

dispositivos médicos em apoio às iniciativas de resposta à covid-19 desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. Ramiro Ortiz, diretor-geral da Tetra Pak Iberia, afirma que “a Tetra Pak, juntamente com todos aqueles que constituem o grupo Tetra Laval, está extremamente grata pelos esforços dos nossos colaboradores, clientes e parceiros, que têm sido essenciais durante este período. O nosso compromisso é garantir o fornecimento de alimentos em todas as superfícies e, simultaneamente, assegurar que tomamos as medidas necessárias para que seja garantida a saúde e a segurança dos nossos colaboradores e de todas as pessoas envolvidas nas nossas operações”. 


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Henkel reforça o seu compromisso com a sustentabilidade C oincidindo com a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, a 5 de junho, a Henkel anunciou que “pretende ser três vezes mais eficiente em 2030 nas suas atividades comerciais relativamente à pegada ambiental que gera”. No final de 2019, a Henkel aumentou em 56% a sua eficiência total (em comparação com 2010). Durante 2019, a Henkel conseguiu alcançar três das metas que estavam planeadas para 2020: redução de 31% das emissões de CO2; redução de 40% de desperdício por tonelada de produto e melhoria em 42% da saúde e segurança no trabalho. Além disso, o consumo de água por tonelada de produto teve uma redução de 28%, em comparação com 2010. Isto significa que o objetivo de 30%, definido para 2020, está praticamente alcançado.Face à necessidade de reduzir as emissões de CO2 para limitar o aquecimento global, a Henkel pretende tornar-se uma empresa climaticamente positiva até 2040. Por esse motivo, estabeleceu uma série de metas específicas para reduzir as emissões de acordo com o Acordo de Paris para limitar o aquecimento global em 1,5 graus centígrados,

e que foram aprovadas pela iniciativa Science Based Targets. Entre elas, destaca-se a redução da pegada de carbono da sua produção em 65% até 2025, dar resposta a 100% à necessidade de eletricidade por energia renovável ou substituir os restantes combustíveis fósseis por alternativas neutras para o clima, como biogás ou gás, gerado pela conversão de CO2, ou o fornecimento do excesso de energia neutra a terceiros. Além disso, a Henkel está comprometida em ajudar os seus clientes, consumidores e parceiros a economizar 100 milhões de toneladas métricas de CO2 até 2025, disponibilizando produtos e tecnologias inovadoras que possibilitem a redução do consumo de energia. Nos novos objetivos para 2025, a empresa amplia os seus esforços no desen-

volvimento de embalagens sustentáveis, prevendo que todas as suas embalagens serão recicláveis ou reutilizáveis. Contribuir para o progresso social é outra das áreas principais da estratégia de sustentabilidade da Henkel. Até 2025, a Henkel deseja melhorar ainda mais o seu impacto social positivo nas comunidades, através de um fornecimento 100% responsável, alavancado os seus mais de 50 mil funcionários – que foram formados como embaixadores da sustentabilidade – e ajudando a melhorar 20 milhões de vidas em todo o mundo. 

Empresas e instituições oferecem 800 mil euros para ajuda alimentar de emergência O BPI e a Fundação La Caixa, a TEAK Capital (holding da família de Carlos Moreira da Silva), a Fundação Calouste Gulbenkian, a Google, o Banco para o Desenvolvimento da América Latina e a Tabaqueira anunciaram que irão responder positivamente ao apelo de Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, com um apoio de 800 mil euros para o desenvolvimento de uma Rede de Emergência Alimentar. A campanha de angariação de donativos continua a decorrer e conta com o apoio institucional da RTP. O objetivo é dispo-

nibilizar alimentos básicos a milhares de famílias portuguesas afetadas pela crise da pandemia de covid-19. A Federação Portuguesa de Futebol e a Fundação do Futebol também se associaram à divulgação desta iniciativa. O contributo destas entidades permitirá apoiar a Rede de Emergência Alimentar, desenvolvida pela Entreajuda, com apoio nos Bancos Alimentares, a assegurar a distribuição de refeições confecionadas ou produtos alimentares básicos para as IPSS ou diretamente para os domicílios das famílias mais carenciadas. O objetivo desta ação solidária é respon-

der, de forma excecional, à emergência social que resulta da crise sanitária, além de permitir evitar uma previsível rutura de stocks nos Bancos Alimentares, que não podem realizar em maio a habitual campanha de recolha de alimentos em supermercados. Antes da crise pandémica, os Bancos Alimentares, presentes em 22 pontos do país, angariavam alimentos para mais de 2.600 instituições, que por sua vez apoiavam 420 mil pessoas, ou seja, 4% da população portuguesa. Apenas no último mês, mais de 10 mil famílias já pediram apoio direto ao Banco Alimentar.  juLho de 2020

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Sustainable Society Initiative lança movimento “Positive Brands” A

Sustainable Society Initiative (SSI) acaba de lançar o movimento “Positive Brands”, um barómetro das principais tendências e temáticas de sustentabilidade para as empresas. Esta iniciativa tem como objetivo, destacar e apoiar as marcas que se assumem como força de mudança e que visam contribuir de forma positiva para a sociedade. O “Positive Brands” inclui uma metodologia de trabalho inovadora que permite definir a missão de uma marca em consonância com as preocupações da sociedade, que será posto em prática através de um plano de ação que traduza o quotidiano da sua atividade e das suas práticas. As empresas podem inscrever-se através da plataforma online Positive Brands para acederem à ferramenta de análise e avaliação e marcarem um diagnóstico, a fim de

perceberem como tornar a sustentabilidade uma alavanca de inspiração e de impacto para as suas marcas. “Atualmente, as empresas e as marcas têm o poder de mudar o status quo de uma forma muito mais rápida que a regulamentação e muito mais efetiva que a política. Têm o poder de intervir e resolver os transtornos que afetam a sociedade, seja alterando as suas práticas e mobilizando o seu marketing para fazer avançar as normas sociais e o comportamento das pessoas, seja aceitando que não são perfeitas, mas sim honestas nas suas dificuldades e sinceras nos seus esforços para as ultrapassar”, refere Charlotte Mure-Ravaud, gestora estratégica da Sustainable Society Initiative. Num ano de impulso para a mudança e de provável viragem na história da

humanidade, as empresas representam uma força de mudança poderosa para resolver os problemas mais urgentes relacionados com a “nova normalidade”, e podem dar um impulso positivo na solução dos desafios impostos pela crise humanitária, ampliando a oportunidade de sucesso nos negócios. “Neste contexto, o movimento Positive Brands surge para promover marcas honestas e autênticas. Marcas que dão significado ao que promovem, tornando-se únicas, através do seu próprio projeto de transformação no mercado. Marcas que atuam com base nos problemas existentes e que fazem da sua missão o compromisso de os resolver, contribuindo de forma positiva para a vida dos seus clientes, para a sociedade ou para o mundo”, acrescentou Charlotte Mure-Ravaud. 

Whirlpool Portugal auxilia instituições com equipamentos D evido aos tempos conturbados que se vive atualmente, “a Whirlpool Portugal decidiu contribuir com um pequeno gesto, oferecendo a duas instituições nacionais equipamentos que visam colmatar necessidades identificadas pelas mesmas”. A CASA-Centro de Apoio ao Sem Abrigo, e o INEM, Instituto Nacional de Emergência Médica, foram as instituições escolhidas para receberem donativos da marca. Para o centro CASA, foram oferecidos dois congeladores, dois combinados e duas máquinas de lavar e secar da marca Hotpoint e ao INEM uma máquina de secar roupa com bomba de calor, da Whirlpool.

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“Este pequeno gesto e donativo vai ao encontro das iniciativas da marca que visam apoiar os seus funcionários, consumidores e a comunidade durante a pandemia do covid-19. Desta forma, contribui para a consciencialização da necessidade de cumprirmos as normas e regras de higienização, salvaguardando a segurança de todos. As instituições escolhidas contribuem com o seu trabalho e esforço para dois setores da sociedade que, embora em diferentes âmbitos de atuação, são fundamentais nos serviços que prestam à comunidade”, destaca a companhia. “Se pudermos contribuir com um gesto para colmatar necessidades identifica-

das junto das nossas instituições que prestam um serviço tão essencial à sociedade, seremos sempre os primeiros a fazê-lo em prol do bem comum e da segurança dos demais”, referiu por seu lado Armando Anjos, diretor-geral da Whirlpool de Portugal & Espanha. “Apesar deste período estar a ser difícil para todos nós, a atual situação também trouxe exemplos de atos de humanidade, onde podemos observar indivíduos e comunidades unidos para apoio mútuo”, e estas “duas instituições que vamos ajudar são exemplo disso.” De forma a representar o apoio da Whirlpool e a solidariedade da marca durante a situação atual, o seu logotipo foi também adaptado, incluindo um novo slogan que espelha a necessidade de consciencialização do distanciamento social e da segurança de todos: “Fique Seguro – Sinta a Distância”. 


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Endesa mantiene inversión en puntos de recarga de vehículos eléctricos en España E ndesa X continúa avanzando con su plan de expansión de infraestructura de recarga de vehículos eléctricos de acceso público. A pesar de la crisis sanitaria sin precedentes que está viviendo nuestro país, la compañía está realizando un esfuerzo extra para mantener su compromiso con la movilidad eléctrica y con su objetivo de acabar este año con los primeros dos mil puntos de recarga de acceso público instalados y a disposición de los usuarios. Se cumplirá así la primera fase del plan de desarrollo de infraestructuras de recarga que anunció la compañía a finales de 2018 y que permitirá recorrer nuestro país con tranquilidad en coche eléctrico. “A pesar de que todos los procesos de instalación de cargadores se han ralentizado estas semanas como consecuencia de la pandemia que azota a nuestro país, seguimos trabajando duro, adaptándonos a las cir-

cunstancias, para cumplir con nuestro compromiso de tener un cargador cada 100 kilometros al acabar el año en las vías principales. Es fundamental mantener los compromisos de inversión en estos momentos para poder contribuir a la recuperación de la economía española”, ha afirmado Josep Trabado, director general de Endesa X. El plan de desarrollo de infraestructura de Endesa se desarrolla en dos fases diferenciales: en esta primera fase el foco está en la red de carreteras y en las ciudades de más de 35 mil habitantes. Se trata de cubrir los 15 mil kilometros de vías principales y ofrecer cobertura de recarga al 75% de la población. De esta manera los usuarios tendrán un punto de recarga de Endesa a una distancia no superior a 100 kilometros y en las principales áreas urbanas del país. Los dos mil puntos de recarga tendrán

diferentes tecnologías: recarga ultra rápida (350 kW); recarga rápida (50 kW); y recarga semi rápida (22kW). A partir de 2021/2023, el objetivo es desarrollar el crecimiento de la recarga pública en línea con el crecimiento esperado de la movilidad eléctrica en España. Endesa instalará más de 6.500 nuevos puntos de recarga de acceso público (en centros comerciales, parkings, cadenas hoteleras, áreas de servicio, etc.) para acompañar el crecimiento del mercado del vehículo eléctrico, dotando de mayor cobertura de infraestructura las zonas urbanas, incluyendo las islas. Desde la puesta en marcha del plan y gracias a los acuerdos alcanzados hasta ahora con los diferentes socios, ya están en marcha, acordados o en fase de instalación más de 1.500 puntos de recarga de acceso público por toda la geografía española. 

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A fórmula do CEiiA

para “oxigenar” a economia portuguesa

O Atena, criado em 45 dias no CEIIA - Centro de Engenharia, Desenvolvimento e Design de Produto, provou que Portugal pode passar de importador de ventiladores a exportador. Ao Atena podemos juntar o satélite português "Infante"; ou o carro mais pequeno do mundo, redesenhado em Portugal, que já foi estrela de Hollywood; ou o maior avião da Embraer, quase todo concebido pela engenharia portuguesa; ou o primeiro carro português, que se prepara para voar em Bruxelas; ou o equipamento que transforma jamantas e tubarões do mar dos Açores em "funcionários" da BBC; entre outros projetos. O lema das três centenas de engenheiros que trabalham neste centro, em Matosinhos, é tirar partido da boa preparação dos profissionais portugueses, encontrar os parceiros certos, inovar, desenvolver produtos e sediar o seu fabrico em Portugal. Com projetos nas áreas dos oceanos, da mobilidade terrestre e aérea, e, agora, no domínio dos equipamentos médicos, os responsáveis do CEIIA argumentam que, em várias áreas, Portugal pode deixar de ser apenas consumidor e passar a ser também criador, produtor e exportador. Uma fórmula tentadora, num país em que o setor dos serviços é responsável por dois terços do PIB… Textos Susana Marques smarques@ccile.org

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oje Portugal sabe que, aconteça o que acontecer, há um organismo português que consegue fazer 15 ventiladores por dia”, frisa Miguel Braga, Head of Aeronautics & Defense do CEIIA, o Centro de Engenharia, Desenvolvimento e Design de Produto, sediado em Matosinhos, que juntou engenheiros e médicos, e, em 45 dias, criou o primeiro ventilador pulmonar português, o Atena (fotos nas págs. 1 e 34/36). Uma capacidade reconfortante, como reconheceu o primeiro-ministro, António Costa, quando esteve no CEIIA, e percebeu que o made in Portugal tinha chegado aos ventiladores: "O país precisa de ter a certeza de que se tudo correr mal (no capítulo da pandemia), não vão faltar ventiladores". Esse “conforto”, em economia, chama-se autonomia, já que traduz a capacidade de não depender de terceiros. "Desta crise, nós temos de sair com uma lição muito bem aprendida. Nós temos de reforçar as capacidades nacionais de produção e temos engenharia para isso, temos indústria para isso, temos competências profissionais para isso e, portanto, podemos ser autónomos", afirmou António Costa, acrescentando que “não podemos estar num mercado desregulado e selvagem, a lutar quase ombro e fisicamente para comprar um ventilador aqui e outro acolá” e que “coisas tão banais como máscaras não podem vir de países que estão a milhares de quilómetros de distância”. Miguel Braga (na foto) considera que “o conforto de termos em casa essa capacidade, sem depender de terceiros, sem depender de cadeias logísticas altamente congestionadas, é uma questão de soberania.” O ventilador tornou-se “um instrumento de soberania”. Este diretor e responsável comercial do CEIIA acredita que o Atena será um exemplo inspirador: “O mais importante para nós foi ter dado um contributo para que, se voltar a acontecer uma situação desesperante, semelhante à que aconteceu com esta pandemia, se olhe para a capacidade que existe em

Portugal. Sejam rápidos a alimentar a capacidade que existe em Portugal, no CEIIA ou onde for. Demorou-se muito mais a tomar a decisão de um financiamento reembolsável (atribuído ao CEIIA pela Agência Nacional de Inovação para dinamizar este projeto) do que a comprar ventiladores fora e alguns ainda nem che-

Miguel Braga: "o maior valor acrescentado que o CEIIA confere ao país é o facto de empregar hoje cerca de 90 engenheiros aeronáuticos portugueses... A retenção de talento faz-se, na prática, com projetos" garam. Não se trata de incompetência nem de falta de seriedade das pessoas que lá estão. Tem a ver com o pânico com que todos ficámos, incluindo os decisores.” A boa notícia, diz Miguel Braga, é que “em pânico, há quem, em Portugal, seja capaz de ajudar a solucionar o problema, seja num ventilador ou noutra coisa. Confiem nas competências que existem em Portugal, antes de assu-

mirmos que não chegamos lá.” A lição que o CEIIA dá ao pôr mãos à obra e criar um ventilador pulmonar invasivo, que, à data da nossa entrevista, aguardava a autorização do Infarmed para poder ser usado nos hospitais portugueses, é inspiradora a vários níveis (caixa da pág. seg.). No entanto, se percorrermos a história do CEIIA, percebemos que o Atena não é um caso isolado, mas sim mais um exemplo da fórmula que faz mexer este organismo desde 1999, altura em que nasceu no Tecmaia - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (em 2015, mudou-se para as atuais instalações de Matosinhos). Criar valor para o setor automóvel em Portugal Helena Silva, CTO (diretora técnica) do CEIIA, está no centro desde o primeiro dia e recorda o que esteve na origem do mesmo: “O CEIIA nasceu com o objetivo de criarmos uma capacidade de engenharia que nos permite hoje desenvolver produtos a partir de Portugal. Sempre foi esse o desígnio: capacidade de conceção e industrialização a partir do nosso país. Começámos a trabalhar no setor automóvel, que sempre foi um setor importante para a economia e para a indústria portuguesa. No entanto, esse tecido industrial é composto por pequenas e médias empresas, na altura com pouca capacidade para investir nestas atividades mais a montante, de desenvolvimento, e criou-se um centro de engenharia para desenvolver essa capacidade. Éramos excelentes produtores para outros, mas não havia a cultura de conceber novos produtos e o que fizemos foi desenvolver essa capacidade, em parceria com entidades internacionais que o sabiam fazer bem. Assim, os vinte primeiros engenheiros da equipa do CEIIA foram trabalhar para o grupo italiano de design automóvel Pininfarina (desenhou vários Ferrari, entre outros veículos de marcas diversas), durante dois anos, para aprender o que era desenhar, fazer protótipos e industrializar um carro.” A Pininfarina foi o primeiro parceiro e foi determinante para o CEIIA, JULHO DE 2020

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Como nasceu o ventilador Atena

O primeiro ventilador médico invasivo para dar suporte ao tratamento de doentes com falência respiratória aguda concebido em Portugal tem o nome da deusa grega da justiça e da estratégia e os seus autores, engenheiros e médicos, foram elevados à categoria de “super-heróis” por conseguir este feito em 45 dias. O Atena foi distinguido no concurso express do programa Caixaimpulse Covid-19, da Fundação La Caixa. O projeto foi um dos seis selecionados de entre 349 iniciativas de inovação biomédica para combater a pandemia, apresentadas a concurso em Portugal e em Espanha. A Fundação La Caixa destacou as competências envolvidas: engenharia, desenvolvimento e inovação de produto, know-how técnico, capacidade de adaptação e produção da indústria, e trabalho de equipa. “Quando começámos este projeto, sabíamos que era uma meta muito ambiciosa, mas também sabíamos que a nossa missão era enorme – a de salvar vidas, numa altura de emergência de saúde sem precedentes. Graças ao envolvimento dos mece-

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nas e dos parceiros, conseguimos já produzir 100 ventiladores, com todas as características essenciais para responder a esta pandemia, num muito curto espaço de tempo. Este prémio vem reconhecer a nossa competência, entrega e paixão”, sublinhava José Rui Felizardo, CEO do CEIIA, em reação à distinção. Os também diretores Miguel Braga e Helena Silva falam com emoção do projeto, reconhecendo que a vontade de fazer parte da solução, numa altura em que se temia uma catástrofe nos hospitais portugueses face ao insuficiente número de ventiladores para doentes nos cuidados intensivos, foi o pontapé de saída, conta Helena Silva: “Reunimos com o José Rui Felizardo, o nosso grande inspirador e quem identifica as grandes linhas orientadoras da estratégia do CEIIA, e com outros quadros do centro para decidir como poderíamos ajudar. Face à urgência de resolver a falta de ventiladores nos hospitais portugueses, nós estudamos bem essa temática para ver como poderíamos participar. Neste projeto foi fundamental integrarmos competências de

várias áreas de dentro de casa, mas também a nossa capacidade de mobilizar parceiros, mecenas científicos como a EDP, a Gulbenkian, a REN, a Fundação La Caixa, a FLAD, o grupo Violas, etc., sem os quais não tínhamos conseguido comprar os materiais para fazer o projeto. Não é só com excelentes engenheiros que se fazem excelentes projetos. Também determinante, foi termos 20 médicos a trabalhar connosco, completamente integrados na equipa. Isso foi o ouro. O Miguel Braga e o Tiago Rebelo fizeram esse trabalho de ligar a equipa de engenheiros à de médicos e estamos a falar de médicos dos melhores de norte a sul do país, que se prontificaram a trabalhar connosco. O ventilador é deles. Nas várias fases deste projeto, o que foi preciso fazer, nós fizemos, e quando digo nós, estou a falar também dos médicos.” A CTO fala da elevada motivação dos funcionários do CEIIA: “O que faz, na prática, as coisas acontecerem no terreno, é esta capacidade que temos internamente de querer fazer parte dos projetos e de querer mobilizar a nossa envolvente para os objetivos. O nosso lema é: prefiro ter 1% de uma coisa enorme do que 100% de zero. É isto que queremos defender sempre em Portugal.” Antes da pandemia por covid-19, havia no mundo seis ou sete fabricantes de ventiladores invasivos para unidades de cuidados intensivos (EUA, Europa, China). Agora há mais um e é português. Miguel Braga revela que foi a equipa do CEIIA mais ligada ao mar e ao espaço que adaptou as suas competências para criar o ventilador: “A notável capacidade de adaptação e a capacidade de abraçar novos desafios e a qualidade dos nossos engenheiros foi determinante, mas o grande segredo é que este projeto pôs engenheiros


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ao serviço dos médicos e não médicos ao serviço dos engenheiros. Os nossos engenheiros sabem fazer equipamentos muito mais complexos do que o ventilador, mas nós não conhecíamos o utilizador da máquina porque nunca lidámos com ele, com os médicos e enfermeiros. Nós quisemos conceber, desenvolver, prototipar, testar e ter o ventilador ligado a um doente no hospital. Esse era o nosso desafio, o ventilador já foi profundamente testado e está a ser usado num hospital brasileiro. Aguardamos autorização do Infarmed para a sua utilização nos hospitais nacionais. Isto depois de muitas horas de trabalho em colaboração com o Infarmed. O nível de responsabilidade que o CEIIA assume com este equipamento é muito mais do que o regulamentar." A linha de montagem do CEIIA já produziu mais de 300 ventiladores e vão produzir mais: "Temos muitas encomendas. O objetivo é passá-lo para a indústria nacional, mas em 45 dias não poderíamos fazê-lo.” O projeto contou com um financiamento reembolsável de 2,6 milhões da Agência Nacional de Inovação e de 1,5 milhão de euros de mecenas científicos. “Houve muitas entidades que não responderam ao desafio porque é necessário pagar este empréstimo”. A este primeiro ventilador seguir-se-á o V2, uma versão melhorada, adianta Miguel Braga: “Vamos continuar a produzir ventiladores com parceiros como a Efacec, a Frezite, entre outros, que são nossos parceiros na industrialização. A incorporação de peças nacionais vai crescer na versão V2, muito mais sofisticada com um design super avançado, porque queremos aproveitar esta oportunidade para colocar o Atena no nível dos melhores ventiladores do mundo.” O Atena quer ser um ventilador com selo europeu, acrescenta Helena Sil-

va: “Queremos que o produto seja um produto com marca CE, de Portugal para a Europa. Apresentámos um projeto europeu também com fornecedores de tecnologia avançada nesta área. Numa situação de crise não queremos depender de outro continente, por uma questão até de soberania. A soberania é muito importante para a Europa e muito importante para Portugal e é preciso criar condições para a ter. Nós não começamos a ser produtores de produtos altamente avançados da noite para o dia, temos que criar uma cultura e uma cadeia de proximidade.” Com o Atena, nasceu uma nova área de intervenção para o CEIIA, e nasceu também a comunidade 4 Life, que junta pessoas e entidades dos vários setores da sociedade, que disponibilizam o seu conhecimento e tecnologia para o desenvolvimento e industrialização de equipamentos que salvem vidas, tornando Portugal menos dependente da produção de terceiros. “O ventilador é um dos primeiros produtos. Entretanto, já há um capacete para proteger os cirurgiões e os dentistas que está em desenvolvimento e vamos ter outros, que os médicos achem por bem que façamos. Durante a pandemia, abrimos os nossos canais (Facebook e Linkedin) à comunidade 4 Life, criada para articular os mecenas, os parceiros, os médicos e os portugueses que quiseram contribuir para este projeto.” Foram mais de 100 mil os portugueses que contribuíram financeiramente para o projeto. “Achamos que devemos retornar esse valor aos

portugueses e assinámos um protocolo com o Banco Alimentar para doarmos parte das receitas dos ventiladores (mais do que o valor que os portugueses investiram no ventilador) a essa entidade”, informa Helena Silva, frisando que o valor social da nossa tecnologia é muito importante para o CEIIA: “Queremos que este projeto seja um exemplo, que não seja único e que não seja só do CEIIA. Ter uma oportunidade, ser modesto e honesto intelectualmente, procurando quem sabe e quem usa o que nos propomos a fazer, envolvendo as equipas, conseguindo concretizar em pouco tempo, não deixar de ser ambicioso e procurar produzir, partilhar com outros países que podem precisar mais do que nós e ter um modelo de financiamento completamente inovador. Queremos que isto seja um exemplo de como se devem abordar este tipo de projetos, que misturam ciência com tecnologia.” Miguel Braga acrescenta outra vitória do Atena: “A equipa do CEIIA já era unida, mas acho que o projeto do ventilador nos uniu de uma forma exponencial. A forma como vivemos e estamos a viver esta pressão, a emoção que colocámos em tudo isto, no CEIIA, é outra grande conquista, para além do ventilador propriamente dito, remata.

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salienta a engenheira: “Muito do que somos hoje devemos a essa colaboração com a Pininfarina. A nossa componente de design e de estilo vem muito dessa experiência. A nossa equipa que produz os protótipos de classe A, do melhor que existe no mercado, é composta por pessoas que foram formadas lá. Os nossos engenheiros de estruturas também. Portanto, houve uma cultura que partiu dali, e hoje a relação que temos com outros grupos, como o Leonardo, que também é italiano, vem daí.” Ao trabalho com a Pinifarina, somaram-se outros trabalhos com a McLaren, Volkswagen, com o grupo PSA, acrescenta Helena Silva (foto na pág. 37): “Hoje trabalhamos muito de perto com a PSA e com a Volkswagen, ao nível dos interiores dos veículos do futuro.” Também aí “o mote é reter valor em Portugal e puxar pela nossa indústria, para evoluir nas cadeias de valor.” À medida que o CEIIA foi aumentando o seu portefólio de projetos internacionais com os grandes construtores, foi também dilatando a parceria com a indústria nacional. Exemplo disso é a Simoldes, observa Helena Silva: “A Simoldes é portuguesa, é a maior empresa de moldes da Europa e é uma parceira de desenvolvimento do construtor e viu no CEIIA o aliado ideal nesse processo de propor novas soluções para interiores para os modelos de futuro da PSA, da Volkswagen e da Renault. Era mesmo isso que queríamos, ser parceiros da nossa indústria e apoiá-la junto dos seus clientes.” 36 ACT UALIDAD€

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O desígnio da sustentabilidade Além da dinamização da investigação e da indústria em Portugal, a sustentabilidade sempre norteou os projetos criados pelo CEIIA ou em que o centro se tem envolvido, sublinha Helena Silva: “Uma questão que teve a ver com a nossa génese foi precisamente a da sustentabilidade. A ligação à Pininfarina não foi apenas para formar engenheiros para a indústria automóvel, mas também para perceber como é que Portugal se poderia posicionar nesta indústria. Interessou-nos desde logo a questão da mobilidade sustentável, com emissões zero. Nós, em 2004, já falávamos em mobilidade elétrica e em veículos citadinos para ocupar menos espaço nas cidades. Era esse o nosso mind set e evoluiu para a integração entre a mobilidade física, a mobilidade de informação e os suportes energéticos. Interessou sempre ao CEIIA trabalhar para a sustentabilidade: a forma como as pessoas se movem de A para B, sem

emissões, contribuindo para a neutralidade carbónica.” Exemplo disso é o trabalho desenvolvido com a Uber, conta a engenheira: “O primeiro piloto de sustentabilidade da Uber, o Uber Green, foi feito connosco. Desafiámos a Uber a fazer este projeto porque queríamos demonstrar que valorizando as emissões evitadas, se poderia criar valor para o operador e também para outros serviços de mobilidade da cidade. Ou seja, conseguimos sensibilizar os clientes da Uber para o facto de que ao optarem por um veículo elétrico estavam a poupar o ambiente e a ganhar dinheiro, que poderiam usar noutras viagens com a Uber.” Este projeto e este mind set da sustentabilidade foi apresentado na COP 21 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em Lima e depois em Paris, o que fez com que o CEIIA se tornasse numa referência de sustentabilidade para a ONU, até porque tinham também uma plataforma que integrava vários serviços de mobilidade na cidade, o Mobi Me, que entretanto foi vendido à Galp, uma vez que não chegaram a acordo para continuar no projeto, em parceria. “O nosso mind set com a Uber Green deu origem à plataforma AYR (Are You Ready), que tem por objetivo a quantificação, valorização e transação de emissões de CO2 evitadas”, recorda Helena Silva, indicando que têm projetos nesse sentido em Matosinhos e em Cascais. “O futuro da mobilidade assenta em conseguir criar valor localmente, valorizando as emissões


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que evito. Achamos que os modelos de negócio devem ser pensados com esta premissa de sustentabilidade. Tudo o que se passa na cidade tem que ter em conta os objetivos da agenda da neutralidade carbónica”, acrescenta. Portugal foi pioneiro em 2008, enquanto primeiro país no mundo com uma rede integrada de mobilidade elétrica de norte a sul do país, com “um sistema e com uma legislação completamente inovadora”, lembra a engenheira, lamentando a posterior travagem: “Fomos e somos um exemplo a nível europeu e a nível mundial. Houve uma estagnação neste domínio porque não houve investimento necessário por não ser considerado estratégico e a rede tornou-se obsoleta. O CEIIA assegurou durante muito tempo a sua manutenção em termos de gestão da rede, mas a certa altura precisava de parceiros para investir. A procura por viaturas elétricas não cresceu tão rápido quanto se esperava e os vários atores neste contexto desinteressaram-se.” Na génese da mobilidade elétrica em Portugal, o CEIIA trabalha na integração da infraestrutura com o veículo do utilizador, como é caso do projeto com a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos: “ Estamos a fazer um trabalho com os utilizadores finais. Seja qual for o modelo e a forma como ele vai evoluir, ele tem que estar sempre focado no utilizador final e tem que ter uma forte componente de sustentabilidade ou seja a fonte de energia que carrega o meu carro, se devo carrega-lo durante a noite ou durante o dia. Estamos a trabalhar nesse sentido e as entidades públicas também querem perceber como deve o Mobi-E (o projeto público de mobilidade elétrica em Portugal) evoluir, perante os veículos que existem e as necessidades dos utilizadores. Acho que vamos dar um importante passo nesse sentido, que considera as fontes de energia.” O CEIIA quis desde o início “produzir um carro português, criar uma marca portuguesa de carros”. Logo no início, surgiu o projeto Vinci, com esse propósito. No entanto, o projeto não foi

além do protótipo, confirma Helena Silva: “Nós queríamos fazer coisas e vimos uma oportunidade interessante quando nos desafiaram a conceber um carro a partir de um retro concept (um Corvette da Chevrolet) e o que nós fizemos foi o que a Pininfarina faz com Ferraris. Acontece que a nossa falta

sante para aprendermos, mas não teve impacto nenhum e todos os projetos em que o CEIIA se envolve têm que ter impacto, no sentido de fixar valor em Portugal ou criar competências que não existam. Percebemos que é também fundamental que os nossos parceiros se sintonizem com a forma como pensamos.”

O carro português que o CEIIA quer pôr a voar em Bruxelas O centro não desistiu de criar um veículo de marca portuguesa, conta Helena Silva: “O nosso objetivo é criar um meio de mobilidade citadino, de marca portuguesa. Temos um consórcio a trabalhar nisso. Chama-se programa BE.” Na senda desse objetivo, o CEIIA, redesenhou em 2009 o Buddy, o carro elétrico de origem norueguesa (Buddy Eletric), que é o mais pequeno veíHelena Silva: culo automóvel do mundo. A versão do CEIIA, com o símbolo português “Portugal tem uma da Ordem de Cristo nas jantes, foi oportunidade única conduzida por Matt Damon no filme de mudar. Tocaremos “Downsizing” ("Pequena Grande Vida"), de 2017. nessa tecla até à Cem por cento elétrico e vocacionado para a mobilidade urbana será também exaustão. O que nos a viatura resultante do Programa BE, difere dos outros é que assinala Helena Silva: “Estamos a desenvolver um road map, para que Portugal nós acreditamos que venha a produzir, a partir da indústria conseguimos chegar nacional, um veículo muito avançado, à solução e queremos que terá a possibilidade de se deslocar na horizontal e na vertical. Será opcioque outros façam parte nalmente dirigido, 100% elétrico e integrado com plataformas de gestão, para da solução.” que seja possível pagar o carregamento das baterias, através da fatura de eletricide experiência fez com que o projeto dade. Esperamos ter alguma coisa para ficasse por ali. O nosso objetivo não é mostrar em Bruxelas, nomeadamente a fazer protótipos, mas sim ‘produtizar’, capacidade de voar deste veículo, para o ou seja conceber, desenvolver e depois ano, quando Portugal for presidente do chegar à fase de replicar na indústria.” Conselho da União Europeia (primeiro A responsável técnica considera que foi semestre de 2021). uma oportunidade de aprendizagem: “Aprendemos que quando entramos Engenharia aeronáutica e aeroespanum projeto ele tem que efetivamente cial made in Portugal e by Portugal Aos projetos na área automóvel, rapifixar valor em Portugal coisa que o Vinci não fez. Foi um exercício interes- damente se juntaram os de aeronáutica, JULHO DE 2020

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80% do volume de negócios destina-se a desenvolvimento de produto O volume de negócios do CEIIA anda “em torno dos vinte milhões de euros”, indica Helena Silva, acrescentando que este ano, dadas as circunstâncias, não fazem ideia de quanto é que vai ser. Certo é que o centro continuará a investir o grosso do volume de negócios em I&D, diz: “80% do nosso volume de negócios é muito focado em desenvolvimento de produto. Somos um dos maiores investidores de investigação e desenvolvimento em Portugal, segundo o Inquérito para o Potencial Científico e tecnológico nacional do Ministério da Ciência e da Tecnologia.” O objetivo do CEIIA é evoluir para o seguinte modelo de financiamento: um terço é público (atribuído por concurso); um terço oriundo de receitas dos serviços de engenharia e um terço decorrente da valorização da atividade: spin-offs, venda de ativos (exemplo: venda do Mobi Me).

tirando partido da afinidade entre os dois setores, observa Helena Silva: “As matrizes industriais entre o setor automóvel e do setor da aeronáutica cruzam-se muito e as características da nossa indústria são importantes para a indústria aeronáutica. O facto do tecido industrial ser feito sobretudo de PME dá-lhes flexibilidade para poderem trabalhar para vários setores. Nós criámos uma base de engenheiros aeronáuticos que possibilitou, por exemplo, que Portugal participasse no desenvolvimento do maior avião da Embraer, o KC-390 [foto na pág. seg.], e que a partir daí conseguíssemos atrair para Portugal a produção de três importantes módulos e isso foi histórico. Se nós não tivéssemos estado envolvidos na negociação com a Embraer em 2008 e em 2009, hoje não estaríamos a produzir dois terços da estrutura do KC-390. O grosso está a ser produzido na OGMAIndústria Aeronáutica de Portugal, e em Évora estão a produzir outros componen38 ACT UALIDAD€

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Helena Silva, explica que, em Portugal, o Estado criou as figuras dos centros de interface, mais ligados à economia, e dos laboratórios colaborativos, mais ligados à ciência e à tecnologia: “O CEIIA tem um pezinho em cada um deles pela abrangência que temos da cadeia de valor toda. Somos vistos como laboratório colaborativo, a montante, muito ligados às universidades e investigação aplicada, e a jusante, como ligação ao mercado. Fazemos a ponte entre as universidades e as empresas. Por exemplo quando falamos em desenvolver um novo avião em parceria com a brasileira Desaer, estamos a desenvolver produto, vai haver muita investigação aplicada, mas também estamos a servir de alavanca para a nossa indústria.” O CEIIA colabora com todas as universidades do país e algumas do estrangeiro, como o MIT, por exemplo.

tes também para a Embraer. O CEIIA certificou, pela primeira vez em Portugal, aeroestruturas segundo as normas internacionais de aeronáutica. Concebemos, desenvolvemos, estamos a produzir e vamos estar ligados ao ciclo de vida do avião, ou seja, tudo o que seja customizações para novas missões. De cada vez que haja uma venda deste avião, que tenha a ver com estes módulos, Portugal vai estar lá.” Reter o talento nacional Miguel Braga reforça a importância de reter o talento nacional: “Portugal forma engenheiros de referência internacional, ao nível dos melhores do mundo. Isso já acontecia antes do CEIIA, mas não tínhamos grandes projetos para fixar esses talentos em Portugal. Isso começou a acontecer, por exemplo na aeronáutica. O CEIIA é um dos maiores empregadores de engenheiros de aeronáutica (Universidade da Beira Interior) e aeroespacial (Instituto

Superior Técnico de Lisboa) em Portugal. O maior valor acrescentado que o CEIIA confere ao país é o facto de empregar hoje cerca de 90 engenheiros aeronáuticos portugueses, que de outra maneira estariam a trabalhar fora de Portugal. Se não fosse o CEIIA, não havia capacidade de absorver estes recursos. A retenção de talento faz-se, na prática, com projetos. Hoje é mais importante ter projetos que aliciem os profissionais, do que propriamente a questão remuneratória. Esse foi o grande segredo do CEIIA”. Miguel Braga é formado em Direito e em Gestão e juntou-se à equipa do CEIIA há um ano e meio, depois de trabalhar no estrangeiro. Por isso, diz sentir-se à vontade para elogiar o passado do centro, já que não teve responsabilidade nele. “É notável a forma como o CEIIA foi capaz de atrair projetos da Leonardo (helicópteros) e da Embraer (aviões), que mais do que clientes do CEIIA são parceiros, que nos dão um feedback muito positivo do nosso trabalho.” Sendo responsável pela dinamização comercial dos projetos do CEIIA, Miguel Braga acentua que “o maior valor que o CEIIA tem para abordar o mercado, para ganhar parceiros e clientes, não é a habilidade comercial, mas sim a qualidade dos seus engenheiros”. O centro trabalha em estreita articulação com os nossos parceiros e clientes e não falhou mesmo em tempo de quarentena, nota o gestor: “Nestes meses, em que trabalhámos em circunstâncias especiais, em teletrabalho, em muitos casos, o nível de entrega não desceu. Pelo contrário. Fomos exímios e altamente elogiados. Inclusivamente, durante a pandemia, crescemos com os dois clientes de helicópteros que temos. Esses clientes perceberam que era connosco que queriam trabalhar, porque nós entregamos.” Seja no automóvel, seja na aeronáutica, ou noutra área, o posicionamento do CEIIA passa sempre por “apoiar a indústria nacional junto dos seus clientes e também atrair projetos dos grandes construtores para a indústria nacional”, insiste Helena Silva. O objetivo “é sempre ir de A a Z em Portugal, desenvolver produtos e trabalhar com a nossa indústria como


gran tema grande tema

sucede com a Caetano Aeronautics, a ganhar dinheiro, porque OGMA, a Embraer (fábrica de Évora) e os satélites cada vez vão trazer produção para o nosso país. “ ser mais pequeninos, e a O CEIIA quer replicar este processo tecnologia vai ter tempos noutros contextos e em todas as áreas em de desenvolvimento mais que investe. “Isto de criar uma cultura curtos. Cada euro investide produto e uma cultura de engenha- do vai ter que gerar retorria de referência internacional demora no rápido.” tempo”, observa a engenheira, indicanA área dos oceanos do que “o CEIIA não está em todas, assenta numa colaboestá onde existem oportunidades para a ração do CEIIA com a indústria evoluir e para fixarmos valor Universidade do Algarve em Portugal, quer desenvolvendo novos e com a Universidade produtos, quer atraindo grandes progra- dos Açores. Nos Açores, mas aeronáuticos e automóveis para a estão a desenvolver “um projeto super Miguel Braga lembra que o CEIIA indústria portuguesa”. interessante, com a BBC, para o progra- já executa o maior contrato que a ma 'Animals with Camaras', que faz a EMSA (Agência Europeia de Segurança A oportunidade dos oceanos monitorização de animais marinhos de Marítima), sediada em Lisboa, tem em A aeronáutica cruza com a área auto- grande porte (jamantas e tubarões)” (foto vigor no que se refere à vigilância através móvel, da mesma forma que a aeroes- na pág. 36). O CEIIA desenvolve esse de sistemas de veículos autónomos (dropacial cruza com a área dos oceanos, dispositivo que alberga a câmara (que é nes): “É no CEIIA que estão os pilotos e o outra aposta forte do CEIIA, indica a de outro fornecedor) e os sensores com pessoal especializado que controlam estes responsável técnica: “O CEIIA também a Universidade dos Açores. Este produto sistemas e queremos fazer esta capacidaviu aí uma oportunidade, no domínio é enviado para vários outros organismos, de instalada crescer, justamente porque da ciência e da tecnologia, colocando parceiros da universidade. há uma nova oportunidade de mercado os engenheiros aeronáuticos e aeroespaAinda no domínio dos oceanos é incon- com o alargamento da plataforma. Não ciais a trabalhar para o primeiro satélite tornável a oportunidade que Portugal tem que ser uma empresa estrangeira a português, o Infante. O CEIIA tem o tem face à extensão da plataforma con- fazê-lo. Nós podemos fazê-lo.” papel de mobilizar as universidades e a tinental que, a concretizar-se, fará com Na mesma linha, Helena Silva arguindústria para concretizar este projeto, que 98% do território português fique menta que “esta crise veio demonstrar que está na fase de desenvolvimento.” debaixo de água, realça Helena Silva: que nós estamos ao nível dos melhores Dinamizado por um consórcio liderado “Isso não é uma notícia má, é uma do mundo e muitas vezes de forma mais pela empresa aeroespacial portuguesa notícia boa já que implica uma grande apaixonante e mais rápida e isto é uma Tekever, o Infante irá recolher dados área de mar para monitorizar.” Miguel lição aprendida”, acrescentando que o seu marítimos e da superfície terrestre. Braga comenta que “o que está a travar grande objetivo profissional “é mudar o “Esperamos que em 2021 estejamos em o processo e a atrasar a aprovação são as mind set nacional, a cultura de que se condições de lançar o primeiro satélite a negociações em termos internacionais, vem do estrangeiro é bom e Portugal partir dos Açores, que alojará o hub do que se prendem com a demonstração da não presta”. A engenheira observa que espaço”, estima Helena Silva. capacidade que Portugal tem de monito- “há entidades que continuam a pensar A área dos oceanos cruza-se com a área rizar toda essa área e vigiar o território”. como pensavam há três meses e nestes do espaço porque o espaço também tem Essa é a oportunidade que o CEIIA e três meses o mundo mudou em vários novas oportunidades, aponta a engenhei- outras organizações querem potenciar, sentidos”. A mudança representa para ra: “O chamado novo espaço gera opor- diz: “Estamos a trabalhar em tecnolo- Portugal uma oportunidade, advoga: tunidades para empresas que não traba- gia capaz de monitorizar esse espaço. A “Acreditamos muito que apesar disto ser lhavam essa área, antes reservada apenas grande questão é se o aumento de custos uma profunda crise de saúde pública às grandes agências espaciais.” Foi o que relacionados com a vigilância e seguran- e uma profunda crise económica, cuja aconteceu com a Tesla (fabricante de ça da nova área se justifica face ao que dimensão desconhecemos, Portugal tem carros elétricos), que colocou um veículo seremos capazes de retirar desse espaço e uma oportunidade única de mudar. em órbita. O espaço abriu-se ao mercado do crescente conhecimento desse espaço. Tocaremos nessa tecla até à exaustão. e os investidores como Elon Musk (CEO É muito importante que Portugal seja O que nos difere dos outros é que nós da Tesla) entraram neste segmento por- capaz de desenvolver capacidades para acreditamos que conseguimos chegar que sabem que podem ganhar dinheiro explorar ao máximo o território que à solução e queremos que outros façam parte da solução.”  com ele, conclui Helena Silva: “Podem advém da extensão da plataforma.” JULHO DE 2020

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

Morais Leitão e tech4Covid19 levam projeto TeamLoan a hackathon mundial

A pandemia trouxe desafios para várias empresas, colocando muitos colaboradores em situações de lay-off e desemprego. Com o objetivo de fazer o encontro entre equipas que se encontram nesta situação e empresas que viram os pedidos e encomendas multiplicarem-se, surgiu o TeamLoan, um projeto voluntário desenvolvido no âmbito do movimento tech4COVID19. O marketplace digital foi apoiado pela Morais Leitão, que leva, agora, o projeto ao Global Legal Hackathon, uma iniciativa de promoção dos melhores projetos a nível global de combate à pandemia, promovida pelo Finan-

cial Times. A Morais Leitão juntou-se a este projeto desde o início, contribuindo para a sua operacionalização legal e para o esclarecimento das empresas participantes, à luz de alternativas jurídicas aplicáveis. A solução, de utilização totalmente gratuita, distingue-se por pensar o mercado laboral de uma forma completamente diferente, com muito mais flexibilidade, e pelo seu potencial, replicável em outros países e ao longo de um período alargado. Adicionalmente, disponibiliza respostas mais eficientes às necessidades urgentes das empresas, combatendo

o desemprego e fecho de atividades e reduzindo os encargos tanto do próprio Estado, como das empresas. Estes foram os fatores diferenciadores que levaram a Morais Leitão a escolher este projeto para apresentar no Global Legal Hackathon. Esta iniciativa reúne as sociedades de advogados mais inovadoras num teste mundial à colaboração virtual, promovendo a identificação e desenvolvimento de soluções para os desafios mais complexos suscitados pela pandemia, em colaboração com os seus clientes, parceiros e sociedade civil, de uma maneira geral.

Cuatrecasas Acelera procura novas startups A aceleradora de startups legaltech e de alta complexidade jurídica da Cuatrecasas iniciou o processo de inscrições para a quinta edição. A Cuatrecasas Acelera, a primeira aceleradora de startups da Europa promovida por uma sociedade de advogados, e que já impulsionou quase 30 projetos, vai passar grande parte do seu programa ao formato digital. Com o objetivo de manter o nível de qualidade dos processos de seleção e men-

toria, a Cuatrecasas Acelera vai fazer uso das mais avançadas ferramentas tecnológicas. Esta edição vai colocar o foco nas tecnologias blockchain e na inteligência artificial e vai entregar às seis startups selecionadas uma carteira digital com 80 tokens que vão poder ser trocados por assessoria jurídica com base na tecnologia blockchain. O programa vai contar com a colaboração da Netmentora, Microbank e Alastria.

Em trânsito: »

A sociedade de advogados Linklaters promoveu os advogados João Pateira Ferreira e Vera Ferreira de Lima a counsel. João Pateira Ferreira integra a equipa de direito da concorrência do escritório de Lisboa da Linklaters, ao qual se juntou em 2014. A sua prática tem passado pelo apoio a operações de controlo de concentrações de empresas, nacionais e estrangeiras, que operam nos mais diversos setores de atividade e pela assessoria a clientes no âmbito de investigações desenvolvidas pela Comissão Europeia ou pela Autoridade da Concorrência. Já Vera Ferreira de Lima é membro da equipa de direito financeiro e integra o escritório da Linklaters de Lisboa desde 2005. A sua atividade tem estado focada essencialmente nas áreas de direito financeiro, com particular destaque para a área do direito dos valores mobiliários, tendo participado na estruturação de

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O processo de seleção irá valorizar projetos com soluções inovadoras para a advocacia de negócios, de base tecnológica e de elevada complexidade jurídica de outros âmbitos, que ofereçam soluções para a digitalização do negócio e projetos centrados em soluções de tecnologias blockchain e SmartContracts. Para poder participar, as startups devem ter um produto mínimo viável e terem sido constituídas há menos de cinco anos. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

diversas ofertas públicas e privadas de valores mobiliários, quer representativas de capital quer de dívida.

»

Tiago Fiuza (na foto), da equipa de Comercial, Contratos e Concorrência da PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados, foi nomeado como sócio de indústria da sociedade. O novo sócio iniciou o seu percurso na PRA, como advogado estagiário, em 2010. Exerce as suas funções no escritório de Lisboa e lidera aquele departamento no escritório do Algarve.Com esta promoção, a PRA conta agora com 15 sócios e 120 advogados, consolidando ainda mais a sua equipa.


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ADVOCACIA E FISCALIDADE

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“No challenge, no change”

Por Margarita Hernández*

– as tecnologias de informação no tempo pós-covid

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e repente vemo-nos con- 1. Assegurar o teletrabalho para blemas de disponibilidade de finados em casa, deixanlaptops no mercado. os funcionários. Algumas do a rotina de irmos empresas já possuíam pro- 2.Cibersegurança. Independenao nosso local de trabatemente do setor, todas as emprecessos digitais, incluindo um lho todos os dias para sas têm medo de serem atacacerto nível de teletrabalho. o isolamento, sendo necessário das e perderem informações Para outros, foi uma mudança utilizarmos novas ferramentas e críticas sobre seus negócios. retumbante. As ações nesta área processos. Os CIO e CTO concentraram incluíram em quase todos os Essa mudança gerou desafios as suas equipas na revisão de relevantes para a função de IT procedimentos, ferramentas e (tecnologia) das organizações. em garantir a solidez das suas “Se o teletrabalho Conversámos com CIO e CTO infraestruturas. chegou para ficar de empresas de diferentes áreas 3. F erramentas colaborativas. (banca, retalho, energia, serviços, Para ultrapassar a distância, teremos que lidar indústria) para entender como eles todos nos voltámos para elas. com novos desafios, apoiaram os negócios nesta crise e De ter um uso real mínimo as principais lições aprendidas. na maioria das empresas, elas com que muitos traOs desafios que as empresas tornaram-se indispensáveis no balhadores estão já enfrentaram nesses primeiros dias dia a dia de todos os trabalhade confinamento são óbvios: dores virtuais. Os CIO e CTO a confrontar-se. • Como garantir a segurança dos lançaram “pílulas” de treino Quanto ao talento funcionários? e formação para garantir o • Como manter os processos de conhecimento e eficiência na dos profissionais negócio? Ou minimizar a intersua utilização. que vão construir rupção? Ou como apoiar os 4. Impacto nos processos de negócio nas mudanças de pronegócio. Dependendo do o futuro, ele cessos exigidas pelas situações setor, as empresas tiveram um não mudou da crise? impacto maior ou menor nos seus processos de negócio. As • Como garantir o atendimento substancialmente” ao cliente com a qualidade habiempresas no setor alimentar tual? O relacionamento com tere algumas no setor da saúde ceiros? tiveram picos de procura. No casos a expansão da infraestru• Adaptar a previsão de procura ao retalho, ao fechar lojas e armatura de comunicações (VPN) zéns, não houve atividade, mas novo mercado. e, em alguns casos, o forneciOs gestores de tecnologia (CIO foram criados problemas logísmento de dispositivos móveis e CTO) descrevem os eixos de ticos para, por exemplo, receber aos funcionários que não os o material que começava a cheatuação: possuíam. Houve alguns pro-

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opinión

gar da Ásia (compras programadas). Na indústria automóvel, todos sabemos que houve uma escassez de componentes. A tecnologia teve de adaptar os processos de negócios com agilidade, para dar resposta às exigências do momento. Depois de superar– assim esperamos– este estágio, perguntamos aos CIO e CTO entrevistados quais foram as principais lições: • Teletrabalho é viável. O problema não são as ferramentas, mas a filosofia, os processos, para garantir a eficiência da equipa. • A comunicação é fundamental para garantir o compromisso da equipa. Os dailys da manhã– reuniões de meia hora para discutir em equipa– tornaram-se comuns. Promovem a união e a

resiliência organizacional. • É essencial manter o foco no que é importante– remover o que não agrega valor, eliminar longas reuniões– focar na resolução. • Obviamente, proteger os colaboradores e o negócio. A vulnerabilidade nos humaniza. • A pressão pela transformação digital será ainda maior. • As empresas valorizaram mais o papel da área de tecnologia neste processo. • As mudanças foram mais ágeis nas empresas menos hierárquicas. A maioria das empresas está a retornar aos escritórios, pelo menos parte das equipas. A decisão de quanto teletrabalho e como é proposto deve ir além das empresas, uma vez que o impacto

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na sociedade e no meio ambiente, é tão relevante que requer coordenação com iniciativas de cidades sustentáveis. Se o teletrabalho chegou para ficar, teremos que lidar com novos desafios, com que muitos trabalhadores estão já a confrontar-se. Quanto ao talento dos profissionais que vão construir o futuro, ele não mudou substancialmente. Vamos procurar profissionais: • com alta capacidade de aprendizagem; • com adaptabilidade; • capazes de liderar projetos; • com habilidades de comunicação.  *Country Manager Portugal da Pedersen & Partners E-mail: margarita.hernandez@ pedersenandpartners.com

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Imobiliário português continua a despertar interesse dos investidores O imobiliário nacional continua a despertar o interesse dos investidores, que revelam ter disponíveis cerca de sete mil milhões de euros para aquisições em imobiliário comercial no país, de acordo com um inquérito realizado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W). As conclusões mostram que o “apetite” pela aquisição de escritórios e residências de estudantes continua em alta, ainda que as classes que registam um maior aumento da procura sejam a logística, residencial de rendimento e o setor da saúde. Os dados divulgados indicam, também, que os investidores têm perto de três mil milhões de euros em ativos para vender num “futuro próximo”. O inquérito realizado pela consultora

junto de 53 investidores, incluindo fundos de investimento, family offices, gestoras imobiliárias e seguradoras, tinha como objetivo avaliar o impacto da pandemia em Portugal nas intenções de investimento, nos mercados de ocupação e nos níveis de preços para as diferentes classes de ativos imobiliários. Somando as intenções de investimento de todos os participantes, haverá mais de sete mil milhões de euros disponíveis para adquirir imobiliário comercial em Portugal. “Confiantes na liquidez do mercado português”, refere ainda o estudo, os investidores revelaram terem, por outro lado, cerca de três mil milhões de euros previstos em vendas num “futuro próximo”. Um total de 83% dos participantes

considera que o mercado de investimento retomará os níveis de atividade e de preços pré-covid-19 ao longo dos próximos 18 meses, estimando que a descida de preços será mais evidente nas áreas de retalho e hotelaria. Antecipam, por outro lado, que a logística, escritórios e residências de estudantes venham a ter menores oscilações. O estudo indica ainda que 87% dos investidores estudaram oportunidades de investimento durante o período de confinamento, e perto de 63% estava pronto a apresentar ofertas. Quase 50% dos inquiridos não mudou as suas estratégias de investimento, 31% está a reconsiderar o perfil de risco dos investimentos, e 22% está a avaliar outro tipo de ativos. 

Edifício residencial Francisco Metrass direcionado para mercado de arrendamento

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JLL deu já início à comercialização de um novo edifício residencial em Campo de Ourique exclusivamente vocacionado para o segmento de arrendamento. O edifício Francisco Metrass foi construído de raiz, idealizado especificamente para este fim, trazendo ao bairro lisboeta cinco espaçosos apartamentos T3 para arrendar, estimando-se que os novos inquilinos 44 ACT UALIDAD€

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possam entrar já a partir de setembro. Com desenho do arquiteto Falcão de Campos, todos os apartamentos, modernos e luminosos, têm áreas de 133 metros quadrados e dispõem de estacionamento privativo. As vistas desafogadas num dos poucos quarteirões amplamente arborizados de Campo de Ourique são outro atrativo deste edifício, que promete dar um novo impulso ao mercado de arrendamento residencial lisboeta. Este é o primeiro projeto residencial desenvolvido de raiz para arrendamento que a JLL comercializa. Patrícia Barão, Head of Residential da consultora, refere que o edifício “Francisco Metrass é um produto inovador, ao colocar toda a sua oferta para arren-

damento de forma estruturada. Vai ao encontro de uma procura cada vez maior que simplesmente não encontra habitação para arrendar a longo-prazo em Lisboa, ainda para mais numa zona residencial tão disputada como Campo de Ourique. Encontrar apartamentos amplos e pensados de raiz para este mercado, com estacionamento e boas vistas numa zona simultaneamente familiar e cosmopolita, é uma proposta única que muitas famílias não vão querer perder”, comenta a responsável. “Vamos ver cada vez mais projetos direcionados ao arrendamento residencial de longo-prazo em Lisboa”, diz ainda Patrícia Barão, defendendo que “este mercado irá finalmente consolidar-se, podendo ser uma alternativa muito interessante num momento de maior incerteza como o que atravessamos hoje”. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

Blue Boutique Hostel & Suites distinguido com prémio de excelência O Blue Boutique Hostel & Suites acaba de ser distinguido pelo HotelsCombined com o prémio “Recognition of Excellence Award” de 2020. O prémio representa um reconhecimento pelo contínuo desempenho de elevados standards em termos da satisfação do cliente, a nível global. Este prémio não deriva de um ranking , mas sim de uma referenciação de um grupo de “alojamentos deslumbrantes, escolhidos com base num conjunto rigoroso de critérios”, refere a HotelsCombined. O hostel do Estoril, que recebeu 113 apreciações de clientes, obteve um resultado expressivo de nove pontos em 10 possíveis, refere a HotelsCombined.

Este foi mais um dos prémios internacionais recebido pelo Blue Boutique Hostel & Suites, loca-

lizado no Estoril (concelho de Cascais), a cerca de 20 quilómetros de Lisboa.  PUB

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Nexity investe 68 milhões em três projetos de apartamentos no Porto e em Lisboa A

promotora imobiliária francesa Nexity está de regresso a Portugal e prepara-se para investir 68 milhões de euros em três novos edifícios, num total de 299 apartamentos. Dois dos edifícios serão construídos no Grande Porto, e o terceiro na Grande Lisboa, no Dafundo. De acordo com o diretor-geral da empresa, Fernando Vasco Costa, esta é uma “altura de grande desafio”, mas não não um obstáculo, já que continua a existir grande procura no mercado da habitação. A promotora quer continuar a apostar na estratégia de crescimento internacional e “contribuir para a mudança do paradigma da habitação em Portugal, através do desenvolvimento de projetos de larga escala com qualidade”. O objetivo é chegar também aos segmentos da classe média. A Nexity já tinha estado em Portugal

nos anos 2000, e ainda chegou a construir o empreendimento comercial Amoreiras Plaza, em Lisboa, o qual entretanto vendeu. Saiu do país na altura da crise financeira de 2008, e, agora, através dos novos projetos que tem em vista, “quer ser parte da solução para um problema que é a falta de oferta na habitação a preços ajustados às famílias portuguesas”. “Queremos, por isso, representar uma verdadeira mudança, construindo casas junto dos grandes centros urbanos onde, neste momento, essa oferta é praticamente inexistente no país, e a preços que os portugueses possam pagar. Temos a convicção que iremos transformar a oferta de habitação nacional”, afirma ainda Fernando Vasco Costa, durante a apresentação dos três novos projetos da Nexity.No Dafundo, em Lisboa, a empresa vai investir 24 milhões de euros num empreendimento que

terá 61 habitações (T0 a T4+1, entre 40 e 213 metros quadrados) e dois espaços comerciais. Em Leça da Palmeira, no Porto, tem previsto um investimento de 24 milhões de euros para a construção de 108 apartamentos (T0+1 a T4 duplex, cada qual entre os 40 e os 165 metros quadrados) e espaços comerciais. Vai ainda investir num segundo projeto em Leça da Palmeira, num investimento que irá rondar os 20 milhões de euros. Além destes projetos, cuja comercialização deverá arrancar ainda em setembro deste ano, a Nexity tem já outros empreendimentos em desenvolvimento, em Lisboa, Porto e Algarve, destinados ao mercado residencial e de residências sénior, num investimento de mais de 160 milhões de euros, adianta o site Idealista.pt. 

Primeiro edifício do Exeo Office Campus em obra com gestão da Engexpor

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stão já em curso os trabalhos de construção do Lumnia, o primeiro edifício em obra do total de três que compõem o empreendimento Exeo Office Campus, que está a ser promovido pela Avenue no Parque das Nações, em Lisboa. A gestão da construção é assegurada pela Engexpor que tem acompanhado o projeto desde a fase inicial de estudo e conceito, trabalhando em colaboração

com a equipa de projetistas. Ao longo dos próximos meses, a Engexpor irá coordenar a obra do edifício, que deverá estar concluído em agosto de 2021. Serão desenvolvidos 29.321 metros quadrados de área bruta locável de escritórios e 831 metros quadrados de comércio, distribuídos por oito pisos. No topo, serão criados sete rooftops, com zonas de chillout, locais de trabalho e recantos para apreciar a vista sobre a cidade. O edifício integra também dois níveis de estacionamento subterrâneo, com capacidade para 300 lugares para carros e ainda 70 para bicicletas. Miguel Alegria, CEO da Engexpor, considera que “o Exeo Office Campus será certamente uma referência no setor de escritórios em Lisboa, não só pelo

seu caráter moderno e inovador, mas também pela sua dimensão e qualidade. Temos acompanhado o empreendimento desde a fase de elaboração dos projetos e, de facto, reúne todas as características e condições para marcar a diferença numa nova geração de escritórios. O seu compromisso com a sustentabilidade ambiental, tendo como meta obter a prestigiada certificação LEED Gold, é para nós uma responsabilidade acrescida”. O edifício Lumnia é parte do complexo Exeo Office Campus, um projeto inovador assente num conceito que pretende responder às novas formas de trabalhar e viver com espaços que promovem o equilíbrio e fomentam a convivência entre empresas com necessidades diferentes de espaço. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR

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sector inmobiliario

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Exportações de vinhos portugueses crescem para 185 milhões de euros

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s exportações de vinhos portugueses cresceram 2,1% em valor no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2019. De acordo com dados disponibilizado pela ViniPortugal – Associação

Interprofissional para a Promoção dos Vinhos de Portugal, as vendas para o exterior ultrapassaram os 185 milhões de euros, no mesmo período. A subida em volume foi ainda mais acentuada, registando-se um salto de 4,4% no número de garrafas exportadas entre janeiro e março. Quanto ao destino das exportações, a ViniPortugal indica que a União Europeia teve um comportamento oposto ao verificado nos países extra-UE, como o Canadá, os EUA, o Brasil, a China, entre outros. Na UE, as vendas caíram 14,4% em valor, ao

passo que fora desta região houve um aumento de 22,8%, para quase 99 milhões de euros. A Coreia do Sul (mais 44,2%) foi o país com o crescimento mais elevado, seguindo-se México (34,7%), EUA (18,8%), Japão (15,4%) e Canadá (12,0%). No espaço da União Europeia, a ViniPortugal destaca a Suécia, com um crescimento de 26% em valor. Por outro lado, as maiores quebras verificaram-se na Dinamarca (-23,4%), China (-29,7%), Macau (-52,1%) e Rússia (-36,6%). Quanto a preços, a Coreia do Sul foi o destino de maior preço médio (6,21 euros), seguida por Hong Kong (5,82 euros), Dinamarca (4,59 euros) e Macau (2,92 euros). 

Herdade das Servas lança primeira edição do Sangiovese rosé A

família Serrano Mira – proprietária da Herdade das Servas, no Alentejo, e da Casa da Tapada, nos Vinhos Verdes – anuncia a chegada do seu Sangiovese ao mercado. O produtor apostou na sua vinificação em rosado, nascendo assim o Herdade das Servas Sangiovese rosé. Porque a produção de vinhos exige experimentação, a equipa de viticultura e enologia da Herdade das Servas foi fazendo as suas com Aragonez, Syrah e Touriga Nacional, mas o resultado conseguido com o Sangiovese surpreendeu e veio para ficar. Com enorme potencial, a Sangiovese ocupa cerca de dois hectares da Vinha das Servas. O Herdade das Servas Sangiovese rosé 2019 destaca-se pela sua vinificação, sendo que 40% do mosto 48 ACT UALIDAD€

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fermentou em barricas de carvalho francês usadas, seguido de estágio sur lies , com battonage durante três meses. Para o enólogo da casa, Ricardo Constantino, a opção de barricas de terceiro e quarto anos permitiu conferir a este vinho a gordura e untuosidade necessárias para integrar a elevada acidez, tão típica da casta, mas sem perder o seu lado cítrico. É um rosé fresco, frutado, mineral e seco, com um final de boca elegante e persistente, pensado para a mesa e com capacidade de evolução em garrafa. Para beber agora ou guardar para sentir novas emoções. Um rosé que brilha na sua cor salmão claro. Prima pelas

notas florais e aromas de framboesa e groselha. O preço de venda ao público recomendado é de 10 euros e froam produzidas apenas 3.500 garrafas. O Herdade das Servas Sangiovese rosé 2019 é ideal para a mesa e pode acompanhar uma refeição quase do início ao fim, ao harmonizar bem com saladas, massas, sushi e carnes brancas. 


vinos & Gourmet

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Vinhos & Gourmet

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Rota da Bairrada lança “Guia de Enoturismo 2020” e reabre com selo “Clean & Safe”

umprindo as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, é tempo de recomeçar a vida normal. A assinatura de comunicação da marca Bairrada é “Terras de bem-viver” e, mais do que nunca, a região está empenhada em que

Vinhos do Tejo continuam a crescer cá dentro e lá fora O s tempos são de expetativa quanto ao futuro, mas, até à data, a região dos Vinhos do Tejo continua a crescer cá dentro e lá fora, fruto de um trabalho conjunto e continuado, que produtores e Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) tem vindo a desenvolver nos últimos anos. O primeiro quadrimestre deste ano dá conta de um aumento de 76% na certificação de Vinhos do Tejo, face ao período homólogo de 2019. De janeiro a abril de 2020, a CVR Tejo certificou quase 10,4 milhões de litros. Em todo o ano de 2018, o valor total foi de 13,5 milhões, e, em 2019, ascendeu aos 23,3 milhões de litros. Um crescimento que tem sido pautado pela chegada de novos players à região – por reconhecerem

o seu enorme potencial – e pelo compromisso de produtores de grande dimensão, como as três maiores adegas cooperativas da região e os maiores produtores privados, que têm certificado cada vez mais vinhos, aportando valor ao território, à fixação de pessoas e, por conseguinte, à economia local. “Nota para o facto de a região produzir cerca de 61 milhões de litros, pelo que ainda há muito espaço para crescer em termos de certificação”, adianta a associação dos Vinhos do Tejo. “Embora tivesse havido um abrandamento das vendas devido à pandemia de covid-19 e, em especial, no canal horeca, onde as margens são bastante mais inte-

do aos visitantes – e até aos residentes – a consulta e o planeamento das suas descobertas. O guia acompanha as tendências e surge em formato digital, estando disponível para consulta e download no site da Rota da Bairrada. Sendo a Bairrada um território vínico por excelência, é o enoturismo que dá mote a este guia, que destaca outros pontos de interesse, como a reconhecida gastronomia, a riqueza natural e cultural, e a vasta oferta de alojamento de qualidade, desde hotéis, apartamentos turísticos, unidades de agroturismo e alojamento local. De entre os associados da Rota da Bairrada, são 26 os produtores de vinho representados, 28 restaurantes e assadores, 17 unidades de alojamento, 4 empresas de animação e uma agência de viagens. Tudo isto dentro dos oito municípios que compõem a região e que também têm papel de destaque no guia, com a identificação de “Seis coisas a não perder” em cada um deles. 

Foto Goncalo Villaverde

C

isso aconteça. E também tempo de voltar a “bem-receber”. Como porta de entrada, por excelência, para levar à descoberta da região, a Rota da Bairrada já reabriu os seus dois espaços, ambos com o selo “Clean & Safe”, atribuído pelo Turismo de Portugal: na Curia e en Oliveira do Bairro. Numa primeira fase, as undidades estarão abertas com horário reduzido e com algumas restrições em termos de atividades – não haverá lugar a provas de vinhos e aos jogos didáticos. Mais tarde, deverão reabrir com total normalidade. Para já, é possível comprar vinho e demais produtos, assim como consultar a equipa da rota para criação de roteiros, marcação de visitas e estadias, bem como outros pedidos. A antecipar esta reabertura, a rota lançou o “Guia de Enoturismo Bairrada 2020”, uma ferramenta de promoção do território, que reúne a oferta turística de forma sucinta e muito prática, facilitan-

ressantes para os agentes económicos, as vendas de Vinhos do Tejo têm aumentado, em especial na grande distribuição (off trade), onde o Tejo já está bem representado”, adianta a mesma fonte. Também os números relativos à exportação no primeiro quadrimestre foram bastante positivos, com um aumento na ordem dos 39%, onde se destacaram mercados como França, Brasil, Suécia, China, EUA, Reino Unido, Polónia e Angola. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

50 ACT UALIDAD€

JULHO DE 2020


vinos & Gourmet

Vinhos & Gourmet

JULHO DE 2020

AC T UA L I DA D € 51


opinião opinión

Por Cláudia Costa Santos*

A mudança que faz a diferença

A

necessidade de luta pela afirmação e valorização da profissão de arquiteto na sociedade portuguesa é uma realidade. Esta tensão é o reflexo da conjugação de vários fatores, entre os quais, uma concorrência desleal crescente, a precariedade laboral, a desumanização do trabalho ( enquanto reação a uma ação de economia de mercado desregulada, reduzindo a condição humana e social às relações de transação e a atividade de arquitetura enquanto forma de produção de um bem consumível totalmente divorciado da sua função social), a arrogância da burocracia e da tecnocracia no poder, o elitismo cultural, que persistem desde há vinte anos até aos nossos dias. A consciência de que a sociedade está a mudar obriga-nos a mudar também e, principalmente, a compreender que tipo de mudança é essa. Assim, tornou-se fundamental primeiro conhecer o estado atual da profissão, fundamentando e assegurando uma estratégia de futuro com vista à sustentabilidade e viabilização futura da profissão de arquiteto. É preciso mudarmos para alcançarmos um resultado diferente no futuro. E, essa mudança começa na análise ao resultado do diagnóstico: o estado 52 ACT UALIDAD€

JULHO DE 2020

da profissão de arquiteto em Portugal, não se deve só à natureza conjuntural, mas sistémica. Entre as dificuldades de adaptação da profissão a uma rivalidade competitiva feroz, decorrente da liberalização económica europeia e de uma atividade promovida sobretudo pela sua componente artística. De fora, têm ficado as questões de defesa dos profissionais, da arquitetura enquanto atividade económica e da sua necessidade social. O Plano Estratégico para o Setor da Arquitetura, no espaço temporal de 2018-2038 (PESA), estende-se por áreas distintas, embora profundamente interrelacionadas. Materialmente, apresenta-se como um projeto de estratégia económica, reclamando esta filiação para defender a sua coerência interna e o seu lugar num espaço político, social e económico. De uma perspetiva temática, deriva de um estudo sobre a evolução da classe profissio nal de arquiteto em Portugal, gerador de um conjunto de teses sobre a formação e o ensino, sobre a respetiva relação com outros setores económicos, sobre a contextualização no mercado europeu, sobre as sociedades profissionais, o emprego e respetiva dimensão remuneratória.

A orientação geral é a de que para enfrentar e superar os próximos tempos não basta um programa de ajustamento à atual forma de estar e de atuar. Importa que a natureza deste plano tenha uma intervenção estrutural de execução a médio e longo prazo, construído com uma visão estratégica partilhada e o envolvimento do conjunto de outras organizações de concertação social, política (com os organismos do Estado) e educacional (nas dimensões social, académica, empresarial e sindical), para se alcançar a transversalidade dos objetivos, e conferir realidade coletiva ao somatório dos projetos individuais de cada organização. Propõe-se um setor sustentável, com ambição de um futuro economicamente competitivo, qualificado, socialmente justo e culturalmente desenvolvido. Propõe-se uma nova cultura organizacional, composta por uma visão diferente, com um pensamento que leva a uma nova atitude para atingir os objetivos, para que assim possamos ultrapassar os obstáculos presentes e vindouros. O futuro está na renovação da confiança na profissão.  *Presidente do Conselho Directivo Regional Norte da Ordem dos Arquitectos E-mail: norte41@oasrn.org


opiniรณn

opiniรฃo


Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

BMW Série 2 Grand Coupé Para as famílias mais jovens Estreada em 2012 nos Série 4 e Série 6, e depois alargada à Série 8, a designação Gran Coupé chega agora ao Série 2.

H

Fotos DR

erdeiro de uma linhagem que começou com o Série 6 Gran Coupé e que teve no Série 4 Gran Coupé o modelo mais bem sucedido de uma família que já vendeu 400 mil unidades, o novo Série 2 Gran Coupé pretende ser uma alternativa mais familiar, mas igualmente dinâmica, ao Série 1 ou servir de porta de entrada às berlinas da BMW, para quem não quer ou não pode ter um Série 3. O Série 2 Gran Coupé partilha a maioria dos órgãos mecânicos com os Série 1 e restantes membros da família Série 2, mas com 4,52 metros de comprimento e 430 litros de mala, este pequeno familiar coupé, de linhas dinâmicas e atraentes tem um público alvo bem definido. Para 54 ACT UALIDAD€

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a BMW, o Série 2 Gran Coupé deverá apelar maioritariamente a homens, na faixa etária entre os 30 e os 40 anos, e a famílias jovens que valorizem a versatilidade de utilização, mas que não se reveem numa berlina tradicional.

É este o posicionamento que, na prática, o novo Série 2 Gran Coupé ocupa no seio da gama BMW, já que é cerca de quatro mil euros mais caro do que as versões equivalentes do Série 1 e três mil euros mais acessível do que um congéne-


sector automóvil Setor automóvel

re da Série 3. Mas limitar o leque de potenciais clientes deste Série 2 Gran Coupé ao intervalo referido é, no mínimo, redutor. Em relação ao visual, a dianteira mantém-se fiel ao hatch. Mas, a partir de metade da carroceria, as linhas seguem para uma traseira mais longa e de queda suave, similar aos dos seus irmãos mais velhos. Em termos tecnológicos, o Série 2 Gran Coupe oferece, de série, um ecrã central de 8,8 polegadas. Já quando se opta pelo BMW Live Cockpit Plus o Série 2 Gran Coupé passa a dispor do BMW Intelligent Personal Assistant que é baseado na versão 7.0 do BMW Operating System, e que traz consigo dois ecrãs de 10,25 polegadas (um para o painel de instrumentos 100% digital).

Tal como é habitual na gama BMW estão disponíveis várias linhas de equipamento. O tradicional pacote M-Sport e uma vasta lista de itens opcionais fazem também parte do Série 2 Gran Coupé. Em Portugal, o Série 2 Gran Coupé está disponível nas variantes 220d (47 mil euros), equipado com o conhecido quatro cilindros 2.0 diesel de 190 cavalos; 218i (36.500 euros) com o três cilindros 1.5, a gasolina com 140 cavalos e, no topo da oferta, por 61 mil euros, o M235i xDrive, o mais potente 2.0 a gasolina da casa bávara, com uns impressionantes 306 cv e pico de binário de 450 Nm de binário. O ponta de lança da gama, equipado com o 1.5 diesel de três cilindros, capaz de 116 cv, e que terá um pre-

ço de entrada de 39 mil euros. No que diz respeito à transmissão, a versão 218i surge de série com uma caixa manual de seis velocidades, com a opção de poder contar com uma caixa de dupla embraiagem Steptronic de sete velocidades. Já o 220d e o M235i xDrive recorrem ambos à caixa automática de oito velocidades Steptronic (na versão Sport, no caso do M235i xDrive). No M235i xDrive, este conta, para além da tração integral, com um diferencial Torsen, o sistema ARB de controlo de tração da BMW e travões M Sport. Tudo isto num carro capaz de cumprir os 0 aos 100 km/h em 4,9 segundos e que atinge os 250 km/h de velocidade máxima.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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AC T UA L I DA D € 55


intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero-abril de 2020

S

e acaban de hacer públicas las estadísticas oficiales españolas relativas al comercio exterior español para el conjunto del primer cuatrimestre del año 2020. En lo que al comercio hispano portugués se refiere se verifica una considerable reducción en los flujos comerciales ocasionada por el impacto económico de la crisis sanitaria del covid-19 que tan duramente está fustigando nuestras economías. Se habrá de destacar que en este mes de abril y en relación a igual periodo de 2019 las ventas españolas sufrieron una quiebra del -42% y en relación al mes de marzo de este mismo año esta fue de -33%. A su vez, las compras españolas registraron un descenso de -37% en este mes de abril de 2020 respecto a igual periodo del año pasado y en

relación al mes de marzo de este año la quiebra superó los -37%. En términos acumulados, es decir si comparamos el primer cuatrimestre de este año con igual periodo del 2019 la evolución también fue negativa, de -13,2% en las ventas españolas y de -5,2% en las compras. Estamos, pues, ante un año excepcional y las ultimas perspectivas anunciadas por diferentes organismos indican una reducción del comercio exterior español del -13,3% y una fuerte recuperación en 2021 del 21% a 24%. La tasa de cobertura en este primer cuatrimestre del año se situó en los 176% favorable al mercado español y representa, a su vez, un excedente comercial que supera los 2.653 millones de euros. En los cuadros 2 y 3 se recoge la

distribución geográfica del comercio exterior español y en ambos documentos, Portugal mantiene su consolidada posición de cuarto cliente del mercado español con un volumen de compras de 6.140,82 millones de euros (7,3% del total de las ventas española) y la octava posición en el ranking de proveedores, con una cifra que supera los 3.487,56 millones. En la distribución sectorial del comercio bilateral (cuadros 4 y 5) cabe destacar el peso del sector automóvil partida 87-Vehiculos automóviles, tractor que lidera ambos rankings, en el caso de las ventas españolas a Portugal su peso relativo supera los 9,2% sobre el total de las ventas que se situó en los 565,4 millones de euros y en el caso de las compras españolas el peso relativo fue del 11,1% sobre el total de las

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en enero-abril de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19

Saldo 19

Cober 19 %

ene

1 778 762,75

1 003 845,34

774 917,41

177,19

1 742 735,34

913 960,29

828 775,05

190,68

feb

1 724 629,55

1 005 714,30

718 915,25

171,48

1 706 821,40

873 899,16

832 922,24

195,31

mar

1 581 766,04

906 741,35

675 024,69

174,45

1 812 053,31

984 166,48

827 886,83

184,12

abr

1 055 661,19

571 257,22

484 403,97

184,80

1 810 815,75

906 315,91

904 499,84

199,80

may

1 951 251,80

999 087,41

952 164,39

195,30

jun

1 894 918,30

892 750,62

1 002 167,68

212,26

jul

1 888 569,00

1 057 136,40

831 432,60

178,65

ago

1 572 644,63

694 691,19

877 953,44

226,38

sep

1 809 737,87

1 004 127,43

805 610,44

180,23

oct

2 077 533,09

1 104 109,06

973 424,03

188,16

nov

1 868 799,77

1 020 269,73

848 530,04

183,17

dic

1 769 405,43

973 285,64

796 119,79

181,80

21 905 285,69

11 423 799,32

10 481 486,37

191,75

Total

6 140 819,53

3 487 558,21

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

56 ACT UALIDAD€

JULHO DE 2020

Saldo 20

2 653 261,32

176,08


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - enero-abril 2020

compras españolas a su vecino Portugal que arrojaron un valor total de 386,3 millones de euros. En la oferta española cabe destacar la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos (433,1 millones de euros), la partida 85-Aparatos y material eléctricos (398,2 millones) 39-Mat. plásticas; sus manufacturas (344,8 millones) y en la quinta posición la partida 27-Combustibles, aceites minerales (277,6 millones). Este conjunto de cinco partidas representa el 33% del total de la oferta española al mercado portugués. A su vez, en la demanda española destacan la partida 27-Combustibles, aceites minerales (264 millones de euros), seguida de la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos (252,1 millones), la 39-Mat. plásticas, sus manufacturas (251 millones) y la 72-Fundición, hierro y acero (154,1 millones). También este conjunto de cinco partidas tiene un peso importante en el comercio hispano portugués habiendo superado los 1.307,5 millones de euros, lo cual representa el 37% del total de las compras españolas. En el apartado dedicado a la distribución geográfica por Comunidades Autónomas, encabeza la lista de la oferta española a Portugal la comunidad de Cataluña, con 1.319,4 millones de euros (21,5% sobre el total de la oferta española), seguido de la comunidad de Madrid, con 1.013,8 millones (16,5%), y Galicia, con 855,2 millones (13,9%). En la demanda española, se mantienen las mismas posiciones, y este conjunto de tres comunidades autónomas, con una cifra de compras que supera los 1.665,8 millones de euros, representa el 48% de la demanda española. 

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - enero-abril 2020 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

12 623 979,63

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

2

004 Alemania

9 300 461,56

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

264044,53

3

005 Italia

6 568 500,84

3

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

252066,55

4

010 Portugal

6 140 819,53

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

251010,89

5

006 Reino Unido

5 633 807,39

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

154146,87

6

400 Estados Unidos

4 147 571,79

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

145412,18

7

003 Países Bajos

3 055 907,39

7

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

131916,01

61 PRENDAS DE VESTIR, DE PUNTO

110660,73

8

204 Marruecos

2 395 924,07

8 9

9

720 China

2 291 486,49

10

017 Bélgica

2 271 644,40

11

060 Polonia

1 921 386,15

12

039 Suiza

1 758 166,15

13

052 Turquía

1 250 388,08

14

412 México

1 119 194,66

15

952 Avituallamiento terceros

1 057 467,88

386243,26

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

108579,36

TOTAL

3 487 558,21

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - enero-abril 2020 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

565404,99

16

951 Avituall.y combust.intercambios comunitarios

888 067,65

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

433141,05

17

732 Japón

835 506,84

3

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

398241,59

18

030 Suecia

779 912,75

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

344807,12

19

061 República Checa

779 341,90

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

277558,05

20

508 Brasil

730 828,33

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

232550,21

SUBTOTAL

65 550 363,48

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

215043,33

TOTAL

83 946 669,50

8

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

169320,55

9

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

3.Ranking principales países proveedores de España - enero-abril 2020 Orden País

166341

TOTAL

6 140 819,53

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe

1

004 Alemania

11 297 497,65

2

001 Francia

9 600 704,22

3

720 China

8 751 494,79

4

400 Estados Unidos

5 610 167,35

5

005 Italia

5 548 754,38

6

003 Países Bajos

4 132 632,15

7

010 Portugal

3 487 558,21

8

006 Reino Unido

3 138 975,12

9

017 Bélgica

2 278 170,52

10

204 Marruecos

2 153 954,46

11

052 Turquía

2 131 747,99

12

060 Polonia

1 778 329,70

13

288 Nigeria

1 669 171,55

14

664 India

1 267 204,78

15

412 México

1 221 736,32

16

959 Países y territorios no determinados.Intraco.

1 219 325,05

6.Evolución del intercambio comercial de España - enero-abril 2020

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - enero-abril 2020 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 19

COMPRAS ESPAÑOLAS 19

17

061 República Checa

1 184 397,62

Cataluña

1 319 425,66

Cataluña

18

039 Suiza

1 167 817,00

Madrid, Comunidad de

1 013 785,54

Madrid, Comunidad de

555 617,84

19

508 Brasil

1 154 266,62

Galicia

855 159,40

Galicia

531 951,56

20

732 Japón

1 145 773,05

Andalucía

627 401,20

Andalucía

383 093,57

424 815,06

Castilla y León

285 078,45

418 807,83

Comunitat Valenciana

257 685,90

SUBTOTAL

69 939 678,53

Castilla-La Mancha

TOTAL

93 126 118,07

Comunitat Valenciana

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

578 276,79

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

JULHO DE 2020

AC T UA L I DA D € 57


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Empresas españolas de material agrícola

DP190801

Empresas de fabricación de productos rotomoldeados

DP190802

Empresas fabricantes de utensilios de jardinería domésticos

DP190901

Empresas españolas que aporten nueva tecnología al sector agrario

DP200501

Fabricantes de artículos para fiestas de niños

DP200201

Distribuidores de infusiones y tés

DP200301

Oferta de trabajo para el cargo Team Leader - Mercado español

OP200301

Empresas españolas de artículos hospitalarios de alta tecnología

DP200302

Empresas españolas de piscicultura (acuicultura)

DP200401

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas fabricantes de cosméticos Empresas portuguesas fabricantes de toalhas Empresas portuguesas de calçado Empresas portuguesas distribuidoras de cafés de Africa, Brasil e Timor Empresas que vendam roupa usada e também panos para limpeza Empresas portuguesas no sector industrial Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa

DE190701 DE190702 DE190801 DE190802 DE191001 DE191002 DE191003

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

58 ACT UALIDAD€

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oportunidades de negocio

oportunidades de negĂłcio

JULHO DE 2020

AC T UA L I DA D â‚Ź 59


calendário fiscal calendario fiscal >

Julho Declaração a enviar/Obrigação

Prazo Imposto Até

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em maio/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de junho/2020

Entidades empregadoras

10

IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a junho/2020

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

13

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em junho/2020

Sujeitos passivos do IVA

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT

15

IRC/IRS/ IVA/Selo

IES /Declaração Anual, referente ao exercício de 2019

Sujeitos passivos do IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil e sujeitos passivos do IRS com contabilidade organizada

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o envio da declaração IES/DA pode ser feito até 7 de agosto de 2020

20

IRS/IRC/ selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em junho/2020

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

20

Segurança social

Pagamento das contribuições relativas a junho/2020

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas relativas ao covid-19, pode haver pagamento das contribuições diferidas devidas nos meses março, abril e maio/2020

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em junho/2020

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no segundo trimestre/2020

Contribuintes do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens não tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

20

IRS

Primeiro pagamento por conta do IRS 2020

Sujeitos passivos de IRS com rendimentos empresariais e profissionais

31

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em maio/2020

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de nº de identificação fiscal especial para o não residente

31

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

31

IRC

1º Pagamento por conta do IRC de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil.

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o 1º pagamento por conta pode ser feiro até 31 de agosto

31

IRC

1º Pagamento adicional por conta (derrama estadual) do exercício de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que tenham tido no ano anterior um lucro tributável superior a 1.500.000 €.

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o 1º pagamento adicional por conta pode ser feito até 31 de agosto

31

IRC

Declaração periódica mod. 22, referente ao exercício de 2019

Sujeitos passivos do IRC

Prazo excecional, no âmbito das medidas de flexibilização – Covid-19

60 ACT UALIDAD€

JULHO DE 2020


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

BE190129

F

Data de Nascimento Línguas FRANCÊS/ ESPANHOL

Área de Atividade PROFESSORA DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

BE190130

F

18/12/1992

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

LOGÍSTICA

BE190131

M

01/11/1982

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

CONSULTOR DE NEGÓCIOS

16/11/1992

BE190132

F

ESPANHOL/ INGLÊS/PORTUGUÊS

ADMINISTRATIVA

BE190133

F

ESPANHOL/ INGLÊS

TÉCNICO DE RECURSOS HUMANOS

BE190134

F

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

PEDAGOGA EM RECURSOS HUMANOS

BE190135

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

JORNALISMO

BE190136

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

MARKETING E COMUNICAÇÃO

BE190138

F

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO E ATENÇÃO AO CLIENTE

BE190139

F

17/03/1992

ESPANHOL/CATALÃO/VALENCIANO

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

BE190140

M

18/02/1977

ESPANHOL/ PORTUGUÊS / INGLÊS

ENGENHEIRO CIVIL

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

Partilha de sabores do País Basco,

numa mesa portuense

“Sagardi” significa sidra, um dos trunfos gastronómicos do País Basco. No Porto, Sagardi Cozinheiros Bascos é o nome do espaço que serve várias outras iguarias desta região espanhola, recriando na Ribeira o ambiente de uma típica taberna basca.

“Q

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

uem serve uma sidra, segura “É uma sidra menos doce e mais intensa, servimos”. O Sagardi chega ao Porto pelas mãos o copo (ou copos) numa das mais autêntica e sem gás adicionado”, mãos e a garrafa de sidra, sustenta Cláudio Lopes, informando dos irmãos Iñaki e Mikel López de na mão contrária, vai sendo que “o consumo de sidra por cá não Viñaspre, “entusiastas e verdadeiras afastada dos copos, fazendo é tão forte como no País Basco, mas referências da gastronomia basca”. Os quase uma ‘cascata’”, explica Cláudio temos sentido que as pessoas se inte- mesmos que em 1994 abriram o resLopes, diretor de operações do grupo ressam, provam e gostam da sidra que taurante Irati, em Barcelona, iniciando dois anos depois o grupo Sagardi, que Sagardi em Portugal. Esta ação, tão atualmente junta 32 restaurantes de característica da cultura basca, acontece cerca de 15 marcas (incluindo o Vinum também no Porto, onde o grupo, com e o Sagardi Cozinheiros Bascos), espamais de 25 anos de experiência em reslhados pelo mundo. “Acreditamos que tauração, abriu o seu primeiro espaço a força da gastronomia basca, dada pela em Portugal, em nome próprio, no ano sua autenticidade, generosidade e, claro, passado, a somar ao espaço que gerem qualidade é capaz de encantar em qualem parceria com o grupo Symington quer parte do mundo”, frisa Cláudio Family Estates: o Vinum Restaurant & Lopes, acrescentando que o grupo leva Wine Bar (Gaia). a “bandeira” da autêntica gastronoSagardi Cozinheiros Bascos é o que mia basca às cidades espanholas de o nome promete: uma viagem por Barcelona, Madrid, Valência, Ibiza e algumas das iguarias do País Basco. A Sevilha, mas também a Buenos Aires, palavra basca “sagardi” significa sidra e Londres, México, Porto e Amesterdão. a que se serve no restaurante localizado Em todos os restaurantes do grupo, a na Ribeira portuense, perto do Palácio preocupação é o respeito pelas origens da Bolsa, é “fabricada artesanalmente da gastronomia basca, como sugere na sidraria Zapiain, em Astigarraga”, Cláudio Lopes: “A missão do chefe é reconhecida como a “capital” da sidra.

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espacio de ocio

sempre fazer brilhar o produto, sem grandes intervenções e respeitando-o ao máximo. É por isso que a qualidade do produto é essencial para nós e só se consegue com a escolha criteriosa de tudo o que entra na cozinha e dos respetivos fornecedores, que são em grande parte produtores locais, portugueses, e também de localidades espanholas. A frescura e qualidade do produto são o melhor ponto de partida para que não sejam necessárias grandes sofisticações para conseguir um excelente prato. É esta cultura que o Sagardi partilha com as suas equipas e chefes que lideram as suas cozinhas, incluindo no Porto. O restaurante do Porto segue em tudo o que o grupo implementa em todos os seus espaços pelo mundo, desde o conceito à carta e até à organização do espaço.” No Porto, o restaurante está dividido em dois, como sublinha Cláudio Lopes: “Uma área, no piso térreo, em que a protagonista é a barra (balcão) de pintxos (fatias de pão com diversas combinações de ingredientes, sejam eles quentes ou frios), que acaba por proporcionar uma refeição mais rápida e ligeira, mas cheia de sabor… é quase como “petiscar” à moda basca! A outra área– no piso inferior– funciona numa vertente puramente de restaurante, ou seja, à carta, num convite a um jantar ou almoço mais demorados”. O diretor do grupo, no Porto, sublinha dois aspetos fundamentais no Sagardi: “Por um lado, a partilha à mesa– o objetivo é proporcionar quase um momento de celebração entre amigos ou família, rodeados de boa comida. Por outro lado, a qualidade do produto, desde as verduras à carne e peixe que, como referia, chegam de produtores locais. Estes são usados na confeção dos pratos tradicionais da cozinha basca, que nos remetem para as suas origens e raízes”. Cláudio Lopes conta que “por ser uma cozinha de produto, a carta muda quatro vezes por ano, consoante a época e os ingredientes que a natureza oferece, para haver sempre o melhor

espaço de lazer

produto da temporada”. Contudo, há o nosso staff está pronto a aconselhar pratos incontornáveis: “Nos petiscos, a melhor ligação entre gastronomia e temos, por exemplo, o presunto de vaca vinho.” O sagardi é o primeiro restaurante da Rubia Gallega ou o presunto ibérico 100% de bolota de Salamanca e tam- cidade do Porto totalmente inspirado bém os croquetes de presunto ibérico na cultura e gastronomia bascas, o que ou a Txistorra de Orio na parrilla (a suscitou “um grande interesse por parte grelha de design basco). Também na do público portuense, em particular, e parrilla são confecionados pratos muito português, em geral, em descobrir a apreciados: o txuleton (costeletão) de comida e o conceito”. Depois de fechar vacas velhas de Trás-os-Montes ou o como todos os outros restaurantes em peixe fresco que chega diariamente do Portugal, devido à pandemia, o Sagardi Mercado de Matosinhos. Para acom- reabre, com a capacidade reduzida a panhar, os pimentos de piquillo, por 50%, mas mantendo a partilha à mesa, exemplo. O bacalhau também é bas- com a limitação do número de pessoas tante apreciado pelos bascos, tal como por grupo a um máximo de dez. “Este pelos portugueses, e faz parte da nossa é um momento, sobretudo, de ter carta. Para a sobremesa, sugerimos uma todos os cuidados de higiene e medidas degustação de queijos artesanais bascos de contenção necessários para garantir ou a Goxua, uma sobremesa tradicio- que continuaremos a juntar-nos à mesa, tal como os bascos (e os portugueses!) nal do País Basco.”

O Txuleton está entre os pratos mais pedidos, confirma o diretor de operações do grupo Sagardi em Portugal: “Esta é uma carne muito especial, selecionada em Trás-os-Montes, proveniente de vacas velhas, com mais de seis anos, e posteriormente maturada. No restaurante, a câmara de maturação está mesmo à vista de todos, no piso térreo. Afinal, orgulhamo-nos desta carne e partilhamos esse orgulho com quem nos visita. Nos pratos mais de conforto, a que chamamos “A cozinha da avó”, é bastante pedido o bacalhau frito típico das casas de sidra, como em Zapiain.” Nas bebidas, além da sidra, Cláudio Lopes destaca os vinhos: “A nossa adega, no piso inferior, tem várias opções de vinhos do País Basco e da restante Espanha, de Portugal, claro, e de outros locais do mundo. A escolha pode ser difícil, pois a nossa carta de vinhos é extensa e repleta de boas opções, mas

tanto apreciam”, salienta o mesmo responsável, confiante na retoma: “No futuro mais próximo, e após a paragem de cerca de dois meses que todo o setor atravessou, acreditamos que o caminho é de retoma, primeiramente, claro, junto dos clientes nacionais. Foi a pensar nisso que trabalhámos e que tudo fizemos para garantir segurança a quem regressa à nossa mesa pós-confinamento. Estamos de portas abertas e, apesar de as máscaras taparem, temos o sorriso de sempre (para além da melhor gastronomia basca) para receber quem nos visita!” O gestor adianta que o grupo também quer chegar a Lisboa, porém, ainda não há qualquer data prevista para abertura de um restaurante. 

Sagardi Cozinheiros Bascos Rua de São João, 54, Porto Tel: 221 130 987

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AC T UA L I DA D € 63


espaço de lazer

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Agenda cultural Livro

“De Olhos Postos no Amanhã”

O economista Éloi Laurent sustenta que o valor universal da humanidade é a saúde, e não o crescimento económico e que os Governos não devem agir em função de indicadores como o PIB, mas sim orientar os orçamentos do Estado em função do bem-estar dos cidadãos, da resiliência e da sustentabilidade. Dessa forma, “os países serão capazes de mudar o seu foco num crescimento infinito e irrealista, passando a dar maior importância à justiça social e à qualidade de vida dos seus cidadãos”. Isso mesmo se depreende ao ler a sinopse do livro “De Olhos Postos no Amanhã”, agora editado em português: “A avidez de crescimento económico ignora o bem-estar humano, é surda às desigualdades sociais e muda às alterações climáticas. Só com essas alterações, se dará mais importância à justiça social e à qualidade de vida dos cidadãos.” Para o economista francês, o “milagre português” é, em termos de crescimento, “uma miragem, e defende que os próximos Orçamentos do Estado devem ter em conta o bem‑estar humano e não só o crescimento económico”. O bem‑estar humano deve tornar‑se a bússola das políticas públicas, argumenta. O autor procura levantar o véu sobre tudo o que, no seu entender, o crescimento esconde: o efeito corrosivo das desigualdades, a recessão democrática, o fim do lazer, ou a globalização da solidão. Para Éloi Laurent, “o crescimento económico é uma ilusão perigosa e que a década que agora se inicia é a do desafio ambiental para evitar que o século XXI seja o da autodestruição do bem‑estar humano: a crise sanitária global desencadeada pelo covid‑19 (ou novo coronavírus) é originalmente um problema ecológico”. Éloi Laurent é economista sénior no Observatório Francês das Conjunturas Económicas e professor no Instituto de Estudos Políticos de Paris.

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juLho de 2020

Exposição

Retrospetiva de Yoko Ono no Porto A primeira exposição realizada em Portugal inteiramente dedicada à obra de Yoko Ono estende-se pelo museu e parque de Serralves, bem como em vários pontos da cidade do Porto. “Yoko Ono: O Jardim da Liberdade” faz uma retrospetiva da produção artística da japonesa, nascida em 1933. “Ao longo de uma carreira de mais de sessenta anos, Yoko Ono manteve-se fiel à sua arte e às suas convicções, sem nunca abandonar as mais prementes questões estéticas, políticas e sociais”, lê-se na sinopse da exposição, que também cita o curador Christophe Cherix, no seu livro “Yoko Ono’s lightning years” (2015), quando escreve que “o que torna a arte de Ono tão essencial no nosso tempo é a sua capacidade de se situar sempre no presente e de nunca nos fazer olhar para trás”. A exposição inclui objetos, obras em papel, instalações, performances, gravações em áudio e filmes, além de materiais de arquivo raramente expostos. “Yoko Ono teve um papel precursor no desenvolvimento do conceptualismo, da arte performativa e do filme experimental a nível internacional. Ideias, mais do que materiais, são a principal componente do seu trabalho. Muitas dessas ideias são poéticas, absurdas e utópicas, enquanto outras são específicas e práticas. Algumas são transformadas em objetos, enquanto outras permanecem imateriais. Frequentemente, a obra reflete o sentido de humor da artista, bem como sua postura marcadamente socio-crítica”, destaca o Museu de Serralves. A artista dá diretrizes orais ou escritas aos espectadores, conferindo-lhes “um papel muito mais ativo do que é geralmente esperado no mundo da arte”. Assim, “ao longo do percurso, o espetador é encorajado por Yoko Ono a experienciar, a tocar e a movimentar objetos integrados nas peças, sendo mesmo desafiado a participar na obra — seja física ou mentalmente”. Neste processo de “construção dialogante”, a arquitetura do museu é também confrontada pela arquitetura que a artista concebeu nas suas Instructions [Instruções]. Muitas das quais estão no seu livro ‘Grapefruit’ [toranja]. Estas instruções são divididas em diferentes secções: música, pintura, evento, poesia e objeto e é através destas que a artista envolve outras pessoas na construção da obra, ganhando deste modo perspetivas totalmente diferentes. “Textos presentes ao longo de toda a mostra contemplam ainda a possibilidade de algumas obras serem apenas construídas mentalmente ou não serem de todo realizadas, numa antecipação do que viria a ser o conceptualismo”. Em Serralves, na obra Cut Piece, por exemplo, “uma performer permanece sentada em palco, imóvel e perfeitamente concentrada, enquanto membros do público, um de cada vez, sobem ao palco para cortar um pequeno pedaço da sua roupa para levar consigo”. Yoko Ono tem exposto o seu trabalho por todo o mundo, incluindo grandes exposições itinerantes, bienais e trienais. Em 2009, recebeu o Leão de Ouro de Carreira na Bienal de Veneza. A artista viaja todos os anos para a Islândia, para acender a sua IMAGINE PEACE TOWER [Torre Imagina a paz], que criou em 2007, como instalação permanente na Ilha Viðey, e continua a trabalhar incansavelmente para a paz na sua campanha IMAGINE PEACE [Imagina a paz]. Até 15 de novembro, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves e Parque de Serralves, Porto


espacio de ocio Filme-concerto “Surdina” O jardim do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, exibe no dia 10 de julho o filme “Surdina”, de Rodrigo Areias. O evento realiza-se em colaboração com o Cineclube de Guimarães. “Surdina” é uma tragicomédia minhota sobre um viúvo vimaranense, que recebe a notícia do aparecimento da sua falecida mulher. “Uma história sobre a delicadeza de se ser velho, do que resta ainda para sonhar e para amar”, destaca o comunicado do CCVF. A película feita a partir de um argumento do escritor vimaranense Valter Hugo Mãe foi totalmente rodada em Guimarães, sob a direção do também vimaranense realizador Rodrigo Areias. A banda sonora é da autoria de Tó Trips e será interpretada ao vivo no jardim do CCVF. O filme teve a sua antestreia nacional no início de junho, no Cinema Trindade, e estará em cena em algumas salas de cinema do país. Dia 10 de julho, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães

A relação de Álvaro Lapa com a literatura “Lendo Resolve-se” é nome da exposição centrada na forma como a produção artística de Álvaro Lapa (1939-2006) se relaciona com a literatura. A mostra conta com a curadoria de Óscar Faria e “está organizada como se de um livro se tratasse: inicia-se com um prólogo, prossegue através de vários capítulos – correspondentes a tópicos recorrentes na produção do artista – e termina com um epílogo”, explica a Culturgest, que aloja a exposição até 26 de julho. Através de “quadros, documentos e outros trabalhos”, mostram-se as relações entre as dimensões plástica e literária de Lapa e as criações relacionadas com os 21 nomes homenageados pelo artista nos seus “cadernos”: uma série de pintu-

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ras realizadas entre 1975 e 2005, um ano antes da sua morte, que homenageavam autores maiores como Homero, Pessoa, Kafka, William Burroughs ou Beckett. “Esta é a primeira apre-

sentação exaustiva de um conjunto significativo de trabalhos visuais, material documental e da biblioteca pessoal de Álvaro Lapa (aqui exposta pela primeira vez) e uma oportunidade rara para conhecer um dos projetos mais relevantes da arte portuguesa do século XX”, sustenta o comunicado da Culturgest. Álvaro Carlos Dinis Lapa nasceu em Évora, em 1939, e morreu no Porto, em 2006. O seu percurso e formação passaram por Paris, onde contacta com o surrealismo e com a arte americana, pela Escandinávia, por vários países do resto da Europa e pelo Norte de África. Foi muito próximo dos também artistas Joaquim Bravo e João Cutileiro. Até 26 de julho, na Culturgest, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

A paisagem na pintura espanhola dos séculos XIX e XX “Beruete, Regoyos e a paisagem nas coleções dos engenheiros José Entrecanales e Santiago Corral” mostra trabalhos de alguns dos nomes mais sonantes da pintura espanhola dos finais do século XIX e inícios do século XX. A mostra percorre o tema da paisagem na pintura espanhola deste período, através das coleções desenvolvidas pelos conhecidos engenheiros José Entrecanales Ibarra (Bilbau, 1899-Madrid, 1990) e Santiago Corral Pérez (Santander, 1907-Madrid, 1989). “Ambos se dedicaram à transformação de infraestruturas de um país atrasado, interessaram-se de forma notável pela renovação pictórica que aconteceu em Espanha meio século antes através do género moderno por excelência, a paisagem. Assim, fixaram-se nos pintores de maior qualidade e capacidade de inovação, e formaram exuberantes coleções com obras importantes, entre as quais se destacam, pela sua abundância, as de Aureliano de Beruete (Madrid, 1845-1912) e de Darío de Regoyos (Ribadesella, Asturias, 1857-Barcelona, 1913), os únicos

pintores impressionistas espanhóis”. A mostra inclui também obras de Joaquín Sorolla, Santiago Rusiñol ou Francisco Gimeno. Em comunicado, o Museu de Belas Artes de Bilbau explica que “o interesse desta mostra radica, por um lado, na excelência das obras reunidas por Entrecanales e Corral, e por outro lado, na destacada tenacidade de colecionismo que, para esse tempo, demonstraram”. Até 12 de outubro de 2020, no Museu de Belas Artes de Bilbau juLho de 2020

ac t ua l i da d € 65


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últimas

últimas

Statements Para pensar

“Estou convicto que, uma vez ultrapassada a pandemia e com a resposta adequada nacional e europeia, vamos recuperar mais rapidamente que as anteriores crises” João Leão, ministro das Finanças, falando no Parlamento, onde garantiu que o Governo não proporá aumentos de impostos no Orçamento Suplementar em apresentação nem “para o futuro”, “Expresso.pt”, 17/6/20

“Com o desconfinamento e a retoma gradual de várias atividades e negócios, é expectável que o consumo [de produtos agroalimentares] aumente progressivamente e de forma moderada. É um primeiro passo, mas não o suficiente, até porque temos de esperar por uma retoma gradual do turismo e trabalhar no sentido da recuperação das nossas exportações que estavam numa tendência crescente há vários anos e que tinham recentemente ultrapassado a barreira dos cinco mil milhões de euros” Jorge Henriques, presidente da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas AgroAlimentares, “Executive Digest.pt”, 19/6/20

“É improvável que o setor global de companhias aéreas de passageiros recupere totalmente antes de 2023, pois a procura de passageiros aéreos permanecerá severamente deprimida em 2021, devido às consequências do coronavírus” Relatório da Moody’s, ”Expresso”, 4/6/20

“La economía digital de manera directa genera un 9% de la riqueza del país. El otro 9% no es directamente imputable al sector digital, pero si no hubiera digitalización no existiría. Y un añadido del 1% que responde a que las empresas que están más digitalizadas pagan más sueldos, contratan más e invierten más” Pablo Claver, director general y socio de Boston Consulting Group (BCG), sobre un estudio elaborado por la Asociación Española de Economía Digital (Adigital) y BCG, que concluye que la economía digital alcanzó el 19% del PIB durante 2019 y se espera que la situación por la covid-19 afiance hábitos que impulsen al sector, como el teletrabajo o el comercio en línea: un 9% de impacto directo, otro 9% de impacto inducido, y el 1% de “externalidades adicionales”, “ElPais.es”, 23/6/20

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