Concepções de arte pública e de museu na experiência da Unidade Experimental do Museu de Arte Modern

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tividade/ riatividade” (1971), os happenings “Domingos da riação” (1971), em que ladeiam outros projetos emblemáticos, como as exposições da “ ovem Arte ontempor nea” (1969 – 1978) e “ layground” (1969).

2.5 Intervenções didáticas Nessa nova dobra da arte pública, busca-se aqui, também, por aquilo que o curador canadense Marc James Léger denomina como intervenções didáticas (LÉGER, 2012), tentando assim relacionar a origem da noção contemporânea de arte pública e ações participativas, no momento em que esta surge das práticas radicais dos coletivos de arte que produzem ativações educativas e estéticas na esfera pública como modo de resistência à lógica, aos valores e ao poder do mercado. Diante desse panorama exposto, o que nos interessa é apresentar as interfaces da arte pública em sua versão contemporânea aliada aos processos de intervenções didáticas. Conforme o pesquisador Luiz Sérgio de Oliveira (2020, p. 119), ao eleger os espaços públicos como lócus da arte, as vanguardas contemporâneas 32 propõem uma transformação na natureza da arte. As vanguardas tentam, acima de tudo, articular sua produção dentro (e de dentro) do próprio tecido social, reelaborando suas ideias de arte como parte das dinâmicas sociais em encontros marcados por princípios de compromisso e de engajamento, exalando a vontade dessas vanguardas de estar dentro dos processos heteronômicos da arte. Segundo Oliveira (2020, p.119-120), nesse sentido, as relações que se estabelecem nesses encontros podem caracterizar uma distinção fundamental para as vanguardas históricas do século passado: embora atuem na articulação entre arte, política e cotidiano social, as vanguardas contemporâneas o fazem a partir de processos de diálogos não hierarquizados de quem duvida mais do que acredita e afirma, perspectiva absolutamente distinta que impacta a natureza da arte contemporânea. Em um passado não distante, esses debates teriam encontrado seu ponto de convergência na aceitação de que a arte pública, indo além da mera ocupação dos espaços públicos com obras em conformidade com uma narrativa da história,

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Luiz Sérgio de Oliveira faz uma aproximação temporal entre a produção artística dos anos 1990 em contraponto às manifestações dos anos 1960 e 1970. Tal contexto nos move em direção a entender as particularidades da origem desta vertente da “nova arte pública”, ao eleger a noção de “didático” ou “lúdico”. Em certa medida at pode parecer dúbio, mas o intuito deste trecho compreender com profundidade tais relações.


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REFERÊNCIAS

21min
pages 193-204

3.5 Curtir o MAM (1973

7min
pages 181-184

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

14min
pages 185-192

3.7 Atividade/Criatividade (1971

6min
pages 171-173

3.7 Circumambulatio (1972

6min
pages 174-180

3.6 O Curso Popular de Arte (1969 - 1972

1min
page 170

3.5 Domingos da Criação (1971

6min
pages 167-169

3.4 Plano-piloto da futura cidade lúdica

6min
pages 164-166

2.8 JAC - Jovem Arte Contemporânea (1973

9min
pages 144-150

2.7 Playgrounds (1969

7min
pages 134-143

3.3 Um laboratório de vanguarda

3min
pages 162-163

3. A UNIDADE EXPERIMENTAL

3min
pages 151-153

3.1 Histórico

14min
pages 154-160

2.6 Arte no Aterro: um mês de arte pública (1968

21min
pages 122-133

3.2 Objetivos

1min
page 161

2.4 Ações participativas: a virada neoconcreta

16min
pages 110-119

2.5 Intervenções Didáticas

4min
pages 120-121

2.3 O experimental em questão

4min
pages 108-109

2.1.1 O Governo Militar e o panorama cultural no Brasil

6min
pages 87-89

2.2 O Experimentalismo Neoconcreto

6min
pages 105-107

2.1.2 As Artes Plásticas e a Ditadura Civil-militar no Brasil

13min
pages 90-104

2.1 História pública e furor de arquivo

14min
pages 80-86

BRASILEIRO

1min
page 79

1.4 Sobre a definição de museu e a nova museologia

1hr
pages 43-72

1. CONCEPÇÕES DE ARTE PÚBLICA E DE MUSEU

2min
page 30

1.1 Arte pública

16min
pages 31-38

a arte popular

10min
pages 73-78

1.2 Arte pública contemporânea

2min
page 39

INTRODUÇÃO

22min
pages 18-29

1.3 Arte extramuros

5min
pages 40-42

5 “O museu levado ao povo”: A política cultural brasileira entre a arte de elite e

1min
page 11
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