Actualidade Economia Ibérica - nº 284

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Actualidad

Economia ibérica fevereiro 2021 ( mensal ) | N.º 284 | 2,5 € (cont.)

Empreender em tempos de maior incerteza PÁG. 32

“La digitalización es un imperativo y las cámaras deberán adaptarse”

El Grupo Regojo se refuerza con la apuesta de una nueva línea de negocio

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Índice

Fotomontagem

índice

Sandra Guerreiro

Nº 284 - fevereiro de 2021

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo

Grande Tema 32.

Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro

Empreender em tempos de maior incerteza

Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Nuno Almeida Ramos e Pedro Morão Correia Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Editorial 04.

O elogio à ousadia

Opinião 06.

Nº de Depósito Legal: 33152/89

Nº de Registo na ERC: 117787

Vistos gold: mudanças em 2021 com novos desafios e oportunidades - Pedro Morão Correia

E mais...

Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Atualidade 22.

Sistema misto de teletrabalho/ regime presencial dita futura tendência do mercado de trabalho

08. Apontamentos de Economia 14. Entrevista 18. Atualidade 24. Marketing 28. Fazer Bem 42. Advocacia e Fiscalidade 44. Setor Imobiliário 46. Ciência e Tecnologia 48. Vinhos & Gourmet 54. Setor Automóvel 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 60. Calendário Fiscal 61. Bolsa de Trabalho 62. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

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O elogio à ousadia

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Banco Mundial começava o ano a rever em baixa as suas previsões de crescimento relativas aos anos de 2020, 2021 e 2022. No relatório “Previsões Económicas Globais”, a instituição indicava que é esperada uma contração de 4,3% em 2020. Para este ano, a instituição liderada por David Malpass estima um crescimento de 4% da economia mundial e aponta para os 3,8%, em 2022. O Banco Mundial alertou as economias mais dependentes do turismo, para o fraco contributo que o setor dará este ano no processo de recuperação económica. Por outro lado, o arranque do processo de vacinação na União Europeia e noutros países parece ter restaurado algum otimismo nos empresários. Em Portugal, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, as empresas calculam uma melhoria das exportações na ordem dos 4,9% este ano, no entanto, bastante abaixo dos valores de 2019 (-12,8%). Para Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento económico este ano de 6,5%. O valor é mais otimista do que o avançado pelo Governo português e pela Comissão Europeia, que concordam numa estimativa de crescimento do PIB de 5,4%. A previsão do Banco de Portugal é mais moderada, avançando que a economia portuguesa irá crescer 3,9% este ano. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) projeta o valor mais pessimista, apontando para um crescimento de 1,7% da economia portuguesa em 2021. Neste contexto de incerteza face ao futuro, há muitas empresas a fechar, mas também muitas a abrir.

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De acordo com dados da Crédito y Caución, no ano passado foram criadas 37.589 novas empresas, em Portugal, menos 11.604 que no período homólogo de 2019, o que traduz uma quebra de 23,6%. A mesma seguradora de crédito contabiliza cinco mil insolvências, menos 71 que em 2019. O relatório justifica este recuo das insolvências com o impacto favorável das medidas de apoio estatal às empresas, que travaram, para já, um incremento significativo neste indicador. O tema de capa desta edição quis contar a história dos que resistem a estas dificuldades económicas e dos que se aventuram em novos projetos. Tanto Portugal como Espanha possuem um tecido empresarial maioritariamente constituído por microempresas. Nestes tempos de maior fragilidade económica e social cabe elogiar a ousadia dos

que empreendem, dos que querem saber de que matéria se fazem os sonhos e se atrevem a concretizá-los. Projetos como a Clover Porto, a Joaninha Doce, o Mercadinho do Porto, o Vinho “Que se foda”, a Twigs Design a Volup e a Yay são apenas exemplos de que nem tudo no país é depressão. E se esta crise constitui uma oportunidade para repensar a sustentabilidade dos projetos, é também uma oportunidade para reequacionar o papel das pessoas nas organizações. O projeto de Psicologia Positiva Aplicada às Organizações, de Sara Midões, também abordado no tema de capa, faz uma proposta nesse sentido: mais felicidade no mundo do trabalho equivale a uma maior produtividade das empresas. É sempre nas pessoas que está a chave da transformação.  E-mail: smarques@ccile.org


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opinião opinión

Vistos gold: mudanças

Por Pedro Morão Correia*

em 2021 com novos desafios e oportunidades

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om o objetivo de atrair investimento estrangeiro para Portugal foi criado em 2012 um regime que prevê a atribuição de autorizações de residência, habitualmente designadas por “vistos gold” ou por “golden visa”, a cidadãos oriundos de países não pertencentes à UE ou ao EEE, subordinadas ao desenvolvimento de atividades de investimento. Nesse contexto, e em consequência de uma autorização legislativa prevista na Lei do Orçamento do Estado para 2020, foram recentemente aprovadas pelo Governo alterações a este regime as quais respeitam ou passam, muito sinteticamente, por mudanças nas áreas geográficas dos investimentos, deixando estes de ser realizados nas zonas do litoral e das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto para passarem a ser feitos nas áreas das comunidades intermunicipais do interior e das Regiões Autónomas, isto é, em zonas de baixa densidade, tendo e mantendo como principal objetivo a promoção do investimento em atividades criadoras de emprego. Ora, para mitigar e suavizar a aplicação das alterações agora aprovadas, prevê-se que as novas regras apenas entrem em vigor a 1 de julho de 2021, assegurando-se, no entanto, um período transitório, entre 2021 e 2022, durante o qual vai sendo aumentado o valor dos investimentos previstos e reduzida a sua aplica6 ACT UALIDAD€

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ção nas áreas metropolitanas. Por outras palavras, isto significará que, no período transitório, os valores exigidos aos investidores para acesso ao Golden Visa vão aumentando progressivamente ao mesmo tempo que se vai reduzindo a possibilidade de aplicação ou de investimento nas áreas metropolitanas. Perante este cenário, os stakeholders já vieram criticar o momento e a oportunidade das regras agora aprovadas, destacando o impacto que terão na atração e na captação de investimento estrangeiro, muito particularmente no setor do imobiliário. Contudo, e precisamente nessa área do imobiliário, embora reconheçamos que poderão, e muito provavelmente existirão, alguns constrangimentos ou impactos nas decisões de investimento de alguns candidatos deste regime, entendemos que as alterações agora aprovadas abrem a porta a novos e mais excitantes desafios e oportunidades de negócio. Com efeito, se alguns dos candidatos a este regime poderão afastar-se e não efetuar o investimento dada a limitação, e consequente redução, da área geográfica na qual este poderá ser realizado, outros haverá que aceitarão sem mais essa restrição geográfica por justamente privilegiarem outros fatores, para além do geográfico. De facto, para efeitos de candidatura ao regime do Golden Visa, existem outros fatores que são sopesados pelos

respetivos candidatos, e que espera-se sejam a esmagadora maioria, como é por exemplo o caso da estabilidade económica, social ou política, das infraestruturas, da segurança, e ao que acresce a livre circulação no espaço Schengen e a possibilidade futura de obter a nacionalidade portuguesa, tanto para o beneficiário como para a própria família. E o destaque dado a estes factores apresenta-se bem mais vantajoso porque permite que possam ser exploradas outras áreas fora das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, com evidentes ganhos ao nível da qualidade de vida, para além de permitir que, numa vertente imobiliária, sejam exploradas outras oportunidades de negócio, com uma tripla relação preço/qualidade/composição do imóvel bem mais atraente ou interessante do que as existentes no centro das cidades. Em suma, devemos ver as alterações aprovadas ao regime dos Golden Visa que irão entrar em vigor no próximo dia 1 de julho não como obstáculos intransponíveis ou inultrapassáveis à captação de investimento, mas como novos e excitantes desafios para continuar a apresentar soluções eficazes e simples para quem busca qualidade de vida em Portugal e, em última análise, um Golden Visa.  *Advogado da Azeredo Perdigão & Associados E-mail: pedrocorreia@azeredoperdigao.pt


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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Bruxelas permite a Portugal aumentar apoio à restauração e comércio para 1.200 milhões de euros Portugal vai poder aumentar para 1.200 milhões de euros as ajudas estatais a empresas afetadas pela crise da covid-19, como da restauração e comércio, com um novo programa de apoio para as rendas dos estabelecimentos. Em comunicado, a Comissão Europeia informa que aprovou “a modificação de um regime português existente para apoiar a economia no contexto do surto de coronavírus”, que tinha sido inicialmente autorizado por Bruxelas no final de novembro, prevendo um “aumento do orçamento total, de 750 milhões para 1.200 milhões de euros”, adianta o jornal “Expresso”. Ao mesmo tempo, a modificação hoje autorizada inclui “um aumento do montante máximo que pode ser concedido por beneficiário ao abrigo das duas medidas incluídas no regime”, os programas ‘Apoiar Restauração’ e ‘Apoiar.PT’, bem como uma mexida

na elegibilidade dos beneficiários no caso deste último programa, passando a permitir ajudas a médias e grandes empresas que já estavam com dificuldades financeiras no final de 2019, antes da pandemia. Este ‘bolo’ total abrangerá, ainda, uma nova medida adotada pelo Governo português, denominada ‘Apoiar Rendas’, que se destina “a compensar as empresas por uma determinada percentagem dos seus pagamentos de arrendamento e visa fornecer apoio financeiro a fim de preservar postos de trabalho e evitar despedimentos”. A Comissão Europeia justifica a ‘luz verde’ a estas mudanças no regime de ajudas públicas português aprovado em 30 de novembro por considerar que estão “em conformidade com o Quadro Temporário de Auxílios Estatais”. Em particular, porque “o

apoio por empresa não excederá 120 mil euros por empresa ativa no setor da pesca e da aquicultura, 100 mil euros por empresa ativa na produção primária de produtos agrícolas e 800 mil euros por empresa ativa em todos os outros setores” e ainda porque este “auxílio será concedido antes de 30 de junho de 2021”, justifica a instituição. Anunciados no final do ano passado, os programas ‘Apoiar.pt’ e ‘Apoiar Restauração’ consistem em subsídios a fundo perdido destinado a empresas dos setores mais afetados pela crise, como é o caso do comércio, restauração, cultura, alojamento e atividades turísticas.

BEI e BPI disponibilizam à EDP Renováveis 112 milhões de euros O Banco Europeu de Investimento (BEI) MW. O parque eólico Tocha II situare o BPI vão disponibilizar 65 milhões -se-á a oeste, próximo da costa atlânde euros e 47 milhões de euros, respe- tica, no município de Cantanhede, distivamente, à EDP Renováveis (EDPR), trito de Coimbra, e o parque eólico para financiar a construção e explora- Sincelo situar-se-á nos municípios de ção de dois parques eólicos onshore, Pinhel e Guarda, distrito da Guarda, com uma capacidade nominal total no nordeste de Portugal. Este prode 125 MW nos distritos de Coimbra jeto terá também um efeito direto e e Guarda. O projeto é cofinanciado positivo no emprego, uma vez que se pelo Banco BPI e o financiamento do espera que crie aproximadamente 560 BEI é apoiado pelo Fundo Europeu postos temporários durante a fase de para Investimentos Estratégicos construção. (FEIE), o principal pilar do Plano de Quando estiverem em operação, os Investimento para a Europa. dois parques eólicos contribuirão Apoiada pelo BEI e BPI, a EDPR vai para que Portugal cumpra as metas projetar, construir e explorar dois par- do Plano Energético e Climático, que ques eólicos de média escala: Tocha prevê uma percentagem de 47 % na II, com uma capacidade de 33 MW, e utilização de fontes renováveis no Sincelo, com uma capacidade de 92 consumo final bruto de energia até

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2030, bem como a meta vinculativa da Comissão Europeia de ter pelo menos 32 % do consumo final de energia proveniente de fontes renováveis até 2030. Graças a este projeto cofinanciado, o BEI e o BPI reforçam o respetivo compromisso de financiamento sustentável, e apoiam iniciativas que respeitam o ambiente e que contribuem para prevenir e mitigar as alterações climáticas, bem como para a transição para uma economia de baixo carbono. O banco da UE está a apoiar esta operação através de um empréstimo à energia “verde”, cujas características estão totalmente de acordo com os requisitos estabelecidos no programa Obrigações de Responsabilidade Ambiental.


Breves Mais um passo na digitalização da gestão de apólices e processos na COSECnet No âmbito do desenvolvimento das suas soluções digitais, a Cosec acabou de lançar novas funcionalidades na sua plataforma de gestão online de apólices, a COSECnet, de modo a simplificar a consulta de informação relativa a processos de ameaças e de recuperações, e a tornar ainda mais célere o processo de pagamento de indemnizações. Os clientes da Cosec passam agora a ter acesso online a documentos e mensagens sobre os processos de ameaça e de cobrança; e podem consultar online toda a informação sobre pagamentos em sinistros, desde avisos de pagamento de indemnização, recibos de envio de valores e de quota-parte, até informação sobre a sua aceitação. “As novas funcionalidades da COSECnet agora lançadas permitirão maior otimização, simplificação e ainda um incremento na celeridade na gestão dos processos de ameaça e de cobrança por parte da companhia, bem como a partilha de informação online do estado destes processos de modo a que os nossos clientes possam acompanhar a sua evolução em tempo real. Este

investimento reflete a nossa vontade de servir cada vez melhor os nossos clientes, com soluções inovadoras e enquadradas na digitalização crescente dos nossos produtos e serviços”, afirma Maria Celeste Hagatong, presidente do conselho de administração da Cosec, Na COSECnet estão disponíveis agora notificações sempre que haja novas informações associadas aos processos, nomeadamente avisos de pagamento de indemnização, recibos de envio de valores e de quota-parte. Será também possível aceitar e consultar os valores de indemnizações a receber/recebidos com informação detalhada sobre cada uma dessas rubricas. Os clientes da Cosec passam também a ter acesso online a uma listagem detalhada dos seus recebimentos relativamente às recuperações dos sinistros. Estas novas funcionalidades permitem, de forma simples e rápida, dar início ao processo de pagamento logo que o cliente confirme a sua conta bancária, tornando os pagamentos de indemnização e recebimento ainda mais céleres.

Banco de Fomento vai lançar duas linhas de apoio de 1.100 milhões O Banco Português de Fomento lançou as candidaturas para duas novas linhas de apoio à economia devido aos efeitos das medidas de restrição na economia e com “a finalidade de apoiar o emprego” em três setores fortemente afetados pela pandemia: indústria, turismo e montagem de eventos”. As duas linhas são: a Linha de Apoio à Economia Covid-19 - Empresas Exportadoras da Indústria e do Turismo, no valor de 1.050 milhões de euros; e a Linha de Apoio à Economia Covid-19 - Montagem Eventos, no valor de 50 milhões.

A primeira destina-se a apoiar as empresas exportadoras da indústria e do turismo, enquanto a segunda linha está virada para empresas “cujo volume de negócio em 2019 seja em pelo menos 30% proveniente de atividade no âmbito da montagem de eventos, seja ao nível das infraestruturas ou do audiovisual.” As duas linhas são para microempresas e PME, incluindo empresários em nome individual com atividade em Portugal continental, com um prazo máximo de operação de até seis anos, incluindo 12 meses de carência de capital.

Fusões e aquisições em Portugal em 2020 registam subida de 5% no valor movimentado O mercado transacional português em 2020 foi marcado por 379 operações de fusões e aquisições (M&A) anunciadas, das quais 182 tiveram valores divulgados, que somaram 18 mil milhões de euros. De acordo com o diretório internacional Transactional Track Record (TTR), verificou-se, assim, um aumento homólogo de 5% nos montantes movimentados nesses negócios e uma diminuição de 22% no número de transações. Apesar de ter sido o mais ativo, o setor do imobiliário apresentou uma redução de 16% no volume, com 88 transações. No segundo lugar, surge o setor da tecnologia, com 48 negócios, o que representou uma queda de 29%. Já o setor da banca e seguros, foi o terceiro mais dinâmico, com 28 transações. Só no quarto trimestre do ano passado, houve 104 negócios no radar do TTR, o que, apesar de representar uma redução de 32% em relação aos últimos três meses de 2019, mantêm a tendência de alta observada no terceiro trimestre. Espanha continua a ser o principal investidor em Portugal, tendo o país vizinho estado envolvido em 34 operações até o fim de dezembro de 2020. O segundo país que mais investiu em empresas lusas em 2020 foi França (com 22 transações) e o terceiro foi o Reino Unido (21 transações). “Em 2020, os fundos de private equity estiveram envolvidos em 29 transações, das quais 12 tiveram valores divulgados que somam 4.200 milhões de euros. Estes números representam uma queda de 41% no número de negócios e um modesto aumento de 3% no valor total”, pode ler-se no relatório enviado à imprensa. O negócio em destaque no quarto trimestre de 2020 foi a conclusão da aquisição de 81,1% do capital da Brisa pelo consórcio liderado pela APG Asset Management, por 2.400 milhões de euros. Efapel cresce em contraciclo e atinge vendas de 43,3 milhões de euros A Efapel, maior fabricante nacional de aparelhagem eléctrica de baixa tensão e líder de mercado em Portugal, reverteu no segundo semestre de 2020 a performance negativa do primeiro semestre e fechou o exercício com vendas de 43,33 milhões de euros, superando em 5,2 pontos percentuais o desempenho de 2019.

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Breves As exportações tiveram igualmente um crescimento, de 5,1% em termos homólogos. A companhia exporta atualmente para 50 países de todo o mundo, desde a Europa e África até ao Médio Oriente e América Latina. Tem duas subsidiárias no exterior, em Espanha e França. A empresa sedeada em Serpins (Lousã) teve de ajustar a sua atividade às exigências de higiene, saúde e segurança decorrentes da pandemia, dando prioridade à proteção dos seus colaboradores e respetivas famílias, o que implicou “perder cerca de 15% da capacidade produtiva, mas sem recorrer ao lay-off”. “A empresa reconhece como positivas algumas medidas já tomadas pelo Governo para apoio à economia e às empresas no combate à crise”, mas, todavia, “considera também que seria importante a adoção de medidas tendentes a proporcionar às empresas nacionais melhores condições de competitividade, pelo maior apoio às exportações, à semelhança do que está já a ocorrer em muitos outros países”. Segundo defende Américo Duarte, administrador da Efapel, deveriam ser “condicionadas e taxadas importações oriundas de países que não cumprem regras e condições de trabalho semelhantes às praticadas na Europa”, o que obriga as empresas nacionais a competir no mercado interno em “condições de desigualdade”, que não permitem oferecer as condições salariais desejáveis aos colaboradores. DPD bate recorde de encomendas num só mês A DPD Portugal entregou mais de 2,3 milhões de encomendas entre os dias 27 de novembro e 24 de dezembro, o que representa um crescimento superior a 26% face a 2019 e o melhor resultado de sempre da empresa. “Este ano ultrapassámos as previsões que havíamos estabelecido, especialmente quando foi, mais que nunca, tão complexo prever a atividade em conjunto com os nossos clientes. Acreditamos que estes números indicam que os portugueses confiam cada vez mais nas compras online”, refere Olivier Establet, CEO da DPD em Portugal. Foram várias as medidas implementadas pela DPD para fazer face ao aumento de atividade: desde a contratação de mais de 450 colaboradores, nas áreas da triagem e entrega de encomendas e no serviço a clientes, até à criação de duas estações temporárias, passando pelo chatbot desenvolvido pela empresa, e que só no mês de dezembro contou com mais de 56 mil interações. A DPD Portugal, empresa líder no mercado doméstico do transporte expresso, detém 14 estações e uma frota de mais de 600 viaturas de distribuição. Emprega 1.200 colaboradores.

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Programa de Apoio à Produção Nacional com candidaturas na região de Lisboa até 26 de fevereiro Estão abertas, até dia 26 de fevereiro, Principais critérios de elegibilidade: as candidaturas ao Programa de Apoio financiamento do projeto com um mínià Produção Nacional na região de mo de 10% de capitais próprios; certifiLisboa, para o setor da Indústria. cação eletrónica PME; resultados posiEste programa tem como objeti- tivos no último exercício económico vo apoiar a aquisição de máquinas, comprovado pela IES de 2019; ter no equipamentos, serviços tecnológicos mínimo um funcionário afeto aos qua/ digitais e sistemas de qualidade, sis- dros da empresa no ano pré-projeto. temas de certificação que alterem os Por seu turno, para acesso ao processos produtivos das empresas, Programa, é exigida a manutenção apoiando-as na transição digital, na dos atuais postos de trabalho da transição energética, na introdução empresa. de processos de produção ambien- Também já se encontram a decorrer talmente mais amigáveis e que sejam, as candidaturas no Algarve, Norte e simultaneamente, um estímulo à pro- Alentejo, adianta a Moneris, que, atradução nacional, de modo a promover vés da sua área de Corporate Finance, melhoria da produtividade das empre- disponibiliza uma equipa especializasas num contexto de novos modelos da em incentivos comunitários, que de negócios. “já acompanhou inúmeras empreDirigido a micro e pequenas empresas, sas nas suas candidaturas a fundos este programa visa apoiar investimen- estruturais, com uma taxa de aprotos entre 20 mil e 235 mil euros, com vação de 91%”, adianta a consultora uma taxa de apoio até 50% a fundo de contabilidade e apoio empresarial. perdido, com majoração de 10% para “Além do processo de candidatura, a os territórios do interior. nossa equipa está também presente Os prazos de candidatura são muito ao longo do período de execução do reduzidos, pelo que se torna essencial projeto, de forma a garantir a maxipreparar a sua candidatura atempa- mização do cofinanciamento a obter”, damente. frisa ainda.

Sonae emite 20 milhões de obrigações “verdes” através do BBVA O BBVA procedeu à montagem e subscrição de uma nova emissão de obrigações indexadas ao desempenho da Sonae em indicadores ambientais, sociais e de governo corporativo (ESG), no montante de 20 milhões de euros. O spread final desta operação depende do cumprimento de metas relacionadas com a liderança no feminino e com a redução das emissões de CO2. As metas estabelecidas pela Sonae para o cumprimento dos indicadores definidos

foram certificadas por uma entidade externa independente, garantindo assim que os mesmos estão alinhados com os “Sustainability Linked Loans Principles”. A Sonae anunciou recentemente a atualização do seu “Plano para a Igualdade de Género”, com metas ainda mais ambiciosas para a liderança no feminino, bem como o compromisso da neutralidade carbónica em 2040, dez anos antes da meta definida pela União Europeia.


Gestores

em Foco

Asisa abre primeira clínica própria em Portugal

Foto Arquivo

O grupo segurador espanhol Asisa inaugurou uma clínica própria em Lisboa, a primeira do grupo no mercado português. A clínica arranca com um serviço de medicina oral (ligado ao seguro ASISA Dental), mas ao longo de 2021 irá disponibilizar, gradualmente, novas especialidades médicas (medicina equipamentos de protecção indivigeneral, pediatria, ginecologia e der- dual, questionário de triagem prévia, matologia), assim como serviços de intervalos de 15 minutos entre as estética e de nutrição. consultas para renovação do ar e Localizada no centro de Lisboa, a desinfeção dos equipamentos são clínica Asisa Dental conta com sete algumas das medidas implementagabinetes, equipados com tecnolo- das”, adianta a Asisa. gia para realizar “as mais avançadas “A abertura da primeira clínica em técnicas de diagnóstico e tratamen- Lisboa faz parte da estratégia do to oral”, que incluem tratamentos grupo Asisa de crescer no mercado preventivos, cirúrgicos e de implan- português em serviços de saúde e, tes, ortodontia e ortodontia invisí- também, nos seguros vida e nãovel, além de emergências e estética -vida, com especial enfoque nos bucal (clareamento, folheados, entre seguros de saúde. O grupo quer outros tratamentos). criar um ecossistema ibérico de De acordo com o grupo espanhol, prestação de serviços de saúde, que a clínica conta ainda com “os mais permita aos segurados espanhóis e rigorosos protocolos para garantir portugueses serem assistidos graa segurança dos utentes e profis- tuitamente no universo das unidades sionais de saúde contra a covid- prestadoras de serviços de saúde 19. Esteiras de desinfeção, siste- a nível ibérico”, refere o grupo, que mas de medição de temperatura, está presente em 10 países.

Fundos de obrigações da GNB GA lideram nas rentabilidades em 2020 Dos 10 fundos de obrigações nacionais mais rentáveis em termos de rentabilidade absoluta e em relação ao risco, os Fundos de obrigações da GNB Gestão de Ativos lideram, de acordo com os dados retirados da Morningstar a 31 de dezembro de 2020. Na rentabilidade, são três os produtos da GNB GA em destaque e por unidade de risco, o pódio é constituído por dois produtos da gestora de ativos dos Grupo Novo Banco.

No topo do ranking, surge uma vez mais o NB Obrigações Europa, gerido por Vasco Teles, que registou um retorno em 2020 de 13,27%, sendo considerado mesmo um fundo de excelência nesse ano. Nas métricas em análise, surge também o NB Euro Bond. Estes dois produtos, geridos por Vasco Teles são os únicos que ultrapassam a barreira de 10% em termos de rentabilidade absoluta e 1% em termos de retorno por unidade de risco.

Miguel Stilwell de Andrade (na foto) foi confirmado como novo presidente executivo do grupo EDP e vai liderar também a EDP Renováveis (EDPR). A EDPR é detida em 82% pelo grupo EDP. O gestor passa, assim, a ser presidente do conselho e CEO da EDPR, enquanto Rui Teixeira, que era até agora administrador executivo da EDPR e conselheiro delegado em Espanha, foi nomeado CFO da EDPR. Além de administrador financeiro da EDP Renováveis, Rui Teixeira também vai ser ainda administrador financeiro do grupo EDP. Já a EDP Brasil vai ter João Marques da Cruz como presidente executivo e o anterior líder, Miguel Setas, vai passar a presidente do conselho de administração da EDP Brasil. Andy Brown é o novo CEO da Galp Energia, substituindo Carlos Gomes da Silva. O novo CEO, que há dois anos deixou uma carreira de 35 anos ao serviço da Shell, onde chegou a responsável máximo pelo negócio de exploração petrolífera, chega a Portugal com o objetivo de reforçar a vocação internacional da Galp Energia, mas também a sua vertente de sustentabilidade ambiental. Uma das recentes alterações na administração da Galp, em 2019, foi a da entrada na comissão executiva da espanhola Susana Quintana Plaza, que esteve anteriormente ligada à Siemens e à E.On. A Fundación Endesa nomeou Javier Blanco Fernández como novo diretor-geral. Javier Blanco, que substitui no cargo Alberto Fernández Torres, foi anteriormente country manager da Enel Green Power na Australia, de donde regressa para assumir a direção-geral da Fundación Endesa. Nos últimos 18 anos, ocupou diversos postos dentro do grupo Enel, em Espanha e noutros países. Com mais de 20 anos de existência, o objetivo principal da Fundación Endesa, presidida por Juan Sánchez-Calero, é contribuir para o desenvolvimento social, através de projetos educativos, de formação para o emprego, meio ambiente e culturais.

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Breves Bankinter cierra el año de la pandemia con un beneficio de 317 millones Bankinter finalizó 2020 con un beneficio muy por encima de lo previsto. La entidad registró un resultado neto de enero a diciembre de 317,1 millones de euros, lo que supone una caída del 42,4% tras las fuertes provisiones llevadas a cabo para prevenir del covid. Con todo, el beneficio anunciado supera las estimaciones de los analistas, que esperaban una ganancias de 266,5 millones de euros, según datos de Bloomberg. El banco ha realizado provisiones por 242,5 millones en el ejercicio, con lo que el resultado antes de impuestos de la actividad bancaria cae a 230,5 millones de euros, un 62% menos que en 2019. Este descenso es debido tanto a las provisiones como a la ausencia de los extraordinarios que la entidad se anotó en 2019 por la compra de EVO . El grupo ha conseguido sin embargo atenuar la caída que registraba hasta septiembre, que era del 50,5%. Acciona aumenta su presencia en Portugal Acciona consolida su presencia en Portugal de mano de la promotora española Gestilar, que ha adjudicado a la firma la construcción de un edificio de viviendas en la localidad de Oeiras, en la región o distrito de Lisboa y a unos 8 kilómetros del centro de la capital lusa. Se trata de la primera fase del proyecto Gestilar Residences Miraflores, con un presupuesto de 26 millones y con un plazo de ejecución previsto de 23,3 meses. Este es el primer proyecto residencial que llevará a cabo Acciona para un cliente privado en el país vecino, donde cuenta ya con una amplia experiencia en el negocio de infraestructuras. Dio sus primeros pasos en Portugal en 1948 y se ha consolidado en el mercado luso con las adjudicaciones de obras emblemáticas en infraestructuras, como la Presa de Alqueva, la Estación de Oriente, el Puente Infante Don Enrique. Adicionalmente, la compañía cuenta con 25 depuradoras y 5 potabilizadoras, entre ellas, la EDAR de Faro-Olhão, en la zona del Algarve. Telefónica, Orange, Vodafone y DT se unen para impulsar el despliegue de redes abiertas Telefónica, Orange, Vodafone y Deutsche Telekom han sellado un acuerdo (MoU) para apoyar el despliegue de Open RAN como la tecnología elegida para las futuras redes móviles. Pretenden impulsar la creación

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Iberia compra Air Europa por 500 millones a pagar en seis años Iberia ha cerrado finalmente la compra de Air Europa por 500 millones de euros a pagar en un plazo de seis años. El cierre de la operación se produce más de un año después de que se anunciase la venta. Iberia notificó en noviembre de 2019 que compraría a su histórico rival por mil millones de euros, pero la operación quedó suspendida por el estallido de la pandemia del coronavirus, que ha afectado en general al sector aéreo y en particular a Air Europa. El deterioro del negocio de la aerolínea del grupo Globalia ha provocado

que la operación se haya completado por la mitad de la cuantía prevista. Ambas partes llevan meses renegociando los términos de una venta que deberá ser aprobada por el Gobierno, quien rescató a Air Europa hace tres meses con dos préstamos valorados en 475 millones de euros con cargo al fondo de rescate de empresas estratégicas gestionado por la SEPISociedad Estatal de Participaciones Industriales.

Iberdrola y Total pujan juntos por un parque eólico marino de 2.000 millones

Iberdrola y la francesa Total han constituido una sociedad conjunta al 50% para pujar en la licitación lanzada por Dinamarca para construir el parque eólico marino de Thor, uno de los mayores del mundo, con una potencia de 800 MW a 1.000 MW y un coste de unos 2.000 millones de euros. El país les ha seleccionado y competirán con cinco propuestas de RWE, Orsted, Vattenfall y otras empresas. La eléctrica española reedita una

alianza con otra firma relevante para afrontar los costes del negocio eólico marino. Si en Japón, el pasado septiembre, eligió a Macquarie para adquirir Acacia Renewables y desarrollar 2,1 GW de potencia, ahora se ha aliado con Total. La Agencia Danesa de Energía ha seleccionado la joint venture de ambas empresas, junto a otras cinco empresas o consorcios, al considerar que cumple los requisitos técnicos y económicos. Sus rivales son SSE Renewables, Copenhagen Infraestructure IV y Andel Holding; Swan Wind (Eneco Wind y European Energy); RWE; Vattenfall; y Orsted.


Breves MásMóvil entra en Portugal

La operadora española MásMóvil se ha adjudicado tres bloques de espectro en la reciente subasta de frecuencias de Portugal, que le permitirán ingresar en el mercado mediante el lanzamiento de servicios 4G en tres regiones. Según el periódico “Expansión”, MásMóvil lanzará dichos servicios a través de su filial portuguesa Nowo, con intención de construir

una red 4G que cubra Lisboa, Oporto y el Algarve. Nowo entra en el mercado como el cuarto operador nacional de Portugal, compitiendo con Meo (de Altice Europe), Vodafone Portugal y NOS. MásMóvil abonará unos 54,3 millones de euros por los tres bloques en la banda de 1800MHz. La primera fase de la licitación ya se ha completado y también se cubrió el espectro en la banda de 900MHz. Los datos de GSMA Intelligence para el cuarto trimestre de 2020 sitúan a Meo como líder del mercado en Portugal con 6,4 millones de líneas móviles, por delante de NOS (4,8 millones) y Vodafone (4,6 millones).

BP consolida su apuesta por las renovables en España Lightsource BP, la filial de renovables de la petrolera británica, ha adquirido una cartera de proyectos de 1,06 gigavatios (GW) distribuidos por toda España a RIC Energy, un desarrollador de proyectos fotovoltaicos con presencia internacional, informó la empresa. En concreto, ambas compañías colaborarán en el desarrollo de los proyectos, que comprenden 14 plantas solares ubicadas en Madrid, Andalucía y Castilla

y León. Se espera que los primeros proyectos alcancen el estado de ready to build (listo para la construcción) a finales de este año y que las plantas comiencen a funcionar por fases en el periodo comprendido entre 2022 y 2025. Igualmente, la filial “verde” de BP también trabajará para cerrar la financiación de los proyectos y los contratos de construcción con una empresa de “EPC” (ingeniería, suministro y construcción).

Roca compra el 75% del fabricante de muebles de baño Royo Grupo Roca ha adquirido una participación mayoritaria, del 75%, en el grupo valenciano Royo, líder europeo en la fabricación de muebles de baño, con una cifra de negocio de 95 millones de euros en 2019 y una plantilla de 793 personas. En concreto, Roca ha comprado la participación del 62% que tenía el fondo estadounidense HIG Capital y una parte del porcentaje de la familia Royo. La familia seguirá, no obstante, con una participación del 25%. Royo Group posee tres plantas de pro-

ducción en España y Polonia y dos centros de innovación. La compañía fabrica alrededor de un millón de muebles de baño anuales. Con la integración del negocio de las dos compañías, nace uno de los líderes mundiales en mobiliario de baño, con una cifra de negocio global superior a los 173 millones de euros en este segmento y una producción cercana a los dos millones de unidades al año en nueve centros productivos ubicados en España, Portugal, Polonia, República Checa, Rusia, China y Brasil.

de un marco común para el desarrollo de soluciones de redes abiertas que reduzcan la dependencia de las empresas de telecomunicaciones de los proveedores tradicionales, como Ericsson, Nokia o Huawei. En un comunicado, las cuatro compañías señalan que en este acuerdo expresan su compromiso individual con la implementación y el despliegue de soluciones Open RAN, que se benefician de las nuevas arquitecturas virtualizadas abiertas, del software y el hardware, para construir redes móviles “más ágiles y flexibles” en la era del 5G. Los cuatro operadores trabajarán conjuntamente con los socios ya existentes y nuevos de este ecosistema, con organismos de la industria como la O-RAN Alliance y el Telecom Infra Project (TIP), así como con los responsables de las políticas europeas. Ikea irrumpe en fotovoltaicas en España y ofrecerá la instalación a hogares Ikea se ha lanzado a ofrecer placas fotovoltaicas para autoconsumo en España. El grupo ha llegado a un acuerdo con la compañía española Gesternova, especializada en energía solar, como proveedora de las soluciones de autoconsumo fotovoltaico para sus clientes en España y Portugal. A través de este acuerdo, la multinacional sueca ofrecerá a sus clientes la posibilidad de generar su propia energía en casa a lo largo de la primavera de este año. Aún no hay fecha concreta pero ya tienen el modelo inicial. Los clientes podrán contratar por Internet a Ikea la instalación de placas fotovoltaicas en su hogar. Gesternorva será la empresa que se encargue después de todas las gestiones para ponerla la instalación y operarla. Este servicio que servirá de plataforma para Ikea se ha bautizado como “Contigo Energía”. Tal y como explican los responsables de las empresas, “esta alianza constituye una gran oportunidad para seguir ayudando a familias y empresas a aprovechar un recurso inagotable como el sol”. Telefónica vende a ATC las torres de Telxius por 7.700 millones de euros Telefónica ha anunciado la venta a American Towers de las torres de su filial Telxius por un valor de 7.700 millones de euros. Se trata en total de 30.722 emplazamientos, situados en España, Alemania, Brasil, Perú, Chile y Argentina. La compra se completará en dos operaciones independientes, una para los activos situados en Latinoamérica y otra para los que se encuentra en Europa.

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“La digitalización es un imperativo que nos impone el cambio de modelo propiciado por la pandemia y las cámaras deberán adaptarse”

Desde Londres Eduardo Barrachina preside la Cámara Oficial de Comercio de España del Reino Unido y la Federación Española de Cámaras de Comercio en el Exterior (Fedecom), que agrupa a todas las cámaras oficiales de España en Europa, África, Asia y Oceanía. Es además abogado. El 2020 ha sido un año intenso para Eduardo Barrachina, ya que además de la pandemia se ha enfrentado a la salida de los ingleses de la Unión Europea. A pesar de las dificultades, cree que de esta crisis saldrán aspectos positivos, como la digitalización de las cámaras.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

caba un año marcado por la pandemia y muy difícil para muchos negocios. ¿Cómo ha afectado a las compañías españolas que están en el extranjero? El covid-19 ha sido y es una pandemia global que ha afectado a todos los países más o menos por igual. No ha habido paraísos en la pandemia. El impacto en las empresas ha sido desigual dependiendo del tipo de empresa, el sector económico y la oportunidad para adaptarse. Hay empresas como las dedicadas a la hostelería y en general al turismo que no han podido adaptarse por estar cerradas y han sufrido muchísimo. En cambio, los exportadores y distribuidores que han podido beneficiarse del auge del comercio digital han 14 ACT UALIDAD€

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rior en circunstancias tan difíciles? ¿En qué ha consistido vuestro plan estratégico? Las cámaras de comercio, que en el fondo son instituciones que llevan el ¿En qué países han notado más los ADN de las empresas que representan, se han centrado en dos aspectos efectos de la crisis? En realidad, en todos. Es una cri- fundamentales: adaptarse a esta nueva sis sanitaria. La diferencia estriba en situación y la futura digitalización. Las los mecanismos que un Estado tiene cámaras tienen el instinto de las emprepara compensar a las empresas por los sas. En Londres, por ejemplo, aproveconfinamientos y cierres de negocios chamos estas circunstancias para estar y las medidas de carácter social que más cerca del socio. La digitalización protejan a los más vulnerables. Ahí es es un imperativo que nos impone el conveniente recordar los extraordina- cambio de modelo propiciado por la rios esfuerzos que se han llevado en la pandemia y las cámaras deberán adaptarse. Vamos hacia el socio digital. Unión Europea. Además, en Fedecom, estamos dise¿ Cómo han trabajado las cámaras ñando un mapa de servicios en coorde comercio de España en el exte- dinación con la Cámara de Comercio aumentado sus ventas. La pandemia es un fenómeno poliédrico y con muchas aristas que ha afectado a las empresas de modo distinto.


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de España que nos permitirá dar más del Gobierno. Nunca hemos hecho y mejor visibilidad a todos los servicios tanto juntos como hasta ahora. quef una cámara de comercio en el exte- Y este año estamos trabajando y coorrior puede prestar a la Administración dinando la estrategia de digitalización Española. para que todas las cámaras en el exterior puedan adaptarse a este nuevo ¿Han estado coordinados con la modelo comercial. Asimismo, la comuCámara de Comercio de España? nicación con el Gobierno y Cámara de Nunca antes hemos estado tan coordi- Comercio de España ha sido continua nados como en 2020. Fedecom tuvo a lo largo de la crisis. cuatro Asambleas Generales virtuales durante el 2020 siempre en coordi- ¿Qué cambios va a traer a las cámanación con Cámara de Comercio de ras de comercio la aplicación de ese España y la Secretaría de Estado de nuevo decreto? Comercio. No en vano, en mayo de El nuevo Real Decreto de Cámaras 2020 asistió la propia Secretaria de – que todas las cámaras en Fedecom revisamos y comentamos– se basa en Estado. En un solo año tuvimos más asam- los mismos principios anteriores y aunbleas que en el último lustro. Se han que no representa un cambio fundadiscutido los problemas de las cámaras, mental en el modelo cameral exterior los retos que nos impone la pandemia, sí que refuerza la coordinación entre hemos actualizado los Estatutos de las cámaras y el Estado. Las cámaras Fedecom creando tres vicepresidencias de comercio en el exterior vean así su regionales, hemos comentando el pro- perfil institucional (sus derechos y obliyecto de ley de cámaras en el exterior gaciones) mejor regulado. El anterior (ya aprobado) y en diciembre se conce- Real Decreto, siendo una buena norma, dió el Premio Fedecom 2020 a SEAT era de 1979 y en algunos aspectos en París con la asistencia del Presidente necesitaba una puesta al día. Ha sido

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un gran ejemplo de transparencia y colaboración que todas las cámaras en el exterior hayamos podido discutir puntos importantes y fórmula. Los momentos de crisis, ¿refuerzan la importancia de vuestra red? La refuerzan. No lo dude. Piense en las PYMES que aspiran a internacionalizarse. Ir con el apoyo de una cámara oficial les garantiza tener un aterrizaje suave en el país de destino, conocer proveedores, posibles clientes, agentes e incluso personalidades del país. Ninguna institución tiene la capilaridad y conocimiento de un país como una cámara de comercio. ¿Las empresas pueden sacar algún aspecto positivo de esta crisis? La digitalización es la consecuencia natural de esta pandemia. Pero hay más. Esta crisis sirve para repensar y examinar modelos de negocio (el producto que se vende o los servicios que se ofrecen, la reacción del consumidor, etc.) y, sobre todo, para aprovechar las nuevas oportunidades que ofrece un PUB

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entrevista entrevista Las cámaras en el exterior sirven para facilitar que los mensajes del Estado lleguen a la audiencia local. Gracias a las cámaras se puede trasladar al mundo una cierta idea de España mucho más creíble porque no está politizada. ¿Qué importancia tendrán los fondos europeos para las empresas? ¿Se beneficiarán de ellos a tiempo? Los fondos son como las vacunas, el reto es sobre todo su administración ordenada, rápida y eficaz. Es probable que los fondos lleguen tarde para algunas empresas, pero van a ser esenciales en asegurar que muchas empresas puedan recuperarse. cambio de modelo como el que está teniendo lugar ahora.

España no se ha ido del Reino Unido. El stock de inversiones (alrededor de 80 mil euros) se mantiene. El Acuerdo ¿Cómo espera este arranque de que se ha alcanzado altera el modelo 2021? ¿Para cuándo la reactivación que regula el comercio de mercancías económica? y aunque no impone aranceles crea Es razonable pensar que a finales del un buen número de barreras no aranprimer semestre de 2021 buena parte celarias. Pero esto es normal porque de los procesos de vacunación a la es la consecuencia de abandonar la población más expuesta se hayan com- unión aduanera y no puede sorprender pletado y lo prudente es contemplar a nadie. Los exportadores españoles una recuperación en el segundo semes- tendrán que adaptarse a los nuevos tre. requisitos, estándares británicos y normas sanitarias y fitosanitarias, y eso En Reino Unido se unen los efec- exigirá un esfuerzo. Sin embargo, en tos del Covid-19 con los del Brexit. sectores estratégicos para la exportación ¿Cómo están reaccionando las española como el vino, los productos empresas españolas? ¿Han salido farmacéuticos o los componentes de muchas? automoción se han creado regímenes El Reino Unido es el segundo destino especiales para favorecer estos sectores. para la inversión española en el exterior después de EE.UU., esto es, cuando Teniendo en cuenta la crisis ecola empresa española sale al exterior, nómica, ¿hay un mayor apoyo a las piensa en el Reino Unido. Las reglas cámaras por parte de la Secretaría del juego han cambiado, pero por su de Estado de la España Global? tamaño, proximidad geográfica, buena La Secretaría de Estado de la España disposición hacia los negocios de la Global es de reciente creación y debiAdministración británica, prestigio de do al Covid-19 no ha tenido ocasión los jueces mercantiles ingleses, poder para trabajar mucho con las cámaras, adquisitivo, mercado laboral flexible aunque ya conoce nuestra red. Somos y reguladores sofisticados, el Reino unos aliados muy importantes para Unido reúne las condiciones para con- ellos a la hora de trasladar eficazmente tinuar siendo un destino que atraiga al exterior mensajes sobre España y sus tanto a nuestros exportadores como a empresas. Se pueden y deben apoyar en la inversión directa. la red cameral de España en el mundo. 16 ACT UALIDAD€

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¿Le preocupa en especial algún sector? El sector turístico (incluyendo las aerolíneas y hoteles) va a tener que hacer un esfuerzo gigante para adaptarse. Pero paradójicamente saldrá más reforzado porque nos ha dado la oportunidad de revisar el actual modelo turístico. Si miramos la anterior crisis, ¿hay motivos ahora para ser más o menos optimistas? Esta crisis no tiene nada que ver con la de 2008. Ni en su génesis ni en su desarrollo. La crisis de 2008 fue una crisis de crédito que reveló la ausencia de suficiente supervisión regulatoria. Esta es una crisis sanitaria que nada tiene que ver con el sistema financiero, mucho más saneado que hace 10 años. Estamos ante una crisis sanitaria devastadora pero no ante un cuestionamiento del sistema financiero, que fue lo que aconteció en 2008. La crisis de 2008 entrañó cambios sustanciales en la regulación de las entidades de crédito y especialmente los sistemas de restructuración de entidades financieras insolventes, supuso el fin de las cajas de ahorro en España y marcó una época de austeridad. Esta crisis, en cambio, alterará el modo en que trabajamos, estudiamos, viajamos, etc. cambios todos ellos con consecuencias económicas muy profundas. 


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El Grupo Regojo se refuerza con la apuesta de una nueva línea de negocio dedicada a equipos de protección y soluciones de desinfección Con una destacada trayectoria en el sector textil, la compañía vuelve a diversificar su negocio y apuesta por una nueva marca que ofrece soluciones para la protección personal, desinfección de ambientes y superficies. Indexcity, Safe & Clean da respuesta a las necesidades del mercado en el contexto de la pandemia y su portafolio de productos es fruto de varios meses de investigación y desarrollo en conjunto con empresas tecnológicas líderes a nivel ibérico.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

a pandemia ha supuesto un verdadero desafío para muchas empresas de aquellos sectores más perjudicados por el confinamiento y las restricciones. Pero también ha sido una oportunidad para aquellos negocios que han sabido adaptarse y encontrar su espacio antes las nuevas necesidades del mercado. Es el caso del Grupo Regojo, compañía centenaria en la industria textil, también presente en las áreas de inmobiliaria y eficiencia energética, que cuenta ahora con Indexcity, Safe & Clean, empresa que ofrece soluciones para la protección personal, desinfección de ambientes y superficies. “La marca y la empresa existían un año antes de comenzar la pandemia, dedicada a la exportación de ropa orgánica ecológica, pero cambiamos rápidamente cuando empezó el confinamiento de marzo y nos empezaron a pedir mascarillas”, explica Jaime Regojo, uno de los tres directores de la empresa. Una semana después de que Portugal comenzase su confinamiento en marzo del año pasado ya estaban vendiendo las mascarillas, “primero de 20 lavados, después de 30 y ahora de 50. Las vendemos de

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muchos tipos y la más reciente es la Go2Mask, que inactiva el virus”, añade el responsable. Han vendido más de 400.000 unidades, la mitad de ellas a Francia, el primer cliente para este producto, seguido de Portugal y de España. Tal y como ocurre con cualquier otra prenda de moda, han apostado por una gran variedad de modelos de mascarillas, tanto lisos como estampados, que varían en función de la estación. Pero las masca rilla s no han sido sino la primera de una larga lista de soluciones para la protección personal. En este giro que ha dado la marca, se han

juntado con nuevos socios. Es el caso de Seliba, empresa española de prestigio en el segmento de la desinfección que ha desarrollado un arco para higienizar los carros


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de la compra. Es una solución única para que las cadenas de distribución limpien por completo los carros y cestas, utilizados por miles de personas diariamente, y así transmitir seguridad a sus clientes. Indexity se encarga de comercializar el arco de desinfección creado por Seliba pero ambas firmas han desarrollado y patentado en conjunto una cabina de desinfección y esterilización de prendas de ropa y calzado para cadenas minoristas y almacenes de distribución así como para la industria alimentar, donde las medidas de higiene son más estrictas. Esta cabina elimina el covid-19 y otros microorganismos, tales como bacterias, hongos, etc, asegurando la desinfección en tan solo cinco minutos utilizando una tecnología innovadora de ozono que penetra en el interior de las prendas.

Innovación Una de las características de Indexcity es su apuesta por la innovación, colaborando con las principales empresas tecnológicas a nivel ibérico, dando como resultado varias patentes, únicas en su sector y a nivel internacional. Para presentar su gama de robots, en colaboración con la compañía española Soluciones y Aplicaciones Tecnológicas TPM, han trabajado con investigadores españoles, portugueses y norteamericanos, “ha sido un trabajo complicado”, reconoce Jaime Regojo. El resultado son cuatro modelos de robots desinfectantes autónomos, que utilizan diferentes tecnologías

como luz ultravioleta C, vaporización y nebulización. Los robots mapean el lugar a tratar y realizan el trabajo ellos solos en los tiempos programados. “En el mercado portugués existen tres marcas de PUB

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robots desinfectantes, pero ofrecen un producto por el doble de valor que el nuestro. Además de vender el robot, Indexity también cuenta con el servicio de desinfección”, apunta el responsable. Estos robots realizan su recorrido evitando obstáculos y ahorran costes y exposición del personal. Uno de los modelos puede trabajar en presencia de personas, desinfectando el ambiente en tiempo real, ideal para oficinas o negocios como restaurantes, centros comerciales... Ente sus clientes están también colegios, aeropuertos, gimnasios, hoteles y diversas instituciones. Fruto de la innovación es también la nueva alfombra de desinfección en seco para el calzado. “Actúa como una barrera frente a la pro20 ACT UALIDAD€

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pagación de miles de virus y bacterias que traemos del exterior a nuestras casas”, explica la compañía. Hasta ahora lo más habitual es utilizar dos alfombras, una para desinfectar y otra para secar el calzado, pero esta alfombra cuenta con tecnología única e innovadora, fabricada con nanotecnología que contiene iones de plata, y desinfecta en seco la suela de los zapatos en unos segundos, sin necesidad de añadir productos químicos, además del peligro de al estar mojados los zapatos la persona puede resbalarse, originando multitud de accidentes. Indexcity ha invertido, en conjunto con sus socios, más de un millón de euros. “Sabemos que cuando acabe este virus, vendrán otros, y hay bacterias. Por eso es una inversión segura para las empresas, ya que existe cada vez más la conciencia entre las empresas y las personas que a partir de ahora, tenemos que vivir en un mundo más desinfectado”, matiza Regojo. En 2020 la empresa facturó un millón de euros, pero las previsiones para el 2021 son “llegar entre los siete y nueve millones de euros. Ya contamos con muchos pedidos y cada vez son más los clientes que buscan este tipo de soluciones”, puntualiza. En cuanto al resto de actividades del Grupo Regojo, Jaime Regojo espera que en la próxima estación otoño/invierno se pueda ir volviendo a la normalidad en el área de la confección e ir recuperando los pedidos de las tiendas. “La crisis nos va a afectar a todos y tenemos que pensar que las ventas van indudablemente a disminuir”. Pero mientras se siga usando la mascarilla, que probablemente será hasta la primavera de 2022, esta y otras

líneas de negocio seguirán su curso. En el área inmobiliaria, siguen con la compra - venta de terrenos y locales, además de ser propietarios de un centro comercial en Braga, “y vamos a continuar con la eficiencia energética, sobre todo en hospitales y empresas”. El grupo ha sabido adaptar también la estructura de la empresa para compensar la falta de trabajo en los sectores más afectados con las nuevas demandas. “La línea de la confección se paró con las tiendas cerradas, pero resultó sencillo adaptarnos a la creación de mascarillas”, reconoce Jaime Regojo. Cuentan en su estructura con un importante equipo comercial que ha dado apoyo para el impulso de la nueva marca. Indexcity seguirá su expansión por nuevos países, una vez que ya están en contacto con AICEP en Portugal e ICEX en España para poder llevar sus productos a otros mercados. 


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Sistema misto de teletrabalho/ regime presencial dita futura tendência do mercado de trabalho As alterações no mercado de trabalho vão acelerar, impondo-se o teletrabalho através de meios tecnológicos como uma das principais tendências para se consolidar nos próximos anos, considera Tiago Mota Costa, senior partner do Kaizen Institute. Esta consultora conclui ainda, na sequência de um recente estudo feito em Portugal, que a maioria das empresas (68%) espera mesmo obter maior produtividade, graças a este novo regime, do que antes da pandemia.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

onciliar novas formas de organização do trabalho, em que vai dominar o teletrabalho por meios remotos, será um dos grandes desafios das organizações para os próximos tempos. Esta foi uma das alterações que a pandemia veio acelerar, a nível de tendências do mercado de trabalho, segundo preconiza Tiago Mota Costa, senior partner do Kaizen Institute. Para este especialista em gestão de recursos humanos, a introdução do teletrabalho como regime preferencial para manter os colaboradores nas empresas “é uma tendência que se

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Quase 70% das empresas pretende adotar um sistema misto depois da pandemia, com predominância do teletrabalho, de acordo com um estudo do Kaizen Institute

acelerou coma pandemia, e que antes podia demorar uma década a afirmar-se, mas que agora será implementada numa grande maioria de empresas”. A conclusão surge confirmada num recente estudo promovido pelo Kaizen Institute, consultora de referência na área do apoio às organizações para melhoria da sua rentabilidade, que conclui que 68% das empresas tenciona adotar o teletrabalho de forma estrutural, numa lógica de complementaridade em relação ao trabalho presencial. Destes, 86% pondera manter dois ou mais dias de trabalho remoto por semana, sendo os restantes dias


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ocupados dentro do escritório. Tiago Mota Costa (na foto) enquadra que este regime de trabalho remoto pode ser realizado através da articulação de equipas em “espelho”, ou seja, com horários desfasados dentro do escritório/ empresa. Esta é uma das principais conclusões do último estudo regular promovido por aquela consultora. O “Barómetro Kaizen RH 2020/2021”, realizado no início de dezembro de 2020, questionou cerca de 150 diretores de recursos humanos de grandes e médias empresas nacionais, com o objetivo de avaliar a resposta das organizações à situação pandémica, as principais tendências e desafios atualmente verificados na gestão das pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores. As novas medidas governamentais de obrigação do regime de teletrabalho sempre que possível vêm, de resto, acentuar a importância das empresas acelerarem a transição tecnológica para garantir o trabalho à distância. Apurar formas de comunicação para a articulação com os clientes Em termos de produtividade, quase 70% dos inquiridos considera que a eficiência dos colaboradores em regime de teletrabalho será equivalente ou superior à registada num cenário pré-covid, restando 31% que acredita que a eficiência será menor com este sistema. Dos 70% que estão otimistas, há um grupo de 39% que acredita que a produtividade será semelhante à que existia antes da pandemia, com este regime, enquanto que 31% acredita mesmo que ela irá crescer. Isto, independentemente dos fatores externos – nomeadamente da empresa conseguir aumentar ou não as suas encomendas/ serviços que são solicitados pelo mercado. Para alcançar uma boa produtividade dos colaboradores, Tiago Mota Costa considera fundamental que estejam afinados os processos de comunicação entre as equipas e entre estas e os clien-

“A contratação passou para plano secundário– o que é um aspeto negativo”. A prioridade das empresas agora é a “conciliação do trabalho remoto ou das equipas em espelho” com as solicitações dos clientes tes da empresa. “Os colaboradores devem saber utilizar as ferramentas de trabalho remoto e os lideres empresariais devem garantir que os funcionários acedem e que comunicam entre si para melhor chegar ao mundo externo (clientes e outros parceiros). Ou seja, a grande prioridade das organizações, agora, deixou de ser a contratação de novos colaboradores e sim fatores como “a preparação dos recursos para cenários de transformação a médio e longo prazo (com atuação rápida e resiliente de cada indivíduo) e, em segundo lugar, o assegurar das condições de higiene e segurança

no trabalho. A manutenção dos postos de trabalho passa a sobrepor-se, assim, à nova “contratação, que passa para plano secundário– o que é um aspeto negativo”, ressalva, assim, Tiago Mota Costa. Questionado sobre se as multinacionais estão também a aderir a este regime misto, Tiago Mota Costa refere que, no âmbito da sua experiência profissional mais extensa, constata que, de facto, também estas companhias a operar em Portugal passaram a privilegiar este modelo, em vez de manter os colaboradores todos os dias no escritório. Outra novidade vem do facto dos inquiridos no referido estudo, questionados sobre expetativas de aumento salarial para 2021, 31% respondeu não considerar aumentos, enquanto 69% admitiu essa hipótese (aumentos até aos 5% face ao salário atual dos colaboradores), mas Tiago Mota Costa ressalva que o cenário poderá ter mudado entretanto, com as novas restrições impostas à economia e à mobilidade a meio de janeiro deste ano. O responsável adianta que além da realização deste tipo de estudos de tendências, o Kaizen Institute pode ainda dar consultoria às empresas em termos da implementação de processos com foco na vertente humana– compromisso e empenho – para a resolução de problemas diários, os quais devem dar sugestões com vista a identificar oportunidades para a melhoria da empresa. A consultora disponibiliza ainda equipas multidisciplinares para apoiar as atividades dos seus clientes. O Kaizen Institute Consulting Group é uma multinacional de serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas, presente em mais de 35 países. A empresa atua em diferentes setores de atividade, suportando as organizações e desafiando os líderes a melhorarem a sua rentabilidade e a fazerem crescer o seu volume de negócios. Fundada em 1985, na Suíça, a empresa está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999.  FEVEREIRO DE 2021

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Programa Discoveries regressa online para dinamizar o turismo J á estão abertas as candidaturas para a 6ª edição do Discoveries, programa de aceleração lançado em 2015 pela Fábrica de Startups, com o apoio do Turismo de Portugal, que tem como objetivo dinamizar o setor do turismo, em Portugal, apoiando startups nacionais e internacionais com elevado potencial. A apresentação de candidaturas terá de ser feita no site da iniciativa, até ao dia 7 de março. Este programa de aceleração tem na sua génese a promoção de Portugal, contribuindo para a afirmação do nosso país como um startup lab , onde projetos de todo o mundo podem basear e escalar os seus negócios. Para o fundador e CEO da Fábrica de Startups, António Lucena de

Faria, “têm sido anos fantásticos a trabalhar com o Turismo de Portugal e a fazer com que mais e mais startups queiram vir para Portugal e começar o seu negócio cá”. Acrescenta, por outro lado, que “o turismo continua a ser uma indústria absolutamente fundamental para o futuro do nosso país”. Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal considera que “a inovação no setor do turismo nunca foi tão importante” e que “devemos, assim, criar as condições para acelerar uma retoma sustentável e demonstrar que Portugal é um destino competitivo e inovador”, conclui. Tendo em conta a situação de pandemia, a 6.ª edição será, pela primeira vez, conduzida de forma remota, entre os dias 30 de março

Cepsa lança novo lubrificante 100% sintético A

Cepsa acaba de lançar um novo lubrificante que permite uma maior poupança de combustível e garante uma maior eficiência e proteção dos motores. Trata-se de um lubrificante que cumpre os mais recentes requisi-

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tos das normas em vigor, é 100% sintético, alcança os máximos intervalos de muda recomendados pelos principais fabricantes e tem um baixo teor de cinzas, características que lhe conferem garantias de ser um produto de última geração, e que protege o funcionamento dos catalisadores e dos filtros de partículas. O XTAR 5W30 Long Life W tem excelentes propriedades de emulsão para combater a diluição do ar e/ou combustível, e tem uma forte capacidade

e 29 de abril. Ao longo do programa, os participantes irão ter acesso a oito bootcamps , para testarem e validarem os seus modelos de negócio, mas também a “uma rede única de mentores, parceiros especialistas no setor, potenciais clientes e investidores”, ou ainda workshops e webinars com convidados especiais ligados ao setor, bem como a metodologias da Fábrica de Startups. No dia 29 de abril, dia do “Final Pitch”, os vencedores (até três startups) que mais se destacarem ganham uma “Tour de Inovação Turística” em Portugal, para que conheçam o ecossistema português, potenciais parceiros e clientes. O Discoveries já recebeu e acelerou 82 startups , de mais de 25 países. 

anticorrosiva. Fatores que o tornam especialmente recomendado para veículos híbridos, a gás (GLP/GNC), gasolina ou diesel, equipados com filtro de partículas (DFP/GPF) e, em especial, para os motores do grupo VAG (VW, Audi, Seat, Skoda) que requerem um lubrificante que cumpra a norma VW 504.00 / 507.00. Este lubrificante vem substituir o XTAR 5W30 504 507, foi sujeito a um conjunto mais extenso e exigente de ensaios de motor e superou o ensaio de estabilidade à oxidação. Tem a especificação API SP, a de maior qualidade no mercado, incorporando ensaios associados a veículos modernos, como a proteção contra o fenómeno LSPI, proteção do turbocompressor, entre outros. 


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Novo Banco promove campanha de comunicação “Portugal que Faz” P ara além de estar ao lado das empresas, que já fazem parte do ADN do Novo Banco, agora e mais do que nunca, o Novo Banco está também ao lado dos pequenos negócios, apoiando-os, de forma a que possam inovar, reinventar e transformar as dificuldades em oportunidades. Consciente da importância que o tecido das micro e pequenas empresas tem para o desenvolvimento da economia portuguesa, o Novo Banco reafirma nesta campanha, lançada no final de dezembro, o compromisso de estar pronto e disponível para fazer pela economia, pelos projetos, pelas ideias e por quem continua a fazer pelo país. Apesar dos tempos que vivemos, a presença continua a ser o essencial desta relação, em particular para quem tem um negócio e reconhece a importância da proximidade e da parceria.

Estamos com o Portugal que faz. Estamos com os pequenos negócios que fazem Portugal grande. É assim que o Novo Banco continuará a apoiar os pequenos negócios que fazem Portugal grande. É esse o papel de um verdadeiro parceiro. Esta entrega do Novo Banco acontece no quotidiano dos negócios, com soluções que fazem a diferença, das quais se podem destacar a Soluções Negócios (conta à ordem, com tudo o que é preciso para gerir o negócio), Crédito Online Negócios, a forma mais cómoda e simples de solicitar um financiamento, a NBnetwork+, integrado no homebanking, apoia diariamente a gestão financeira do negócio, ou ainda

software completo de faturação, online e com várias vantagens. Estarão presentes, novamente, nas rádios nacionais, anúncios feitos pelos clientes do segmento negócios que veem o Novo Banco como parte da sua empresa e do seu sucesso. Trabalhada pelas agências BBDO, By e Wavemaker, esta campanha estará em todos os balcões e contará com presença em meios digitais, rádio e imprensa. 

Aplicação Phenix elimina taxas cobradas aos parceiros, durante o confinamento N o seguimento da implementação do novo período de confinamento geral, a Phenix mostrou “o seu apoio ao comércio local e tradicional. Para isso e, durante 15 dias, decidiu eliminar a comissão cobrada por venda, na sua aplicação de combate ao desperdício alimentar, permitindo que os comerciantes fiquem com a totalidade do dinheiro das vendas dos seus excedentes alimentares”. Segundo Frederico Venâncio, diretor-geral da Phenix em Portugal, com a eliminação, desde 14 de janeiro e, durante 15 dias, da comissão sobre as vendas de cabazes anti-desperdício, “permitiremos que os comerciantes presentes na aplicação, beneficiem de um lucro

adicional na venda dos seus excedentes diários, eliminado a nossa margem de lucro, na sua totalidade. Este é, no nosso entender, um sinal importante que damos não só à sociedade, mas também a todas as empresas que operam no setor, relembrando que em tempos como estes, a solidariedade conta mais que nunca. Se ultrapassada esta crise, o setor comercial estiver completamente arrasado, será muito mais difícil para todos projetar uma retoma favorável. Temos de estar unidos

em tempos como estes, ajudando e apoiando na medida do possível”. Esta medida esteve válida para todas as lojas e cidades onde a Phenix opera, em Portugal, ajudando os mais de 700 comerciantes parceiros.  FEVEREIRO DE 2021

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BPI recebe pelo 2º ano consecutivo o “Prémio Cinco Estrelas” O BPI alcançou a liderança na categoria de “grandes bancos” no “Prémio Cinco Estrelas”, pelo segundo ano consecutivo. Entre os cinco bancos avaliados pelos consumidores, o BPI registou uma pontuação global de 77,1% (mais 5,4 pontos percentuais face à edição anterior), com destaque para a liderança nos critérios de satisfação, intenção de recomendação e confiança na marca. De salientar que os consumidores inquiridos melhoraram as pontuações do BPI em todos os critérios avaliados, nomeadamente na qualidade e inovação dos serviços digitais, produtos, atendimento,

entre outros. O “Prémio Cinco Estrelas” é um sistema de avaliação que mede o grau de satisfação que os produtos, os serviços e as marcas conferem aos seus utilizadores, tendo como critérios de avaliação variáveis como a satisfação pela experimentação, a relação preço-qualidade, intenção de compra ou de recomendação, confiança na marca e inovação, que influenciam a decisão de compra dos consumidores. O prémio resulta da apreciação global de 2.670 consumidores portugueses em três fases distintas e complementares: focus

group e comité especializado; testes de experimentação e estudos de mercado massificados. Todas as fases são coordenadas por entidades independentes na área dos estudos de mercado. Esta distinção junta-se à recente eleição do BPI como “Banco do Ano 2020” em Portugal, pela revista britânica “The Banker”, do grupo Financial Times. A conhecida publicação destacou a solidez financeira do BPI, bem como a capacidade de resposta à pandemia, apoiando os clientes e a sociedade, incluindo os grupos mais vulneráveis, adianta a mesma fonte. 

Batata portuguesa já tem uma marca coletiva, a Miss Tata A Porbatata, Associação da Batata de Portugal, apresentou ontem (24 de novembro) a Miss Tata, a marca coletiva para a promoção da batata portuguesa no mercado nacional e internacional. Esta é a primeira vez que a fileira da batata portuguesa se junta para criar uma imagem coletiva para este produto, apostando na diferenciação e na qualidade. A Miss Tata é a embaixadora das batatas portuguesas no mundo e pretende espelhar atributos que conduzem a uma alimentação nutritiva e equilibrada. Durante dois anos, a Porbatata tem em curso um projeto de Promoção da Batata Portuguesa nos Mercados Externos: França, Alemanha, Espanha, Holanda, Emirados Árabes Unidos, Eslovénia e Angola são os mercados considerados estratégicos.

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Este projeto é apoiado pelo Portugal 2020, no âmbito Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, e prevê um investimento global de 352.988 euros, financiado em 85% pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Além da criação da marca própria coletiva, estão previstas iniciativas como a presença em eventos internacionais e a realização de ações de promoção. A Porbatata pretende ainda organizar um Concurso Internacional da Batata Portuguesa em França. Em 2019, as exportações de batata somaram 28,5 milhões de euros. Os principais destinos foram Espanha, Alemanha, Holanda, Cabo Verde, França, Bélgica e Luxemburgo. Em Portugal, o consumo per capita de batata é de 93,6 quilos por ano. É produzida em todo o país,

com destaque para as zonas Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Interior, Beira Litoral, Oeste, Ribatejo, Península de Setúbal e Costa Alentejana. No total, a área ocupada pelo cultivo deste alimento totaliza 22 mil hectares e a produção média atinge perto de 500 mil toneladas anuais. A apresentação da nova marca foi transmitida em direto no Facebook da Porbatata e contou com a presença e participação de João Torres, secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Nuno Russo, secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Berta Redondo Benito, secretária geral da Europatat, Rui Paulo Figueiredo, presidente do conselho de administração do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa e Sérgio Ferreira, presidente da Porbatata. 


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Epson anuncia novas soluções de ponto de venda para restauração e hotelaria O ano de 2020 trouxe desafios sem precedentes para o setor da restauração e hotelaria. Este setor tem sido dos que mais têm sofrido com esta conjuntura, devendo adaptar-se às alterações da regulamentação e da forma de prestação do serviço aos seus clientes. A distância social, a mudança para serviços de take-away e entrega ou lojas tipo pop-up significam que agora, mais do que nunca, a tecnologia desempenha um papel fundamental para ajudar as empresas a adaptarem-se às condições em constante mudança. Face a esta realidade, a Epson anuncia duas novas soluções de ponto de venda para os setores da restauração e hotelaria. Depois do sucesso dos dispositivos TM-m30II para pontos de venda móveis, a Epson está a expandir a variedade com a nova TM-m30II-

NT, projetado para atender às novas e mutáveis necessidades das empresas geridas com o apoio de tablets. A principal característica da TM-m30II-NT é sua funcionalidade de tethering, que permite à impressora fornecer uma conexão de internet ao tablet por meio de um cabo. Por não depender da conexão wi-fi, evitam-se possíveis quebras na conexão e aumenta-se a eficiência no processamento dos pedidos, minimizando erros e oferecendo o melhor atendimento ao cliente. As características principais são,

por exemplo, a função “carregar e sincronizar” para conetar ao tablet permite ativar e imprimir dados com um único cabo, ou a função tethering, que permite a partilha da conexão LAN com o tablet conetado à impressora por meio de um cabo e que tenha uma conexão de internet estável sem interrupções relacionadas ao wi-fi, entre outras funcionalidades. 

Worten vende lojas e acelera digitalização do seu negócio em Espanha A

Worten Espanha continua o seu processo de adaptação aos novos desafios do mercado, acelerados pela pandemia, e vai acelerar a digitalização do seu negócio naquele país, concentrando esforços no canal digital e assegurando uma rentabilidade positiva em 2021. Assim, a Worten Espanha decidiu vender 17 lojas à MediaMarkt e encerrar outras 14 unidades. A transação com a MediaMarkt prevê ainda a transferência de 270 colaboradores, o que contribui para preservar 73% dos atuais postos de trabalho da Worten Espanha. Como explica José Vieira de Almeida, country manager da Worten Espanha, “no atual contexto de transformação do setor, acelerada pela atual crise pandémica, decidimos fazer mudanças estru-

turais, para garantir resultados operacionais positivos em Espanha em 2021”, assegurando ainda que “esta mudança não afeta a continuidade ou independência do nosso negócio nesta geografia, onde, a partir de agora, nos concentraremos em servir os clientes da forma mais eficiente, através do online e das lojas físicas que melhor se adaptam ao nosso modelo omnicanal em Espanha”. “A aquisição prevista de 17 lojas Worten em Espanha encaixa-se perfeitamente nos nossos objetivos estratégicos de ser a primeira escolha como retalhista de confiança para soluções personalizadas num mundo orientado para a tecnologia”, afirma Alberto Álvarez Ayuso, general managing director da MediaMarkt Iberia. “O acordo proposto também

reflete a nossa aposta clara num compromisso com o modelo omnicanal, com 17 novas lojas para impulsionar as nossas vendas online com novos pontos de entrega e recolha de compras feitas online”. Esta transação aguarda a aprovação por parte da Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência espanhola e deverá concretizar-se no primeiro trimestre de 2021. A Worten está presente em Espanha desde 2009 e esta adaptação vem dar resposta a uma acelerada transformação do mercado, com novas exigências, permitindo à marca continuar a responder às necessidades dos seus clientes, de forma sustentável e adequada ao momento atual. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2021

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El Corte Inglés entrega donativo de 36 mil euros à Liga Portuguesa Contra o Cancro

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El Corte Inglés entregou um donativo de 36 mil euros à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), depois de um conjunto de ações levadas a cabo em outubro nos Grandes Armazéns de Lisboa, Gaia Porto e no site do El Corte Inglés.

Durante o mês de outubro de 2020, estiveram disponíveis dezenas de artigos de todas as áreas, nas lojas físicas e online, cujas vendas reverteram, em parte, para a LPCC. Decorreu também uma recolha de donativos nas caixas do supermercado, a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro, através de vales no valor de um, três ou cinco euros. Também na cafetaria, foi incluída no menu especial que revertia em um euro para a LPCC. O El Corte Inglés decidiu ainda comprar à LPCC laços cor de rosa, no valor

de dois mil euros para oferecer aos colaboradores que os pretenderam utilizar. Os colaboradores também contribuíram para esta causa, ao adquirirem uma caneta com o logótipo do El Corte Inglés, alusivo ao tema, que reverteu, em mais de dois mil euros, também para a LPCC. O El Corte Inglés assinou em outubro um protocolo com a LPCC, que tem como objetivo promover acções de sensibilização e de angariação de fundos junto dos clientes e colaboradores. Durante outubro, mês em que se assinala tradicionalmente a luta contra o cancro de mama, as fachadas do El Corte Inglés em Lisboa e Gaia Porto estiveram iluminadas de cor de rosa, num gesto simbólico de solidariedade com esta causa. 

Grupo Nabeiro-Delta Cafés e Santa Casa entregam 2.500 refeições a famílias carenciadas O Movimento “Lugar à Mesa”, promovido pelo Grupo Nabeiro – Delta Cafés em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, já garantiu a entrega de 2.500 refeições a famílias carenciadas. Criado a pensar nos portugueses afetados pela pandemia, o movimento tem como mote “Ajudar sem reservas” e permite também apoiar o setor da restauração. Ao longo de três semanas (entre final de dezembro e início de janeiro de 2021), os 25 restaurantes parceiros da iniciativa confecionaram 2.500 refeições solidárias. Para já, são incluídos apenas estabelecimentos da capital portuguesa, numa primeira fase que se prolonga até ao próximo dia 17. Os portugueses que quiserem contribuir também podem fazer parte do movimento, ao efetuar doações a partir dos sete euros, que serão convertidas em vouchers de refeições. As doações podem ser feitas através da plataforma PPL ou

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do site Movimento Lugar à Mesa. “Vivemos um momento único e desafiante. Queremos fazer parte ativa da sociedade, ajudando e contribuindo com soluções criativas que gerem um círculo virtuoso para nos ajudar a ultrapassar este período difícil para todos e em particular para alguns”, afirma Rita Nabeiro, administradora do grupo Nabeiro-Delta Cafés, justificando a aposta neste movimento. Segundo a responsável, é uma forma de reforçar o apoio do grupo à restauração e aos portugueses impactados negativamente pela pandemia. Rita Nabeiro adianta que este é apenas um primeiro passo e que há espaço para receber outros parceiros, públicos ou privados. A iniciativa conta já com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, a AHRESP, a APN e a Casa do Impacto.

Juntam-se ainda as agências Label, Alencastre e Adagietto, além da consultora PwC. Já Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sublinha que esta iniciativa deve representar um agente de mudança: “em fases difíceis, temos que redobrar e unir esforços, bem como trabalhar com ainda mais empenho nas respostas sociais que tanto têm contribuído para tornar a nossa sociedade mais justa. Esta iniciativa solidária representa, de forma muito concreta, aquela que é a missão secular da instituição: garantir a quem mais precisa um amanhã feliz!”. 


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SEAT e grupo Volkswagen recuperam o ecossistema do Parque Natural Delta do Ebro A SEAT e o grupo Volkswagen estão fortemente comprometidos com o meio ambiente e com o cuidado do planeta. No âmbito desta missão, lançaram um projeto para restaurar e preservar a biodiversidade do Delta do Ebro, cujo objetivo é atenuar os efeitos causados pela tempestade “Glória” no início de 2020 e recuperar as áreas mais afetadas da zona húmida mais importante do Mediterrâneo Ocidental. A iniciativa, levada a cabo em colaboração com a ONG SEO/ BirdLife, conta com um investimento de um milhão de euros e terá a duração de dois anos. Há um ano, em janeiro de 2020, a tempestade Glória atingiu o Delta do Ebro com extrema violência, causando um significativo impacto ambiental. O mar cobriu cerca de três mil hectares de campos de arroz e inundou praias, colocando em perigo as 360 espécies de aves que fazem do Delta do Ebro uma das

reservas naturais da Europa com maior diversidade. O projeto de recuperação da SEAT e do grupo Volkswagen ajudará a melhorar o estado de conservação dos habitats naturais costeiros e ativará projetos de prevenção para fortalecer as áreas e adaptá-las a futuros eventos climáticos extremos. Da mesma forma, a reabilitação da zona contribuirá para a criação de empregos verdes e para assegurar as economias locais da zona. Edgar Costa, responsável de Sustentabilidade da SEAT, destacou: “a tempestade ‘Glória’ mostrou que os efeitos das mudanças climáticas são uma realidade, pelo que é hora de agir. Na SEAT, já reduzimos o nosso impacto ambiental de produção em 43% e a nossa ambição é atingir uma pegada zero em 2050”. “A proteção da biodiversidade e a recuperação do ecossistema do Delta do Ebro é mais um passo no nosso compromisso com o ambiente, mas também

um sinal da nossa responsabilidade para com a sociedade e o ambiente em que operamos” acrescenta Edgar Costa. O Delta do Ebro constitui a formação deltaica mais importante do Mediterrâneo Ocidental. Tem uma área de 33 mil hectares na Foz do rio Ebro, com 80% dedicados à agricultura e à urbanização, sendo o arroz a principal cultura. As áreas naturais ocupam 20% do território, principalmente ao longo da costa, composta por praias, sistemas dunares, pântanos, lagoas e zonas húmidas de água doce e salgada. 

Henkel apresenta o primeiro desumidificador produzido com plásticos reciclados A Henkel relança a sua gama de desumidificadores líderes de mercado sob a conhecida marca Rubson AERO 360º. Com esta nova gama, a empresa apresenta um conceito de produto atualizado e sustentável, que dá resposta às necessidades e às expetativas em constante mudança dos consumidores. Para além do design moderno e dinâmico da embalagem e da disponibilização de novas fragrâncias para as recargas, o novo desumidificador impulsiona o progresso em direção a uma economia circular, através da utilização de 60% de plásticos reciclados pós-consumo e uma embalagem de cartão 100% reciclado. O Rubson AERO 360º é uma solução fácil de utilizar para controlar eficazmente a humidade e os odores em casa. O sistema consiste num dispositivo e uma recarga única que converte o

excesso de humidade numa solução salina, prevenindo a condensação, cheiro a mofo e danos relacionados com a humidade em casa. Com um design aerodinâmico, disponível em dois formatos para diferentes tamanhos de ambiente, promove uma circulação de ar 360º sem recurso a eletricidade. As recargas são feitas a partir de cristais absorventes ativos e incluem agentes anti odores patenteados. Com o relançamento desta linha de produtos, a Henkel está a potenciar a sustentabilidade nesta categoria a um novo nível, como parte da sua estratégia de embalagens e do seu compromisso com a sustentabilidade. O Rubson AERO 360º é o primeiro desumidificador do mercado feito com materiais reciclados. Quase dois terços do dispositivo, incluindo tampa e sistema de proteção

anti derramamento, são feitos a partir de plásticos pós-consumo. Apenas o tanque é produzido com plástico virgem para garantir o melhor desempenho do dispositivo. Além da utilização de materiais reciclados na produção, a nova embalagem exterior do produto é feita com cartão 100% reciclado. Para além destas características, tanto o dispositivo como a maioria dos materiais da embalagem são projetados para serem recicláveis. “O uso abrangente de materiais reciclados e recicláveis vai ajudar a poupar, anualmente, mais de 200 toneladas de CO2. Ao mesmo tempo, oferecemos aos consumidores um melhor desempenho, permitindo uma experiência olfativa inspirada na natureza com uma nova gama de fragrâncias nas recargas”, explica Marion Fahrland, International Brand Manager da Henkel.  fevereiro de 2021

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aicep Global Parques e Helexia juntos na mobilidade elétrica A

aicep Global Parques vai instalar nos seus parques empresariais carregadores para veículos elétricos, com investimento, instalação e operação pela multinacional de energia Helexia. A aicep Global Parques atua com uma assumida política de responsabilidade social corporativa caracterizada por um sólido conjunto de valores de preocupações sociais, económicas e ambientais presentes na sua cultura e no seu dia a dia, tendo definido três pilares de ação: ambiente, envolvimento com a comunidade nas áreas de segurança e proteção e capital humano e empreendedorismo. Baseado nestes valores, a aicep Global Parques em parceria com a Helexia, está a instalar postos de carregamento de veículos elétricos rápidos, integrados na rede MOBI.E. nos seus dois parques industriais, em Sines e Setúbal, e a estudar a mesma possibilidade no parque de

Albarraque, em Sintra. Segundo a comissão executiva da aicep Global Parques, “este é um importante serviço complementar que pretendemos disponibilizar aos nossos clientes e a todos os que nos visitam. Um serviço em plena e total harmonia com o plano de mobilidade elétrica associado à transição energética que o Governo pretende implementar em Portugal e que será certamente também mais um fator diferenciador e de maior competitividade dos parques industriais geridos pela aicep Global Parques” A Helexia desenhou e investiu em toda a infraestrutura necessária para a instalação e operação dos postos de carga rápida com tomadas de 50 kW em DC e tomadas de 43 kW em AC. Cada um dos parques, ZILS Global Parques em Sines e BlueBiz Global Parques em Setúbal terá um carregador com ligação

à rede pública da MOBI.E., que permite ser utilizado por qualquer utilizador com um veículo elétrico ou híbrido. A aicep Global Parques – Gestão de Áreas Empresariais e Serviços é uma empresa do setor empresarial do Estado, especialista na gestão de parques industriais e em soluções de localização empresarial e tem como objetivo principal captar e acompanhar a instalação de projetos de investimento nacional e estrangeiro, oferecendo as soluções mais adequadas de localização empresarial. A aicep Global Parques tem sob gestão direta três soluções de localização empresarial e industrial distintas, que permitem acolher projetos de vários tipos e dimensões e dos mais diversos setores, como a energia, petroquímica, logística, aeronáutica, agroalimentar, metalomecânica e das novas tecnologias e telecomunicações. 

“Receitas Bagos d’Ouro”: um livro com sabor solidário

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o ano em que celebrou o seu 10.º aniversário, a Associação Bagos d’Ouro voltou a lançar o livro “Receitas Bagos d’Ouro”, disponível na plataforma DOTT, criado com o intuito de apoiar a missão desta instituição particular de solidariedade social (IPSS) e que arrancou com um preço promocional de seis euros.

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De norte a sul e ilhas, meia centena dos grandes nomes da cozinha portuguesa conceberam receitas com utilização dos produtos tradicionais do Douro– região onde a associação atua–, evidenciando os seus genuínos sabores e a gastronomia local, bem como a importância de preservar a memória dos pratos tradicionais, passados de geração em geração. “Receitas Bagos d’Ouro” é, assim, uma sugestão em forma de livro para atividades em família, proporcionando não só uma forma de testar receitas em casa, mas também de partilhar bons valores à mesa, sempre com uma

vertente solidária à mistura. Com ilustrações a acompanhar as receitas, as vendas deste livro, por apenas seis euros, revertem integralmente a favor da associação. A Bagos d’Ouro, uma associação sem fins lucrativos e de iniciativa privada, nasceu da vontade de transformar o Douro numa região mais inclusiva e equitativa. Desde então que apoia o percurso educativo, social e familiar das crianças e jovens em situação de carência económica, até à sua integração na vida ativa, contando com a ajuda de vários produtores e empresas ligadas ao vinho. A associação atua em seis concelhos do Douro– Alijó, Armamar, Murça, Sabrosa, São João da Pesqueira e Tabuaço, tendo ajudado desde 2010 mais de 150 crianças, jovens e respetivas famílias, num total de cerca de 300 pessoas. 


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Mercadona doa 17 mil toneladas de alimentos em 2020, na Península Ibérica A

Mercadona doou em 2020 mais de 17 mil toneladas de produtos a cantinas sociais, bancos alimentares e outras instituições de solidariedade social em Espanha e Portugal. Esta quantidade significa um aumento de 84% (relativamente a 2019) em doações de alimentos e outros produtos a entidades sociais, e é também consequência da atual crise de saúde e económica. Estas doações são o equivalente a mais de 283 mil carrinhos de compras e realizam-se através da colaboração com mais de 290 cantinas sociais, mais de 60 bancos alimentares e outras instituições de solidariedade social, tanto em Espanha como nos distritos de Portugal onde a Mercadona está presente. Com apenas 20 lojas já abertas em Portugal, a empresa dá continuidade às políticas de ação social sustentável e de combate ao desperdício alimentar que tem vindo a desenvolver. O grande objetivo é causar um impacto positivo

na sociedade, numa relação de proximidade e entreajuda com instituições localizadas nas zonas de envolvência das lojas. Em 2020, a Mercadona doou mais de 1.200 toneladas de bens de primeira necessidade a várias IPSS portuguesas, como os Bancos Alimentares do Porto, Aveiro, Braga e Viana do Castelo, a Cruz Vermelha ou a Cáritas portuguesa. Além disso a Mercadona doa diariamente de cada uma das suas 20 lojas a uma Cantina Social. Paralelamente, a empresa mostrou também o seu apoio através de doações adicionais durante o ano, como foi o caso das entregas realizadas aos Centros de Acolhimento Temporário do Norte para doentes covid-19, ao exército, bombeiros e polícia; a diversos hospitais e ao Programa de Recolocação Voluntária de Menores Refugiados chegados da Grécia. Juntamente com a doação de alimentos, a empresa colabora com 32 fundações

e centros ocupacionais na decoração das suas lojas com murais de trencadís (mosaicos típicos do Mediterrâneo), elaborados por mais de mil pessoas com incapacidade intelectual. Outra linha estratégica do “Plano de Responsabilidade Social” é a sustentabilidade. Para tal, conta com um Sistema de Gestão Ambiental próprio, baseado nos princípios da economia circular e focado na otimização logística, na eficiência energética, gestão de resíduos, produção sustentável e na redução de plástico. 

Valorpneu tratou 71.500 toneladas de pneus no ano passado O s resultados da Valorpneu, no ano de 2020, foram “bastante positivos”, com 71.500 toneladas de pneus tratados no sistema, “um decréscimo apenas de 12% face a 2019, uma diminuição menor proporcionalmente à quantidade de pneus colocados no mercado”, afirma a entidade. Entre 2003 e 2020, a Valorpneu estima ter atingido as 1,56 milhões de toneladas de pneus reutilizados e valorizados. Relativamente aos destinos dos pneus usados em 2020, das 71.500 toneladas recolhidas pelo sistema, 40.700 destinaram-se à reciclagem (cerca de 71% do objetivo de recolha), 28.500 à valorização energética, cerca de duas mil à recauchutagem e as restantes tiveram outros fins. Além dos resultados, os novos Centros

de Receção que aderiram à rede, a sustentabilidade e a economia circular, a mobilidade e o setor dos pneus foram alguns dos temas em destaque no 18º Encontro Anual da Rede Valorpneu, que pela primeira vez decorreu em ambiente digital, no passado dia 25 de novembro. As primeiras palavras foram de Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP e gerente da Valorpneu, que começou por saudar os novos Centros de Receção pertencentes à rede e felicitando a Valorpneu pelo trabalho ao longo dos seus 18 anos de atividade, com particular destaque para este ano, que apesar de todas as contrariedades continuou a trabalhar arduamente, com resiliência e reinventando-se, cumprindo os seus objetivos de gestão. Sublinhou ainda o trabalho realizado

pela entidade gestora na área de investigação e desenvolvimento, nomeadamente no apoio a novos fins para os materiais de pneus usados derivados da reciclagem através do lançamento de um programa de inovação de relevo internacional, e na ativação do site sobre a recauchutagem, permitindo dar a conhecer um pouco mais deste processo e potenciando as suas mais valias. Durante o Encontro Anual, os resultados da Valorpneu em 2020 foram apresentados pela diretora-geral, Climénia Silva, que– apesar de todas as incertezas provocadas pela pandemia, mas com cooperação de todos os operadores do sistema e com o necessário ajustamento da atividade e da gestão diária da empresa a este contexto–, deixou um sinal de confiança ao mercado. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2021

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Empreender em tempos de maior incerteza O ano da pandemia aproximou do zero a faturação de alguns negócios, mas também foi o ano zero para outros, que dão ainda os primeiros passos ou enveredam por um novo rumo. Num mercado e numa altura em que as incertezas baixam o prato da balança, só a vontade e a capacidade dos que fazem acontecer a equilibra. Francisco Eduardo, Joana Tedim, Maria Fonseca, Marta Ramos, Milena Melo, Sara Midões e Susana Reis são os protagonistas das histórias que se seguem, mas são também os autores, já que a certa altura das suas vidas decidiram que seriam eles a definir o caminho. Sobre as vicissitudes que podem cruzar o percurso de quem empreende fala-nos Fábio Rodrigues, autor do recém-publicado, livro “Na dúvida, não empreenda”, título provocador, mas com objetivos didáticos e pedagógicos…

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

ão é para desanimar, é para desiludir, ou seja, desfazer as ilusões”, alerta Fábio Rodrigues, mais interessado na realidade do que nas interpretações sobre o copo estar meio vazio ou meio cheio. O empresário luso-brasileiro acaba de lançar no mercado português o seu livro “Na dúvida, não empreenda”, que compila o seu conhecimento e experiência enquanto executivo e empreendedor e que funciona como “teste ácido para determinar até que ponto é genuína a vontade de empreender” do potencial empreendedor, concluindo que "qualquer um pode empreender", mas “empreender não é para quem quer, nem para quem precisa”. O autor possui um mestrado em Ciências Empresariais pela Universidade de Lisboa (ISEG), uma pós-graduação em Marketing pela ESPM e é licenciado em Administração pela Universidade de Brasília. Depois de ter sido executivo da Genereal Motors, da Microsoft e

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diretor de vendas da Nokia, no Brasil, participou na criação cinco negócios, dois dos quais ativos atualmente. O empresário é dono e CEO da U5 Marketing – Designers as a Service, uma empresa que atua no Brasil e em Portugal, alocando designers a empresas como a Saccor Brothers, a Herbalife, a Sephora, o ISEG, a Lenovo, a Claro, a Net, a Embratel, a Accor Hoteis, entre outras. Em 2016, Fábio Rodrigues decidiu tornar-se empresário e abriu uma empresa de eventos corporativos U5 Eventos (com cinco sócios), que mais tarde gerou a U5 Marketing: “A empresa cresceu muito rapidamente porque havia mercado para isso. Os novos projetos devem partir de uma necessidade detetada pelo empreendedor, que deve perguntar se há mais pessoas a sentir essa necessidade no mercado e se estariam dispostos a pagar por esse produto ou serviço.” Atualmente, quem requisita os serviços da U5 Marketing, “ contrata músculo, não contrata a criação de

um projeto”. A empresa emprega 65 designers no Brasil e seis em Portugal. “Esta empresa foi a minha grande escola como empreendedor, já que foi uma mudança completa do modelo de negócio e praticamente a refundação da U5 Eventos. Em pleno voo…”, conta o autor no livro, que está recheado de histórias pessoais. A Actualidade também foi à procura de histórias de empreendedores, com projetos de pequena dimensão para perceber o que os motiva, o que os inspira, como se preparam, como ultrapassam as contrariedades, quais são as suas expectitivas, como estão a equilibrar a balança, que ainda pende para o lado das incertezas, numa economia desanimada e abalada pela pandemia... Foi precisamente a pandemia que fez crescer o mercado de entrega de comida em casa, inspirando o negócio da Volup, que detetou uma oportunidade no segmento de restaurantes de topo na zona de Lisboa. Foi também durante o período de confinamento, que a Joana Tedim


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deu a sua primeira formação online sobre o aquele que tem sido o seu negócio, o cake design. A empresária soma uma nova área ao seu negócio, alicerçada na sua própria experiência. Para muitos empreendedores, o ano de 2020 foi canalizado para a formação ou para se lançarem em novos segmentos, sem arriscar demasiado. É o caso da Marta Ramos, que trabalha por conta de outrem em part time e dedica-se à sua marca, a Twigs Design, no resto do tempo. Aventurou-se no segmento de presentes, com empacotamento desenhado por si, e conquistou clientes como a Farfetch. A formação está também no horizonte que Sara Midões traçou. Depois de anos a trabalhar em marketing, a profissional está a especializar-se em psicologia positiva em contexto organizacional. Com a certeza de que a produtividade é diretamente proporcional ao bem-estar das pessoas nas organizações, a consultora quer ajudar as empresas a melhorar as condições e o ambiente de trabalho dos seus colaboradores. Ainda que se tenha verificado um decréscimo de atividade em diversos setores, com vários estabelecimentos comerciais a fechar, continua a haver empreendedores a abrirem loja própria, como a Maria Fonseca, que começou por entregar pão feito em casa porta à porta, na sua comunidade, durante o confinamento, e posteriormente abriu uma mercearia fina, o Mercadinho do Porto. Matosinhos foi a localização escolhida para a loja Clover Porto de Susana Reis, que depois de testar o mercado, vendendo roupa online, acrescentando outro canal de vendas ao seu negócio. Também na área de vestuário, a marca de roupa infantil Yay refreou a sua expansão internacional para se dedicar mais ao mercado interno e começar a produzir as suas próprias coleções. A marca percebeu que o momento não é de grande investimento, pelo que optou por lançar

uma coleção cápsula em vez de uma coleção maior. Noutra área criativa, o artista plástico Francisco Eduardo propôs uma obra de arte que expressa um sentimento e a forma de estar de muitas pessoas relativamente ao ano de 2020, lançando um vinho com um rótulo incisivo, provocador e bem-humorado, cuja primeira edição de mil exemplares esgotou dois dias após o lançamento. Como frisa Fábio Rodrigues, é de pequenos empreendedores que o mundo é feito e o grosso do tecido empresarial português é composto por microempresas. “Se quer muito

Fábio Rodrigues: "Terá sempre contas a pagar e a prestar. Empreender requer vários conhecimentos, pelo que não o deve fazer se não estiver preparado. Optar por uma área de negócio que gosta e que se conhece bem é um bom ponto de partida" ser empreendedor, siga em frente, mas prepare-se” é a mensagem do livro agora lançado no mercado português pela Splash Books. Na obra, Fábio Rodrigues começa por alertar para as razões erradas que levam alguém a empreender: “São poucos os empresários que ficam ricos. As empresas unicórnio são a exceção à regra e só existem porque há investidores externos que apostam fortemente nesses projetos e que os companham de perto, com uma mentoria rigorosa.” A ideia de ter mais tempo livre tam-

bém é uma falácia, nota o empresário: “Os clientes passam a mandar no seu tempo. Terá sempre contas a pagar e a prestar." Acresce que "empreender requer vários conhecimentos, pelo que não o deve fazer se não estiver preparado". Melhor é "optar por uma área de negócio que gosta e que se conhece bem. Já será novidade suficiente, tornar-se patrão de si próprio”, comenta o empreendedor. A questão financeira também é muito importante, observa Fábio Rodrigues, na medida em que “o empreendedor terá que investir e pagar contas e tem que ser muito rigoroso no controlo do equilíbrio entre os gastos e as receitas”. Se contrata alguém, tem que fazer essas contas: um salário vezes 14 tem que gerar esse investimento. Reportando a sua experiência, o empresário assinala no livro, que na U5 Eventos, a questão financeira foi difícil: “Os principais problemas que enfrentámos na U5 Eventos foram a complexidade de processos e a gestão de fluxos de caixa. As áreas de trade marketing nas grandes empresas exigem tantos serviços diferentes que acabámos por executar várias atividades que nunca tínhamos planeado.” Resultado: a empresa precisou de um financiamento extra da banca e até de familiares, antes de os seus sócios perceberem que tinham que mudar o modelo de negócio. Passaram a ser U5 Marketing, que faturava menos, inicialmente, mas que lhes permitiu controlar as finanças da empresa. O autor de “Na dúvida, não empreenda” sustenta que a ansiedade não joga a favor de nenhum negócio, já que “pode levar o empresário a oferecer logo muitos serviços, ou a baixar demasiado os preços, para vender mais, ou a contratar alguém sem acautelar se as receitas vão ser capazes de suportar esse investimento num novo funcionário”. Na realidade, trata-se de “não dar nunca um passo maior do que a perna”, sintetiza, aconselhando o candidato FEVEREIRO DE 2021

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Mercadinho do Porto: do pão feito em casa à loja na Baixa “Vamos fazer pão!” Possivelmente foram muitos os que disseram e concretizaram esta vontade em 2020, mas poucos a transformaram no negócio, como o fez a Maria Fonseca: “A minha mãe, Lúcia Ferreira, é uma excelente cozinheira, mas nunca tinha feito pão. Durante o confinamento, em teletrabalho (como solicitadora), experimentou fazer pão para consumo próprio e resultou muito bem. O pão é ótimo! Depois, em família, pensámos que talvez fosse boa ideia fazer pão para outras famílias também, porque muitas pessoas não queriam arriscar sair de casa. Anunciámos na página de Facebook comunitária “Eu moro na Maia” e começámos a entregar pão no dia 28 de março. Correu muito bem. Estávamos a fazer e a entregar cerca de 30 pães por dia. Em duas semanas, tínhamos já cerca de 200 clientes.” Lúcia Ferreira fazia o pão (pães com cerca de 500 a 600 gramas, inicialmente só de trigo, mas depois também de outros cereais como espelta, ou alfarroba) e Maria Fonseca e o namorado, Eduardo Barbosa, tratavam das entregas. Ao pão acrescentaram bolas de carne e mais tarde bolos doces (pavlova, bolo de cenoura, bolo de chocolate, …). Maria Fonseca conta que os pedidos de pão abrandaram quando terminou o período de confinamento obrigatório, mas entretanto já tinham uma oferta mais alargada. “Criámos as caixas de pequenos-almoços e de brunchs, que foram muito bem aceites. A nossa Brunch Box 2.0 (25 euros) leva pão, panquecas, croissants, gressinos de azeitona, compotas, sumo natural, ovos mexidos, bacon, feijão, chocolate, mel e iogurte com granola. Costuma ser suficiente para três e é um sucesso.”

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Durante seis meses, a Maria Fonseca e a família foram sedimentando a clientela, inicialmente com o nome “Pão na porta” e depois “Mercadinho na porta”, o que de certa forma os encorajou a materializar um projeto em que já tinham pensado antes da pandemia, o de abrir uma mercearia fina, no centro do Porto, que fornecesse também alguns serviços turísticos. Maria Fonseca é licenciada em Turismo e acredita que “o setor irá recuperar assim que termine a pandemia”. Ter um pai consultor imobiliário também ajudou a encontrar o espaço ideal, uma loja na rua da Alegria, no coração comercial da cidade, em plena Baixa. Assim abre o Mercadinho do Porto a 23 de novembro, materializando o conceito de mercearia fina e amiga do ambiente, idealizado por Maria Fonseca: “Apostamos muito nos produtos biológicos, nos produtos a granel, como cereais, sementes, leguminosas, especiarias, ervas para infusões e também nos produtos regionais de reconhecida qualidade e continuamos a vender e a entregar o pão feito diariamente pela minha mãe e as nossas caixas de pequeno-almoço, brunch ou personalizadas com os produtos que os clientes escolhem. Os bolos, as panquecas, os sumos

e todos os produtos que têm que ser feitos no próprio dia continuam a ser produzidos por nós, aqui na loja, já que dispomos de uma cozinha equipada para isso.” A empreendedora adianta que está a correr bem e que “são cada vez mais as pessoas residentes na zona que vão à loja com frasquinhos para comprar a granel ou legumes”. No período que antecedeu o Natal também responderam a “muitas encomendas de cabazes e caixas prenda personalizadas”. O Mercadinho do Porto também vende vinhos, chocolates, conservas, biscoitos, queijos, velas e sabonetes. “Todo esse processo de relação com os fornecedores é um processo de aprendizagem da nossa parte. Estamos a testar o que funciona melhor em termos de mercado, nesta altura. Estaremos sempre interessados em produtos regionais e ecológicos de qualidade.” No futuro, Maria Fonseca espera acrescentar ao Mercadinho outras valências, mais vocacionadas para os turistas, nomeadamente “entrega personalizada de pequenos almoços em espaços que não têm essa opção, serviço de bagagens e transfer, bem como a criação de percursos temáticos pela cidade.”


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Quando criou a Twigs Design, em 2019, Marta Ramos não imaginava que semanas antes do Natal de 2020 estaria a fazer o packaging para chocolates que iria vender à Farfetch (a plataforma mundial de vendas online de moda de luxo criada pelo português José Neves). Formada em design de comunicação pela Escola Superior Artes e Design de Matosinhos, Marta Ramos começou a trabalhar logo que acabou o curso (há cinco anos) na consultoria de engenharia e arquitetura VHM (Vítor Hugo Coordenação de Projetos), desenvolvendo a newsletter, identidades para concursos de projeto e outros trabalhos relativos à comunicação visual da empresa. Em paralelo, foi respondendo a outras solicitações de projetos pontuais na área do design, decidindo arrancar com a Twigs. A marca (tradução para inglês o sobrenome da fundadora) é a concretização de um sonho: “Sempre quis ter o meu próprio estúdio de comunicação, para desenvolver o meu trabalho e a minha marca de acordo com a minha visão do que é o design e do seu potencial. Gosto de todo o processo de criação de design, gosto de explicar a minha visão aos clientes, de sentir que isso poderá fazer a diferença.” O arranque da Twigs foi bastante promissor, “com muito trabalho”, pelo que, em julho de 2019, Marta Ramos pediu à sua entidade empregadora para passar a colaborar apenas em part-time, de modo a ter mais tempo para se dedicar ao seu projeto pessoal: “A VHM é muito importante para mim e gosto muito de trabalhar com esta empresa. Apoiam-me muito e aceitaram com bons olhos a minha proposta. Continuo a trabalhar

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Twigs Design conquista clientes como a Farfetch

com eles todas as manhãs e o resto do tempo é para a Twigs Design”. A designer trabalha a identidade visual de algumas marcas, produtos e eventos, como casamentos, batizados e festas privadas ou empresariais. Este Natal investiu no segmento dos presentes e brindes, criando o packaging para chocolates. “Correu muito bem, tive uma encomenda interessante da Farfetch. Gosto muito de trabalhar no domínio do packaging e estou à procura de mais formação nessa área, uma pós-graduação ou um curso mais rápido”, adianta Marta Ramos. A pandemia veio abrandar o fluxo de trabalho e a designer aproveitou para fortalecer a sua marca, participar em concursos de design e aprender coisas novas: “Uma designer está sempre em formação. Fiz alguns workshops, pesquisei muito, apostei em concursos nacionais e internacionais de design (cujos resultados ainda não saíram).” A profissional admite que “o design é uma área muito competitiva” e que “nem sempre se reconhece o que um bom trabalho de design pode fazer pelo produto e pela marca”, no entanto está otimista relativamente ao futuro da Twigs. “Estou confiante de que vêm aí projetos novos. Há muitas coisas que foram adiadas com a pandemia, mas acredito que este ano vão acontecer.”

a empreendedor a começar por “testar o mercado com algo pequeno” e a falar com outros empreendedores mais experientes, que o poderão consciencializar para fatores em que ele não pensou. “A mentoria é cada vez mais uma ferramenta ao dispor do empreendedor”, argumenta Fábio Rodrigues, que o faz de forma gratuita, sempre que é solicitado para tal. Sensível é também a questão das sociedades. “Se são muitos sócios, terão que existir muitos dividendos. Devemos questionar se o sócio nos complementa ou nos duplica? Porque é nosso amigo e porque gostaríamos de trabalhar juntos, poderá não bastar. Ter um sócio pode ser bom, mas ter um sócio desnecessário é mau”, aconselha o empresário, aludindo à sua própria experiência. “Terminei a sociedade numa das minhas empresas porque a minha sócia, que também é minha amiga, concluiu que não era bem aquele o negócio que a realizava.” A questão emotiva coloca-se igualmente ao nível da rede de apoio, atenta o empresário: “O empreendedor precisa do apoio da sua rede familiar. Se a família for um fardo, se pressionar e gerar ansiedade, o empreendedor tende a fraquejar, pelo que antes de se aventurar num negócio próprio, há que equacionar estas questões.” Fábio Rodrigues reconhece que "sem o apoio incondicional da sua mulher, não teria sido fácil despedir-se da Nokia para empreender, sem saber ainda em quê”. Saber quando parar é também determinante. “Há uma diferença entre resiliência e teimosia. Importa saber desistir antes de naufragar e ficar atolado em dívidas”, avisa Fábio Rodrigues, acrescentando que voltar para o mundo corporativo depois de ter experimentado ser empresário, não é uma derrota, até porque “ninguém volta para o mundo corporativo igual depois de empreender, volta sempre mais rico.” (Continua na página 41) FEVEREIRO DE 2021

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Sara Midões e o desafio de fazer crescer dois indicadores: felicidade e produtividade Com uma larga experiência no mundo da comunicação e marketing (primeiro como jornalista e depois como executiva em marketing), Sara Midões começou há um ano a “cozinhar outro futuro menos relacionado com vendas e marketing e mais relacionado com pessoas”, planeando estabelecer-se como consultora em psicologia positiva em contexto organizacional. “O marketing digital é baseado numa lógica matemática e o e-commerce distancia emocionalmente as pessoas, ainda que as marcas trabalhem no sentido de estabelecer uma maior proximidade com os seus clientes. Eu quero trabalhar diretamente com as pessoas, com os profissionais porque acredito que é neles e na forma como se relacionam, que reside o maior ou menor sucesso de uma empresa”, sustenta. Ainda enquanto responsável de e-commerce e estratégia omnicanal do grupo português de Knot (moda infantil), Sara Midões fez um curso online de “Well Being” na Universidade de Yale e posteriormente uma Pós Graduação de Psicologia Positiva Aplicada no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, que terminou em julho de 2020. “À medida em que me fui conhecendo melhor e conhecendo as minhas forças percebi que posso contribuir para que as pessoas vivam mais felizes dentro das organizações e sejam mais produtivas. Fui à procura de conhecimento e de ferramentas para o fazer. O curso do ISCSP deu-me essa robustez científica. Tive excelentes

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professores como Ilona Boniwell, Ruut Veenhoven, Miriam Akhtar e Helena Marujo, a coordenadora do curso, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente. O caminho da positividade está validado como forma de fomentar a criatividade, a inovação, a produtividade e, consequentemente, um melhor desempenho financeiro.” Sara Midões despediu-se do seu emprego no grupo Knot e prepara-se para dar formação na área da positividade laboral: “Pelo menos um terço da nossa vida é passada a trabalhar e não há motivo para que o façamos com stress ou num mau ambiente. Na origem disso está muitas vezes a falta de comunicação ou a má comunicação. A crítica deve existir como forma de promover a melhoria, mas pode ser feita com amabilidade e de forma a encorajar a necessária mudança. Quantas vidas são prejudicadas por isto e quantos profissionais deixam de desenvolver o seu potencial. Se formos capazes de energizar positivamente as empresas, elas tornam-se mais rentáveis. As organizações espelham a nossa humanidade.” Neste processo, todos

têm responsabilidades, argumenta: “Quer os líderes, quer os restantes funcionários devem procurar soluções para os seus problemas neste âmbito. As empresas devem dotar os seus líderes de técnicas para que possam melhorar o desempenho das equipas.” Sara Midões está a estruturar os cursos que pretende dar e a abordar potenciais destinatários: “Estes cursos acontecerão em contexto coletivo, com os líderes e também através das associações empresariais e das universidades porque se esta abordagem for feita junto de estudantes, de futuros profissionais, o mind set com que irão trabalhar será diferente. Paralelamente, a profissional criou a página de Instagram Community, que expressa “através de desenhos algumas mensagens sobre a comunicação nas organizações e a necessidade de uma maior conexão entre os profissionais”. Sara Midões explica que este “é sobretudo um exercício pessoal de criatividade, mais construtivista do que utilitarista”, ainda que ecoe a mesma filosofia da formação e da consultoria que pretende desenvolver.


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Como a Joana Tedim profissionalizou a sua paixão por cake design Licenciada em marketing e a trabalhar em vendas, Joana Tedim não estava satisfeita com a sua vida profissional. “Sentia que trabalhava muito e que o reconhecimento era pouco”, recorda, adiantando que sempre gostou de trabalhos manuais e que começou a interessar-se por cake design e a fazer bolos por encomenda. Em 2016 despediu-se para se dedicar em exclusivo ao cake design, criando a marca Joaninha Doce e trabalhando na sua própria casa: “Lembro-me que no meu aniversário, nesse ano, fiz uma lista de prendas todas relacionadas com a minha atividade, equivalente a cerca de 400 euros em ferramentas. É uma área que exige algum investimento inicial, em formas e demais utensílios”. Joana Tedim investiu também em formação, nomeadamente no “reputado curso Wilton (baseado num método americano de cake design), bem como noutros cursos complementares de modelagem”. No entanto, apesar de se dedicar por inteiro a esta atividade e de ela se ter tornado a sua fonte de rendimento, tornando-se lucrativo a partir do quarto mês, a empreendedora sentia que as pessoas que a rodeavam e mesmo os seus clientes viam o cake design apenas como um hobbie: “Percebi que mudar essa perceção dependia de mim. Um bolo com esta componente de design pode levar muitas horas a fazer, entre a pesquisa e a execução. Não posso fazer um bolo por menos de 45 euros. Se nos mostrarmos profissionais a fazê-lo, em todos os passos do processo, desde a orçamenta-

ção à entrega, os outros também nos vão valorizar mais. Tenho noção que a minha formação e experiência em marketing foram decisivas para isso, porque me deram ferramentas para estruturar, organizar, gerir, definir a clientela e comunicar o meu negócio e a marca Joaninha Doce.” Este processo não foi fácil nem imediato, confessa Joana Tedim, que entretanto decidiu partilhá-lo com outros potenciais profissionais de cake design: “Se eu consegui fazer do cake design a minha vida, outros também poderão fazê-lo. A minha missão é ajudar outras pessoas, com a mesma paixão que eu, a transformarem o seu hobbie num negócio profissional.” A empresária começou a organizar um curso sobre o negócio de cake design: “Durante o confinamento, as encomendas de bolos desceram e aproveitei essa altura para lançar o curso, o que me ajudou também a manter a saúde do meu negócio. Fiz uma formação certificada em E-learning para poder dar cursos online. Em abril de 2020 dei o primeiro curso “Orçamentar sem mistérios no cake design”, que já teve uma segunda edição, em outubro. Saber orçamentar é fundamental para poder tirar rendimento desta atividade. Por exemplo, eu demorei três anos a perceber como legalizar o negócio e licenciar a minha cozinha. Fiz uma especialização em higiene e segurança ali-

mentar. Agora ensino tudo isso num curso de seis semanas. Ao que apurei, não existia nenhuma formação em negócios de cake design. O que existe é relacionado com técnicas e não com gestão.” Joana Tedim promove o diálogo com outros cake designers através da sua página oficial, do seu blogue, ou do Facebook, onde por vezes entrevista colegas da área. “Eu adoro o que faço e considero que a paixão deve ser o ponto de partida para ter sucesso seja no que for. Também acho que se aprende todos os dias e esta comunidade pode ajudar ou inspirar outros cake designers. Fiz um inquérito na minha página e a maioria das pessoas que responderam querem tornar-se profissionais de cake design, mas não sabem como.” A profissional vai continuar a conjugar a atividade de cake designer com a de formadora e tem na mira um outro projeto: “Espero escrever um livro sobre o negócio do cake design, que poderá ser útil noutras áreas semelhantes.”

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Foto Anna Nunes Photography

Yay lança “Reborn” e aposta na produção própria

Antes da pandemia, a marca Yay, fundada em 2015, estava em processo de expansão internacional, participando em feiras de moda infantil, como a Pitti Bimbo (janeiro de 2020, em Florença). “O feedback internacional foi muito positivo, mas em 2020 algumas dessas feiras foram canceladas ou existiram apenas em formato digital”, revela a fundadora e diretora criativa da marca, Milena Melo, adiantando que decidiram “não participar nestes eventos digitais porque ao contrário das grandes marcas, que são conhecidas e podem transacionar online, as pequenas precisam da interatividade presencial para apresentarem os seus produtos e conhecerem potenciais clientes”. A Yay, como tantas outras marcas, teve que mudar o rumo, afirma a empresária: “Nós tentámos manter os clientes nacionais e internacionais, mas a prioridade deixou de ser a expansão. Focámo-nos no mercado interno, onde já somos conhecidos e vendemos bem, e na estratégia para tornar a nossa empresa mais rentável. A marca é de Lisboa, mas produz no Norte e tornou-se complicado acompanhar o processo produtivo.” Foi assim que nasceu a coleção "Reborn", que já está a ser comercializada,

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explica: “A marca tem desde a sua origem um compromisso com a sustentabilidade (na escolha de materiais, como o algodão orgânico) e a coleção reafirma esse compromisso com a sustentabilidade ambiental e financeira da marca. Não poderíamos fazer uma coleção grande como habitualmente, que obrigasse a um grande investimento, mas queríamos manter-nos ativos e produzir localmente, diminuindo o risco e a necessidade de deslocações. Optámos por uma coleção cápsula muito emotiva porque revisita as origens da marca. A pandemia deu-nos tempo para arrumar a casa e fomos buscar restos de tecidos de outras coleções para montar esta coleção, composta por duas peças, um vestido e uma camisa, em três combinações distintas de tecidos, e que podem ser personalizadas ao gosto dos clientes. Só fabricamos por encomenda. Queremos reduzir a quantidade de peças paradas.” A designer sente que “os consumidores perceberam que não precisam de comprar tanto e compram de forma mais consciente, privilegiando a qualidade e a sustentabilidade”. As marcas devem ter em conta tudo isto, advoga: “Qualquer indústria que desenvolva um produto novo, tem que pensar em que é que ele vai acrescentar alguma coisa. Se não o fizer, será difícil vender.” A marca procura um espaço que possa funcionar como atelier e loja, não descartando a possibilidade de

passar a produzir para outras marcas. “Lisboa têm imensas marcas interessantes que têm que produzir no norte, onde a qualidade é muito boa, mas a resposta a pequenas encomendas nem sempre é a desejável. Para uma marca pequena, contratar e gerir a produção é muito complicado porque competimos com grandes marcas que nos passam à frente. Faz sentido investir na capacidade de produção local”. O objetivo é produzir em Lisboa a próxima coleção, que será inspirada no movimento artístico que nasceu com a escola alemã Bauhaus: “O consumo em massa veio afastar as pessoas do trabalho artesanal e criativo. Quando se compra uma peça, ninguém pensa em todas as mãos que trabalharam nela. O movimento Bauhaus é genial porque alia a arte, o design e a tecnologia ao saber tradicional e artesanal. Eu penso que o futuro da moda passa por isso. A moda tem a missão de nos fazer pensar, de nos fazer olhar as coisas por outro prisma. A próxima coleção da Yay homenageia esse movimento fascinante”. Milena Melo aproveitou o período de confinamento para se dedicar mais à pesquisa e lançou uma página de Instagram sobre a história da moda infantil “Things Kids Used to Wear”: “Há muitos perfis sobre história de moda, mas não encontrei nenhum sobre moda infantil, que também é uma área recente, já que até aos anos 50, as crianças usavam miniaturas da roupa de adultos.” Além desta pesquisa mais informal, mas alinhada com o seu negócio, Milena Melo formou-se em Design de Moda, pela Lisbon School Design, tendo sido convidada para dar aulas sobre moda infantil, na mesma instituição, bem como na Modatex.


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Francisco Eduardo cria "Vinho que se f..." para "fazer sorrir" A primeira edição, limitada a mil unidades, do Syrah de 2017 da Adega da Azueira, com o rótulo “Que se foda 2020” esgotou em dois dias. “Não é uma asneira. É uma obra de arte e é uma mensagem de fé", esclarece o autor, o artista Francisco Eduardo, que também trabalha na área do marketing e já tinha criado outros rótulos para vinhos. “A minha ideia teve como base criar algo que fizesse sorrir as pessoas”, refletindo o que estamos a viver: “Eu quis participar na conversa que temos tido uns com os outros de casa para casa com algo positivo. Algo que tornasse a ação de beber um copo de vinho um momento de partilha e de exteriorização ao invés de interiorização. Há um lado mau de beber, a meu ver, e um lado bom, ligado até à saúde mental. Descomprimir, relativizar, comunicar, oferecer e tornar ausente o preconceito, são o âmago deste néctar. O valor real é este. O vinho é transversal aos portugueses (e não só) e por isso foi a minha escolha.” Quando teve a ideia, decidiu comprar um vinho para o transformar na obra de arte. Aconselhado por um amigo, contactou a Adega da Azueira, provou e aprovou o Syrah de 2017 (cujo nome original, Capricho do Rei, foi recentemente premiado com a medalha de ouro em Bruxelas (no The Monde Selection Wine Contest) e explicou o conceito ao diretor de marketing da empresa: “O Bruno Ferreira percebeu o potencial e prontificou-se a vender-me o vinho. A primeira reação na Adega, assim como na gráfica dos rótulos, ou por todo o sítio por onde passei com o vinho, foi de entusiasmo e admiração, seguido de um 'Ó Catarina, anda cá ver uma coisa…'. É fenómeno de boa disposição! A primeira edição limitada a mil unidades esgotou em dois dias. Ganhei com ela uma resposta fabulosa

da totalidade das pessoas com quem interagi, que me escreveram por e-mail ou por mensagem nas redes sociais, usando de forma muito bem disposta as asneiras que lhes sugeri.” Além do rótulo, onde ao título se acrescenta a mensagem “Não se assuste com o nome. Que se foda 2020 é um vinho do caralho”, Francisco Eduardo criou uma página web, onde apresenta e comercializa o vinho, bem como um perfil de instagram alusivo ao projeto, mantendo a fórmula humorística. O vinho já teve uma segunda edição, um branco intitulado “Que se foda – o tinto”, que esgotou em três dias, comenta o autor: “A novidade é que o “Que se foda” não precisa de 2020. Precisa apenas de fazer sorrir. Posso-lhe dizer que este projeto de arte é um todo e ainda não acabei. Numa outra pista paralela, existe a hipótese de vir a ser uma marca.” Francisco Eduardo adianta que a sua parceria com a adega da Azueira irá continuar. Enquanto ilustrador e designer, Francisco Eduardo fez recentemente rótulos para os vinhos do Monte da Raposinha. O artista já trabalhou em publicidade e também recorreu a ferramentas do marketing, para concretizar obras de arte. “Com o que eu mais gosto de trabalhar é com a cabeça. Não me canso de dizer que é a minha melhor ferramenta, porque apesar de desenhar muito bem, facilmente se acha que é da mão”, comenta Francisco Eduardo, exemplificando que chegou a expor na varanda da sua casa (no topo de um prédio) uma faixa branca com o apelo “Pensa nisto”: “O meu objetivo era que as pessoas pensassem no que estavam a ver e então resumi ao máximo, de forma a não dar hipóteses.”

Francisco Eduardo salienta que lhe interessa trabalhar em várias frentes: “Existe uma espécie de vergonha em dizer-se que se faz arte ou que se é artista, por um falso sentido pretensioso que se criou na cabeça das pessoas que fazer arte é coisa de génio. Eu defino-me como artista plástico de forma simples, tal e qual como um padeiro se define como padeiro, ou outro ser que pratique um ofício para o qual estudou, treinou e que gosta de o praticar. O que escolhi fazer é, felizmente, muito amplo. É possível levantar questões sobre tudo o que existe no mundo. Posto isto, defino-me como observador e participante. As mensagens requerem sentido de oportunidade. Há mensagens, que com letras ou imagens, que quando ditas ou pintadas por uma mulher (por exemplo) têm um significado diferente do que ditas por um homem. O mesmo com o tempo, ditas ou pintadas hoje, dizem outra coisa diferente do que diziam ontem.” Admirador de Almada Negreiros e de Manuel Alves, o artista também aprecia a ideia de fazer arte em dupla: “Gosto da ideia dos casais artistas, o Almada e a Sarah Afonso, a Helena Almeida e o Artur Rosa, o Arpad e a Vieira da Silva, os meus amigos João Marçal e Ana Manso, Chico Queimadela e Mariana Caló, a Joana Cardoso e o Sebastião Albuquerque. Fazer arte a dois é coisa de cumplicidade a sério.”

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Volup, o serviço de entregas para restaurantes de topo Enquanto cliente de plataformas de entrega de comida em casa, Álvaro Meyer sentia-se insatisfeito e decidiu criar um serviço alternativo, a Volup: “Cada pedido era uma lotaria. Não saber se ia chegar quente, se ia chegar incompleto, se vinha alguém em trotinete/bicicleta e ia demorar imenso tempo, se o estafeta ia ter bom aspeto…" O empresário soube de um restaurante que lançou o seu próprio delivery para não se associar às plataformas existentes, já que consideravam que isso iria desvalorizar a sua imagem e serviço. Se todos estes restaurantes lançassem o seu próprio serviço de entregas, "perderiam o foco do que fazem bem: cozinhar e criar pratos incríveis". Acresce que “a nível de comunicação, tem mais força ter os restaurantes juntos na mesma plataforma” e “ninguém quer ter uma app por cada restaurante”. Álvaro Meyer criou a marca Volup, abordou restaurantes que tinham o mesmo problema e começou a procurar empresas para criar a app, as mochilas, fardas, etc. “Chegou o dia em que tive que decidir se avançava a 100% e arriscava. Foi uma decisão difícil, criar uma coisa destas num mercado onde os players são gigantes. Uma decisão que implica muito investimento e risco, mas acreditei que resolvia um problema num nicho ainda por explorar e foi all-in.” O empreendedor constituiu “uma equipa de pessoas que acreditam muito no projeto e que aceitaram entrar nesta aventura com tudo o que implica: muitas horas de trabalho, até altas horas da noite e muita exigência”. Hoje conta com a Graça Sardinha, Zé Maria d’Orey e a Nicole Hamilton. Com formação em finanças e contabilidade, admite que sempre foi “muito empreendedor” e “sempre quis criar uma coisa grande”. A Volup iniciou atividade dia 19 de

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dezembro e funciona com uma aplicação similar à de outras plataformas: “O cliente entra na aplicação seleciona em que momento quer receber a encomenda (assim que possível ou agendar numa data posterior). Depois seleciona o restaurante, os pratos e efetua o pagamento com cartão de crédito ou MBWay. Somos a única plataforma que permite pagar desta forma. Pode acompanhar em tempo real o estado da entrega e a localização do nosso navigator (responsável pela entrega)" O que faz a diferença é o tipo de serviço e os restaurantes com que trabalham, assinala Álvaro Meyer: “A nossa primeira diferença e acho que é a mais importante a nível do consumidor, está nos restaurantes que se encontram na app. Queremos ser uma app gastronómica, onde quem quer uma boa refeição (independentemente do preço), vai ter muitas opções. Selecionamos previamente os nossos restaurantes parceiros com base na qualidade dos pratos e da comida. Também selecionamos cuidadosamente a equipa de navigators, que são pessoas com bom ar e boa educação, que recebem formação para prestar um serviço em condições. No fundo contratamos

pessoas que os próprios restaurantes contratariam para fazer o serviço de sala, tal como nos restaurantes parceiros, apresentam-se fardados de forma elegante e com bom aspeto e a grande maioria deles fala outras línguas.” Entregar comida quente na área da grande Lisboa é outra garantia da Volup: “Reparamos que a maioria dos clientes vive em zonas residenciais, longe do restaurante. O nosso maior desafio desde o início foi encontrar uma forma de levar estas refeições em condições onde o trajeto é mais cumprido. A solução foi investir numa mochila, não existente no mercado até à altura, desenhada com um propósito muito vincado, com materiais isotérmicos bons e de maneira a também fazer as entregas de carro. Até agora tem corrido bastante bem.” A Volup tem perto de 40 pessoas disponíveis para trabalhar nas entregas e opera (à data da entrevista) com nove restaurantes online. “Já temos muitos mais a entrar nas próximas semanas. Acredito que vamos acabar o mês (janeiro) com 20 a 25 restaurantes”, informava o CEO à data da entrevista. Sem adiantar números do investimento, o dono da Volup revela apenas que a empresa cobra 20% do valor da encomenda e que, este ano, “o plano principal é validar o modelo de negócio e provar que o delivery também pode ser feito em condições e com restaurantes de alta qualidade". Se tudo correr como esperado, pretendem "crescer e expandir a outras áreas dentro de Lisboa e a nível nacional." A Volup comunica através de marketing digital nas redes sociais, mas "a comunicação mais efetiva tem sido o "boca a boca" dos nossos clientes que gostaram da experiência Volup e acabaram por recomendar aos amigos e familiares".


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Clover Porto junta o online ao comércio tradicional “Antes trabalhava como administrativa numa oficina de automóveis, mas não me sentia realizada profissionalmente”, conta Susana Reis, explicando que em novembro 2019 decidiu aventurar-se na venda de roupa e acessórios de moda, uma experiência que já tinha feito em 2015 e com sucesso. “Na altura, optei por manter o meu emprego porque não estava a conseguir conciliar as duas atividades. No entanto, a vontade de gerir o meu próprio negócio foi crescendo e a insatisfação com o que estava a fazer também. Eu sentia que tinha que me testar noutro contexto e foi o que fiz. O meu pai também é empresário e a minha mãe também foi. Tenho uma estrutura familiar incrível, que me apoia em todos os sentidos.” Susana Reis criou assim a marca Clover Porto e começou por vender roupa e acessórios apenas online, promovendo os produtos através do Facebook e do Instagram. “Comunico a marca diariamente através das redes sociais. Fiz também publicidade paga no Instagram. Vendi sempre muito bem e consegui fidelizar clientes, criando até uma relação de proximidade com algumas

delas, através das redes sociais”, adianta a empresária, aludindo à vertente de consultoria de imagem que o negócio da moda tem. O sucesso da marca alicerçou a vontade de ter uma loja física. Em julho de 2020, a Clover abre um espaço no centro de Matosinhos. “Sou defensora do comércio tradicional, com atendimento personalizado e quando encontrei este espaço, não hesitei porque é uma zona muito dinâmica em termos comerciais. Este tipo de negócio pode correr bem apenas online, mas queria ter uma porta aberta, um espaço para receber as minhas clientes e perceber melhor que tipo de peças preferem.” Susana Reis informa que a sua clientela é so-

A pausa no negócio pode ser uma tindo que também cometeu erros. No aliada do próprio negócio. Exemplo livro, o autor dá alguns exemplos, remadisso é outra das empresas de Fábio tando de forma motivadora: “Falhei, Rodrigues, a brasileira Mídia & está falhado e não se falha mais nisso!” Cupon, que durante algum tempo foi O livro sugere aos potenciais candimuito bem-sucedida a vender publici- datos a empreendedores vários testes, dade em cupões de carregamento de nomeadamente, que avaliem a sua vertelemóveis (um sistema popular no dadeira motivação para montar o seu Brasil): “Chegámos a ter 60 milhões próprio negócio, porque “esse tem que de cupões, no entanto esse negócio ser o seu plano A, não existe plano B. perdeu fulgor e ficou parado. Agora Daí a importância de se proporem a há uma possibilidade de o retomar, resolver uma necessidade real do mercanoutros moldes e talvez o façamos, mas do." No último capítulo, o autor insiste que controlar o fluxo de caixa e ter um quando foi preciso parar, parámos.” Fábio Rodrigues tenta colocar em prá- backup financeiro é fundamental. tica os seus próprios conselhos, admiO percurso de um empreendedor

bretudo composta por mulheres de todas as idades. A marca continua a vender através da internet, “quer para Portugal, quer para Espanha”. A empresária indica que “as vendas online representam 40% da faturação, mas a loja também funciona bem”. Por enquanto, a Clover vende roupa e acessórios portugueses e italianos, mas Susana Reis ambiciona criar uma coleção da marca, no futuro. Motivada e contente com a performance do seu próprio negócio, a empresária perspetiva também a abertura de uma segunda loja, na cidade do Porto.

está recheado de sinais proibidos, de perigo, de obrigação, mas também de informação aos quais nem todos estão atentos, mas que devem ser tidos em conta por quem quer chegar ao seu destino nas melhores condições. Fábio Rodrigues sublinha que “empreender é fazer acontecer” e isso é mais do que abrir um negócio. “Podemos empreender na empresa para a qual trabalhamos, sempre que tentamos solucionar um problema ou inovar em alguma dimensão do nosso trabalho. Podemos empreender com projetos paralelos ao nosso trabalho por conta de outrem”.  FEVEREIRO DE 2021

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

Exequator Portugal cresce e reforça prestação de serviços ao setor financeiro

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Exequator Portugal está a crescer, tendo conquistado novos clientes no ãmbito da sua atividade core , de prestação de serviços jurídicos a clientes do setor financeiro. A boutique jurídica nasceu em Portugal como legal partner do Grupo BC em Portugal, especializado em assessoria a processos hipotecários, e com uma vasta carteira de clientes do setor financeiro. Segundo explica Sandra de Carvalho Dias, office manager da Exequator. “abrimos o escritório da Exequator em Portugal para dar serviços jurídicos aos clientes do Grupo BC – que por ser uma sociedade comercial não pode atuar como assessor jurídico–, mas, entretanto, já fomos contactados por mais alguns clientes novos, estando assim a aumentar a nossa

atividade no mercado português”. A Exequator - Sucursal em Portugal existe desde 2018, com o objetivo de disponibilizar serviços jurídicos aos clientes do Grupo BC, mas nos últimos meses “tem vindo a crescer de forma significativa, prestando serviços de assessoria jurídica nas principais áreas do direito, tanto a empresas como a investidores nacionais e estrangeiros”. Nascida em 1994, a Exequator é uma sociedade de advogados autónoma, cujo sócio fundador, Ignacio Menéndez Morán, é advogado e administrador único em Espanha. Em Espanha, a equipa da Exequator é composta por 26 juristas.

“Em Portugal, podemos falar de uma equipa global residente ainda pequena, com oito pessoas, entre juristas e outros colaboradores. Depois, temos uma rede externa de cerca de 60 juristas a dar cobertura nacional aos nossos clientes”, adianta Sandra de Carvalho Dias. A sucursal em Portugal é detida a 100% pela Exequator España.

PRA cria nova unidade económica para a área dos danos corporais

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PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados criou uma nova Unidade Económica, relacionada com o Dano Corporal. Os direitos emergentes de danos corporais graves carecem, para a sua efetivação

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cabal, de um elevado nível de experiência e rigor na sua abordagem, uma vez que se encontram em constante evolução, por força da atividade legislativa, da prática jurisprudencial e da produção doutrinal. “O apoio e proximidade junto do cliente são a nossa prioridade, são o objetivo em que nos queremos focar com a criação desta Unidade Económica, tendo em conta o tipo de casos e as dificuldades que estes processos representam para quem os tem de enfrentar” refere Afonso Duarte, associado sénior da PRA, que assume o cargo de responsável desta Unidade Económica. O advogado desenvolve, há mais de uma década, esta área preferencial de atividade, atuando em processos que envolvem danos corporais graves.

Os escritórios da PRA contam já com as Unidades Económicas de Entertainment, Farmácia e do Medicamento e, ainda, dos Transportes. A PRA, com escritórios em Lisboa, Porto, Algarve, Leiria e Ponta Delgada, tem como propósito garantir uma rede profissional assente nos diversos mercados, aliando o apoio local especializado ao conhecimento do negócio dos seus clientes. A sociedade, reconhecida pelo seu nível de especialização, encontra-se organizada por 10 áreas de prática e conta, presentemente, com uma equipa de mais de 140 profissionais, registando “um forte crescimento a nível nacional, graças a valores como a competência, a responsabilidade e a orientação para o cliente”.


aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

Miranda distinguida como “Firma do Ano” para a África Lusófona

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Miranda & Associados foi distinguida como “Lusophone Africa Law Firm of the Year”, no âmbito dos pelos “Chambers Africa Awards”. “É a segunda vez que a Miranda orgulhosamente recebe este prémio, e é o reconhecimento da força e da profundidade da nossa prática em África, onde já acumulamos mais de 30 anos de experiência, sustentada num relacionamento forte com os nossos colegas locais, cujos escritórios ajudamos a desenvolver e crescer. São estes compromissos de longo prazo que em grande medida nos permitem alcançar este tipo de distinção“, refere Diogo Xavier da Cunha (na foto), presidente do conselho de administração da Miranda & Associados. Para o partner , ”este reconhecimento não é exclusivamente da Miranda, sendo também dirigido às Firmas da Miranda Alliance em toda a África

Lusófona. Sem a ajuda dos nossos colegas baseados nos diferentes países, seria impossível alcançar este nível de reconhecimento”, acrescenta. Este prémio é o resultado das pesquisas e avaliações realizadas pelo guia internacional “Chambers Global” e envolve mais de 200 jurisdições e 170 pesquisadores. “Este reconhecimento retrata a notabilidade do trabalho desenvolvido pela sociedade nos últimos 12 meses, designadamente em matéria de consolidação e crescimento da prática, relevância e complexidade das operações em que esteve envolvida e excelência no atendimento ao cliente”, refere a firma em comunicado. A premiação anunciou o vencedor afirmando que a Miranda & Associados possui uma “excelente reputação” em toda a África Lusófona, beneficiando de associações com líderes de mercado no terreno.

“A Miranda & Associados oferece aos seus clientes uma vasta experiência na região, tendo atuado junto de muitas empresas no setor da energia e recursos naturais de primeira linha, órgãos governamentais em desenvolvimentos e importantes transações”. Para os inquiridos, a equipa da Miranda é vista como “a mais proeminente em Angola”, além de ser um dos grupos “pioneiros em Moçambique”, de acordo com a Chambers. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ ccile.org Fotos DR

Em trânsito: » Rita Chambel é a nova associada da Costa Pinto Advogados, após mais de dez anos ao serviço da VdA. A advogada vai reforçar a sua equipa de comercial, societário e M&A. “A entrada da Rita [Chambel] representa um reforço inequívoco da nossa equipa que há muito procurávamos, designadamente em matérias de fiscalidade. Esta entrada é ainda um reflexo da estratégia da sociedade de identificar e procurar reforços para a equipa de comercial, societário e M&A com senioridade e experiência reconhecidas no mercado, que se iniciou com a entrada do Miguel Castro em julho de 2020”, comenta José Costa Pinto, sócio fundador da Costa Pinto Advogados. Com cerca de 13 anos de experiência na área fiscal (seja na KPMG, entre 2007 e 2010, seja posteriomente na VdA, de 2010 a 2020), Rita Chambel tem ainda um vasto trabalho realizado no âmbito da assessoria de clientes nacionais e internacionais.

vel pelo Departamento de Imigração, como sócia da firma. “A nomeação da Patrícia é o justo reconhecimento pelo notável trabalho realizado nos dois últimos anos. Um trabalho que permitiu a este departamento, num curto espaço de tempo, duplicar a sua faturação e os seus recursos humanos”, referem os sócios da VCA. “Hoje em dia, graças ao empenho de todos os envolvidos, o nosso departamento de Imigração é reconhecido, nacional e internacionalmente, pela sua competência técnica e pela sua sólida experiência em processos de imigração, investimentos e cidadania”, acrescentam. Patrícia Valadas Coriel é licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, e possui uma pós-graduação em Direito e Gestão, pela Nova School of Business and Economics. É membro do Investment Migration Council, da International Bar Association e do IR Global. Fundada em 2001, a VCA conta atualmente com » A Valadas Coriel & Associados procedeu à no- uma equipa composta por seis sócios e 20 advogameação de Patrícia Valadas Coriel, atual responsá- dos. fevereiro de 2021

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Pandemia e confinamento não abrandaram preço médio de venda de apartamentos e moradias em 2020 O Imovirtual, portal imobiliário de referência em Portugal, acaba de divulgar o seu estudo anual, baseado em dados disponíveis na plataforma, analisando a evolução dos preços médios anunciados de venda e arrendamento de apartamentos e moradias e da sua procura em Portugal. Num ano atípico como foi 2020, o portal selecionou os diferentes comportamentos nos quatros principais momentos do ano: início (janeiro a março); confinamento (março a abril); pós-confinamento (maio a junho) e final do ano (novembro a dezembro). Neste sentido, os dados referem-se ao comparativo destes períodos de 2020, assim como, com os períodos homólogos de 2019. Entre as principais conclusões, de salientar que, no que diz respeito à venda de apartamen-

tos e moradias, no período pré-covid assiste-se a um aumento do preço médio de 8%, (passa de 318.951 em 2019 para 344.417 euros em 2020). Já durante o confinamento, observa-se um aumento de 11,3% (para 352.339 euros), sendo o maior aumento comparativamente ao período homólogo. Na fase de desconfinamento, verificou-se um aumento de 7,2% quando comparado com o mesmo período de 2019. Por fim, o ano termina com uma subida de 1,6% (para 348.223 euros). Analisando geograficamente, Setúbal, Vila Real, Aveiro e Évora destacam-se como os distritos com maior variação percentual dos preços ao longo do ano. Já Portalegre e Guarda se evidenciam como distritos com um decréscimo acentuado do preço

médio. O ano terminou com Lisboa, Faro, Região Autónoma da Madeira e Porto no top dos distritos mais caros para comprar um imóvel. Nestas regiões, quando comparadas com 2019, assiste-se a um aumento constante do preço nos quatro períodos. Lisboa termina o ano com um preço médio de 557.595 euros; Faro situa-se nos 453.378 euros; a Região Autónoma da Madeira nos 331,472 e Porto nos 311.443 euros. Quanto ao arrendamento de apartamentos e moradias, ao comparar o preço médio de arrendamento do ano de 2020 com o período homólogo, verifica-se um decréscimo neste indicador, em termos globais. Em dezembro passado, o preço médio de um imóvel para arrendar em Portugal era de 1.036 euros. 

Predibisa mandatada para comercializar resort de luxo algarvio Ombria

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15 minutos de algumas das mais famosas praias algarvias e junto a uma área protegida local de 400 hectares, está a nascer o empreendimento turístico de luxo Ombria Resort. A Predibisa foi mandatada para a comercialização de 65 apartamentos turísticos (Viceroy Residences) e 12 moradias isoladas (Alcedo Villas) que vão nascer junto a Loulé. “A qualidade 44 ACT UALIDAD€

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premium do empreendimento, a localização privilegiada, o campo de golfe de 18 buracos feito à medida e o facto de este ser um projeto eco-friendly, que está a ser criado de acordo com os mais altos níveis internacionais, tornam-no numa oportunidade única para quem procura a perfeita harmonia entre férias, lazer e rendimento”, destaca a Predibisa. Com abertura prevista para início de 2022, o Ombria Resort inclui um hotel de luxo, apartamentos, moradias, campo de golfe de 18 buracos com certificação da GEO Foundation, segurança 24 horas, serviço de concierge, restaurantes, SPA, piscinas, ginásios, programas e instalações dedicados

exclusivamente a crianças, ou acesso exclusivo às mais diversas experiências indoor e outdoor, entre outros. A bandeira hoteleira de destinos de luxo Viceroy Hotel and Resorts, faz, desta maneira, a sua entrada no mercado hoteleiro português, através do hotel de cinco estrelas Viceroy at Ombria Resort, com os seus 76 quartos, e os seus 65 apartamentos turísticos, as Viceroy Residences. As Viceroy Residences, com tipologias T1 e T2, com áreas entre os 80 e os 170 metros quadrados, a que se juntam áreas de jardim e varanda, com preços de aquisição entre os 368.050 e os 900 mil euros. Os apartamentos serão vendidos completamente mobilados e equipados, segundo os exigentes padrões de cinco estrelas da Viceroy Hotels & Resorts. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

RE/MAX escolhida para a comercialização da Gestilar Residences Miraflores N uma área marcadamente urbana, em Oeiras, a 10 minutos do centro de Lisboa, nasce o edifício residencial premium Gestilar Residences Miraflores, composto por 111 apartamentos T2, T3 e T4, distribuídos por 13 pisos. A Sol de Alós, broker da RE/ MAX Cidadela, agência da rede RE/ MAX, tem a seu cargo a comercialização das habitações. Localizadas próximas do Parque Urbano de Miraflores e do Parque Florestal de Monsanto, as frações destacam pelas suas linhas contemporâneas, acabamentos de qualidade superior. O projeto, cuja construção estará finalizada no terceiro trimestre de 2022, tem como promotor a Gestilar e a assinatura do gabinete de arquitetura Saraiva & Associados. O Gestilar Residences Miraflores caracteriza-se por ser um empreendimento de habitação de luxo, com varandas de dimensões generosas, que proporcionam vistas panorâmicas sobre a natureza. Piscina, solário natural e um ginásio, localizadas no último piso deste edifício premium, são outras valências a usufruir pelos futuros

moradores do imóvel. Como áreas totais, os apartamentos de tipologias T2, T3 e T4, variam entre os 97 metros quadrados e os 219 metros quadrados, com os preços de venda a oscilarem entre os 360 mil e os 808 mil euros. Com acabamentos que primam pela superior qualidade, o projeto tem como matriz principal os altos padrões de conforto e modernidade. As habitações agregam amplas varandas que fazem o prolongamento das salas com uma vista para o jardim, incorporando vidros que se prolongam desde o teto até ao chão, o que possibilita que todos os novos apartamentos usufruam de luz natural. O projeto contempla ainda uma zona de estacionamento.

O empreendimento que se evidencia pela localização em Miraflores, está próximo dos melhores acessos à capital e a cerca de 30 minutos do Aeroporto de Lisboa. O Gestilar Residences Miraflores está integrado numa zona de edifícios residenciais, com vários serviços, lojas e comércio, áreas de lazer, com acesso a transportes públicos e estando ainda a uma curta distância do rio Tejo. Para a CEO da RE/MAX, Beatriz Rubio, “o Gestilar Residences Miraflores é um projeto de luxo verdadeiramente diferenciador. Para além dos acabamentos de elevada qualidade, os apartamentos ganham destaque pela sua funcionalidade e são compostas por áreas de boas dimensões”. Adianta que se trata de um projeto de grande importância no panorama da nova construção em Lisboa, não só pela zona privilegiada onde se insere, mas também pela forma como foi pensado para responder às necessidades de um segmento que procura qualidade de vida em ambiente urbano, sem descurar o contacto próximo com a natureza”, conclui. 

Oeiras investe 400 milhões para se tornar Capital Europeia da Cultura U m investimento de 400 milhões de euros está previsto para diversos projetos em Oeiras, que incluirão a recuperação de edifícios históricos e a criação de vários espaços de dinamização cultural. Até 2027, a Câmara Municipal de Oeiras investirá 400 milhões de euros, sendo que 50 milhões já estão adjudicados às obras dos novos paços do concelho, que vão começar em breve. Este megaprojeto, motivado pela candidatura a Capital Europeia da Cultura, contará com intervenções como a construção do novo Centro Cultural

de Linda-a-Velha, que terá uma sala de espetáculos para 1.400 pessoas, a construção do Centro de Congressos de Paço de Arcos, a construção do Hub de Indústrias Criativas de Porto Salvo e a construção do centro de interpretação do Castro de Leceia, enumera a autarquia, que recentemente apresentou o “Oeiras 27”, a marca estratégica que irá integrar a candidatura para Capital Europeia da Cultura em 2027. O Convento da Cartuxa de Caxias é um dos imóveis que será recuperado para receber um centro internacional

de artes contemporâneas, bem como a Bateria do Areeiro, que vai receber um projeto museológico no domínio das fortificações marítimas. Já a Fábrica de Cima, na Fábrica da Pólvora, será alvo de obras para a instalação de um centro de artes cinematográficas, performativas e visuais, e na Estação Agronómica Nacional será criado um conjunto de utilizações polivalentes, entre as quais, na área da cultura e gastronomia. Já o Palácio Marquês de Pombal será transformado num museu na área das artes, ciências e tecnologias. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2021

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ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

ois novos estudos destacados pela “CBS News” evidenciam que o Apple Watch (entre outros smartwatches) pode ajudar a detetar o novo coronavírus antes mesmo de os sintomas surgirem. Tratam-se de dois estudos, um do Mount Sinai Health System e outro da Universidade Stanford, que mostram que esse tipo de dispositivos pode ajudar a “desempenhar um papel vital no combate à pandemia e outras doenças transmissíveis”. Mais especificamente, a pesquisa realizada pelo Mount Sinai descobriu que o Apple Watch é capaz de detetar “mudanças subtis nos batimentos cardíacos de um indivíduo” até sete dias antes do início dos sintomas de covid-19 ou de um teste positivo para a doença. O estudo analisou a variabilidade da frequência cardíaca (a variação no tempo entre os batimentos cardíacos)– a qual, segundo os investigadores, é uma boa medida para verificar como o sistema imunológico de

uma pessoa está funcionando. Era já conhecido que os marcadores de variabilidade da frequência cardíaca mudam conforme a inflamação se desenvolve no corpo, sendo que a covid-19 é uma doença inflamatória geral. Agora, com estas novas indicações sobre os batimentos cardíacos, pode-se assim antecipar se uma pessoa está infetada antes que surjam sintomas. No caso da covid-19, os indivíduos infetados apresentaram menor variabilidade da frequência cardíaca face aos que tiveram teste negativo. O estudo acompanhou 300 profissionais de saúde por aproximadamente cinco meses. Enquanto isso, o estudo da Universidade Stanford– cujos resultados foram divulgados em novembro passado– analisou igualmente dados de rastreadores de atividades da Garmin e da Fitbit, além do Apple Watch. De acordo com a pesquisa, esses dispositivos “podem indicar mudanças

Foto arquivo

Apple Watch pode detetar covid-19 antes de sintomas surgirem D

na frequência cardíaca em repouso até nove dias e meio antes do início dos sintomas” em pacientes positivos para a covid-19. Segundo os pesquisadores, uma das principais vantagens dos smartwatches ou rastreadores de atividades é que eles podem ser usados constantemente ao longo do dia. Isso ajuda, de acordo com eles, a “eliminar algumas das desvantagens do teste padrão da covid-19”, nomeadamente por poderem não ser feitos na altura certa para o diagnóstico correto. 

Pandemia ajudou internet portuguesa, tendo sido criados mais de 132 mil sites .pt O número de endereços online que acabam em .pt (o domínio de topo para Portugal) tem vindo a crescer todos os anos, mas em 2020 subiu de formaa centuada, devido à pandemia, com cerca de 132 mil novos sites que acabam em .pt a serem registados. Este foi um crescimento de 22,9% em relação ao ano anterior, de acordo com a DNS.pt, associação que gere o domínio de topo em Portugal. Em concreto, o mês de abril foi o que apresentou o maior crescimento face ao período homólogo do ano anterior (67%), bem como o maior número de novos domí-

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nios, explica a DNS.pt, em comunicado. A subida foi impulsionada em grande parte pela pandemia da covid-19. “É inegável que a pandemia obrigou os cidadãos, as empresas e as organizações a reinventarem-se e que a internet foi um importante aliado neste trajecto”, nota Luísa Ribeiro Lopes, presidente do conselho diretivo do .pt. “As restrições impostas à normal atividade económica e social aceleraram o processo de transição digital, e isso reflete-se naturalmente na evolução do registo de domínios em .pt.”, refere a responsável.

Ao todo, foram feitos cerca de 96 mil registos diretamente através da DNS.pt e 36 mil registos no âmbito da iniciativa Empresas na Hora, que permite a constituição imediata de sociedades comerciais unipessoais e atribui automaticamente um domínio .pt (mesmo que não seja usado). “A necessidade de ter uma presença na internet tem de ser acompanhada do desenvolvimento das competências digitais dos cidadãos”, sublinha, no entanto, Luísa Ribeiro Lopes, frisando ainda que é fundamental continuar a investir na formação digital dos portugueses. 


Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

Site de homebanking do Millennium bcp eleito como o melhor em Portugal O Millennium bcp venceu o prémio de “Melhor Site de Homebanking”, atribuído pelos leitores da revista “PC Guia”. Na sua 22ª edição, os prémios anuais da “PC Guia” distinguem as melhores marcas, produtos e serviços tecnológicos no mercado nacional e internacional, dando a conhecer as soluções relativamente às quais os utilizadores têm razões indiscutíveis para se manterem fiéis. Em 2020, os leitores da revista “PC Guia” puderam votar em 38 prémios, divididos por sete categorias (hardware, entretenimento, mobilidade, software, serviços, internet e extras). Esta distinção é o reconhecimento do investimento constante do Mil-

lennium bcp em tecnologia e no desenvolvimento do seu negócio digital, do homebanking, passando pelos meios de pagamento ao mobile e, mais recentemente, pela aplicação transversal de inteligência artificial em várias plataformas e modelos de decisão. A este nível, a app do Millennium reflete uma experiência digital superior, porque foi construída tendo em conta as necessidades dos nossos clientes, num contexto de constante mudança, mantendo uma ofer-

ta inovadora, abrangente e segura. Com mais de um milhão de clientes a utilizar frequentemente os seus canais digitais, o Millennium bcp é uma das referências no que diz respeito à digitalização da banca em Portugal. 

Bizdirect é a primeira empresa em Portugal a ser nomeada “Microsoft ISV Development Center”

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Bizdirect, empresa portuguesa do grupo Sonae, foi nomeada Microsoft ISV Development Center pela Microsoft, tornando-se, assim, a primeira empresa em Portugal e a quarta na Europa a receber este reconhecimento. A Bizdirect junta-se, deste modo, a um grupo de parceiros mundiais com direito a fornecer serviços técnicos, de desenvolvimento e de consultoria para fornecedores de software independentes (ISVs), utilizando plataformas de aplicações de negócios da Microsoft (Microsoft

Dynamics 365, Microsoft Power Platform e Microsoft Azure), para ajudá-los a escalar e crescer a um ritmo acelerado, por meio do Microsoft Appsource. Esta designação reconhece a experiência, as competências e o know-how da equipa da Bizdirect, bem como o trabalho que tem vindo a realizar na comunidade de parceiros e clientes da Microsoft, com as soluções Dynamics 365 Customer Engagement, Power Platform e Azure. Este reconhecimento concede à equipa da Bizdirect acesso próximo às equipas focadas em tecnologia e produtos da Microsoft e informações relevantes para poder apoiar os seus clientes. Ao juntar-se à rede mundial do ISV Development Center, a Bizdirect vai apoiar a comunidade de parceiros da

Microsoft na Europa na construção, modernização e comercialização de produtos baseados em tecnologias Microsoft. João Mira Santiago, CEO da Bizdirect, partilha ser com “grande satisfação que vemos o trabalho de vários anos no mercado nacional e internacional da equipa da Bizdirect nas áreas de business applications e cloud a ser reconhecido. Cada vez mais os clientes pretendem reduzir a complexidade na implementação ou modernização tecnológica e optam por soluções em modelo cloud e com maior rapidez de implementação. A comunidade de ISV desempenha um papel fundamental neste objetivo e atua como um acelerador da inovação”, sendo que com este reconhecimento, a Bizdirect “contribuirá para a aceleração do processo de recrutamento e capacitação dos ISVs que pretendem colocar os seus produtos no marketplace da Microsoft“. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2021

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Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Azeite da Theotonio Pereira está de volta ao mercado meio século depois O azeite de qualidade que os portugueses associavam aos icónicos rótulos desenhados da Theotonio Pereira, dos anos 30 e 40 do século passado, regressou ao mercado, fazendo jus a um legado centenário. O Theotonio de 2020 é um azeite gourmet, monovarietal, de casta galega, produzido mecanicamente, com extração a frio. Um azeite que sabe e cheira a azeitonas, que vai fazer sair o galheteiro do armário (tanto seja um clássico curvilíneo ou um minimalista depurado) e está preparado para acompanhar novas famílias de apreciadores. Produzido na Vidigueira, região com grande ligação à família Teotónio Pereira, tem baixa acidez, é ligeiramente espesso, frutado e de cor esverdeada. As embalagens rígidas foram substituídas pelo bag in box de dois litros, juntando a tradição com a preocupação ecológica e a funcionalidade. «Foi uma decisão difícil mas acabou

por pesar o facto deste tipo de embalagem proteger o azeite da oxidação, prolongando a sua qualidade, para além de reduzir em 60% a pegada ecológica. Em 2020 não faria sentido ignorar a ameaça das alterações climáticas» afirma André Teotónio Pereira, que está a liderar a recuperação do negócio familiar. Nos planos da Theotonio Pereira, está a diversificação de produtos e a aposta em chegar a um consumidor que valoriza a qualidade e a tradição, e que «está interessado em conhecer em redescobrir sabores autênticos, de grande simplicidade». A atividade familiar da comercialização de vinho e azeite, foi conjugada, durante gerações, com as finanças e a diplomacia. Ligada ao setor vinícola desde o século XVIII, a firma desta-

cou-se nas exportações para os quatro cantos do mundo e em 1876, alcançou o primeiro Prémio na International Exhibition de Filadélfia, nos EUA. Na galeria do emblemático nº 90 da Rua de São Paulo, em Lisboa, podem-se ver relíquias do passado comercial, assim como garrafões com o gargalo em gesso, latas de azeite de vários tamanhos e garrafas de vinho, rosé e Martini, de que foi a primeira importadora. 

Unlock Wines traz para Portugal vinhos de Monterrei É uma das cinco DO (denominação de origem) da Galiza. Enquanto o mundo desperta para os segredos da discreta região de Monterrei, Portugal acaba de receber mais dois exemplares deste terroir e das suas duas castas pilares: Godello e Mencía. Este é o mais recente projeto desvendado pela Unlock Wines, distribuidora de vinhos apresentada em 2020. Depois da estreia no mercado nacional dos icónicos vinhos produzidos por John Malkovich, Les Quelles de La Coste, a bússola de Nádia Moreira, fundadora do projeto, aponta agora para a pitoresca e alegre região de Monterrei, localizada no sudeste da província de Ourense e muito próxima da fronteira com Portugal, em Chaves. O particular terroir desta pequena deno-

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minação, constituída pela bacia do Rio Tâmega que forma um vale delimitado por alinhamentos montanhosos, é caracterizado por um microclima continental e mediterrânico, influenciado pelo Oceano Atlântico, e três tipos de solos: xisto, com grande impacto nos vinhos tintos, de cor cereja, frutados e sedosos; graníticos e arenosos, com pH baixo, perfeito para a produção de vinhos brancos de aromas intensos, frescos e equilibrados; e sedimentares, que conferem complexidade devido à variedade de matéria que detêm. É aqui que se desenvolvem, na perfeição, duas castas que têm conquistado a atenção de apreciadores de todo o mundo: nos brancos, a Godello (Gouveio, em português) e, nos tintos, a Mencía (mais conhecido pelo nome de Jaen).

Foi também aqui, mais concretamente em Oímbra, que o produtor Lagar de Pintos adquiriu uma pequena propriedade para dar vida a um projeto antigo: criar dois vinhos que expressassem todo o potencial deste terroir, mas com um perfil jovem e moderno. O primeiro exemplar é o Carros & Bueyes Godello 2019, um branco de cor citrina-esverdeada e perfil assumidamente marcado pela casta que lhe dá origem: aromas intensos a fruta tropical, bom volume de boca, frescura e equilíbrio durante toda a prova. Estagiou cinco meses em cubas de inox, o que lhe conferiu uma agradável estrutura e complexidade. Um branco que revela todo o seu potencial quando acompanhado por pratos de sushi, vegetarianos e carnes brancas, sugere o seu produtor. 


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Copos para brindes especiais B rindar com o copo certo pode ser um dos fatores decisivos do sucesso de uma prova vínica e os copos da Zalto podem fazer toda a diferença, salienta Dirk Niepoort, presidente da centenária Casa Niepoort, e que se decidiu a trazer a marca para Portugal há alguns anos. “Para mim, a Zalto é a referência máxima da qualidade para provar grandes vinhos”, frisa Dirk Niepoort. “O toque do copo, o acabamento, a fineza – que não significa que este seja mais quebradiço–, a perfeição”, são características que destaca nestes copos. Com o inigualável som do cristal, os copos de vinho da Zalto são uma opção que tanto acolhe um bom vinho tinto como um branco, um champanhe ou até um Porto, segundo Dirk Niepoort. O lado artesanal da Zalto, oriunda

da região de Waldviertel, na Áustria, famosa pela produção de vidro soprado, é um dos aspetos que torna esta marca tão única, além da sua funcionalidade. Paredes direitas, sem ângulos redondos, são uma das características dos copos Zalto, sublinhando-se ainda o facto de serem isentos de chumbo. Outro dos aspetos distintivos da Zalto é o facto de ter uma única linha de copos, de topo, em cristal, que acredita servir da melhor maneira a prova de todos os tipos de vinhos. Muitos dos copos foram pensados consoante o terroir e os tipos de vinho. Assim, existe o “Burgundy glass”, o “Barolo glass” ou o “Universal glass”, muito versátil e “perfeito para vinhos minerais, como Rieslings”, destaca Christoph Hinterleitner, responsável

da Zalto na Áustria. Em Portugal, já se podem encontrar agora estes copos na plataforma online do Adegga WineMarket, ou na loja especializada Casca & Friends, no Estoril.  PUB

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Dois monocastas com o Alentejo de corpo e alma da Herdade das Servas S ão de 2016 as novas edições do Herdade das Servas Alfrocheiro e do Herdade das Servas Touriga Nacional, dois dos vinhos genuínos que compõem o portefólio alentejano da família Serrano Mira – proprietária da Herdade das Servas, em Estremoz, e da Casa da Tapada, em Amares (Vinhos Verdes) – e cujo processo é semelhante: vindima manual; pisa a pé em lagares de mármore; fermentação em cubas de inox com controlo de temperatura; e estágio em barricas de 225 litros de carvalho francês (30% novas) e americano, durante um ano. Embora com perfis distintos, une-os o facto de serem vinhos complexos e com boa componente de fruta, harmonizando com carnes vermelhas, caça, enchidos e queijos intensos. Já no mercado, apresentam-se em garrafas individuais de 750ml, ou em caixas de

madeira com três garrafas cada ou em estojos de duas garrafas – Alfrocheiro e Touriga Nacional – com copo, saca-rolhas e corta-gotas (na foto). “Difícil de trabalhar, devido à elevada instabilidade na maturação, a casta Alfrocheiro foi perdendo adeptos no campo. A Herdade das Servas quis dar-lhe oportunidade, plantando-a, em 2014, na Vinha da Cardeira Nova, em adição à sua presença na Vinha da Judia, mais velha”, destaca o produtor. Depois de um primeiro monocasta, em 2010, é agora tempo de dar luz verde ao segundo Herdade das Servas Alfrocheiro. De 2016, é um tinto límpido, de cor vermelho-cereja e com presença de fruta evidente – ameixa, figo e amora e notas de uva passa – e certinha, por ausência de componente vegetal, e notas de chocolate

e especiarias. Complexo, volumoso e equilibrado, tem a barrica bem integrada, com tosta e taninos balanceados e final persistente, revelando o potencial da casta. A uvas do Herdade das Servas Touriga Nacional tinto 2016 têm origem na Vinha do Azinhal. Com cerca de 90 hectares, no total, cinco são desta casta, plantada há cerca de 25 anos com varas trazidas do Dão e enxertadas nesta vinha. Da vinha ao vinho, estamos perante um Touriga elegante e fresco, com um bom equilíbrio entre a estrutura e o volume. 

Quinta do Regueiro é “produtor do ano” e lança nova colheita A celebrar 21 anos, “o pequeno produtor a produzir vinhos gigantes” Quinta do Regueiro acaba de lançar nova colheita do Barricas – o Quinta do Regueiro Barricas 2019– que há um ano foi distinguido como “Melhor Vinho Branco Nacional 2019”. O produtor Paulo Cerdeira Rodrigues afirma que “somos um pequeno produtor, mas podemos dizer que produzimos vinhos gigantes, e, ao atingir esta maioridade, vemos o reconhecimento do setor como prova de estarmos no caminho certo para continuar a surpreender com os nossos vinhos”. Depois de em 1999 chegar ao mercado a primeira colheita de Quinta do Regueiro, novas referências foram nascendo desde então. A gama principal da marca conta hoje com cinco vinhos e um espumante. Nos vinhos, tudo começou com o Quinta do Regueiro Reserva 100 % Alvarinho,

50 ACT UALIDAD€

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um Alvarinho muito mineral e fresco, com uma excelente acidez. Muito puro, com uma boa estrutura, fiel à casta, sem notas tropicais, muito focado no lado citrino. Em 2017, foi lançado o Regueiro Alvarinho/Trajadura, e sempre no caminho da inovação, no ano seguinte surge um Espumante Bruto. Seguiram-se-lhes várias novas referências, como o Primitivo (vinhas velhas) em 2013, que significou um passo importante para o produtor minhoto, e o Barricas (fermentação em barrica) em 2014, que conquistou, tal como o anterior, diversos prémios e distinções para o produtor minhoto. Hoje, a família Quinta do Regueiro inclui outras duas gamas, Foral de Melgaço, de vinhas de altitude e vinhas velhas, e Secreto, de maceração peculiar, apresentado nas referências Alvarinho e Trajadura/Alvarinho. Com orgulho num percurso pautado

pela consistência e evolução, em 2019, para assinalar os 20 anos, a Quinta do Regueiro lançou o Jurássico, um vinho com 10 anos de estágio em inox e mais dois anos em garrafa, que nasceu quase por acidente na adega, guardado numa uma cuba que como não se vendia, foi ficando...Com uma produção de 1900 garrafas, veio fazer furor, e acabou premiado como o Melhor Vinho Branco Nacional 2019, pela Revista de Vinhos. Do mesmo ano, o Quinta do Regueiro Barricas, que como o próprio nome indica faz a sua fermentação em Barricas, veio também a ser distinguido com o mesmo título - Melhor Vinho Branco Nacional 2019 – desta vez pela revista Vinho Grandes Escolhas. O ano de 2020 começou mesmo em grande para a Quinta do Regueiro, que a par destes prémios ganhou a distinção de Produtor do Ano 2019, pelo mesmo título da especialidade. 


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Quinta dos Vales lança projeto para enófilos produzirem vinho ao seu gosto A

Quinta dos Vales criou o The Winemaker Experience, um projeto único que tem por objetivo transformar wine-lovers em wine-makers, com a ajuda de uma equipa dedicada de viticultores profissionais. Atualmente o único projeto do seu género em Portugal, este oferece uma oportunidade exclusiva para aspirantes a enólogos, que agora têm a possibilidade de possuir uma vinha e fazer o seu próprio vinho, de forma prática, sem ter de realizar grandes investimentos ou ter de estudar enologia durante anos. Situada nas colinas onduladas de Lagoa, a Quinta dos Vales tem atualmente vinte parcelas de vinhas disponíveis– com uvas tintas a brancas, de castas portuguesas, como Touriga Nacional e Alvarinho, assim como variedades francesas, como Syrah e Cabernet Sauvignon–, que podem ser alugadas ou compradas. Karl Heinz Stock, proprietário da Quinta dos Vales, apostou na máxima qualidade para lançar este projeto inédi-

to, vocacionado para a microprodução, onde a sua equipa irá procurar a melhor forma de orientar e educar os participantes. Após três colheitas bem-sucedidas, acompanhando um grupo de vinicultores aprendizes internacionais, a equipa está confiante de que o projeto está realmente pronto para arrancar. O grau de envolvimento de cada novo wine-maker no processo, desde o início da produção na vinha, até à adega, será uma escolha sua. O resultado é uma barrica anual de vinho seu, ou seja, 288 garrafas, com o rótulo personalizado, para partilhar com a família e amigos ou colegas de trabalho. Para agradar a todos os interessados,

existem quatro etapas graduais para se tornar wine-maker e possuir uma vinha. A primeira é uma introdução à vinificação, o Bottle Blending Workshop de três horas (a partir de 62 euros por pessoa), durante o qual os participantes aprendem a arte de criar um lote único com os melhores vinhos monocasta da Quinta dos Vales. Depois, há a Barrel Blending Experience (a partir de 5.472 euros), que permite aos amantes do vinho produzir a sua própria pipa de 225 litros, com amostras dos melhores vinhos monocasta da Quinta dos Vales. Para os mais ambiciosos, que querem assumir o desafio da vinificação desde o início, podem alugar uma vinha por um ano (a partir de 5.472 euros por ano), numa das parcelas de vinha estabelecidas na herdade, para uma única vindima e produção de uma colheita com as uvas resultantes. A opção mais exclusiva será a de comprar um talhão de vinha e produzir o seu próprio vinho sem o risco de começar um negócio do zero, e por uma fração do preço. 

Academia do Vinho Verde lança programa de formação gratuita em tempo de confinamento A

Academia do Vinho Verde vai promover um programa gratuito de formação online durante o primeiro trimestre do ano, com mais de uma dezena de webinars em áreas de formação distintas. Destinados a produtores de vinho verde e ao público em geral, os webinars foram pensados como resposta formativa em tempo de confinamento. Através de sessões no Microsoft Teams, os inscritos podem participar em formações relacionadas com enoturismo, enologia, viticultura, marketing digital, certificação e comunicação online e com a imprensa, de acesso gratuito com duração de cerca

de duas horas por sessão. “A Academia do Vinho Verde tem registado uma procura crescente em diversas áreas ao longo do último ano, sendo que em 2020 formámos mais de mil participantes. Face à realidade de um novo confinamento, entendemos que a missão da Academia é assegurar uma resposta eficaz online com uma oferta diversificada e que permite não só reforçar as áreas de competência da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) junto dos agentes económicos, como ampliar a nossa ação em articulação com formadores de outras áreas que contribuem para o crescimento e afir-

mação da Região”, destaca Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV. A inscrição nos webinars pode ser efetuada de forma gratuita no portal da Academia do Vinho Verde.  Retificação: Na última edição, no artigo intitulado “Idealdrinks: ‘queremos sempre produzir o vinho mais conceituado’”, surge um destaque na pág. 48 que não corresponde à reportagem em causa. Pelo lapso, pedimos desculpas à sociedade visada e aos leitores.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Porsche Boxter 25 Years Edição limitada do 25º aniversário A comemorar 25 anos de existência, a Porsche acaba de dar a conhecer uma edição especial de aniversário do Boxster, denominada, precisamente, 25 Years.

T

Fotos DR

endo por base o modelo GTS, o qual é, por sua vez, alimentado por um motor boxer de seis cilindros e 4,0 litros, com 400 cavalos de potência, o Porsche Boxster 25 Years recorre, desde logo, a vários elementos de design, estreados com o concept Boxster. O qual, desvendado no Salão Automóvel de Detroit, em 1993, acabou passando à produção em 1996, estando agora na sua quarta geração, após um percurso de mais de 357 mil unidades produzidas. Esta edição especial do Porsche Boxster, está equipada de série com uma transmissão manual de

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seis velocidades, e como opção uma caixa automática de dupla embraiagem (PDK) de sete relações. Equipado com caixa automática e com o pacote Sport Chrono, esta edição especial do roadster da Porsche, acelera dos zero aos 100 km/h em quatro segundos e alcança uma velocidade máxima de 293 km/hora. A edição especial apresentará a mesma pintura GT Silver Metallic, realçada com apontamentos em cobre Neodyme no para-choques dianteiro, nas entradas de ar laterais e nas jantes em liga leve de 20 polegadas.

O tecido da capota será em vermelho bordeaux , numa ligação íntima com a mesma cor dos revestimentos do habitáculo, onde saltam à vista os acabamentos em alumínio escovado. Outro detalhe marcante desta edição de aniversário é a tampa do depósito de combustível que surge com a inscrição Porsche linha Exclusive Design, em tom de alumínio e que combina com as saídas de escape. Já as entradas de ar e as jantes de 20 polegadas de cor ‘Neodyme’, semelhante à cor do cobre, contrastam com a carroçaria e com a capota em tecido, que tam-


sector automóvil Setor automóvel

bém conta a inscrição Boxster 25 gravada, bem como as soleiras das portas de alumínio. Em linha com o estilo do original, o modelo especial combina o interior em pele em bordeaux com uma capota em vermelho. Os arcos da capota incluem a inscrição, Boxster 25 em relevo. Ambos estão também disponíveis em preto. O pacote interior em alumínio, os bancos desportivos com ajuste elétrico em 14 vias, as proteções das soleiras das portas também com a inscrição Boxster 25 e o volante desportivo GT multifunções com aquecimento são alguns dos elementos que fazem parte da alargada lista de equipamento de série do novo modelo. A configuração do chassis também é idêntica à versão original: integra de série o pacote Sport Chrono e a suspensão adaptativa PASM, que reduz a distância ao solo em 10 mm, assim como o diferencial traseiro com vetorização de binário e escape desportivo. Este modelo foi creditado como o ponta-de-lança na revitalização da marca alemã, ao impulsionar as vendas do construtor germânico até à chegada do Cayenne em 2003. Esta edição especial e limitada encomenda e as primeiras entregas do Boxster, já está disponível para vão acontecer no final de março

de 2021, com o valor de 134.885 euros.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial hispano-

portugués en enero-noviembre de 2020

S

egún los datos hechos públicos recientemente por Datacomex de la Secretaría de Estado de Comercio, pese a la crisis sanitaria del covid-19 y su fuerte impacto en la economía mundial, el comercio hispano portugués mantiene una dinámica consistente con una cifra global de transacciones que supera los 27.867,52 millones de euros en el periodo de enero a noviembre de 2020, de los cuales 18.102,77 millones corresponden a las ventas españolas y 9.764,75 millones a las compras. Estos flujos han generado un superávit de 8.338,02 millones de euros y una tasa de cobertura de 185%. Respecto a igual periodo del año anterior, la oferta española (20.460,50 millones de euros) registró una quiebra del -11,5%. También en la demanda española de bienes y

servicios procedentes del mercado portugués se verifica una quiebra del -7%. Para esta evolución negativa mucho han contribuido los resultados alcanzados en los meses de abril y mayo. Refiriéndonos a los cuadros 2 y 3 que recogen la distribución geográfica del comercio exterior español, la posición de Portugal se mantiene inalterable como cuarto principal clientes de España con un peso relativo del 7,6% (18.102,77 millones de euros sobre el total de 238.413,72 millones de la exportación española) y la séptima posición en el ranking de los principales mercados proveedores con un peso relativo 3,9% (9.764,75 millones sobre el total de 250.762,80 millones de la importación española). Se habrá de destacar en la demanda española (cuadro 3) la evolución del mercado chino, que en este periodo

ocupa el segundo puesto con un peso relativo del 10,7 %, habiendo superado el mercado francés que tradicionalmente lideraba juntamente con el mercado alemán ambos rankings. Por lo que a la distribución sectorial se refiere (cuadros 4 y 5 que recurren a la nomenclatura Taric-Clasificación arancelaria integrada de los países comunitarios), las ventas españolas están lideradas por los vehículos automóviles, tractores con 1.526,44 millones de euros, seguido de las máquinas y aparatos mecánicos con 1.407,29 millones, y en la tercera posición la partida 85-aparatos y material eléctricos con una cifra de ventas que supera los 1.337,64 millones. En la demanda española, la partida 87-vehículos automóviles, tractore con una cifra de compras de 1.179,83 millones de euros se posiciona también a la cabeza. Le siguen las máqui-

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en enero-noviembre de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

Saldo 20

VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19

Saldo 19

Cober 19 %

ene

1 778 762,75

1 003 845,34

774 917,41

177,19

1 823 840,83

960 298,52

863 542,31

189,92

feb

1 724 629,55

1 005 714,30

718 915,25

171,48

1 755 163,11

914 935,68

840 227,43

191,83

mar

1 581 766,04

906 741,35

675 024,69

174,45

1 901 704,13

996 118,03

905 586,10

190,91

abr

1 055 661,19

571 257,22

484 403,97

184,80

1 816 842,48

870 141,62

946 700,86

208,80

may

1 336 168,90

598 908,11

737 260,79

223,10

1 991 625,80

1 008 735,83

982 889,97

197,44

jun

1 718 689,32

852 608,01

866 081,31

201,58

1 765 524,30

931 033,62

834 490,68

189,63

jul

1 814 995,51

994 977,75

820 017,76

182,42

1 992 577,95

1 064 763,40

927 814,55

187,14

ago

1 489 093,95

758 815,50

730 278,45

196,24

1 562 980,51

690 813,31

872 167,20

226,25

sep

1 825 809,88

1 005 194,80

820 615,08

181,64

1 840 716,01

943 141,36

897 574,65

195,17

oct

1 906 349,26

1 017 340,08

889 009,18

187,39

2 129 627,07

1 103 675,11

1 025 951,96

192,96

nov

1 870 842,64

1 049 345,10

821 497,54

178,29

1 879 903,40

1 019 957,16

859 946,24

184,31

1 690 769,87

972 423,36

718 346,51

173,87

22 151 275,46

11 476 037,00

10 675 238,46

193,02

dic Total

18 102 768,99

9 764 747,56

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

56 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2021

8 338 021,43

185,39


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - enero-noviembre 2020

nas y aparatos mecánicos con 801,19 millones de euros y las materias plásticas; sus manufacturas con 688,31 millones. Estas cinco partidas tienen un peso muy significativo en el comercio hispano portugués. En su conjunto representan el 35% del comercio bilateral con un valor global que supera los 9.676,2 millones de euros. La distribución geográfica por CC.AA. mantiene su estructura habitual en la que Cataluña, Madrid y Galicia surgen en las primeras posiciones, en lo que a las ventas españolas se refiere, y Madrid, Galicia y Cataluña, a su vez, lideran el ranking de las compras. Estas tres CC.AA. con una cifra de transacciones global de 14.124 millones de euros representan el 50% del comercio entre los dos países. Recientemente la Cámara de España ha publicado sus previsiones de la economía española para 2021 y sitúa en -18,6% la quiebra de las exportaciones en 2020 y una recuperación del 13,3% en 2021. Las importaciones, a su vez, tendrán un declive de -16,1% en 2020 y un aumento de 13% en 2021. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - enero-noviembre 2020 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

38 615 938,00

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

2

004 Alemania

27 259 565,11

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

1 179 825,53 801 188,52

3

005 Italia

18 730 066,93

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

688 309,46 500 892,46

4

010 Portugal

18 102 768,99

4

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

5

006 Reino Unido

15 511 673,68

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

455 240,17

6

400 Estados Unidos

11 046 720,97

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

407 746,63

7

003 Países Bajos

8 349 292,49

7

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

359 941,08

7 358 827,66

8

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

346 766,60

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

8

720 China

9

204 Marruecos

6 746 425,83

10

017 Bélgica

6 532 059,36

11

060 Polonia

5 446 818,74

12

039 Suiza

4 718 209,17

13

052 Turquía

3 832 982,33

14

412 México

2 881 080,32

15

030 Suecia

2 271 100,16

325 521,35

TOTAL

9 764 747,56

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - enero-noviembre 2020 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

1 526 436,37

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

1 407 286,78

3

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

1 337 640,87

2 016 550,00

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

1 001 723,47

1 941 628,59

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

825 152,24

SUBTOTAL

187 890 167,21

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

628 435,35

TOTAL

238 413 724,80

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

588 557,82

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

8

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

494 907,95

9

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

459 856,89

16

732 Japón

2 264 645,95

17

061 República Checa

2 224 384,12

18

038 Austria

19

508 Brasil

20

952 Avituallamiento terceros

2 039 428,81

3.Ranking principales países proveedores de España - enero-noviembre 2020 Orden País

18 102 768,99

Importe

1

004 Alemania

31 132 214,69

2

720 China

26 799 553,84

3

001 Francia

25 884 260,79

4

005 Italia

16 175 695,67

5

400 Estados Unidos

13 016 333,54

6

003 Países Bajos

11 444 405,56

7

010 Portugal

9 764 747,56

8

006 Reino Unido

8 434 666,48

9

017 Bélgica

6 269 116,07

10

204 Marruecos

5 837 775,56

11

052 Turquía

5 817 068,44

12

060 Polonia

5 080 481,30

13

288 Nigeria

3 647 279,44

14

039 Suiza

3 532 257,06

15

508 Brasil

3 355 529,37

16

061 República Checa

3 302 688,68

17

412 México

3 106 573,86

18

664 India

3 058 215,17

19

959 Países y territorios no determinados.Intraco. 732 Japón

2 831 505,56

20

TOTAL Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

2 655 141,13

6.Evolución del intercambio comercial de España - enero-noviembre 2020

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - enero-noviembre 2020 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

Cataluña

3 861 803,46

Madrid, Comunidad de

1 596 747,13

Madrid, Comunidad de

3 080 140,88

Galicia

1 567 196,86

Galicia

2 482 117,75

Cataluña

1 535 996,79

Andalucía

1 826 710,99

Andalucía

992 945,86

SUBTOTAL

191 145 509,77

Castilla-La Mancha

1 309 316,34

Castilla y León

845 195,33

TOTAL

250 762 805,43

Comunitat Valenciana

1 257 474,38

Comunitat Valenciana

770 081,00

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

FEVEREIRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 57


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

DP201102

Licenciado/a em contabilidade, economia ou finanças, com cinco anos de experiência e fluente em espanhol e inglês

OP210101

Distribuidores de equipos de estética

DP201102

Fabricantes de máquinas zanjadoras

DP201101

Empresas españolas de ferreterías

DP201001

Empresas portuguesas para a venda dos seus serviços/produtos relacionados com a Gestão Documental de fornecedores, empresas contratadas e prestadores de serviços

DP200902

Empresas españolas fabricantes de productos sin gluten (galletas y tortas)

DP200901

Empresas en el sector automovilístico

DP200702

Representantes comerciales y distribuidores en el sector vitivinícola, venta de cápsulas para vino, vino espumoso y aceite

DP200701

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Fabricantes portugueses de equipamentos de proteção individual Empresas portuguesas distribuidoras de frutas Empresas de elevadores hidráulicos para piscinas Importadores/distribuidores portugueses de cervejas artesanais Empresas portuguesas que produzem tecidos têxteis para hospitais e farmácias Empresas portuguesas de cebolas e batatas Empresas dedicadas à pesca Farmácias, hospitais e dentistas em Portugal

DE201102 DE201101 DE201002 DE201001 DE200701 DE200601 DE200504 DE200503

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

58 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2021


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

FEVEREIRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 59


calendário fiscal calendario fiscal >

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Fevereiro Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica mensal e e pagamento do respetivo IVA correspondente às operações efetuadas em dezembro/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações relativa ao mês de janeiro/2021

Entidades empregadoras

10

IRS/IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativa a janeiro de 2021

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

15

IVA

Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 4º trimestre de 2020

Contribuintes do regime normal trimestral

O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 e o pagamento do imposto até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia covid-19

15

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em janeiro/2021

Sujeitos passivos do IVA

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), através do Portal da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T (PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT

22

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a janeiro/2021

Entidades empregadoras

22

IRS/IRC/ selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas em janeiro/2021

Entidades devedoras dos rendimentos

22

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em janeiro/2021

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000€ no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados membros, quando tais operações sejam aí localizadas

28

IRC/IRS

Declaração mod. 30, relativa aos rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em dezembro de 2020

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de NIF especial para o não residente

28

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 25 relativa aos donativos recebidos referente ao ano de 2020

Entidades beneficiárias de donativos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais

28

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 39 relativa a rendimentos e retenções a residentes às taxas liberatórias, referente ao ano de 2020

Entidades devedoras dos rendimentos e retenções na fonte pagos a residentes, sujeitos às taxas liberatórias

28

IRC

Envio da declaração para opção ou alteração do regime especial de tributação dos grupos de sociedades

Sociedade dominante

Pode ainda ser enviada até 31 de março

28

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado no ano de 2020 noutro Estado-membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

60 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2021

O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 e o pagamento do imposto até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia covid-19


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200147

M

BE200148

F

17/03/1992

BE200149

F

12/04/1995

BE200150

F

BE200151

F

BE200152

F

19/01/1992

BE200153

F

BE200154

Área de Atividade

ESPANHOL/ INGLÊS

ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

BE200157

F

BE200158

F

06/03/1979

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

BE200159

F

ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

F

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

Gestão de StockS / Logística / Transporte

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

Otro, um restaurante para esticar a noite, com comida de Vítor Sobral

“O espaço lisboeta que melhor alia a boa comida à boa música” é como Vítor Sobral define o Otro, cuja carta criou. Num ambiente requintado, o restaurante nasceu no verão de 2020 com vocação noturna, mas também funciona ao almoço e possui esplanada.

C

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

omeçam a faltar esquinas em Lisboa para os projetos com assinatura de Vítor Sobral, dono da Tasca da Esquina, da Peixaria da Esquina e da Padaria da Esquina, mas agora também podemos usufruir do talento gastronómico deste chefe num espaço localizado a meio da rua Rodrigues Sampaio, próxima da Avenida da Liberdade, em Lisboa. Chama-se Otro e abriu no último verão, vocacionado para “clientes que gostam de comer bem e que querem continuar a conviver depois do jantar, num espaço glamoroso, com música agradável”, explica Vítor Sobral, que tem no seu currículo espaços como o Alcântara Café, que já tocava este conceito. O restaurante foi criado pelo grupo Otro, que nasceu em 2015 pelas mãos do empresário Hugo Banha, com a abertura

62 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2021

da Otro Perfume Concept (perfuma- abriu a alfaiataria Otro Private Tailoring, ria de marcas de luxo). Em 2018, o que comercializa uma gama de marcas grupo somava as áreas de arquitetura de luxo. “Acreditamos que fazia falta em e design, criando espaços exclusivos, e Lisboa um espaço como este, direcionado


espacio de ocio

para um determinado público, apreciador de um serviço de muita qualidade”, sustenta Hugo Banha. O espaço foi concebido pelo empresário, os colaboradores estão vestidos pelo Private Tailoring do grupo, e à disposição dos clientes, está uma limitada seleção de fragrâncias de perfumaria de nicho. Hugo Banha quis também garantir que a comida era de elevada qualidade e aliou-se ao que considera ser o maior especialista em gastronomia portuguesa: o chefe Vítor Sobral, distinguido em janeiro com o prémio de carreira, atribuído pelo Mesa Marcada. “É com muita honra que recebo o prémio Especial Cutipol Carreira 2020 por parte do Mesa Marcada. Trata-se de uma distinção muito especial, porque foi atribuída com os votos de colegas de profissão que muito admiro”, agradeceu Vítor Sobral, numa declaração publicada na sua página de Facebook. O chefe, com uma experiência de 34 anos em diferentes restaurantes, em Lisboa e no Brasil, é autor de dezenas de livros sobre gastronomia e um reconhecido especialista em cozinha tradicional portuguesa. Uma cozinha que Vítor Sobral tem procurado modernizar ao longo da sua carreira, sem desrespeitar as raízes, como atesta a carta do Otro: “A minha filosofia de trabalho é essa. Propomos pratos portugueses e também alguns pratos da cozinha clássica internacional, sempre com a máxima preocupação de servir produtos de qualidade e bem confecionados. Sabemos que é isso que os nossos clientes querem e são esses clientes que queremos no Otro.” Ainda que abrindo a meio de uma crise pandémica e sem conseguir concretizar plenamente, devido às contingências impostas, o conceito que propõe, o de esticar o jantar pela noite fora, o Otro está a ser bem-sucedido, indica Vítor Sobral: “A partir do momento em que abrimos tivemos sempre muitos clientes, cumprindo todas as regras que foram estabelecidas para os restaurantes. O Otro preenche uma necessidade de espaços como este na capital. No entanto ainda não conseguimos ter o espaço a funcionar como idealizámos, devido às limitações

que a pandemia impõe.” Para compensar, o Otro funciona também ao almoço, ao contrário do que tinham previsto, quer na sala de refeições, quer na esplanada. Dentro e fora, a música está sempre presente. “A música faz parte do conceito. A ideia é que ela defina o ambiente, pelo que vai mudando ao longo do dia, terminando com um ambiente mais animado, após o jantar.” Para o Otro, o chefe Vítor Sobral criou entradas como as vieiras com emulsão de manga e gengibre ou o tártaro de avelãs e caviar de beluga. Arroz de carabineiro, bacalhau com foie gras ou carne maturada grelhada com pickles feitos na casa são algumas das sugestões do chefe. Do leque de sobremesas, Vítor Sobral assinala que a sopa de morangos e o pudim de chá verde têm feito particular sucesso. O espaço disponibiliza também uma cuidada seleção de vinhos e vários cocktails. O chefe admite que criar novos pratos continua a ser a vertente mais fácil e mais fascinante da sua profissão. “Com a experiência e conhecimentos que fui adquirindo nunca tenho falta de ideias. O desafio é aliar o conceito ao público-alvo e atrair o público que queremos atrair para determinado conceito.” Do outro lado da moeda está a necessidade de gerir o negócio, que no caso de Vítor Sobral é uma palavra no plural. “Na escola de cozinha, a gestão de um restaurante já vai sendo abordada, mas só a prática nos ensina a gerir todas as

espaço de lazer

componentes do negócio e se queremos crescer, temos que estar preparados para crescer e para gerir tudo isso”, comenta o chefe, acrescentando que, no entanto, “nada nos preparou para o que estamos a viver”. Vítor Sobral confessa-se muito preocupado com o futuro da restauração em Portugal, temendo que não se salve o suficiente para quando for preciso retomar a atividade com normalidade. “Se não houver uma intervenção mais musculada para mantermos a oferta de qualidade, poderemos não ter como receber as pessoas no futuro. Se falhar a confiança, também não se criará riqueza.” O chefe diz que não teve ainda que despedir nenhum dos seus colaboradores, beneficiou do apoio estatal aos funcionários em lay-off, mas gostaria que os apoios obedecessem a um maior sentido de justiça. “Não é fácil governar o país nesta altura, mas custa-me que os apoios sejam distribuídos quer pelos que deram provas, pelos que contribuíram largamente para a economia nos últimos anos, quer pelos que não o fizeram. Temos que ser justos na atribuição de benefícios.” Ainda assim, o chefe não cruza os braços e mantém a sua marca em expansão, planeando abrir este ano a Peixaria da Esquina em Cascais. 

OTRO R. Rodrigues Sampaio 94, Lisboa Telm. 963 620 129

FEVEREIRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Livros

“D. Manuel I - Duas Irmãs para um Rei”, de Isabel Stilwell

O mais recente romance histórico da escritora Isabel Stilwell conduz-nos até ao século XVI, um período áureo da história de Portugal e dos Descobrimentos. Tratase da “história fascinante de um homem que não nasceu para ser rei, que chegou ao trono depois de ver morrer o sobrinho e ver assassinar o irmão e o cunhado”, lê-se na sinopse da obra. A escritora centra a história nas duas esposas primeiras do rei (teve três), que eram irmãs, Isabel e Maria de Aragão: “Isabel, viúva de Afonso, filho de D. João II, resistiu ao casamento. Mas Manuel era determinado. Desde aquele dia em que os seus olhares se cruzaram em Moura, sabia que Isabel havia de ser sua. Por ela faria tudo, inclusive expulsar os hereges de Portugal, e depois os judeus. Mas mais uma vez a roda da fortuna girava e a sua felicidade durou pouco. Isabel morria no parto, e o seu único filho não sobreviveria. Era preciso garantir a descendência. Maria, irmã de Isabel, esperara, apaixonada, e o seu tempo tinha chegado. Seria rainha de Portugal e mãe de dez filhos, entre eles seis varões.” A obra destaca ainda que D. Manuel, O Venturoso, foi “um dos reis mais importantes da nossa História, construtor do império global português, numa época fascinante dos Descobrimentos, em que Lisboa se enche de espiões e especiarias”. Isabel Stilwell é jornalista e escritora. Estreia-se nos romances históricos em 2007, com o bestseller “D. Filipa de Lencastre”, a que se seguiram “D. Catarina de Bragança”, “D. Amélia”, “D. Maria II”, “Ínclita Geração – Isabel de Borgonha”, “D. Teresa” e “Rainha Santa, Isabel de Aragão”.

64 act ualidad€

fevereiro de 2021

Cinema

Fastasporto “goes global” A 41ª edição do maior festival de cinema do Porto mantém o lema “Fantas goes global”. Com arranque marcado para 23 de fevereiro, o Fantasporto aguarda para saber até que ponto as regras impostas pela DGS por causa da pandemia poderão condicionar a realização do festival nos dias definidos. A manter-se, a programação oficial de 2021 passará pelas duas salas do Teatro Rivoli, que este ano celebra 89 anos. Destaque para “a grande diversidade de curtas e longas-metragens, apresentadas em Antestreia Nacional, Internacional ou Mundial”. A secção oficial de competição de cinema fantástico integra: The Reckoning/O Derradeiro Julgamento - Neil Marshall – 110’ (GB); Ten Minutes to Midnight- Erik Bloomquist - 73’ (EUA); X 2048 – Guy Moshe- 104’ (EUA / Lituânia); O Cemitério das Almas Perdidas – Rodrigo Aragão- 95’ (Brasil); The Trouble with Being Born- Sandra Wollner- 94’ (Alemanha); Post Mortem – Péter Bergendy- 115’ (Hungria); Get The Hell Out – I-Fan Wang - 96’ (Taiwan); Marionette – Elbert van Strien- 112’ (Hol/Reino Unido/Luxemburgo); Suicide Forest Village – Takashi Shimizu- 116’ (Japão); Tin Can- Seth A. Smith- 105’ (Canadá); The Funeral Home/La Funeraria – Mauro Iván Ojeda- 86’ (Argentina). Na semana dos realizadores serão exibidas películas de Rafael e Bernardo Antonaccio (Uruguai); Lucía Vassallo (Argentina); Inon Shampanier, Jonathan W. Stokes e Adam Rehmeier (EUA); Mile Nagaoka(Japão). Numa nota sobre o crescimento mediático a nível mundial do evento, a organização recorda, que “no ano da sua 40ª edição recebemos inscrições de filmes de todos os continentes, concretamente de 76 países”. Em 2020, o Fantas exibiu nas secções competitivas 43 antestreias mundiais. a passada edição acolheu “cerca de duas centenas de membros das equipas dos filmes”, e “73% dos filmes foram apoiados com a presença do seu realizador e equipa”. O diretor do festival, Mario Dorminsky, assinala ainda que “Em 2021, o Fantasporto será novamente uma Festa para o Cinema que leva o nome do Porto a todos os cantos do Mundo.” Até 7 de março, no Teatro Rivoli, no Porto*

Exposições

“As montanhas por entre os dedos” de Ana Catarina Fragoso, na galeria Casa A. Molder Conhecido pelos apreciadores de filatelia a Casa A. Molder é desde novembro também uma galeria de arte, retomando a vontade do fundador, August Molder, que chegou a ter uma galeria até aos anos 60. A ligação da família à arte continua com o filho, o fotógrafo Jorge Molder e a nora, Adriana Molder, mentora do atual projeto expositivo. Assim a loja, reconhecida pelo programa municipal Lojas com História, acrescenta uma nova valência, funcionando também como galeria de arte. Depois de “Luto”, uma escultura de Gustavo Sumpta, feita para a inauguração da Galeria da Casa A. Molder, é agora a vez de “As Montanhas Por Entre Os Dedos” – de Ana Catarina Fragoso.


espacio de ocio

Trata-se também de uma instalação de pintura idealizada para este espaço expositivo, esclarece a artista: “É um movimento entre duas paisagens dunares, onde é dia e quase de noite e caminhamos do mar para a terra.” A galeria destaca ainda o processo de trabalho de Ana Catarina Fragoso: “A artista encontra os seus modelos nos passeios que faz com a sua máquina fotográfica e com esse mesmo intuito. Depois, num ecrã luminoso, os seus dedos ampliam essas mesmas paisagens, até ao encontro de cores impercetíveis a olho nu e destreinado. Pintadas no chão, com acrílico, na horizontal, uma sobre metal e outra sobre papel, estas pinturas inéditas encontram aqui, no espaço da galeria da Casa A. Molder, e na sua posição final, vertical, um confronto e uma nova convivência com o nosso corpo e com o nosso olhar.” Até 12 de fevereiro de 2021, na Galeria da Casa A. Molder, em Lisboa*

“Guerreiros e Mártires, A Cristandade e o Islão na Formação de Portugal”, no MNAA Assinalaram-se no ano passado 800 anos do martírio de um grupo de franciscanos italianos: Berardo, Otão (sacerdotes), Pedro (diácono), Acúrsio e Adjuto (leigos) – os Mártires de Marrocos - que, em 16 de janeiro de 1220, foram mortos no Norte de África. A exposição temporária “Guerreiros e Mártires. A Cristandade e o Islão na Formação de Portugal” revisita esse período, que foi “uma época crucial da afirmação e estabelecimento de Portugal como nação”, sublinha a nota informativa do Museu Nacional de Arte Antiga, onde está patente esta mostra.

espaço de lazer

Trata-se uma oportunidade para “os visitantes desvendarem as vivências deste importante período, através de um conjunto de peças de ourivesaria, cerâmica de luxo e comum, peças militares, tesouros monetários, pintura, iluminura, escultura, têxteis, marfins e artes do fogo”. Comissariado por Santiago Macias e Joaquim Oliveira, o projeto envolve mais de setenta instituições (museus, bibliotecas, igrejas e coleções particulares) de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Marrocos e Reino Unido, e enquadra-se nas Comemorações do Ano Jubilar dos Mártires de Marrocos e de Santo António, tendo como parceiros a Diocese de Coimbra, a Igreja de Santa Cruz de Coimbra e o Museu Nacional Machado de Castro. Até 28 de fevereiro, no MNAA, em Lisboa* *Todas estas datas poderão ser alteradas, consoante as regras a estabelecer pela DGS, devido à evolução da pandemia. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

“Banksy. The Street is a Canvas”, em Madrid O Círculo de Bellas Artes de Madrid acolhe a exposição inédita em Espanha sobre “o misterioso e sempre polémico artista britânico de street art Banksy”, cuja identidade se desconhece. A mostra “Banksy. The Street is a Canvas” (a rua é uma tela) permite ao visitante mergulhar no “controverso universo artístico de um dos criadores mais influentes dos últimos anos, através de diferentes âmbitos temáticos e de mais de 50 criações que incluem uma seleção de obras únicas executadas com diferentes técnicas: óleo ou acrílico sobre tela, spray sobre tela, serigrafias de edição limitada, stencils (estênceis) sobre metal ou cimento, esculturas poliméricas pintadas ou de bronze envernizado, instalações, vídeos e fotografias”. Grande parte das peças, são provenientes de coleções privadas internacionais, sendo exibidas na capital espanhola pela primeira vez. À entrada da exposição, o visitante depara com “uma instalação multimédia especialmente criada para esta mostra”, que desvenda pistas sobre o misterioso artista, destacando as suas peças mais importantes e en-

quadra a sua insólita trajetória, não isenta de polémica”. Entre as obras expostas, destaque para a serigrafia original da série “Menina com o balão (em forma de coração)”, recentemente destruída pelo próprio artista numa ação sem precedentes na leiloeira britânica Sotheby’s. Banksy instalou uma trituradora na moldura, que acionou, com um comando à distância. A compradora ficou com a obra, pela qual já tinha pago 1,180 milhões de euros, e que o artista rebatizou com o nome “O amor está no lixo”. No vídeo em que explicou o processo, Banksy, cita Pablo Picasso: “A necessidade de destruir é também uma necessidade criativa”. Os avaliadores estimam que o valor da obra possa já ter duplicado, depois desta ação de destruição. Até 9 de maio de 2021, no Círculo de Bellas Artes, em Madrid fevereiro de 2021

ac t ua l i da d € 65


espaço de lazer

espacio de ocio

últimas

últimas

Statements Para pensar

“A máquina administrativa, os formulários e suas alterações [em termos de medidas de apoio às empresas afetadas pela pandemia] – agora vem o [lay-off] Simplificado, depois a Retoma à Atividade, depois o Apoiar, novos formulários, novas candidaturas...– a complexidade é imensa. E estamos a falar de empresas que têm até dez trabalhadores, que não têm tempo nem capacidade para isto, têm de pedir ajuda a gabinetes de contabilidade (...) Temos de ter um Simplex Covid” António Saraiva, presidente da CIP-Confederação Empresarial de Portugal, “DinheiroVivo.pt”, 16/1/21

“Já teremos perdido neste momento, com a pandemia e seus efeitos, 200 mil empregos. Se nada for feito, receio que este número dobre” Idem, ibidem

“Ainda que o meio envolvente se apresente adverso, as exportações portuguesas têm resistido melhor face à queda da produção automóvel na Europa, que é duas vezes superior. A produção automóvel na Europa caiu 30%, enquanto que a exportações de componentes automóveis portuguesas caiu 12%, quando em março de 2020 se estimava uma queda de 30%. Este facto demonstra bem o nível de competitividade e resiliência que este setor apresenta em Portugal” Direção da AFIA, ”Expresso.pt”, 8/1/21

“Até 2019, a procura [de imobiliário de luxo] era superior à oferta e os preços subiram. Mas já em 2019 sentimos que o mercado estava finalmente a estabilizar ao nível de preços. Penso que a pandemia veio acelerar esse processo de estabilização (...) A procura por produtos imobiliários especiais vai certamente continuar e, provavelmente, crescer após o regresso à normalidade, por parte dos clientes nacionais mas especialmente pelos estrangeiros. Existem vários projetos destinados a este segmento de mercado, pelo que não me parece que vá haver escassez de oferta” Rafael Ascenso, diretor-geral da Porta da Frente/ Christie’s Internacional Real Estate, 66 ACT UALIDAD€

“Expresso.pt”, 10/1/21 FEVEREIRO DE 2021




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