Revista Kéramica n.º 370 Maio / Junho 2021

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Investigação

CIRCULARIDADE DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL – AS COBERTURAS VERDES

por Joan a Car val h o , (PhD) – Coordenadora do Departamento de IDT do CVR – Centro para a Valorização de Resíduos

Joana Carvalho

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Coordenadora do Departamento de IDT do CVR

As práticas de construção sustentável estão em constante evolução, de forma a poderem abranger abordagens e prioridades variadas. Definições comummente disseminadas, referem a construção sustentável como a prática de criar estruturas e utilizar processos ambientalmente responsáveis e eficientes em termos de recursos, ao longo do ciclo de vida de um edifício, visando reduzir os impactos negativos para a saúde e meio ambiente causados, quer pelo processo construtivo ou pelas edificações, quer pelo ambiente edificado. A sustentabilidade no âmbito da construção inclui conceitos-chave como a escolha de materiais não tóxicos, a redução e reutilização de recursos, e mais

Maio . Junho . 2021

recentemente, a minimização de resíduos e sua possível reutilização e incorporação em novos materiais. Seguindo os pressupostos da sua missão e visão, de ser a interface dedicada ao desenvolvimento e implementação de opções inovadoras e ambientalmente corretas de gestão integrada de resíduos, escoradas nos princípios de economia circular, o CVR participa no consórcio EGR – EcoGreenRoof, cujo objetivo é o desenvolvimento de substratos ecológicos, através da seleção e utilização de resíduos industriais de base orgânica e inorgânica, para aplicação em coberturas verdes. Trata-se de um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020. Uma cobertura verde também conhecida como cobertura viva, com vegetação ou ecológica é um telhado de edifício parcial ou totalmente coberto com vegetação plantada num meio de cultivo (substrato) sobre uma membrana à prova de água. O conceito foi projetado e desenvolvido para promover o crescimento de várias formas de plantas no topo de edifícios e, assim, promover benefícios estéticos, ambientais e económicos. No século XIX, os engenheiros escandinavos começaram a usar casca de bétula e grama nos telhados para garantir o isolamento térmico em climas húmidos e frios. As atuais coberturas verdes ainda podem ser

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