The Gorison Traveler Incident - Laurann Dohner

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Sumário SINOPSE ...................................................................................................... 7 Capítulo Um ................................................................................................ 8 Capítulo Dois ............................................................................................ 30 Capítulo Três ............................................................................................. 57 Capítulo Quatro ........................................................................................ 78 Capítulo Cinco ........................................................................................ 100 Capítulo Seis ............................................................................................ 120 Capítulo Sete ........................................................................................... 142 Capítulo Oito ........................................................................................... 162 Capítulo Nove ......................................................................................... 190 Capítulo Dez............................................................................................ 205 Capítulo Onze ......................................................................................... 223 Capítulo Doze ......................................................................................... 244 Capítulo Treze ......................................................................................... 266 Capítulo Quatorze .................................................................................. 286 Epílogo ..................................................................................................... 304 Fim ............................................................................................................ 315


SINOPSE Vivian é uma especialista em cultura na nave da frota Gorison Traveler da Terra Unida. É o trabalho perfeito para alguém que quer aprender tudo sobre alienígenas. O único problema? O comandante não a deixa se aproximar dos alienígenas a bordo da nave. A única forma de dar uma olhada na raça lagarto é quando seu irmão usa uma câmera, fazendo uma transmissão ao vivo durante uma reunião, uma reunião que se transforma em uma tragédia quando os Ke'ters atacam a tripulação. Ela fica horrorizada. Assustada. Os Ke'ters começam a assassinar seu povo. Correndo para seu quarto para conseguir ajuda do centro de controle, Vivian descobre que a estação foi abandonada. Agora tudo depende dela para resgatar a tripulação. Brassi é um comerciante Veslor que pega um sinal de socorro de uma nave espacial próxima. A mulher atraente que o contata parece aterrorizada e precisa de sua ajuda. Com seus companheiros de tripulação, ele embarca no Gorison Traveler para lutar contra os Ke'ters, mas quanto mais tempo passa na enorme nave da Terra, mais Vivian se torna uma distração. Brassi fará o que for preciso para salvála... e descobrir se Vivian é sua companheira.

Veslor Mates – Livro 1 Copyright © March 2019 By Laurann Dohner, Cover Art: Dar Albert


Capítulo Um

Vivian sorriu, olhando para Mikey sobre o dispositivo de vídeo. — Você sabe que esta será a reunião mais chata de todas. — Você deveria vir se juntar a mim. — Não, obrigada. Eu já passei por muitas dessas reuniões como líder da equipe de segurança. Por isso me tornei especialista em cultura. — Papai não a teria mantido com ele o tempo todo quando era adolescente, se você não desse tanto trabalho. Ela riu. — Certo. Você não está feliz por eu ser uma adulta agora? — Estou feliz por você estar em casa, onde pertence. Sentimos sua falta enquanto estava fora. Ela sentia falta de seu irmão adotivo e de seu pai. Ficou muito empolgada quando terminou seus estudos e foi contratada para trabalhar com eles no Gorison Traveler, como seu primeiro emprego oficial. Ele se mexeu em seu assento. — Papai está a caminho.


— Diga a Big M olá por mim quando tiver uma chance. Acho que é hora de terminar a nossa conversa. Mikey lançou-lhe um olhar travesso. — Você não quer ver como são os Ke'ters? Papai pediu para avisar que um pequeno grupo deles se juntará a nós. Ele não queria que ninguém se assustasse com a visão. A excitação repentinamente a percorreu. — Por que eles estão em um uma reunião com o líder de equipe? Ele encolheu os ombros. — Talvez estejam curiosos para descobrir como mantemos todos seguros ou como administramos as coisas em uma nave tão grande? Quem sabe. Mas estão aqui. — Ele virou o dispositivo de vídeo portátil o suficiente para ela ter uma visão da grande sala. Dezenas de homens e mulheres em uniformes de segurança estavam sentados em fila na frente dele e ela viu seu pai adotivo entrar na sala com seis alienígenas grandes. Uma delegação Ke'ters embarcou no Gorison Traveler na Estação Espacial Branston dez dias antes. Os deveres de Vivian incluíam a criação de perfis e a interação com raças alienígenas, mas o Comandante Alderson proibiu-a de ir a qualquer lugar perto de seus convidados importantes. Não a surpreendeu. Ela era nova no


trabalho e guardava rancor pela associação da família dela com Big M, o chefe de segurança da nave, que lhe deu o emprego. Ela ainda se queixou de que recebeu ordens de ficar longe de seus convidados alienígenas. Os Ke'ters eram uma raça quase desconhecida, atualmente tentando conquistar uma aliança com a Terra Unida. Seria uma oportunidade incrível estudá-los e compartilhar o que aprendeu com seus colegas especialistas em cultura. Os Ke'ters se aproximaram do Comandante Alderson na estação espacial depois de serem apresentados pelo Diretor da estação, um amigo dele, que garantiu sua confiabilidade. Vivian sabia a verdadeira razão pela qual o Comandante concordou e foi para marcar pontos com seus superiores. Ele poderia ter uma grande promoção se convencesse os Ke'ters a compartilharem parte de sua tecnologia. Havia rumores de que eram avançados em armamento. Mikey abaixou a voz, sussurrando: — Eles são grandes... e me lembram Pete. Ela silenciou-o. Pete era a iguana de estimação de Mikey. Silenciosamente concordou, no entanto. Os Ke'ters eram uma raça reptiliana com braços e pernas grossos. Andavam na posição vertical,


mas eram semelhantes a lagartos. Garras negras dominavam as extremidades de seus três longos dedos e um apêndice em forma de polegar que saía do que seria a as mãos, se fossem humanas. Os Ke'ters também tinham cabeças largas presas a pescoços finos e longos. Seus uniformes cobriam a maior parte de sua pele, mas as escamas expostas pareciam densas. — Todo mundo, acalme-se. — Big M subiu ao pódio, a sala ficou em silêncio. — Eu gostaria de lhe apresentar Krrnt Sheesk. Ele é o Embaixador que estamos hospedando e gostaria de dizer algumas palavras. Vivian gostou que Mikey mantivesse o link aberto, a câmera focada nos alienígenas. Era a única maneira de conseguir vê-los enquanto estivessem a bordo. Uma das mãos aproximou-se de Big M. Seu pai adotivo era alto para um humano, mas o alienígena ao lado dele era mais alto. — Estamos gratos por terem nos deixando entrar em sua nave. — O dispositivo tradutor preso ao redor da garganta de Krrnt Sheesk proporcionou em uma voz masculina robótica. Sua linguagem natural era apenas cliques e silvos para os ouvidos humanos. — E agora mostraremos o nosso apreço. — Ele fez uma pausa, virando a


cabeça para olhar para os outros em seu grupo. — Os humanos são uma raça ingênua... mas saborosa. Vivian ofegou quando os alienígenas repentinamente se lançaram para frente, apontando para as filas de oficiais de segurança. Mas seu foco permaneceu em Krrnt Sheesk quando ele agarrou Big M e o jogou com força na parede. Mikey amaldiçoou, o dispositivo de vídeo se moveu rápido o suficiente para que a recepção continuasse. Ela teve flashes de rajadas de laser atingindo os Ke'ters, mas eles não caíram ou diminuíram seus ataques. Ficou claro que as armas não podiam perfurar suas escamas. Os danos eram apenas em seus uniformes. Mikey recuou, sua arma ainda disparando. — Vivian, chame o Comandante! Ela estava chocada demais para responder, ainda observando enquanto os alienígenas pulavam em oficiais de segurança, levandoos para o chão e rasgando suas barrigas. Mais gritos e gritos. O fogo doslasers quase sufocando suas próximas palavras.


— Papai! Eles mataram o papai! Ela saiu de sua cadeira e correu para o painel na parede ao lado de sua porta, apertando o botão de segurança. Uma voz masculina calma respondeu. — Qual é a sua emergência? — Os Ke'ters estão atacando a todos na reunião do líder da equipe. Estão matando eles! — O que? — Estou assistindo! Big M está morto! Oh meu Deus. Envie os seguranças! Ajude-os. Os Ke'ters estão assassinando todo mundo! — É melhor não ser uma piada. — Ele parecia chateado, sua voz elevando-se a quase um grito. — Ajude-os! Ele terminou a ligação e ela correu de volta para sua mesa onde seu dispositivo de vídeo estava. Mikey recuou para o fundo da sala, ainda atirando nos alienígenas. — A ajuda está chegando. Espere, Mikey!


Ele virou seu dispositivo de vídeo e Vivian olhou em seus olhos chocados. — Controle tudo. Bloqueie. — Ele ordenou. Seu olhar saiu do dela, então o terror cobriu seu rosto. Algo o atingiu e o dispositivo de vídeo voou. Aterrissou no chão. Tudo o que podia ver era o teto... mas ouviu gritos e mais disparos a laser. O tempo pareceu demorar a passar, mas tudo aconteceu em menos de um minuto na realidade. Logo se aquietou, com apenas alguns gemidos baixos e sons sibilantes. Mikey estava vivo? Ela ficou sentada em silêncio atordoada, com medo de dizer uma palavra. Eles a ouviriam se estivessem perto o suficiente do dispositivo eletrônico. Os Ke'ters tinham excelente audição. Era um dos poucos fatos conhecidos sobre eles. — Nós pegamos a nave. —Afirmou uma voz robótica, suave, mas ela foi capaz de ouvir. — Vamos levar ao nosso planeta muita comida. Horror penetrou em seus ossos, fazendo com que Vivian se sentisse gelada. Eles estavam falando sobre as pessoas. Krrnt Sheesk


disse que os humanos eram saborosos. Havia seiscentos e vinte e três humanos a bordo da nave. Vivian estendeu a mão, terminou a conexão e correu para a parede segura. Big M lhe deu um rifle a laser. Ele também ensinou autodefesa e vários métodos de luta na esperança de que um dia ela se tornasse uma agente de segurança. Os rifles não fariam efeito. Viu como os lasers foram ineficazes contra os alienígenas. Mas ela puxou a lâmina e o cinto táticos do seu pai. Big M lhe deu no funeral de sua melhor amiga. Ela nunca usou, mas Big M a treinou com facas também. Caminhou até a porta, amarrando o cinto grande demais para embainhar a lâmina e ligou o monitor que mostrava o corredor. Ninguém esperava do lado de fora e nenhum outro membro da tripulação estava à vista. Ela segurou a alça da lâmina e abriu a porta, saindo. Controle Um estava a quatro corredores do outro lado da nave. Seu coração acelerou quando ela se dirigiu para o elevador e empurrou para levá-lo ao seu Deck. Ela recuou, preparada para lutar


quando as portas se abriram. O medo a fez dar uma olhada ao redor, procurando pelos Ke'ters. Vinte e dois deles embarcaram no total. Oito eram agentes de segurança, o que significa que seriam bons combatentes. Todos eram do sexo masculino e pelo que Big M disse a ela durante o jantar depois que chegaram, comedores de carne. Ela estremeceu. — Incluindo seres humanos. —Sussurrou. O elevador se abriu, abençoadamente vazio. Ela correu para dentro e apertou o botão. As portas se fecharam e ela recuou para um canto, segurando firmemente o cabo da faca. Apenas esperava que não tivesse que usá-la e se o fizesse, estivesse afiada o suficiente para perfurar as escamas. As portas se abriram no Deck Sete e ela avançou para frente, sem ouvir nenhum som de luta. Os alarmes da nave também não dispararam. Isso a confundiu. Estavam sob ataque. A segurança deveria ser acionada, pelo menos. Era o procedimento. Ela desceu pelo corredor e congelou quando ouviu alguém gritar. Vivian se jogou contra parede, virando a cabeça na direção do som. O corredor se curvava à frente e o que quer que estivesse


acontecendo, estava perto. Deslizou para frente, puxando a longa lâmina de seu cinto. O grito parou e segundos depois ouviu gemidos altos. Um silvo soou e ela prendeu a respiração, olhando ao redor. A visão que encontrou quase a fez gritar. Um Ke'ter estava agachado sobre alguém em um uniforme médico branco que manchado de vermelho. Seu estômago estava aberto, seus intestinos arrancados e empilhados no chão do convés. O alienígena se inclinou para perto de sua vítima e Vivian ouviu sons de estalos molhados. Ele estava comendo o membro da tripulação. A vítima virou a cabeça. Ele ainda estava vivo! Seu horror aumentou quando seus olhares se encontraram e sua boca se abriu. Outro gemido veio dele e ele levantou a mão, estendendo-a para ela. O alienígena continuou mastigando, mas poderia notar as ações de sua vítima a qualquer momento. Ela não tinha tempo para pensar. Big M e Mikey a treinaram para se defender. Ela pulou nas costas do Ke'ter. Ele era solidamente construído, como uma pedra, mas ela passou o braço esquerdo ao redor de sua


garganta e apertou com força as coxas ao redor do meio dele. Usando toda sua força, bateu a faca na parte de trás de sua cabeça perto da base de seu crânio. A lâmina penetrou e o alienígena sob ela gritou. Ele tentou arremessá-la, mas empurrou a lâmina mais profundamente e torceu. Ele parou... e depois caiu. Vivian se afastou quando chegaram ao chão. O pobre membro da tripulação a olhou enquanto o olhava, a boca ainda aberta, os olhos arregalados e outro gemido soou. Ela se agachou ao lado do homem. Ele não era alguém que ela conhecia. — Aguente. — Ela disse a ele. — Teremos ajuda. — Ela afastou o olhar dele e olhou seu estômago. Bile subiu. O Ke'ter abriu o homem da caixa torácica até a pélvis, rasgando o uniforme. Ela não era médica, mas parecia que o alienígena retirou os intestinos do homem para se alimentar de seus órgãos internos. Era uma bagunça sangrenta. Um silvo baixo veio do alienígena e ela quase caiu de bunda tamanha sua surpresa. A mão do Ke'ter se contorceu, as garras ensanguentadas e os dedos se curvando.


Ela atacou, indo para a arma amarrada ao seu quadril e a puxou para fora do coldre. Parecia estranho em sua mão, já que não foi projetada para humanos, mas havia um botão. Ela apontou o cano para o alienígena e apertou. Ele abriu um buraco no uniforme do Ke'ter e sangue verde escorreu para o chão. Ela se levantou, apontou para cabeça e disparou novamente. O alienígena se sacudiu, mas duvidava que ainda estivesse vivo. Um buraco do tamanho de um punho se abriu em seu crânio. Ela se aproximou e usou a mão esquerda para pegar a faca tática do pai. Sem deixar de olhar para a cabeça do alienígena. Saltou quando o membro da tripulação gemeu novamente com dor. Ela virou a cabeça para olhá-lo. — A ajuda está chegando. Aguente. Ela correu em direção ao Controle Um. Era tripulado vinte e quatro horas por operadores que trabalhavam em turnos. Ela conhecia os protocolos da nave melhor que a maioria dos agentes de segurança. As portas estavam seladas. Zumbiram, mas ninguém respondeu. O medo a fez olhar para a câmera. — Abra, droga!


As portas permaneciam seladas. Um leve grito soou em algum lugar nos corredores e ela rapidamente usou a mão esquerda para digitar o código de substituição. Não deveria saber, mas Big Mike lhe confiou os números. As portas se abriram, mas a mesa estava vazia. Choque bateu nela novamente. Ninguém deveria deixar este posto sem supervisão. Era contra o protocolo. Ela entrou, as portas selando em suas costas. Colocou a arma alienígena na mesa enquanto se sentava, seus dedos se movendo rapidamente nos controles para ver a imagem da sala de interrogatório. A visão que encontrou seu olhar a fez gritar de dor. O corpo de Mikey estava parcialmente à vista, bloqueado por cadeiras. Ele não se movia. Não podia ver Big M do ângulo da câmera, mas via suas botas. Ele também não se movia. Os Ke'ters não estavam mais naquela sala. Eles fugiram da cena do crime. Isso significava que estavam todos dentro da nave. Ela alcançou debaixo da mesa e cegamente sentiu a tampa que protegia o controle


de emergência. Sua mão tremeu quando tirou o escudo e apertou o botão. Luzes vermelhas brilharam acima das portas do Controle Um e um alarme estridente soou. Ela estendeu a mão, ligando os motores de bordo. Era imperativo que avisasse a tripulação. O alarme os informaria que haveria problemas. Abriu a boca e abruptamente parou. Os alienígenas usavam tradutores de idiomas. Ela estava bem familiarizada com os dispositivos, aprendeu tudo sobre eles em suas aulas... incluindo suas falhas. A falha mais fundamental, os tradutores linguísticos apenas trabalhavam com palavras faladas. — BLOQUEAR. — Ela rapidamente soletrou. — BAIXA. Repito, BLOQUEAR os Ke'ters estão atacando a tripulação. Isso não é um treinamento. Encontre SHELTER agora! Repito. Encontre SHELTER agora. BLOQUEAR em DOIS Ela terminou a mensagem e deixou seus dedos voarem sobre os controles, preparando-se para iniciar o bloqueio. Isso prenderia os alienígenas e esperançosamente, protegeria a tripulação se chegassem


em seus alojamentos ou em um abrigo de emergência. Havia dois em cada nível. O comunicador na mesa zumbiu e ela se aproximou, respondendo. — Que porra é? O que você pensa que está fazendo? Ela se encolheu, identificando a voz do Comandante Alderson. Ela reconheceria seu tom em qualquer lugar. — Os Ke'ters atacaram todos na sala de interrogatório do líder de equipe, senhor. Big M, Mikey e todos os líderes da equipe de segurança presentes foram assassinados ou gravemente feridos. Não estão se movendo. — O que? Isso é absurdo! Quem é? — Vivian Goss, senhor. É verdade. Mikey Miller estava em seu dispositivo comigo quando eles atacaram. Eu vi toda a coisa acontecer. Iniciei o bloqueio para selar a nave. — Você não pode fazer nada disso! Estou enviando segurança para lidar com o que porra estiver acontecendo e você enfrentará uma corte marcial por colocar a tripulação em pânico com sua pequena façanha, Senhorita Goss.


— Isso não é um truque! É verdade! As armas laser não faz nada para os Ke'ters, senhor. Não os machuca. Essa é a arma mais forte que temos a bordo. — Isso é besteira. Eles não atacariam. Você sempre foi a pior agitadora quando menina. Isso não é nada mais do que uma maneira de se vingar por eu lhe dizer para ficar longe de nossos convidados alienígenas, mas agora foi longe demais. Precisa parar imediatamente este absurdo e se reportar a ponte. Como ousa... Ela cortou a comunicação e repetiu sua mensagem anterior, soletrando a maioria das palavras para evitar que os alienígenas compreendessem sua intenção. A linha zumbiu, mas ela ignorou. Em vez disso, observou o relógio. Dois minutos se passaram e então ela iniciou o bloqueio. Alarmes agudos continuaram pelos alto-falantes por todaa nave e ela sabia que as portas de emergência estavam sendo lacradas, os pontos de acesso nos corredores foram cortados por grossas paredes e cada eixo de ventilação entraria em crise. Vedariam para evitar vazamentos de oxigênio em caso de explosões, mas bombeariam ar suficiente para manter todos vivos.


Ela virou a cadeira, de frente para os controles de comunicação de longo alcance. Ligou-os para enviar uma mensagem, mas o dispositivo se recusou a lhe dar acesso. Não tinha o código de acesso, mas havia uma opção geral de sinal de socorro. Vivian o iniciou. O Gorison Traveler precisava de ajuda. O sinal de perigo automático piscou ao transmitir um padrão de SOS. Ela se virou, ainda ignorando o zumbindo do comunicador e começou a executar os protocolos de segurança. A ala médica foi devastada. Estava claro que algum dispositivo incendiário disparou na enorme sala. Os corpos estavam em pedaços, espalhados entre o equipamento quebrado e queimado. Lágrimas a cegaram, mas Vivian piscou de volta. Os Ke'ters devem ter atingido a ala médica para prejudicar os esforços do Gorison Traveler em ajudar os feridos. Não havia mais lugar para levar seus feridos. Também significava que o pobre homem que encontrou no corredor morreria. Continuou passando pelas câmeras da nave para obter uma visão geral da situação. Nada aparecia nos corredores, mas ela viu alguns corpos humanos. Viu alguns Ke'ters em corredores aleatórios e também encontrou mais três presos dentro de um elevador.


— Espero que morram, bastardos. Encontrou mais alienígenas quando mudou para a ponte. Estavam comendo os pilotos e outros tripulantes. Foi quando ela se lembrou da intenção de assumir o controle da nave. Eles teriam sucesso, já que agora tinham o controle da ponte. Ela estendeu a mão e ligou as câmeras internas que zumbiam. — Por Deus, Goss! Você conseguirá uma pena de morte por selar esta nave! — Os Ke'ters estão na ponte. — Ela tentou manter a voz calma, apesar do pânico que sentia. — Eles estão roubando a nave, senhor. Estão comendo a tripulação viva! Não sei mais o que fazer. Como podemos impedi-los? O Comandante Alderson desconectou. — Desgraçado! Então ela pensou em Donny e sua esposa, Maggie. Ele era o chefe da engenharia. Digitou o código da cabine deles. Zumbiu até que Donny atendeu. — O que está acontecendo?


— Apenas o que eu disse. Os Ke'ters nos atacaram. Donny murmurou uma maldição. — Por quê? — Somos comida. Eles estão nos comendo. — Ela explicou, ainda se sentindo doente. — Maggie está segura com você? — Sim. Nós dois estamos no quarto. Quão ruim? — Os Ke'ters têm a ponte, os médicos foram derrubados e hum... o Comandante Alderson acha que eu estou fazendo uma brincadeira. — Ele é um idiota. Você não é mais adolescente e as brincadeiras que fez sempre foram inofensivas. Ninguém inicia um bloqueio como uma brincadeira. Eu acredito em você, Vivian. — Há alguma forma de desligar os motores do centro de controle para impedi-los de nos voar para Deus sabe onde? — Você enviou um sinal de socorro? — Sim. — Ela olhou para a direita, observando o painel piscar. — Ainda estou transmitindo. — Não há mais nada que você possa fazer. — Ele fez uma pausa. — Espere, precisa chegar ao Controle Um.


— Estou aqui. Mikey me enviou. Foi assim que pude colocar a nave no bloqueio. Donny... o operador desta estação não estava aqui. Por que deixariam seu posto? Ele soltou outra maldição. — Eu não sei, porra. Eles não deveriam fazer isso. Graças a Deus Mikey está bem. O pesar feriu seu coração. — O que eu posso fazer? — Ela precisava que ele pensasse claramente. Contaria a verdade sobre seu melhor amigo depois. — O Controle Um possui capacidade de sobrepor no caso de um incêndio no motor. Isso os pararia. Mas preciso orientá-la. — Ok. Como funciona? — Abafará todo o oxigênio nos compartimentos do motor. Eles precisam

de

oxigênio

para

funcionar,

então

desligarão

imediatamente. Mas... há um lado ruim nisso, Vivian. — Qual? — Entraremos em backup. O sistema de emergência entrará em ação, então não morreremos, mas duraremos apenas quatro dias. Os mecanismos são o que recarregam o sistema de backup. Estamos a dez dias da estação espacial mais próxima e acho que ninguém está


tão longe. A Colônia Bassius é nova demais para acomodar visitantes por períodos prolongados e duvido que eles tenham naves de longo alcance. Prioridades, Big M sempre dizia. Era nisto que ela precisava se concentrar. Lidar com uma bagunça de cada vez. Fechou os olhos, pensando. — Posso reiniciar os motores se desligá-los? Ele hesitou. — Sim. Ela sabia o porquê de sua hesitação. — Quanto tempo precisam ser mantidos em funcionamento antes que o sistema de backup seja recarregado? Ele ficou quieto por outro momento. — Vinte horas, pelo menos. É um grande risco, Vivian, ligar os motores novamente. — Eu sei. A primeira prioridade é manter as pessoas vivas e impedir que os Ke'ters nos levem mais longe. Diga-me como liberar o oxigênio dos motores. E se o suporte de vida emergencial cair antes que a ajuda chegue, eu os reiniciarei. — Porra. — Ele estava respirando com mais força. — Primeiro, entre no submenu para manutenção.


Vivian respirou fundo e colocou as mãos nos controles, procurando brevemente por ele. — Estou dentro.


Capítulo Dois

Vivian acordou e olhou para as telas na frente dela. Os Ke'ters na ponte causaram muitos danos ao equipamento enquanto ela descansava. Eram claramente estúpidos demais para saber que não podiam acessar os motores naquele local. — Não acontecerá. — Ela gemeu quando se moveu, seu corpo doendo de dormir na posição vertical. Olhou para o relógio. Fazia treze horas desde que iniciou o bloqueio. O Comandante Alderson recusou-se a atender suas ligações. Não havia alimentação de segurança que pudesse chamar em seus aposentos. Toda a tripulação tinha privacidade total dentro de suas casas. Outro fato alarmante que descobriu, foi que as outras três estações de controle na nave não atendiam suas ligações. Deveria ter alguém em cada uma delas o tempo todo. Como em Controle Um, elas pareciam ter sido abandonadas.


Ela também passou horas vasculhando a nave através das câmeras e localizou dezenove dos vinte e dois Ke'ters. Eram os três desaparecidos com quem se preocupava. Além dos que estavam na ponte, os outros estavam presos nos corredores, incluindo seis no corredor do lado de fora da sala de interrogatório, onde atacaram seu pai adotivo. E claro, três permaneciam selados dentro do elevador onde os viu no dia anterior. O

número

de membros da

tripulação assassinados

a

desconcertou. Parou de contar depois de trinta. Era muito doloroso. Os Ke'ters atacaram várias áreas da nave em equipes. Aqueles que tinham como alvo médicos com aquela bomba, provavelmente eram os três presos no elevador perto daquela seção. Ela se levantou, esticando o corpo rígido e se moveu para a pequena sala de descanso. Tinha acesso a muitos alimentos e bebidas, para não morrer de fome ou desidratar. Havia até beliches para dormir, mas se afastou da cadeira enquanto olhava para a ponte. Vivian comeu uma barra de nutrientes sem gosto e tomou uma bebida energética. Sentia-se mais alerta quando usou o banheiro, jogou um pouco de água no rosto e voltou para mesa de controle.


Ela se sentou, observando os Ke'ter destruírem mais coisas na ponte, brincando com o interior. Outra tentativa de contatar o Comandante ficou sem resposta. — Idiota. — Ela murmurou. Então limpou a garganta, ativando os comandos para a nave. — Talvez vocês estejam trancados em seus aposentos, preocupados com o que está acontecendo e ninguém em nenhuma das áreas gerais atende suas ligações. Elas foram praticamente abandonadas antes do bloqueio. Ela fez uma pausa. — Meu nome é Vivian Goss. Eu sou a filha adotiva de Big M. Também fui eu quem iniciou o bloqueio. Os dispositivos de linguagem estrangeira não têm a capacidade de traduzir palavras escritas, por isso soletrei os comandos. Para confundir os Ke'ters. — Ela respirou fundo novamente. — Os motores estão agora off-line, porque os Ke'ters assumiram o controle da ponte. Eu não entrarei em detalhes, mas esses bastardos não nos levarão para nenhum lugar. Espero que vocês encontrem conforto em saber disso. Estamos sentados no espaço esperando por ajuda. O sinal de emergência está ligado. Apenas esperem aí.


Ela se inclinou para frente, fechou os olhos e tentou pensar no que mais deveria dizer à sua equipe. — Muitos de vocês me conhecem se são membros da tripulação há muito tempo. Mas se forem novos, saibam que estou nesta nave desde que Big M me adotou. Ele é... — A dor a sufocou e ela precisou limpar a garganta. — Ele era o chefe da segurança. Os Ke'ters o assassinaram. Gostaria que fosse ele falando com vocês agora. Estou no Controle Um e prometo que farei o melhor que puder para manter todos seguros e vivos até que chegue ajuda. — Ela fez uma pausa. — Por favor, não ignorem as travas de segurança em seus aposentos ou saiam de onde estão. Há alguns Ke'ters presos em corredores por toda a nave e o laser não funciona neles. Vocês ficarão mais seguros se permanecerem onde estão. Ela terminou a transmissão e suspirou, fechando os olhos. O peso de cada vida a bordo do Gorison Traveler estava em seus ombros. A pressão era intensa e demais para lidar. Mas não tinha escolha. A linha de comunicação interna zumbiu e ela se lançou, ligandoa. — Vivian Goss aqui. Houve uma pausa. — É Abby Thomas. —Disse uma voz feminina.


Vivian tentou identificar esse nome, mas ficou em branco. Era uma grande nave, ela não conhecia todo mundo e esteve fora por dois anos, vivendo na Terra enquanto estava na escola. — Por acaso você sabe os códigos de substituição para usuários de longa distância, Abby? A mulher fez uma pausa novamente. — Você é o operador do Controle Um, mas não tem acesso? Explique isso para mim. Vivian suspirou. — Eu não sou o operador. Sou apenas a única aqui. Você tem os códigos de substituição? Obviamente esperava que você tivesse acesso a esse número seguro, talvez você seja um dos oficiais de comunicações. — Você está me dizendo que não é um operador, mas tem controle dessa estação? — Sim. Eu preciso desesperadamente enviar uma mensagem para a Estação Branston para que eles saibam o que aconteceu. Receberão nosso sinal de socorro e enviarão ajuda, mas estarão carregando rifles de laser, que são ineficazes contra Ke'ters. Eles precisam ser avisados.


— Não tenho como verificar nada do que aconteceu. Pelo que sei, você pode ser um rebelde que assumiu o controle do Gorison Traveler. Vivian franziu a testa. — Qual é seu cargo? — Eu não estou atribuída a esta nave. Estou pegando uma carona da Estação Espacial Branston até a Colônia Bassius para consertar alguns problemas que tem. Meus pais projetaram a maioria dos sistemas operacionais usados em embarcações da frota. Eu faço upgrades neles. Posso ajudar... mas por que deveria? — Big M era o chefe de segurança. — Eu o conheci. — Então tenho certeza que você sabe que ele me adotou. Big M se gabava constantemente de seus filhos. Meu pai era seu melhor amigo e ele morreu durante a batalha em Yelton quando eles foram atacados pelos Prog. Eu não sou um operador, mas meu pai adotivo insistiu que seu filho, Mikey e eu tivéssemos acesso a todas as quatro estações de controle. Eu estava em um vídeo ao vivo com Mikey quando os Ke'ters atacaram toda a equipe de segurança em uma reunião. Mikey me disse para vir ao Controle Um. Quando ninguém


respondeu na porta, digitei o código de acesso e entrei. O operador não estava aqui. — Este não é o protocolo. — Não, merda! — Vivian gritou, ficando frustrada. — As outras três estações de controle não estão respondendo. Acho que elas também foram abandonadas. Não faz sentido, a menos que estivessem trabalhando com os Ke'ters. — Isso não pode ser. —Protestou Abby. Vivian suspirou. — Todas as quatro estações de controle foram deixadas sem monitoramento. Isso nunca aconteceu. — Ela fez uma pausa. — Os Ke'ters se separaram e atacaram seções da nave ao mesmo tempo. Os líderes de equipes de nossas forças de segurança foram assassinados, enquanto médicos foram bombardeados. Todos se foram, Abby. Totalmente explodido e o pessoal médico junto. Por favor, não me pergunte quantas pessoas estavam lá. Apenas posso adivinhar, a julgar pelos pedaços que vi nas câmeras de segurança. Isso também significa que todas as salas de cirurgia, baias de trauma e máquinas de cirurgia desapareceram. — Lágrimas enchem seus olhos. — Eles também atacaram a tripulação da ponte e assassinaram todos lá em cima. Como você acha que aconteceu isso? Deixe-me


dizer, caso não saiba, a ponte é independente. Eles têm portas e paredes explosivas, é selada em todos os momentos. A única maneira dos Ke'ters entrarem, é alguém deixar. — Porra. —Murmurou Abby. Vivian se recompôs. E se a mulher realmente trabalhasse em sistemas operacionais, entenderia o quão ruim a situação era. — As boas notícias? Bem, se algum dos nossos estava trabalhando com eles, os Ke'ters provavelmente o comeu. Eu localizei dezenove Ke'ters e todos os humanos em que conseguiram colocar suas mãos foram rasgados. Nenhum ser humano está correndo livre nos corredores. Todos seguiram os procedimentos de bloqueio e foram aos seus aposentos. Mas três Ke'ters estão faltando. Espero, por mais horrível que seja, que talvez alguém tenha saído de seus aposentos antes de ouvir o aviso e foi atacado, provavelmente arrastado de volta e é aí que estão os desaparecidos. Preso com suas vítimas mortas. Os quartos privados não possuem câmeras de segurança. Não posso verificar. Realmente ninguém sabe onde estão os Ke'ters desaparecidos. — Por que Big M lhe deu os códigos do Centro de Controle? — Você sabe o que aconteceu com o transporte Hail Nine?


Abby amaldiçoou suavemente. — Sim. Um grupo rebelde detonou uma bomba na ponte e levou toda a tripulação de seis pessoas, incluindo o computador do piloto automático. Mais de noventa passageiros foram deixados sem suporte de vida e sem acesso aos sistemas de backup, já que não tinham códigos de autorização. Nem conseguiram enviar um sinal de socorro. E se o transporte não tivesse chegado tarde ao seu destino, se a Colônia Rainer não tivesse naves para checar, essas pessoas teriam morrido com certeza. — Houve revoltas em algumas das colônias. Tenho certeza que você está ciente disso também. Disse que estava a caminho da Colônia Bassius. Ela é nova e ainda está fechada para os visitantes enquanto se certificam de que esteja totalmente operacional. Isso também é parcialmente para evitar que os rebeldes ataquem enquanto ainda está vulnerável e a equipe é limitada. —Big M me deu códigos de substituição para todos os quatro Centros de Controle, caso algo acontecesse com a segurança nesta nave. Ele queria ter certeza de que nosso pessoal não acabasse como os passageiros do Hail Nine. Mas além de saber como ligar o farol de auto aflição e desativar os canhões automatizados para evitar a explosão de qualquer nave de resgate, não posso fazer muito mais do


que ver o que está acontecendo nas áreas comuns. Gostaria de ter acesso a comunicações de longo alcance para enviar uma mensagem para a Estação Espacial Branston, para que saibam quão terrível é nossa situação e o que enfrentarão quando puderem nos ajudar. Eu vi os Ke'ters atacarem nossos rifles laser apenas estragam seus uniformes. Sequer danificaram suas escamas. Abby permaneceu em silêncio por longos segundos. — Você disse que os motores estão off-line. Por quê? Vivian lutou para manter sua paciência. Embora frustrada, entendia a desconfiança da mulher. — Os Ke'ters controlam a ponte. Eles querem nos levar ao seu planeta natal como comida. Isso foi o que ouvi um deles dizer quando estava no link de vídeo. Entrei em contato com o chefe de engenharia, que é um amigo e ele falou comigo sobre abrir as partes externas para puxar o oxigênio dos motores. Isso os parou. É temporário. Em três dias e meio, os sistemas de backup serão desativados, incluindo o suporte de voz. Terei que permitir que os motores voltem a funcionar para manter todos vivos. E isso significa... — Os Ke'ters podem voar para onde quiserem. —Completou Abby.


— Sim. — Porra! Vivian mordeu o lábio. — Você quer a verdade? A ajuda não será capaz de nos alcançar a tempo. Na melhor das hipóteses, se você me der acesso a comunicações de longo alcance, posso enviar uma mensagem para a estação espacial para que saibam o que aconteceu e quem é o responsável. Os Ke’ters acham podem voar com o Gorison Traveler para onde quiserem. Eu estraguei o plano deles, mas isso pode significar que suas naves estão vindo para cá agora. E se estiverem, poderão direcionar nossos transmissores e retirá-los facilmente. — Sim, mas você tem a nave no bloqueio. Será muito difícil para um grupo de pessoas alcançar todos em seus alojamentos. — Estou ciente. Isso nos dará mais tempo, mas ainda preciso contar a alguém sobre os Ke'ters, especialmente a parte sobre os rifles laser sem nenhum impacto. É o que toda força de segurança carrega. Caso contrário, as equipes de resgate se tornarão mais comida para esses bastardos. Abby permaneceu em silêncio.


Vivian estava começando a ficar desesperada. — Eu preciso de sua ajuda, Abby Thomas. Não sou um rebelde. Sou especialista em cultura. — Especialista em cultura? — Sim. Acabei de me formar. Este é o meu primeiro trabalho. Sorte minha. — Acho que você não viu esse ataque chegando, certo? — Eu não tinha permissão para me aproximar dos Ke'ters ou pedir qualquer informação ao Comandante Alderson. Você já o conheceu? — Infelizmente. — Então sabe como ele é. Ele não me deu esse emprego. Big M falou com um dos Almirantes que conhece, provavelmente pediu um favor para que eu fosse designada para o Gorison Traveler para manter nossa família unida. Apenas recentemente fui designada aqui. O Comandante ficou irritado. Ele tinha um velho amigo escolhido a dedo para esse trabalho, mas quando perguntei a professora Regal sobre ele, ela nunca ouviu falar dele antes. — Professora Regal?


— Ela é responsável por todas as informações coletadas em corridas alienígenas. Envia atualizações de especialistas culturais para nos manter atualizados. Esse cara nem estava no radar dela, o que significa... — Ele não sabe muito sobre alienígenas. — Interrompeu Abby. Conheço o tipo. Teimoso e não se importa em aprender nada de novo. — Ela fez uma pausa. — É um código de trinta e dois dígitos. É melhor que você seja real, Vivian Goss. Estou arriscando minha bunda confiando em você. Mantenha-me atualizada. É tudo o que peço. — Certo. — Vivian virou na cadeira, indo para o comunicador externo e colocou a mão no bloco digital. — Estou pronta. Ela seguiu as instruções de Abby, batendo com cuidado em cada número. A estação de transmissão de longo alcance ficou totalmente on-line, dando-lhe acesso. — Estou dentro. Agora o que? Um granizo soou alto. Vivian pulou assustada. — Responda. —Insistiu Abby. Ela o fez. — Aqui é o Gorison Traveler. — Terráquea, aqui é Brassi Korack. Eu sou do planeta Veslor. Minha nave é a Brar. Recebemos o seu sinal de socorro e tentámos


numerosas vezes contatá-la. Estamos a quatro horas de sua localização. Qual é a sua emergência? Ela estava chocada. Os Veslor eram alienígenas de um mundo sem personalidade jurídica. Pouco se sabia sobre eles, mas leu tudo sobre eles. A voz era masculina, com um som muito gutural e soltava um leve rosnado. — Quem? — Abby sussurrou, lembrando-a de que elas não se desconectaram. Vivian engoliu e silenciou para falar com Abby. — Eles são uma raça shifter que negocia com uma das estações espaciais no nono quadrante. Pelo que li, vivem de um sistema de honra. Sabe, a palavra deles é seu compromisso. Eles têm uma grande reputação por serem honestos. Estão a quatro horas de distância. Talvez possam nos ajudar. — O homem parece perigoso. Somos aliados deles? — Não. — Droga.


O Veslor começou a falar novamente. — Terráquea? Você está aí? — O homem fez uma pausa. — Nós os perdemos? Pensei que estivessem finalmente recebendo o chamado. Alguém rosnou palavras que o tradutor não entendeu. — Vou falar com eles para senti-los. —Decidiu Vivian. — Eu ligo de volta. — Ela terminou a ligação com Abby, silenciando a chamada de entrada da nave e ativou seu microfone mais uma vez para o comunicador exterior. — Aqui é Brassi Korack. —A voz gutural repetiu. — Você está com problemas de comunicação? Qual é sua emergência? Seus sistemas estão falhando? Ela se inclinou para frente, colocando os cotovelos na estação na frente dela. — Meu nome é Vivian Goss. Estou no Gorison Traveler. Acabei de ter acesso a comunicações externas e ainda estou aprendendo a usá-los. Sinto muito pelo atraso. Também estou surpresa por conversar com um Veslor. Disseram-me que ficam no quadrante nove. — É verdade, mas temos negócios nesta seção do espaço e ouvimos seu sinal de socorro. Fizemos varreduras de longo alcance, apenas para descobrir que nenhuma outra embarcação está por perto.


Hesitei em responder. Terráqueos normalmente nos esnobam, mas seria insensato não oferecer ajuda se necessário. Temos compaixão. — Você é comerciante, certo? O que pediria em troca de assistência? Ele hesitou. — Gratidão seria bom, mas não necessária. —Disse ele rispidamente. Estamos buscando alianças. Gostaríamos de expandir os negócios para outros quadrantes. Os terráqueos expandiram consideravelmente. Um ato gentil pode abrir portas para nós. — Eu não sou uma pessoa de influência que possa ajudá-lo dessa maneira. Sinto muito. Tudo o que posso fazer é prometer que tentarei o meu melhor para conversar com alguém sobre isso na frota. — Entendido. Ainda gostaríamos de ajudá-la. Alguns dos meus machos são bons com reparos. Sua posição não mudou. Seus motores falharam? Temos algumas peças sobressalentes a bordo, se necessário. Nenhum pagamento é necessário. — Eu coloquei os motores off-line. — Ela hesita brevemente antes de continuar. — Vinte e dois Ke'ters embarcaram em nossa nave, mas dez dias depois de nossa jornada com eles, atacaram e


assumiram o controle da ponte. Desligar os motores foi a única maneira de impedi-los de nos levar para onde queriam. Ele rosnou ferozmente. — Ke'ters? Ele cuspiu a palavra como se fosse vil e sua raiva era clara. Eles tinham algo em comum, se os Veslor não gostavam dos lagartos. — Sim. — Eles comem outras raças. Por que confiaram neles? — Ele fez uma pausa. — Eles os levarão para seus postos avançados, escravizarão seu povo e os usarão como fonte de alimento. Ela se encolheu. — Estamos cientes disso agora. Eu não tomei a decisão de deixá-los a bordo. Estou lidando com as consequências. — Consequências? Eu não conheço essa palavra. — Sim. Seu inglês é muito bom. — Eu baixei sua linguagem da chamada de socorro. Era simples decifrar. — Uau. Seus computadores são incríveis, então. Pensei que estivesse falando diretamente com você.


— Você está, Vivian Goss. Nós temos implantes. Baixei sua linguagem em segundos com um download instantâneo em minha mente. Isso a surpreendeu, era algo que não sabia que sua raça era capaz. Implicava que parte de sua tecnologia era melhor do que a que a que a Terra Unida tinha acesso. Essa parte não era uma surpresa. — Nossos rifles de laser são inúteis contra eles. — A pele deles é dura. Ela assentiu, então percebeu que ele não podia vê-la. — Você se importa se conectarmos um vídeo? Eu gostaria de ver com quem estou falando. — Não me importo. Ela tocou no painel, localizou a câmera e esperou. Em segundos, ele aceitou a transmissão e sua imagem ao vivo apareceu no monitor na frente dela. A visão dele a deixou sem fôlego. Ela leu sobre os Veslor, mas nunca viu como eles eram.


Brassi Korack tinha um rosto muito viril. Não era humano, embora tivesse características semelhantes: dois olhos, um nariz e uma boca. Mas tinha traços levemente animalescos. Seus olhos dourados eram como nada que já viu. Ele tinha grossos cílios negros para combinar com o longo cabelo que podia ver. Os lados de sua cabeça estavam raspados ou ele não tinha cabelo ali. Suas orelhas eram pontudas, sua pele escura. A coisa mais brilhante e mais leve sobre ele eram os olhos. Ele a observou atentamente. — Olá, Vivian. Lembrou que ela provavelmente parecia uma porcaria. Dormiu na cadeira por talvez uma hora ou duas, nem mesmo penteou o cabelo depois. Ela olhou para baixo, percebendo que estava no macacão confortável que usava em seus aposentos. Era azul-claro e a cobria displicentemente do pescoço ao pulso e tornozelo, era tão pouco atraente quanto uma roupa poderia ser. — Olá, Brassi. É bom vê-lo. — Ela sorriu brevemente. Ele se inclinou para mais perto. — Seus dentes. Ela passou a língua sobre eles, esperando que algo não estivesse nada preso. — O que tem eles?


— Eles são pequenos e não afiados. Sinto muito. Eu fiquei surpreso. Você é a primeira fêmea terráquea que vejo. — O olhar percorre seu rosto. — Parece frágil e pequena. — Obrigada? — Ela não tinha certeza de como responder a isso. Ele a estava insultando ou apenas fazendo uma avaliação geral de sua aparência? Lembrou o que seus professores frequentemente advertiam sobre o primeiro contato com raças alienígenas. Malentendidos aconteceriam e nunca deveriam se ofender. Todo ego deveria ser separado para aprender apropriadamente seus costumes. Veslor normalmente ficavam distantes no nono quadrante. Não era de surpreender que ele não tivesse visto nenhuma mulher humana. As naves da frota humana apenas enviavam machos ao espaço. Algumas raças alienígenas naquela área eram conhecidas por roubar e vender mulheres para escravidão sexual. A frota não estava disposta a arriscar uma guerra se algum membro fosse capturado e a Terra Unida pareceria fraca se não tentasse recuperar membros femininos perdidos. Apenas evitaram o risco completamente. Os Veslor não estavam na lista de espécies evitáveis a todos os custos, conhecidas por estar fazendo algo tão hediondo. Ela olhou para os lábios dele. Eram largos e pareciam um pouco achatados


devido ao seu tamanho maior. Ele abriu a boca e ela tentou esconder sua reação. — Você definitivamente não tem dentes pequenos ou lisos. Parecem perigosos e afiados. Ele riu e sorriu, revelando mais deles. — Você parece assustada, Vivian. Não há necessidade. Veslor nunca prejudicam as mulheres. — Seu humor desapareceu tão rapidamente quanto apareceu. — É covarde ferir alguém que é incapaz de se defender igualmente. — Seus olhos queimavam com uma emoção que parecia semelhante à raiva. — Covardes não têm honra. Veslor não toleram essas espécies. Os terráqueos? — Minha raça tem pessoas honradas e desonrosas. Isso varia de pessoa para pessoa. Mas eu tenho honra. — Você tem pessoas boas e más? — Sim. Ele inclinou a cabeça, estudando-a com aqueles olhos dourados. Então sorriu novamente. — Você é muito honesta. A maioria das raças não admitiria que alguns dos seus são falhos.


— Os humanos podem ser muito falhos. — Ela pensou no Comandante. Ele era um idiota total. — Há muito tempo, em um passado muito distante, meu povo era o mesmo. Nós lutamos um contra o outro por razões estúpidas e gananciosas. — Ele piscou algumas vezes. — Então vieram outras raças e aprendemos a trabalhar juntos para salvar nosso planeta e nosso povo. Reconhecemos as falhas e modos enganosos de outras raças, aprendemos a detestar essas características. Isso nos fez melhor como um todo. Nós nos orgulhamos da honra e da verdade agora. Os desonrosos são rapidamente removidos de nossas fileiras. Ela entendeu o que ele dizia. Eles evoluíram a um ponto que provavelmente era extremamente vergonhoso ser um idiota em sua cultura, não obedeciam a isso. — Você precisa da nossa ajuda, Vivian? Oferecemos isso com compaixão e sem necessidade de pagamento. Nenhuma raça deve ser comida pelos Ke'ters. São criaturas cruéis e insensíveis. Ele parecia sincero e ela tomou a decisão de confiar nele. — Eu serei honesta com você novamente, Brassi. Sou apenas uma mulher cujo trabalho é aprender e fazer perfis de raças alienígenas para as pessoas que tomam decisões. — Ela levantou a mão, apontando para


o lugar ao seu redor. — Não é meu trabalho dirigir estações ou enviar sinais de socorro. Acabei aqui quando os Ke'ters mataram minha equipe. Eu não sou uma lutadora, apesar fui treinada para me defender contra os ataques. Mas não sei como salvar meu povo dos Ke'ters. Ela se inclinou para perto da tela. — Não sei se devo ligar os motores de volta e arriscar os Ke'ters nos transportarem para o mundo deles. Nem se todos nós eventualmente morreremos enquanto esperamos a ajuda de nosso próprio povo. Eles estão muito longe para nos alcançar antes que nosso sistema de backup seja desativado. Quero confiar em você porque estou desesperada. Minha equipe depende de mim para salvá-los e tomar as decisões certas. Eu não posso lhe oferecer nada de valor. Sabendo disso, você ajudará a matar os Ke'ters? E também promete não machucar os humanos ou assumir esta nave se deixá-lo a bordo? Ele pareceu chocado, desde que seus olhos se arregalaram. Ele piscou algumas vezes antes de mascarar toda a emoção de seu rosto. — Nós não roubamos naves ou escravizamos outras raças, Vivian. — Ele fez uma careta. — E somos bastante excepcionais em matar Ke'ters. Eles atacaram alguns dos planetas do nosso sistema no passado, tentando capturar nosso povo. Nós abatemos os invasores.


Ele ergueu a mão e ela observou garras longas e afiadas crescerem das pontas de cada um dos quatro dedos e do polegar. — Somos capazes de rasgar suas peles duras. Suas maiores fraquezas são seus pescoços e também temos armas que farão buracos neles. Eu lhe dou minha promessa, embarcaremos em sua nave, resolveremos seu problema com os Ke'ter e depois partiremos. Nenhum dano virá ao seu povo. Não quero que você morra nas mãos deles. É um caminho agonizante para morrer. Lágrimas encheram seus olhos. — Obrigada. Por favor, venha. Ele virou a cabeça, rosnando para alguém. Então voltou para a tela. — Estamos nos aproximando, Vivian. Você está segura? Posso dar dicas de luta, se necessário. — Estou trancada em uma sala segura. Eles não podem chegar até mim. — Bom. Enviarei meu piloto até você o mais rápido possível. — Obrigada, Brassi. Colocarei nossas defesas automáticas offline para permitir que você se junte a nós, posso substituir manualmente cada seção para permitir que sua tripulação acesse onde os Ke'ters estão presos. — Ela fez uma pausa, tentando se


lembrar do primeiro contato. Procedimentos para reuniões cara a cara. Não havia nada normal sobre o que estava prestes a acontecer. — Nós respiramos oxigênio. Isso será um problema para você? — Nós estivemos em suas estações terrestres e não tivemos dificuldades. Usaremos armadura para nos proteger contra os Ke'ters. Eles protegem a vida em caso de ataques químicos. Nós ficaremos bem. Ela sentiu alívio pela primeira vez desde que os ataques começaram. — Estou pedindo a todos os meus homens que baixem seu idioma para ajudá-los a se comunicar com seus sobreviventes. Por favor, peça-lhes que não nos ataquem. — Claro. Ag... obrigada, Brassi. — Entrarei em contato com você quando fizermos a abordagem final para perguntar onde podemos atracar. — Ok. Ele olhou para ela com aqueles olhos dourados, deu-lhe um aceno de cabeça e um leve sorriso. — Nós chegaremos em breve, Vivian. Fique segura.


Ele desconectou e ela se inclinou em sua cadeira. E se cometeu um erro ao confiar no Veslor? Realmente tinha alguma outra opção? A resposta veio rapidamente. Não. Ela ligou o som para as chamadas recebidas. Ele imediatamente zumbiu. Imaginava que Abby quisesse uma atualização e respondeu. — Sua puta do caralho. —Uma voz familiar arrastada ecoou. — Eu a verei na corte marcial! — O Comandante Alderson riu. — Você arruinou tudo e para quê? Porque não a deixei falar com a porra dos Ke'ters? Big Mike não conseguirá mais proteger você, garotinha. Fodeu essa tarefa. Roubou minha nave e arruinou nossas chances com os Ke'ters! — Eles nos atacaram, senhor. Pessoas estão mortas. Os Ke'ters estão comendo pessoas, Comandante. Eu não estou brincando. Isso não é eu sendo uma adolescente tola. Sou uma adulta. Não mentiria sobre algo assim. — Você e suas malditas brincadeiras! Ela respirou fundo. — Admito que quando adolescente, fiz algumas coisas das quais não me orgulho. Mas é uma coisa instalar sensores de movimento nos corredores para fazer sons de peido


quando as pessoas passam ou colocar corante rosa nas lavadoras de roupa. Nunca mentiria sobre pessoas mortas ou alienígenas nos atacando. — Besteira! Você sempre foi problema. Não seria a primeira vez. Trajes cor-de-rosa nos nossos agentes de segurança... você não esquece de algo assim. Ela apertou os dentes, frustrada. — Você está bêbado, senhor. — Aposte sua bunda que sim. Isso porque estou trancado em meus aposentos e não posso sair! — Fique sóbrio. Com sorte, voltará ao Comando em breve, se as coisas funcionarem. — Ela desligou e chamou Abby em seus aposentos. Era hora de atualizá-la, então teria que fazer outro anúncio em toda a nave. Eles logo seriam abordados pelos Veslor.


Capítulo Três

Vivian conectou-se com toda a nave e tentou lembrar o discurso que preparou. Os Veslor deveriam chegar a qualquer momento. — Aqui é Vivian Goss novamente. Tenho boas notícias. Uma equipe de resgate está a caminho. Ela não queria falar muito ou avisar os Ke'ters sobre quem estavam prestes a enfrentar, mesmo que estivessem presos. Não era como se pudessem fugir ou fazer reféns, já que comeram qualquer humano a quem tiveram acesso. Mas Abby concordou com ela sobre discrição quando conversaram sobre o que transmitir. Os Ke'ters provavelmente pensavam que demoraria muito para que a equipe de resgate chegasse. — Uma vez que os Ke'ters estão conosco, passaremos de seção em seção para verificar todos e lentamente remover o bloqueio. Apenas esperem e ouvirem armas dispararem em algum momento, não se assustem. É a equipe de resgate. Ela piscou para conter as lágrimas, engasgando com emoção. — Muitas pessoas morreram. Quero prepará-los para uma vez que o


bloqueio terminar. Existem corpos em alguns dos corredores. A ala médica foi destruída, por isso evitem está área. Não é seguro. Há danos maciços de explosão. Cada membro da tripulação designado para esta nave tem treinamento específico. Alguns de vocês precisarão usar suas habilidades para ajudar a restabelecer a ordem. Apenas mantenham a calma, não entrem em pânico e se qualquer equipe médica restante puder se reunir na Cafeteria Dois, deve ser o suficiente para executar uma área de triagem. Caso alguém se machuque, vá até lá quando sua seção estiver limpa. Obrigada. Ela terminou a transmissão e suspirou, esperando que a tripulação e os passageiros ouvissem. A maioria deles ficaria chocada quando descobrissem que a equipe de resgate eram alienígenas desconhecidos, em vez de outros humanos ou mesmo de uma raça aliada. Mas lidaria com esta situação mais tarde. Com toda a comunicação concluída, ela girou na cadeira. — Aqui é Vivian. Vocês estão prontos para atracar? — Estamos nos aproximando. Ela olhou para um painel. — As defesas automáticas estavam inativas. — Venham pelo lado da nave, para carga sete. Abrirei para que entrem. Também despressurizei. Quando atracarem, esperem


por mim para garantir que é seguro antes de abrir suas portas. Caso contrário, não haverá ar. Brassi riu. — Isso foi inteligente. Nos vemos logo. Provavelmente parecia assim para ele. Ela observou a câmera de perto e viu uma nave escura se aproximar das portas de carga abertas. O Comandante Alderson teria um ataque se soubesse que ela não apenas permitia que aliens não-aliados ancorassem com eles, mas que basicamente abria as portas para o espaço dentro de uma área de carga. Donny sugeriu a ela quando ligou, dizendo que os grandes porões de carga eram projetados para obstruir uma brecha no exterior, se fossem selados primeiro antes do restante da nave. A nave Veslor atracou com o Gorison Traveler, ocupando completamente as portas abertas. Ela tocou nos controles, enviando ar de volta para aquela seção, uma vez que foi lacrada. Demorou um minuto antes de ser novamente pressurizado. — É seguro. — Disse a Brassi. — Você tem ar e os sensores estão dizendo que sua nave está bem. Estou abrindo as portas seladas. Apenas siga pelo corredor.


— Estamos a caminho, Vivian. Estou ansioso para conhecê-la pessoalmente. Ela estava com muito medo. Havia apenas uma maneira de descobrir se os Veslor eram realmente confiáveis. Isso significava colocar sua própria bunda na linha primeiro. Vivian passou pela fechadura da porta dos aposentos de Abby e deixou a ruiva sair. Então, usando câmeras de segurança para verificar cada corredor, abriu as últimas portas e monitorou o progresso de Abby enquanto seguia para o Controle Três. Eles a levaram para aquela estação e seguramente para dentro, onde ela agora podia assistir a câmera se alimentar e assumir se Brassi os tocasse. Vivian terminou a ligação. — Você o ouviu, Abby. — Eu vou vomitar. E se mentiram? — A outra mulher parecia nervosa. — Então você ficará responsável no meu lugar. Eu estarei morta. Basta lembrar o que eu disse sobre os motores. Transferi o controle de aberturas para sua estação. Poderá colocar os mecanismos on-line e retirá-los quando a energia de backup for recarregada, se isso der errado. Também sabe como chegar a Donny agora.


Vivian trabalhava enquanto falava, abrindo as portas de segurança ao longo dos corredores entre ela e onde a tripulação de Brassi atracou. Um Ke'ter estava no corredor, mas ela já o tinha avisado antes. — O que eu faço se estes Veslor não o matar? Então teremos dois grupos alienígenas hostis na nave. — Feche as portas azuis novamente para prendê-los, nesse caso. Conversamos sobre isso. Que escolha temos? Você e eu somos estranhas também, mas confio em você. Chama-se ter fé em tempos desesperados. — Certo. Eu não a decepcionarei, Vivian. Estou vendo eles. Estão na nave se movendo em sua direção... que porra? Vivian olhou para os monitores. — Eu os vejo também. Brassi disse que tinham uma armadura protetora. Suponho que ela seja o líder. Havia seis formas grandes, usando uniformes negros que os cobriam do topo de suas cabeças protegidas por capacetes até seus grandes pés cobertos de botas. Carregavam rifles, cada um ostentando múltiplas lâminas perversas e mortais ao longo dos quadris.


— Porra, eles parecem grandes e assustadores, não são? — Você disse que podem mudar de forma. Para o que? Poderiam passar por humanos realmente grandes. Olhe para a massa corporal desses homens. — Eles têm a mesma forma básica que nós, mas suas características são levemente diferentes, se pudesse ver seus rostos. A informação não estava clara sobre em que podem mudar. Acredito que esta seja a forma primária deles. — Vivian ficou subitamente feliz por ser capaz de tomar um banho rápido e colocar um uniforme limpo, enquanto Abby começava a trabalhar no Controle Três. — Aviso justo, parecerei ridícula quando você me vir, assim que sair do Controle Um. Quem quer que tenha guardado uniformes extras no armário é muito maior do que eu. Estou limpa, no entanto. Pensei que seria ruim fazer uma apresentação aos Veslor enquanto fedia. Estava toda suada com o estresse que passei. Abby soltou um bufo nervoso. — Não tenho certeza se foi uma boa ideia ou não. Eles parecem perigosos e você é uma mulher. Podem querer transar com você já que é tão jovem e atraente quanto parece.


— Eu prefiro que eles queiram fazer isso ao invés de me matar neste momento. — Ela ficou tensa quando eles se aproximaram de um Ke'ter. — Merda. Você está vendo isso? — Aqueles Ke'ters parecem tão assustadores. — Abby sussurrou. Vivian ficou tensa quando o líder Veslor se esquivou para evitar uma explosão da arma do Ke'ter. Atingiu a parede, deixando uma marca de queimadura, mas não penetrou no casco. Os Veslor atacaram os alienígenas lagarto, nem mesmo disparando suas armas. Em vez disso, os rodaram, usando as lâminas para desviar sem esforço as explosões. O que ela pensava ser Brassi saltou para frente, quase atingindo o teto do corredor e caiu bem em frente ao Ke'ter. O Veslor atacou rápido, as espadas atingindo o Ke'ter na garganta. A cabeça saiu e o corpo caiu. — Bruto! Vivian silenciosamente assentiu, concordando com Abby. — O corpo está se contraindo.


Outro Veslor se aproximou e atirou com o rifle, atingindo a massa do centro alienígena abatido no peito. Um buraco apareceu no corpo do Ke'ter e o alienígena parou de se mover. O grupo de Veslor contornou as duas partes do alienígena morto, avançando em sua direção. — Eles certamente podem lutar. Ok. Está na hora de eu sair. — Você tem certeza disso, Vivian? Nós poderíamos enviá-los para lidar com a ameaça primeiro. — Precisamos e se quisermos confiar neles antes de lhes dar acesso ao nosso povo. Colocarei meu fone de ouvido agora. Você tem o seu? — Sim. Vivian empurrou o pequeno dispositivo de metal em seu ouvido e apertou-o, mudando para o Controle Três. — Você pode me ouvir? — Alto e claro. —Disse Abby em seu ouvido. — Aqui vou eu. Deseje-me sorte. — Você é louca e corajosa. Boa sorte.


Vivian levantou-se e foi até as portas, abriu-as e entrou no corredor. Ouviu passos pesados de botas se aproximando quando as portas se fecharam atrás dela. Seu coração estava acelerado quando entrou no centro do corredor, de frente para a direção da qual vinham os Veslor, mas olhou para a câmera. Abby estaria olhando para ela. Ela forçou um sorriso e fez um leve sinal de positivo antes de ficar tensa novamente. Fixou seu foco total na curva do corredor. A qualquer segundo, os Veslor apareceriam. — Você parece bem. — Abby sussurrou em seu ouvido. — Mas esse uniforme a deixa muito pequena. Precisa dobrar mais as mangas e pernas. Quão alta você é? — Está tentando me distrair? — Ela sussurrou. — Claro que sim. Meus joelhos estão batendo de medo e eu estou segura agora. Você está completamente vulnerável. Ela sorriu divertida. O tempo acabou quando um enorme corpo de carapaça negra entrou em cena. Ele parou abruptamente e os grandes corpos que se seguiram quase bateram nele. Abaixou a arma, com cuidado para não apontar para ela. Ela tentou acalmar sua respiração devido ao medo.


— Brassi? Ele estendeu a mão, tocou o capacete e o revestimento do rosto se abriu. Um tremor a atingiu quando ela reconheceu suas feições e aqueles olhos dourados. Ele se aproximou até ficar a poucos metros dela. — Vivian. — Ele baixou o olhar para seu corpo. — Você é pequena. Ele deveria ter quase dois metros de altura e era muito grande. Seu peito parecia um mini tanque, com aquela armadura. Ela começou a estender a mão, mas depois parou. — Obrigada por ter vindo. Espero que nenhum de vocês tenha sido ferido lidando com o Ke'ter? — Estamos bem. —Uma voz masculina rouca rosnou de um dos outros. Ela os olhou. Eles bloquearam completamente o corredor, com os rostos cobertos, mas tinha a impressão de que todos estavam tomando fazendo avaliações. Concentrou em Brassi novamente. — Acho que posso levá-los até onde os Ke'ters estão. — Ela lentamente levantou a mão, apontando a câmera. — Seremos rastreados por eles e as portas de emergência serão abertas quando chegarmos a cada seção.


Brassi se aproximou e ela precisou inclinar o queixo para olhar nos olhos dele. — Eu não a quero lá, Vivian. Você parece extremamente frágil. Nossos trajes são resistentes contra o armamento Ke'ter. Seu corpo não é. Ficará atrás de mim e me usará como escudo. Quando confrontarmos o inimigo, permita que um dos meus homens a proteja até que o perigo passe. Não se preocupe se for agarrada e presa a uma parede. Isso fará de você um alvo menor, quase impossível de acertar se nós a cobrirmos. Ela assentiu. — Ok. Não discutirei. Você está melhor preparado para isso do que eu. Já admiti que não sou um guerreiro. Tenho algo de treinamento, mas estou fora do jogo com os alienígenas lagarto. Aquele que matei foi porque o peguei de surpresa. Ele estendeu a mão rapidamente e ela ofegou quando suas grandes mãos enluvadas envolveram seus braços. — Você lutou com um? Está ferida? Nós temos um médico conosco. Seus homens mudaram de posição e uma figura vestida de preto avançou do grupo. Ele também segurava uma arma, mas carregava uma mochila na outra mão. — Eu sou Vassi. Onde você está ferida, mulher?


Era surpreendentemente tocante que cuidassem e estivessem preparados para tratá-la. — Eu não estou ferida. Brassi a soltou e deu um passo para trás, seu olhar percorrendo seu corpo mais uma vez. — Você lutou contra um Ke'ter, mas não foi ferida? — Brassi parecia chocado e seus olhos dourados se arregalaram. — Eu me esgueirei e pulei em suas costas enquanto ele estava, hum... comendo alguém. Usei uma faca tática e acertei a parte de trás de sua cabeça, na base de seu crânio. Então roubei sua arma e a usei quando ele começou a se mover novamente. Fiz dois grandes buracos em seu corpo. Eu o verifiquei. Ele não se levantou. Tenho certeza que está morto. Teremos que passar por ele e sua vítima em nosso caminho até o elevador para alcançar outros níveis. — Você é enganosamente inofensiva na aparência. — Brassi disse, mas sorriu, mostrando os dentes afiados. — Interessante. Estou impressionado com você, Vivian. — Eu também mencionei que estou desesperada? Os humanos geralmente encontram forças para fazer coisas que normalmente não conseguiriam para sobreviver.


Ele inclinou a cabeça. — Aprecio que ainda esteja sendo sincera comigo. Espero que continue. — Eu não mentirei. Tem minha palavra. — Ela segurou seu olhar. — Precisamos de você e de sua equipe ou as pessoas nesta nave podem não sobreviver até que a nossa chegue. Algumas das pessoas que vamos libertar farão ou dirão coisas estúpidas por medo quando perceberem que uma equipe humana não veio em nosso socorro. Eu queria apenas avisar. Ele sorriu novamente. — Isso será divertido, então. Ela esperou, mas ele não disse mais nada. — Ok. Vamos lidar com os três Ke'ters presos em um elevador. — Ela olhou para a câmera. — Traga o elevador para este nível, mas não abra as portas até que eu diga. — Ela se vira, indo em direção à porta fechada mais próxima na direção oposta da qual os Veslor vieram. — Há alguns corpos além desta porta. Brassi agarrou-a pelo ombro, seu toque firme, mas gentil. — Fique atrás de mim, Vivian. Ela esqueceu. — Claro. — Ele queria protegê-la. Colocou-se na frente dela, com seus homens agrupados em suas costas. Um arrepio percorreu sua espinha, mas ela ignorou. Deu-lhe sua confiança e não


tinha tempo para adivinhar suas decisões agora. Precisava ter fé que os Veslor não a machucariam. — Aqui vamos nós. — Abby sussurrou em seu ouvido. — O elevador está vindo para o Deck Sete. Os Ke'ters dentro têm suas armas apontadas para as portas. Seja cuidadoso. Vivian quase tinha esquecido que seu link estava aberto e Abby não apenas podia vê-la, mas também ouvir tudo. — Obrigada. — Ela retransmitiu a informação para o Veslor. Brassi parou quando contornou o corredor. Ela olhou ao redor dele, vendo os corpos no chão. Foi onde ela atacou o Ke'ter. Brassi gesticulou para que ficasse atrás enquanto ele avançava, agachando perto do corpo do lagarto alienígena. — Está morto. Ela se uniu a ele. Com Brassi agachado, ela era mais alta que ele, mas não muito. Veslor eram enormes. O cheiro no corredor não era tão ruim quanto imaginou que seria, considerando os dois cadáveres apodrecendo por cerca de dezoito horas na seção anteriormente lacrada.


E de repente, o corpo do médico humano se contraiu e ela ofegou, seu olhar indo para ele. O peito do homem subia e descia. A náusea a inundou. — Ele ainda está vivo! Ela foi agarrada por mãos enluvadas levemente ásperas em seus braços e se afastou enquanto Vassi, seu médico, passava por ela. Ele passou por cima do corpo do lagarto para se agachar do outro lado do humano no chão. Ela observou atentamente enquanto ele abria sua mochila, pegava um scanner e passava sobre o humano. Ele rosnou uma palavra que não entendeu a tradução. Brassi respondeu na mesma língua. Vassi falou novamente e guardou o scanner. Brassi virou a cabeça para olhá-la. — Seu humano ainda vive, mas não há nada que possa ser feito por ele. Seus órgãos vitais inferiores foram comidos e o Ke'ter que se alimentou dele encheu seu corpo com uma substancia de sua saliva. Ela franziu a testa. — Substancia de sua saliva? Eu não entendo. Brassi hesitou. — Uma substância que invade a carne e a corrente sanguínea. Mantém as vítimas vivas por longos períodos, mas elas não podem ser salvas nesse ponto.


Vassi guardou o scanner dentro da bolsa e ficou de pé. — Esse humano não é mais tão humano quanto antes. A saliva muda a composição orgânica do corpo para mantê-lo preservado. Essa é a palavra certa? Os Ke'ters apenas comem comida viva. A saliva faz com que as vítimas vivam mais, mas os órgãos que estão sendo consumidos não podem ser substituídos. Todos os tecidos estão infectados e não se curam. Não há como voltar disso. Fui claro? — Oh porra. — Abby sussurrou em seu ouvido. — Então, basicamente, eles estão dizendo que os Ke'ters secretam algo que muda o DNA e não há cura. — Sim. — Vivian sussurra de volta. Ela olha para o rosto coberto de Vassi, desejando poder ver seus olhos. — Ele está sofrendo? — Sim. As vítimas tendem a acordar da dor. A substância continua se espalhando e sua agonia aumenta. As vítimas podem lutar por dias neste estado antes de morrerem. Isso partiu o coração de Vivian. Prometeu ajudar a tripulação. Ela o fez..., mas eles não seriam capazes de salvá-lo. Brassi chamou sua atenção quando puxou a faca tática do Ke'ter morto, examinando a.


— Isso pertencia ao meu pai. — Ela disse a ele. Ele limpou o sangue verde da lâmina no uniforme do Ke'ter e depois ofereceu-lhe o cabo. — Você o matou com isso? Estou ainda mais impressionado, Vivian. Ela aceitou e cuidadosamente colocou a faça em sua calça de uniforme para prendê-la ao seu lado. — Obrigada. — Seu olhar foi para o humano abatido. Seus dedos se contraíram e um gemido baixo saiu de seus lábios. Ele não abriu os olhos embora. Não podia imaginar o sofrimento dele. Ela olhou para Vassi. — Você pode dar-lhe algo para parar a dor, pelo menos? Ele balançou o capacete de um lado para o outro. — Nenhum medicamento funcionará agora. A saliva se espalhou por seus tecidos. Nós tentamos muitas drogas, mas nenhuma ajudou a aliviar a dor. — Sabe o que precisa fazer. — Abby fungou, soando como se estivesse chorando. — Você os ouviu. Precisa mostrar misericórdia para esse pobre rapaz. Use sua faca. — Eu não posso. — Vivian se forçou a olhar para o homem ferido. — Não me peça para fazer isso.


— Vivian? — Brassi se levantou, olhando-a. — Não pedimos a você para não fazer nada. — Não você. — Ela bateu em seu ouvido. — Abby acha que eu deveria tirá-lo de sua miséria. Matá-lo. Eu não posso. — Ela balança a cabeça. Brassi olha para sua orelha, parecendo confuso. Ela puxa o fone de ouvido. — É um dispositivo de comunicação. Estou conectada a outra mulher que está nos ajudando a andar pela nave. O nome dela é Abby. — Ela empurrou de volta para dentro da orelha. Brassi lhe dá um olhar de compaixão. — Eu terminarei com o sofrimento do macho, se você desejar. Seria uma gentileza. — Não. — Ela estende a mão para tocar seu peito. — Poderia ser visto como um ato de guerra quando tudo isso acabar, se matasse um humano. Enviaremos ajuda de volta para ele assim que o bloqueio terminar e os médicos da nave puderem cuidar dele. Não deve demorar muito. Ele está inconsciente agora. Espero que continue assim. Brassi assentiu.


— Obrigada mesmo assim. Por oferecer. Aprecio isso. — Ela controlou suas emoções. — O próximo passo é lidar com os três Ke'ters presos no elevador. Eles estão armados e prontos para atirar. — Ela apontou. — Neste canto. Você me avisa quando dizer a Abby para abrir as portas e deixá-los sair. — Fique aqui atrás. — Brassi estendeu a mão e o revestimento em seu rosto selou, escondendo suas feições novamente. — Vassi ficará com você. Ela observou o restante deles se moverem para frente, mas pararam na curva. — Deixe-os sair. — Ordenou Brassi. — Você o ouviu. — Disse Vivian. — Abra as portas do elevador, Abby. Vassi se aproximou, agarrou Vivian pela cintura e no instante seguinte, ela foi presa a uma parede pelo grandalhão, seus pés balançando. O caos aconteceu, mas ele não fez nada além de mantêla presa no lugar, usando seu corpo como um escudo. Explosões altas soaram quando os Veslor e os Ke'ters se enfrentaram. Algo gritou.


Ela agarrou o corpo duro contra o dela e se aproximou ainda mais de Vassi. Então veio o silêncio. Ele gentilmente a colocou de pé. — O inimigo está morto. — Informou. — Acabou. — Todos os três Ke'ters estão mortos. — Confirmou Abby. — Os Veslor parecem ilesos. As armaduras sofreram alguns danos, mas não vejo nada sério. Vivian ficou aliviada. Sentia-se responsável pelos Veslor. Estavam no Gorison Traveler porque ela implorou por ajuda. Seria culpa dela se algum deles morresse defendendo sua tripulação. Um dos grandes Veslor voltou de uma curva do corredor e abriu seu capacete. Era Brassi. Ele sorriu. Ela foi para ele. — Nenhum dos seus homens está ferido? — Não. — Ele bateu em seu peito. — Boa armadura. — Estou feliz. — Qual é o próximo? — Há seis presos em um corredor no segundo nível. — Eles foram os bastardos que mataram Big M, Mikey e o restante dos líderes da equipe de segurança. — Alguns estão presos individualmente e há


aqueles na ponte. Três talvez estejam trancados em quartos privados, já que não consegui encontrá-los nas câmeras de segurança..., mas realisticamente, podem estar em qualquer lugar. — Você os mencionou. — Brassi fez um sinal para ela avançar. — Evite olhar para os corpos. Parece ter um coração mole Vivian e a carnificina é horrível. A única maneira de ter certeza que um Ke'ter está morto é remover a cabeça ou um tiro no coração. Nós gostamos de fazer as duas coisas para ter certeza. Ela olhou para o que matou. Ele tinha um grande buraco na cabeça. Mas não estava vivo. — Eu não vou vomitar. Melhor um morto do que vivo. Brassi riu. — Os humanos vomitam quando veem mortos? — Alguns. — Certo, entendi.


Capítulo Quatro

Brassi fez sinal para Vivian segui-lo e ela o fez. Ele permanecia em suas costas. O resto da equipe Veslor chegava os alienígenas mortos, removendo suas armas. Ela não protestou quando o faziam. Não era como se pudesse pagar por sua ajuda. Talvez eles pudessem vender as armas mais tarde. Eram comerciantes, afinal. — Mais alguma coisa nesse nível que precisamos controlar? — Brassi olhou para trás. — Não. Pegaremos o elevador para o Deck Dois. Há algumas portas seladas entre os Ke'ters presos lá e onde sairemos. — Nós não entraremos em uma luta imediatamente? — Não. Brassi entrou no elevador e ela entrou ao lado dele. Seus homens seguiram. Com o tamanho deles, se viu apertada contra ele para abrir espaço. Estava lotado quando as portas se fecharam. O elevador desceu lentamente. — Acho que estou indo muito bem. — Disse Abby em seu ouvido. — Uma coisa é instalar esses sistemas, mas outra é


administrar uma estação. Sem mencionar que esta tem pelo menos dez anos de idade. Fale sobre estar desatualizado. Lembre-me de dizer ao Comandante Alderson para atualizar tudo quando isso acabar. — Você está fazendo um ótimo trabalho. — Obrigado. — Brassi respondeu. Ela estava conversando com Abby, mas certamente se aplicava aos Veslor também. O elevador parou e as portas se abriram. O corredor estava vazio quando eles saíram. Vivian apontou para a direita. — Os Ke'ters estão presos atrás de duas portas. Brassi olhou para o elevador agora fechado. — Alguém pode usar isso para nos surpreender? — Nenhum elevador na nave se moverá a menos que Abby permita. Ela está controlando tudo de uma estação de segurança. — Fique aqui com Vassi, Vivian. Você não está vestindo armadura. Permita-nos lidar com a ameaça.


— Ouça-o. —Insistiu Abby. — Eu tenho os olhos neles. Fique onde é seguro. — Ok. — Vivian disse a ele. Brassi fechou o capacete. — Diga a fêmea para nos permitir aproximar dos Ke'ters. — Feito. — Disse Abby. — Diga a ele para ir até as câmeras quando estiver pronto para eu abrir a última porta. Estou abrindo a mais próximo de você agora. Os seis Ke'ters estão deitados. Vivian retransmitiu a informação para Brassi, desejando ter um fone de ouvido extra para que ele pudesse ouvir e falar diretamente com Abby. Mas não pensou que eles se separariam. Planejava ficar com o grupo Veslor a cada passo do caminho. Vassi moveu-a contra parede e colocou seu grande corpo entre ela e as portas que se abriram para revelar mais corredor. — Fique aí. — Certo. — Ela concordou. — Vocês têm um jeito de conversar quando estão separados? — Sim. Nossos capacetes nos permitem ficar em contato um com o outro. — Vassi a ajustou até que ficou mais atrás dele e levantou seu rifle, preparado para lutar se qualquer Ke'ter ultrapassasse os outros.


— Não se mova, mulher. Mesmo se houver um tiroteio. Minha armadura pode levar os golpes. — Obrigada, Vassi. E você pode me chamar de Vivian. — Eles estão na segunda porta de emergência. — Disse ele. — Brassi está fazendo sinal para que abram agora. Ela instantaneamente ouviu sons de luta à distância. Odiava não saber o que estava acontecendo. — Abby? Fale comigo. — Merda está batendo no ventilador! Os Ke'ters reagiram rapidamente. É combate corpo-a-corpo. Nossos alienígenas parecem gostar mais disso, eu acho, já que estão usando as armas nas suas mãos ao invés de apenas atirar neles. — Ela ofegou. — Uau! Um Ke'ter derrubado. Agora outro. Nossos alienígenas os estão abatendo. Vivian respirou mais fácil. Estes eram os que mataram Mikey e Big M. — Acabou. — Abby suspirou. — Nossos alienígenas parecem bem, mas os Ke'ters estão todos mortos. Vassi abaixou a arma. — Nós podemos nos mover agora, Vivian. Fique atrás de mim. — Ele a olhou antes de andar para frente.


Ela o seguiu. Eles foram para a cena de batalha e ela evitou olhar para os corpos, preferindo avaliar os Veslor. Eles pareciam exatamente o mesmo em sua armadura. Apenas Vassi era facilmente identificado por causa da mochila que carregava. Um dos grandes homens veio em sua direção. Ela relaxou quando o capacete de Brassi se abriu mais uma vez. Ela gostava de ver o rosto dele. — Nenhum de nós foi ferido. Qual é o próximo? Vivian estava estressada. Havia mais Ke'ters para cuidar... mas precisava saber com certeza. — Eu preciso fazer uma parada primeiro. — Ela se virou e os ouviu seguindo-a até as portas da sala de interrogatório. — Abra para mim, Abby. — Por quê? Há corpos lá dentro. — Por favor? — Vivian abraçou sua cintura. Nenhum Ke'ters estava lá. Ela viu a sala várias vezes nos monitores de segurança. Um grande corpo ficou pressionado nas costas dela. Era Brassi. — O que há dentro?


— Muitas pessoas mortas. — Ela esperava que tivessem ido embora, pelo menos. Ela não viu nenhum deles se movendo ao redor. — Eu preciso ter certeza, no entanto. — Merda. — Abby suavemente amaldiçoou. — Sua família está aí dentro, não é? — Abra a porta, Abby. — Não. Eu não permitirei que você faça isso a si mesma. Posso ver a sala. Espere até que isso acabe, então poderá ver os corpos depois que forem limpos por qualquer um que lidar com nossos mortos. — Abra a porra da porta, Abby! — Vivian gritou. — O que tem dentro? — Brassi agarrou seus ombros e a puxou para trás, forçando-a a olhá-lo. — Meu irmão e meu pai foram atacados lá. Eu preciso ter certeza de que eles não estão sofrendo. Não consegui ter uma boa visão de nenhum deles das câmeras de segurança. Os ângulos eram ruins. — Sua voz falhou. — Eu preciso ter certeza de que não estão como aquele homem que tivemos que deixar para trás no Deck Sete.


Brassi apontou para um de seus homens e eles a empurraram para trás. Encontrou a câmera e olhou para ela enquanto apontava a arma para as portas seladas. — Abra, por favor. Nós protegeremos Vivian. — Porra. — Abby amaldiçoou em voz alta em seu ouvido. — Você precisará de muita terapia mais tarde. Não me culpe. — Obrigada. — Vivian tentou se preparar quando as portas se abriram. Havia um cheiro ruim, que a fez estremecer e respirar pela boca. Brassi

e

seus

homens

entraram

primeiro,

com

as

armas

desembainhadas. Ela os seguiu, entrando lentamente. Havia corpos por toda parte. Rasgou-a ver pessoas que ela conhecia espalhadas no chão, algumas delas parcialmente deitadas nas cadeiras onde foram atacadas. Ela se moveu em direção a plataforma onde Big M estava. Ela deu um passo ao redor. Ele não foi comido, mas podia dizer que estava morto. Ela o olhou, seu coração se partindo. Pelo menos ele estava em paz agora. Parecia que seu pescoço foi quebrado, baseado no ângulo estranho onde estava e o sangue seco se


acumulava no chão atrás da cabeça. Olhou para a parede onde foi jogado, vendo mais sangue lá também. Ele não teve uma chance. Ela se virou, lutando contra um soluço e bateu direto em um grande corpo. Brassi colocou o braço ao redor dela. — Aquele é seu irmão? — Pai. —Ela respondeu, — Ele não está sofrendo nem foi comido. Isso é uma benção. — Sua grande mão enluvada esfregou suas costas de leve. — Você não deveria ver isso. — Eu preciso verificar o meu irmão. — Ela se afastou dele e precisou passar ao redor dos corpos caídos, evitando olhar muito de perto. Mikey estava bem atrás, mais alto onde ficava o assento. Ele recuou para lá enquanto lutava. Ela o viu ao redor de algumas cadeiras e congelou. Não podia ver muito dele ainda e não estava certa de que poderia aguentar. A visão da câmera já era ruim o suficiente, mas a realidade era muito pior que uma tela. Brassi se moveu para o lado dela. — É ele?


— Sim. — Eu o verificarei. Não faça isso, Vivian. — Eu preciso ter certeza de que ele não está sofrendo. Brassi suspirou. — Eu faria o mesmo. — Ele deu um passo à frente, se moveu ao redor de uma cadeira e se agachou. Um rosnado baixo veio dele, ergueu a cabeça, encontrando o olhar dela. Seus olhos dourados pareciam tristes. — Deixe-me acabar com isso por ele... por você. Ela correu para frente, entendendo o que ele queria dizer. Mikey não estava morto. Ela empurrou uma cadeira para fora do caminho, quase tropeçou e depois estava ao lado do irmão. Seus olhos estavam fechados e sangue manchava seu rosto. O dano em seu uniforme revelava que ele foi rasgado da caixa torácica até a pélvis, o mesmo que alguns outros. Ela ofegou, mas ignorou a dor, agarrando sua mão e se aproximando, olhando em seu rosto. Mikey respirou superficialmente.


— Vassi, venha agora. — Brassi rosnou. — O irmão de Vivian está vivo. — Oh merda. — Abby murmurou em seu ouvido. — Ele ainda está vivo? Posso ver o suficiente para saber que ele está em má forma. — Ele está. — Vivian admitiu. O médico correu para o lado deles. Brassi saiu do caminho e esperou que Vassi passasse o scanner pelo irmão. Ela olhou para o rosto dele, esperando até que terminasse. Ele abaixou o scanner. — Eu não posso ajudá-lo. —Ele rosnou, tão baixo que ela mal o ouviu. — A saliva está presente em quantidades abundantes. Vivian sentiu seu coração se despedaçar e uma dor penetrante perfurou seu peito. Ela se inclinou para perto do rosto de Mikey. — Estou aqui. — Ela sussurrou. — Sinto muito. — Ela acariciou o cabelo dele com a mão trêmula. Ele a assustou quando gemeu baixinho. Vivian se endireitou, meio horrorizada por ele poder ouvi-la. Então seus olhos se abriram e ela ofegou. — Mikey!


Levou segundos para se concentrar nela. Soube no instante em que ele a reconheceu. A mão que ela segurava a apertou. — Vivian. — Estou aqui, Mikey. — Corra. —Ele resmungou. — Vá para o Controle Um. — Eu o fiz. A ajuda chegou. Ele virou a cabeça, olhando para Vassi, ainda agachado ao lado dele. Mikey pareceu confuso, depois alarmado. — Eles são amigos. Tudo bem. — Ela acariciou o cabelo de Mikey. Seu irmão olhou para ela. — Nave segura? — Sim. Você nos salvou. Eu cheguei ao Controle Um, assim como me disse, iniciei o bloqueio e fui capaz de cortar os Ke'ters e prendê-los. — Ela o informou. — Aqueles que o atacaram estão mortos. Nós os pegamos, Mikey. Ele gemeu, agonia torcendo suas feições. — Dói muito. Lágrimas escorriam por suas bochechas. — Eu sei. Sinto muito!


Ele a olhou nos olhos e mais dor torceu suas feições. Ele gemeu novamente e sua mão se apertou um pouco, mas ainda se sentia fraca. — Cansado. — Eu sei. Descanse. Você salvou a nave, Mikey. Eu te amo. — Ela lutou contra um soluço. — Você é o melhor irmão de todos os tempos. Lágrimas encheram seus olhos. — Estou morrendo. Tudo bem, Vivian. Você não precisa mentir. Ela normalmente teria rido, mas ao invés disso, se aproximou mais. — Você é o melhor. Estou bem aqui com você. Eu te amo. — Também te amo, pirralha. — Seus olhos se fecharam e ele gemeu de dor mais uma vez. Vassi rosnou baixinho e alguém se agachou nas costas dela, apertando-a. — Deixe-me ajudar. — Brassi disse suavemente em seu ouvido. — Ele poderia durar assim por horas ou dias, sofrendo. Não podemos consertá-lo. Seu pessoal não pode consertá-lo. Eu o farei sem dor. Lágrimas continuavam caindo por seu rosto enquanto ela olhava para Vassi. — Você está certo de que não podemos fazer nada?


— Sim. Sinto muito. — O macho sussurrou. — Eu entendo o quão difícil é para você. Brassi é meu irmão. Eu terminaria seu sofrimento se ele estivesse nessa condição. Brassi. Vassi. Ela deveria ter adivinhado que poderiam ter um relacionamento próximo, com nomes semelhantes. Olhou para Mikey. Ele parecia ter desmaiado novamente, mas sua dor era óbvia pela maneira como sua boca se apertava, lábios pressionados juntos. Ele gemeu novamente, desta vez mais alto. Sua mão tremeu na dela. — Não você, Brassi. — Disse seu irmão. — Deixe-me. O homem não precisa de nenhum lembrete de que você foi o único a acabar com o sofrimento dele. — Espere. — Vivian lutou contra outro soluço. — Desligue as câmeras para esta sala, Abby. Houve uma pausa. — Consegui. Aguente firme. — Segundos se passaram. — Eles estão desconectados. Nenhum feed estava sendo gravado na sala. Sinto muito, Vivian. É a coisa certa a fazer. Quero que alguém acabe com meu sofrimento. Tenho certeza que seu irmão também. Vivian se inclinou e deu um beijo na testa de Mikey. — Eu te amo. Diga ao papai que também o amo. Vocês ficarão juntos


novamente. — Ela se virou para Brassi, ainda segurando a mão de Mikey e enterrou o rosto no peito dele. — Por favor, faça isso, Vassi. Ela não podia assistir. O que quer que ele tenha feito, foi de fato rápido. A mão de Mikey ficou completamente mole na dela e parou de tremer. Brassi passou o braço ao redor de sua cintura e ficou de pé, rompendo sua conexão física com seu irmão. Sua outra mão segurou a parte de trás de sua cabeça para ter certeza de que ela não poderia olhar para Mikey novamente. Ele a carregou como se não pesasse nada, caminhando através da sala. Ela agarrou seus ombros, mantendo os olhos fechados, até que ele a colocou de pé no corredor. — Nós estamos fora. Está feito. Ele não sofreu. Ela o soltou e enxugou o nariz, fungando. — Obrigada. Vassi se juntou a eles no corredor. — Sinto muito, Vivian. Ela forçou a cabeça a se virar para olhar para o capacete. Então ela levantou a mão e cobriu a boca. — Não. Obrigada. Nunca se desculpe pelo que fez por mim, já que eu não podia fazer isso sozinha. Mas se for questionado, foi eu quem acabou com a vida dele. As


câmeras não têm som, mas podem ler os lábios se os feeds forem revisados. — Ela abaixou a mão. — Foi por isso que você cobriu a boca. — Brassi adivinhou. Ela deu-lhe um aceno de cabeça. — Eu sofrerei mais tarde. Você está pronto para matar mais Ke'ters? — Dê-nos um momento. — Brassi ordenou à sua equipe. Depois que seus homens se afastaram pelo corredor, Vivian ficou surpresa quando o grande homem abaixou até os joelhos diante dela. Ele estendeu as mãos, removendo completamente o capacete, depois colocou a arma no chão. Ela olhou para as orelhas pontudas e o cabelo preto. Brassi então tirou as luvas. — O que você está fazendo? — Ela estava mais curiosa do que alarmada. Ele a surpreendeu ainda mais, tocando algo perto de sua garganta e houve um leve som de clique. A armadura sobre o peito e abaixo de cada braço se separou levemente. Ele deslizou os dedos na fenda e abriu mais, removendo a parte superior de sua armadura para revelar seu peito e braços musculosos. Seu peito parecia quase


luxuoso, com aquela camada de pelos finos e suaves cobrindo-o. Ela nem teria notado se eles não estivessem tão próximos um do outro. Ele tinha mamilos humanos, cinza escuro e um abdômen maravilhoso. Ele colocou sua armadura no chão e ficou na frente dela. Sua boca estava levemente aberta e fechou-a abruptamente. Ele podia ser diferente dos humanos, mas não tanto assim. Com certeza não foi o suficiente para impedi-la de admirar seu corpo. Em qualquer outro momento, poderia ser mais apreciativa. Naquele momento, sofrendo por sua família, estava mais atordoada do que qualquer outra coisa. — Você quer que eu desligue as câmeras? Ela ignorou Abby. — Brassi? — Estou mostrando minha pele para você. É o que fazemos para mostrar respeito, quando alguém se revela para nós. Acabei de testemunhar sua dor intensa. Revelaria tudo de mim mesmo, mas há as câmeras. — Ele olhou para uma, antes de olhar de volta para ela. — Eu ofereço-lhe conforto.


— Acho que ele quer dizer sexo. — Abby respirou em seu ouvido. — Isso é tão gostoso! O pior momento para um homem cair sobre em você, eu entendo isso, mas o deixaria me consolar. Vivian estendeu a mão e tocou o comunicador, silenciando o comentário da outra mulher. — Obrigada. Ele abriu os braços para ela. — Nós nos abraçamos enquanto lamentamos. Chore, Vivian. Deixe a dor sair. Isso ajuda. Estou aqui por você. Ela se aproximou, hesitou por um longo momento antes de envolver os braços ao redor de sua cintura e fechar os olhos. Ele era tão alto. Colocava-a basicamente em seus mamilos, sua bochecha entre os discos chatos em seu peito. Sua pele tinha uma textura suave, como veludo, mas era firme e também muito quente. Era tão bom, tão reconfortante. Ele a abraçou de volta, segurando-a perto e apoiou o queixo no topo de sua cabeça. Ela o ouviu respirar fundo e ficou contente pelo banho que tomou. Eles apenas ficaram ali e ela o respirou também. Ele cheirava muito bem, como nenhum perfume que já encontrou antes. Talvez, se


tivesse que adivinhar, como um dia quente e ensolarado, com um leve toque doce. Era reconfortante. — Você tem um macho? Suas palavras suaves romperam o silêncio depois de alguns minutos. Ela balançou a cabeça negando. Ele a apertou um pouco mais. — Bom. Ela soltou o aperto em sua cintura, odiando deixá-lo ir, mas eles não podiam ficar lá para sempre. Mesmo que quisesse o contrário. Ele a soltou e ela o olhou. Aqueles olhos dourados se estreitaram um pouco e a maneira como a olhou naquele momento o tornou ainda mais atraente. Era como se a achasse especial. — Bom? Ele fez um som baixo e rosnado. — Sim. Bom. Nenhum macho a escolheu como sua companheira. Aqueles sons dele eram bem sexy. — Você tem companheiras? — Uma companheira. Uma. — Ele olhou para o corpo dela. — Para a vida toda.


Estava ficando quente naquele corredor e não tinha nada a ver com a temperatura. — Você não tem uma companheira? — Não. Seus machos não tomam companheiras? Ela balançou a cabeça. — Nós às vezes nos casamos. Significa fazer um contrato legal para ficar juntos, geralmente ter filhos e morar na mesma casa. Ele fez uma careta e se curvou, colocando sua armadura de volta enquanto ela observava. — Soa frio e sem emoção. — Ele fechou a armadura por seus braços e ao longo de seu peito, escondendo seu corpo dela novamente. Era uma pena, uma vez que tinha um ótimo corpo. Ele fez uma pausa, segurando o olhar dela. — Companheiros são muito melhores. Há paixão e sentimentos intensos. — Eu acredito em você. — Ela acreditava. Brassi tinha muito de ambos e não os escondeu dela desde que se conheceram. Os Veslor não eram uma raça emocionalmente desapegada. Ele sorriu. — Nós conversaremos sobre isso mais tarde. — Seu olhar percorreu seu corpo novamente. — Estou muito ansioso para descobrir tudo sobre você, Vivian.


Ela estendeu a mão e clicou em seu fone de ouvido novamente. — Estou ansiosa para isso também. — Pelo que? Você precisa me contar o que conversaram! Vivian ignorou Abby enquanto observava Brassi colocar as luvas e o capacete. Ele fechou o escudo sobre seu rosto. Ergueu a arma por último, então apontou para onde seus homens foram. Vivian caminhou na frente dele. Estava descobrindo que os Veslor gostavam de manter alguém em suas costas. Podia ser uma coisa estranha que faziam por todos ou talvez fosse apenas mulheres. Uma coisa protetora. Todos os machos estavam encostados nas paredes ao redor da curva. Ela corou, imaginando se foram capazes de ouvir o que conversaram. Não era como se pudesse ver suas expressões para adivinhar. Vassi endireitou-se primeiro de sua posição relaxada e acenou para eles. — Estamos prontos quando você estiver. Qual é o próximo? — A ponte. — Respondeu Vivian. — Simplesmente não sei como fazer os Ke'ters saírem. É bem seguro. Não podemos ultrapassar as portas.


— É uma falha de design, na minha opinião. — Abby murmurou. — Eu disse aos meus pais que deveria haver um código substituto para as portas da ponte quando criamos os sistemas de segurança, mas meu pai e os tomadores de decisão disseram não. — Talvez eles abrirão se fizermos barulho nas portas. — Sugeriu Vivian. — Descobriremos quando chegarmos lá. Brassi tocou seu ombro. Ela olhou para o capacete dele. — Eu estava conversando com Abby. As portas da ponte estão trancadas de ambos os lados. Podemos soltar as travas no lado externo, mas elas precisam ser abertas por dentro para sair. Caso contrário, eles poderiam permanecer fechados até que fiquem sem comida e água. Isso pode levar semanas. Ele permaneceu em silêncio por vários minutos. Então perguntou: — Você pode abrir por dentro da sala de controle? Vivian não tinha certeza. — Abby? Você sabe? — Não podemos. —Respondeu a mulher. Vivian nega com a cabeça. — Não podemos fazer isso.


— Vamos pensar em algo. — Brassi parecia certo. — Vamos voltar para o elevador. Iremos até o Deck Dez. É onde a ponte está localizada.


Capítulo Cinco

Vivian parou o grupo antes de chegarem às portas da ponte. — Assim que chegarmos a essa curva, os Ke'ters poderão nos ver no monitor perto das portas. — Você tem certeza? — Brassi permaneceu perto dela. — Eu estive lá dezenas de vezes, então sim, tenho certeza. — Vivian pensou sobre isso. — Eles podem ver o corredor em uma tela grande. É uma medida de segurança ao mudar de turno. As portas não abrem até alguém dentro aprovar e confirma qualquer visitante. Não há surpresas assim. — Como os Ke'ters entraram, então? Ela olhou para Vassi para responder. — Eu gostaria de saber. Suponho que talvez o Comandante tenha ordenado que alguém fizesse um passeio pela ponte e eles atacaram uma vez lá dentro. É praticamente a única vez que quem não trabalha lá ganha acesso oficialmente. — A menos que subornassem alguém com uma tonelada de dinheiro para nos trair e deixá-los entrar. — Acrescentou Abby.


Vivian não quis mencionar essa opção aos Veslor. Não importava de qualquer maneira, já que todos os membros da tripulação atualmente na ponte foram comidos. Quem os deixou entrar já pagou pelo crime, se fosse esse o caso. — Meu pai mencionou uma vez que existe a opção de voltar para ver o que aconteceu em qualquer lugar onde uma câmera está gravando, mas não tive acesso a isso. Tudo que pude ver foi o feed ao vivo. Os centros de controle têm acesso a duas câmeras dentro da ponte em caso de um evento catastrófico. — Evento catástrofe? — Brassi questionou. — Sabe, se uma bomba explodir ou a ponte não responder por qualquer motivo. — Ela fez uma pausa. — Não há som, claro. As câmeras estão posicionadas em lugares que não representam um risco de segurança no caso de hackers. Mas há opções dentro para verificar a condição da tripulação se a merda der errado. — Apenas um Almirante pode abrir as portas. — Abby fez uma pausa. — Verificação de DNA. Nós estamos ferrados se os Ke'ters não abrirem, desde que verifiquei o manifesto da tripulação e do passageiro. Não há Almirantes a bordo. O Comandante Alderson não


tem acesso ou sugeriria pegá-lo. Você quer que eu liberte o bloqueio do seu lado? Vivian olhou para os Veslor, que usavam armaduras. — Abby quer saber se deveria abrir as portas deste lado. Isso significa que eles podem sair se quiserem. Os homens rosnaram um para o outro, discutindo opções. Pelo menos ela assumiu que era isso que estavam fazendo. Odiava que eles não estivessem falando em inglês e se perguntou por quê. Era da sua natureza às vezes ser suspeita, mas não recebeu nenhuma razão para não confiar neles até agora. Brassi rosnou ferozmente, aproximando-se e colocando a mão no ombro dela. Parecia irritado com um de seus homens, em particular. — O que estão dizendo? — Ela o olhou. Ele parou de rosnar, respirou fundo e respondeu. — Kavs sugeriu que usássemos você como isca. Eu disse a ele que não. Vivian pensou sobre isso. — Não é uma má ideia, na verdade.


Brassi soltou seu ombro e abriu o capacete. Ela estremeceu por como ele gritou com ela. — Não. Você não será colocada em risco, mulher. Vivian levantou um dedo. — Abby? — Você não está pensando seriamente nisso, verdade? — Eu tenho um plano. — Não. — Brassi insistiu. — Porra, não! — Abby sibilou em seu ouvido. — Ouça. Os Ke'ters nos atacaram... o que? Dezoito, dezenove horas atrás? Eles mataram e se alimentaram da tripulação da ponte. Acho que provavelmente adorariam me agarrar. — Ela acenou com a mão pelo corpo dela. — Carne fresca. — Você está louca? — O que está pensando, mulher? Vivian se encolheu ao ouvir os gritos tanto de Abby quanto de Brassi ao mesmo tempo. — Abby pode distraí-los, fechando as aberturas do motor. Eles verão os motores voltando. Ela poderia então abri-los imediatamente,


para que eles pudessem mover a nave, mas enquanto estiverem ocupados, posso correr até a porta, pressionar o botão para que saibam que alguém quer acessar a ponte, então sair correndo. Eles me verão, já que há uns bons setenta metros de corredor na visão deles. Aposto que virão atrás de mim. Mais uma vez... carne fresca. — Ela manteve o olhar fixo em Brassi. — Você e seus homens estarão esperando por eles aqui. — Não! — Brassi rosnou, ainda parecendo irritado. — Eles se movem rapidamente, mais rápido do que você. — Você quer jogar o esconde-esconde com os Ke'ters? Estou com o grande alienígena gostoso nisso. É maluco. — Murmurou Abby. — Também não nos dará acesso à ponte se todos vierem atrás de você. Ainda estaremos trancados. — Você está certa, mas isso também significa que eles não podem nos levar a lugar nenhum. Podemos trazer os motores de volta e com isso, poder total para o suporte de vida. Teremos muito tempo para o nosso pessoal chegar. Incluindo um Almirante que pode entrar lá com seu precioso DNA. Abby suspirou. — Porra. Bem, se funcionar, seria ótimo para nós..., mas você poderia morrer. E se um Ke'ter a pegar?


— O que a outra mulher está dizendo? — Brassi perguntou. — Você pode ver dentro da ponte, Abby. Há um Ke'ter em qualquer lugar perto da porta? Abby fez uma pausa. — Não. Talvez a dez metros. — Sobre o que você esta falando com a outra mulher? — Brassi exigiu, agarrando seus ombros. — Abby pode ver dentro da ponte. Eles não têm ninguém, perto da porta. Ela pode me avisar se isso mudar. — Vamos invadir as portas e desafiá-los. —Disse Brassi. — Os Ke'ters nos odeiam tanto quanto os odiamos. Eu disse que eles atacaram nossas colônias. Nós abatemos todos que tentaram. O orgulho deles exigirá que nos combatam. Tiraremos nossa armadura para parecer menos ameaçadores. Foi a vez de Vivian ficar com raiva. — Não! Eu o trouxe aqui, pedi sua ajuda e não arriscarei você ou seus homens assim. Todos devem permanecer com a armadura. Eu vi o que as armas deles podem fazer. Atirei em um dos idiotas com sua própria arma. Fez buracos do tamanho de um punho. — Ela balançou a cabeça. — Não. Nós vamos com o meu plano.


— Merda. — Murmurou Abby. — Não. — Brassi olhou para ela com aqueles olhos dourados. Apreciava que ele não quisesse que nada acontecesse com ela. Certamente provou que se importava. — É um plano bom e sólido. Você parece saber mais sobre os Ke'ters do que eu. Eles mataram a tripulação da ponte imediatamente. Irão querer carne fresca se acharem que podem me pegar? Seja honesto. Os olhos de Brassi se estreitaram, mas ele finalmente assentiu com a cabeça. — Sim. Podem se alimentar de um corpo durante dias, mas quanto mais fresco, melhor saboreá-lo... ou então estimamos pelo comportamento passado. — Abby, entre nos controles de manutenção aos quais dei acesso. Prepare-se para fechar essas aberturas para inundar os compartimentos do motor com oxigênio. Uma vez que estiverem online, reabra para desligá-los, mas não até você me dizer como os Ke'ters reagem. — Merda! Estou oficialmente declarando que odeio esse plano. Mas o farei. Levará alguns minutos. Direi quando as aberturas fecharem.


— Mantenha-me informada de qualquer Ke'ters perto da porta de saída também. — Você nem precisa mencionar essa parte. É insano, Vivian. Espero que essas pernas curtas possam correr mais rápido que as minhas. Foi por isso que nunca me juntei ao nosso exército ou frota. Não podia passar pelos exames físicos. — Eu não gosto deste plano. Vivian manteve o olhar fixo em Brassi. — Eu o farei. Prepare seus homens. Quando Abby disser que está na hora, correrei para as portas da ponte, pressionarei o botão para avisá-los que estou lá, em seguida, volto para você e sua equipe. — Tem certeza que quer fazer isso? Corra o mais rápido que puder. — Não se preocupe. Estou motivada para ser mais rápida que os Ke'ters. Ele rosnou, virando-se para seus homens, emitindo rosnados. Eles começaram a levantar seus rifles, tomando posições ao longo das paredes, fazendo um caminho entre eles para ela atravessar. Ela fez


uma nota mental para tentar evitar bater em seus grandes corpos quando virou o corredor no caminho de volta. — Você continua correndo. — Brassi ordenou. — Além de nós, até aquele ponto. — Ele se virou, apontando para a outra curva no corredor. — Vassi irá protegê-la no caso de algum passar por nós. — Entendi. — Ela se sentiu aliviada por ele não discutir mais ainda. — Por que há tantas voltas? Ela olhou de volta para Vassi. — Nos corredores? — Sim. — Eu não tenho idéia. — Eles são projetados para dar à tripulação uma sensação de que a nave é menor do que realmente é e mais aconchegante. —Disse Abby em seu ouvido. — Imagine um corredor de corredeiras com poucos campos de jogo e como isso seria intimidante. Eles projetam os corredores para evitar que as pessoas percebam o quão longe precisam andar para chegar a várias seções. — É bom saber. — Resmungou Vivian.


— O que? — Brassi perguntou. Ela sorriu. — Apenas Abby me mantendo atualizada. Ela está quase pronta para fechar as aberturas. A ponte receberá uma notificação através do computador quando os motores começarem a ficar on-line, o que os Ke'ters poderão ver ou ouvir. — Sim. — Abby confirmou. Vivian começou a esticar seu corpo, preparando-se para correr. Todos os Veslor pareciam observar, a julgar pela maneira como seus capacetes se voltaram para ela. Ela os ignorou. Provavelmente achavam que humanos eram bem estranhos, se Veslor não tivessem que se aquecer antes de correr. Tudo bem se a achassem confusa. Apenas queria ter certeza de não ter uma cãibra muscular. Isso seria ruim enquanto corresse por sua vida. — Tudo bem. — Abby limpou a garganta. — Está pronta? Apenas tenho que apertar mais uma tecla e as aberturas serão fechadas. O inimigo deve perceber isso em segundos quando o fizer. — Diga-me tudo o que está acontecendo dentro da ponte. Cada detalhe. Vivian fez um sinal para os Veslor. — Hora do jogo.


Brassi rosnou. — E se alguma coisa der errado, finja de morta. Nós cuidaremos de você. Fingir de morta. Ela assentiu. — Faça isso, Abby. — Fechando as aberturas agora. — Abby fez uma pausa. — Eles estão respondendo e fechando. — Ela fez uma pausa novamente. — Há ação na ponte. Os Ke'ters estão recebendo algum tipo de alarme. Estão todos indo em direção ao painel frontal. Eu não sei que sistema é, mas suponho que seja algo a ver com os motores. O da porta também. Está a uns bons nove metros daqui agora. Vivian se lançou, correndo o mais depressa que pode pelo corredor, depois de contornar a curva. Duas enormes portas duplas estavam lá embaixo, mas seu foco estava no painel de acesso. Ela chegou e apertou o botão, ofegante. — Eles estão virando! — Abby gritou em seu ouvido. — Corra! Vivian não precisava de mais insistência. Girou e correu por sua vida. Ouviu as portas se abrirem um segundo depois, mas não olhou para trás. O corredor não parecia tão longo até aquele segundo. Ouviu barulhos atrás dela e adivinhou que os Ke'ters estavam bem perto.


Uma explosão atingiu a parede, ela quase tropeçou, mas os Ke'ters não perderam o passo. — Pare! — Gritou uma voz computadorizada. Ela ignorou, fez a curva e se manteve no centro do corredor, evitando com sucesso os volumosos corpos blindados dos Veslor quando passou correndo. Armas de fogo ecoaram atrás dela novamente, mas ela continuou até a próxima curva. Vassi a agarrou e ela bateu em uma parede, presa ali por sua grande e dura armadura. Vivian ofegou, seu coração batendo forte. Gritos soaram, junto com estrondos. — Porra! — Abby gritou em seu ouvido. — O que? Abby não respondeu. Vivian tentou recuperar o fôlego, ouvindo a luta. Mais armas soaram, junto com gritos estridentes que agora identificou como os dos Ke'ters. Abby gritou em seu ouvido: — Todos os Ke'ters deixaram a ponte, mas um deles deve ter percebido que as portas fechavam


automaticamente, porque girou e tentou entrar. Mas foi muito lento. Está parcialmente preso na porta, mas vivo. Ele está lutando, tentando se mover para dentro. Estão lutando lado a lado, mas ninguém o vê desde que estão no corredor entre onde você está e a ponte. — Não há dispositivos de segurança? — Isso surpreendeu Vivian. A maioria das portas da nave se recusava a fechar se um corpo as bloqueasse. Era um recurso de segurança automático para evitar lesões. — Não com as portas da ponte. Elas fecham. Merda! Aquele bastardo vai se soltar, Vivian. — Vassi! — Ela empurrou contra ele. — Há um Ke'ter preso nas portas da ponte. Atire nele antes que volte para dentro! O grande macho fez uma pausa e rosnou. — Não se mova. — Ele correu pelo corredor, onde a luta estava ocorrendo. Vivian pegou a faca tática do pai e recuou. Bem, se alguém que não usasse armadura aparecesse naquele canto, teria que lutar. Ela tomou uma postura defensiva, usando as duas mãos para segurar o cabo. Não se tornaria comida Ke'ter de forma alguma. Um tremor percorreu sua espinha.


— Deus. — Abby suspirou. — O homem que deixou você está abrindo caminho através da luta e... — Ela fez uma pausa. — Ele conseguiu. Está correndo em direção ao Ke’ter preso. Atirando agora... sim! Ele acertou o bastardo, mas ainda está se movendo. Ele ainda vai entrar! — Não. — Vivian sabia que nunca conseguiriam que o alienígena saísse novamente, agora que estava claro que prepararam uma armadilha. Ainda teriam que se preocupar se ele sabia ou não pilotar o Gorison Traveler quando colocassem os motores on-line, depois que o poder de backup se esgotasse. — Ele atirou nele novamente... porra! O Ke'ter está dentro. Espere... — Esperar pelo que? — Isso machuca. Ele cambaleou, agora está de joelhos. Foi preciso dois tiros. Uma para as costas e uma para o lado da garganta. Vivian esperava que fosse o suficiente para matar o Ke'ter. O tempo parecia se estender para sempre naqueles segundos enquanto esperava por outra atualização de Abby.


Um grande corpo repentinamente se moveu pela curva no corredor. Não estava coberto de armadura preta. Vivian ofegou, momentaneamente congelada com a visão do Ke'ter correndo em direção a ela. Então ela reagiu. Aqueles bastardos mataram seu pai e irmão. Em vez de fugir, ela se lançou para frente. O alienígena era alto demais para ela facilmente atacar sua garganta. Em vez disso, apontou para baixo. A anatomia básica em muitos alienígenas era a mesma. Caiu de joelhos para fazer um alvo menor quando passou a mão para ela com aquelas garras afiadas e ela levou a lâmina da faca para cima, prendendo-a em sua virilha. O alienígena gritou. Algo de repente bateu forte de cima, ela rolou para o lado, batendo no chão e na parede. O Ke'ter estava caído, com um corpo blindado em cima. Um dos Veslor atacou por trás. O Veslor não tinha mais seu rifle, em vez disso, ela o viu usar as mãos no pescoço do Ke'ter. Sangue verde voou, salpicando-a. Ela afastou a cabeça e levantou as mãos, tentando proteger os olhos. Um rosnado alto soou quando o grito cortou e ela finalmente abaixou as mãos, virando a cabeça.


O corpo blindado permaneceu, mas o Ke'ter permaneceu no chão, imóvel. — Você está ferida? Ela olhou para o Veslor blindado e assentiu. — Estou bem, Brassi. Obrigada. — Eu vou bater em Vassi por deixá-la! — Ele se aproximou e ofereceu-lhe uma mão. Ela notou que havia sangue verde nas pontas da luva. Não importava muito, já que ela foi pulverizada com isso. Agarrou sua mão e o deixou levá-la facilmente. — Eu pedi para ele. Por favor, não fique irritado. — O Ke'ter caiu. — Atualizou Abby. — Acho que ainda está vivo, mas está muito machucado. Posso ver a gosma verde se espalhando no chão ao redor dele. Brassi puxou-a para trás, colocando-se entre ela e o corredor seguinte. Então caminhou para frente. Ela hesitou, mas seguiu. A visão quando virou o corredor deixou-a atordoada. Os Ke'ters estavam caídos, os Veslor estavam de pé, mas o dano no corredor era épico. Marcas de queimaduras marcavam as paredes


e o chão, juntamente com muito sangue verde. Alguns dos Ke'ters estavam em pedaços. Partes do teto pendiam, devido a danos causados por explosões. Ela notou que as luvas de alguns dos outros Veslor estavam rasgadas na ponta dos dedos, como se algo as tivesse rasgado. Ele e seus homens devem ter usado suas garras durante a luta para matar os Ke'ters. — Não está se movendo. — Disse Abby. — Ampliei o mais perto que pude. Está respirando, no entanto. — Merda. Brassi se virou para ela e abriu o capacete. — O que há de errado? — Um dos Ke'ters voltou para dentro. Vassi atirou duas vezes, ele caiu, mas não está morto. Eles têm boas habilidades de cura? — Eu não sei. — O olhar de Brassi se fixou no dela. — Nós os matamos nas lutas. — Ficarei de olho no bastardo. — Prometeu Abby. — Feche as aberturas enquanto estiver caído e coloque os motores online. Uma vez que voltarem, devem reabastecer as baterias, certo? — Vivian esperava que sim, de qualquer maneira.


— Eu não sei. Engenharia não é minha coisa. Ligarei para seu amigo Donny para perguntar. Volto logo. Ficarei em silêncio, mas poderei ouvi-la. — Obrigada, Abby. Brassi tocou seu ombro. — Quantos mais Ke'ters? Os três desaparecidos e presos nos corredores da nave quase lhe escaparam durante a luta. — Não muitos. Algum dos seus homens está ferido? — Estamos todos bem. Ela se sentiu grata por isso. — Precisam descansar? Ele bufou. — Estávamos entediados até pegarmos seu sinal de socorro. — Ele abaixou a voz e algo quente brilhou em seu olhar dourado. — Veslor têm excelente resistência. Ele estava flertando com ela? Sentiu o calor subir por suas bochechas quando decidiu que estava. Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Bom saber. Sua expressão ficou sombria. — Você tem certeza de que não está ferida?


— Estou bem. Juro. Com um pouco de falta de ar, mas voltando ao normal. Não corro muito. — Você foi rápida, mulher. Impressionante com um corpo tão pequeno. Era tentador salientar que qualquer mulher humana seria pequena comparada a ele. Veslor eram maiores que a média humana... por muito. Ele a deixou para falar com seus homens, voltando mais uma vez aos grunhidos. Ela queria poder entender o que estava sendo dito. Até onde sabia, o idioma deles ainda não foi adicionado ao banco de dados para tradutores padrão. Então novamente, não estava usando um fone de ouvido que tinha essa capacidade. — Os motores estão de volta, Donny confirmou. E é melhor que nada. O Ke'ter parece inconsciente e seriamente ferido, a julgar pela poça ao redor do que parece ser seu sangue. Isso me lembra o lodo dos motores solares quando estão velhos. É essa cor verde gosma. — Abby parecia mais calma. — Eu não sei o que parece. Morei em naves a maior parte da minha vida. Nunca vi um veículo terrestre solar de perto. — Vivian admitiu. — Morei em um dormitório na faculdade e ficava no terreno.


Mas aceitarei sua palavra para isso. Preciso de outro banho. Ok, você observa a ponte, mas precisamos ir atrás do próximo Ke'ter. Mostrenos um caminho através das portas de emergência. — Já estou nisso.


Capítulo Seis

Brassi permitiu que Yoniv assumisse a liderança enquanto atravessavam a nave, despachando rapidamente os poucos Ke'ters restantes. Queria ficar de olho na pequena terráquea que enquanto ela seguia sua tripulação. Parecia cansada, mas se recusou a descansar. Seu olhar continuava indo para sua bunda redonda e ele precisou lutar contra o desejo de tocá-la. As fêmeas da Terra eram menores e muito mais tímidas do que estavam acostumados. Uma fêmea Veslor o informaria sem hesitação se estivesse interessada nele. Tendiam a abordar corajosamente machos com quem queriam copular. Não era assim com Vivian. Isso o deixava confuso e desequilibrado. Ela permitiu que a abraçasse, no entanto somente, quando lhe ofereceu conforto durante sua dor. Esse poderia ser o modo terrestre de mostrar interesse em um homem, se permitiam segurá-las. Realmente queria saber mais sobre a raça dela. — Seus olhos começarão a doer se você encarar a fêmea com mais força. — Gritou Vassi pela frente, usando a linguagem deles. — Cale a boca. —Ele ordenou.


Kavs riu. — Eu também vejo a atração. Mas precisa ter cuidado ao ficar com uma. Elas parecem fáceis de machucar por acidente. — Eu me recuso a discutir isso com qualquer um de vocês. — Agora não era a hora. Seus machos podiam provocá-lo mais tarde, quando voltassem ao Brar. — Acho que essas mulheres não lutam com os machos para copular. Ele ponderou as palavras de Ruggler. Ele era o negociador deles e normalmente o que aconselhava quando faziam novos negócios com raças desconhecidas. Ele tinha um dom para avaliá-los rapidamente e descobrir como pensavam. — Concordo. Elas parecem muito tímidas. — Os machos de sua raça não são. — Nessel resmungou. — Eu lutei com alguns. — Você luta contra todos. — Lembrou Vassi. — Gosta de insultar até que atacam para calar a boca. Vivian olhou para ele. — O que vocês estão dizendo? Sua linguagem era suave e musical para seus ouvidos. Ele se virou para ela. — Estamos discutindo a atualização que faremos. —


Brassi sentiu um pouco de culpa por contar a mentira, mas não estava disposto a compartilhar que sua equipe o provocava sobre sua atração. Isso poderia deixá-la com medo. Era a última coisa que queria. — Eu realmente aprecio isso. — Ela sorriu antes de virar para frente novamente. — Não sei como retribuirei o que você fez. Seu olhar caiu para sua bunda. Vassi riu, mais uma vez falando Veslor. — Aí está. Peça a ela algumas horas em sua cama em troca de nossa ajuda. — Cale a boca. — Brassi respondeu novamente. — Nosso rei gostaria de ter um melhor acesso comercial com a Terra Unida. Os líderes de seu planeta podem nos permitir mais acesso em suas estações espaciais por salvar tantas vidas nesta embarcação. Recusome a negociar o acesso ao corpo dela. Isto é errado. — Aposto que se sentiria bem com ela debaixo de você. — Kavs fez uma pausa. — Bem, caso você se encaixe. Ela é tão pequena, seria frustrante se a descobrisse, apenas para não funcionar. Alguns de seus machos riram. Brassi apertou os dentes, prometendo levá-los para a sala de treinamento para fazê-los se


arrependerem mais tarde. Chutaria suas bundas quando voltassem para o Brar. — Fale a língua dela. —Ordenou. — Nós a deixamos nervosa quando não consegue nos entender. — Ela deveria estar preocupada com você prendendo-a em sua cama para ver se pode levá-lo para dentro dela. Como ficam excitadas se uma luta não é uma preliminar? Ele rosnou um aviso para Kavs. — Suficiente! — Toques suaves e talvez alguns rosnados baixos. —Sugeriu Vassi. Ele finalmente calou a boca, provavelmente pensando nas palavras de Vassi e imaginando como seria diferente copular com uma fêmea humana. Brassi sabia que estava imaginando tirar Vivian de sua roupa e descobrir como fazê-la sentir a mesma atração. Eles chegaram a uma seção onde o corredor permanecia bloqueado com portas seladas e olhou para Vivian. Ela parou de andar e se virou para encará-lo. Seus olhos eram de um verde claro, muito bonito. Achava tudo sobre ela atraente, incluindo o cabelo loiro


bagunçado que emoldurava seu rosto delicado e caía sobre seus ombros magros. — Há um Ke'ter do outro lado. Abby diz que está andando de um lado para o outro, como se soubesse que estamos chegando ou algo assim. Não sei como, a menos que esteja em contato com os sobreviventes e os avisaram. Então novamente, a tripulação da ponte correu atrás de mim. Não pareciam saber que os outros estavam mortos ou duvido que tivessem saído. Brassi apreciou que a mulher compartilhasse seus pensamentos com ele. — Não importa se o Ke’ter sabe que estamos aqui ou não. Ele morrerá. — Ele fechou o capacete e fez sinal para seu irmão. — Proteja ela. Vá com ele, Vivian. Fique atrás da armadura dele. — Eu já sei. — Ela se aproximou de Vassi. Sentiu-se um pouco ciumento, desejando poder proteger sua pequena estrutura quando surgisse uma briga. Eles eram seus machos, no entanto e enquanto deixava Yoniv dirigir o grupo enquanto andavam pela nave, Brassi sentia a necessidade de liderálos na batalha, desde que ele foi quem se ofereceu para salvar os terráqueos. Ainda estava irritado porque seu irmão mais novo a


deixou quando eles atraíram o inimigo da ponte da nave. Entendia a razão, mas um Ke'ter ainda conseguiu fugir e quase matou Vivian. Sentiu uma raiva pura quando atacou o Ke'ter, sem saber se ela foi prejudicada. Tudo o que sabia ao certo era que ela caiu de joelhos e o Ke'ter tentara bater nela. Morreu depressa demais para o gosto dele, mas apenas queria garantir sua segurança. Ele e Vassi teriam tido uma briga sangrenta se ela fosse ferida. Ele andou até as portas de emergência, tirou o rifle do ombro, onde pendurou a alça e rosnou baixo. — Abra a porta. Ele ouviu Vivian dizer baixinho para a outra fêmea fazer isso. As portas se abriram para revelar mais corredor e o Ke'ter rapidamente se apressou. Brassi atacou, usando sua lâmina. Odiava atirar em um inimigo. Era muito fácil tirar a vida desse jeito. Sangue ruim permaneceu dos numerosos ataques de Ke'ter em suas colônias de cultivo de alimentos também. Os idosos e os jovens tendiam a viver nas crescentes cidades. Não eram homens ou mulheres treinados para lutar. Atacá-los foi um ato covarde dos Ke'ters. Sentia imensa satisfação toda vez que matava um membro da raça assassina.


O macho disparou sua arma, mas não perfurou a armadura de Brassi. Ele rosnou de raiva e usou a lâmina para ir na garganta fina do Ke'ter. Ele tentou recuar, mas o decapitou rapidamente, permitindo que Kavs atirasse no coração. Já estava morto, mas isso não importava. Todos perderam alguém da família para os Ke'ters em algum momento nas últimas duas décadas. Era muito fácil matar os Ke'ters presos na enorme nave. Ele voltou para Vivian. — Qual é o próximo? Ela parecia preocupada. — Esse é o último do qual temos conhecimento. Os três restantes provavelmente estão presos nos quartos da tripulação. — Qual é o plano para localizá-los? Ela hesitou, olhando para a câmera e Brassi se perguntou sobre a fêmea chamada Abby atrás das câmeras, abrindo as portas e movendo-os ao redor da nave. Vivian finalmente encontrou seu olhar. — Abby acha que devemos ir para os quartos da equipe prioritária para deixá-los sair e permitir que nos ajudem. — Quem é a equipe de prioridade?


— Abby encontrou o pessoal de segurança do turno da noite e localizou seus aposentos de acordo com a classificação. O turno do dia estava trabalhando durante o ataque e perdemos a maioria dos líderes de equipe. — Ela fez uma pausa, fazendo uma careta. Além disso, devemos deixar o Comandante Alderson sair. Ele aprendeu muito sobre Vivian em um curto período de tempo, inclusive adquirindo a capacidade de ler algumas de suas emoções. O que ela mostrava agora parecia ser desagrado. — Você não gosta do macho. Por quê? — Ele é o Capitão da nave. — Ela baixou a voz. — É um idiota total. Quando o ataque aconteceu, se recusou a acreditar que eu dizia a verdade. Ele me acusou de mentir. Raiva o percorreu. — Você é honrada e sincera, Vivian. — Lembra daquela conversa que tivemos sobre como alguns humanos serem bons e outros não? Bem, não penso muito nele. Não aceitará bem quando perceber que a equipe de resgate que eu permiti embarcar não é uma das nossas. — Ele ficará com raiva de você por nos deixar ajudar? — O macho parecia estúpido para ele.


— Grande momento. Ele é irracional, teimoso e eu mencionei que ele é um idiota? — Então ela parecia cautelosa. — Devo avisá-lo de algo. — Oque? — Ele pode me prender. E se ele o fizer, por favor, não interfira. Brassi ficou atordoado, mas rapidamente se transformou em raiva. — Oque? — Eu não estava autorizada a entrar no Controle Um, nem colocar a nave em bloqueio ou qualquer outra coisa que fiz para manter as pessoas vivas. Sou uma trabalhadora civil. Isso significa que qualquer coisa relacionada à segurança não é meu trabalho. Ultrapassei muitos limites e violei muitas regras. Ficará tudo bem, no entanto. Depois que todos os fatos saírem, tenho certeza de que serei inocentada de todas as acusações que ele apresentar contra mim. Brassi não sabia o que dizer, mas não permitiria que ela fosse presa. Isso significava ficar trancada em uma cela ou pior. Viu muitos prisioneiros nas colônias com quem negociavam. Os que eram considerados culpados de crimes eram frequentemente usados como trabalhadores forçados para pagar.


— Realmente ficarei bem, Brassi. Haverá uma investigação que pode levar algumas semanas, mas assim que repassarem todas as filmagens e juntarem o que aconteceu, ninguém irá me colocar na prisão ou me executar pelo que fiz. Agora as palavras dela o horrorizavam. — Executar? Como matar? Você salvou seu povo! Trouxe-nos a bordo para lidar com a ameaça Ke'ter. — Tenho certeza que eles perceberão isso. — Ela deu-lhe um sorriso forçado que não alcançou seus olhos. — Abby concorda comigo. Posso ser presa, mas uma vez que a investigação terminar, serei liberada das acusações e solta. — Ela encolheu os ombros. — Apenas precisarei procurar um novo emprego. Não tem como o Comandante Alderson permitir que volte à sua nave. — Isso está errado. — Vassi falou antes que pudesse. Brassi concordava com seu irmão. Vivian olhou entre eles. — Nós temos regras. Quebrei todas. Foram circunstâncias atenuantes, no entanto. — Ex-o que? — Essa palavra não se traduziu.


— Era uma situação terrível. — Explicou ela. — As regras tinham que ser quebradas ou não teríamos chance de sobrevivência. Os investigadores que terão que rever o que aconteceu, espero que vejam isso e eu provavelmente não serei mandada para julgamento. — Ela fez uma pausa por um longo momento. — Abby diz que ela e sua família conhecem alguns Almirantes, tem certeza de que também serei inocentada. Tudo ficará bem. Apenas não se assuste se eu for algemada e levada, ok? Ele não sabia como responder. Parecia tão errado e a idéia dela estar em apuros por qualquer coisa que fez o irritou. — Eles devem se ajoelhar e agradecer por salvá-los. — Você realmente acredita isso. Eu acabei de quebrar algumas regras, bem, muitas delas, para você chegar aqui. — Eles irão nos prender? Ele viu o rosto dela empalidecer com a pergunta de Nessel. Ela hesitou por um longo tempo. — Abby e eu achamos que não. É uma preocupação real. — Ela fez uma pausa novamente. — Há alguns agentes de segurança em quem confio que trabalharam com meu pai e meu irmão durante anos. São inteligentes e razoáveis. Nós poderíamos soltá-los primeiro, ter certeza de que estão vivos e que


nenhum Ke'ter está se escondendo em seus alojamentos, então você deve sair antes de liberar o Comandante Alderson de seus aposentos. — Eu não gosto do seu plano. —Afirmou inflexivelmente. — Mesmo três Ke'ters são uma ameaça se suas armas não os matarem. Vivian ouviu, olhando para as câmeras, deixando claro que Abby estava falando com ela. Ela finalmente encontrou seu olhar novamente. — Abby sugeriu que fôssemos de porta em porta, falássemos com quem está dentro primeiro para ter certeza de que são humanos antes de abrir as fechaduras de seus quartos. Qualquer um que não responder ou que pareça usar um tradutor, ficará preso até que as equipes de resgate nos procurem na Estação Espacial Branston. Consegui derrubar um Ke'ter com uma faca tática. Um único Ke'ter não teria chance contra, pelo menos dez pessoas com lâminas. Nós teremos os números do nosso lado e não é como se um ataque fosse uma surpresa agora. Brassi tinha que admitir que soava prático. Ele assentiu. — Acho que devemos ficar com você até que todos os Ke'ters sejam encontrados. — Não quero correr o risco de que o Comandante Alderson ordene que você seja preso também, Brassi. Ele é estúpido e irracional


quando está sóbrio e estava bêbado na última vez que nos falamos. — Ela faz uma pausa, olha para a câmera e ri. — Eu não me importo que não esteja escondendo meus lábios, Abby. Quis dizer cada palavra. Ele trouxe os Ke'ters a bordo e pensou que eu estivesse fazendo uma brincadeira quando as pessoas pelas quais ele era responsável estavam sendo mortos e comidas! Deixe-o ficar irritado se descobrir que o chamei de nomes quando revisarem todas as imagens. Brassi não gostava da idéia de deixar Vivian para trás se ela fosse presa. Suas próximas palavras saíram de sua boca sem pensar. — Você deveria vir conosco quando formos. Podemos deixá-la em uma estação terrestre, depois que todos perceberem como salvou vidas com suas ações. Ela pareceu surpresa e seus olhos se arregalaram, tornando-se ainda mais redondos. Eram definitivamente bonitos. Então ela balançou a cabeça. — Preciso ficar aqui para falar com os investigadores. Obrigada pela oferta. Ficará tudo bem, Brassi. Eu também contarei a eles como você e seus homens nos ajudaram. Salvou nossas vidas. — Ela olhou para os machos dele. — Obrigada. Não posso agradecer o suficiente. Não apenas nos salvou, mas também a nave. Isso significará muito para a Terra Unida. O Gorison


Traveler é uma de suas maiores e mais caras naves de pessoal nãocombatentes. Ela olhou para a câmera, ouvindo Abby. Então segurou o olhar dele novamente. — Abby agradece a você também. Como eu disse, ela conhece alguns Almirantes e promete compartilhar o quanto você foi generoso ao arriscar suas vidas. Você e seu povo seriam um trunfo para ter como aliados na Terra Unida. Ela tem certeza de que pode convencê-los a fazer negócios com Veslor. Como entram em contato com você? — Basta enviar uma transmissão para o nosso rei no mundo natal de Veslor. Vou atualizá-lo sobre o que aconteceu quando voltarmos ao Brar, minha nave. Ele ficará satisfeito. Houve uma época em que não nos associamos a muitas outras raças, aderindo ao nosso quadrante, mas os tempos estão avançando. O comércio é saudável para nosso futuro. — Ele tinha o desejo de tocá-la, mas resistiu. — Fazer amigos é bom. Ela sorriu. — Concordo com isso cem por cento. — Ela está flertando com você? É difícil dizer com essas fêmeas. — Kavs sussurrou em seu idioma.


— Quieto. — Ele respondeu no mesmo tom, não querendo que Vivian se assustasse se ele rosnasse. Mudou de volta para o inglês. — Bom. — Eu acho que ela está. — Ruggler riu. — Você deveria provar sua boca para ver como ela responde. Ele realmente levaria cada um deles para a sala de treinamento e os derrubaria quando voltassem para a nave. Era próximo a sua equipe, mas às vezes eles o irritavam. Provocá-lo fazia isso mais rápido que qualquer outra coisa. Vivian olhou para câmera. — Encontre os aposentos de Mitch Reese e nos leve até lá. Nunca estive ali, mas ele é um dos chefes de segurança do turno da noite. Não estava entre os mortos que vi nas câmeras. É esperto, era amigo íntimo do meu pai e é nossa melhor aposta para buscar ajuda. Brassi seguiu Vivian e seus homens enquanto entravam em outro elevador, foram para um nível diferente na grande nave e pararam do lado de fora de uma porta. Vivian fez sinal para que se afastassem alguns metros. — Eu sinalizarei e Abby desbloqueará seus aposentos, pedindo para que saia. Espero que nenhum Ke’ter seja dentro.


Agarrou Vivian e puxou-a para trás, colocando seu corpo entre ela e a porta. — Isso soa muito perigoso. — Ele surtará se você fora a primeira pessoa a ver. — Ela o olhou para. — Fique ao meu lado. Que tal isso? Ele não gostou, mas assentiu. Vivian estendeu a mão e apertou um botão ao lado da porta. — Mitch? É Vivian. Não houve resposta. Vivian sussurrou e Abby abriu a porta. — Podemos entrar, mas daremos a ele um minuto. A porta se abriu e um homem de uniforme estava segurando um rifle de laser. Ele recuou, olhando entre Brassi, seus machos e Vivian. Ela lentamente levantou as mãos. — Calma, Mitch. Eles são amigos. Eu os trouxe a bordo e estão matando os Ke'ters para nos salvar. Conheça os Veslor. São comerciantes na área. Você pode abaixar o rifle. Eu juro que está tudo bem. O macho manteve a arma levantada. — Que porra, Vivian?


— Nós não conseguiríamos se tivéssemos que esperar alguém da Estação Espacial Branston nos alcançar. Eles sequer responderam ao nosso sinal de socorro. Tudo o que eu disse no comunicador quando fiz anúncios era verdade. Os Veslor não são nossos inimigos. Olhe para mim. — Ela insistiu. O macho a olhou. — Você me conhece há anos, Mitch. — Tristeza entrou em sua voz. — Os Ke'ters assassinaram meu pai e meu irmão. Eles esmagaram a parte de trás da cabeça de papai e comeram Mikey. — Emoção sufocou sua voz. — Esses alienígenas vieram em nosso socorro. Eles não nos machucarão. Eu tenho trabalhado com eles por horas enquanto matam os Ke'ters. A ponte não está mais sob controle deles. Queriam nos levar para algum lugar para nos fazer de comida. Precisei desligar os motores para evitar que isso acontecesse, o que significava que tínhamos quatro dias antes da energia do backup acabar. Sem suporte de vida. Nenhum poder. Sem calor. — Ela fez uma pausa. — Os motores estão novamente on-line e recarregando o backup. Estamos trancados fora da ponte, mas isso não é um problema, já que ninguém está lá para nos levar mais longe. Apenas precisamos esperar que as equipes de resgate de Branston cheguem até nós. Os Veslor nos salvaram, Mitch.


O humano olhou para cada um dos machos de Brassi, antes de encarar Vivian novamente. — Você está absolutamente certa sobre eles? — Eu confio nos Veslor com a minha vida e a sua, desde que os trouxe para você. Ela rapidamente disse ao macho tudo o que aconteceu, incluindo o medo de que o Comandante prendesse Brassi e seus homens, além de seu plano de tirá-los da nave antes de permitir que Alderson saísse de seus aposentos. Mitch ainda parecia tenso e sem vontade de abaixar a arma. — O que meu pai teria desistido, Mitch? Inverta a situação e veja de sua perspectiva. Enviamos um sinal de socorro, os Veslor responderam, os convidei para esta enorme nave da frota, dizendo que precisávamos de ajuda. Poderia ser uma armadilha para capturálos, mas se dispuseram a vir. Acreditaram em mim. Confiaram em nós. Por favor. Pense Mitch. Mitch finalmente assentiu. — Você está certa. — Ele suspirou. — Alderson perderá a cabeça, Vivian. Tenho orgulho de você, no entanto. — Ele abaixou completamente a arma, parecendo não ter


mais como alvo Brassi ou seus machos. Então olhou para cada um deles. — Obrigado por ter virem salvar nossas bundas. Vivian se virou. — Este é Brassi. Ele é o Capitão da Brar. Brassi estendeu a mão e abriu o capacete. — Prazer em conhecêlo. O macho pareceu atordoado por uma fração de segundo ao ver seu rosto, mas depois se recuperou. — Você fala a nossa língua. — Aprendemos quando ouvimos seu sinal de socorro. Vivian não deveria ser presa. — Ele queria ser claro sobre isso. O macho fez uma careta. — Eu concordo, mas não sou o Comandante. Será a decisão dele... quando puder dar ordens novamente. Mas não posso ver o idiota olhando para essa porra de bagunça e deixar passar qualquer acusação. — Idiota? — Brassi olhou para Vivian pedindo esclarecimento. — Ele acha que ficarei bem. — Ela deu-lhe um sorriso. — Serei libertada depois que a investigação terminar. Não se preocupe, Brassi. Ele esperava que ela estivesse certa. A fêmea fez o que era necessário para salvar vidas terráqueas. E se seu próprio povo fosse


irracional demais para entender isso, talvez fosse melhor se Veslor não negociassem com eles, afinal. Ainda queria oferecer novamente para Vivian sair com eles. Dessa forma, poderia ter certeza de que ela ficaria segura. Não permitiria que qualquer dano viesse a ela. Vivian voltou para o macho terráqueo. — Quem buscaremos em seguida? Imagino que devamos ter pelo menos cinco agentes de segurança conosco antes que os Veslor saiam. — Espere. — Mitch se virou, entrou em outro quarto e voltou com algumas lâminas táticas. Manteve seu rifle também, mas as lâminas ele prendeu em seu corpo. — Eu tenho alguns homens e mulheres e seus aposentos estão próximos. Eu os designei para quartos próximos aos meus para um evento como esse. Estamos nos comunicando o tempo todo, nos preparando para o pior. Estarão prontos para uma briga com os outros três Ke'ters. Brassi não gostou do som disso. — Você deve esperar por mais segurança. O macho encontrou seu olhar. — Eu estou em contato constante com pelo menos vinte da minha força noturna desde que essa


bagunça começou e estávamos trancados. Podemos lidar com os Ke'ters, agora que sabemos que o fogo a laser não funciona neles. Vivian se aproximou e colocou a mão em seu peito. — Nós ficaremos bem, Brassi. Abby tem nossas costas. — Eu quero mais informações sobre esta Abby. —Resmungou Mitch. — Você tem um civil desconhecido no Controle Três. — Ele lançou um olhar preocupado para Vivian. — O que estava pensando? — Que eu queria que todos nós sobrevivêssemos! — Ela respondeu. — Eu disse quem é Abby. Ela atualiza os sistemas para a frota. Sua experiência é muito maior que a minha. Eu soube que podia confiar nela no momento em que passou os códigos de substituição para o comunicador de longa distância e foi capaz de hackear as comunicações internas para chegar até mim no Controle Um, em primeiro lugar. Isso requer habilidade e conhecimento. É um sistema isolado. Mitch suspirou. — Ok. Dois quartos à esquerda. Eles caminharam até onde Mitch indicou. Brassi fez um gesto para que seus machos ficassem para trás e permitissem que os dois terráqueos fossem para as portas sozinhos. Confiaria que Mitch


conversou com quem quer que vivesse do outro lado durante o confinamento e que um Ke'ter não viria em disparada para atacar. O homem naquele quarto também estava fortemente armado quando as portas se abriram. Mitch deu-lhe algum tipo de sinal manual e o humano abaixou o rifle, olhando com olhos arregalados para Brassi e seus machos. — Esses homens são Veslor. Eles já mataram a maioria dos Ke'ters e são amistosos. Nós reuniremos mais alguns dos nossos e então eles sairão assim que voltarmos ao controle. Saia, Paul. Faremos bonito. O macho hesitou, mas entrou no corredor, dando-lhes amplo espaço. Estava tudo bem com Brassi se eles não fossem imediatamente confiáveis. Vivian parecia relaxada e sem medo. E logo ele a deixaria nesta nave. Isso encheu Brassi de pesar. As poucas horas que passaram juntos o fizeram querer conhecê-la melhor.


Capítulo Sete

Vivian ficava cada vez mais nervosa com a desconfiança que os membros da segurança mostravam aos Veslor. Mitch os mantinha na linha, no entanto. Sabia que podia confiar nele para manter a calma e não exagerar, da maneira como o Comandante faria quando descobrisse o que ela fez. Que permitiu que um time não associado à Terra Unida viesse em seu auxílio. Agora, era hora dos Veslor saírem e eles voltaram para o Deck Sete para encontrar toda a equipe da nave. Mitch pediu a Abby para libertar mais de quinze homens e mulheres em quem confiava e eles se agruparam na frente e atrás dos Veslor. Vivian estava contente que Brassi e seus homens mantinham suas armaduras no lugar. Ela até pediu a Brassi para cobrir o rosto dele. Não era que não confiasse em seu próprio povo, mas sabia que qualquer um poderia entrar em pânico quando estivesse com medo. A natureza humana nem sempre era uma coisa boa. Ela viu exemplos disso em suas aulas de culturas alienígenas. Algumas raças faziam os humanos parecerem bárbaros ou imbecis em comparação.


Eles pararam ao lado das portas de carga e os seguranças se separaram para abrir caminho. Mitch foi quem falou. — Obrigado pela ajuda. — Ele até estendeu a mão para os Veslor. — Apertos de mão são um sinal de respeito. — Ela os informou. Aproximou-se de Vassi, o único que podia identificar em sua armadura exata, já que ele carregava sua bolsa médica. Estendeu a mão e demonstrou o gesto. O restante dos Veslor apenas observou e ele então apertou a mão de Mitch. Outro Veslor veio em sua direção. — Foi bom conhecê-la, Vivian. — Brassi retirou algo de um coldre em sua armadura. — Este é um código de contato direto para o Brar. Por favor, me informe como as coisas acabaram. — Ele fez uma pausa. — Bem e se quiser falar comigo. Eu gostaria de ouvi-la. Ela sorriu, sentindo-se genuinamente feliz..., mas também triste. Seu tempo com Brassi a afetou de maneiras que teria que analisar mais tarde, quando não estivesse preocupada em ir para prisão. Aceitou o cartão de metal com a programação que incluía o código de comunicação para a nave dele. — Eu prometo ligar. Muito obrigada, todos vocês, por tudo que fizeram por nós. — Queria poder ver o rosto dele mais uma vez, mas era mais seguro se não o fizesse.


Alguns membros da equipe de segurança ainda pareciam tensos. — Nós devemos a vocês. Farei o meu melhor para representá-lo na Terra Unida. — Para que? — Mitch perguntou, aproximando-se. — Os Veslor gostariam de negociar com mais de nossas estações espaciais. Eu disse que passaria essa informação. Assentindo, Mitch apontou para a porta e ela se abriu. — Eles não podem esperar para tirar os Veslor da nave, podem? — Abby parecia tão irritada quanto Vivian se sentia. Ela deu um leve aceno, sabendo que Abby podia vê-la nas câmeras, mas não queria dizer nada em voz alta. Mitch exigiu que ela entregasse seu fone de ouvido três vezes já. Até agora, conseguiu convencê-lo a deixá-lo, uma vez que ela e Abby eram um time que trabalharam muito bem juntas. — Obrigada. — Ela gritou para os Veslor quando entraram no porão de carga, uma depressão estranha vinda sobre ela quando as portas se fecharam. — Eu a informarei sobre quando eles sairem. — Abby sussurrou. — Eles estão embarcando em sua nave.


— Vamos libertar o Comandante Alderson agora. — Mitch fez uma pausa. — Pergunte a sua amiga se os Veslor já foram embora e depois sairemos. Eu não sairei daqui até que eles o façam. Ela inalou lentamente e bufou. — Os Veslor nos salvaram. Você está agindo como se não pudéssemos confiar neles. — Eles já seriam aliados se fossem dignos de nossa confiança. Você realmente correu um grande risco, Vivian. — Eu não tive escolha. E valeu a pena. Eles mantiveram sua palavra. — Você deixou alienígenas entrar em nossa nave. É uma sorte que eles não roubaram o Gorison Traveler e cortaram o suporte de vida para matar todos nós. — Uma das agentes de segurança do sexo feminino resmungou. — Você teve sorte. Jogou com nossas vidas. Isso não é legal. Vivian olhou para ela. — Nós já estávamos bem fodidos pelos Ke'ters. Você ignorou os corpos pelos quais passamos com seus estômagos abertos ou está completamente cega? Eles foram comidos.


— Este não é o momento de discutir. — Mitch se aproximou. — Guarde sua merda, Yole. O resultado é tudo o que importa agora. Vivian fez o melhor que pode e não estamos mais presos em quartos. — Bem, se ela está dizendo a verdade. — Hugh Bark murmurou. — Seria como ela transformar um montículo em uma montanha e fechar os olhos. Vivian se virou para ele. Eles tinham uma história. — Você quer dizer quando eu escrevi esse relatório sobre como você me assediava a até que ordenaram que ficasse longe? Essa é a verdade e você sabe. Simplesmente não suportou que o derrubei quando você bateu em mim. Novas notícias, Hugh. Você não é tão gostoso assim e sua versão de conquistar uma mulher é definida como perseguição. — Parem! — Mitch ordenou. — Não é uma questão de saber se os Ke'ters nos atacaram ou não. Eles o fizeram. Nós vimos as cenas de crime. Vivian apertou os lábios. — Ela mente. — Murmurou Hugh. — Uau, você evitou uma bala com aquele idiota. —Disse Abby. — Ele a assediou?


Vivian olhou para a câmera mais próxima e assentiu. — A nave Veslor se soltou da carga e está voando. Eu admito, temia que a segurança tentasse prendê-los antes que pudessem sair. Vivian também temia isso. Compartilhou a maior parte do que Abby disse com Mitch. Ele ordenou a todos que voltassem ao elevador. Eles estavam indo para o Deck Quatro para deixar o Comandante Alderson sair em seguida. Temia, mas Mitch deixou claro que ela ficaria com ele. Chegaram aos aposentos do Comandante Alderson e Mitch hesitou, encontrando o olhar de Vivian. — Você tem certeza que não há nenhum Ke'ter ali? — Eu disse a você que conversamos algumas vezes. O Comandante Alderson disse que estava trancado em seus aposentos. Vivian também mencionou sua condição. — Espero que ele esteja sóbrio desde então. — Porra. —Disse uma das agentes de segurança em voz baixa. — Fico feliz que ele estava tendo um bom tempo enquanto nós estávamos com medo de morrer.


— Abra essa merda. — Respondeu Mitch e apertou o botão da porta. — Está desbloqueado. — Abby informou Vivian. As portas se abriram e um Comandante Alderson muito desorientado olhou furioso para todos que esperavam do lado de fora enquanto ele tropeçava. A porta selada em suas costas. Ele usava um uniforme, mas tinha muitas rugas e alguns dos botões estavam abertos. Havia até algumas manchas de comida na frente de sua camisa. E se visse qualquer de seus tripulantes parecendo assim, seriam mutilados. Ele olhou para cada um deles, até que viu Vivian. — Sua puta! Ele se lançou para frente, tropeçou e Mitch ficou entre eles. — Senhor, estamos no controle da nave mais uma vez. Quais são as suas ordens? — No controle? Nunca estivemos em conflito! — Disse o Comandante Alderson. — Essa cadela fez isso para me envergonhar e fazer os Ke'ters se voltarem contra os humanos. — Ele tentou contornar Mitch, com o rosto vermelho e os punhos fechados. — Você sabe o que fez? Os Ke'ters não compartilharão conosco sua tecnologia


de armas agora. Porra, você terá sorte se não começar uma guerra. Isto é culpa sua! Mitch se moveu novamente para impedir que o Comandante Alderson a alcançasse, ficando entre eles. — Senhor, nós verificamos a nave e nos deparamos com vítimas da tripulação, com os corpos que os Ke'ters deixaram. A ameaça era real. Isso levou a atenção do Comandante Alderson para Mitch. — O que? Claro que não foi! Era ela fazendo uma brincadeira e atrapalhando minha carreira! — Ele esticou um braço ao redor de Mitch, tentando alcançar Vivian novamente. Ela recuou e esbarrou em um corpo. Um dos membros da segurança. — Senhor, respeitosamente. — Mitch tentou novamente. — Os Ke'ters atacaram nossa equipe. Eu vi os corpos. Foram parcialmente comidos. Um dos Ke'ters ainda tinha o sangue da vítima nas mãos e no rosto. Ele estava falando sobre o médico e o Ke'ter que ela matou quando o ataque aconteceu pela primeira vez. O médico morreu no momento em que ela levou todos para a área do Controle Um no Deck


Sete. Esse foi um alívio muito pequeno, que seu sofrimento terminou sem intervenção. O rosto do Comandante Alderson empalideceu mais. — Não. Não. Isso não pode ser verdade. Eles prometeram nos vender armas. Os Ke'ters não fariam isso. — É verdade. — Afirmou Mitch simplesmente. O Comandante Alderson balançou um pouco em seus pés. — Eu seria um Almirante... — Ele é de verdade? — Abby ofegou. — Que saco de merda. Pessoas morreram e ele está reclamando que perdeu uma promoção? Vivian decidiu fazer uma pergunta importante enquanto ele ainda estava bêbado. — Senhor, por que os operadores da estação de controle não estavam em seus postos? — Eu não respondo a você! — O Comandante Alderson parecia confuso. — Prenda-a e leve ao calabouço! Mitch fez um gesto com a mão, ordenando que todos ficassem imóveis. — É uma pergunta válida, senhor. Por que os operadores das estações de controle não estavam em seus postos?


A expressão de Alderson mudou para uma de quase... medo? Então seu rosto ficou vermelho antes que Vivian pudesse se perguntar sobre isso. — Siga minhas ordens ou terei todos sob acusações! Leve essa cadela para prisão! Ela ainda enfrentará uma corte marcial. Assumiu o controle da minha embarcação! — Senhor. — Mitch hesitou. — Responda à questão. — Foda-se! — Comandante Alderson olhou para ele. — Eu não respondo a você também. Tranque-a no maldito calabouço agora! — Você está bêbado, senhor? Sinto o cheiro de álcool na sua respiração. — O quê? — Alderson perguntou. — Como você ousa! — Sob o regulamento seis, três e nove da Frota da Terra Unida, estou assumindo o comando até que você não esteja mais intoxicado. — Eu o terei expulso de sua posição e também em corte marcial! Você não pode fazer isso! — O Comandante Alderson perdeu o controle e deu um soco no Mitch.


Mitch evitou o soco e agarrou o Comandante, girou-o e algemando. — Sua carreira acabou! — Gritou o Comandante Alderson. — Ele tem testemunhas. — Afirmou um dos agentes de segurança. — Você está bêbado e sem condições de dar ordens, senhor. Tentou atacar o atual chefe de segurança em exercício. Eu sustento sua avaliação. Está bêbado. Mais oficiais de segurança expressaram seu acordo, apoiando Mitch. Mitch balançou a cabeça. — Vamos acompanhá-lo de volta para dentro de seus aposentos. — Você não tem permissão para entrar lá! Não! O Comandante Alderson parecia extremamente em pânico de repente. E Vivian não foi a única que percebeu. Mitch fez um de seus homens agarrar o Comandante e ficou na frente dele. — Você prefere que o coloque no calabouço, senhor? — Sim! Pode também garantir que a sua corte marcial consiga pelo menos vinte fodidos anos! — Exclamou o Comandante Alderson.


Mitch virou a cabeça, olhando para Vivian. — Diga a Abby para abrir suas portas. Ela pode substituir as fechaduras, correto? — Afirmativo. —Respondeu Abby. — Eu o proíbo de fazer isso! — Gritou o Comandante Alderson. — Fique fora dos meus aposentos! — Ela está fazendo isso no momento. — Vivian informou Mitch. As portas se abriram na frente deles e Mitch entrou, dois outros seguranças indo com ele. As portas se fecharam atrás deles e o Comandante Alderson continuou gritando, xingando e fazendo ameaças a todos no corredor, prometendo que terminaria suas carreiras, garantindo que nunca mais trabalhassem em uma nave da frota. Minutos se passaram. — Eu me pergunto o que ele está escondendo. É assim que está agindo, não é? Ou apenas eu acho isso? — Não é apenas você, Abby. — Sussurrou Vivian. A porta se abriu e Mitch saiu, parecendo furioso. Ele olhou ao redor até que viu quem ele estava procurando. — Thomas, pegue seu


kit de remédios e leve sua bunda lá agora. Há duas mulheres feridas. — Ele manteve o corpo na frente do sensor na porta para mantê-la aberto. Então enviou um olhar de ódio para o Comandante Alderson. — Foi por isso que você esvaziou as salas de controle, não é? Eles são os únicos capazes de gravar e fazer cópias de filmagens, se quisessem chantageá-lo por trair sua esposa. — Ele olhou ao redor para sua segurança. — O bastardo contrabandeou duas trabalhadoras de sexo da estação de Branston. Ele as manteve em um quarto próximo e as escoltava para seus aposentos quando estava de folga. Então o bloqueio aconteceu. — Mitch olhou novamente para o Comandante Alderson. — E ele claramente descontou suas frustrações nelas. Bateu muito nas duas mulheres. — Que porra? — Yole, uma das seguranças, deu um passo à frente. — Não é o que parece! — Comandante Alderson respondeu. — Elas estão de acordo com essa merda. Foi apenas um pouco de sexo violento. Estou ordenando a todos que esqueçam que isso aconteceu! — Foda-se você. — Mitch respondeu. — Limparemos seus aposentos, então você ficará confinado lá.


— Ele deveria ir para o calabouço. — Alguém murmura atrás de Vivian. Mitch balança a cabeça. — Ele é um Comandante. Ficará confinado em seus aposentos até que uma autoridade superior assuma. Vocês todos sabem dos procedimentos. Vamos segui-los, apesar de quão desagradável seja. Adoraria trancar sua bunda em uma cela depois do que acabei de ver e ouvir dessas mulheres. — Você me deixa doente. — Sussurrou Yole para o Comandante Alderson. Vivian estava feliz por não ser mais o único alvo da agente de segurança quando estava descontente. Duas mulheres saíram dos aposentos do Comandante e Vivian ficou chocada com a condição delas. Um tinha um lábio partido e um olho negro. Sua roupa estava rasgada, revelando marcas no seio esquerdo e do que parecia ser uma marca de mordida. A segunda mulher estava em pior estado. Ela tinha ferimentos semelhantes e Thomas a ajudava a andar, como se algo estivesse errado com uma de suas pernas.


Mitch soltou as algemas de Alderson assim que a segurança limpou seus aposentos e depois o empurrou para dentro. — Sele. — Ele ordenou. — Você irá se arrepender disso! — Gritou o Comandante Alderson. — Todos vocês! Eu os destruirei! As portas se fecharam nos aposentos e todos se entreolharam em silêncio. Mitch suspirou, esfregando a ponte do nariz. — Que merda de bagunça. — Você realmente acha que ele ordenou que os operadores das estações de controle saíssem? Era alguém que Vivian não conhecia, provavelmente novo para a equipe de segurança, talvez da estação de Branston. Mitch assentiu e abaixou a mão. — Sim. Ele pode ter fodido com seus horários para fazê-los pensar que outra pessoa estava cobrindo seus postos. É a única maneira que posso pensar que ele conseguiu. Os operadores podem gravar imagens de segurança e armazená-las nos

computadores

principais.

Ele

provavelmente

temia

ser

chantageado e não haveria como negar qualquer acusação se tivessem


uma prova visual de quem frequentava seus aposentos e por quanto tempo ficavam, quando ele não estava em serviço. Mais maldições soaram ao redor de Vivian. Mitch a olhou. — Eu tenho que colocá-la na prisão, Vivian. Sinto muito. É o protocolo. Você é uma civil que violou áreas seguras, isso garantirá uma investigação em grande escala. Gostaria de poder limitá-la aos seus aposentos também. Você ficaria mais confortável lá, mas... regras são regras. Ela esperava isso. — Compreendo. Ele hesitou. — Eu também terei que prender sua amiga. — Diga a ele que isso não acontecerá. Tenho autorização total em todas as naves e posso comprovar isso. Diga a ele para entrar em contato com o Almirante William Fellows, se estiver em dúvida. Porra, qualquer um dos altos escalões da Terra Unida, para esse assunto. Meus pais são donos da D Corp. Depois de um momento de silêncio atordoado com essa revelação, Vivian repetiu o que Abby lhe disse. Mitch suspirou novamente. — Entendido. Preciso do seu fone de ouvido agora. — Ele olhou ao redor. — Tick, acompanhe-a até o


calabouço e certifique-se de que esteja o mais confortável possível. Fique com ela. Uma agente de segurança feminina deu um passo à frente. — Sim, senhor. Vivi hesitou. — Obrigado por tudo, Abby. Eu deixarei você agora. — Entrarei em contato com meus contatos quando as equipes de resgate vierem. Você não irá para baixo por nada disso. Eu juro. — Sua nova amiga prometeu. — Aprecio isso. — Ela tirou o fone de ouvido e entregou a Mitch. Ele aceitou e colocou em seu próprio ouvido. — Você fez um trabalho bom, Vivian Goss. Colocarei isso no meu relatório. Vamos tentar livrá-la de qualquer merda que aparecer no seu caminho. Ela piscou para conter as lágrimas, tocada por suas palavras. — Sim, eu entendo. — Por aqui. — Tick ordenou, segurando gentilmente seu braço. Pelo menos ela não estava sendo algemada. A mulher levou-a de volta ao elevador. Eles tiveram que esperar e Mitch pediu a Abby que


abrisse uma rota para as mulheres, no nível mais baixo do Gorison Traveler. — Eu sou Meg Tick. — A mulher sussurrou. — Concordo com Mitch. Você fez um ótimo trabalho. — Obrigada. Estou feliz que esteja tudo fora das minhas mãos agora. Tick soltou uma risada. — Uma merda, certo? Não posso imaginar ter que fazer algumas das chamadas que você fez durante o bloqueio. O elevador abriu e elas entraram. Vivian já sentia falta da voz de Abby em seu ouvido. Olhou para a câmera e deu um sorriso triste, quando o elevador parou, ambos saíram. Ela estava indo para o calabouço. Pelo menos sabia que eles eram limpos, graças as visitas que fez com Big M. Qualquer cela em que fosse colocada conteria um único beliche, um colchão fino, um cobertor, uma pia e um vaso sanitário. — O Comandante Anderson será derrubado com está besteira. Ele estava tão bêbado. Já era hora de algo acontecer, maldição.


Vivian virou a cabeça e observou sua companheira. — Ele é um idiota. Tick bufou. — Aquele desgraçado veio a mim algumas vezes, implicando que eu poderia conseguir uma promoção se dormisse com ele. Como se um pequeno aumento salarial valesse esse trauma. Falando em pequeno, todo homem age assim quando possui um micro pênis, na minha experiência. Vivian percebeu que Tick estava tentando animá-la. Não funcionou, porém, quando estava trancada na cela. — Você está com fome? — Não. — Eu também não. — Tick se encostou na parede. — Então foi você quem entrou com acusações contra Hugh? Bom. Ele também me perseguiu, pensando que cairia em algum momento, até que bati sua bunda na sala de treinamento meia dúzia de vezes. Assim ele decidiu que eu não era um alvo fácil o suficiente. — Ele pensou que porque fui adotada, Big M não aceitaria minha palavra sobre a dele. Estava errado.


— Big M era um bom homem. Justo. Sinto muito. Todos nós perdemos com a morte dele. Vivian sentou-se no colchão do beliche e então se deitou. — Obrigada. Estou cansada. Você se importa se eu tirar uma soneca? — Continue. Você mercê dormir. Verificarei tudo por aqui para ter certeza de que não morreremos de fome até que estejamos oficialmente fora do bloqueio e eles possam abrir as cafeterias novamente. Deus, senti falta de refeições cozidas. Odeio aquelas barras de racionamento de emergência que todos tivemos que comer. Vivian fechou os olhos e seus pensamentos instantaneamente foram para Brassi, imaginando como ele estava, onde estava agora... e esperando que fosse capaz de usar aquele cartão para entrar em contato. Tick não a revistou.


Capítulo Oito

O Sub-comandante Garland Shaw olhou para Vivian do outro lado das barras. Ele agora estava no Comando do Gorison Traveler, com o Comandante Alderson preso em seus aposentos. Ele foi vê-la uma vez que o bloqueio foi levantado, libertando todos os membros da tripulação. Meg Tick a manteve atualizada. Os restantes três Ke'ters foram encontrados onde Vivian já adivinhou, presos dentro dos aposentos da tripulação. Suas vítimas estavam mortas e comidas. Nenhum deles se rendeu pacificamente. A equipe de segurança precisou matá-los. Apesar disso, as primeiras palavras do Subcomandante Shaw mataram qualquer esperança que Vivian tinha de libertá-la. — Você está com sérios problemas. Vivian abriu a boca, pronta para se defender. — Desculpas não importam. Você violou o Controle Um, ilegalmente, devo acrescentar e iniciou o bloqueio antes que nossas forças de segurança pudessem lidar com a situação. Então nos deixou presos em quartos, incapazes de fazer qualquer coisa. Então permitiu


alienígenas sem aliança bordo de uma nave da frota. Eles poderiam ter roubado e matado todos! Você enfrentará a vida na prisão, se não execução. Ela apertou os lábios. — É assim que vejo, assim como o Comandante Alderson. Fique à vontade atrás das grades, Srta. Goss. Esta é sua nova vida. Sem lhe dar uma palavra de defesa, ele girou nos calcanhares e saiu das celas. — Que idiota! — Meg sussurrou uma vez que ele se foi. — Nós temos mais de sessenta mortos, da última vez que ouvi. — Ela balançou a cabeça. — Reese disse que o bloqueio aconteceu menos de cinco minutos depois que você notificou a segurança do ataque na sala de interrogatório. Nem todos nós somos idiotas, Vivian... e se os Ke'ters mataram muitos de nós nesse intervalo? O bloqueio salvou muito mais vidas porque você agiu rapidamente. O que a pensar em ir até lá? — Mikey me disse para ir. — Ele deu a você os códigos de acesso para entrar no Controle Um?


Vivian balançou a cabeça. — Big M fez depois do que aconteceu com o transporte Hail Nine. Meg assentiu. — Inteligente. Com os rebeldes agindo, é sempre um medo real que possam ter como alvo membros da tripulação de alto escalão com acesso a salas de controle em naves. O Big M fez o upload do seu DNA para lhe dar acesso à ponte também? Eu ouvi que ainda estamos bloqueados. Talvez você possa negociar seu futuro com isso. Ela balançou a cabeça. — Somente o DNA de um Almirante pode fazer isso. — Eu não sabia. — Meg mudou de posição, encostada na parede em frente a ela no corredor da cela. — Pelo menos nós finalmente conseguimos uma transmissão da Estação Espacial Branston. Eles estão enviando naves de resgate. Devem chegar em cerca de sete dias. — Espero que tragam um Almirante com eles ou o Gorison Traveler permanecerá aqui por muito mais tempo, já que não pode ser pilotado. — Os caras da tecnologia estão tentando encontrar um caminho para ponte. Aquela sua amiga, Abby Thomas, está trabalhando com eles.


— Bom. — Vivian sentou-se em seu beliche. — Imagine o dinheiro que ela e sua família valem. Eu soube desde que o Sub-Comandante Shaw percebeu quem ela era, que começou a beijar sua bunda, grande momento. Ela é, aparentemente uma celebridade. Eles deram a ela livre acesso a praticamente qualquer nave. Vivian ficou feliz em ouvir isso. Odiaria ter Abby trancada na cela ao lado dela. O comunicador de Meg zumbiu e ela respondeu. — Tick aqui. Vivian não conseguiu ouvir o que foi dito a oficial de segurança, mas Meg assentiu. — Estou indo. — Ela olhou para Vivian. — Eles têm o refeitório funcionando. Eu tenho permissão para fazer uma pausa. Volto em uma hora e trago algo para você. — Obrigada. Uma refeição quente parece boa. — Qualquer coisa. Eu nem me importo se estiverem apenas servindo macarrão e aquela coisa branca que chamam de frango. Vivian a observou sair e as portas no final da cela fecharam mais uma vez, deixando-a sozinha. Recostou-se na parede, suspirando.


Fazia cerca de oito horas desde que foi trancada e poderiam passas mais algumas semanas. E se Shaw e Alderson conseguissem o que queriam, seria pelo resto de sua vida. Eles não se importavam porque fez aquilo. Pareciam estar procurando alguém para punir. E os Ke'ters estavam todos mortos. As portas se abriram e Vivian virou a cabeça, surpresa quando Abby entrou. Sua amiga trocou de roupa e agora usava algum tipo de macacão preto com muitos bolsos grandes, o cabelo vermelho preso para trás em um rabo de cavalo. Vivian foi até as barras. — O que você está fazendo aqui? — Nós não temos muito tempo. — Abby tocou o painel codificado e os bloqueios se abriram. Ela puxou a porta. — Venha comigo. Vivian hesitou. — Eu não tenho permissão para sair. Abby estendeu a mão, agarrou-a e puxou-a para fora da cela. — Você está em perigo! Vamos. — Ela a soltou e girou, correndo em direção às portas. — Fique atrás e confie em mim. Vivian correu atrás dela. — O que está acontecendo?


— Aquele pedaço de merda do Sub-Comandante Shaw está conspirando com Grande Idiota Alderson para girar esse pesadelo inteiro e colocar a culpa nos outros. Invadi suas conversas privadas. Eles dirão que foi você, como o especialista cultural da nave, quem recomendou que os Ke'ters entrassem a bordo. E depois do ataque, você trancou todos antes que a tripulação pudesse fazer qualquer coisa para salvar a nave, porque supostamente entrou em pânico, percebendo que grande erro que cometeu. Vivian ficou momentaneamente atordoada. — Isso não é verdade! Eu sequer fui consultada. Inferno, sequer tinha permissão para me aproximar dos Ke'ters. — Estou ciente, claro. Eles também culparão o Chefe da segurança por permitir aos Ke'ters tal liberdade na nave, incluindo o acesso tanto à ponte quanto aos operadores nos Centros de Controle. Vivian sentiu-se mal. — Meu pai não... — Eu sei. —Interrompeu Abby. — Eles estão tentando salvar seus empregos, Vivian e não se importam com quem precisam culpar. Big M está morto. Ele não pode se defender. Nem a tripulação da ponte

assassinada,

que

aparentemente

Comandante para abrir para os Ke'ters.

recebeu

ordens

do


— Mas você ainda está aqui e eles não podem permitir que viva para testemunhar sobre o que realmente aconteceu. Decidiram que seria bom se cometesse suicídio por causa da culpa de tantos tripulantes mortos, por causa do que você e seu pai supostamente fizeram. É por isso que precisamos levá-la para segurança. Eles a matarão, Vivian. — Mas... há gravações! Não há como se safarem dessa merda. — O Sub-Comandante e o Idiota prenderam Reese em seus aposentos. Ele planeja colocar o Comandante Idiota de volta no comando para que possam destruir qualquer prova do que aconteceu antes e durante o ataque. E você será a culpada por isso também. Idiotas! Chocada, Vivian apenas pode suspirar. — Mas tenho planos para eles. — Abby fez uma pausa, abriu as fechaduras para obter acesso a outra porta e elas entraram na área de carga. — Você precisa se adequar. — Ela apontou para parede distante e puxou um pequeno bloco digital de um dos bolsos. Seu dedo bateu e parte da parede se abriu. Um traje espacial saiu, pendurado em um braço mecânico que o mantinha na posição vertical.


Vivian ainda estava se recuperando de tudo que ouviu. — Eles não podem fazer isso! — Eles podem tentar, mas não irão se safar. Eu me assegurei disso. Mudei os códigos de acesso para todos os quatro centros de controle. Também os tirei do núcleo do computador, onde tudo está armazenado, mas fiz backups primeiro das horas antes, durante e depois do ataque, apenas por precaução. Eu já os enviei para um computador em casa. Entre no traje. O traje abaixou, o braço mecânico ainda o mantinha no lugar. Vivian franziu a testa. — Isso é para reparos exteriores. — Sim, é. — Abby tocava em seu bloco. — Apenas agache dentro do traje e quando eu abrir as portas exteriores, criará um vácuo que irá afastá-la da nave. Abby empurrou o bloco de volta no bolso e retirou um segundo dispositivo de outro. Era do tamanho da palma da mão e quando o ativou, uma luz vermelha começou a piscar. Quando Vivian continuou em estado de choque, sua amiga agarrou a frente de sua camisa e literalmente começou a empurrá-la para dentro do traje.


— Este é um sinal de socorro que roubei de uma das cápsulas de emergência. Não poderia colocá-la em um, já que apenas a ponte pode lançá-los. O traje espacial ajudará a tirá-la da nave. O choque de Vivian começou a se desgastar... substituído por medo paralisante. Abby agarrou seus braços e deu-lhe uma sacudida. — Não fique parada aí, merda! Eu desliguei todas as câmeras neste nível, mas a segurança pode fazer varreduras. Entre no maldito traje, Vivian! Nós não temos muito tempo. Alguém também pode desconfiar quando sua guarda aparecer para comer enquanto deveria estar de plantão. Eu... hum... a liberei por uma hora, fingindo ser um de seus superiores. — Você quer que eu flutue no espaço até que as equipes de resgate venham? Não acho que os trajes armazenam oxigênio suficiente para isso. — Eles não o fazem. — Abby sorriu. Vivian ficou ainda mais alarmada. — E isso a deixa feliz? Acha que é uma maneira mais gentil de morrer frente ao que o Subcomandante Shaw e o Comandante Alderson planejam para mim? Por que não posso me esconder em uma das salas de controle?


— Isso será mais seguro a longo prazo. E... há alguém lá fora esperando para buscá-la. Vivian rapidamente descobriu como entrar na abertura em forma de Y do traje, que incluía abaixar a cabeça para entrar no capacete preso antes de colocar os braços nas mangas. As luvas eram grandes e ela precisou subir na ponta dos pés e empurrar a bunda até a parte de trás do traje para passar as pernas pela divisão alta, que ainda se enterrava nela desconfortavelmente até que colocou cada pé nas botas. Eram enormes, ela tinha sapatos e ainda havia muito espaço dentro deles. — Isso não se encaixa tão bem. — Você não precisa andar por aí. Bem, não muito, de qualquer maneira. Os trajes também eram pesados e volumosos, como máquinas em forma de corpo. Ela virou para Abby depois que entrou. — Será um passeio difícil, já que a divisão de perna central é projetada para alguém muito mais alto. — Sinto muito. O que importa é que você será pega em breve. — Por Brar?


— Sim. — Abby puxou o bloco. — Vamos. Está prestes a selar e soltarei os grampos. Essas roupas foram projetadas para serem mantidas no lugar durante a despressurização e depois liberadas quando não há mais oxigênio. Estou ignorando essa função. Apenas afaste-se da parede uma vez que eu me for e agache perto da porta exterior. — Espere! — Ela estava começando a entrar em pânico. — Por que eles apenas não atracam novamente para me pegar? — Preciso explodi-la Vivian, para levá-la para além dos sistemas de defesa automática da nave. O Sub-Comandante Shaw e o Comandante

Idiota

colocaram

os

motores

on-line

e

estão

monitorando-os. O sistema de defesa não terá como alvo este processo, já que é codificado como parte da nave. Isso é mais rápido do que hackear nossas defesas de qualquer maneira. Ele saberia que ficaram off-line e provavelmente mandariam segurança atrás de mim. Vivian entendeu, infelizmente. — Então você realmente me tirará desta nave? — Sinto muito. Pode ser uma viagem difícil, mas saiba que Brassi e sua equipe estão lá fora para pegá-la. O farol que ativei garantirá


que eles tenham algo para encontrá-la. Não há mais tempo. Você precisa ir. — E você? Estará em perigo se ficar. Abby sorriu. — Não se preocupe comigo. Posso lidar com idiotas e impedi-los de destruir evidências. Vamos. Vivian ficou tensa e Abby bateu no bloco. O traje se fechou da garganta sob o elmo preso, descendo pelo peito e estômago, ao redor de suas pernas, surpreendendo-a e apertando-a para se ajustar à forma do corpo, então a braçadeira acima dela se soltou. Ela quase cambaleou sob o peso do traje, mas conseguiu ficar de pé. Ainda podia ver Abby desde que o capacete do traje era estava claro. — Divirta-se com o alienígena sexy. Deixe-o fazer aquilo de tirar a camisa para confortá-la. — Abby gritou, ainda sorrindo e recuando com seu bloco. — Entrarei em contato quando for seguro para você voltar para casa! Vivian observou Abby sair do compartimento de carga e as luzes vermelhas começaram a piscar. Ela sabia que era um aviso de que as portas externas estavam prestes a abrir. Geralmente a sala era


descomprimida primeiro, o oxigênio expelido. Fez isso quando se preparou para o Brar atracar na nave deles. Ela virou, movendo-se devagar para o centro da sala de costas para as largas portas externas. Apesar do ajuste, ainda parecia andar em algo quatro vezes maior e cem quilos mais pesado que seu corpo. Cada passo que dava era um esforço para não tropeçar nas botas volumosas. — Você está pronta? A voz no capacete a surpreendeu. — Ainda não. — Depressa! Nós não temos muito tempo. Gostaria de sair desse nível antes que a segurança me encontre ou perceba que a tirei do calabouço. Pretendo ficar no Controle Um até que a ajuda chegue, já que não confio naqueles bastardos para não tentar me matar também, não importa quem sejam meus pais. Vivian se agachou ou tentou, mas o peso do traje a fez cair. Ela se preparou enquanto ficava deitada ali. — Agora. Obrigada, Abby. — Pule, tanto quanto possível. Estou com os controles para abrir rapidamente as portas para que você não as atinja na saída. Pelo menos, essa é a teoria com a qual estou trabalhando.


— Porra. — Vivian murmurou. Ela puxou seus membros para mais perto de seu torso e abaixou a cabeça. Era difícil de fazer no traje espacial volumoso. — Pronto. Um alarme alto soou e então tudo foi movimento. Ela sentiu seu corpo ser brutalmente puxado em uma direção, toda a luz se foi por um breve momento. O capacete queimava com uma iluminação suave e fraca, mas ainda era uma escuridão total ao redor dela. A selvageria era uma coisa do passado, o peso do processo não era mais um problema. Teve vislumbres fugazes do Gorison Traveler enquanto seu corpo rolava rapidamente através da escuridão. A nave era enorme a princípio, mas enquanto seu corpo continuava se movendo sem peso, aumentando cada vez mais à medida que descia pela escuridão do espaço. Quando viu o Gorison Traveler novamente, foi de uma distância maior. A voz de Abby veio do capacete. — Vivian? Diga-me que você está viva e não a matei. — Estou bem e fora da nave. Eu não bati nas portas. Não estou ferida.


Abby riu. — Eu sabia que funcionaria. A comunicação cortará em breve. É uma coisa de intervalo. Boa sorte. — Seja cuidadosa. Tem certeza de que não quer vir comigo? — Eu não posso controlar tudo que estou usando para invadir sistemas se estiver de traje. Apenas posso tirá-la da nave. Ficarei bem. Estou a caminho do Controle Um agora. — Deixe-me saber quando chegar lá. O silêncio a cumprimentou. Seu corpo rolou novamente, flutuando pelo espaço. — Abby? Ela não respondeu. Vivian teve outro vislumbre da nave então, ainda mais longe. Ser sugada para fora do porão de carga com o oxigênio a impulsionou do Gorison

Traveler

como

se

estivesse

usando

propulsores.

Provavelmente foi além do intervalo de comunicação. Ela continuou rolando, já que não conseguia descobrir como parar. Olhava para o espaço, ocasionalmente avistando a cada vez menor Gorison Traveler, até o ponto em que não conseguia mais ver as luzes da nave.


Apenas a escuridão e o silêncio a rodeavam pelo que pareceram infinitos minutos. Vivian lentamente começou a se preocupar quando estimou que uma boa meia hora se passou desde que foi descartada da nave. Onde estava Brassi? O medo surgiu também. E se o farol não funcionasse? E se ele não pudesse encontrá-la ou mentiu para Abby sobre pegá-la? Ela se acalmou sobre a última parte. Brassi foi honesto e honrado. Ele não diria que a pegaria se não planejasse fazer isso. Precisava ter fé nele mais uma vez. Ele a encontraria e resgataria. Apenas esperava que isso acontecesse antes que o suprimento de ar do traje acabasse. Ela não fez reparos externos e sabia muito pouco sobre os trajes. Eram usados por equipes especializadas e treinadas para trabalhar no exterior da nave quando algo dava errado. Ouviu que eles realmente tinham pequenos controles de propulsão, mas não tinha certeza de como acessá-los. Vivian levantou os braços e aproximou-os da máscara do capacete para inspecioná-los, notando um bloco em um deles. Estava


escuro, não ativado. Não se atreveu a tentar ligá-lo. Com sua sorte, cortaria o oxigênio ou abriria o traje por acidente, o que a mataria. Ela caia muito lentamente agora, olhando para trechos intermináveis de espaço escuro. Não podia mais sentir o movimento, já que a gravidade se foi. Era esquisito, muito quieto e tentou manter a calma. — Cinquenta por cento. —Anunciou uma voz robótica pouco tempo depois. — Olá? O traje não respondeu. Vivian tentou desacelerar sua respiração. Cinquenta por cento provavelmente significava suprimento de oxigênio. Olhou para fora do capacete, procurando por qualquer sinal da nave de Brassi, mas não havia nada. Virou a cabeça, continuando a procurar na escuridão. Minutos depois, ela viu algo. Ela tentou se concentrar, mas seu corpo rolou devagar, removendo-o de vista. Então lentamente voltou a ver. Era leve e vinha diretamente para ela. Deveria ser Brassi e sua equipe.


— Brassi? Você pode me ouvir? Não houve resposta. Talvez o traje não pudesse se conectar a nave dele ou talvez ela precisasse ligá-los. Não que soubesse como fazer isso. As luzes se aproximaram e ela percebeu a forma de uma grande nave. Não era sequer próxima do tamanho de uma nave da frota. Apenas esperava que fosse Brar e não alguma nave enviada pelos Ke'ters para descobrir por que seus companheiros não levaram Gorison Traveler de volta. A nave tinha um casco de superfície escura, poucas luzes e voava bem próximo a ela, quase perto o suficiente para tocar, fazendo Vivian temer bater e fazê-la rolar em outra direção. Em vez disso, deslizava lentamente, até ficar atrás dela. Uma escotilha se abriu e ela levou os braços e as pernas para dentro. Luzes brilhantes piscaram, mostrando o que parecia ser um porão de carga. — Merda. — Eles iriam apenas deixá-la flutuar por dentro.


Vivian prendeu a respiração até chegar ao porão. Bateu na parede, saltou, mas selaram as portas externas antes que ela pudesse flutuar novamente para o espaço. E de repente, ela começou a sentir um peso em seu corpo e seu traje caiu no chão. O que apenas piorou, até que ela sentiu como se estivesse sendo esmagada pelo traje contra o chão de metal no qual estava deitada. As luzes dentro do compartimento de carga eram incrivelmente brilhantes. Apertou os olhos, tentando distinguir qualquer coisa da visão limitada além de seu capacete levemente virado. Vivian lutou para se sentar, mas depois de ficar livre da gravidade, o traje parecia ter um peso de duzentos quilos. Ruídos abafados vieram para ela... alguma coisa sibilando, em seguida, altos passos de botas. Alguém se agachou sobre ela e mãos agarraram várias partes do traje. Mal podia senti-las através do material grosso. Ela foi levantada e virada de costas... E então o rosto preocupado de Brassi estava a centímetros de distância. Ele rosnou alguma coisa e levantou a cabeça um pouco. Isso lhe deu uma visão melhor, agora que ele não estava na cara dela. Dois


outros Veslor apareceram a cada lado dela. Um deles ergueu uma lâmina torcida de aparência aterrorizante, ela sentiu o corpo estremecer um pouco. Eles estavam cortando o traje. Ela não protestou, já que não tinha idéia de como abri-lo. Apenas esperava que eles acidentalmente não a cortassem. Ar entrou em todos os lugares aonde cortaram o traje. Isso a fez perceber o quão fria estava no espaço antes de entrar na Brar. Brassi se aproximou de sua máscara novamente e começou a puxar o capacete. — Isso não funcionará. — Ela gritou, esperando que ele pudesse ouvi-la. — É uma peça. Não sai. Abra o traje para que eu possa me mexer. Ele rosnou algo em sua língua, mantendo o olhar nela. — Você está ferida? — Não. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso. Ele não sorriu de volta. Em vez disso, ele virou a cabeça, rosnando mais ordens para seus homens. Sentiu uma mão apertar sua barriga, mais puxões no traje e então as mangas estavam sendo rasgadas de seus braços. Ela curvou os dedos para tirá-los das luvas


embutidas. Mãos agarraram seus tornozelos e soltaram as pernas. Então seu corpo foi puxado para baixo para tirar a cabeça do capacete. Ela respirou o oxigênio filtrado da nave. Era quente e cheirava a algo como pinheiros. Brassi colocou as mãos sob ela e levantou-a, ficando de pé. Ainda sentia seu corpo pesado, apesar de se livrar do traje, mas ela conseguiu agarrar levemente seu ombro. — Vassi está esperando em nossa ala médica por você. — Estou bem. Brassi não diminuiu, dando mais ordens aos homens atrás deles enquanto atravessavam uma porta que se abriu automaticamente quando se aproximou. As luzes brilhantes diminuíram em um corredor. Era estreito comparado aos corredores do Gorison Traveler. Ele a levou para um elevador, que também se abriu automaticamente. Adivinhou que a nave dele não tinha muita segurança ou estava programada para lê-lo e abrir as portas quando se aproximasse. Ele olhou para seu rosto. — Sinto muito por deixá-la lá por tanto tempo. Nos disseram que seria expulsa na direção oposta. Tivemos


que nos manter longe o suficiente para evitar que sua nave nos atacasse, então voltamos uma vez que pegamos seu sinal de socorro. — Está bem. Fico feliz que você veio. Sinto muito que precisou fazer isso. O elevador parou e as portas se abriram. Ele desviou o olhar e caminhou para frente. — Eu posso andar. Quer dizer, estou sofrendo um pouco com a gravidade, mas não é nada comparado a estar nesse traje. Brassi continuou andando rapidamente por um corredor reto até que parou e se virou quando outra porta se abriu. Ela ficou cara a cara com outro Veslor. Este deveria ser Vassi. Ele tinha cabelos negros, olhos dourados e parecia muito com seu irmão, então este era meu palpite. Sua voz, quando ele falou, confirmou isso. — Coloque-a na mesa de exame. — Estou bem. Eles não pareciam se importar. Brassi deitou-a em uma cama confortável e Vassi passou um scanner sobre ela. Fez uma pausa acima do peito e franziu a testa. — Dispositivo mecânico.


— Oh! — Ela esqueceu sobre isso. Desabotoou a parte superior da camisa e colocou a mão dentro, encontrou-o e puxou para fora. — É o rastreador que Abby me deu para ajudá-lo me encontrar quando estava no espaço. Brassi pegou e virou, indo para uma parede. Houve um leve assobio, então ele voltou. Vassi terminou seu exame. — Sua temperatura corporal é um pouco

mais

baixa

do

que

deveria

ser,

leituras

elevadas,

provavelmente, de estresse, mas no geral, ela está em boa condição, considerando sua recente provação. — Ela bateu na parede de carga com seu traje. Yoniv tentou ajustar a gravidade para desacelerá-la quando chegou, mas falhou. — Eu estou bem. — Ela assegurou a ambos. — Mesmo. Os trajes são parecidos com conchas. Eles podem receber alguns danos. — Você não pode, no entanto. — O tom rouco de Brassi implicava que ele ainda estava com raiva. Ela tentou se sentar, mas seu corpo ainda parecia lento. Brassi ajudou-a, suas grandes mãos gentis. Ela sorriu para ele novamente e depois observou as feições de Vassi. — É bom finalmente vê-lo.


Ele pareceu confuso por uma fração de segundo, mas então sorriu, revelando seus dentes afiados. — Certo. Brassi foi o único que mostrou o rosto. — Você está dolorida? Está se movendo muito devagar. Ela virou-se para Brassi. — É apenas uma mudança gravitacional.

Totalmente

normal.

Estou

feliz

por

apenas

experimentar uma versão leve disso. —Mudança gravitacional? — Vassi se virou, pegou um bloco digital e começou a bater nele com um dedo. — Ajustar a pressurização pode fazer com que alguns humanos sintam que seus corpos pesam duas vezes mais do que o normal. Eu não estou enjoada, no entanto. Peguei um transporte para outra nave uma vez, que estava sobrecarregada. Eles não ligam a gravidade quando isso acontece. Foi um voo de nove horas. Vi alguns dos outros passageiros vomitando suas entranhas quando ancoramos e alguns não conseguiram sequer sair de seus assentos. Precisaram ser retirados em macas para se recuperarem. — Danos nos órgãos internos? A cabeça de Vassi se ergueu.


Ela pensou sobre o que disse, então abafou um sorriso. —Vomitar suas entranhas é apenas um ditado. Isso significa que esvaziaram o conteúdo do estômago. Qualquer coisa que tivessem comido ou bebido voltava. Vassi assentiu. — Ah. — Eu me sinto cansada, mas me ajustarei rápido. Sempre estive em uma nave. — Sempre? Ela acenou para Brassi. — Cresci em naves da frota. O maior tempo que vivi em um planeta foi na faculdade para meus estudos culturais. Passei dois anos na Terra. Consegui fazer a maioria dos meus cursos por computador antes disso. — Seus pais eram da frota da Terra Unida? — Meu pai era. Minha mãe era uma colona que ele conheceu e se casou. Ela apenas pode tolerar esse tipo de vida por um ano antes de se divorciarem. — Tipo de vida?


— Viver em uma nave. Ela estava acostumada ao ar fresco e com a superfície, era duro para ela ficar no espaço. Queria voltar para colônia, para sua família, depois que eu nasci. — Explique divorciado. — Brassi se aproximou. — Eles terminaram o casamento. Eu disse que temos contratos? Ambos concordaram em terminá-lo. Papai ficou com minha custódia. Ela o viu franzir a testa. — Quando os pais terminam um casamento, precisam decidir com quem a criança irá morar. Sua colônia ainda era bastante instável devido às condições climáticas adversas e ambos concordaram que as naves da frota eram melhores para as crianças, com suas instalações médicas avançadas e escolas. Então ela me deixou para trás com meu pai. — Quando eu tinha dez anos, ele foi morto durante uma missão. Até então, mamãe se casou com outro homem e teve mais quatro filhos. Ela sentiu que eu seria um fardo adicional demais para eles e se recusou a assumir minha custódia. — Isso ainda machucava Vivian. — Em vez disso, fui adotada pelo melhor amigo do meu pai. Big M e seu filho foram os que morreram no Gorison Traveler. Eles me queriam ali e já éramos próximos. Eu cresci com eles. Minha mãe é alguém de quem nem me lembro.


A compaixão suavizou os traços de Brassi. — Sinto muito, Vivian. — Pelo que? Não você aquele que se recusou a me aceitar porque não queria uma boca extra para alimentar. Não posso agradecer o suficiente por me pegar e me deixar a bordo. — Ela abaixou o olhar. — Pode me deixar em qualquer lugar. Eu não quero ser um fardo para você ou sua tripulação. — Você é bem-vinda para ficar no Brar por quanto tempo quiser. Vassi resmungou algo baixo e o que quer que ele tenha dito fez com que Brassi risse. Vivian olhou entre eles. — Eu realmente preciso aprender sua língua. — Eu disse que não é como se você pudesse comer muito. — Vassi colocou o bloco para baixo. — Os terráqueos não são fortes. Ela não podia discordar, comparada a Veslor. — Ainda agradeço tudo o que você fez. Abby irá esclarecer está bagunça o mais rápido possível. Eu tenho fé nela. — Ela me informou sobre o que está acontecendo quando entrou em contato. — O tom de Brassi tornou-se áspero novamente e a fúria


brilhou em seus olhos dourados. — Você me avisou que alguns de sua raça não têm honra e seu Capitão é um deles. Não permitirei que ninguém a machuque. Considere o Brar seu santuário durante o tempo que for necessário. — Obrigada. — Não precisa dizer isso. Agora, você precisa de comida e descanso. — Brassi deslizou os braços sob ela e a levantou. — Eu posso andar. Ele a ignorou mais uma vez, levando-a para fora da ala médica e de volta para o corredor.


Capítulo Nove

Brassi levou-a para outro nível e saiu do elevador, passando por portas fechadas até que uma no final de outro corredor reto se abriu. Era quartos para a tripulação. Havia dois móveis parecidos com sofás, mas não tinham encosto nem laterais. Algumas almofadas para se sentar. Uma parede de armazenamento ocupava um dos lados e havia duas portas internas. Ele levou-a para um dos sofás e sentou-a. Então se endireitou e recuou alguns metros. — Eu tenho algo para lhe dizer, Vivian. Ela manteve o olhar fixo no dele, esperando. — Não temos espaço para convidados. Precisamos compartilhar este quarto. Mas você está segura comigo, eu juro. Dormirei no chão e você pode ficar com a minha cama. — Ele se virou, caminhando até a parede oposta e bateu em uma seção da área de armazenamento. Ela se abriu para revelar algum tipo de máquina. Seu corpo escondeu a maior parte, mas logo um cheiro tentador atingiu seu nariz. Era carne cozida.


Ela pensou sobre o que ele disse, sobre sua nave não ter quartos de hóspedes. Isso não era inédito em naves menores. Alguns dos cruzeiros de patrulha usados para a frota eram assim. Dois membros da tripulação eram designados para compartilhar pequenos quartos privados, que continham beliches. Cada um deles vinha com toalete e pia, um banheiro comum era usado por todos. — Compreendo. Dormirei no seu sofá, no entanto. Ele se virou, segurando um prato e uma caneca. Ele se aproximou e se agachou na frente dela, entregando-lhe o prato primeiro. Ela aceitou. Havia tiras cozidas de carne e nada mais. — Coma. Espero que você coma carne. E se não, preparei outra coisa. — Carne de verdade? — Isso era uma surpresa. — Sim. São animais do meu mundo. Não são inteligentes, mas são abundantes e saborosos. Isso é ofensivo para você? — Não. — Tente.


Ela cuidadosamente pegou uma tira de carne. Estava quente, como se tivesse acabado de ser cozido. A máquina deveria ser um tipo de replicador de alimentos. Cheirava bem, quase como carne e ela deu mordeu hesitante. Sabor explodiu em sua língua. Era delicioso, macio o suficiente para morder e mastigar facilmente. Sorriu para ele. Ele sorriu de volta e ergueu a caneca. — Isso é nee. Cheio de nutrientes e temperado com frutas. Ela colocou o prato no colo, terminou a tira de carne que estava comendo e aceitou a bebida. Ela sentiu o cheiro. Cheirava um pouco como bagas. Tomando um pequeno gole, percebeu que estava gelado e incrivelmente saboroso. Vivian tomou um gole maior. — Pedi que Vassi descobrisse tudo sobre sua comida e ele pensará em mais coisas que você gostaria de comer e beber. Este é o meu lanche favorito, ele já viu outros terráqueos comerem antes nas estações que visitamos. Pensamos que esta seria uma escolha segura. Ela sentia-se tocada e divertida por ele continuar chamando os humanos de terráqueos. Não importava. Ele era um homem prestativo. — Obrigada.


— Você diz isso com frequência. Não há necessidade de mostrar apreço. — Ele ajustou o corpo para se sentar no chão, observando-a. — O que aconteceu depois que saímos? Isso matou seu bom humor rápido. — Fui presa. Abby me tirou da cela, me fez entrar no traje e aqui estou eu. Aprecio profundamente que você tenha vindo por mim, Brassi. Não precisava. Tenho certeza que foi ruim precisar voltar, para não mencionar perigoso. — Sem problemas. Foi uma coisa simples ordenar que Yoniv mudasse o rumo. Estávamos a apenas duas horas de sua nave quando Abby nos contatou. Ela percebeu que isso significava que Abby passou horas planejando sua fuga e Brassi estava esperando há algum tempo para que ela saísse de sua cela. — A carne está muito quente? — Ele se inclinou, franzindo a testa. — Não. Está perfeita. Eu gostei. — Você está fazendo isso. — Ele mordeu o lábio inferior para demonstrar.


— Eu faço isso quando estou pensando em algo muito problemático. — Você está segura aqui, Vivian. Ninguém irá machucá-la. Eu dou-lhe minha palavra. — Não é isso. Você me faz sentir segura. — Não era uma mentira. Ela tinha coisas muito maiores para se preocupar do que sua situação atual, como seu futuro. E se Abby não pudesse esclarecer as coisas para ela, seria considerada pela Terra Unida uma criminosa e assim o Comandante Alderson venceria. — Você salvou minha vida, Brassi. Ele rosnou, raiva transformando suas feições. — Abby disse que seu povo queria matá-la. Eu não entendo porque. Você não fez nada errado, nos chamou para ajudá-los. — O Comandante Alderson foi quem autorizou que os Ke'ters entrassem a bordo do Gorison Traveler. Ele os levou para nossa nave e eles nos atacaram. Essa confusão toda é culpa dele, mas precisa culpar alguém. Caso contrário, sua carreira acabaria. Abby descobriu que ele queria destruir todas as evidências do que realmente aconteceu e fazer parecer tudo minha culpa.


— Os Ke'ters atacam qualquer um que queiram comer. E isso seria qualquer nave que não fosse deles. Também nunca fazem o que os outros querem. Seu povo é tão estúpido? Ela assentiu. — Alguns deles são. O Comandante Alderson deve estar bem desesperado agora. Ele não apenas deixou os Ke'ters a bordo, mas também permitiu que quatro centros de controle permanecessem não-tripulados. O regulamento afirma que devem ter operadores o tempo todo. Apenas isso já é motivo suficiente para ser demitido. — Seu povo morreu, mas ele está preocupado em manter seu emprego? Ela gostava de como Brassi cortou para chegar ao ponto. — Sim. — Qual é a importância dos Centros de Controle? Não era exatamente informação classificada. Qualquer um poderia procurar essa informação se quisesse. — Os Centros de Controle têm acesso à maioria dos sistemas da nave. O trabalho de um operador da estação de controle é vigiar tudo na nave. Eles geralmente dividem os níveis, mas todos os usuários podem acessar qualquer câmera independentemente. Também são uma salvaguarda no caso de algo catastrófico acontecer. Por exemplo, se nossa nave


fosse atacada. — Ela arqueou a sobrancelha para ele. — Eu assumi o Controle Um, coloquei a nave em bloqueio e consegui desligar os motores mesmo sem estar na ponte. — Seu pessoal tem medo de ataques assim? Eles acontecem com frequência? Ela balançou a cabeça. — Não, mas poderiam. Nós temos alguns problemas com os rebeldes de tempos em tempos. Eles não têm como alvo naves da grande frota, por enquanto. A segurança é muito apertada na maioria delas. Mas teme-se que possam começar a usar pequenas naves para atirar em nós, dar um tiro de sorte e derrubar a ponte. Você não pode pilotar o Gorison Traveler de um centro de controle, mas tem acesso a todos os principais sistemas em uma emergência, para ajudar a manter a tripulação viva até que outra nave possa ajudar. — Por que você tem rebeldes? São de outras raças que odeiam os seus? — Não. Eles são, na verdade, residentes da Terra Unida. — Ela comeu outra tira de carne e colocou a bebida no chão, já que não havia uma mesa. — A Terra Unida estabeleceu colônias em muitos planetas e abriu várias estações espaciais. Alguns moradores ficam chateados


com as remessas tardias de suprimentos ou sentem que não recebem recursos suficientes para florescer. Entendo e simpatizo com a situação deles. Não deveria ser assim. Então novamente, não faz sentido para mim que reclamem sobre um serviço de transporte de alimentos e depois venham a explodi-lo em retaliação quando se aproxima. Os suprimentos são atrasados ainda mais, até que um substituto possa ser enviado. Isso não é útil para ninguém, incluindo as pessoas pelas quais os rebeldes dizem que estão fazendo isso. — Isso os prejudica. Ela assentiu e terminou sua comida. — Obrigada. Ele se levantou, pegando o prato dela. — Pare de dizer isso. Ela mordeu o lábio. — Eu fui criada para ser educada. Pelo menos não estou chamando você de senhor. Ele voltou para ela e sentou no chão. — Senhor? — É uma forma de respeito por alguém no comando. Você é o Capitão de sua nave. O protocolo diz que devo somente falar quando você me fizer uma pergunta e terminar minha resposta com senhor. Ele apenas a observou.


— Assim, senhor. Obrigada, senhor. Nenhum problema, senhor. — Isso soa bobo. Ela riu. — É bom que eu não tenha decidido me tornar um membro da frota. Aceitei um trabalho civil, mas o senhor ainda é exigido em uma nave da frota quando se está de plantão ou conversando com um oficial de alta patente. A frota não é exatamente como as forças armadas da Terra, mas é modelada como. — A frota não é militar? — Mais ou menos..., mas não. A Terra Unida está no comando de ambos, mas são dois ramos diferentes. Eu sei o quão complicado isso soa. A frota lida com as colônias, estações e alienígenas, se houver um conflito. Os militares protegem a Terra, esse sistema solar apenas e as pessoas que vivem lá. — Eu entendo. Nós temos algo assim. Combatentes que escolhem defender apenas nosso povo e planeta, alguns que lutam contratando seus serviços por boas causas. — Mas você é um comerciante, certo? Lutou contra os Ke'ters como se fosse militar.


— A maioria dos Veslor são treinados para lutar. Alguns fazem isso por pagamento. Eu prefiro trocar para ganhar a vida. — O que você troca? Bem, se puder perguntar. — Você pode me perguntar qualquer coisa, Vivian. Mencionei as colônias de cultivo de alimentos. Nós fornecemos principalmente alimentos e medicamentos para outras pessoas. Os planetas do nosso sistema são bons para cultivar coisas. Nosso povo nunca passa fome, mas não é o mesmo para outras raças. — Ele sorriu. — Nosso transporte de suprimentos nunca chega atrasado. É uma questão de grande orgulho. — Tenho certeza de que meu pessoal poderia aprender muito com o seu. Ele assentiu. — Você precisa descansar, Vivian. Ela estava cansada. — Eu não quero tirar sua cama. — Eu insisto. Ela relutantemente assentiu. — Obrigada.


Ele levantou-se e ofereceu sua mão. Sua pele parecia veludo envolvendo ossos fortes. Ele a colocou de pé e levou-a até a porta à esquerda. Automaticamente se abriu. — Sensores de movimento? — Sim. O quarto não era grande e a maior parte do espaço era ocupada por uma cama enorme. O tamanho a chocou um pouco. Deveria ter quase três metros de comprimento e diâmetro. Havia um armário embutido em uma das paredes. — Fique confortável. O banheiro fica ao lado. Sinto muito que os quartos não estejam conectados. Ela se virou, olhando para ele. — Eu não tenho nenhuma roupa. Ele avançou ao redor dela e tocou um painel. Uma gaveta deslizou para fora. — Pode procurar algo aqui. Use o que você acha que funcionará. O que é meu, podemos compartilhar. Pararemos em uma colônia em onze dias, ficaria feliz em comprar roupas que se encaixam lá. — Isso é demais, Brassi.


Ele fechou a gaveta e se aproximou dela, parando apenas com alguns centímetros de espaço entre eles. Seu olhar era gentil. — Não, não é, Vivian. Eu lhe daria tudo. Estarei aqui quando você acordar. Ele saiu e a porta se fechou, deixando-a sozinha. Vivian tirou os sapatos e as meias, depois tirou o uniforme de tamanho grande. Manteve o sutiã esportivo e a calcinha, deitando sob as cobertas grossas até encontrar lençóis macios à espera. A cama era enorme e muito confortável, ela estava exausta. O pequeno descanso que tomou desde o ataque não foi o suficiente. Brassi ligou para seu irmão. — Ela está dormindo. Diga-me a verdade. Ela está bem? — Eu examinei as varreduras dela. A fêmea está bem. Níveis elevados de estresse apareceram, mas isso é normal. — Bom. — Eu não posso dizer se ela é compatível para reprodução com a nossa espécie. Eu teria que fazer mais testes. Ele franziu o cenho. — Eu não perguntei isso.


— Eu não sou cego, irmão. Você está atraído pela fêmea. Arriscou nossas vidas para ajudá-la. — Nosso rei quer um melhor comércio com os terráqueos. — Isso desculpa a primeira vez que ajudamos..., mas você voltou por ela. — Era a coisa certa a se fazer. Vassi fez uma pausa antes de continuar. — Você quer a fêmea. Brassi suspirou, decidindo que não havia razão para mentir. — Sim. — Ela pode não ser capaz de suportar seus filhotes. O que então? Brassi considerou isso. — Tudo nela me atrai, é diferente de qualquer outra fêmea. Seu perfume. Sua voz. Quero tocá-la. — Talvez seja temporário. — Duvido. —Ele admitiu. — Ambos os lados estão atraídos por ela. — Você tem certeza? — Eu me sinto calmo quando estou perto dela.


— E se ela não puder carregar seus filhotes? — Não importa. — Ele não queria pensar sobre isso. — Ficarei triste, mas não o suficiente para me arrepender se ela for minha. — Ela é pequena e estranha. Brassi rosnou em advertência. — Eu não estou insultando sua fêmea, irmão. Estou afirmando os fatos. Pode até não ser possível para você copular com ela. Deve descobrir se é compatível antes de entregar seu coração. Imagine se prender a uma fêmea sem esse tipo de conexão. Isso destruiria seus dois lados. Não quero matá-lo se você ficar feroz. Brassi olhou para a porta do quarto fechada. — Ela precisa de mais tempo. — Mas não é assim que somos. Conexões são feitas rapidamente. Descubra agora ou coloque-a na ala médica para se distanciar dela. Ela pode ficar confortável lá até chegarmos a algum lugar onde estaria segura. — Seu próprio povo quer matá-la, Vassi.


— Será a sua morte se você se prender à fêmea e não for possível copular. Eu conto com você, irmão. Nós todos dependemos de você. Somos um grupo unido. Sua perda devastaria a todos. Vá para a fêmea, explique e descubra se são compatíveis. Nosso futuro está na balança se considerar tudo o que você faz. Brassi terminou a ligação e voltou para o quarto. Ele era um Veslor. Vivian não era. Seu povo não tomava companheiros. Faziam contratos. Ele fez uma careta, enojado com o conceito. Soava frio e impessoal. Seria demais para a mulher? Muito intenso? E se ela não pudesse lidar com ele? Ele rosnou baixo e esfregou o peito quando sentiu sua fera interior arranhando-o. — Calma, vamos esperar mais um dia. Eu também a quero. Concordamos com isso. Ele parou de andar, olhando para as portas do quarto. — Precisamos correr o risco. Ele decidiu comer antes de acordar Vivian. Ela precisava de descanso. Poderia dar a ela pelo menos algumas horas.


Capítulo Dez

Uma mão grande e quente esfregou suas costas. Vivian gemeu de prazer, sentindo a massagem incrivelmente boa. Então se lembrou de onde estava e ofegou, sentando-se. Virou para encontrar Brassi sentado na beirada da cama. Sua metade superior estava nua, mas ele ainda usava calça pretas. Era um homem fera alienígena bonito. Não havia como negar. Sua atenção foi para seus braços musculosos e peito. Ele também era um homem fera alienígena grande e em forma. — Oi. — Ela estendeu a mão e tentou pentear os cabelos com os dedos. Provavelmente estava uma bagunça. — É de manhã? Ele balançou sua cabeça. — Você dormiu por quatro horas. Eu comi, treinei com meu irmão e tomei banho para lhe dar mais tempo. Mas agora precisamos conversar. Há uma escolha importante que precisará fazer. Ela estava intrigada. — Ok. O que é isso? — Você está ciente que eu sou um Veslor. Estou muito atraído por você, Vivian. Ambos meus lados estão...


Ela ajustou sua posição, inclinando-se para ele e mantendo os cobertores até o peito, absorvendo o que dizia. — Eu não entendo. Quer dizer, a parte da atração sim. Também estou atraída por você. —Disse ela, decidindo que ele merecia sua honestidade. — Mas o que você quer dizer com os dois lados? Isso tem a ver com você ser um metamorfo? Ele sorriu. — Você está ciente disso? — Um pouco. Eu li alguns relatórios sobre Veslor, mas não há muita informação disponível. O departamento cultural queria enviar um especialista para o nono quadrante para saber mais sobre sua raça. Obter permissão da Terra Unida leva tempo. Pelo que alguns humanos relataram, você pode mudar de forma, mas nunca disseram para o que. Então seu sorriso desapareceu e seus olhos dourados brilharam com uma emoção que ela traduziu como preocupação. — Eu posso lhe mostrar. Você precisa ver meus dois lados para tomar uma decisão. Excitação a encheu. — Mesmo? Não é um segredo para seu povo? Há uma teoria de que pode ser algo que não mostre para outras raças.


— Outras raças normalmente só veem o nosso lado animal durante a batalha. Isso a inquietou um pouco. — Ok. Por quê? — Você precisa ver para entender. Mostrei minhas garras. Isso é apenas uma pequena parte da minha outra metade. É... diferente. Ela franziu a testa. — Agressão e raiva estão contidas em um lado de nós. Para lutar, para defender, usamos este lado. Nosso outro lado. A outra metade. Ela não gostava do som disso. — Você vai me colocar em perigo? Ele sorriu. — Não. Eu nunca a machucaria, Vivian. Ambos os lados querem mantê-la segura. Ele salvou sua vida, duas vezes. Uma vez matando os Ke'ters e novamente quando a pegou no espaço. Ela assentiu. — Eu confio em você, Brassi. — Bom. — Ele hesitou. — Preciso deixar minhas emoções mais agressivas surgirem para mostrar. Nada é direcionado a você. — Ele ficou de pé, alcançando a cintura de sua calça.


Ela observou com fascinação atordoada quando ele se inclinou, lentamente empurrando-a para baixo. Quando se endireitou, ela forçou o olhar para se fixar no rosto dele enquanto ficava diante dela nu. Era tentador olhar para baixo, mas não se preocupou em lutar por muito tempo. E de repente ele se inclinou novamente, um grunhido baixo saindo. Arrepios percorreram seus braços ao som animalesco, mas permaneceu imóvel. Precisava acreditar que Brassi não a machucaria. Aconteceu rápido. Ele deixou de ser um homem para algo que se assemelhava a uma pantera da Terra, se fosse cinza escuro, maior, mais assustador e quase com uma aparência primitiva. Ele subiu na ponta da cama, seus olhos dourados a observando. Ela o olhou de volta, de suas grandes patas com garras afiadas como navalha, para seus membros musculosos, o peito largo e seu torso. Ele tinha uma pequena cauda que chicoteava para frente e para trás. Seus dentes eram mais longos agora do que em sua outra forma e ela tinha certeza de que ele poderia rasgá-la em pedaços, se quisesse. Seus olhos, no entanto, eram os mesmos que os de Brassi, enquanto ele a olhava também.


Ela empurrou o cobertor para baixo e lentamente ficou de joelhos. — Você consegue me entender? Ele deu um pequeno aceno com a cabeça enorme. — Posso tocálo? Ele abaixou, esparramado na cama. Sua mão tremia quando ela a estendeu. Ele deveria pesar quatrocentos quilos e era muito maior que ela. As pontas dos dedos dela roçaram o lado dele. A suavidade aveludada desapareceu de sua pele escura, em vez disso, se sentia suave, mas resistente. — Isso é incrível! Ele balançou a calda e depois, com a mesma rapidez, voltou à forma de homem. Ela ergueu a mão e observou-o esticar o corpo na cama. Ele estava de barriga para baixo. Ela olhou para a bunda dele sem resistir. Era musculoso e corpulento, humano na aparência. A cauda desapareceu. Vivian soltou um suspiro quando se sentou de volta. — Somos mais mortais nessa forma enquanto lutamos. Mais difíceis de machucar.


— Eu posso entender isso. Você pode mudar se não estiver com raiva? — É desencadeado por hormônios agressivos. Ela tomou isso por um não. — Pode controlar? Quer dizer, claro que você pode. Acabou de fazer. O que eu quero dizer é que, se estiver conversando com alguém e o deixarem com raiva, você apenas muda ou é algo feito à sua vontade? Ele sorriu. — Nunca é acidental. Aprendemos o controle rapidamente quando somos muito jovens. Isso era fascinante. — Você disse que preciso fazer uma escolha. O que tem a ver com isso? Ele segurou seu olhar. — Minha raça tem companheiros. — Você me disse isso antes. — Seu coração começou a acelerar. Ela não era idiota. Ele estava falando sobre o acasalamento, algo sobre uma escolha. Precisava dizer mais a ela antes de assumir qualquer coisa. Poderia ser um erro tirar conclusões precipitadas, mas parte dela não podia deixar de ligar os pontos. Ele estava prestes a perguntar se ela queria se acasalar? O conceito era simples. Eles mal se conheciam.


— Estou atraído por você, Vivian. Ambos os lados de mim estão. Como um Veslor, eu desejo uma fêmea e a tomo como minha companheira, assim travo dentro dela. Não sei se somos compatíveis... mas quero descobrir. Mostrei ambos os lados, porque somos muito emocionais. Nós não apenas vivemos por nossas emoções, mas elas governam nossos corpos. Ela estava sem palavras, sem saber o que dizer. Muitas perguntas enchiam sua cabeça. — Quero me unir a você. É puro instinto e emoção. Isso significa que estou atraído fortemente. Tudo sobre você me puxa. — Acabamos de nos conhecer. —Ela respondeu. — É assim para os Veslor. Nós sentimos atração intensa e isso apenas aumenta até que nos agarrarmos completamente a uma fêmea e a reivindicarmos. — Ele procurou seus olhos. — Não há contratos. Apenas necessidade e desejo. Eu quero você, Vivian. Permitirá que a toque? — Porra. Você está falando sério, não é? Ele assentiu. — Eu sei que somos diferentes, mas isso não importa para mim. — Seu olhar desceu para o sutiã esportivo e um


rosnado baixo veio dele. — Eu desejo tocá-la. Senti-la. Copular com você. Reivindicá-la... mantê-la. Seu coração batia mais rápido e ela sentiu seu corpo respondendo a sua voz rouca. A forma como a olhava, a fazia se sentir quente. — Eu preciso de um banho. Seus olhos se arregalaram. Ela o surpreendeu. Ele também. — Eu volto logo. — Ela empurrou as cobertas, saiu da grande cama, quase correu para fora do quarto e para o banheiro. Era covarde fugir, mas não podia evitar. Tudo estava acontecendo tão rápido. Não havia uma tranca na porta. Ela tirou seu sutiã esportivo e calcinha, então descobriu como usar o chuveiro estranho. Eles usavam água a bordo da nave. Não estava exatamente quente, mais parecia morna. Ela ficou sob o jato, tentando desacelerar seu coração, o que era difícil quando seus pensamentos permaneciam em Brassi. Ele queria fazer sexo com ela! Não tinha certeza se isso era possível. Eles eram duas raças diferentes. Ele era muito maior que ela. Deveria ter olhado sua virilha quando ele se despiu, para descobrir o que escondia lá embaixo.


Ela abriu um recipiente na prateleira e cheirou o conteúdo. Frutas de algum tipo. Ela não tinha certeza se era para o corpo ou xampu. Não importava. Derramou um pouco na palma da mão, usando-o para esfregar o cabelo e a pele. Então enxaguou e usou a água para limpar a boca o melhor que pode. Ansiava por uma escova de dentes. Fechou a água e usou uma toalha para secar, agradecida por Brassi não ter entrado no banheiro. Ele queria se acasalar. Possuí-la. Era uma loucura. Eles não se conheciam bem o suficiente para assumir um compromisso vitalício. Então

novamente,

ela

aprendeu

muito

sobre

culturas

alienígenas. Sabia que as práticas de acasalamento variavam muito. Os

Crezzi

eram

instantaneamente

atraídos

por

seus

companheiros. Formaram laços para a vida sem sequer falar uma palavra primeiro. Era o cheiro e atração visual que os unia. Então botavam ovos, dúzias deles e os criavam juntos. Os Richling tinham vários parceiros de procriação, sem formar um vínculo emocional. Sua raça era sexualmente atraída umas pelas outras com base na força. Os mais fracos nascidos de sua espécie nunca se reproduziam.


Eram transformados em algo semelhante a escravos, servindo os criadores. — Merda. — Ela olhou para a porta, apreensão enchendo-a. — Eu não posso me esconder aqui para sempre. Pense, Vivian. Bem, se os Veslor eram motivados pela emoção ao escolher seus companheiros, ela fechou os olhos, precisa ser exatamente o oposto. Racional. Fui treinada para avaliar outras raças e ter a mente aberta. Era seu trabalho. Nenhuma única vez, porém, considerou que ela poderia se tornar a companheira de algum alienígena. Brassi não era apenas um alienígena estranho, no entanto. Ela abriu os olhos. Não. Brassi era o homem que salvou sua vida e lutou contra os Ke'ters para proteger seu povo. Ele voou de volta para resgatá-la quando soube que o Comandante Alderson planejava matá-la. E Brassi era alguém por quem estava definitivamente atraída, embora ele fosse muito diferente de sua espécie. — Merda. — Ela respirou fundo e caminhou até a porta. — Eu não sou covarde.


A porta se abriu e encontrou Brassi na sala de estar. Ele vestiu sua calça preta novamente e parou de andar para olhá-la. — Eu a assustei. Sinto muito Vivian. Eu não quis provocar essa reação. — Eu não fiquei assustada. Apenas pressionada. Somos muito diferentes, Brassi. Humanos fazem essa coisa chamada namoro, onde passamos tempo juntos, lentamente nos conhecendo. Às vezes passamos anos namorando antes de decidir nos casar. — Anos? — Ele parecia chocado e soava ainda mais. Ela assentiu. — O período mais curto que eu pessoalmente vivi foi um mês. Um casal que conheço se casou muito rápido. Então, novamente, eles trabalhavam na mesma equipe epassavam muito tempo juntos. Depois de um mês, decidiram se unir. Acho que eles decidiram se casar porque um deles seria transferido para outra nave da frota. Eles não eram civis. Os trabalhadores da frota vão para onde são enviados e não recebem a opção de dizer não. O casal não queria ser separado e há uma cláusula nos contratos da frota que afirma que os casais têm o direito de serem mantidos juntos. Os contratos garantem que trabalhem para a frota por anos a fio e até que isso termine, a frota praticamente os possui.


— Escravidão? — Nós não usamos esse termo. A frota paga seu treinamento, investe tempo e dinheiro em sua educação para vários trabalhos. Para essa oportunidade, as pessoas concordam que a troca vale a pena. Uma vez que cumprem seu tempo, podem deixar a frota para trabalhar para outra pessoa. A maioria simplesmente renuncia a outra pessoa e permanece, já que é segurança no emprego. — E você? A frota possui seu tempo? Ela balançou a cabeça. — Não. É uma das razões pelas quais decidi ser uma trabalhadora civil. Paguei minha própria escola com dinheiro que meu pai me deixou quando morreu. Escolhi o que fazer. Brassi aproximou-se dela, parou a alguns metros de distância e a olhou. — Qual é a sua escolha, Vivian? Devo pedir-lhe que durma na ala médica para manter espaço entre nós ou ficará comigo? Como já disse, quero me unir a você. Ela mordeu o lábio e tentou pensar. — O que acontece quando você trava? — Eu não a deixarei ir. Você será minha. Eu serei seu. Nós nos acasalamos pela vida toda.


— Eu nem sei se somos compatíveis sexualmente. — Nós podemos descobrir. — O olhar percorreu seu corpo. — O que são as preliminares na Terra? Como sua espécie se excita? — Beijando. Tocando. E quanto aos Veslor? — As fêmeas se aproximam e se tornam fisicamente agressivas. E se os machos não estiverem interessados, rosnam como aviso para se afastarem. E se estiverem, lutam e fixam a fêmea sob seu corpo. Um olhar percorreu seu corpo. Ele era um enorme homem alienígena que parecia positivamente perigoso. — Uau. Soa violento. Ela esperava que ele não quisesse isso dela. Seu olhar voltou para o dele. — Você provavelmente me machucaria. Eu também não posso me imaginar o atacando. Apenas bati em homens de quem não gostava e com certeza não queria fazer sexo com eles. Ele assentiu. — Eu não quero machucá-la, Vivian. Apenas a quero sob mim. — Então o quê? — Entrar em você.


Ela hesitou. — Eu não sei se as nossas partes... combinarão. Estou curiosa para descobrir, porque estou atraída por você. Apenas não tenho certeza sobre a parte de acasalamento. Podemos testar se o sexo é possível sem bloqueio? — Sim. Eu posso copular com uma fêmea sem acasalar com ela. — Qual é a diferença? — É hormonal. — Como com a mudança? Ele assentiu. — Eu não posso acasalar se ficar nesta forma. Ela sentiu o sangue escorrer de seu rosto. — Você quer dizer que muda para acasalar? Que teríamos que nos unir enquanto você está em sua outra forma? — Usualmente. Mas você não é Veslor e não pode mudar de forma como as nossas mulheres fazem. É algo que teremos que descobrir. Posso dizer pelo seu medo que não me receberia mudando para garantir um vínculo assim. Ela se sentiu mais do que um pouco sobrecarregada. — Nós temos uma palavra para isso. Bestialidade. É... hum... ilegal.


— Não entendo. — É ilegal para os seres humanos fazer sexo com... — Ela não queria insultá-lo chamando a outra forma de animal. Ele não era um, apesar do que poderia se transformar. — Alienígenas? Outras raças? — Algo parecido. — Sua raça também quer matá-la. — Alguns deles. Não todos. Ele inclinou a cabeça, seu olhar dourado fixo nela. — As leis terrestres não importam aqui. Estamos em uma nave Veslor. E de acordo com nossas leis, o acasalamento é natural e encorajado se tivermos a sorte de encontrar nossa companheira. Raça não importa para o nosso rei. Você será considerada Veslor quando nos acasalarmos. Seu povo não poderá prendê-la. Eu não permitiria. Isso poderia ser uma coisa boa, se Abby falhasse e o Comandante Alderson se safasse com seu esquema. Sua reputação e nome poderiam ficar além da salvação e a Terra Unida enviaria um mandado de prisão. Ela teria sorte se passasse o resto da vida na prisão. Na pior das hipóteses, eles a executariam.


Os Veslor não eram aliados da Terra Unida. Isso significava que eles não tinham a obrigação de entregar um humano ao seu planeta. Mas não era motivo para se. Ela se sentia culpada por sequer pensar nisso como uma razão pela qual consideraria se tornar sua companheira. Ela olhou nos olhos dourados de Brassi e empurrou todos os pensamentos de sua cabeça. Em vez disso, tentou se concentrar em como se sentia. A atração era mútua. Aproximou-se, querendo tocálo. Como ele a queria também, não havia razão para não fazer. Ela levantou as mãos e colocou-as em seu peito aveludado, amando a suavidade de sua pele sob as pontas dos dedos e as palmas das mãos. Ele era tão firme. Musculoso. Forte. Caloroso. Suas narinas se alargaram e um rosnado baixo veio dele. Não foi assustador, mas sexy. Ele estendeu a mão para ela também, colocando-as em sua cintura coberta pela toalha. — Sim? Ela se achou assentindo. — Vamos apenas levar as coisas devagar, ok? — Sim.


Eles ficaram ali e ela percebeu que ele parecia esperar por ela para fazer alguma coisa, para iniciar a intimidade. — Devemos ir para o quarto. Ele deu um aceno de cabeça. Ela recuou e deixou as mãos deslizarem pelo peito dele. Ele soltou seus quadris e seu coração acelerou quando ela se virou, levando-o para seu quarto. Ela segurou a toalha e engoliu em seco, puxando. Caiu lentamente pelo corpo dela. Não ousando olhar para trás para ver a reação dele ao seu traseiro nu, deitou na cama de costas. Vivian olhou para seus olhos para encontrá-lo em cada centímetro de seu corpo. Sentiu calor em suas bochechas, mas ignorou sua timidez. — Eu sou parecida em algo como uma fêmea Veslor? Ele balançou a cabeça, sua atenção travada em seus seios. Brassi ficou parado ali, em silêncio, olhando-a. Ela interiormente se encolheu e se sentou, resistindo à vontade de se esconder. — Sou desagradável nua?


Seu olhar foi para o dela e ele fez um barulho suave e estranho antes de falar. — Não é desagradável. Apenas tenho medo de machucá-la. Sua pele parece extremamente macia por toda parte. Ela se perguntou se suave significava mole. Ele estava chamando-a de gordinha? Não era de se exercitar e além de Big M fazê-la aprender a se defender, não era exatamente do tipo físico. Seu olhar foi para seus braços, peito e estômago. Brassi não parecia ter nada de flacidez sobre ele. Ele era todo músculo e pele escura. Não entre em pânico. Desentendimentos acontecem quando duas raças alienígenas conversam, ela mentalmente lembrou a si mesma. — Devo me vestir? — NÃO!


Capítulo Onze

Vivian saltou com o grunhido alto. Brassi ficou de joelhos. — Sinto muito! Não tenha medo de mim. Apenas temo machucá-la. Você parece tão frágil. — Ele ergueu as mãos para ela, mostrando as unhas. Não eram garras no momento, mas ele tinha unhas grossas e afiadas. — Você não o fará. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso. — Vamos levar as coisas devagar, lembra? Começaremos com nossas diferenças. Como são os corpos de suas mulheres, além do fato de que nossas texturas de pele são diferentes? Seu olhar desceu para seus seios e ele tocou os mamilos planos em seu próprio peito. — Os seus são maiores e parecem delicados. Ela olhou para os seios e estendeu a mão, segurando-os, dando a cada um, um bom aperto para demonstrar. — Eles não cairão. — Seu sorriso se ampliou. Ele rosnou baixo. — Os centros estão endurecendo. Ele estava falando sobre seus mamilos. — Isso acontece quando são acariciados ou se está frio.


— Dói? Ela balançou a cabeça. — Não. — Ela beliscou um para mostrar. O mamilo endureceu ainda mais. — É bom para a maioria das mulheres, na verdade. Contanto que não seja muito áspero ou a pele não esteja ferida, é prazeroso. Ele caminhou de joelhos até o final da cama, mas parou ali, colocando as mãos no colchão. Ela observou suas feições. Ele não parecia enojado, apenas intensamente curioso. Ela soltou seus seios e ficou mais ousada, abrindo as pernas e puxando os joelhos para cima. Seu olhar desceu e outro rosnado baixo veio dele, ainda mais sexy do que o último — Que tal aqui? — Ela se deitou um pouco, usando os cotovelos para se levantar para que pudesse observá-lo. Em seguida, ela colocou os pés na cama, levantando os quadris um pouco quando abriu mais as pernas. Era descarado mostrar-lhe sua buceta, mas era a maneira mais rápida de aprender sobre o outro. Ela estava toda para isso. — Os seres humanos são muito diferentes das fêmeas Veslor aqui? Ele a olhou. — Você é rosa. Nossas fêmeas são escuras. — Ele levantou seu corpo, rastejando na cama.


Ela ficou quieta enquanto ele se aproximava. A cama afundou, e precisou apertar o abdômen para evitar ser derrubada. Brassi ficou deitado de bruços enquanto avançava entre as coxas dela. Ela precisou separá-las ainda mais. Ele era enorme, com ombros largos. Ele levou seu rosto diretamente sobre seu sexo. Não a olhou, muito concentrado em encarar a parte mais delicada. Ele se ajustou e levantou a mão. Ela relaxou quando sua mão aveludada acariciou sua parte interna da coxa. — Tão suave. — Ele rosnou. — Você também. Isso fez com que sua cabeça se levantasse e seus olhos se arregalaram. Ela sorriu. — Sua pele é muito agradável para mim. Ele inalou. — E você cheira bem... mas não como conheço. Como eu mudo seu perfume? Você fica oleosa quando está pronta para copular?


Oleosa? Ela pensou nisso por um momento. — Eu fico molhada. Sim. — Ela puxou os braços e reclinou-se completamente sorrindo. — Ok. Lição de sexo de mulher humana. — Ela olhou para ele. — Pronto para aprender? — Sim. — Eu nunca me toquei com alguém olhando antes, mas sei que aprendo mais rápido se vejo como algo é feito. Eu mostrarei o que me deixa molhada e meu cheiro provavelmente mudará. Na verdade, tenho certeza que sim. Eu sei que seu olfato deve ser muito melhor que o meu e até mesmo eu consigo sentir o cheiro. — Mostre-me. Sua voz saiu mais profunda e ela gostou de quão rude soou. Talvez isso fosse um sinal dele estar excitado. Ele com certeza não parecia entediado. Isso foi um alívio. Ela tocou seus seios novamente. — Eles são sensíveis. Basicamente, a maior parte com o toque certo. — Ela deslizou as mãos pelas costelas, sobre o estômago e parou em sua buceta. Hesitou, estendeu a mão e molhou um de seus dedos, lambendo-o. — O toque seco nessa área não é muito confortável. Isso ajuda. — Ela voltou para


baixo e gentilmente tocou seu clitóris. — Isso é extremamente sensível e me deixará muito excitada. É também como eu gozo. — Goza? — Ele estava rosnando as palavras agora. — Clímax. Gozar. Como completamos o sexo. — Mostre-me. —Ele insistiu novamente. Ela começou a esfregar seu clitóris. Ele observava seu dedo e ela o observava. Ele lambeu os lábios, a visão de sua língua escura a fez se perguntar como seria a sensação em seu clitóris, em vez de seu dedo. Ela abriu mais as pernas, o prazer formigando através dela quando seu clitóris começou a inchar. Era a primeira vez que se tocava na frente de alguém e havia algo realmente gostoso nisso. Ele fez um barulho baixo e levou o rosto ainda mais perto. Ela podia sentir sua respiração quente. O grunhido ficou mais alto, quase como um ronronar. Ela esperava que isso fosse uma coisa boa. Seus olhos pareciam mais brilhantes, mesmo quando se estreitaram. Também notou o corpo dele ficando tenso, os músculos dos seus braços contraindo-se.


Ela tirou o dedo do clitóris, indo para baixo, sentindo o quão molhada estava ficando. Talvez por isso ele estivesse respondendo assim. Ela definitivamente estava ficando oleosa para ele. E de repente, ele agarrou seu pulso e puxou a mão para longe de sua buceta. Ela estava respirando com mais força e quase estava lá, pronta para gozar. — O que há de errado? Ele soltou seu pulso e ela viu quando ele lambeu o polegar e abaixou-o. Roçou seu clitóris. Era muito mais áspero e texturizado do que a ponta de seu próprio dedo, mas não doeu. Ele foi gentil quando começou a esfregar. Ela gemeu, seus músculos apertando. Ele olhou para cima, seus olhares fixos. Ele continuou. — Assim. — Ela conseguiu dizer. Ele ficou mais ousado, esfregando um pouco mais rápido. Ela fechou os olhos e ofegou. Então ele parou, afastando o polegar do clitóris. Ela abriu os olhos e levantou a cabeça.


— Estou sofrendo. — Ele disse asperamente. — Você está bem lubrificada. Ele queria transar com ela. Ela assentiu, pronta para ver se isso funcionaria. Ela o queria dentro de si. Já tão perto, ele poderia até ser capaz de penetrá-la. Eles resolveriam isso. Ela o queria muito. — Será que a machucará se eu empurrar aqui? — Seu polegar a tocou novamente, passando o dedo sobre a abertura de sua buceta. — Você parece pequena. — As mulheres se esticam. Por que você não me mostra o que tem? Ele se ajoelhou na cama e se endireitou. Ela engoliu em seco quando olhou para baixo. Ele ainda usava a calças preta, mas agora havia uma grande e grossa protuberância embaixo, o tecido não escondia muito. Ele parecia grande, mas a forma parecia a mesma que os humanos tinham. Ele segurou a cintura de sua calça e empurrou-a para baixo, expondo seu pau.


Era semelhante ao dos humanos. Na maior parte. A ponta era mais grossa que o eixo, mas não muito. Era tão escuro quanto o restante dele. Havia cordões finos correndo ao longo do comprimento, de baixo para cima até a base, que ela imaginava serem veias. Inclinava-se para fora enquanto ereto. Seu olhar desceu mais, para suas bolas. Ele parecia ter apenas uma e havia algo bloqueando sua visão. Ela se sentou e hesitou antes de se aproximar dele. Fez uma pausa, olhando em seu rosto. — Posso tocá-lo? Ele deu um aceno de cabeça. Suas feições pareciam tensas. — Vamos nos encaixar? — Você é grande. Não é um choque. Resolveremos isso. Quer dizer, você parece um humano. Apenas maior. — Ela passou as pontas dos dedos na parte inferior de seu eixo, um pouco surpresa. A textura não era como sua pele aveludada. Em vez disso, era mais parecida com couro. Couro liso, mas com cumes. Seu pau se contraiu e um líquido claro saiu da ponta. Não foi muito. Apenas algumas gotas. Escorreu até a coroa de seu eixo, onde ela o segurava. Ela tocou, esfregando entre os dedos. Parecia óleo de bebê. Tinha uma consistência lisa e semelhante.


Óleo. Agora ela entendia. Parece que Veslor tinham uma ótima lubrificação para o sexo. Ela passou as pontas dos dedos para baixo, até a coisa estranha que pesou ser suas bolas. Era uma protuberância sólida, como a cartilagem coberta por couro. — O que é isso? — Meu yunce. Protege meu saco de sementes de danos. Normalmente não fica inchado assim a menos que eu esteja prestes a copular. Há outro na parte de trás. Ela não podia ver, mas passou a mão por baixo. Ele podia ter apenas um, mas era grande, como o restante dele. Ela acariciou... Ele respirou fundo. Vivian congelou, olhando-o. — Extremamente sensível. Não é tocado sempre. — Estou machucando? — Ela pensou ter sido gentil. — Não. — Está tudo bem se eu explorar? Ele deu outro breve aceno de cabeça.


Ela manteve a mão entre as coxas levemente separadas, segurando levemente a bola. Cobriu com a palma inteira e depois um pouco mais. Era macio, sem textura de couro como seu pau. Podia sentir a outra protuberância atrás, como a da frente. — Isso é bem legal. — Eu preciso de você, Vivian. — Ele disse asperamente. — Podemos discutir meu corpo mais tarde? Eu preciso entrar em você. Estou com dor agora. Ela afastou a mão e notou que seu eixo estava lubrificado agora. Mais daquele fluido claro saiu da ponta de seu pau e seu eixo na parte de baixo estava bem revestido. — Sim. — Vire-se. Nós nos reproduzimos com a fêmea na nossa frente e de costas. — Estilo cachorrinho. — Não deveria ser um choque. Ele era um shifter que se transformou em uma pantera alienígena, afinal. Ela recuou, ficando de joelhos e se virou. Ficou de quatro, abriu as coxas e rezou para que ele se encaixasse.


Brassi se inclinou para frente, rastejando sobre ela e sentiu o membro rígido roçar contra a parte interna das coxas. Ela separou-as mais. Sua respiração acelerou. Percebeu que era a primeira vez que fazia sexo sem beijar alguém primeiro... mas descobririam se ela gostava disso ou não. Sentiu um pouco de medo, mas o ignorou. Brassi não a machucaria. Ele se aproximou, moldando a parte superior do corpo contra as costas dela, pressionando a pele juntas. A textura aveludada a fez sorrir. Ele se apoiou em um braço e estendeu a mão, segurando seu seio. Explorou, dando um aperto suave, em seguida, brincou com o mamilo. Ela suavemente gemeu. Ele estava levando as coisas devagar, com cuidado. O som estrondoso que ele fez anteriormente retornou. Seu peito vibrou ao longo de suas costas. Era quase como fazer uma massagem leve. Ele ajustou seu corpo e soltou seu seio, passando a mão sobre o lado dela até o quadril. Moveu suas pernas, o colchão afundando com seu peso, enquanto ele parecia se mover mais para um lado do que para o outro. — Devagar. — Ele rosnou.


— Devagar. — Ela concordou. Então ela sentiu a ponta grossa de seu pau esfregar contra sua buceta. Ela ainda estava molhada. Ele também estava com aquela substância clara que seu corpo criou quando o tocou. Esfregou contra sua fenda algumas vezes e roçou seu clitóris. Ela gemeu e arqueou as costas, empurrando sua bunda. Ele pareceu gostar disso, ela adivinhou, quando o barulho e as vibrações aumentaram. Então ele parou bem em sua fenda... e começou a empurrar. Seu corpo resistiu um pouco. Ele era incrivelmente grosso. Fez uma pausa, sua mão deslizando ao redor de seu estômago para segurá-la. Então empurrou novamente. Vivian fechou os olhos, forçando seu corpo a relaxar quando ele entrou. Foi um ajuste apertado, mas seu corpo cedeu, tomando-o. Um grunhido profundo soou perto de seu ouvido. Ele empurrou mais para frente, saiu e depois empurrou mais fundo. Deus, era incrível. Vivian gemeu. Ele congelou. — Continue! Você não está me machucando.


— Você é tão apertada... e macia por dentro também. Ela não tinha certeza do que macia por dentro significava em relação ao que ele estava acostumado, mas naquele momento, não se importava. Ele entrou mais fundo ainda e algo roçou seu clitóris. Ela empurrou, assustada. Ele congelou novamente. — Estou machucando você? — Não. Eu acho que seu... alguma... coisa que acabou de me tocar é tudo. Esqueci disso. — Yunce. —Ele corrigiu. — É muito áspero contra a sua carne macia? — Mova-se novamente e veremos. Ele o fez e o yunce roçou seu clitóris mais uma vez. Seus olhos se arregalaram quando ele começou a gentilmente transar com ela. A cartilagem parecia incrível contra seu clitóris. Ela gemeu mais alto, agarrando o lençol na cama. Era maravilhoso. Ele dentro dela era alucinante. — Oh Deus! Ele se acalmou novamente. — Não pare! Você está bem?


— Sim. — Continue, Brassi. Ele começou a transar com ela novamente, ainda indo devagar. Ela agarrou o lençol, gemendo. — Nós funcionamos... —Ela ofegou. — ... muito bem juntos. Mais rápido! Seu estrondo aumentou, as vibrações em seu peito ficando mais fortes. Ele fez o que ela pediu, fodendo-a mais rápido e um pouco mais forte. O yunce tocava seu clitóris, ele estava bombeando dentro dela e a combinação dos dois era a melhor coisa que ela já sentiu em sua vida. Foi intenso. Tanto assim, gozou cegamente de prazer, gritando seu nome. Ele rosnou e a fodeu mais forte então, por vários minutos, até que seu corpo endureceu, as vibrações se acalmaram e ela o sentiu se soltando dentro dela. Seu corpo estremeceu sobre o dela, ambos respiravam com dificuldade. Um líquido quente deslizou pelas suas coxas quando ele gentilmente tirou seu pau e deitou ao seu lado na cama, estendendo a mão para ela quando o fez. Ele a puxou para perto e envolveu seu grande corpo ao redor dela. Eles se deitaram juntos enquanto recuperaram o fôlego.


Ele acariciou sua bochecha com a dele. — Seja minha companheira, Vivian. Ela virou a cabeça, olhando em seus olhos. — Bem assim? Ele assentiu, seu olhar intenso. — Nós funcionamos. Muito bem. Ela se encontrou sorrindo. — Você pode se acasalar com uma criminosa procurada, se Abby não conseguir limpar meu nome com todas as evidências que o Comandante está tentando destruir. — Eu sei a verdade. Você salvou seu povo. Suas leis são estúpidas se insistirem que errou. Ninguém nunca a tirará de mim. Ela olhou profundamente em seus olhos e não pensou. As emoções eram o que Brassi usava para tomar suas decisões. Ela faria o mesmo. Sentia-se segura em seus braços, extremamente satisfeita sexualmente e não tinha vontade de fugir dele. Gostava de ficar tão perto. — Sim. Ele sorriu, mostrando aqueles dentes assustadores. Ela se virou. Ele a soltou e se deitou. Ela se arrastou até ele um pouco e ficou confortável contra seu lado, usando seu peito largo para


colocar o queixo, olhando-o. — O que exatamente precisamos fazer para nos tornarmos companheiros? — O que acabamos de fazer... mas eu preciso mudar. Isso matou um pouco sua alegria, tentando imaginar como seria. — Eu sou do mesmo tamanho aqui. — Ele abaixou a mão, tocando seu eixo agora macio. — Apenas o restante de mim muda. Você pode fechar os olhos. Vivian sempre foi fascinada por outras raças. Ela foi para a faculdade estudá-los e escolheu sua profissão porque estava muito interessada em aprender sobre alienígenas. Era fácil aceitar que Brassi parecia diferente dela. Eles fizeram sexo, ele salvou sua vida e ela estava nua na cama com ele. Nada sobre sua forma atual a afastou. A pantera alienígena para a qual ele mudou não a machucou, mas ela o queria sobre ela? Fazendo sexo? Essa parte era difícil de imaginar. — Acho que que você tem licor, não é? — Eu não entendo. — Coisas que você bebe e que o deixam um pouco bêbado? Ele franziu a testa, mas deu um aceno de cabeça.


— Talvez você pudesse me dar um pouco, poderíamos brincar e quando eu estiver de quatro, apenas não me diga que está prestes a mudar...? — Meu outro lado é desagradável para você? — Um flash de mágoa apareceu em sua expressão. Isso a machucou. Mas eles precisavam de honestidade em seu relacionamento. Era muito importante. — Não. É uma coisa humana. Eu aceito seu outro lado, Brassi... mas sua raça transa com um quando o outro não está? Ele hesitou. — Não. Isso seria estranho. — É aí que estou na minha cabeça também. Isso seria estranho. Um pouco de bebida pode me ajudar a me sentir mais relaxada com a experiência. — Compreendo. Pegarei algo para você beber. Ela assumiu que seria uma bebida alienígena. — Compromissos são importantes. — Ela sorriu e acariciou seu peito. A textura de sua pele era algo que ela nunca se cansaria. — É uma coisa única para formar um relacionamento de companheiros ou algo que eu preciso me ajustar a fazer em uma base regular?


— Eu fazê-la minha na outra forma? — Sim. — Apenas para acasalar ou se quisermos ter filhotes. Ela mascarou suas feições para esconder sua surpresa. — Filhotes? — Bebês. Não sei se somos compatíveis. — Há muita coisa que preciso aprender sobre você. Ainda bem que ficaremos juntos por muito tempo. Disse que os companheiros são para a vida, certo? Ele assentiu. Ela sorriu novamente e se ergueu. — Posso ensinar sobre beijar? — Você pode me ensinar qualquer coisa, Vivian. Ela se aproximou e lambeu os lábios. — Colocamos nossas bocas juntas e exploramos com nossas línguas. Ele sorriu. — Eu sei beijar. Nós chamamos de línguas emaranhadas. — Veslor fazem isso?


— Sim. Mas eu temia que você fosse cautelosa se eu colocasse meus dentes tão perto de você. — Você pode colocar sua boca em qualquer lugar que quiser no meu corpo. Eu sei que não me machucará. A mão dele deslizou pelas costas dela até a bunda e segurou uma bochecha. Então seus dedos deslizaram entre suas pernas e através de sua fenda. — Até aqui? — Sim. Ele sorriu. — Você cheira bem quando está oleosa. Queria provar. Foi a vez dela tremer. — Deixe-me tomar banho, então você pode fazê-lo. Primeiro, vamos tentar beijar. — Qual é a sua obsessão com o banho? — Ele parecia perplexo. Ela riu. — A maioria dos seres humanos realmente gostam de ficar limpos antes do sexo. — A cada vez? — Ele parecia atordoado. — Isso significa que ficaríamos sem água antes de chegarmos à nossa próxima parada. — Ele encontrou seu clitóris e passou a ponta grossa do dedo sobre ele.


Ela abriu as pernas e ofegou. Brassi aprendia rápido. Ele sabia exatamente como tocá-la. Seu clitóris estava um pouco sensível, mas não reclamaria. Ele já sabia como tocá-la da maneira certa. Os poucos homens humanos com quem esteve na escola não se preocuparam em aprender isso e eram sua própria raça. — Não, não toda vez… mas preciso limpar neste lugar se você quiser colocar sua boca ali. Estou molhada de nós dois. — Você está perfeitamente lubrificada para copular. Ela cravou as unhas em seu peito quando ele continuou esfregando seu clitóris, aplicando um pouco mais de pressão. — Eu não posso pensar quando você faz isso. — Língua emaranhada comigo. Terei cuidado para não a machucar. Ela encostou em seu peito largo e abaixou a cabeça, fechando os olhos. Suas bocas se tocaram, ela abriu a dela, passando a língua ao longo de seus lábios. Ele gemeu, abrindo para ela. Então ele rapidamente assumiu, rolando e prendendo-a debaixo dele. Explorou sua boca, aprofundando o beijo.


Ela gemeu contra a língua dele e abriu as pernas, envolvendo-as ao redor de seus quadris. Ele estava ereto novamente. Podia sentir sua ereção. Ela terminou o beijo e abriu os olhos. — Você já fez sexo nessa posição? Ele balançou sua cabeça. — Não, mas tentarei se você quiser. — Eu quero. Ele ajustou seus quadris... e então empurrou dentro dela. Ela gemeu quando empurrou profundamente. Essa vibração em seu peito começou novamente quando ele soltou ruídos estridentes. Não havia nenhum yunce para esfregar contra o clitóris nessa posição, mas seu corpo fez isso quando ele inclinou a pélvis e começou a se mover sobre ela, entrando e saindo de seu corpo com mais força, mais rápido. — Nós funcionamos. — Ele rosnou baixo, tomando sua boca novamente e beijando-a.


Capítulo Doze

Brassi entrou na sala comum onde seus homens estavam jantando. Todos pararam, olhando-o. Ele viu as narinas dilatadas e sorriu amplamente. Vassi ficou de pé, comida esquecida. Seu irmão parecia ansioso. — Você copulou com ela? — Muitas vezes. — Posso olhá-la? — Não! Ela é minha mulher. Você fica longe. — Ele caminhou até um armário e abriu-o, movendo garrafas até encontrar alguma coisa e pegou-a. Ele se virou para voltar para seus aposentos, onde Vivian esperava. Vassi ficou na sua frente. — Ela é muito menor que você. Tem certeza de que não lhe fez mal algum? Eu deveria fazer um exame médico para ter certeza. — Eu não machucaria minha companheira. Vassi ofegou. — Você a acasalou?


— Eu o farei. — Ele mostrou-lhe a garrafa. — Ela pediu uma bebida, já que preciso mudar de forma. Ruggler se levantou da mesa. — Como você a convenceu a copular? Ela o atacou? Brassi balançou a cabeça. — Eu quero voltar para ela antes que saia do banho. — Como você copula com ela sem fazer mal? Ela parece tão frágil. — Isso veio de Kavs. Ele o olhou. — Cuidadosamente. Com ternura. Mas ela não é tão frágil quanto parece. — Então olhou para Ruggler. — E eu perguntei. Ela concordou. Nenhuma luta está envolvida. Suas fêmeas não são agressivas. Vassi estendeu a mão e tocou seu braço, parando-o mais uma vez quando queria sair. — Você realmente se encaixou? Ela parece pequena por toda parte. Realmente deveria me permitir fazer um exame médico. Ele olhou para os machos. Suas expressões eram de curiosidade e preocupação. Ele respirou fundo e soltou o ar. Esses machos eram próximo a ele e passaram anos juntos. Confiava neles com sua vida e


em seu lugar, também ficaria preocupado e curioso. Ele finalmente olhou nos olhos do irmão. — As fêmeas humanas se estendem para acomodar um macho. Eu fui gentil e me encaixei facilmente. Ela não está ferida. Eu perguntei. Copulamos três vezes. Vivian não teria feito isso se meu tamanho fosse desconfortável para ela. — Ele se virou para Ruggler. — Continue. Faça suas perguntas. Você sempre tem mais. Ruggler sorriu. — Elas são como as nossas mulheres? — Ele apontou para seu colo. — Diferente. Rosa. Delicada, com uma protuberância carnuda perto de onde nós entramos. É extremamente sensível. Ela precisa de um leve toque e isso a deixa bem oleosa. E os humanos não rosnam de prazer. Em vez disso, ela faz barulhos suaves. — Seu peito estava estufado de orgulho. — Então ela grita meu nome quando termino. — Ele estendeu a mão e esfregou uma orelha. — Afaste-se um pouco quando isso acontecer. Minha orelha ainda está zumbindo um pouco. Ele riu. — Embora, não esteja reclamando. — Como elas se sentem? Ele sabia que Ruggler perguntaria isso. — Também diferente, mas imensamente prazeroso.


— Como assim? — Este era Nessel. Era raro ele se importar o suficiente para perguntar qualquer coisa. Mas no momento, o macho estava observando-o atentamente. Brassi considerou a questão. — Ela é macia por dentro. Extremamente apertada, mas macia. — Ele tocou sua pele. — Não é como a nossa carne, é de uma maneira diferente. Gostei de ficar dentro dela, foi difícil evitar derramar até que ela estivesse completa. É muito prazeroso. — Somos como os machos deles? — Yoniv perguntou, pegando outro prato de comida. — Os machos não têm um yunce. Vivian ficou muito curiosa sobre isso. Ela sentiu o meu. Vassi chamou sua atenção ofegando. — Você permitiu que ela tocasse perto de seu saco de sementes? — Ela não tem garras. Não rasgaria acidentalmente meu saco. Seus machos não têm nenhuma proteção ali. E ela gostou. O de cima esfrega contra sua parte carnuda sensível enquanto estou copulando com ela. Nós tentamos uma de suas posições humanas, mas ela gosta de ser tomada por trás. Meu yunce esfrega contra ela mais desta


forma. Posso voltar agora? Eu responderei as perguntas mais tarde. Quero acasalar com ela. — Por que a bebida? — Vassi soltou seu braço. Ele se sentiu um pouco embaraçado com isso. — Isto a deixaria mais calma... minha forma de batalha a deixa nervosa. — Ainda é você. — Nessel resmungou, parecendo ofendido. — É, mas ela fez um bom argumento. Nós não copulamos com nossas próprias fêmeas quando elas estão em sua forma de batalha e nós não estamos. Isso seria estranho. É estranho que ela pense em mim mudando de forma para copular com ela, quando os humanos não mudam. — Faz sentido. — Yoniv sentou-se à mesa novamente, cavando sua comida. — Você disse a ela que parte do seu corpo permanecerá o mesmo? Brassi assentiu. Vassi franziu a testa. — Não sabemos se eles são compatíveis para procriar. Tem certeza de que está disposto a desistir de ser pai se Vivian não puder ter seus filhotes?


— Ela é minha. Copular me travou dentro dela. Foi difícil não mudar de forma, precisei lutar para manter o controle. Ela queria tomar uma bebida primeiro. — Scussusk. — Nessel assobiou. Brassi empurrou a garrafa para o irmão, foi até o macho, agarrou-o e arrancou-o do assento. Ele o prendeu ao anteparo mais próximo para rosnar em seu rosto. Nessel abriu as mãos, mas não revidou. — Não contra seu companheiro. — Então por que proferir a maldição? — Você disse que copulando com a fêmea travou dentro dela. Isso acontecerá com qualquer um dos nossos machos? Perdemos a escolha de nos afastar depois de copular com uma humana? Ele parecia aterrorizado com a ideia. — Talvez esses alienígenas podem nos forçar a travar em seus corpos. Ele soltou Nessel ele recuou. — Senti a atração antes de copularmos. Eu segurei o desejo, mas ser íntimo com ela rompeu minha resolução de resistir. Pare de ser tão paranoico, Nessel.


— Eu serei voluntário para descobrir. — Kavs riu. — Para ver se copular com uma dessas fêmeas terrestres nos faz acasalar com elas. Brassi parece bem satisfeito com a experiência, até que você o enfureceu. Eu nunca o vi mais feliz do que quando entrou na sala. Nessel mostrou os dentes, ajustou a roupa e voltou ao seu lugar. — Você poderia. Insensato. Brassi pegou a garrafa de seu irmão e saiu da sala comum, voltando apressadamente para o quarto. A porta se abriu e ele viu Vivian já deitada em sua cama. Ele mudou as configurações nas portas interiores, gostava de mantê-las abertas. Agora que ela estava nua não queria que qualquer um que passasse pelo corredor a visse. Ele correu para dentro antes que alguém pudesse aparecer. Essa visão era apenas para ele. — Isso é sua bebida alienígena? Ele assentiu, parando ao lado da cama. — Você tem certeza de que deseja tentar? É forte. Ela se sentou e pegou a garrafa. — Eu tomarei e verei como será. — Ela aceitou, observando a tampa. — Abra.


Ela fez e abriu. — Você tem um copo? — Nós apenas bebemos dela. — Garrafa compartilhada, hein? Quando em Roma. — O que isso significa? — É um ditado que significa fazer algo que os outros estão fazendo; que está tudo bem, mesmo que seja diferente do que você está acostumado. — Ela sorriu e colocou a boca da garrafa na boca, tomando um gole. Ela baixou rápido e ofegou, arregalando os olhos. Soltou um suspiro agudo. — Uau. Isso é forte. Está queimando até o estômago. Ele pegou a garrafa dela, preocupado. — Está doendo? Eu chamarei Vassi! Ela agarrou seu pulso. — Estou bem. É apenas uma expressão. Não estou realmente queimando. Ele se recusou a dar-lhe a garrafa novamente. — Nossas fêmeas não bebem isso. Talvez você também não devesse. Ela hesitou, mas depois segurou a tampa. — Talvez não. — Seus olhos pareciam aguados.


— Deixe-me chamar Vassi. — Não. Eu estou bem. Essa coisa é apenas forte. Quanto você pode beber? — Seu olhar foi para cima e para baixo em seu corpo. — Provavelmente tudo. Ele colocou a tampa na garrafa e deixou-a na mesa ao lado de sua cama. — Não. Apenas alguns goles. Uma garrafa dura por um bom tempo. — Quando você bebe? — Em celebrações, como quando fazemos um acordo de comércio muito lucrativo. Todos tomamos bebidas quando voltamos de sua nave depois de lutar contra os Ke'ters. Nenhum de nós foi ferido. Foi um bom dia. É tradição com nossos machos. Todo mundo bebe quando nos acasalarmos. Ela sorriu. — Isso é meio doce. Sua tripulação vai querer comemorar? — Eu serei o primeiro de nós a acasalar. Todos desejamos encontrar uma mulher para reivindicar. E a encontrei. — Ele sentouse na beirada da cama e pegou a mão dela. — Eles sabem que seremos companheiros?


— Sim. Eu disse-lhes. — Como receberam? Ficaram chocados ou chateados porque não sou um Veslor? — Não. — Ele decidiu confessar algo para ela. — Lembra quando, às vezes, trocamos de idioma em sua nave? Eles estavam me provocando sobre a forte atração por você e me dando dicas sobre como chamar sua atenção. Ela não parecia irritada. Em vez disso, sorriu. — Mesmo? Ele assentiu. — Eles estão felizes por nós. Curiosos apenas. — Eu aposto que sim. Compreendo totalmente. Quer dizer, eu escolhi minha profissão por causa da curiosidade sobre as raças alienígenas e as diferenças entre nós. Sempre fui fascinada pelo desconhecido. — Você está pronta para descobrir como o acasalamento é feito? — Ainda estou nervosa... mas quero fazer isso com você. Essa bebida já está funcionando. Eu me sinto um pouco tonta. — O que é isso?


— Uma coisa boa. Um pouco bêbada. Não muito, mas relaxada. Serviu para o efeito. Ele se levantou e tirou a calça, a única roupa que usava. Seu olhar percorreu o quarto e ele pegou os travesseiros que mantinha em um banco baixo ao longo de uma parede. Deixou-os cair no chão perto do final da cama. Vivian se posicionou em suas mãos e joelhos, rastejando em direção a ele. — O que você está fazendo? — Não temos bancos de reprodução a bordo. — O que é isso? Ele olhou para ela e riu. Seu rosto estava pálido. — Nada mal. É uma maneira mais fácil para copularmos em forma de batalha. — Mas eu não posso mudar. — Eu sei. É por isso que usaremos travesseiros. Para amortecer seu corpo mais suave. — Oh garoto. Isso será uma experiência, não é? Ele parou, preocupado que ela pudesse mudar de ideia. — Eu não a machucarei, Vivian. Pode confiar em mim.


— Eu confio. Disse sim, lembra? — Ela deu a ele um sorriso tímido. — Estou totalmente comprometida com você... com isso. Você morde? Ele se sentiu horrorizado. — Não! Ela riu. — Ufa! — Ela enxugou a testa enquanto se sentava em suas pernas. — Fico feliz em ouvir isso. — Por que perguntou? Isso a machucaria. — Ele abriu a boca para mostrar os dentes mais uma vez, caso ela tivesse esquecido como eram. — Eu li alguns livros. Shifters que mordem para reivindicar seus companheiros. Esqueça. — Soam como histórias de horror. Ela riu mais. — Talvez. Acasalar é uma coisa química? Ou apenas simbólico? — É físico. — Ele tentou encontrar uma maneira de explicar isso. — Nós mudamos como você viu. — Sim. É bem incrível. — Para acasalar, o corpo do macho cria um óleo especial.


Seu olhar caiu para sua virilha. — Oh. Ok. — Ela olhou nos olhos dele em seguida. — Isso fará alguma coisa comigo fisicamente? — Você terá meu cheiro, todos os machos saberão que você é minha companheira. Pelo menos isso acontece com as fêmeas de Veslor. Não tenho certeza com você. — Acho que descobriremos em breve se o seu esperma faz algo estranho comigo. — Esperma? — Semente. Acho que é o mesmo na minha língua. Ele assentiu e ficou de joelhos, empilhando as almofadas na frente dele, deixando espaço no meio para Vivian. Ele recuou e apontou. — Você fica de joelhos aqui. — Por que o travesseiro ao meu lado? — Quando mudar, não quero que minhas garras a cortem. Eles me lembrarão de não agarrar seu corpo. — Isso é uma preocupação? — Eu a segurei antes.


— Certo. Sim. Você parece gostar de me segurar pela cintura enquanto. Acho que seria ruim se você tivesse garras afiadas. Ele a viu ficar de joelhos na frente dele e se curvar. Seu olhar se fixou em seu traseiro pálido. Ela tinha um bom, suave, mas firme traseiro. Gostava de bater sua pélvis contra ela ali. As fêmeas de Veslor tinham corpos mais duros e mais musculosos. Ele preferia o de Vivian. Podia sentir seu eixo enrijecer, querendo estar dentro dela. — Apoie seus braços no final da cama, no metal segurando o colchão no lugar. Ela agarrou, mas depois fez uma pausa, olhando para ele. — Você está mudando de idéia? Ela balançou a cabeça. — Não. Apenas acho que isso pode não funcionar. Decepção o inundou. Vivian não queria acasalar com ele. Ela se levantou, soltando a cama. — Estou apenas repassando isso na minha cabeça. Eu o vi mudar... venha. Ele se levantou, seu eixo duro. Ela entrou na sala e caminhou para um dos sofás, onde se abaixou para se curvar sobre uma


extremidade. Sua parte superior do corpo estava no material acolchoado. — Que tal agora? Quando você mudar, estarei de quatro e segurando algo sólido. Não terei que tentar me apoiar em meus braços e você não sentirá a necessidade de me manter no lugar. — Ela moveu seu corpo para mostrar a ele que estava presa contra a borda, firmemente no lugar. — Viu? Você disse que tem bancos de reprodução. É para manter a fêmea com segurança, para que não as arranhe? Ele sorriu, sentindo-se aliviado. — Sim. Você é uma fêmea inteligente, Vivian. — Ele caminhou atrás dela, admirando sua bunda novamente, então se ajoelhou. Era uma boa altura para ele, mas seus joelhos não tocavam o chão. Pendiam centímetros acima dele. Ela se moveu um pouco mais, ficando mais confortável. Ele moveu-se para posição atrás dela, notando que havia um amplo espaço em ambos os lados da parte superior do corpo dela para seus membros, então ele se moveu. Lambeu o polegar e alcançou entre as pernas dela, encontrando seu clitóris. — Eu a deixarei bem lubrificada para mim.


Ela separou suas coxas. — Você é realmente bom nisso. — Um gemido suave veio dela. — Adoro seus dedos ásperos, ou seja, o que for que é isso nas pontas dos dedos. Ele passou a outra mão pelas costas dela, acariciando-a. Queria tocar seus seios. Eles eram macios também, adorava tê-los em suas mãos. Ela estava deitada no sofá, deixando-os inacessíveis. Ele se concentrou em sua protuberância carnuda e macia, sentindo-a inchar. Seu óleo veio prontamente quando roçou sua fenda. Ela gemeu e se contorceu na sua frente. Ele a queria tanto, seu eixo doía. Vivian tinha um efeito chocante nele. Nenhuma mulher alguma vez o fez se sentir tão carente. Ela ficou bem lubrificada, ele soltou seu clitóris e se aproximou. Guiou a ponta de seu eixo para sua boceta, começou a empurrar para dentro. Ela gemeu quando o recebeu. Ele fechou os olhos e sentiu o peito vibrar com o prazer. Estava quente, molhada e perfeita. Era tão bom se unir a ela. Ele empurrou mais, enquanto a prendia sob seu corpo. Ela gemeu mais alto, fazendo aqueles barulhos que gostava tanto. Empurrou completamente e fez uma pausa, depois começou a bombear seus quadris.


Ele abriu os olhos, observando os dedos de Vivian afundarem nas almofadas. Ela frequentemente fazia isso quando ele lhe dava prazer. Bombeou para dentro dela mais rápido e seus gemidos aumentaram de volume. O interior macio apertou seu eixo, a violência aumentando, o desejo de acasalar superando-o. Desta vez ele não resistiu, permitiu que suas emoções reinassem livremente. A mudança aconteceu rápido, como sempre e ele lutou um pouco pelo controle. Queria tomá-la duro e forte, mas ela era muito delicada. Soltou os membros superiores ao lado de seu torso e prendeu-a com mais força sob ele. Sua fêmea tomava sua outra forma. Sua fera estava dentro dela. Ela continuou gemendo o nome dele e ele acariciou sua cabeça com o focinho. Não pode evitar. — Oh deus, Brassi! — Ela gritou. Ele a sentiu apertá-lo ao ponto que precisou lutar para se mover, temendo machucá-la, mas ela não resistiu para se libertar ou lutar. Suas patas se abriram e fecharam quando ele agarrou as almofadas, arranhando-as.


Brassi jogou a cabeça para trás e rosnou quando encontrou sua liberação. Foi forte o suficiente para fazê-lo quase desabar completamente. Recuperou-se rápido, ajustando o peso do seu animal. Ele não podia mudar de volta ainda. Sentia-se muito drenado. Ofegou com força. Então Vivian gozou. Vivian tinha uma fera pesada sobre ela. Abriu os olhos, olhando para o braço dele. Era uma pata, com garras afiadas. Ele realmente mudou enquanto estava dentro dela. Ela manteve os olhos fechados depois que Brassi entrou e não sentiu a mudança. Não que pudesse pensar muito enquanto ele a fodia. Seu yunce se certificava disso. A estimulação dele empurrando dentro dela e tocando seu clitóris ao mesmo tempo, lhe dava orgasmos extremos. Agora sentia que a pele pressionada contra suas costas era diferente. Parecida com couro. Podia sentir o suor também. Provavelmente dela. Não tinha certeza se Veslor suavam. Ele não o fez antes. Definitivamente era ela. Ele agora não tinha aquela pele aveludada esfregando contra ela para afastar a umidade. Sentia-se surpreendentemente calma, apesar de saber que se virasse a cabeça para olhar para Brassi, ele seria uma pantera. Ainda


era ele. O sexo foi igual. Ainda vibrava e retumbava enquanto a fodia. Ela estendeu a mão e hesitante tocou sua pata. As garras se curvaram, cravando dentro da almofada. Ela percebeu que o tecido estava rasgado. Isso deve ter acontecido enquanto chegavam ao orgasmo. Talvez tê-lo levado para o sofá não era uma boa ideia, afinal. Ela abaixou a cabeça e fechou os olhos, recuperando o fôlego. Uma estranha sensação de vibração veio sobre ela então. Vivian sentiu o corpo tremer e a sensação de couro dele voltou mais uma vez a veludo. Ela abriu os olhos e viu sua mão e braço. Ele estava de volta. Virou a cabeça, olhando para o rosto dele. Seus olhares se encontraram e ela sorriu. — O sofá está rasgado, mas estou me sentindo ótima. — Rasgado? Ela apontou para os cortes. — Hum, ficou danificado. Mas eu não. Estamos oficialmente acasalados agora? Ele se inclinou e roçou os lábios nos dela, beijando-a. — Sim.


— Quanto tempo antes de saber se tenho seu cheiro? — Horas. Você pode tomar banho e então pediremos a Vassi para cheirá-la. — Você não pode dizer? — É mais difícil para mim. Eu estou acostumado com meu aroma. — Isso faz sentido. — Ela assentiu com a cabeça. Ele recuou, retirando o pau do corpo dela. Odiava essa parte. Seus fluídos juntos vazavam por suas coxas a cada vez. Isso a excitava demais e mostrava que ele gozou com ela. Mas deixava uma bagunça. Ela recuou um pouco e saiu da beirada do sofá, seu joelho batendo no chão, então começou a ficar de pé. Brassi ajudou-a, suas mãos gentis. A preocupação apareceu em seu rosto quando ela o olhou. — Eu estou bem, Brassi. — Eu acho que fui muito rude. Não a machuquei? — Não. Você ficou um pouco mais pesado no final, mas foi apenas então que percebi. Eu disse que quando você me toca, não


consigo pensar. Realmente gosto de sexo com você. É a melhor coisa de todas. — Você manteve seus olhos fechados. Ela se sentia um pouco embaraçada agora, considerando que não havia nada a temer, afinal. — Eu não o farei da próxima vez. Seus olhos se arregalaram. Ela sorriu e encolheu os ombros. — Quando em Roma. Estava com um pouco de medo, mas não havia nada de ruim com o que acabamos de fazer. Foi tão maravilhoso como sempre. — Apenas precisamos fazer isso novamente se quisermos ter filhotes. Ele a levou para o quarto e foi para a cama. Deitou-se e abriu os braços. Ela se deitou e aconchegou. Brassi gostava de abraçá-la e ela gostava de ser segurada por ele. Esfregou a bochecha contra o peito sedoso e sorriu. — Eu amo quando me abraça. — É uma conexão. Companheiros fazem isso. — Você gostava de me abraçar antes de nos acasalarmos oficialmente.


— Eu soube que você era minha desde o começo. Seu sorriso ficou mais amplo. — Nós somos perfeitos juntos. Ele acariciou o topo de sua cabeça com a mandíbula. — Nós nos encaixamos perfeitamente. — Sim. — Ela bocejou. — Eu acho que preciso dormir. Nem sei que horas são. — Você precisa dormir, mas deve comer primeiro. — Mais tarde. Agora, apenas quero dormir com você. Ele passou a mão pelas costas dela, acariciando-a. — Nós comeremos mais tarde. Este foi um dia cheio para os dois. — Sim. — Ela beijou seu peito e fechou os olhos, bocejando novamente. — Boa noite, Brassi. Obrigada por me fazer sua companheira. — É uma honra, Vivian.


Capítulo Treze

Vivian se sentiu um pouco tímida três dias depois, quando saiu dos aposentos de Brassi com ele pela primeira vez. Passaram os dias anteriores sozinhos, unindo-se. Ele saiu para buscar comida, mas sempre voltava rapidamente. Agora sua tripulação queria vê-los juntos e ela apenas esperava que a aceitassem tão facilmente quanto Brassi sugeriu. Os humanos teriam muito mais dificuldade em aceitar que acasalou com Veslor. Pelo menos, ela tinha certeza que sim. Eles entraram no que Brassi chamava de sala comum. Os machos estavam em uma mesa com pratos na frente deles. Todos pararam de falar para olhá-los. Vassi levantou-se primeiro e a olhou da cabeça aos pés. — Olá, Vivian. Como você está? — Estou ótima. — Ela apertou a mão de Brassi. Vassi era seu irmão, família. Sua reação importava. O macho se abaixou e suas narinas se abriram. Ele sorriu, olhando para o irmão. — Ela tem seu cheiro.


— Sim. — Um dos outros homens concordou. Ele a olhou com curiosidade. — Vocês dois tomaram banho, mas seu cheiro é forte. Não mais sinto o cheiro da terráquea. Apenas seu. — Não estão cheirando a cópula. — Outro murmurou. — Muito bem, Brassi. Ela é sua companheira. Você conseguiu. Scussusk. Brassi rosnou para ele. — Eu avisei, Nessel. Vivian olhou entre os dois. — O que ele disse? Realmente preciso aprender sua língua. Vassi acenou com a mão. — É um barulho que fazemos quando não concordamos com algo. Não é porque você se acasalou. Scussusk. Ele se aproximou. — Estamos todos felizes por você ser a companheira de Brassi. Nessel é desagradável o tempo todo sobre muitas

coisas.

Ele

teme

que

todos

os

Veslor

se

casem

automaticamente com suas fêmeas agora, se copularmos com elas. Ela entendia o que queria dizer. — Oh. — Ela se forçou a olhar para o aborrecido Veslor. Ele era bonito, apesar do rosto sério... ou o que parecia um. — Entendo. Isso seria um problema? Os olhos de Nessel se estreitaram.


— Quer dizer, os seres humanos fazem sexo um com o outro apenas por prazer. — Explicou ela. — Seria assustador se nos acasalássemos acidentalmente o tempo todo, em vez de fazê-lo intencionalmente. — Eu me ofereci para descobrir. Você conhece alguma fêmea terráquea que poderia copular comigo? Ela voltou sua atenção para um homem sorridente. Ele era bonito também. — Na verdade, não. — E aquela mulher com quem você estava falando na sua nave? Aquela em seu ouvido. — Abby. Eu não sei. Agora ela tem outras coisas para se preocupar. — Como se manter viva e evitar que o Comandante Alderson destrua provas. Culpa a atingiu quando pensou sobre o perigo em que Abby poderia estar. — Chega. — Brassi disse. — Você está deixando minha companheira triste. — Eu estou bem. — Ela disse a ele. — Abby ainda está no Gorison Traveler. Alguém ouviu falar dela? Scussusk. Ela olhou ao redor para a equipe de Brassi.


Um deles balançou a cabeça. — Não desde que nos pediu para buscá-la. — Ele fez uma pausa. — Eu sou Kavs. — Oi. — Vivian acenou para ele. — É bom conhecer todos vocês e obrigada por me resgatarem duas vezes. Um deles riu. — Eu sou Ruggler. Não precisa agradecer. Brassi não queria deixá-la. Ele ficou feliz quando a chamada chegou e ansioso para tê-la de volta e em nossa nave. Outro homem riu. — Ansioso para tê-la sob ele e reivindicá-la como sua companheira. — Yoniv. — Brassi rosnou. O macho riu. — Verdade. Você a acasalou. Scussusk. Ele piscou para Vivian. — Bem-vinda ao Brar e à nossa família. Ela olhou em seus rostos. Apenas Vassi e Brassi pareciam semelhantes. — Vocês estão todos relacionados por sangue? — Não. Brassi levou-a até a mesa e ajudou-a a sentar-se. — Nós crescemos juntos, como família. Nosso vínculo é forte. — Ele a deixou para pegar dois pratos de comida de um balcão. Vassi sentou-se em frente a ela. — Nós ficamos em grupos.


— Eu adoraria ouvir mais. — Ela deu um sorriso grato para Brassi quando ele colocou um prato de carne na sua frente, e o que parecia ser arroz cozido no vapor e algum tipo de vegetais roxos na frente dela. Saiu novamente e voltou com duas xícaras da bebida com aroma de frutas antes de se sentar ao lado dela. — Grupos são relações estreitas com amigos íntimos que crescem juntos. —Explicou Ruggler. — Nós escolhemos ficar juntos por toda a vida. — Trabalhar juntos. Viver juntos. — Nessel resmungou. — Mesmo se não quisermos. Alguns dos homens riram. Foi Brassi quem falou. — Ninguém mais queria Nessel em seu grupo. Então nós o recebemos no nosso. O macho fez um som baixo, mas foi apenas isso. Vassi encontrou seu olhar. — Ele tem uma visão desagradável na maioria das coisas. Isso incomoda muito. Estamos acostumados. Ele é da família. Ela assentiu. — O que acontece se alguém não tem um grupo? Brassi endureceu um pouco.


Ela o olhou. — Isso foi ofensivo de perguntar? Sinto muito. — É uma coisa triste. —Respondeu Ruggler. — Os machos e as fêmeas não sobrevivem por muito tempo sozinhos. — Ele tocou seu peito. — Sozinhos, estamos vazios por dentro. Veslor precisam ficar juntos em grupos. Também oferece proteção. Nós lutamos juntos. Cuidamos um do outro. Cuidamos de nosso grupo. Todos machos assentiram, até mesmo Nessel. — Eu gosto disso. — Grupos Veslor soavam legais para ela. Ruggler se aproximou. — Humanos não têm isso? Ela balançou a cabeça. — Na verdade não. Temos família e bons amigos, mas não permanecemos juntos desde a infância até o final de nossos dias. Apenas os casais ficam juntos quando estão casados, mas nem sempre pelo resto da vida adulta. — Casados? — Perguntou Kavs. — Acasalados. Mas se não der certo, se divorciam. Meus pais fizeram isso. — O que é isso? — Nessel olhou para ela atentamente.


— Nada que você precise saber. — Brassi resmungou. — Apenas ficará com medo de Vivian me deixar. Mas ela não o fará. — Ele morrerá se você deixá-lo! — Nessel ficou de pé, derrubando sua bebida e rosnou para ela. — Não pode fazer isso. Brassi se levantou e rosnou de volta. — Não fale com minha companheira neste tom! — Whoa! — Vivian também se levantou. — Eu não deixarei Brassi. Por favor, não briguem. — Ela olhou para eles, depois para os outros. — Há muito que precisamos aprender um sobre o outro. Aceitei as regras de acasalamento dos Veslor e nunca deixarei Brassi. Estou com ele por toda a vida. — Não é uma regra. — Vassi falou baixinho. — Nós nos acasalamos para a vida, mas se nossa companheira morrer ou for embora, desistimos de viver... ou gostaríamos de fazê-lo. — Ele olhou para Nessel, em seguida, deu a Vivian um olhar revelador. — Os machos mudam por dentro. Perdem o calor se sobreviverem à perda de um parceiro. Vivian sentou-se. — Entendo. — Ela olhou para Nessel, sentindo-se triste por ele, com certeza Vassi estava tentando transmitir o que aconteceu com seu amigo. Ela entendia totalmente


sua preocupação por Brassi se isso fosse verdade. — Eu nunca deixarei Brassi. Prometo, Nessel. Ele sentou-se, parecendo mais calmo. — Bom. Eles voltaram a comer depois que a bebida derramada foi limpa por Yoniv, o silêncio enervante. Ela tomou um gole de sua bebida e limpou a garganta. — Existe alguma coisa que queiram saber sobre os humanos? — Você não quer oferecer isso. — Advertiu Brassi. — Eles vão perguntar sobre copular. Seu rosto fica cor de rosa, às vezes comigo, e eu sou seu companheiro. Ela riu. — É verdade, mas tenho certeza de que eles estão curiosos. Tornei-me uma especialista cultural por causa da minha curiosidade sobre outras raças. Agora estou em sua nave. Tenho certeza de que há coisas que eles gostariam de saber sobre mim e minha espécie. Está bem. É assim que podemos aprender um sobre o outro. Parte dos meus estudos sobre alienígenas tinham algumas lições de anatomia que eu achava fascinante. Por exemplo, os Crezzi têm um pênis esférico que sai de seus estômagos inferiores, onde normalmente fica escondido até a relação. Eles não apenas ejaculam seus espermatozoides, um... semente de um buraco, mas uma dúzia


deles na superfície arredondada de seu órgão sexual. E os Bri têm dois pênis que parecem hastes retorcidas. Eu posso falar sobre essas coisas. Brassi lançou um olhar de advertência para seus machos. — Mantenham-se educados. — Então ele acenou com a mão, como se pudessem começar. Kavs foi o primeiro. — Como suas fêmeas deixam um macho saber se querem copular? — Viu? — Brassi suspirou. Ela apenas sorriu e respirou fundo. — Nós flertamos e depois namoramos. — Ela continuou explicando mais e suas reações a fizeram rir. Eles ficaram horrorizados. Foi uma refeição agradável depois disso. Gostou de responder suas perguntas, mesmo que algumas delas fossem muito pessoais, inclusive sobre suas próprias partes do corpo e explicando a anatomia masculina humana. Quando terminaram de comer, foram para os sofás ao redor da sala. Brassi ficou ao lado dela, segurando sua mão o tempo todo. — Você deveria fazer anúncios detalhados para compartilhar com nossos machos. —Sugeriu Ruggler.


Vivian inclinou a cabeça. — Anúncios? — Documentos escritos para eles lerem. Muitos machos ficarão curiosos quando souberem que Brassi acasalou uma fêmea terráquea. Especialmente indesejáveis como nós, que têm pouca chance de encontrar uma companheira de nossa própria espécie. Isso a confundiu. — Indesejáveis? — As mulheres querem ficar em seus próprios grupos no nosso mundo. Não gostam de viver em naves. — Ele gesticulou ao redor. — As viagens espaciais não são de interesse para elas. Qualquer homem que não viva em um planeta em tempo integral é indesejável como companheiro. Mas você nos dá esperança de que ainda possamos encontrar companheiras. E é compatível com Brassi. Kavs acenou vigorosamente. — Nossas fêmeas também não preferem machos com grupos tão grandes. Elas gostam de trazer esses machos para seus grupos femininos. Com seis, não temos chance. — Como? Os machos se entreolharam. Havia algo que Brassi não disse sobre se tornar sua companheira?


Uma suspeita horrível apareceu... e ela sentiu o sangue escorrer de seu rosto. Olhou para Brassi. Grupos significaram que eles compartilhavam suas fêmeas com os outros homens? Isso não aconteceria. Não, não mesmo, ela nunca os deixaria tocá-la. Brassi franziu a testa, observando-a. — O que há de errado? — Por que suas mulheres não gostam de grupos masculinos? Ruggler tocou sua perna e ela pulou, se afastando. Ele franziu a testa, deixando-a ir. — É a situação. Grupos ficam juntos. Nós compartilhamos esta nave e não é grande. Teríamos que comprar uma nave maior se cada uma de nossas companheiras tivessem grupos, para encaixá-los aqui. Grupos menores são melhores quando se acasalam. Em nosso planeta, isso significaria construir em seus lares espaço para que mais morassem juntos. Pode ficar caro. Você parece assustada, Vivian. Por quê? Os olhos de Brassi se estreitaram... e então ele rosnou. — Nós não compartilhamos companheiras. É isso que está pensando? Ela relaxou. — Talvez. Como você adivinhou?


— Estava olhando para os meus homens com medo e se encolheu quando Ruggler chamou sua atenção com o toque. Eu mataria um deles se tentassem copular com você. Nossas fêmeas não gostam de viver com dezenas de pessoas em suas casas. E pode ficar assim rapidamente, uma vez que os companheiros têm filhotes. Algumas casas têm mais de cinquenta pessoas morando juntas. Ela se aconchegou contra ele. — Sinto muito. Temos muito a aprender sobre o outro ainda. Sem ofensa a ninguém, mas fico feliz em saber que sou apenas sua. — Ela encolheu os ombros para os outros. — A maioria dos humanos, pelo menos está ou fica apenas com uma pessoa. Não, grupos para fazer sexo. Nessel soltou um dos seus já familiares rosnados baixos. — Ela vai querer você para si mesma e então pedir para nos deixar. Vivian encontrou seu olhar. — Não. Eu entendo. Nós somos uma família e viveremos juntos. Estou bem com isso. Quando cada um de vocês encontrar uma companheira, isso significa que terei mulheres para fazer amizade. Os humanos tendem a viver sozinhos quando acasalam. Nenhum grupo. Nessel bufou. — Agora ela vai incitar a todos para acasalar com sua espécie. Eu não quero uma.


Kavs riu. — Suas fêmeas serão gratas por isso.

Brassi ficou feliz por Vivian ser aceita por seus homens. Apenas Nessel tinha problema com o acasalamento, mas essa preocupação em particular não o incomodava. Ele levou Vivian para seus aposentos e os fechou dentro. Ela se virou. Ele falou primeiro. — Eu deveria ter explicado sobre os grupos. Sinto muito. É como sempre foi para nós. Não considerei como você se sentiria, sabendo que os machos desta nave estarão conosco para a vida toda. — Eu acho ótimo, Brassi. — Mesmo Nessel? Ela sorriu. — Ele é um pouco paranoico. — Teve uma vida difícil. Ela puxou-o pela mão para o sofá e sentou-se. — Fale sobre ele. Quer dizer, se puder. Eu gostaria de entender.


— Seus pais morreram quando ele era jovem. Houve uma tempestade enquanto estavam viajando. Ele era muito jovem para ir e permaneceu com o restante do grupo. Suas mortes o deixaram infeliz e desolado, seu grupo começou a rejeitá-lo por não ser um filhote brincalhão. Vivíamos perto de seu grupo e o vimos sozinho muitas vezes. Lágrimas brotaram nos olhos dela. — Quantos anos ele tinha? Sua companheira era sensível e carinhosa. Ele gostava disso. — Três anos. Nós o atraímos e o fizemos um dos nossos. Ele não era brincalhão, mas o incluímos em tudo. Ele nos entendia. — Ele sorriu com a lembrança de Nessel franzindo o cenho para eles o tempo todo, recusando-se a jogar, mas sempre ficava perto. — Aos quatro, ele foi morar conosco. Havia uma fêmea, no entanto, de seu primeiro grupo, por quem ele sentia fortes emoções. Ele a observava de longe, sempre. — Sua companheira? Brassi tocou o peito e depois a cabeça. — Aqui e aqui, mas ela não estava interessada nele. Ela nunca se aproximou dele quando crescemos. Em vez disso, acasalou com alguém. Ele ficou profundamente magoado. Nós pensamos que o perderíamos. Não queria sequer comer. Às vezes nós o forçávamos.


Ela arqueou as sobrancelhas. — Literalmente? Ele riu. — Sim. Nós o imobilizávamos. Ele ficava irritado com isso, mas funcionava. Então decidimos nos tornar comerciantes. Isso o salvou de ver a fêmea com seu companheiro todos os dias, uma vez que saímos do nosso mundo natal. Esperávamos que ele ficasse melhor. Isso aconteceu. — Ele hesitou. — Eu temo por ele, agora que estou acasalado. Até o momento, éramos apenas nós, os machos. — Talvez possamos encontrar para ele uma companheira. Brassi se aproximou dela e beijou seus lábios. — Você é doce, Vivian. Mas nenhuma mulher gostaria de acasalar com ele. É malhumorado e não é agradável. Fazemos paradas em nossas colônias muitas vezes para pegar suprimentos comerciais. Algumas fêmeas querem apenas copular com ele. É o bastante. — Talvez alguma delas queira se acasalar algum dia. Ele balançou sua cabeça. — Elas têm grandes grupos e não querem sair do planeta. Nossas fêmeas realmente não gostam de viajar, eu me preocuparia se ele nos deixasse. Nós cuidamos dele. Eu não acho que qualquer outro grupo o aceitaria. Machos como nós são apenas para copular. Uma experiência temporária.


— Oh. — Ela franziu a testa. — O que foi? — Você copulou com muitas mulheres? Ele escondeu um sorriso. Sua fêmea estava com ciúmes. — Você é minha por toda vida, Vivian. A única mulher que quero tocar. Esqueça meu passado. Você é meu futuro. — Nós realmente não conversamos sobre essas coisas. Você tem filhotes? Eu deveria ter perguntado. Ele balançou sua cabeça. — Apenas casais acasalados têm filhotes. — Isso nunca acontece por acaso? — Não. Isso acontece com os humanos se eles não são casados? — O tempo todo. Ele ficou espantado. Ela assentiu. — Nós ovulamos todo mês e podemos engravidar se não usarmos proteção. — O que é isso?


— Proteção? Algo que evita a gravidez. Sem eles, nossos homens podem engravidar qualquer mulher que esteja ovulando. Casado ou não. — Você está em proteção? Ela sorriu. — Não. Eu não estou tomando nada. Não namoro ninguém. Nenhuma cópula por um longo tempo. Ele assentiu. — Você copulava com frequência? Ela balançou a cabeça. — Não. Cresci no Gorison Traveler. A maioria dos homens designados não queria se casar. Apenas queriam se conectar com o maior número possível de mulheres. Homens putas não são minha coisa. — Homem putas? Ela hesitou. — Homens que fazem sexo com muitas mulheres, às vezes apenas para ver quantas podem levar para cama. Isso não significa nada para eles. É sobre números, não emoção. Eu tive alguns deles atrás de mim porque era um grande foda-se para o meu pai. Pelo menos, imaginei que essa era a motivação deles. Ele era o Chefe deles. Não quis ser uma forma de retaliarem contra ele por qualquer pequena coisa que sentissem que ele lhes deu durante o trabalho. Foi


apenas quando voltei para Terra que os homens começaram a se interessar por em mim pelas razões certas. — Seu povo é estranho. — Sim. Eles são. — Eu deveria perguntar se você tem filhotes, já que o seu tipo pode tê-los sem se acasalar. — Ele definitivamente sentia-se irritado. Um macho dando-lhe um filhote quando Brassi não podia? — Não. Eu tomei muito cuidado para evitar engravidar. Na Terra tomava anticoncepcionais. Ele respirou aliviado. — Bom. — Eu também não teria deixado o Gorison Traveler sem o meu filho se eu tivesse um. Você teria recolhidos os dois flutuando no espaço. Eu nunca serei como minha mãe. Ele se lembrou. — Você é uma mulher extraordinária, Vivian. Ela perdeu. — Obrigada. — Ela se aproximou e ele abriu os braços. Apertouse contra ele, deixando-o abraçá-la.


Ele se sentia feliz. Sua companheira gostava de seu toque. Eles podiam nunca ter filhotes, mas ela era mais que suficiente. Acariciou a cabeça dela. — Eu deveria voltar ao trabalho. Os machos estão me cobrindo para nos dar tempo. Você gostaria de aprender o que eu faço? Ela levantou o rosto para olhá-lo, sorrindo. — Eu adoraria! Talvez possa me ensinar como fazer algo útil por aqui. Ele pensou sobre isso e entendeu sua necessidade de fazê-lo. — Você é muito útil já. É minha companheira. Faz-me feliz. — Estou feliz também. Ainda gostaria de encontrar algo para fazer em sua nave. — Você poderia fazer os anúncios. Muitos homens gostariam de aprender sobre suas fêmeas. Especialmente depois de ouvir que nos acasalamos. — Você dirá a eles? Ele assentiu. — Registrarei nosso acasalamento em meu mundo natal. Todos fazem. Nosso rei também será notificado, já que preciso relatar o que aconteceu com sua embarcação. Nós somos obrigados a fazer isso quando temos qualquer contato com outra raça alienígena.


— Você tem certeza que seu pessoal ficará bem conosco? — Sim. — Ele acariciou sua cabeça novamente. — Eles ficarão felizes por nós. — Eu não vou me preocupar, então. — Ela afastou-se e se levantou. — Mostre-me sua nave e vamos encontrar um trabalho para mim. Ele levantou-se e segurou a mão dela. — Apenas fique perto de mim. Isso é mais que suficiente. Ele quis dizer isso. Estar perto de Vivian e olhá-la, o deixava feliz e contente. Ter uma companheira era a melhor coisa de todas.


Capítulo Quatorze

Vivian digitou a última frase e leu o que escreveu. Escolheu o formato do relatório, como o centro cultural pediu. Foi treinada assim, para avaliar alienígenas e registrar informações. Apenas que agora não enviava para a Terra e o assunto era sobre mulheres humanas. As portas atrás dela se abriram e se virou, sorrindo para Brassi. Ele a verificava com frequência quando passava tempo no computador em seu escritório. Era como a sala comum. Ele entrou com um lanche e uma bebida. — Você está aqui há horas. — Ele colocou o prato e o copo para baixo, movendo-se atrás dela para olhar a tela. — Eu não consigo ler. — Eu tenho que o traduzir em sua língua, então poderá lê-lo. — Ela o olhou. — Estou nervosa. Ele se inclinou e beijou a cabeça dela. Ela sorriu, amando que fizesse isso com frequência, além de dar-lhe beijos. Não havia dúvidas de que ela já estava loucamente apaixonada por Brassi. As palavras não foram ditas, mas não eram necessárias. Sabia que ele sentia o mesmo por ela.


— Como está o estoque? Ele sentou-se na beirada da mesa. — Nada está faltando. Nunca está. Nós apenas fazemos isso por hábito antes de pousar ou atracar para descarregar. — É melhor prevenir do que remediar. Qual era a carga mesmo? — Nós viajamos para aquele planeta fora do caminho para comprar sementes para uma colônia em crescimento. É por isso que estávamos em sua parte do espaço quando ouvimos seu sinal de socorro. Esta colônia da qual estamos nos aproximando nos pediu várias amostras. Temos centenas de caixas de sementes. — Eles pagaram bem? Ele sorriu. — Sim e encontrei uma companheira. Melhor viagem até agora. — Sim, foi. Ele olhou para a tela dela. — Como está seu anúncio? — Basicamente repassei como nos conhecemos e nos acasalamos. Ele franziu a testa.


— Eu não entrei em detalhes. Apenas me apresentei, fiz o resumo básico de nossa reunião e a atração que sentíamos. Expliquei algumas das nossas diferenças físicas e como nos unimos. Deixei claro que as mulheres humanas não lutam com seus machos para mostrar interesse sexual. — Estou ansioso para lê-lo. — Você pode vetar qualquer coisa e reescreverei. — Vetar? — Mudar. Tirar. — Ela pegou o que parecia ser um rolo de sushi e colocou em sua boca. Não era peixe cru. Apenas bolos arredondados com arroz branco e algum tipo de carne cozida no centro. Parecem fritos e eram muito saborosos. — Tem certeza de que alguém em seu planeta vai querer ler isso? Ele assentiu. — Não apenas nosso planeta, mas nossas colônias. Todo homem no espaço também vai querer lê-lo e aprender sobre suas fêmeas, já que somos compatíveis. Ela sorriu. — Muito compatível e muitas vezes. Ele riu. — Funcionamos.


— Sim, funcionamos. Eu gostaria de poder escrever algo assim para Terra, deixar nossas mulheres saberem o que estão perdendo, para encorajá-las a acasalar com Veslor. Mas não ouvimos nada de Abby. — O bom humor dela desapareceu. — Então, pelo que sei, a Terra tem um mandado de prisão para mim. Faz apenas três semanas desde que você me pegou. A investigação pode nem ter começado ainda. Ele saiu da mesa e a surpreendeu, puxando-a para fora da cadeira. Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço. — Eles são estúpidos se decidirem que você fez algo errado. Mas você não será presa, independente disso. Podemos evitar qualquer aliado da Terra, se for assim. — Você quer abrir negociações comerciais com a Terra Unida? — Para o meu povo. Mas não a arriscarei, companheira. Estamos bem até agora sem eles. Continuaremos fazendo isso. — E se o seu rei fizer alianças com a Terra e eles me mandarem de volta? — Eu disse que isso não acontecerá. Enviei meu relatório e até falei com meu rei.


— Eu sei. Você disse que estava feliz por termos nos acasalado e sou considerada um Veslor agora. A Terra pode colocar muita pressão sobre os outros, no entanto. Eles são muito bons nisso. — Pare de se preocupar. — Ele a levou em direção à porta. — Você não precisa pensar. Ela sorriu. — Você apenas me quer nua. — Sempre. Trabalho feito. Agora vamos para nosso quarto. Eles estavam no elevador quando a náusea a atingiu de repente. Ela estremeceu. — Coloque-me no chão! Brassi a abaixou e ela colocou a mão sobre a boca, tentando respirar pelo nariz e lutar contra a vontade de vomitar. O elevador parou e abriu. Ela correu para fora e encontrou um painel de lixo, abrindo-o. Rapidamente perdeu o conteúdo de seu estômago. Brassi gentilmente a segurou até que terminou. Ele rosnou, esfregando as costas dela. — É a terceira vez que isso acontece. Vamos até Vassi agora. Ela balançou a cabeça. — Não. Apenas estou me adaptando à sua comida. Acho que essas coisas de carne está me fazendo mal.


Assim como a pimenta da outra noite que me fez vomitar. Acho que estava muito picante. — Você comeu aquela carne antes e não ficou doente. Vou levála para Vassi. —Estou bem, Brassi. Ajustes alimentares. Isso é tudo. Eu tive a mesma coisa quando fui para Terra no começo. Não estava acostumada a comer tanta carne real. A maioria das coisas em embarcações de frota são baseadas em vegetais e apenas com sabor de carne. Ele a pegou e virou, entrando no elevador novamente. Ela manteve seu rosto virado, já que achava que sua respiração seria ruim. Ele saiu no próximo nível e levou-a para a porta do irmão, tocando para entrar. Abriu-se e Vassi apareceu de bermuda. — Encontre-nos na ala médica. — Brassi se afastou pelo corredor até a sala de exames. Ele a levou para dentro e a colocou na cama. Ela se abaixou e foi até a pia, abrindo uma das gavetas ao lado até encontrar o que procurava. Foi um dia glorioso quando descobriu que os Veslor tinham escovas e pasta de dente. Vassi mantinha pacotes na sala de exames. Ela escovou os dentes e limpou a boca.


A porta se abriu e ela se virou. Vassi vestiu mais roupas e parecia alarmado agora, com preocupação em seus olhos. — O que há de errado? — Minha companheira perdeu o conteúdo de seu estômago novamente. — Apenas estou me adaptando à comida. — Ela encolheu os ombros. — Eu disse a Brassi que estou bem. Sinto-me bem agora. Vassi assentiu. Quando ela terminou de enxaguar a boca, Brassi agarrou-a antes que pudesse se mover e a colocou de volta na cama. Ele a ajustou como se ela fosse uma criança, colocando-a suavemente sobre a superfície. Ela suspirou, olhando-o. — Estou bem. Você se preocupa muito. — Você é minha companheira. Meu coração. — Sua voz estava rouca. — Não sabemos muito sobre humanos. E se pegou um vírus que é inofensivo para nós, mas não para você? — Eu dei a ela todas as vacinas que temos. — Lembrou Vassi. — Carreguei todas as informações médicas disponíveis sobre sua raça em nosso computador. Havia muita informação. Eles não escondem


essa informação dos outros. — Ele ligou o scanner e a grande máquina acima dela abaixou. Brassi recuou, mas ainda ficou perto. — Eu me sentirei melhor quando você a verificar. — Estou fazendo isso. — Vassi encontrou seu olhar. — O que significa quando os humanos vomitam? — Essa comida não nos faz bem por algum motivo ou nós pegamos um vírus. Isto apenas aconteceu três vezes e sempre me sinto melhor logo depois. A última vez foi há quatro dias. — Eu não gosto disso. — Brassi grunhiu. — Eu também não. Vomitar não é divertido. — Ela tentou fazêlo sorrir, mas ele não o fez, olhando para o irmão em seu lugar. — Encontre o que há de errado com ela e conserte. Vassi assentiu. — Provavelmente é a comida. Que horas são? Comeu o ensopado de ket? — Não. Eu evitei sua versão do chili depois da última vez.


O scanner começou, um zumbido baixo enchendo a sala. Vassi pegou um bloco, lendo enquanto a máquina enviava dados para ele. — Sua temperatura esta um grau mais alto que o normal. — Provavelmente de vomitar. E de repente, ele se virou e tocou alguma coisa no lado da cama, com as feições tensas. — O que foi? Ela está doente? —Brassi se aproximou. Vassi se afastou, apertou o bloco no peito brevemente, arregalou os olhos e depois passou os dedos pelo lado da cama, onde estavam os controles de varredura. Finalmente, depois de alguns minutos tensos, ele encontrou o olhar de Vivian. — Eu sei o que está deixando você doente. — Tem cura? — Brassi agarrou Vassi pelo braço. — Diga-me que você pode consertá-la! Seu irmão se libertou do domínio de Brassi. — Calma. Estou procurando mostrar a você. — Ele se moveu para o outro lado da cama e pegou outro bloco, tocando nele. — Não há razão para alarme. — E de repente, ele sorriu quando olhou para cima. — Veja.


Ele tocou o bloco e uma tela deslizou da parede ao lado dele. Acendeu e uma imagem encheu o monitor. Vivian olhou para ela, tentando entender o que estava vendo, então entrou em pânico, olhando para Brassi. Mas ele não a olhou. Estava olhando para a tela com a boca aberta e os olhos arregalados. Ela apertou o braço dele. — O que foi? Ele não parecia ouvi-la, seu foco completamente na tela. Ela virou a cabeça para olhar novamente. O que quer que aparecia no monitor estava se movendo levemente. Vassi riu e deu um zoom... e o que Vivian viu então a chocou. Era algo vivo e dentro de um saco cheio de fluido. A forma ficou mais clara e finalmente ela entendeu. Era uma pequena pantera alienígena enrolada em uma bola. — Sua companheira é compatível com nossa raça. —Disse Vassi. — Você terá um filhote! Vivian esta com aproximadamente três semanas. Parece que fizeram mais do que acasalar, criaram uma vida juntos! Seu filho é provavelmente a causa dela vomitar. É muito comum com a gravidez.


Lágrimas a cegaram. Ela estava grávida? Brassi segurou a mão dela em seu braço e virou a cabeça. Ele tinha lágrimas nos olhos também. Sua boca se fechou, abriu e depois fechou novamente. Ele tropeçou mais perto e se inclinou, colocando a cabeça contra a dela, acariciando-a. Ela estava grávida! Eles não achavam que fosse possível. Então algo lhe ocorreu. — Parece sua forma de batalha. Brassi acenou com a cabeça contra ela e soltou sua mão, envolvendo o braço em suas costas, abraçando-a. Ele manteve o rosto enterrado em seu cabelo e seu corpo tremeu. Vassi se moveu ao redor da cama e sorriu para ela, colocando a mão nas costas de Brassi. — Ele está dominado pela felicidade. Dê-lhe um minuto. Todo homem quer filhotes, mas achamos que isso não seria possível com humanos. Nós estávamos errados... e isso é ótimo. Brassi acenou com a cabeça novamente contra ela e a olhou gentilmente. — Feliz. — Ele disse asperamente. Ela piscou as lágrimas. — Eu também. Atordoada, embora. — Ela estendeu a mão e acariciou a parte de trás de sua cabeça, mas manteve sua atenção em Vassi. — Está em forma de batalha, certo?


— Todas as crianças nascem assim. — Uau. Eu não sabia disso. Então tem garras? Isso é seguro para mim? — As garras e os dentes afiados não aparecem até depois do nascimento de um filhote. Você está segura. Ela se sentia extremamente grata por isso. Ela viu Brassi se transformar e as garras eram terrivelmente afiadas. — Quão grande será esse bebê? Vassi estendeu a mão e gentilmente tocou seu estômago, acariciando-a, antes de pegar um bloco e tocar nele. — O peso médio do bebê humano é de três a cinco quilos, de acordo com o que aprendi. Os nascimentos médios dos filhotes Veslor estão entre dois e três quilos. O que pode ser curioso é o período de sua gravidez. — Ele olhou para o monitor. — Eu preciso perguntar. Vocês dois copularam com Brassi em forma de batalha novamente, desde que se acasalaram? Brassi limpou a garganta e se moveu, acariciando-a mais uma vez antes de se afastar. Ele pegou a mão dela, levou-a para boca e beijou-a. Seus olhares se encontraram e ele sorriu. — Teremos um filhote.


— Sim. — Eu preciso saber. Um de vocês me responda, por favor. Foi apenas a primeira vez quando se acasalaram ou aconteceu novamente desde então? Brassi respondeu seu irmão. — Por que você pergunta? — Porque se foi apenas quando você se acasalou, pela taxa de crescimento de seu filhote, sua gravidez será Veslor. E se não, estou alarmado com o tamanho. Vivian se abaixou para tocar seu estômago. — Há algo errado? — Isso iria devastá-la. Ela acabou de descobrir que estava grávida! Nada poderia acontecer com seu bebê. Ele era seu milagre e o de Brassi. — Apenas uma vez, quando nos acasalamos. — Brassi disse a ele. Vivian assentiu. — Nós conversamos sobre fazer isso novamente, mas já danificamos um sofá. Vassi franziu a testa. — Como?


— O filhote. — Brassi lembrou a ele. — O que isso significa? Nosso filhote está bem? Vassi olhou para o monitor, bateu no bloco e finalmente sorriu para eles. — Ele é perfeitamente saudável e cresce como um Veslor. — Porque está nesta forma? — Vivian ainda estava um pouco perplexa com o fato de seu bebê estar em forma de pantera alienígena em vez de parecer mais uma combinação dela com Brassi. — Seu tamanho. Como eu disse, todos os nossos bebês nascem em forma de batalha. Eles não mudam até depois do nascimento, quando aprenderem a controlar suas emoções. Ela entendeu surpresa a informação. Pensou que a atual forma deles fosse natural. Em vez disso, eram uma pantera. — E quanto ao tamanho dele? — Gravidezes humanas duram nove meses. Isso significaria que seu filhote seria muito menor do que ele. Gravidez Veslor são de três meses. Esse é o tamanho do seu filho como deveria estar neste momento. — Vassi deixou o bloco e usou as mãos para formar uma bola de beisebol. — Ele está crescendo como uma Veslor, perfeito.


Ela olhou de suas mãos para tela, antes de chegar ao seu estômago. Notou que sua barriga cresceu um pouco, mas Brassi estava sempre levando lanches. O macho era obcecado em mantê-la bem alimentada. Não ganhou muito peso, no entanto. Talvez dois ou três quilos. Então repetiu o que Vassi disse, fez as contas e ficou feliz por estar deitada. Em pouco mais de dois meses, seu filho nasceria. Brassi aproximou-se e gentilmente afastou a mão para o lado, colocando a palma grande sobre a barriga. Ela encontrou seu olhar. Ele sorriu amplamente. Não pode deixar de sentir sua felicidade — Você precisa comer mais. —Explicou Vassi. — Evite alimentos fritos e qualquer coisa com tempero forte. Isso foi provavelmente o que a fez vomitar. É típico das nossas mulheres. Eu teria avisado e feito uma varredura se achasse que você poderia se reproduzir. Sinto muito, Vivian. Você nunca deveria ter ficado doente. É minha culpa. — Não, não é. — Ela balançou a cabeça, incapaz de desviar o olhar de Brassi. — Nós não achamos que poderíamos engravidar.


— Estávamos errados. —Sussurrou Brassi, acariciando seu estômago com ternura. — Nós teremos um filhote. Eu sou um homem com sorte. — Terei que fazer uma lista de perguntas. Por favor, me diga que suas mulheres expulsam bebês e eles não... as rasgam na saída. Os olhos de Brassi se arregalaram e ele se virou para Vassi. Vassi riu. — O parto é o mesmo para as duas raças. Filhotes são inofensivos na gravidez. Como eu disse, ele não tem garras afiadas agora. Depois que nascer, suas garras vão crescer e engrossar. Não há dentes para se preocupar até que tenha cerca de seis meses de idade. Também é seguro para você copular por enquanto. Continuarei fazendo exames toda semana e avisarei se isso mudar. — Ele deixou o bloco e acenou para seu irmão. — Leve sua companheira para seus aposentos. Evite alimentos fritos e cha no que ela comer. Sua doença deve acabar assim. — As mulheres humanas têm enjoos matinais. — Ela respondeu. Vassi encontrou seu olhar. — Seu corpo está se comportando como um Veslor agora. Tudo indica isso. Mas se ficar doente novamente, venha a mim imediatamente.


Brassi pegou-a, sendo extremamente gentil. — Não conte a ninguém. Compartilharemos amanhã. Agora, quero abraçar minha companheira. — Você tem minha palavra. Parabéns a todos. Vivian se apertou em seu peito enquanto Brassi a levava para seus aposentos. Não conversaram, até que ele a colocou na cama e se deitou ao seu lado. — Teremos um bebê. Ele se apertou contra ela. — Sim. Este filhote é a melhor surpresa. — Eu sei. Sinto-me da mesma forma. Apenas espero ser uma boa mãe para um Veslor. — Você é uma companheira perfeita. Será uma mãe perfeita. — Precisamos comprar uma nave maior? — Ela temia que ele dissesse que sim e fosse um fardo financeiro. — Não. Temos espaço de armazenamento que podemos converter em outro cômodo. Ela suspirou de alívio. — Bom. Como acha que todo mundo receberá a notícia?


— Eles ficarão emocionados. Todo mundo ama um filhote. Ela relaxou. — Mesmo? Até Nessel? Ele riu profundamente. — Ele vai resmungar... mas apenas observe. Ele estragará nosso filhote quando achar que ninguém está olhando.


Epílogo

Três meses depois

— Vivian! Ela se assustou e levantou a cabeça do bloco de dados que estava estudando. A linguagem Veslor era difícil de aprender, mas estava conseguindo devagar. Kavs correu para a sala comum, sem fôlego. — O que há de errado? — Ela estava de pé em um piscar de olhos. — Venha para a sala de controle. Há uma mensagem recebida. — É de seu planeta? — É para você. Ela sentiu-se atordoada, mas depois correu em direção a ele. — Mensagem de quem?


Ele agarrou a mão dela e puxou-a para a frente da nave. Ela viu os outros dentro uma vez que entraram na ponte, incluindo seu companheiro. Ele estava sentado com seu filho abraçado a seu peito nu. Ela se aproximou dele e colocou as mãos em seus ombros quentes. Ela olhou para o filhote adormecido. Eles o nomearam Klad, como o avô de Brassi. Ele era o bebê pantera mais bonito de todos os tempos. Dentro de um ano, ele começaria a mudar e aprender a permanecer em seu estado humano. Até então, ela era a mãe de um filhote. Isso não a incomodava nem um pouco. Brassi estendeu a mão e segurou a mão em seu ombro, ela ergueu. Seu olhar dourado sempre a fazia se sentir amada. — É Abby. Seu coração acelerou e ela olhou para o grande monitor escuro. — Você tem certeza? — Sim. Ela nos chamou e respondi. Está recebendo um sinal de alarme e ligará de volta, agora que tem nossa localização. — Como ela nos encontrou? Esqueça. É Abby. Esqueci como ela é boa em invadir sistemas. Houve um silvo e Brassi ligou um interruptor. O monitor foi ligado e um belo rosto apareceu.


Abby estava sentada em um sofá que parecia ser uma grande sala. A grande janela no fundo mostrava céu azul. Seu cabelo vermelho estava preso em um coque e ela usava um vestido verde curto. Um sorriso curvou seus lábios. — Eu a encontrei! — Abby, você está naTerra? — Sim. — Ela olhou por cima do ombro e olhou para trás. — É um lindo dia em Los Angeles. Céu limpo. Não que você provavelmente se importe. Queria que você soubesse que nós duas fomos liberadas. É seguro voltar para casa! Aquele idiota do Alderson e seus amigos tentaram nos jogar debaixo do ônibus, mas eu já tinha começado a transmitir os vídeos antes que explodissem alguns dos sistemas no Gorison Traveler, com suas tristes tentativas de danificar os computadores que armazenavam todas as imagens de segurança. — Embaixo de um ônibus? Vivian ignorou o sussurro de Ruggler. — Estou feliz por você estar bem. Temia que eles pudessem tentar matá-la também. — Oh, eles tentaram. — Abby deu um sorriso. — Planejavam me alcançar, então eu fechei as portas do Controle Um. Cortei as salas de


entretenimento para transmitir imagens do Comandante Alderson e os idiotas tramando com ele, discutindo como destruir os computadores principais para ajudá-los a colocar a culpa do que aconteceu em Big M e alguns dos outros tripulantes que morreram e você. Isso não caiu muito bem para a maioria da tripulação. Especialmente quando também fiz upload das imagens de segurança das duas prostitutas sendo entrevistadas sobre o que Alderson fez com elas durante o bloqueio. Toda mulher na nave queria arrancar as bolas do homem! — Eu entendo que um Almirante chegou para ter acesso à ponte? — Sim. Voltei para Terra há alguns dias. Precisei testemunhar, mas já havia enviado todas as imagens, então a investigação foi rápida e praticamente estava no final quando cheguei. Nós estamos bem. Alderson foi expulso da frota. Ele é persona non grata agora. A imprensa está despedaçando-o. Ah e a mulher dele pediu o divórcio. Eu vi isso nos feeds de notícias esta manhã. Mais de duas dúzias de homens trabalhando com ele, também planejando mentir sobre o que realmente aconteceu, também foram expulsos da frota e alguns estão na prisão.


Algo chamou a atenção de Vivian. Algum tipo de dispositivo flutuante do lado de fora. — O que é isso na janela atrás de você? Abby se virou, amaldiçoou e pulou do sofá. Ela correu para a janela e apertou um botão. Um obturador desceu rapidamente, selando-o. Luzes automáticas se acenderam na sala quando ela voltou para o sofá e se sentou. — Malditos drones. É a imprensa. Tenho vinte e cinco andares, mas isso não importa. — Ela suspirou. — Todo mundo quer uma entrevista comigo. Estou me recusando. Já era ruim o suficiente quando tive que deixar minha casa para testemunhar. Você não pode imaginar quantas fotos tiraram de mim. Mas estará tudo resolvido quando você voltar para casa. Pode ficar comigo. Minha cobertura tem uma boa segurança. Vivian mordeu o lábio. — Eu não voltarei. Abby se inclinou para frente. — É seguro, Vivian. Os advogados da minha família irão representá-la também. Nós duas temos imunidade e fomos inocentadas de todas as acusações que Alderson tentou colocar contra nós. Porra, somos heroínas! Eles até querem nos lançar algum tipo de desfile em Nova York. Ninguém vai prendê-la. O pior com o que precisará se preocupar são aqueles malditos repórteres e seus drones.


Então Abby apontou para Brassi. — Oh, eu tenho ótimas notícias para você também! Seu rei já foi contatado ou será em breve. Os Veslor também são heróis, agora que tudo foi revelado. Muitas pessoas estão muito interessadas em trabalhar com seu pessoal, especialmente quando um pouco de escavação provou que vocês são ricos em suprimentos de alimentos com o comércio. — Ela sorriu. — Enviei uma mensagem pessoal para o seu rei hoje, dando-lhe o conselho de jogar duro com quem quer que o contate. Suprimentos de comida são ouro para algumas das colônias. Brassi franziu a testa. — Isso é bom. — Vivian sussurrou. — Explicarei depois. Ele relaxou em seu assento. Vivian ficou aliviada por não ser uma criminosa e pelos Veslor conseguirem bons acordos comerciais com a Terra Unida. Ela inclinou para frente e estendeu a mão para seu companheiro, levantando gentilmente o filho que Brassi tinha no peito. Abby não seria capaz de vê-lo de outra forma. Ela aconchegou o filhote no peito e deu um passo à frente, aproximando-se da tela, torcendo o corpo para mostrar o rosto adormecido para amiga.


A boca de Abby se abriu. — Conheça Klad. Brassi e eu nos acasalamos e tivemos um bebê. Abby parecia sem palavras. — Minha vida agora está no Brar e estou extremamente feliz. Obrigada por limpar meu nome e me deixar saber que não sou uma criminosa em fuga... mas a Terra não está no meu futuro. — Ele é tão fofo! — Abby ficou de joelhos no sofá, aproximandose do monitor. Sua amiga encontrou seu olhar, então olhou para Brassi antes de olhar de volta para ela. Abby sorriu novamente. — Seguiu meu conselho de deixá-lo confortá-la. Bom para você. Brassi puxou Vivian para seu colo. — Bom para mim. Abby riu. — Esta é a melhor notícia de todas. Você tem seu alienígena sexy e um bebê. Eu a invejo. Kavs de repente apareceu. — Estou à procura de uma companheira. — Ele tirou a camisa. — Adoraria consolá-la, mulher. — Então ele abriu os braços. — Estou aqui esperando por você, se quiser voar para nós. Estou ansioso para tentar ter um filhote.


Abby olhou fixamente para o macho, boquiaberta e finalmente sorriu. — Você é encantador... e tem um bom peito. Realmente bom. Estou presa aqui por um tempo. A família está um pouco irritada comigo depois pareceu que invadi os sistemas tão facilmente. Não foi, na verdade, mas a opinião pública e tudo mais fez parecer assim. — Abby fez uma pausa e então balançou a cabeça. — Coloque sua camisa de volta, coisa gostosa. Você está me distraindo. Kavs vestiu a camisa. — Ela me chamou de coisas gostosa. Isso é bom? — Sim. — Vivian revirou os olhos. — Eu disse que você é atraente para as fêmeas humanas. Esta é sua prova. —Ela encolheu os ombros para Abby. — Brassi e eu somos o único casal na nave. Cinco solteiros. Conhece alguma mulher solteira? Abby abriu a boca e fechou-a. Balançou a cabeça. — Não alguém que seria boa o suficiente para eles. Minha família corre nos círculos errados, se você sabe o que quero dizer. Eu não desejaria uma debutante mimada para qualquer alienígena gostoso. Manterei meu olho aberto, porém e enviarei uma mensagem se encontrar alguém seja um bom ajuste. — Ela piscou. — Alguém como você.


Uma campainha soou atrás de Abby e sua expressão mudou — Merda. Mais imprensa. Eles devem ter contornado a segurança. Está um circo aqui. — Ela olhou para a câmera. — Eu tenho que ir, mas te ligo em breve. Codifiquei meu número direto. É para o meu dispositivo de viagem. Você pode me alcançar onde quer que eu vá na Terra quando meus pais sentirem que lidamos com as consequências da confusão que aconteceu no Gorison Traveler. Abby olhou para Kavs por alguns segundos. — Muito tentador. — Ela acenou. — Tome cuidado e parabéns. Quero fotos de Klad e pense em mim se seu filho precisar de uma madrinha. Eu ficaria emocionada! A ligação terminou. Vivian se inclinou para Brassi e sorriu. — Eu não sou uma criminosa. — Você nunca foi. — Ele a abraçou mais perto em seu colo e acariciou sua cabeça, acariciando também as costas de seu filho dormindo. — Você acha que a fêmea virá aqui para mim?


Vivian sorriu e ignorou Kavs. A maioria dos homens solteiros em sua nave estavam altamente interessados em acasalar com uma humana, agora que ela teve o filhote de Brassi. Nessel era o único que negava querer um. Ele não parecia muito convincente para Vivian. — Devemos comemorar. — Brassi a apertou e se levantou. Ela nunca se preocupou com ele a deixando cair, mesmo quando carregava seu filho. Seu companheiro era muito forte. — Dê-me Klad. — Ofereceu Vassi. — Não precisam de distração. — Não, dê-me o filhote. —Protestou Yoniv. — É a minha vez. — Minha. — Resmungou Ruggler. — Você o segurou esta manhã. — Você também. — Kavs respondeu. — É a minha vez. Brassi parou ao lado da porta e suspirou, olhando para ela. — Eles precisam de mais filhotes para compartilhar. Ela riu. — Ei, Nessel? O macho foi para ela e Vivian ofereceu seu filho. Ele sorriu amplamente, gentilmente pegando o filhote em seus braços. Ele


nunca pedia para segurá-lo, mas sabia que ele gostava tanto de seu filho quanto os outros. Ele saiu da ponte com o bebê. — Isso não é justo. —Resmungou Ruggler. — Por que ele? — Yoniv parecia chateado. — Ele é filhote do meu irmão. — Vassi fez beicinho. Vivian envolveu seus braços ao redor do pescoço de Brassi. — Vamos antes que eles comecem a lutar. Ele riu e saiu, movendo-se rapidamente. Passaram por Nessel, que estava cantarolando para seu filho. Ele era mal-humorado, mas amava seu filhote. Eles chegaram a seus aposentos e Brassi colocou-a de pé. — Precisamos de mais filhotes apenas para manter a paz. Ela riu, tirando as roupas. — Você apenas quer outro bebê. — Sim. Eu quero muitos filhotes com você. — Eu quero tudo com você.


Brassi se despiu e abriu os braços. — Foi assim que começou e será sempre assim. Ofereço tudo o que sou para você. Ela entrou em seus braços e amou quando se fecharam ao redor dela, segurando-a com força. — Precisamos de um banco de reprodução, já que substituímos o sofá danificado. Eu não quero rasgar outro. Ele acariciou a cabeça dela. — Eu pedi um depois que Klad nasceu. Nós pegaremos na nossa próxima parada. Ela levantou a cabeça. — Sério? Ele assentiu, com um brilho sexy nos olhos. — Eu tinha esperança que você quisesse mais filhotes. Ela deslizou as mãos para o rosto dele e o puxou para baixo. Ele abaixou e ela ficou na ponta dos pés, beijando-o. Eles tentariam outro filhote. Ela mal podia esperar para ver como era um banco de reprodução e como seria divertido usá-lo. A vida com um companheiro Veslor era a melhor coisa de todas.

Fim



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