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exemplos consideraram que a arte e sua vocação pública e os museus podem e devem desempenhar um papel decisivo na educação da comunidade. No Brasil, dos anos 1970, Fernanda Lopes lembra que Roberto Pontual também discute a questão dos limites e da atuação dos museus em artigos como “
crítica e o
museu, mas no Brasil” (Jornal Minas Gerais, Belo Horizonte, 1º jul. 1072), “ chille Bonito Oliva,
arte e o sistema de arte” (Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 31 jul. 1975)
e “O museu em questão” (Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 30 ago. 1975). Segundo Sylvia Furegatti (2013, p.78)17este processo faz sentido no Brasil, país de grandes dimensões, fortes (e persistentes) irregularidades no processo cultural, social e econômico que importam para a instituição artística e cultural, se considerarmos sua constituição própria e processo de sustentabilidade ao longo do tempo. Defende-se que esta é, sem dúvida, a maior preocupação das formas de Arte Pública e Urbana efetivadas na atualidade, sendo uma expressão poética que transborda da instituição para o entorno visando alcançar renovação de seus próprios códigos, dando maior visibilidade, democracia, participação e interação pública a qual, se acreditava, deveria ser para além dos visitantes usuais do museu tradicional.
1.1 Arte Pública Entende-se por arte pública os distintos modos estéticos cotidianos, as transformações sensíveis e as complexidades de ocupação expositiva, por meio de dispositivos artísticos localizados em espaços públicos. De acordo com a Enciclopédia Itaú ultural, “definir uma arte que seja pública obriga a considerar as dificuldades que rondam a noção desse conceito”. Na literatura consultada da Enciclop dia Itaú ultural, tradicionalmente, arte pública concernem às obras que pertencem aos museus e acervos, ou os monumentos nas ruas e praças, que são de acesso livre. Neste sentido, ainda de acordo com a definição da Enciclopédia, as obras no contexto da arte pública se definem por serem de uso comum, uma vez que, possibilitam interação social na qual as pessoas circulam livremente e estabelecem trocas.
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Em seu texto, na página 78, vemos os apontamentos sobre a constituição de novos espaços externos aos museus, "que avançam para o espaço aberto e urbano, em que também existe uma questão específica das proposições nacionais" que demonstram uma proximidade dos museus ao invés de seu afastamento, como ocorre nos casos internacionais.