Revista Petro & Química n°389

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Ano XLIV - nº 38 - 20229 www.petroquimica.com.br Inovações supor tam estratégias de sustentabilidade suportam

Inovação suporta estratégias sustentáveis com segurança

Crises são catalizadoras de mudanças. E, quando acontece uma crise, os investimentos para inovação sofrem. Pesquisadores da Kellogg, recentemente, associaram a recente crise econômica à concentração de inventores nas empresas – ainda que não tenha sido o fim dos inventores independentes, seu número diminui drasticamente, e eles parecem buscar investidores-anjo e startups. A inovação encontra formas de acontecer. No setor de petróleo e gás, existem lacunas entre os tipos de inovação. Segundo pesquisa da IBM, 39% dos executivos entrevistados disseram que a inovação é importante para o sucesso de sua organização, e esse número mais que dobra (82%), quando solicitados a olhar para um futuro próximo, de três anos. Os executivos são unânimes, ao afirmar que a inovação é necessária, para obter maior eficiência operacional, e que, nos próximos anos, suas organizações planejam impulsionar a inovação para controlar custos, melhorar a produtividade e confiabilidade dos ativos. Eles esperam que a inovação ajude a melhorar sua capacidade de resposta e agilidade. A pesquisa revela que as empresas impulsionam a inovação de forma isolada, porém, um terço delas está trabalhando com outros parceiros de negócios, como fornecedores, academia, pesquisa instituições, plataformas de negócios e clientes. Para muitos, a inovação é uma questão de todos na empresa, sob uma coordenação atenta, que avalia os projetos como um todo, além de apenas o retorno do investimento (ROI), para ser capaz de garantir as parcerias certas. E os líderes reconhecem que a inovação começa no topo, com a alta administração ajudando a acelerar o crescimento, e orientando as mudanças necessárias. 95% dos entrevistados dizem que a inovação diferencia sua organização dos concorrentes. E que a capacidade de liderança é apoiada pelo talento: bons líderes reconhecem que as habilidades dos funcionários precisarão de apoio para inovar.

E, para manter a coerência na narrativa sustentável, à medida que mais empresas se concentram em atingir a meta global de emissões líquidas zero, até 2050, uma transformação econômica se acelera, e o mundo está caminhando para uma grande realocação de capital para ativos sustentáveis: tecnologia e inovação são palavras-chave, no setor de óleo & gás, de química e petroquímica. Porém, sempre atentos à segurança.

De acordo com uma pesquisa do WEF – Fórum Econômico Mundial –, o custo médio de uma violação de dados incorrida por organizações resultante de ataques cibernéticos destrutivos foi de US$ 4,62 milhões. A pesquisa descobriu que 87% dos executivos seniores de energia planeja melhorar a resiliência cibernética em suas organizações, enquanto 41% acreditam que a resiliência cibernética é uma prioridade de negócios estabelecida. Mais de 13% dos líderes cibernéticos pesquisados disse que a resiliência cibernética estava integrada em sua estratégia de negócios. A edição traz várias visões sobre inovação e segurança que, mesmo quando diferem, apontam que a responsabilidade por este mundo é de todos.

Esta edição é promovida durante a Rio Oil & Gas 2022, que acontece de forma híbrida. E traz um corte temporal, diferente das nossas interações pelas mídias sociais – diárias – e newsletters – semanais.

Até o fechamento desta edição, as eleições ainda não tinham acontecido. Que, na próxima, tenhamos muitas boas novidades. Boa leitura

Colaboraram nesta edição, com informações e imagens, as assessorias de imprensa.

Próxima Edição: FPSOs

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Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br

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REDAÇÃO

Teresinha Cehanavicius Freire - Diretora redacao@editoravalete.com.br

ISSN: 0101-5397

Capa: Rhodia Solvay
Editorial no 389 Petro & Química 3

Índice

Matérias de capa

Inovação redesenha o futuro, hoje

Jornal

10 Perfil global do emprego no setor de energia

11 Neoenergia conclui 44 obras de grande porte em distribuição, com R$ 163,5 milhões em investimentos

11 Solar Group atinge 3 gigawatts de estruturas para energia solar

12 Previsão marítima para 2050

13 Maioria dos ataques cibernéticos visam a bloquear a operação da empresa; muitos obtêm êxito, revela pesquisa da Fiesp e do Ciesp

14 Absolar e Sindistal celebram acordo para ampliar oportunidades de negócios

16 Primeiro submarino do Prosub entregue à Marinha brasileira

16 Wilson Sons, por meio de sua Agência Marítima, atende o maior navio de fertilizantes já atracado no Porto de Santos

PB Segurança de processos foi tema de webinar da Abiquim

18 Segurança de processos foi tema de webinar da Abiquim

Artigos

37 Tecnologias digitais e ciclos inovação no setor de energia, óleo e gás

40 Atual Situação da Cibersegurança para Sistemas de Tecnologia Operacional

43 Ataques cibernéticos – Alerta! Quebrando o código! 47 Conceitos Gerais sobre Cybersegurança

Especial

33 Analitica Latin America trouxe inovação para laboratórios e controle de qualidade

34 ABRAFATI SHOW debateu sustentabilidade e inovação

Seções

6 Agenda/Gente

10 Jornal

20 Empresas & Negócios

56 Produtos e Serviços

Petróleo & Gás Matéria de capa

Inovação no setor de óleo & gás

Como revolucionar a exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres?

Notícias

74 Projeto Fenix Offshore Gas

74 YPF Brasil conquista avaliação máxima em programa interlaboratorial da ANP

75 Schlumberger alinha-se à Oil and Gas Climate Initiative

76 TotalEnergies e Universidade Técnica da Dinamarca criam um centro de excelência em energias descarbonizadas

77 Painel dinâmico sobre resolução que regula terminais aquaviários

77 Primeiro Acordo Comercial do Mundo sobre Transporte e Armazena mento Transfronteiriço de CO2

78 Exploração diminui: empresas buscam reduzir riscos

79 i-Concept JIP Fase 2

Notícias da Petrobrás

80 Ganhos de R$ 342 milhões com melhorias na gestão da cadeia de suprimentos

80 Petrobras encerra processo de venda do campo de Albacora, e planeja investimentos no ativo

81 Venda de direitos minerários de potássio

81 Decisão do Cade sobre possível monopólio regional

82 Petrobras informa sobre venda da REMAN

82 Projeto de revitalização prevê reduzir em 60% emissões de carbono

82 FPSO Carioca completa um ano de operação

83 Petrobras vai conectar 5G em 29 plataformas de produção, até 2024

83 Petrobras destina R$ 6 milhões para aquisição de soluções inovadoras

Sumário 4 no 389Petro & Química
59 68 30
Editorial no 389 Petro & Química 5

2022 outubro

K´22

19 a 26 de outubro – Alemanha www.k-online.com

EXPO IAS 2022 - Conferência do Aço

25 a 27 de outubro – Argentina www.siderurgia.org.ar/conf22/

11ª Tubotech

25 a 27 de outubro – São Paulo Expo https://tubotech.com.br/16/

38th Annual World Petrochemical Conference

20 a 24 de março – Houston, TX, EUA WPC@spglobal.com

29º Congresso Internacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore

25 a 27 de outubro – Rio de Janeiro

https://eventos.galoa.com.br/sobena-2022/page/1703-home novembro

DIGITAL TRANSFORMATION 2022

01 e 02 de novembro – evento digital www.digital-transformation-conference.com

FPSO Brazil Congress 2022 7-9 november 2022 - Rio de Janeiro, Brasil https://www.fpsonetwork.com/events-fpsobrazilcongress

2023

Congresso Mundial de Petróleo 17-21 setembro – Calgary, Canada www.24wpc.com

Gente

Excelerate Energy anuncia novo Diretor Executivo no Brasil

A Excelerate Energy, empresa de soluções flexíveis e inovadoras de gás natural liquefeito (GNL), apresenta Alexandre Cerqueira como Diretor Executivo da empresa, no Brasil. O executivo se une ao time, para liderar o processo de expansão, e afirmar o compromisso da companhia com o país, em oferecer energia mais limpa, de forma confiável e acessível. Com sólida carreira profissional nos setores de Energia e Corporate Banking, totalizando mais de 30 anos de experiência, Cerqueira tem passagens por grandes organizações, como BankBoston, Citibank e Shell, nas áreas de Gestão Financeira, Governança Corporativa, Desenvolvimento de Novos Negócios e Comercial. Destaque para suas atuações como presidente do Comitê Executivo de Gás Natural do Instituto Brasileiro de Petróleo – IBP, além de Diretor Executivo e Membro do Conselho em joint ventures e holdings empresariais no Brasil e na Bolívia, tais como Comgás, TBG e GTB – Gás Transboliviano. Formado em Engenharia Mecânica e Industrial pela PUC-Rio, o executivo possui ainda pós-graduação em Economia Energética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de diversos cursos sobre liderança de equipes multidisciplinares, e gestão financeira em renomadas instituições internacionais, como Harvard Business School (EUA), Wharton Business School (EUA), e Amsterdam Institute of Finance (Países Baixos).

Nova diretoria na Abrate

No dia 14 de setembro, foi realizada a cerimônia de posse da nova gestão do Conselho Diretor e Conselho Fiscal da ABRATE – Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica – e contou com a participação dos representantes das associadas e algumas autoridades do Setor Elétrico. Para o biênio 2022-2024, assumiram:

Presidente do Conselho Diretor: Marco Antônio Resende Faria da TAESA – Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A.

Vice-Presidente do Conselho Diretor: Ramon Haddad da State Grid Brazil Holding S.A.

Presidente Conselho Fiscal: Moacir Carlos Bertol da Copel

GT

Agenda / Gente 6 no 389Petro & Química

Novo Diretor Executivo de Transformação Digital e Inovação da Petrobras

O Presidente da Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade, indicou Paulo Palaia, para ocupar o cargo de Diretor Executivo de Transformação Digital e Inovação, em substituição a Juliano Dantas.

A indicação foi submetida aos procedimentos internos de governança corporativa, incluindo as respectivas análises de conformidade e integridade, necessárias ao processo sucessório da companhia, encaminhada para apreciação do Comitê de Pessoas e, em seguida, deliberação do Conselho de Administração. Paulo Palaia é Bacharel em Processamento de Dados pela Universidade Braz Cubas, e possui aperfeiçoamento em Gestão Estratégica de TI pela UC Berkeley – Califórnia – EUA. Possui mais de 37 anos de carreira na área de Tecnologia da Informação, e experiência em diversos segmentos do mercado, ocupando nos últimos 27 anos posições de liderança como principal executivo de tecnologia das instituições onde atuou. Foi por mais de 9 anos Diretor de Tecnologia da GOL Linhas Aéreas Inteligentes S/A, e Diretor Geral da GOLLabs, laboratório de inovação voltado ao setor aéreo. Foi também Diretor de tecnologia da Webjet Linhas Aéreas, DASA, CVC, e Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de e-Business, entre 2015 e 2016. Além disso, atuou como consultor em tecnologia para o Hospital Sírio Libanês, GJP Hotéis Exclusivos, MOVIDA Aluguel de Carros, JSL SA e Grupo COMPORTE. É detentor de patentes de soluções tecnológicas, que visam à redução de custos operacionais, e aprimoramento da experiência do cliente de companhias aéreas, além de ter sido laureado com mais de 36 prêmios, emitidos pelas maiores entidades do mercado de TI brasileiro, ao longo de sua carreira.

Novo presidente do Conselho Consultivo da EPE

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, foi designado para presidir o Conselho Consultivo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. À frente do Conselho Consultivo, Gussi disse que seu papel será o de uma escuta atenta de todos os setores envolvidos, contribuindo com uma visão panorâmica do setor energético no país. “A palavra que pode definir energia no Brasil é complementariedade. E a EPE tem mostrado, com muita eficiência, como as várias fontes e rotas energéticas se coordenam, oferecendo um caminho seguro para a sustentabilidade”, destacou.

Criada em 2004, a EPE atua para prover à sociedade brasileira uma visão integrada e de longo prazo do setor energético, de forma a apoiar as decisões de políticas públicas e investimentos, essenciais para sustentar o desenvolvimento do país. Para isso, tem por missão institucional o desenvolvimento de estudos e pesquisas de planejamento, voltados ao setor energético. O Conselho Consultivo é formado por representantes da sociedade civil ligados ao setor energético brasileiro e suas

entidades de classe, ou ainda à comunidade científica respectiva. Os membros titulares e suplentes são designados pelo ministro de Minas e Energia para um mandato de três anos, admitida a recondução. A Portaria de Pessoal MME Nº 161/2002, publicada nesta quinta-feira, também designou sete conselheiros titulares, e dois suplentes.

Unigel reforça Comitê Executivo

A Unigel anunciou novidades em sua diretoria executiva: Marcelo Natal assume o cargo de Diretor Comercial de Químicos e André Luis Mamana assume como Diretor Industrial Agro.

Marcelo Natal é executivo da Unigel desde 2011, e esteve em momentos importantes da companhia, na área comercial de Plásticos, Acrílicos e Estirênicos. Na nova função, Natal passa a ser responsável pela gestão comercial dos negócios de Acrílicos e Estirênicos da Unigel, reportando-se ao CEO da companhia. É engenheiro químico formado pela USP – Universidade de São Paulo – e pós-graduado em Administração e Gestão Empresarial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas.

Já André Luis Mamana, antes Gerente Executivo Industrial, assume o cargo de Diretor Industrial Agro. Mamana passará a ser responsável pelas unidades de fertilizantes da Unigel, no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, e Laranjeiras, em Sergipe. André é formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Santa Cecília, pós-graduado em Gestão de Negócios pela UNIME – União Metropolitana de Educação e Cultura – e Gestão de Perdas Industriais pela USP – Universidade de São Paulo.

Novidade na DNV

A DNV tem o prazer de anunciar que Michele Tihami voltou à DNV, como Head of Ventures, Scaling and Partnerships, para reforçar a experiência em inovação e crescimento da empresa. Nesta função, Michele se concentrará no desenvolvimento de oportunidades de fusão para a área de negócios de Sistemas de Energia na DNV. Ela também liderará iniciativas, com foco em tecnologias novas e em desenvolvimento, incluindo CCUS, veículos elétricos e gêmeos digitais, entre outras áreas que foram identificadas pela DNV como tecnologias que terão o maior impacto, na aceleração da transição energética, bem como foco crucial áreas para o setor de energia.

A carreira de Tihami se tem concentrado em encontrar soluções inovadoras e estratégias de negócios para o setor de energia. Ela retorna à DNV da Electriq Power, que fornece soluções inteligentes de energia para o mercado residencial, onde foi Chief Revenue Officer. Antes disso, ela liderou os mercados e riscos da América do Norte na

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DNV, liderando uma equipe de profissionais que prestam serviços de consultoria, assessoria e análise de dados, para concessionárias e outras partes interessadas em energia. Antes de ingressar na DNV pela primeira vez, ela foi vice-presidente de desenvolvimento de negócios da CenterPoint Energy, e diretora global de política e estratégia regulatória da IBM.

Comgás conquista Troféu Transparência

No mês em que a Comgás completou 150 anos, a empresa foi reconhecida como uma das 10 empresas mais transparentes de todo o Brasil, dentro da categoria receita líquida de R$ 5 bi até R$ 20 bi. O Troféu Transparência 2022 da Anefac – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – premia as iniciativas da Comgás relacionadas à transparência na elaboração e divulgação de suas demonstrações financeiras, sendo referência entre as empresas do segmento. É a primeira vez que a maior distribuidora de gás natural encanado do Brasil conquista o prêmio.

Há 26 anos como a única premiação da categoria no país, o Troféu Transparência passa por constantes e importantes atualizações no seu desenvolvimento, aperfeiçoamento dos critérios de avaliação, comissão julgadora e a divisão das categorias, mas sem alterar a sua essência. Em 2022, as empresas que concorrem ao prêmio são de capital aberto, sediadas em território nacional, que publicam suas demonstrações financeiras,

com atuação nas áreas de comércio, indústria e serviços – exceto serviços financeiros.

Para concorrer ao prêmio não há inscrição. A regra é seguir as melhores práticas contábeis, em um esforço para apresentar o conjunto de informações mais objetivas para o mercado. A cerimônia de premiação acontece em 25 de outubro, em São Paulo.

Comando novo na Ascoval

A Emerson tem o prazer de anunciar a nomeação de Felipe Leibholz para Vice-presidente Discrete & Industrial, e Gerente Geral para a Ascoval, nas linhas de Fluid & Motion Control América Latina. Neste novo papel, ele será responsável em dar continuidade à estratégia de crescimento, sustentada pelos pilares de cultura, portfólio e execução; liderando uma equipe multifuncional focada em desenvolvimento de negócios, vendas e operações. Felipe se juntou à Emerson em 2014, como Coordenador de Desenvolvimento de Negócios, e Planejador Estratégico para Automation Solutions. Em 2015, foi promovido para Gerente de Vendas Industriais e, em 2019, passou a atuar como Diretor Geral América Latina de Pressure Management.

Possui graduação em Engenharia Mecânica pelo Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virginia (EUA), bem como um MBA pela Universidade Estadual de Ohio, Fisher College of Business (EUA).

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H2

Perfil global do emprego no setor de energia

Dr Fatith Birol, diretor executivo da IEA – Agência Internacional de Energia –, divulgou o primeiro levantamento sobre empregos do setor energético mundial, lembrando que construir apoio público para a transição de energia limpa é mais importante do que nunca, para garantir um progresso consistente e duradouro, no cumprimento dos compromissos climáticos – e a criação de empregos bem pagos e de qualidade é um pilar central disso.

Por isso, o Conselho de Trabalho de Energia Limpa da IEA juntou líderes de energia e representantes sindicais do mundo, para entender os desafios do setor, e encontrar maneiras de enfrentá-los, melhorando as condições para trabalhadores, e para atrair uma força de trabalho mais qualificada e diversificada.

A primeira edição do World Energy Employment Report fornece uma imagem global inédita do emprego no setor de energia – incluindo a diversidade, o que mostrou o quão pequena é a parcela de mulheres em cargos de comando nesse setor. Este relatório é apenas o ponto de partida para a IEA, e será atualizado anualmente, porque a IEA acredita que o perfil do emprego energético deve mudar rapidamente, à medida que os países e empresas aceleram esforços para descarbonizar e atingir o net zero promessas de emissões – esses cenários são mostrados e comparados.

Apesar de o setor de energia empregar mais de 65 milhões de pessoas, em 2019, isso equivale a cerca de 2% do emprego global. Esses empregos estão distribuídos pelo fornecimento de combustível (21 milhões), no setor de energia (20 milhões), e em usos finais (24 milhões), como eficiência energética e fabricação de veículos.

No início do Pandemia, demissões eram comuns em todas as geografias, especialmente no fornecimento de petróleo e gás. No entanto, o emprego energético já excede níveis pré-pandêmicos, hoje.

A energia limpa emprega mais de 50% do total de trabalhadores em energia, devido ao crescimento substancial de novos projetos que entram em operação. A geração de energia de baixo carbono, principalmente solar e eólica, emprega 7,8 milhões; emprego na fabricação de veículos, que é de 13,6 milhões globalmente, já emprega 10% de sua força de trabalho na fabricação de VEs, seus componentes e baterias.

Mais da metade do emprego de energia está na região da Ásia-Pacífico, e a China sozinha responde por quase 30% dos trabalhadores em energia do mundo.

O Relatório completo está em https://iea.blob.core.windows.net/assets/04c89ed5-21e6-4a19-8a90-8347591dbd06/ WorldEnergyEmployment.pdf

Jornal 10 no 389Petro & Química

A Neoenergia entregou 44 grandes obras de construção, ampliação e modernização de subestações e linhas de distribuição, no primeiro semestre deste ano. Os investimentos nesses empreendimentos somam aproximadamente R$ 163,5 milhões. Os serviços reforçam a segurança, confiabilidade e qualidade na disponibilidade de energia, para se adequar ao crescimento das regiões onde atuam as cinco distribuidoras — Neoenergia Coelba (BA), Neoenergia Pernambuco (PE), Neoenergia Cosern (RN), Neoenergia Elektro (SP e MS), e Neoenergia Brasília (DF).

“As obras em subestações e linhas de distribuição fazem parte do nosso planejamento, para oferecer um serviço cada vez melhor para os nossos 15,9 milhões de clientes. São investimentos que permitem o reforço da infraestrutura, contribuindo também para o desenvolvimento socioeconômico das nossas áreas de concessão”, afirma Fabiano Uchoas, diretor de Transmissão e Projetos de Subtransmissão da Neoenergia.

Foram concluídas 19 obras pela Neoenergia Coelba, que receberam cerca de R$ 107 milhões em investimento. Desse total, R$ 24,6 milhões foram destinados à instalação de uma linha de distribuição em 69 kV, com 42 quilômetros de extensão, entre as subestações Pindaí II e Licínio de Almeida. O novo ativo beneficia 150 mil clientes, de nove municípios, no interior da Bahia.

A Neoenergia Pernambuco finalizou oito obras em subestações, com investimentos de R$ 14,9 milhões. A distribuidora no Distrito Federal, Neoenergia Brasília, destinou R$ 2,1 milhões, para quatro subestações e uma linha de distribuição. No Rio Grande do Norte, a Neoenergia Cosern aportou R$ 28 milhões, em nove obras de subestações, incluindo a construção de um novo empreendimento em Natal, e a renovação e ampliação de ativos em outras regiões do estado.

Com investimentos de R$ 19,4 milhões, a Neoenergia Elektro executou quatro obras nas subestações Cajati e Bom Jesus dos Perdões, em São Paulo. Entregue em junho, a subestação Bom Jesus dos Perdões recebeu serviços de ampliação de bays 34,5 kV e renovação, que somaram cerca de R$ 5,8 milhões.

Solar Group atinge 3 gigawatts de estruturas para energia solar

A Solar Group, indústria especializada em sistemas de fixação para o mercado de energia solar, acaba de atingir 3 gigawatts (GW) comercializados, em estruturas para projetos de geração própria de eletricidade, no Brasil.

O crescimento dos projetos foi impulsionado sobretudo pela necessidade de os brasileiros reduzirem as suas contas de luz. Já há uma grande percepção por parte dos consumidores residenciais e empresariais de que a energia solar é uma fonte barata e acessível. Além disso, o setor conta com cerca de 100 linhas de financiamento específicas para a energia solar.

Para atender o crescimento dos pedidos no país e na América do Sul, a empresa cumpre um cronograma de ampliação das duas fábricas de sistemas de fixação para painéis fotovoltaicos, instaladas na Grande São Paulo (Santana do Parnaíba e Itapevi), com investimentos da ordem de R$ 18,7 milhões, somente neste ano.

“A empresa terá um crescimento exponencial no faturamento, este ano, em comparação com o exercício anterior. A companhia também planeja uma série de lançamentos de novos produtos e tecnologias, para os próximos meses”, comenta Norberto Da Costa, gerente de marketing e vendas da Solar Group.

Já neste mês, a fabricante lança no mercado latino-americano novas tecnologias de fixação de painéis solares, que reduzem o tempo de instalação, e ajudam no escoamento mais rápido da água de chuva: o Fibro+ e o Dreno Smart.

No caso do Fibro+, trata-se de um produto que atende a principal necessidade do integrador (empresa de projeto de instalação de sistema solar), que é agilizar o tempo de obra nos telhados de fibrocimento, com espessura mínima de 5 milímetros, que pode reduzir em 35% o tempo de instalação do prestador de serviço.

Já o Dreno Smart ajuda a escoar a água sobre o módulo mais rapidamente. Assim, evita o acúmulo de água rente ao frame do módulo fotovoltaico, prevenindo o sombreamento causado pelas partículas de fuligem que a água deixa, uma vez evaporada. A solução é também muito econômica, simples de instalar, e ajuda a melhorar a eficiência do sistema.

Atualmente, a Solar Group conta com 410 colaboradores, e conta com participação em projetos fotovoltaicos em todo o território brasileiro e parte da América do Sul. “Nossos investimentos estão direcionados para expansão das operações, e na garantia de excelência no atendimento aos players do mercado”, conclui Maurício Cunha, CEO da Solar Group.

Neoenergia conclui 44 obras de grande porte em distribuição, com R$ 163,5 milhões em investimentos
Jornal no 389 Petro & Química 11

Previsão marítima para 2050

Novos pedidos de construção e projetos industriais comprovam que o setor marítimo está acelerando sua transição energética – os armadores começaram a preparar seus ativos para o futuro.

De forma encorajadora, os navios recém-construídos estão sendo cada vez mais encomendados para funcionar com combustíveis alternativos, com GNL dominante, por enquanto. Investimentos substanciais estão pesquisando alternativas seguras e economicamente viáveis, para usar outros combustíveis neutros em carbono.

O 6º relatório de Previsão Marítima para 2050, da DNV, se concentra nesta questão-chave, e descreve em que condições cada novo tipo de combustível irá proliferar; qual deles captura participações sustentáveis no mix de combustíveis para 2050 – sejam biocombustíveis, e-combustíveis, ou combustíveis fósseis, com captura e armazenamento de carbono.

A indústria marítima deve buscar consenso com outras indústrias, para garantir que os recursos energéticos sustentáveis sejam direcionados para onde podem reduzir mais as emissões de gases de efeito estufa: até 2030, 5% da energia para o transporte deve vir de combustíveis neutros em carbono, exigindo enormes investimentos em tecnologias de bordo e infraestrutura onshore. Navegar pelas opções é complexo, porque não existe um único combustível alternativo, e toda a cadeia de valor marítima – afretadores, grandes empresas de energia, combustível fornecedores, governos, financiadores, portos e armadores – deve colaborar para garantir o financia-

mento adequado, e aplicá-lo aos projetos certos.

Corredores verdes de transporte podem servir como plataformas de lançamento, reduzindo também o risco da infraestrutura se tornar obsoleta, à medida que o mix de combustível muda.

Se avançarmos para a descarbonização total até 2050, a infraestrutura precisa entregar cerca de 270 milhões toneladas de combustíveis alternativos, de acordo com as modelagens da DNV. E a digitalização permitirá o desbloqueio de maior potencial de eficiência energética, e apoiando a necessária colaboração e compartilhamento de informações, para acelerar a transição.

Jornal 12 no 389Petro & Química

Maioria dos ataques cibernéticos visam a bloquear a operação da empresa; muitos obtêm êxito, revela pesquisa da Fiesp e do Ciesp

A pesquisa “Maturidade da Indústria – LGPD e Incidentes Cibernéticos”, realizada pela Fiesp e pelo Ciesp, mostra que as empresas não estão preparadas para lidar com ataques cibernéticos. O levantamento foi apresentado na abertura do IV Congresso, na sede da Fiesp, que debateu temas, como Segurança Cibernética no Brasil, LGPD, Inteligência Artificial, entre outros. As entrevistas foram feitas com 261 indústrias, sendo 68,2% pequenas ou micro, 25,7% médias e 6,1% grandes, entre 25 de julho e 19 de agosto.

Das 261 indústrias, 95 disseram ter sofrido algum tipo de ataque cibernético e, em 36,2% dos casos, obtiveram êxito. Ou seja, conseguiram alcançar seu objetivo final que, na maioria das vezes (74%), é a indisponibilização da operação da empresa. Em 68,4% dos ataques, houve ainda tentativa de extorsão (pedido de dinheiro para normalizar os serviços da empresa, e sair da rede).

Sobre o cumprimento da LGPD, o maior desafio apontado pelas indústrias é relativo ao treinamento e à conscientização dos funcionários (54%), seguido de mapeamento das atividades de tratamento de dados pessoais (51,7%). Outro dado preocupante é que 53,3% das empresas não têm plano de resposta para incidentes, e 78,9% não fazem simulações de ataques cibernéticos, prática muito importante na preparação contra este tipo de situação.

A principal causa apontada na pesquisa é a falha humana (141 dos casos). Isso reflete a importância da conscientização, capacitação e treinamento de todos na empresa. Outra vulnerabilidade

apontada foi o uso de nuvens ou softwares de terceiros (45 respostas). “A migração pro cloud é outra grande tendência. Praticamente não há mais como não ir para um cloud. Inclusive, lá, você pode ter mais recursos de segurança cibernética. A questão é como fazer a migração de uma forma adequada”, alerta Rony Vainzof, Diretor do Departamento de Defesa e Segurança (DESEG) da FIESP, e Coordenador do Grupo de Trabalho de Segurança e Defesa Cibernética do DESEG.

“Uma das principais decisões de responsabilização e prestação de contas, que é um princípio da LGPD, talvez seja escolher quem é o seu Data Protection Officer (DPO), o seu encarregado. Afinal, é ele quem vai gerar todas as orientações necessárias para conformidade com a LGPD, dentro da organização”, acentuou Rony, ao informar que 54% das empresas ainda não nomeou seu encarregado.

Segundo o diretor, tecnologias são ferramentas condicionantes para o desenvolvimento econômico, social e digital de qualquer nação no século XXI. Tais artifícios nos permitem explorar e aperfeiçoar diversos níveis de conhecimento, contribuindo para uma possível resolução de grandes desafios da atualidade. “Essa revolução tecnológica, para ser ainda mais potente, deve ser revestida de confiança, em um ambiente “fígital” sustentável. Isso mesmo, “fígital”, pois, é quase impossível separar o offline do online atualmente. E, para isso, é necessária segurança jurídica e cibernética, além de respeito aos direitos dos indivíduos, por meio de uma ação estruturada, interligada e coordenada entre organizações públicas, agentes privados e academia”, enfatizou.

Jornal

Absolar e Sindistal celebram acordo para ampliar oportunidades de negócios

A Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – e o Sindistal – Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitário do Estado do Rio de Janeiro – celebraram um acordo de cooperação, para ampliar oportunidades de negócios às empresas de projetos e instalação de energia solar, no território fluminense.

O acordo prevê também o desenvolvimento ações conjuntas das entidades, na formação, capacitação e certificação de empresas e profissionais, que atuam no segmento fotovoltaico, no estado do Rio de Janeiro.

Dentre as prioridades de trabalho da parceria entre as duas entidades, destacam-se: o intercâmbio de informações, e a realização de ações para promover assuntos de interesse comum, em relação ao desenvolvimento de políticas públicas, programas e incentivos para o aproveitamento da energia solar fotovoltaica, no estado do Rio de Janeiro.

O território fluminense possui atualmente 55,8 mil conexões operacionais de energia solar, em telhados, fachadas e pequenos terrenos. A região conta com 472,8 megawatts (MW) em operação, nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio de Janeiro a atração de aproximadamente R$ 2,6 bilhões, em investimentos, geração de mais de 14,2 mil empregos, e a arrecadação de mais de R$ 587,0 milhões aos cofres públicos.

A potência instalada nos municípios fluminenses coloca o estado na nona posição do ranking nacional da Absolar. Segundo a entidade, o Rio de Janeiro responde sozinho por 3,9% de toda a potência instalada de energia solar na modalidade.

Atualmente, são mais de 64,7 mil consumidores de energia elétrica, que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica, com o uso da ge-

ração própria de energia solar.

Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o acordo com o Sindistal amplia a colaboração em prol do desenvolvimento econômico, social e ambiental nos municípios fluminenses. “Com esta parceria, pretendemos desenvolver e acelerar ainda mais o uso da tecnologia fotovoltaica pelos consumidores em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, ajudando na economia na conta de luz, protegendo contra aumentos das tarifas, e trazendo maior autonomia e independência elétrica”, aponta.

“ O setor está bastante otimista com a nova parceria, e preparado para contribuir para a recuperação econômica e sustentável das cidades do Rio de Janeiro, ajudando também no atingimento dos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa ”, acrescenta Camila Nascimento, coordenadora estadual da Absolar no Rio de Janeiro.

Para o Presidente do Sindistal, Evandro de Freitas Júnior , o acordo celebrado com a Absolar inaugura a agenda de desenvolvimento conjunto do mercado solar no estado do Rio de Janeiro, ampliando a discussão e ações relevantes para melhor informar e promover o setor. Esta é a jornada do Sindistal para as suas filiadas e associadas, de todos os segmentos de instalação que representa.

Ao centro, Vice-presidente do Sindistal, Luiz Marcel Campos Araújo, Camila Nascimento, Coordenadora Estadual da Absolar no Rio de Janeiro e o Presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia
Jornal 14 no 389Petro & Química

Primeiro submarino do Prosub entregue à Marinha brasileira

A ODT (do grupo Novonor) e a Naval Group, empresas que formam a Itaguaí Construções Navais (ICN), entregaram o primeiro submarino do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) à Marinha brasileira. Batizado de Riachuelo (S40), o equipamento é o primeiro submarino da Marinha Brasileira construído no país, com participação de empresas do grupo Novonor. A tecnologia utilizada na construção é resultado de uma parceria entre Brasil e França. O projeto prevê a construção de outros quatro submarinos, sendo um de propulsão nuclear; especializada em projetos de alta complexidade, a OEC construiu estaleiro e base naval.

A solenidade ocorreu na última semana, e contou com a participação de representantes da OEC, maior empresa de engenharia do Brasil e responsável pela construção de toda a infraestrutura que torna possível o Prosub. A cerimônia foi marcada pela assinatura do documento que celebra a incorporação do Riachuelo à Armada brasileira. Além disso, comprova a conclusão de um rigoroso calendário de testes de aceitação do veículo, no porto e no mar, e o início do período de garantia do equipamento.

Esta é considerada uma das mais importantes entregas já realizadas na construção militar naval do país, e marca um passo significativo para a construção do primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear, que será batizado com o nome do Almirante Álvaro Alberto. “Quando for concluída a construção do submarino nuclear, o Brasil fará parte de um seleto grupo de apenas seis países, com capacidade e tecnologia para projetar e construir este tipo de equipamento. Mas, hoje, na apresentação do Riachuelo,

já temos todos os motivos para poder expressar um imenso orgulho, e uma indescritível emoção, por fazer parte desta história”, destaca Mauricio Cruz Lopes, presidente da OEC.

A OEC foi selecionada para o programa em razão de sua ampla experiência em projetos de alta complexidade. Um dos grandes desafios da engenharia, solucionados pela empresa, é a construção do estaleiro e da base naval, que ocupam uma área de 900 mil metros quadrados, dos quais 750 mil sobre água. O acesso ao conjunto é feito por um túnel, escavado em rocha de 850 metros de comprimento. Ao todo, são gerados mais de 30 mil empregos, diretos e indiretos.

O evento contou com a participação de Héctor Núñez, diretor-presidente da Novonor, além do CEO da OEC, Maurício Cruz Lopes, Marcelo Hofke, Diretor-superintendente da OEC no Brasil, Fábio Gandolfo, diretor responsável por projetos da área Nuclear, Rogério Bautista, diretor jurídico da OEC, Pedro Moreira, diretor de contratos da OEC no Prosub, Flávio Gesca, presidente do CBS (Consórcio Baía de Sepetiba) e Mário Botelho, diretor industrial da ICN.

A Wilson Sons, maior operador integrado de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, com mais de 180 anos de experiência, iniciou, em 07/09, os serviços de agenciamento, com a atracação do navio MV Red Marlin, a maior embarcação de fertilizantes do mundo a entrar no Porto de Santos, o principal complexo portuário da América Latina.

Com 229 m de comprimento, e boca (largura) de 37 m, o MV Red Marlin saiu da Huanghua, na China, no dia 12 de julho, e chegou ao litoral paulista no dia 27 de agosto. O navio, cujo afretador é a Allied Harvest, representada pela AgriLaf no Brasil, transportou, em uma viagem de mais de 40 dias, uma carga de 82,5 mil toneladas de sulfato de amônia.

Proprietária da maior Agência Marítima independente do Brasil que opera nos principais portos brasileiros, a Wilson Sons está preparada para atender o MV Red Marlin. A previsão de descarga dos fertilizantes em Santos é de até seis dias. Após o desembarque no porto, a carga deve seguir por ferrovia até o Centro-Oeste, sendo um insumo essencial para o agronegócio brasileiro.

A Agência Marítima vem registrando, esse ano, o aumento do volume de movimentação de fertilizantes nos portos, diante das incertezas do cenário internacional, e de questões logísticas, relacionadas ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Com o aumento da demanda no segmento de fertilizantes, a unidade de negócios se consolida junto a grandes traders e afretadores, por meio de suas 19 filiais operacionais próprias, com suas equipes experientes e conhecedoras do segmento e de suas particularidades, engajadas com as regras de cada porto.

Entre os serviços de agenciamento marítimo realizados pela Wilson Sons, estão representação comercial para armadores, documentação de embarque, gestão logística de equipamentos, agendamento de embarcações, com escalas regulares (liner) e não regulares (tramp), preparação de documentação para transporte marítimo, e controle de demurrage (tempo de devolução de contêineres). Para dar maior eficiência às operações, e facilitar as exportações e importações, a companhia também possui representantes exclusivos na Europa, e um escritório próprio na China.

Wilson Sons, por meio de sua Agência Marítima, atende o maior navio de fertilizantes já atracado no Porto de Santos
Jornal 16 no 389Petro & Química

Segurança de processos foi tema de webinar da Abiquim

Como parte de uma série especial, em comemoração aos 30 anos do Programa AR no Brasil, o sétimo webinar, realizado pela Abiquim, abordou “A Gestão da Segurança de Processos e a Interface com a Segurança Cibernética”. O evento contou com a participação de André Passos Cordeiro, diretor de Relações Institucionais e presidente-executivo em exercício da Abiquim; Rafael Rabelo Nunes, especialista em tecnologia da informação e professor da Universidade de Brasília, e Ruy Carvalho de Barros, consultor da RSE Consultoria. Na condução do debate, Glaucia Cristina de Brito Pereira dos Santos, coordenadora de Segurança de Processos da Arlanxeo. A condução do evento foi da gerente de Comunicação da Abiquim, Camila Matos.

A Abiquim quer fortalecer e consolidar a indústria química brasileira como a mais sustentável do mundo, defendendo um ‘ESG Made in Brazil’, ancorado nas grandes oportunidades que o Brasil tem, e que a indústria química pode ajudar a desenvolver nessas áreas.

Rafael Rabelo Nunes falou sobre a importância da cibersegurança para as entidades público-privadas e a sociedade, os riscos de ataques virtuais, e as diferenças em relação à segurança da informação, além de abordar trabalhos desenvolvidos e os desafios da formação de profissionais da área. Sobre a quantidade expressiva de marcas e organizações que vêm sendo impactadas por incidentes cibernéticos de grandes proporções, Nunes fez questão de lembrar que, como tudo está caminhando para ser inteligente, inevitavelmente os riscos envolvidos não só aumentam, como as vulnerabilidades vêm de onde menos se imagina. “Carro inteligente, casa inteligente, energia inteligente e agronegócio inteligente são apenas alguns exemplos, assim como uma cidade inteligente, que passa a ter todas as informações dela, coletadas e gerenciadas remotamente. Trânsito, serviços de urgência e emergência, polícia; todos os serviços públicos passam a ter uma central de monitoramento e gerenciamento”, relacionou.

Na indústria, continuou o professor de Brasília, não é diferente. “Neste setor, é muito comum a presença de dispositivos SCADA, onde vários sensores coletam informações de uma

planta – entre outras, temperatura e pressão – que vão para um banco de dados ou uma central de alarme, possibilitando acionar ou não válvulas ou comandos automaticamente. Tudo isso exige uma rede interconectada, que tem a mesma tecnologia da rede de computadores que estamos acostumados a usar. Com a tecnologia 5G, essa interconexão de dispositivos com a internet das coisas (IoT) vai ampliando-se cada vez mais. Ou seja, se eu tenho condição de gerar esse controle, tenho também de gerar incidentes”, alertou Nunes.

Ruy Carvalho de Barros destacou as ferramentas de análise de risco e mitigação de consequências, reiterou a fala de Rafael Rabelo Nunes, chamando a atenção para as infraestruturas críticas nos segmentos industriais, ligados à área energia elétrica, de transporte, de produção de petróleo, óleo e gás natural, de comunicação e de TI.

Barros citou uma questão relacionada à indústria 4.0, que é a integração das tecnologias da informação com a automação. Ou seja, em um momento, segundo ele, de maior interconectividade, há um impacto negativo, em termos de mudança de estruturação, já que muito do que era feito anteriormente passa a ser realizado quase que integralmente na forma virtual, ou seja, um ambiente propício para invasões. E disse que tudo isso é muito preocupante, porque as consequências podem ir além de perdas financeiras. Essas vulnerabilidades podem comprometer vidas ou trazer prejuízos ambientais desastrosos. Diante de um cenário tão complexo e novo, ele diz que há uma tarefa árdua, ligada aos sistemas de controle industrial. “Temos de pensar em um monitoramento contínuo, no sentido de evitar esses ciberataques, com a possibilidade de rastrear essas ações, ou seja, saber se o que está acontecendo é oriundo do próprio sistema, ou se ele vem de fora, bloqueando a tal ação”, enfatizou.

Jornal 18 no 389Petro & Química

State Grid Brazil é a primeira empresa de energia a conquistar a certificação ISO 56002 no país

EDP Renováveis e Vestas lançam "Keep it Local" para fomentar a capacitação e emprego

A EDP Renováveis, quarta maior produtora mundial de energias renováveis, e a Vestas lançaram ‘Keep it Local’, programa cuja missão é impulsionar a empregabilidade de moradores que vivem em zonas rurais. Ministrado pelo SENAI do Rio Grande do Norte, o programa será voltado à qualificação de estudantes em cursos de energia eólica. O foco será o município de Caiçara do Rio do Vento.

A State Grid Brazil Holding recebeu o certificado ISO 56.002, direcionado à gestão da inovação. Com isso, a empresa passa a ser a primeira, no segmento de energia brasileiro, a garantir esse selo. Essa conquista reforça o compromisso da State Grid Brazil, com a busca pela inovação no setor elétrico, onde a empresa já aportou mais de R$ 31 milhões, nos últimos cinco anos.

Ao longo de aproximadamente seis meses, a companhia passou por um processo de avaliação, que levantou as suas iniciativas em inovação, bem como aquelas que ainda devem ser desenvolvidas para atender as diretrizes da norma. Nessa etapa, foram promovidos os devidos ajustes, para comprovar, mediante o processo de auditoria realizado pela certificadora australiana QMS, a eficiência de seu sistema de gestão da inovação.

Ser uma das empresas pioneiras na certificação de gestão de inovação aumenta ainda mais o foco em garantir o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor elétrico brasileiro e, para isso, a State Grid Brazil conta com o intercâmbio tecnológico com as empresas do grupo State Grid, na China, além dos diversos parceiros no país. A consultoria PALAS realizou a implementação do processo de certificação, com a análise de tendências do mercado de energia, mapeamento de riscos inerentes ao negócio, e criação de um funil de inovação, capaz de envolver os colaboradores na busca por ideias que podem alavancar a empresa.

“A conquista da ISO 56.002 demonstra a sintonia entre a State Grid Brazil e as melhores práticas do mercado em gestão da inovação. Além disso, garante uma grande vantagem competitiva à empresa, posicionando-a de forma pioneira no mercado na busca por soluções inovadoras, que possam aperfeiçoar ou ampliar a eficiência operacional e tecnológica no segmento de transmissão de energia”, destaca Alexandre Pierro, sócio fundador da PALAS.

Lançada em julho de 2019, a certificação ISO 56.002, de gestão da inovação, demonstra que a empresa está preparada para lidar com as transformações e para as novas necessidades do seu ramo de atividade. Baseada em oito pilares – abordagem por processos, liderança com foco no futuro, gestão de insights, direção estratégica, resiliência e adaptabilidade, geração de valor, cultura adaptativa e gestão das incertezas – a ISO 56.002 defende que uma inovação pode ser um produto, serviço, processo, modelo, método ou a combinação de qualquer uma delas.

O ‘Keep it Local’ destina-se aos moradores que vivem em zonas com baixa densidade populacional, e baixos níveis de emprego, com o objetivo de aproveitar o desenvolvimento de projetos renováveis em zonas rurais, para aumentar a empregabilidade. O programa permite que, após a qualificação, estes moradores possam optar por um local de trabalho próximo dos seus locais de origem, e ao mesmo tempo, posicioná-los dinamizadores da economia local.

Oferecida de forma gratuita à população, a capacitação será com um curso de manutenção e operação de parques eólicos. Promovido no estado do Rio Grande do Norte, no município potiguar de Caiçara do Rio do Vento, as aulas serão ministradas, a partir de 4/10, pelo Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, para 25 residentes da região, que possui inúmeros projetos eólicos em desenvolvimento, construção e operação.

“Somos uma empresa comprometida com a sustentabilidade, e o nosso objetivo é promover o bem-estar e o desenvolvimento das comunidades em que estamos presentes”. E acrescenta: “Estamos muito satisfeitos com os resultados da primeira edição do ‘Keep it local’ (em Espanha), já que 30% dos participantes encontraram emprego no setor, incluindo na EDP Renováveis. Por isso, neste ano, decidimos continuar apoiando os moradores das comunidades próximas aos nossos parques no Rio Grande do Norte, que querem trabalhar nessa indústria do futuro, que é a energia renovável,” comentou Duarte Bello, COO da EDP Renováveis na Europa e América Latina.

Eduardo Ricotta, presidente de Vestas para a América Latina, comentou que “Nosso compromisso é incluir a sustentabilidade em tudo o que fazemos. E isso inclui nossa ambição de nos tornarmos a empresa mais segura, inclusiva e socialmente responsável do setor de energia. Ao estender o projeto ‘Keep it local’ para o Brasil, buscamos contribuir para que jovens locais possam desenvolver habilidades e conhecimentos necessários para ingressar no setor eólico, e serem agentes de mudança para um futuro mais sustentável para nosso planeta”.

@Divulgação
Empresas & Negócios 20 no 389Petro & Química
Empresas & Negócios no 389 Petro & Química 21 Confira os tipos de ingressos disponíveis: Confira a programação completa no site e INSCREVA-SE 26 A 29 DE SETEMBRO | BOULEVARD OLÍMPICO - RJ Patrocinador Master Patrocinador Black Patrocinador Diamond Promoção e Organização: AS PRINCIPAIS DISCUSSÕES DA INDÚSTRIA DE O&G EM UM SÓ LUGAR Congresso Online Acesso ao ambiente digital do evento com transmissão ao vivo de toda a programação do congresso e estúdios, além da visitação dos estandes virtuais. Congresso Presencial Acesso a todos os dias da feira e a toda programação do congresso. Versão digital inclusa. VENHA FAZER PARTE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA Serão 4 dias para você se atualizar sobre os principais temas do mercado, assistir a grandes nomes nacionais e internacionais do setor e ampliar seu networking com os maiores players da indústria. Visitação Acesso presencial aos estandes dos expositores, além dos eventos paralelos. Ingressos por dia ou passaporte com acesso a todos os dias. Patrocinador Gold Patrocinador Silver PatrocinadorBronze a d sso. o inc ESGOTADO A 20ª edição de um dos maiores eventos de óleo e gás do mundo está chegando. Patrocinador Platinum

Rede inteligente oferece suporte ao gerenciamento de gás eficiente e preciso

Monitoramento de uma rede de fornecimento de gás natural com terminais EtherCAT projetados para proteção contra explosão – no oeste da Suíça, as estações operadas pela Gaznat para a gestão do fornecimento de gás natural estão sendo gradualmente equipadas com novos equipamentos de monitoramento. O fornecedor de energia está trabalhando com a Beckhoff Suíça, para obter maior eficiência e precisão, principalmente usando terminais ELX para a conexão direta de dispositivos de campo intrinsecamente seguros. Além disso, esta abordagem simplifica os processos necessários para extração de dados, minimiza o esforço de instalação, e reduz consideravelmente os custos.

A Gaznat SA, com sede em Vevey, opera estações onde é realizado um processo essencial na indústria do gás: a chamada despressurização do gás refere-se à redução de pressão necessária, para que o gás natural seja encaminhado aos consumidores. Isso reduz a pressão do gás de aprox. 38 bar para um valor abaixo do limite prescrito de 5 bar. Posteriormente, o gás natural é entregue à concessionária local, que assume a responsabilidade pela posterior entrega aos moradores locais, demais usuários finais e consumidores industriais.

Atuando como intermediário entre os fornecedores de gás natural e as diversas concessionárias municipais e entidades regionais responsáveis pelas redes locais, a Gaznat transporta uma energia equivalente anual de mais de 13 TWh. A principal tarefa da empresa é estabelecer, manter e operar a rede de transmissão de alta pressão, no oeste da Suíça – cerca de 600 km de gasodutos, bem como 50 estações de redução e medição de pressão.

composta por terminais digitais e analógicos de 12 mm e 24 mm, respectivamente, que podem ser usados para adquirir diretamente os sinais de dispositivos de campo, instalados em seções de estações por onde circula o gás.

Isso significa que todos os pontos de dados dentro da planta podem ser conectados diretamente aos terminais EtherCAT, tanto em áreas padrão quanto em áreas perigosas. Isso simplifica muito a instalação e a fiação geral, e dispositivos intermediários, como barreiras intrinsecamente seguras ou outros conversores de sinal, são dispensados completamente. Como resultado da grande variedade de terminais EtherCAT da série EL disponíveis, a Gaznat diz que encontrou todas as opções de conectividade necessárias, por exemplo, para monitorar o consumo de energia com os transformadores de corrente EL3443 e SCT, o status da iluminação na estação, e os dados de controle para aquecimento do gás. Todos esses dados são então transmitidos através do acoplador Modbus para o sistema de controle para processamento posterior.

Bertrand Luisier (à esquerda), gerente de automação da Gaznat, e Vincent Hauert (à direita), gerente de filial da Beckhoff Yverdon, discutem as vantagens da infraestrutura digitalizada de fornecimento de gás.

Para proteger, gerenciar e controlar remotamente sua rede, a Gaznat necessita de soluções digitais e eletrônicas, adaptadas às especificidades técnicas de suas diversas plantas. A infraestrutura das estações inclui grande parte de equipamentos mecânicos, porém, também está equipada com eletrônica de última geração, o que é um pré-requisito para a digitalização da rede de abastecimento de gás. A infraestrutura de gás – a mesma que a rede de energia elétrica – está atualmente tendendo à adoção generalizada de sistemas e dispositivos de rede inteligente. De acordo com a experiência da Gaznat, a digitalização da infraestrutura de gás é muito facilitada pelos produtos Beckhoff: nos gabinetes de controle do sistema de controle de pressão de gás, a força inovadora da empresa de automação é evidente, na ampla gama de componentes EtherCAT I/O, particularmente os terminais ELX, para aplicações de proteção contraexplosão. A linha ELX utilizada é

Do ponto de vista da Gaznat, agora são necessários menos dispositivos eletrônicos, porque a necessidade de barreiras de segurança tradicionais foi eliminada. Em termos de espaço, tudo agora cabe em um grande gabinete de controle, enquanto costumava levar de dois a três. Em termos de eficiência econômica, o uso de terminais EtherCAT, da Beckhoff, e o ELX1058, em particular, leva a reduções de custos significativas, de acordo com Gaznat. Por exemplo, as estações adaptadas mostram uma economia de cerca de 50% em comparação com os sistemas convencionais, o que equivale a muitos milhares de francos suíços. Além disso, a solução de problemas também é simplificada.

O terminal de entrada digital ELX1058 permite a conexão direta de dispositivos de campo NAMUR, intrinsecamente seguros, instalados em áreas de zona perigosa 0/20 e 1/21, e adquire seus sinais de acordo com a IEC 60947-5-6. Os sensores são alimentados com uma tensão de 8,2 V, e retornam um sinal de corrente diagnosticável. Isso significa que a ruptura do fio e os curtos-circuitos podem ser detectados além do estado de comutação atual. Os LEDs indicam os estados do sinal, bem como quaisquer estados de erro. Do lado do software, é possível definir se um sensor de comutação, positivo ou negativo, está conectado para cada canal. Isso significa que, tanto os contatos de abertura, quanto os contatos de fechamento NAMUR, podem ser integrados ao sistema de controle, sem nenhuma alteração. Além disso, os LEDs de erro podem ser desligados.

Empresas & Negócios 22 no 389Petro & Química

Motul celebra 30 anos de operação no Brasil

Multinacional francesa especializada em lubrificantes e fluidos de alta tecnologia, a Motul completa 30 anos de operação no Brasil. A marca, que está presente no país desde 1992, trouxe inovação e tecnologia ao mercado, por meio de seus lubrificantes sintéticos e produtos, para as mais diversas aplicações, como óleos para veículos de alta performance, aditivos e produtos, para o cuidado com a moto e a segurança do motociclista.

Tendo como grande marco a introdução, informação e divulgação das especificações japonesas JASO, a Motul conquistou espaço no meio automotivo, e trilhou um caminho bem-sucedido de lançamentos e novidades. Ficou reconhecida, por ser a primeira marca a apresentar lubrificantes de motor e de transmissão com homologações nas principais montadoras. Em 2016, com o início da hibridização, em um momento pré-eletrificação, foi a primeira companhia a produzir óleos especialmente fabricados para motores híbridos. Pouco tempo depois, trouxe lubrificantes para as transmissões dos veículos híbridos.

Instituída no mercado como uma marca premium, e idealizada por especialistas e apaixonados pelo universo do esporte a motor, a Motul tem as pistas como seu principal laboratório.

“Para a celebração dos 30 anos da operação brasileira, nós queremos aproximar-nos ainda mais do nosso consumidor”, diz Mariano Perez, General Manager da Motul Bra-

sil. “Graças ao trabalho dos nossos distribuidores oficiais, em todo o Brasil, conquistamos um espaço bastante positivo no mercado nacional, e agora entendemos que é chegada a hora de conhecermos melhor quem são os clientes, para oferecer-lhes uma experiência única com a nossa marca.”

Neste importante marco de 30 anos de história no país, a Motul reflete sobre o momento atual, que é de crescimento em volume de vendas e relevância da operação local. A marca está diversificando o portfólio de produtos, e ampliando a aproximação com o consumidor.

Em 2021, a Motul lançou a sua primeira produção local, com o lubrificante 3000+, para motos de baixa cilindrada, e iniciou a diversificação de portfólio com o lançamento da linha de aditivos, além de ter inaugurado o primeiro espaço conceito, no Brasil, em uma loja de motocicletas premium, para alcançar, no varejo, o posicionamento de impacto que a marca já tem nas competições.

Neste ano de 2022, a marca já conta com mais produtos de produção local, como o 5000+, lubrificante semissintético para motos de baixa e média cilindrada, e o X-Tech, lubrificante 100% sintético para carros. Com o alcance das metas estipuladas, a empresa prevê um fechamento anual produtivo. O desafio para os próximos meses é consolidar a operação brasileira, e aumentar a quantidade de produtos fabricados no Brasil, para garantir um crescimento exponencial no mercado nacional, e elevar a produção para 50% no próximo ano.

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Com quase 70 anos e importantes obras executadas, Tenenge marca presença no segmento de óleo e gás

Ao longo de sua história, a empresa realizou 18 usinas termelétricas, responsáveis pela geração de mais de 6 mil MW de energia, para todo o Brasil, 16 plantas químicas e petroquímicas, mais de 5 mil quilômetros de gasodutos, além de obras marítimas, plataformas e serviços offshore, e usinas de bioenergia. A subsidiária ainda tem uma tecnologia proprietária para planejamento e execução, o SGP (Sistema de Gerenciamento de Projetos).

A Tenenge é reconhecida por sua capacidade técnica e excelência na gestão ambiental e de segurança do trabalho, na execução de obras industriais nos setores de óleo e gás, química e petroquímica, papel e celulose e energia, cuja complexidade dos projetos demandam alta especialização para garantir previsibilidade e eficiência, a exemplo do Complexo Enseada, empreendimento do Grupo Novonor, que atua como um hub de soluções em atividades navais, industriais e logístico-portuá-

rias, localizado em Maragogipe, no recôncavo Baiano.

“Temos um amplo portfólio de soluções para esse mercado, com os diferenciais de inovação, robustez, eficiência, e toda a expertise que a Tenenge acumulou, ao longo dos 67 anos de história, contribuindo com projetos estratégicos para o crescimento do Brasil”, afirma Mauricio Almeida, diretor de Plantas Industriais na Tenenge.

Atualmente, a Tenenge executa trabalhos de manutenção industrial para a Braskem, nos estados de Alagoas, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul; o fechamento do ciclo combinado da Usina Termelétrica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para Furnas; e a construção do Terminal Gás Sul para a New Fortress Energy, em Santa Catarina. Além disso, atua na aquisição de insumos para a construção do Terminal Oceânico de Barra do Dande, em Angola, empreendimento da Sonangol.

A China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) divulgou seu Relatório de Responsabilidade Corporativa de 2021, destacando seu desenvolvimento de energia limpa, sendo que 104 das suas subsidiárias foram reconhecidas como Green Enterprise, e uma redução anual de emissão de carbono, de 2,38 milhões de toneladas.

“A Sinopec cumpre sua responsabilidade como cidadã corporativa global. Nós nos alinhamos com a tendência de desenvolvimento de globalização econômica e a abertura da China, servindo à iniciativa do Cinturão e Rota, e dando atenção plena à exploração e ao desenvolvimento de petróleo e gás, aos serviços de engenharia de petróleo e petroquímica, aos produtos químicos, ao comércio de equipamentos e materiais, ao investimento em armazenamento e muito mais, a fim de promover uma cooperação mutuamente benéfica, com muitos países e regiões no intuito de servir ao desenvolvimento sustentável global da economia e da sociedade”, afirmou Ma Yongsheng, presidente da Sinopec.

O desenvolvimento constante da Sinopec em energia limpa está ancorado no objetivo de tornar-se a “empresa de energia de hidrogênio nº 1 da China”. A sua capacidade anual de produção de hidrogênio já ultrapassou 3,5 milhões de toneladas, o que correspondeu a 14% do total nacional. O campo de gás de xisto Fuling da

Sinopec tem uma produção acumulada de gás de 45,4 bilhões de metros cúbicos, e a capacidade de aquecimento geotérmico da empresa é agora superior a 80 milhões de metros quadrados.

A Sinopec também está se esforçando para se tornar praticante da proteção ambiental, promotora da civilização ecológica, e construtora de uma bela China, com pesquisa ativa da pegada de carbono, e participação contínua no comércio de carbono. Em 2021, a empresa registrou 9,7 milhões de toneladas em volume de negociação de carbono, com valor de transação de 414 milhões de yuans (US$ 61 milhões), e estabeleceu de forma inovadora as fábricas verdes “Niukouyu Wetland” e “Egret Garden”. Ao apoiar a revitalização rural, a Sinopec ofereceu assistência aos parceiros, para promover o desenvolvimento sustentável em oito condados e 616 vilarejos, investindo um total de 192 milhões de yuans (US$ 28,29 milhões), com 940 funcionários localizados nos vilarejos.

Até o momento, o programa Lifeline Express da Sinopec já ajudou mais de 50 mil pacientes com catarata, enquanto o programa Drivers’ Home estabeleceu 2.178 casas para motoristas de caminhões e 3.520 “estações de atendimento”. A Sinopec também está ativamente envolvida na redução da pobreza, e investiu um total de 192 milhões de yuans (US$ 28,29 milhões), em 2021, para apoiar as áreas afetadas pela pobreza.

Relatório de Responsabilidade Social Corporativa da Sinopec destaca energia limpa, sustentabilidade e o compartilhamento dos frutos do desenvolvimento com a sociedade
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Diesel de etanol

Aeletrificação

de veículos comerciais prevê atingir a meta de metade da frota eletrificada, somente em 2047 (DNVGL Det Norske Veritas - Germanisches Loyd). A maioria dos veículos comerciais a diesel têm potência até 300 CV, já a eletrificação de veículos pesados, treminhões, colheitadeiras, trens, navios e geradores continua sendo um enorme desafio. Mas, segundo a DUO Automation e a Quadra, esta é uma grande oportunidade.

As duas empresas trabalham na substituição do diesel por um combustível derivado do Etanol, com as mesmas características técnicas de combustão destes motores. E, por acreditar neste mercado, desenvolveram o QDiesel Verde, um combustível substituto do diesel, e feito de Etanol.

Uma nova tecnologia de combustível renovável, o diesel verde à base de etanol, chamado QDiesel Verde, capaz de substituir o diesel fóssil, desenvolvido pelas brasileiras Duo e Quadra, é composto por 96,8% de bioetanol e 3,2% de aditivos, que permitem a ignição do veículo por compressão (ciclo diesel), conferindo a mesma lubricidade do óleo diesel fóssil. O QDiesel Verde ainda não tem autorização da ANP – Agên-

cia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – para ser comercializado, mas já foi testado de forma experimental, em diversos tipos de motores de caminhões a colheitadeiras, e em ônibus do transporte coletivo de São Paulo. O novo combustível segue para testes de homologação pelas montadoras. A produção de diesel renovável, a partir do alongamento da molé cula do etanol, é uma rota promissora, e pode ser incorporada para transporte terrestre e marítimo, geradores elétricos e indústrias.

Maurício Guedes fala sobre inovação no Coppe-I

“A gente não aprendeu como transformar conhecimento em emprego e renda. Temos esse, e isso não significa atrelar a universidade às demandas das empresas, não significa inibir a pesquisa básica. Isso é fundamental no ser humano, como a arte e a cultura. Comunidade científica faz pesquisa para desenvolver conhecimento, atender demandas da curiosidade humana, faz parte, e tem de ser assim”.

Segundo Guedes, o Brasil tem um estoque ainda baixo de doutores, cerca de 800 para cada milhão de habitantes. “Os países desenvolvidos têm 3.500, 4.000... Israel tem sete mil doutores por milhão de habitantes. Temos estoque baixo e estamos crescendo vagarosamente, a duras penas. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 65% dos pesquisadores trabalham em empresas. Na Coreia do Sul, 80%. No Brasil, 70% trabalham em universidades. É uma distorção”.

O Coppe-I abriu o seu ciclo de palestras “Inovação em Pauta”, no dia 1º de setembro, com o diretor de Tecnologia da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Maurício Guedes. Diante de alunos de graduação e pós-graduação, não apenas da Engenharia, como de outras áreas do conhecimento, Guedes discorreu sobre sua trajetória no fomento à inovação, e sobre os projetos da Faperj no apoio ao empreendedorismo no estado.

O ex-coordenador da Incubadora de Empresas da Coppe iniciou sua conversa com os pesquisadores, pontuando que o Brasil tem a 14º maior produção científica do mundo, mas apresenta uma baixa capacidade de inovação tecnológica.

Na avaliação do ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, a universidade precisa fazer um “mea culpa”, porque não forma alunos para ter uma mentalidade diferente, os forma para serem acadêmicos. “Ele entra no doutorado pensando em publicar artigos. Se a gente de alguma forma não abrir esse caminho, vamos continuar formando alunos para que publiquem artigos”.

A diretora-adjunta de Empreendedorismo da Coppe, professora Marysilvia Costa, destacou que a universidade reúne competências e recursos, para propor soluções para os mais diversos problemas. “Falta conectar as pessoas para propor soluções inovadoras, catalisar esse processo, juntar alunos, professores, técnicos. Pensamos, por isso, no formato deste

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evento, para compartilhar experiências, fazer brainstorm, e precisamos de pessoas com experiência e conhecimento, nesse mundo da inovação”.

“De que maneira estimulamos os alunos desde a graduação? Acho que temos de mexer na grade curricular, e estimular interação com outras áreas do conhecimento”, questionou a diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe, professora Angela Uller. “Alguns cursos já têm disciplinas de empreendedorismo ou gestão. Poderíamos oferecer disciplinas eletivas, pois, não demandaria grandes mudanças curriculares”, refletiu professora Marysilvia.

Na avaliação do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, essa discussão deve estar associada a um projeto de desenvolvimento do país. “Cerca de 30% dos profissionais com doutorado está desempregada. É uma questão preocupante, e quando se pensa em um país para o futuro, precisa-se chamar atenção para isso. Qual a expectativa, por exemplo, da cidade do Rio de Janeiro, de geração de empregos de alto valor agregado para esses mestres e doutores que estamos formando? Onde eles vão trabalhar, que polos de inovação, social, cultural, tecnológica, vão existir?”.

“Uma ideia é criar esses ambientes de inovação. Temos visto isso no mundo todo, e a atratividade que algumas áreas têm, para negócios que não requerem investimento inicial muito elevado. A gente precisa fazer um ambiente de empreendedorismo, que possa desaguar em empresas ou se associar às empresas já existentes”, refletiu professor Romildo.

Durante a palestra, Maurício Guedes elogiou a recém apro-

vada Lei 9809/2022, que institui o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado do Rio de Janeiro. “Uma das novidades dessa lei é que ela vai fazer o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Fatec) funcionar. Em seu artigo 63, a lei obriga a Faperj a executar pelo menos 30% do seu orçamento, por meio do Fatec. O que dá mais de 200 milhões de reais”, celebrou o diretor de Tecnologia da Fundação.

Guedes destacou programas da Faperj, como o Startup Rio, “uma espécie de incubadora, aceleradora de empresas para o mundo digital”, que, “em breve, chegará a 20 localidades, incluindo a Rocinha”, e o programa Doutor Empreendedor, “que é uma bolsa de pós-doutorado durante dois anos para doutor, que desista de concurso público e abra uma empresa. Tem que criar um CNPJ em seis meses, aplicado em ambiente que incentive inovação e apoie startups; o qual pode ser uma incubadora, aceleradora, e recebe também 50 mil reais, para investir na sua empresa”.

O ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ ponderou que abrir uma empresa é uma possibilidade para os pesquisadores, embora não seja a única. “Existe um certo modismo, até com startups, há risco de dar errado e custa dinheiro também, então, sonhem, mas sejam realistas. Outro caminho é que as empresas contratem. Temos um programa chamado Pesquisador na Empresa. A Faperj paga, durante um ano, uma bolsa. A empresa participa do edital com um projeto de P,D&I, e pode complementar o valor da bolsa, e inclusive contratar o pesquisador no decorrer do projeto, que não perde a bolsa. É um programa com características especiais”, explicou Maurício Guedes.

Conversão de etanol em hidrogênio renovável

Acordo inédito no país prevê a construção de duas plantas, dedicadas à produção de hidrogênio a partir do etanol, e um posto de abastecimento veicular para ônibus que circula na Cidade Universitária da USP, em São Paulo

A Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e o SENAI CETIQT assinaram um acordo de cooperação, para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável (H2) a partir do etanol. A parceria tem como foco a validação da tecnologia, através da construção de duas plantas dimensionadas para produzir 5 kg/h de hidrogênio e, posteriormente, a implementação de uma planta 10 vezes maior, de 44,5 kg/h.

O acordo inclui também uma estação de abastecimento veicular (HRS - Hydrogen Refuelling Station) no campus da USP, na cidade de São Paulo. Um dos ônibus utilizados pelos estudantes e visitantes da Cidade Universitária deixará de utilizar diesel, e os tradicionais motores a com

bustão interna, para começar a utilizar hidrogênio, produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (Fuell Cell). Com início da operação prevista para 2023, a iniciativa surge como uma solução de baixo carbono

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para transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus, com o primeiro posto a hidrogênio de etanol do Brasil e no mundo.

O hidrogênio a partir de etanol será produzido de forma inovadora, com o biocombustível fornecido pela Raízen, e tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que atualmente pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil.

“Estamos empolgados em ver que um projeto que se iniciou como um sonho de estudantes dentro da universidade, agora, se torna uma solução de alto impacto para a transição energética do País e do mundo”, aponta o CEO da Hytron, Marcelo Veneroso

Atualmente, o hidrogênio tem uso predominante na indústria química, e é produzido em unidades industriais próximas a refinarias, a partir do gás natural. No futuro, existe a expetativa que o H2 produzido a partir de energia elétrica renovável, como solar e eólica, terá um papel importante para a descarbonização de vários setores industriais e de transporte pesado. Porém, o transporte deste produto é complexo, pois, exige a compressão ou liquefação para armazenamento em cilindros ou em carretas, encarecendo a logística. Neste cenário, a produção do hidrogênio via conversão do etanol representa um avanço, na disponibilidade de combustíveis renováveis, por meio de uma nova rota tecnológica para expansão de soluções sustentáveis, no País e no mundo.

“Esta iniciativa é pioneira na produção de hidrogênio renovável, em grande escala, a partir do etanol” sintetiza Julio Romano Meneghini, diretorexecutivo e científico do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), da USP.

“A produção local, descentralizada e de baixo investimento de hidrogênio renovável, por meio da reforma do etanol, é uma alternativa interessante para setores como o de transporte pesado, que tem uma perspectiva de crescimento expressiva na utilização dessa solução, cuja disponibilidade e escalabilidade são essenciais. Além de transporte pesado, neste momento, estamos buscando por parceiros que possuem interesse em aplicar esta tecnologia para a descarbonização de outros setores”, aponta Mateus Lopes,

diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen. A empresa será, ao lado da Shell, a responsável pela liderança do desenvolvimento do mercado de H2, a partir de etanol.

Por meio deste acordo para a produção de hidrogênio verde, as empresas iniciam uma nova etapa na produção de renováveis, contribuindo com a descarbonização da economia, e ampliando seus portfólios de produtos.

“ A tecnologia pode ser facilmente instalada em postos de combustíveis convencionais, o que não exigiria mudanças na infraestrutura de distribuição, garantindo que o hidrogênio estará pronto para abastecer os veículos de forma rápida e segura ”, explica Alexandre Breda, gerente de Tecnologia em Baixo Carbono da Shell Brasil, e vice-diretor executivo do RCGI. “ O uso do hidrogênio não está restrito ao setor de transporte, e beneficiará outros segmentos no país, no que diz respeito à substituição de fontes de energia fóssil ”, afirma. O projeto será financiado pela Shell Brasil, por meio da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da ANP, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões.

Com a produção de hidrogênio a partir de etanol, as empresas e instituições parceiras iniciam uma nova etapa na produção de combustíveis renováveis, contribuindo com a descarbonização, não só no setor de transportes, como também na siderurgia, mineração e agronegócio.

“ A trajetória do etanol no Brasil começa na década de 1950, mas tem um grande incentivo entre os anos 1980 e 2000, quando diminuímos nossa dependência da gasolina ”, aponta Marcos Buckeridge , pesquisador do RCGI, considerado uma autoridade internacional em bioenergia. “ Entre 2000 e 2020, começamos a produzir o etanol de segunda geração, e entramos em uma segunda fase. Agora, devemos iniciar uma nova fase dessa história de sucesso ”.

“A USP se transformará em um grande laboratório de pesquisa na área de energias renováveis e no desenvolvimento sustentável. Nesse projeto, estudaremos a viabilidade energética da extração do hidrogênio a partir do etanol, e seu uso em ônibus circulares, e as soluções encontradas poderão ser transferidas para nossas cidades. Tem sido fundamental para a USP, a parceria com empresas que valorizem a pesquisa científica como modo de transformação social”, aponta Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP.

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Inovação redesenha o futuro, hojeredesenha o futuro, hoje

global de emissões líquidas zero, até 2050, se tem mostrado o maior impulsionador para pesquisas e inovação: o mundo alcançou um ponto crítico, em relação às mudanças climáticas, e muitas empresas estão esforçando-se para construir um futuro mais verde.

Ameta

Desde abelhas robóticas para polinização, como a BDroid – plataforma de gerenciamento e enxames de robôs autônomos e semi-autônomos, que teriam a capacidade de identificar e polinizar culturas, de forma eficaz, da Universidade de Varsóvia –, até a Roosegaarde Smog Free Tower – estrutura que suga o ar poluído, limpando-o, através de um processo de ionização, antes de liberá-lo, e que produz condensados que viram anéis – ou o Aircarbon, desenvolvido pela Newlight Technologies, feito de emissões de carbono. As inovações são muitas. Já estão no nosso dia a dia, também sob a forma de produtos de cuidados pessoais, ou combustíveis menos poluentes e bioplásticos.

“A indústria química foi uma das primeiras indústrias a ter laboratórios internos de pesquisa e desenvolvimento, e a utilizar conhecimentos científicos em aplicações industriais de produtos e processos. Isso nos levou a ver a inovação como uma ferramenta indispensável para a sobrevivência, perpetuidade e desenvolvimento da empresa.

Importante mencionar que, na Braskem, o desenvolvimento sustentável e a inovação são o centro de nossa estratégia, e estão constantemente atrelados um ao outro. Acreditamos que investir no avanço da pesquisa, tecnologia e inovação é essencial, para termos sucesso na transição para o que chamamos de economia circular de carbono neutro. Mas, Inovação, para nós, não se restringe às áreas de Pesquisa e Desenvolvimento. Temos cada vez mais promovido a cultura de Inovação na Braskem, e com diversas iniciativas internas, buscamos o engajamento de cada um de nossos integrantes, em iniciativas inovadoras, focadas em desenvolver, desde novos produtos, a novos modelos de negócio, processos internos, tecnologias e ferramentas digitais, ou qualquer outro tema que nos ajude a manter a Braskem numa posição de destaque no mercado”, conta Celso Procknor Filho, Diretor do escritório de Transformação e Gestão da Inovação da Braskem.

Inovação é uma forma de pensar e agir. É uma função que deve estar presente em todas as áreas de uma empresa. E a química está presente em todas as indústrias, logo, inovações da indústria química alimentam inovações, numa imensa diversidade de indústrias que consomem seus produtos.

@ Carbon Catalysts
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Matéria de CapaMatéria de
BASF SE/
Management: New
for Clean Olefins

As crescentes necessidades de energia e as mudanças climáticas aumentaram os desafios para a sociedade global. E as indústrias química e petroquímica vêm respondendo a esses desafios, com investimentos, pesquisas e inovação.

Há muita inovação global que nasce aqui no Brasil!

As áreas de Inovação e Tecnologia da Braskem, por exemplo, são responsáveis pelo desenvolvimento dos produtos e os processos industriais que a empresa utiliza para produzi-los. Em 2021, a Braskem fechou o ano com R$ 315 milhões, investidos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Deste total, aproximadamente R$ 190 milhões foram aplicados no Brasil. E a tendência para 2022 é finalizar o ano com investimentos de cerca de 50% acima de 2021. Segundo Celso, “além de atender as necessidades de nossos clientes no dia-a-dia, esses investimentos pensam no futuro, e nossos projetos transformacionais estão invariavelmente alinhados a 5 plataformas de Inovação e Tecnologia, que definem o foco de nossos esforços”.

A Braskem foca em Reciclagem – tecnologias para a conversão de resíduos plásticos em produtos de valor agregado. Inclui tecnologias e processos de reciclagem química e mecânica; Biomassa para químicos tecnologias para a conversão de matérias-primas renováveis em produtos químicos, materiais e outros produtos de valor agregado;CO2 para químicos – tecnologias de captura, armazenamento e conversão de CO2 em outros produtos de valor agregado; Processos de Próxima Geração – novos processos e tecnologias para ativos existentes e futuros, que melhoram os rendimentos de carbono e energia; Soluções de Performance – desenvolvimento de novos produtos, que se enderecem aos desafios da indústria, impulsionados por sustentabilidade, alavancando o portfólio da empresa, e gerando soluções de maior valor agregado para a sociedade.

Os centros de pesquisa da Braskem têm muita interação com universidades e start-ups. Essa colaboração é coordenada pelo time de Open Innovation, que atua conectando as necessidades de negócios com as oportunidades que aparecem no mercado. “Temos trabalho em Inovação aberta, que vai além dos centros de pesquisa. Um exemplo é o programa de aceleração de startups Braskem Labs, que está na sua oitava edição, e tem abrangência nacional com as

modalidades Ignition, voltada para startups em fase de refinamento do modelo de negócio, e Scale, voltada àquelas que já estão em fase de tração ou escala. A iniciativa tem como objetivo acelerar negócios com impacto socioambiental positivo, e que utilizem a química e/ou o plástico para gerar impacto positivo na sociedade, com destaque para diversos segmentos, como agronegócio, biotecnologia, economia circular, embalagens, infraestrutura e construção civil, mobilidade, saúde e química sustentável. Desde 2015, quando foi criado, mais de 110 startups foram aceleradas pelos dois programas do Labs, Scale e Ignition, e cerca de 30% fizeram alguma parceria de negócio com a Braskem ou algum dos co-sponsors. Já no ano passado, 45% das soluções aceleradas pelo Braskem Labs foram voltadas para economia circular, e mais 15 parcerias estão em negociação”, conta Celso.

A Braskem possui, ainda, um Digital Center, estrutura que busca oportunidades para implementação de tecnologias digitais, em cada uma das etapas de nossos processos industriais ou de negócio. “Esse time, inclusive, é responsável pelo Digital Challenge, uma competição envolvendo colaboradores da Braskem em todo o mundo, e dedicada a identificar desafios e encontrar possíveis soluções digitais, que, quando selecionadas, entram num programa de incubação de ventures digitais na Braskem. Em 2021, durante sua segunda edição, foram capturadas 117 ideias, das quais cinco foram aprovadas pela liderança da companhia, a se tornarem startups internas.”

Na frente de economia circular, também estimulando a construção de um ecossistema de inovação, a Braskem inaugurou, em agosto deste ano, seu primeiro Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular, o Cazoolo, um hub de inovação, onde serão estabelecidas parcerias com clientes, brand owners, designers, startups e universidades, para criação de soluções mais sustentáveis, por meio de melhorias em toda a jornada de embalagens, desde sua concepção até o pós-consumo, baseada nos conceitos de Design for Environment (DfE) e Análise de Ciclo de Vida (ACV). No espaço, empresas de diversos portes e setores da economia poderão co-criar e colaborar em projetos, que visam ao cumprimento de compromissos com a circularidade de suas embalagens. E há a parceria com o AgTech Garage, na qual a Braskem tem o objetivo de facilitar e acelerar o desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras para o agronegócio – neste caso, a companhia pretende conectar-se a startups e demais parceiros do AgTech Garage para, por meio da inovação aberta, promover o desenvolvimento de soluções plásticas sustentáveis, a serem aplicadas no agronegócio.

Se o assunto é inovação e sustentabilidade, impossível não destacar a unidade de eteno verde, localizada em Triunfo/RS, existente desde setembro de 2010. Isso fez da Braskem líder de mercado, e pioneira na produção de biopolímeros em escala industrial. Essas soluções são produzidas a partir do etanol da cana-de-açúcar, em que,

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através do processo de desidratação dessa matéria-prima, se obtém o eteno verde. A partir dessa fase, o eteno verde segue para unidades convencionais de polimerização, onde são transformadas em polietileno (PE) e EVA renováveis. Desde então, a demanda da sociedade por produtos sustentáveis tem aumentado, refletindo no crescimento desse setor. Como consequência, em 2018, em parceria com a empresa norte-americana Allbirds, a Braskem lançou o EVA renovável (copolímeros de etile-

no e acetato de vinila), como mais um produto integrante do portfólio de resinas renováveis e, em 2021, a primeira cera de polietileno (PE) de fonte renovável do mundo, direcionada para a produção de adesivos, cosméticos, tintas e compostos utilizados em processos de transformação das resinas termoplásticas.

Em 2021, a Braskem investiu US$ 61 milhões, na expansão da capacidade produtiva de eteno verde em 30%, que passou, de 200 mil toneladas anuais, para 260 mil toneladas – projeto que deve ser finalizado, no final de 2022. Atualmente o portfólio de resinas renováveis é exportado para mais de 30 países, e já é utilizado em produtos de mais de 250 grandes marcas, como Allbirds, DUO UK, Grupo Boticário, Join The Pipe, Johnson&Johnson, Natura & Co, Nissin, Shiseido e Tetra Pak.

“ A Braskem está no mercado há 20 anos, e é orientada para as pessoas e para a sustentabilidade, possui DNA inovador, e está engajada em contribuir com a cadeia de valor, melhorando a vida das pessoas, por meio da criação de soluções sustentáveis da química e do plástico. Mais do que isso, temos trabalhado, não somente como uma empresa preocupada em oferecer produtos de

Tecnologia garantindo a produção

mação, sendo a Honeywell a proposta vencedora. Foi utilizada a metodologia MAC – Main Automation Contractor –, onde a Honeywell se responsabilizou, não só pelo fornecimento dos equipamentos e configuração, mas também pela engenharia, documentação e montagem.

Para garantir toda e qualquer produção, lá estão a TA – Tecnologia de Automação e a TO – Tecnologia de Operação, que, há algum tempo, trabalham juntas com a TI – Tecnologia de Informação. No coração do controle dos milhares de instrumentos e equipamentos das plantas da Braskem, estão seus DCSs que, depois de considerados o ciclo de vida dos ativos, disponibilidade de spare parts, e nível de tecnologia disponível com respectivo potencial de agregação de valor, foram atualizados.

Rogério Kirst, gerente de automação da Braskem no Rio Grande do Sul, conta que foram analisados o TCO – Total Cost of Ownership – ou seja, o OPEX foi analisado em conjunto com o CAPEX, para a tomada de decisão. Foram convidados, para participar das propostas para a migração, os principais parceiros estratégicos de tecnologias de auto-

“Temos, em Triunfo, 18 plantas industriais, em 8 salas de controle. Foi migrado o sistema de Olefinas 1, a maior planta do site. Seguindo nossa estratégia de reduzir a diversificação de fornecedores (tínhamos 5, passamos a ter somente 4), conquistamos uma redução importante no OPEX, graças à sinergia em contratos de suporte, licenciamento e sobressalentes. Nossa estratégia de automação é trabalharmos com mais de um parceiro estratégico. No caso de DCSs, trabalhamos com 4. Isso se tem demonstrado importante, pois, nos permite acessar as melhores tecnologias desenvolvidas no

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qualidade ao mercado, mas também em atuar de forma a fazer valer os ideais de práticas ESG, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Atualmente, a Braskem é a única petroquímica integrada de primeira e segunda geração de resinas termoplásticas no Brasil, além de ser líder de mercado, e pioneira na produção de biopolímeros em escala industrial. Alcançamos essa posição de referência no mercado, graças ao esforço conjunto de nossos colaboradores e parceiros, que nos auxiliam no desenvolvimento na indústria, e a torná-la cada dia mais inovadora e sustentável. Pessoalmente, é um grande orgulho, chegarmos até aqui com tanta expertise, aprendizado, iniciativas e muitos propósitos que estão em curso, e visam a contribuir para um futuro melhor para as próximas gerações ”, afirma Celso Procknor Filho.

A Solvay reforçou seu intento de manter o compromisso de seu fundador com a ciência e a inovação, fortalecendo a própria experiência, incentivando e apoiando a pesquisa científica, por meio de colaborações e parcerias, com universidades, cátedras e incubadoras. Ela impulsiona a inovação para desenvolver soluções sustentá-

veis, em quatro campos diferentes: baterias, compósitos termoplásticos, hidrogênio verde e materiais renováveis e biotecnologia. Sempre tendo em mente que as soluções incluem tecnologias em diferentes estágios de desenvolvimento, refletindo necessidades atuais e futuras.

O Grupo Solvay, por exemplo, estabeleceu a Inovação mercado. Afinal, estimulamos nossos fornecedores a serem, não só competitivos, mas também se manterem em constante inovação, e nos oferecendo as melhores tecnologias. Não fazemos concorrências em qualquer projeto. Nosso Plano Diretor de Automação é construído considerando a estratégia com visão de longo prazo, orientando quando uma concorrência faz sentido, ou quando temos de direcionar para uma atualização mais simples, sem troca de fornecedor. Promovemos uma concorrência saudável”.

Foi fundamental, a composição da equipe contar, desde o início, com representantes da operação e manutenção. O projeto começou em 2019, e a Braskem teve de fazer uma intensa gestão de mudança, por conta da Pandemia. Todas as etapas de TAFs (teste de aceitação de fábrica) foram feitos remotamente, o que exigiu das equipes uma capacidade de adaptação muito grande, além de adequações de tecnologia. A estratégia de migração também teve de ser revisada, por conta da Pandemia.

“Decidimos fazer a migração em 4 etapas, aproveitando subsistemas e equipamentos, que puderam ser liberados antes da grande etapa de migração, durante a parada geral de manutenção da planta, em 2022. Esta estratégia se demonstrou acertada, pois, conseguimos treinar as equipes de montagem, identificar adequações nos procedimentos e ferramentas, além de proporcionar, para as equipes de produção, uma experiencia nas novas interfaces de operação, evitando uma mudança muito drástica de uma vez só para a partida da planta, após a grande parada. Além do DCS, fizemos atualizações importantes em outros sistemas, seguindo nosso Plano Diretor de Automação. As paradas de manutenção são eventos importantes, e que acontecem a cada 6 ou 8 anos. Nestas janelas de oportunidade, fazemos as atualizações necessárias, para que a planta opere num

novo ciclo, com toda a segurança e confiabilidade, e aproveitando ao máximo a tecnologia. Atualizamos firmwares de mais de 600 cartões dos PLCs de SIS, trocarmos cartões que estavam com risco de obsolescência num curto prazo, e adequamos as redes quanto a questões de cibersegurança. Partimos a planta sem nenhum sistema obsoleto”.

Qualquer decisão de migração é estratégica, e tem de ser feita com visão de longo prazo. Apesar da velocidade de desenvolvimento de tecnologia ser cada vez maior, ninguém compra um DCS para operar somente por um ciclo de parada. É um investimento alto, e que precisa ter um retorno. É por isso que uma premissa é avaliar as tecnologias disponíveis, e onde/como serão aplicadas.

“É preciso ser muito criterioso, ao escolher as tecnologias que fazem mais sentido às nossas necessidades. Novos blocos de controle na biblioteca nativa, facilitando a implementação de novas estratégias de controle avançado e otimização. Funções de automatização de procedimentos operacionais, câmeras integradas ao sistema de controle, facilitando a tomada de decisão pelo operador de painel. Falando nele, a sala de controle foi completamente redesenhada, endereçando questões antigas de ergonomia, e aplicando os mais modernos conceitos de confiabilidade humana. Monitores foram substituídos por telas de 55”, com interfaces gráficas projetadas aderentes a normas internacionais. Painéis touch substituem gradativamente os teclados e mouses. A iluminação é anti-reflexo, e com controle de intensidade, os dutos de AC foram redirecionados, considerando a nova carga térmica. Até mesmo as mesas possuem ajuste eletrônico de altura, permitindo aos operadores trabalharem de pé ou sentados. Tudo isso proporcionando maior produtividade e segurança das operações”.

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como um de seus três eixos estratégicos de crescimento – os outros dois são as Fusões & Aquisições e a Excelência Operacional e, mesmo estes são inspirados pela inovação: nas aquisições, a empresa tem enfatizado o investimento em companhias que adicionam tecnologias inovadoras ao seu portfólio. Também é com inovações em práticas e processos que alimenta a excelência operacional, que torna as operações mais produtivas e competitivas.

A estratégia de inovação da Solvay está, obrigatoriamente, alinhada com todas as demais estratégias da empresa (estratégias das unidades de negócios, de investimentos e aquisições, de gestão de pessoas, etc.), o que é assegurado no cascateamento do planejamento estratégico, em cada uma das áreas de negócios da companhia.

E o conjunto de estratégias está sintonizado, ainda, com as seis megatendências que o Grupo identificou como campos de oportunidade para crescer e, ao mesmo tempo, aportar sua contribuição para responder aos grandes desafios do mundo contemporâneo, e para a construção de um futuro mais sustentável: Eletrificação, Leveza (Lightweighting), Eficiência de Recursos, Cuidados com a saúde, Internet das Coisas/Digitalização, e Soluções Ecológicas.

Os investimentos anuais em Pesquisa e Inovação do Grupo Solvay, em todo o mundo, correspondem, em média, a 3% de seu faturamento líquido. Em 2021, o faturamento líquido do Grupo foi de € 10,1 bilhões. Também em 2021, 53% das vendas líquidas do Grupo Solvay foram obtidos com soluções sustentáveis, criadas e desenvolvidas pelos 21 centros globais de Pesquisa e Inovação, instalados em quatro continentes.

No Brasil, onde também atua com a marca Rhodia, o Grupo Solvay possui um grande centro de pesquisa e inovação no Brasil, instalado no complexo químico de Paulínia, interior de São Paulo. Nesse centro, funcionam 16 laboratórios de desenvolvimento de produtos e aplicações, de processos físicos e químicos, além de um laboratório de biotecnologia industrial, voltado a projetos ligados à biomassa (novas moléculas e novas aplicações de moléculas já existentes). Pelas características do País em relação ao fornecimento de biomassa, o Grupo Sol-

vay decidiu concentrar, nesse laboratório, todo o seu desenvolvimento global de inovações a partir de biomassa. No centro de pesquisa e inovação no Brasil, trabalham 90 pesquisadores, doutores, cientistas, técnicos e pessoal administrativo. Aí, a empresa acaba de lançar um programa de inovação, com projetos desenvolvidos em conjunto com startups, em diferentes disciplinas do conhecimento. Esse centro de pesquisa e inovação da empresa, no Brasil, tem sido responsável pelo desenvolvimento de uma série de inovações para atender necessidades dos clientes de diferentes mercados. Nos últimos três anos, por exemplo, foram desenvolvidos, no Brasil, produtos para os mercados têxteis, como o novo Amni Soul Eco (fio têxtil de decomposição acelerada, inclusive em ambientes marinhos), o Bio Amni, primeiro fio têxtil de poliamida, parcialmente de fonte renovável, desenvolvido na América Latina, e Amni Vírus-Bac OFF, fio têxtil de poliamida com agente antiviral e antibacteriano, inserido em sua matriz polimérica (DNA do fio) – que inativa o vírus presente na superfície têxtil, impedindo que a peça de roupa seja um meio de propagação, tendo sido um

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sucesso, durante a recente Pandemia de coronavírus, enfrentada pelo mundo.

Na área de especialidades químicas, as mais recentes inovações da Solvay no Brasil são a linha de produtos Combact Protect , um biocida avançado para a indústria de Petróleo & Gás, que oferece excelente controle de biofilme e bactérias sulfato-redutoras, que podem causar severos problemas, como corrosão em equipamentos e liberação de sulfeto de hidrogênio, um gás bastante tóxico, e que tem efeito duplo inédito: controle microbiológico, aliado à prevenção de corrosão em equipamentos; e o Dermalcare, emoliente enzimático para Personal Care, que é uma solução sustentável, para cuidados com os cabelos. Os formuladores de produtos para beleza e cosmética têm, com esse produto, uma alternativa 100% vegetal ao silicone, tradicionalmente utilizado nessa indústria. Produto biodegradável e sustentável, oferece excelente performance em xampus e condicionadores.

Mas, sem dúvidas, um dos produtos de maior destaque, desenvolvido pela Solvay a partir do Centro de Pesquisas e Inovação de Paulínia, é a linha de solventes oxigenados Augeo, derivada de fonte renovável (glicerina), com foco em sustentabilidade e alto desempenho, sendo composta por moléculas versáteis, com alto poder de solubilização, e reduzidíssimo odor.

Os solventes Augeo, todos patenteados internacionalmente, são utilizados principalmente nos mercados de bens de consumo, com destaque na linha de produtos destinados aos cuidados com a casa, como limpadores multiuso e nos aromatizadores de ambientes, e em itens de cuidados pessoais e fragrâncias. Outro segmento importante é o de limpeza industrial e institucional. Tem sido aplicado com sucesso, nos segmentos Agro e Petróleo e Gás, e está presente, ainda, nos mercados de tintas e vernizes.

O Augeo nasceu há cerca de uma década, a partir de uma ideia arrojada: fazer um solvente de fonte renovável, à base de glicerina. A produção começou na então unidade química

de Santo André/SP, mas as vendas dos primeiros tempos foram decepcionantes. Num universo de solventes derivados de fonte petroquímica, Augeo era, sim, uma inovação disruptiva. No entanto, exigia inovação também na estratégia comercial. E assim, a empresa passou a direcionar o produto para mercados mais próximos do consumo, nos quais as características de Augeo são mais valorizadas, como o fato de ser de fonte renovável, mais sustentável, biodegradável, ter baixo odor, e baixa emissão de VOC (compostos orgânicos voláteis). Esse novo direcionamento estratégico se mostrou mais do que acertado: mais amigável para o meio ambiente e para a saúde humana, com alto poder de solubilização, Augeo foi ganhando presença em um leque crescente de aplicações, que fazem parte do dia-a-dia dos consumidores, como limpadores domésticos e aromatizadores de ambiente elétricos e de varetas, entre outras. Também tem sido utilizado com sucesso na solubilização de fertilizantes agrícolas.

O produto segue inovando e conquistando espaço, em outras aplicações e mercados. O Grupo Solvay está permanentemente desenvolvendo novas aplicações para os solventes dessa linha de produtos que, inclusive, possui registro na “Vegan Society”, a mais tradicional e respeitada nesse mercado. O selo, que atesta que o produto não tem ingrediente de origem animal, nem foi testado em animais, abre novos nichos para os solventes sustentáveis, como o de produtos veganos de cuidados pessoais ou de cuidados para a casa, uma tendência em crescimento sobretudo internacionalmente. A novidade está em sintonia com novas demandas das indústrias de home & personal care (cuidados pessoais e com a casa), principalmente nos Estados Unidos e Europa, que, além de matérias-primas naturais de fonte renovável, querem que estas sejam de origem vegetal (e não animal).

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Também para a Basf, a Inovação está ligada à proteção do clima, e a fazer o melhor uso dos recursos naturais limitados – enquanto abastecemos a população global, em rápido crescimento, com alimentos, energia e água limpa, o que está entre os maiores desafios do nosso tempo. E as inovações baseadas na química desempenham um papel fundamental para superá-los. Por isso, a Basf trabalha junto a clientes, em processos, tecnologias e produtos inovadores, para um futuro mais sustentável.

de laboratório e de campo, estreitamente coordenadas; métodos de teste sem animais – em 2021, a OCDE aprovou a primeira estratégia de testes toxicológicos, sem testes em animais, de um projeto conjunto entre Basf e Givaudan – que pode ser usado para prever, com segurança, se uma substância causa reações alérgicas na pele, sem testes em animais e, nesse caso, a Basf disponibiliza gratuitamente todos os métodos, desenvolvidos e aprovados, para as empresas e autoridades interessadas.

Uma das iniciativas inovadoras da Basf é o AgroStart, programa pioneiro na interação com startups, que oferecem serviços para contribuir com uma produção cada vez mais sustentável. E o sucesso foi tanto, que o programa se tornou global, e passou a ser uma plataforma de inovação e empreendedorismo, que atua em quatro frentes: a aceleração de startups do agro; intraempre endedorismo para desenvolver ideias de colaboradores da Basf, dentro da Garagem AgroStart, utilizando a mesma metodologia das startups; Ecossistema AgroStart, em que são desenvolvidas parcerias com empresas de outros setores; e aportes do BASF Venture Capital, que realiza investimentos em startups e fundos de capital de risco. Ou seja, é uma plataforma viva, em constante transformação, e presente em toda a América Latina, para acelerar experimentações. Com o aumento da demanda por alimentos, e por uma produção cada vez mais sustentável, o uso das tecnologias digitais se tornou uma realidade no campo.

A Basf investiu, em P&D, um total de € 2.216 milhões, em 2021, sendo que 83% desse total foi para atividades nas divisões operacionais, e 17% para pesquisa corporativa. O foco de inovação da Basf está no desenvolvimento de soluções sustentáveis, que garantam competitividade no longo prazo, ajudando seus clientes a reduzirem sua pegada de carbono, usarem recursos de forma mais eficiente, ou fabricarem produtos de maneira mais ecológica, e reciclá-los

A Basf trabalha para transformar rapidamente ideias em inovações, para um futuro sustentável, reunindo sua criatividade, experiência e expertise, com o know-how de seus parceiros acadêmicos e industriais. A empresa vem pesquisando a reciclagem de gases de escape industriais – porque, mesmo sendo geralmente incinerados ou recuperados termicamente, esses gases emitem CO2, então, a Basf vem pesquisando um processo inovador, a fermentação gasosa, com a startup americana LanzaTech, desde 2018, e alcançou um importante avanço, em 2021: usando bactérias especiais, eles foram capazes de produzir n-oc tanol (usada em cosméticos), a partir de monóxido de carbono e hidrogênio, pela primeira vez; ingredientes de base biológica e biodegradáveis – desenvolvendo uma compreensão fundamental de como a biodegradação ocorre, sob diferentes condições, em projetos conjuntos com parceiros acadêmicos, e pesquisas

Além do AgroStart, a Basf mantém outras iniciativas, como o Suvinil Fora da Lata, programa de aceleração, que visa a cocriar soluções para desafios da marca, e alavancar ambos os negócios; o reciChain, plataforma baseada em blockchain, para escalar soluções de economia circular; além da Central de Startups, do hub de inovação onono, centro de experiências científi cas e digitais, criado para promover conexões transformadoras, entre a Basf, seus clientes e o ecossistema de inovação aberta.

A Basf computa seu sucesso à inovação – ela tem cerca de 10.000 funcionários, em pesquisa e desenvolvimento, e despesas de I&D, de cerca de € 2,2 mil milhões. A Basf tem buscado expandir e fortalecer suas atividades de pesquisa, atuando em materiais de bateria, tecnologias de polímeros, catalisadores de processos ou métodos biotecnológicos. O pipeline de inovação da empresa é voltado para a sustentabilidade – especialmente proteção do clima e economia circular, o que estabelece as bases para seu crescimento, já que foca em inovações para produtos, processos e modelos de negócios na reciclagem química de plásticos, bateria e catalisador tecnologias, produção de baixo carbono de produtos químicos básicos, e agricultura digital, mais ecologicamente correta. Ao mesmo tempo, impulsiona melhorias de produtos em todas as unidades de negócios que oferecem sustentabilidade, e vantagens competitivas para os clientes. Com a inovação aberta, a Basf promove uma conexão maior com seus clientes, contribuindo, de forma efetiva, com uma nova dinâmica, e que vai muito além de oferecer produtos ao mercado. E o desenvolvimento digital é um grande aliado, para estreitar a relação com os ecossistemas, e tem trazido, cada vez mais, o cliente para o centro de todas as ações da empresa.

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Tecnologias digitais e ciclos de inovação no setor de energia, óleo e gás

A inovação ocorre em ciclos, e oscilam conforme desen volvimento da sociedade, evolução tecnológica e demandas do mercado. Neste artigo, não vamos abordar a parte conceitual das teorias econômicas de destruição criativa de Joseph Schumpe ter, de inovação como recurso estratégico para geração de valor do Peter Drucker, de inovação aberta com o Henry Chesbrou gh, ou mesmo da inovação incremental ou disruptiva, cunhada por Clayton Christensen, entretanto, poderemos observar alguns destes conceitos presentes no texto, onde traremos uma análise dos ciclos de inovação no setor de energia, óleo e gás, que pode ser considerado para diversos segmentos industriais.

Estamos acostumados a ver a famosa imagem da evolu ção industrial, desde a indústria 1.0, até a mais recente, a in dústria 4.0, destacando-se algumas tecnologias que marcaram o início de um novo ciclo industrial. (Fig 01))

e novos materiais . Ou seja, a era da quarta revolução indus trial, da transformação digital, transição energética, mobi lidade urbana, saúde digital e diversos outros movimentos transformacionais, que estão impactando nosso jeito de vi ver. A evolução tecnológica acontece em ciclos, e costumava durar meio século, conforme indicado na figura 2, abaixo.

Figura 01 – Evolução da indústria

Entretanto, temos marcos distintos, quando falamos da evolução tecnológica nos ciclos de inovação ao longo dos anos, extrapolando as fronteiras das indústrias, sendo eles:

1 – A primeira revolução industrial, com as máquinas a vapor e as fábricas mecanizadas;

2 – A era do vapor, carvão e das linhas férreas;

3 – A era do aço e da engenharia pesada (elétrica, química, civil, naval...);

4 – A era dos automóveis a combustão, petróleo, petroquími ca e produção em massa;

5 – A era da tecnologia da informação e telecomunicações, ... ... é a que estamos vivendo,

6 – A era da tecnologia digital, biotecnologia, nanotecnologia

Figura 02 – Ciclo de evolução tecnológica (fonte: livro Technological Revolutions and Financial Capital - Carlota Perez)

O progresso nas economias de mercado tem ocorrido em ciclos sucessivos de transformação, onde ciclos mais maduros entram em declínio, e um novo ciclo surge, trazendo novas tec nologias, modelos de negócios, processos e desafios estratégi cos. Estes ciclos levavam, em média, 40 a 60 anos (Fig 03).

Figura 03 – Evolução em ciclos

O conceito de mudança de paradigma tecno-econômico e a teoria das grandes ondas, explicitam os ciclos de inovação que temos visto na sociedade ao longo dos anos, e são evidenciados

Victor Venancio Head de Transformação Digital LatAm da IHM Stefanini
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através dos estudos da Carlota Perez, pesquisadora e professora sobre o impacto socioeconômico de grandes mudanças tecnológicas e condições para o crescimento, desenvolvimento e competitividade, a qual serve de base para este artigo, onde relaciono estes conceitos, com o setor de energia, óleo e gás.

Olhando estas curvas, usando um zoom maior, observamos que a mudança de um ciclo maduro de inovação para um novo ciclo, normalmente ocorre por algum fato relevante, um “big bang”, que conecta uma série de inovações que estão sendo desenvolvidas, e que culminam na erupção de novos produtos, serviços e tecnologias, que impactam toda sociedade e o ambiente de negócios. (Fig 04)

Este novo ciclo segue, então, a sua curva de maturidade, apresentando sucessivas inovações incrementais e/ou disruptivas, ao longo dos anos, redefinindo como as organizações e os cidadãos executam suas tarefas e geram riquezas. Quando os mercados já estão saturados, atingimos o limite de produtividade e os lucros começam a cair, propiciando-se então, um novo ciclo de inovação.

Na medida que este ciclo se vai tornando mais maduro, com as tecnologias mais maduras, e já sendo comprovadamente adotadas e aprovadas em suas tarefas, através de startups de destaque, por exemplo, temos então a consolidação das entidades atuantes neste sistema econômico, e começamos a ver as operações de M&A (Merge & Acquisition), compra, venda e fusão de empresas, expressa notadamente em nosso dia-a-dia, como as operações de CVC (Corporate Venture Capital) das grandes organizações, onde as empresas mais sólidas, estruturadas, e com capacidade financeira, efetuam investimentos ou adquirem as empresas menores, que atuaram na formação da curva de maturidade deste novo ciclo de inovação (Fig 06).

Figura 06 – Acesso ao conhecimento

Para exemplificar esta visão, na imagem abaixo, temos o gráfico que demonstra a mudança de ciclo da era da produção em massa, do petróleo e dos automóveis, para a era da tecnologia da informação, telecomunicações e dados (Fig 06).

Figura 04 – Evolução da indústria

Observamos que o tempo que antes levávamos para tornar um ciclo novo, em maduro, que historicamente se apresentava de 40 a 60 anos, agora tem sido bem mais curto, devido ao avanço tecnológico, o surgimento de inovações disruptivas, e uma maior facilidade de compartilhamento do conhecimento, através das estratégias de inovação aberta.

Temos, atualmente, um relativo fácil acesso à informação acadêmica e de pesquisas & desenvolvimento, que permite acelerar todo este ciclo de inovação. Empresas e profissionais, com acesso ao conhecimento de forma estruturada, possibilitam reduzir o tempo de maturidade deste ciclo, que se tem expressado através do aumento exponencial do número de patentes, ao longo dos últimos anos. (Fig 05)

Figura 07 – Mudança de ciclo Temos, atualmente, este mesmo cenário de décadas atrás, revelando-se, em nossa frente, o surgimento de um novo ciclo de inovação. Temos o “big bang” do imperativo da transição energética e da necessidade urgente de redução das emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa ), com compromissos ( ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis ) firmados em acordos internacionais por governos e organizações, pressionando por um novo ciclo de inovação.

O acesso mais facilitado às tecnologias digitais permite acelerar este novo ciclo de inovação. Vemos inúmeras iniciativas de inovaçao aberta, os conhecidos hubs setoriais (Enegy hub, Mining hub, etc.), ou mesmo os ecossistemas criados por grandes empresas, acelerando a troca de conhecimento e a geração de valor compartilhado. Estas iniciativas resultam num ciclo mais rápido de inovação, possibilitando resultados mais efetivos, em menores espaços de tempo.

No setor de energia, óleo e gás, ou melhor, nos diversos setores de base industrial, temos o IoT (Internet das Coisas) ou IIoT (Internet das Coisas Industriais), a inteligência artificial,

Figura 05 – WIPO – gráfico de aumento de registro de patentes ao longo dos anos
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o big data e o data analytics, a robótica e a automação massiva, impressoras 3D (manufatura aditiva), computação nas nuvens (cloud computing), realidades virtual, aumentada e mista, cybersegurança, blockchain, entre outras tecnologias, que até há alguns anos atrás estavam representando o início de um novo ciclo de inovação, hoje já constituem ferramentas comprovadas de aceleração dos resultados, e demonstram a redução do tempo do ciclo de inovação. Empresas que ainda não estão adotando estas tecnologias se colocam em uma zona perigosa de risco, onde a continuidade do negócio pode não ser alcançada.

A integração destas novas tecnologias digitais, que surgiram neste novo ciclo de inovação que estamos vivendo (as ditas tecnologias emergentes da indústria 4.0), às tecnologias convencionais, consolidadas na indústria, desde o ciclo de inovação anterior (sistemas de controle, SCADA, MES, PIMS, etc.), representam um desafio tecnológico e organizacional bastante representativo para os gestores das organizações de base industrial. A convergência dos dados dos sistemas legados, sejam eles de OT (Operational Technologies) ou IT (Information Technologies) às novas tecnologias digitais, resultarão numa potencial geração de vantagens competitivas sustentáveis, e na perpetuidade da empresa, precisando, portanto, fazer parte da sua estratégia corporativa.

A transformação digital, em seus conceitos fundamentais de atuação em tecnologias, sejam elas emergentes da indústria 4.0, convencionais ou mesmo as tecnologias disruptivas, a otimização de processos, e a adaptação da cultura organizacional, têm o potencial de acelerar os ciclos de inovação. Algumas organizações terão ciclos mais curtos e outras mais longos, mas é importante destacar que o nível de maturidade digital do setor de energia, óleo e gás como um todo, está, infelizmente, entre os menores, perante os mais diversos setores de mercado.

Este estudo recente da Deloitte, em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), indicou que o nível de maturidade digital dos setores de energia, óleo e gás, é um dos menores, o que representa que há um enorme potencial de crescimento, nestes setores estratégicos para nossa economia, através da adoção massiva de tecnologias digitais e inovação. Ou seja, ainda estamos no início da curva de maturidade, indicado nos gráficos dos ciclos de inovação, em nosso setor de energia, óleo e gás.

O período da indústria 4.0 tem somente dez anos aproximadamente, e já podemos ver, em algumas organizações, o impacto destas tecnologias nos resultados financeiros e operacionais das empresas, rejuvenecendo modelos de negócios, e trazendo inúmeras possibilidades de geração de valor, mesmo aos negócios mais tra-

dicionais, e enraizados em modelos organizacionais típicos da era da indústria 3.0 (como o setor de energia, óleo e gás, por exemplo), porém, como vimos, na pesquisa da Deloitte, ainda temos muito a fazer, englobando um esforço conjunto de todos os entes do ecossistema de inovação aberta, as próprias empresas produtoras de petróleo, as fornecedoras de tecnologia, universidades, hubs, startups e governo.

Não tenho a menor dúvida de que este novo ciclo de inovação não levará 40 a 60 anos e, muito em breve, já teremos um novo ciclo de inovação se formando, com “big bangs” mais relacionados ao ser humano e nossas demandas mais existenciais de bem-estar, saúde e convivência.

De fato, termos como sociedade 5.0, ESG, e alguns artigos já citando a indústria 5.0, onde a centralidade no ser humano será o foco deste novo ciclo, já estão impactando como as organizações se posicionarão daqui em diante.

Gestores de empresas, que não tiverem esta percepção em tempo de adaptarem suas respectivas estratégias corporativas, de negócios e operacionais, deixarão de aproveitar oportunidades de negócios e geração de valor a toda sociedade.

E a sua empresa, está preparada para um novo ciclo de inovação? Já está executando a transformação digital, e elevando a maturidade digital?

Figura 08 – Estudo de maturidade digital (Deloitte e IBP)
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Atual Situação da Cibersegurança para Sistemas de Tecnologia Operacional

Antes de entrar no mérito de como proteger ecossistemas de controle e automação, precisamos entender que não há como resolver todos os problemas de cibersegurança com uma única e simples solução. Inclusive, na grande maioria dos casos, há necessidade de envolvimento de mais de uma empresa fornecedora de soluções e serviços de segurança, para diminuir a probabilidade de um ataque cibernético.

Estamos em 2022, e, por vários anos, os evangelistas de cibersegurança já mencionavam que, em breve, a situação estaria bem crítica para sistemas de tecnologia operacional. Nunca foi necessário ter alto nível de QI para prever o que estamos vivenciando atualmente. Ainda hoje, usam-se sistemas obsoletos, sem suporte de fabricante e com mínima cobertura de ferramentas de proteção e/ou monitoramento dos sistemas de controle. Infelizmente é fato que a maior parte das plantas industriais hoje ainda roda com sistemas de controle que utilizam abordagem “airgap”, como método de proteção contra ataques relacionados a cibersegurança.

Dados os repetidos ataques com uso de ransomware, seguidos das divulgações mais recentes de ferramentas hacker, com alvo no uso legítimo de tecnologias como OPC UA, entre outros, temos que algumas empresas no setor industrial iniciaram a abordar o tema de cibersegurança com maior prioridade. Entretanto, ainda é comum se deparar com verticais, como área farmacêutica em que cibersegurança é tema da Tecnologia de Informação (TI), que define as estratégias e táticas de cibersegurança, com base em ferramentas que não são compatíveis com sistemas de controle, atualmente.

Os setores de Óleo & Gás, Químico & Petroquímico, entre outros, são mais conservadores, e focam em cibersegurança com intuito de proteção, não conveniência. O maior problema que vejo é que, apesar da movimentação dentro de alguns setores de mercado, ainda acredito que (1) a movimentação não é significante ainda; e (2) cibersegurança ainda não é uma prioridade para os clientes do setor de automação industrial.

O fato importante nessa discussão é entender que uma implementação levará tempo para iniciar e ser concluída, exige investimento, que pode até parecer com conversas sobre seguro patrimonial, e se o cliente acha que pode economizar com

ferramentas que “resolvem rapidamente” as deficiências de cibersegurança que o sistema em questão possui. Nossa resposta para tais indagações sempre estarão alinhadas com as estratégias e definições do cliente – desde que a conversa seja a favor do uso de software suportado, e com garantia do fornecedor. O foco em cibersegurança para a tecnologia operacional tem alimentado o mercado de provedores de serviços, e soluções diversas para plantas industriais. Fornecedores de sistemas de automação estabelecem parcerias com empresas de cibersegurança, mas não na mesma proporção em que os operadores de plantas industriais utilizam as diversas ferramentas disponíveis no mercado. A dificuldade, em geral, é entender até onde vale a pena utilizar ferramentas não suportadas pelos fornecedores de automação (priorizando as funcionalidades e benefícios das soluções de cibersegurança), ou utilizar soluções suportadas pelos fornecedores de automação (priorizando a rapidez e eficácia do suporte às soluções que podem não estar alinhadas com as estratégias dos departamentos de TI das empresas usuárias de automação e cibersegurança).

Dado o exposto, é comum ver operadores industriais utilizando normas internacionais, como a série ISA/IEC 62443, de maneira unilateral, ou seja, fazer uso destas normas de maneira prescritiva, ou até mesmo para sustentar decisões de como arquiteturas ou ferramentas de cibersegurança devem ser fornecidas por empresas de automação, para sistemas de controle industriais. A verdade é que as normas internacionais, apesar

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de excelentes ferramentas para ajudar na definição de políticas de cibersegurança, não são prescritivas, e também não cobrem aspectos de arquitetura de maneira unilateral – na grande maioria as arquiteturas listadas nas normas, são bem superficiais, e cobrem todos usos de caso, para que justamente não exista uma polarização ou preferência dada em nome dos usuários – operadores são os principais responsáveis em definir, implementar e manter as estratégias de cibersegurança que serão utilizadas no nível de controle (usualmente Níveis 0, 1 e 2, do modelo Perdue, ou ISA95). A recomendação aqui é sempre usar normas internacionais aceitas no mercado, porém, como guia do que deve ser feito. Vista a superficialidade das normas, apenas mencionar em solicitações de proposta que “...o sistema de controle deve atender as normas IEC 62443...” realmente não agrega muito para a discussão – uma melhor abordagem desse tema seria: “...sistemas de controle devem atender os requerimentos da norma IEC 62443-3-3 relativos ao nível de segurança 1...” ou ainda “...empresas de engenharia responsáveis pela implementação dos sistemas de controle com cibersegurança devem ser certificados conforme normas IEC 62443-2-4...”, ou mesmo “...fornecedores de sistemas de controle industriais devem ter seus processos de desenvolvimento tecnológico certificados conforme norma IEC 62443-4-1...”.

Em relação às soluções de cibersegurança para tecnologia operacional, apesar da complexidade de opções, temos de focar no básico, primeiramente. A maior parte das plantas industriais ainda tem muito o que melhorar nas estratégias de proteção, monitoramento, e manutenção de sistemas de controle. De maneira geral, operadores têm dificuldade para garantir investimentos para manter sistemas de controle atualizados, implementar as corretas tecnologias de proteção, e lentamente chegam a tocar no tema de monitoramento. Existem diversas justificativas para não atualizar sistemas, mas manter sistemas de controle em funcionamento, utilizando sistemas operacionais obsoletos, não vai ajudar em nada com a proteção de cibersegurança. Recomendação prioritária é mudar a política de atualização de sistemas de controle, para sempre estarem em nível suportável, para que atualizações recorrentes estejam disponíveis, e, além disso, estas atualizações devem ser implementadas invariavelmente, já que hackers vão tentar utilizar vulnerabilidades de sistemas operacionais para iniciar um potencial ataque.

Além das atualizações, o segundo tema de cibersegurança é sobre o uso de ferramentas e soluções que protegem os sistemas de controle. Infelizmente, ainda se vê no mercado o uso simplificado de alguns firewalls e antivírus. Pouco se fala sobre uso mais aprofundado de firewalls, uso combinado de antivírus com ferramentas whitelisting (ou mesmo uso de antivírus de nova geração com funcionalidades avançadas). Nota-se rapidamente que, se os sistemas de controle estão baseados em software desatualizado e/ou não suportados, e, além disso, não existem ferramentas de proteção bem implementadas, a exposição a um potencial ataque cibernético é exponencialmente maior.

Finalmente, temos o tema #3, e não menos importante,

que tem a ver com o monitoramento de sistema de controle, com enfoque em cibersegurança. Não é difícil perceber que, se investimentos em cibersegurança não podem ser facilmente assegurados, então, soluções mais avançadas de monitoramento, também não serão consideradas. Além da cópia backup de arquivos de sistemas de controle para recuperação de sistemas, em caso de falha ou ataque cibernético, o armazenamento de registros históricos é importantíssimo, para ajudar a entender qual foi a raiz do ataque, e melhorar as proteções para evitar um segundo ataque, com as mesmas causas raiz. Monitoramento não é algo simples, e, antes de investir em ferramentas que correlacionam dados de sistemas de controle, as operadoras precisam definir quem, na hierarquia dos funcionários, vai ser responsável por verificar os registros e alertas periodicamente. Em caso de falta de uma equipe responsável para revisão de registros e alertas, recomenda-se a terceirização destas funções: alguns fornecedores de sistemas de automação podem ajudar com serviços, que cobrem a escassez de recursos por parte dos seus clientes, como um exemplo.

Fornecedores de sistemas de automação são normalmente atribuídos às funções de garantir que os arquivos e software provejam a funcionalidade dos sistemas de maneira segura, para que os usuários industriais tenham tranquilidade de que as ferramentas usadas dia a dia não estejam comprometidas do ponto de vista cibernético. Apesar da atribuição, e de maior responsabilidade na garantia de que estas mencionadas ferramentas estejam realmente “seguras”, quando disponibilidades eletronicamente, existe uma cadeia de tarefas que devem ser distribuídas, não somente aos fornecedores. A famosa frase popularizada mundialmente por Ronald Reagan “Confie, mas verifique” (do inglês “Trust but verify”), é uma recomendação bem atualizada, e que deve ser empregada no âmbito cibernético. Em termos práticos, concordo que fornecedores de sistemas de automação são responsáveis pelo desenvolvimento e distribuição segura de software usado em plantas industriais, porém, nem por isso, sugiro que usuários e operadores simplesmente aceitem essa premissa como válida sempre. Portanto, independentemente de quem forneça ferramentas para uso industrial e de quais promessas façam, sempre certifique-se de que arquivos executáveis possuem assinatura eletrônica comprovada e válida, utilize ferramentas antivírus e whitelisting, para checar e validar as ferramentas, antes que as mesmas sejam executadas, utilize mecanismos de transferência de arquivos com cheques contínuos de integridade de arquivos, e mantenha o monitoramento correlacionado com uso de soluções SIEM, ou de detecção de anomalias, constantemente, para que no eventual caso de um comprometimento dos sistemas, haja tempo de intervir e reduzir a abrangência do ataque cibernético.

Uma outra técnica que vem do lado de TI, e que têm se tornado mais comum para a tecnologia operacional, é a definição de políticas e procedimentos de cibersegurança para sistemas de controle, desenvolvimento de um plano de resposta a incidentes cibernéticos e a execução de programas de respostas aos

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incidentes cibernéticos, com apoio dos próprios fornecedores de automação. Não é difícil de entender que, sem regras claras sobre o que deve ser feito, não há muito a ser feito, de maneira coor denada e com consistência. Os planos de respostas a incidentes cibernéticos definem como reagir, em caso de um potencial ataque cibernético, e esses planos podem ser focados aos sistemas de controle industriais, incluindo simulações para verificação dos procedimentos de maneira recorrente – isso é uma analogia ao que hoje é feito em todas as plantas industriais, com relação à segurança do patrimônio, pessoais e processos. Com base em um plano de respostas a incidentes cibernéticos (voltado aos sistemas de automação), aí sim cabe a habilitação de serviços disponíveis, para apoio em caso de potencial ataque. Assim como já mencionado anteriormente nesse artigo, o foco da contenção de um ataque cibernético é primeiramente o de controlar o impacto do problema, e retomar controle da produção industrial rapidamente, mas sem apagar os vestígios do ataque para que, durante a fase de melhoria contínua, as proteções existentes (ou não) sejam corri gidas, para que um mesmo tipo de ataque não venha a ter sucesso com a mesma instalação industrial.

Por fim, entendemos que a exposição aos problemas de cibersegurança, no meio industrial, estão relacionados diretamente com a baixa proteção existente nos sistemas de controle instalados nas plantas industriais, por todo o mundo. É óbvio que plantas industriais caracterizadas como infraestrutura crítica, como, por exemplo, o mercado de Óleo & Gás, se tornam alvos importantes de iniciativas criminosas, que focam o im-

pacto comercial, pessoal e até mesmo político, visto que estes trazem maior ganho financeiro por parte dos hackers.

Isso posto, é fundamental sair do estado de negação (que isso não vai acontecer aqui comigo), e começar a abordar o tema de cibersegurança para os sistemas de tecnologia operacional de maneira séria. A busca por investimentos, para garantir que sistemas de controle estejam sempre atualizados, e utilizando soluções de proteção e monitoramento, é imprescindível, na situação em que vivenciamos atualmente.

A abordagem de cibersegurança não é simples, mas ficar parado não ajuda. Realize auditorias de cibersegurança, para entender o estado dos processos, tecnologias e pessoas envolvidas na cibersegurança das plantas industriais. Com base nos resultados das investigações iniciais, defina planos de retenção, para controlar o problema em estágios de curto e longo prazo. Execute o plano, para que, em alguns anos, a conversa sobre cibersegurança para sistemas de controle seja completamente diferente para você! No plano de curto prazo, inclua soluções que ajudem com reparos rápidos, suporte de fornecedores de confiança, e serviços de resposta a incidentes, já que não há como controlar o que pode acontecer, até que o plano de longo prazo esteja totalmente em prática. Os riscos de um potencial ataque cibernético a plantas industriais não é mais uma hipótese remota, mas sim uma questão de tempo. Basta aos responsáveis por estes sistemas de controle colocarem em execução o plano, para que quando o problema ocorrer, o impacto seja mínimo.

Artigo

Ataques cibernéticos –Alerta! Quebrando o código!

O mundo mudou!... Na verdade, o mundo vive em constante mudança e, atualmente, de forma mais acelerada, com a transformação digital. Há alguns anos, a internet se confirmou com uma grande revolução. No entanto, junto da Internet e das demais redes de comunicação virtuais, as ameaças também se intensificaram.

Tanto na vida pessoal quanto nas organizações, tivemos de nos adaptar às novas rotinas, mas também tivemos e temos de nos manter alertas, quanto à segurança, dados, privacidade, e a chamada gestão de riscos.

Os avanços digitais, se, por um lado, trazem melhorias, agilidades, performance etc., por outro, criam novas formas de vulnerabilidades, que são exploradas maliciosamente.

Infelizmente, em uma grande maioria das empresas, a cibersegurança segue sendo ignorada, ou tratada sem prioridade, mas fato é que já se veem, na imprensa, vários ataques cibernéticos às mais diversas naturezas de negócios, comprovando a vulnerabilidade nos sistemas.

Ataques cibernéticos em pessoas físicas já causam estragos, porém, quando ocorrem na indústria, os prejuízos podem ser difíceis de dimensionar. Com a maior digitalização das indústrias, e o advento da Indústria 4.0, estes ataques também estão rapidamente evoluindo, e se tornando perigosos e intangíveis, até que aconteçam. Com os avanços da Indústria 4.0, vêm novos desafios, dentre eles, a segurança cibernética. Garantir a segurança na indústria passa a ser uma necessidade primordial para garantir a credibilidade, sustentabilidade dos negócios, e o perfeito funcionamento da cadeia produtiva.

Ataques cibernéticos são ameaças invisíveis e indiscrimináveis. As consequências podem ir, desde o lado financeiro, roubo de informações, sabotagem da produção, contaminação de produtos, acidentes ambientais, perdas de patrimônio, etc. A segurança cibernética se tornou fundamental para garantir

a tranquilidade social, política e econômica.

Se analisarmos a indústria de petróleo e gás, que sempre é pioneira em tecnologia, e passa por grandes mudanças tecnológicas, é fundamental estar atento aos riscos de segurança cibernética, que vem aumentando e, globalmente, este segmento vem sofrendo um aumento substancial de ataques dessa natureza.

A transformação digital do setor de petróleo e gás vem trazendo uma série de benefícios: a conectividade entre equipamentos, o uso de drones, a inteligência artificial, entre outras tecnologias, que propiciam muitos ganhos em termos de produtividade, eficiência e segurança.

A digitalização e o monitoramento remoto na indústria de petróleo e gás offshore tem sido uma inovação, com resultados operacionais interessantes. No entanto, esses avanços tornaram as plataformas de perfuração offshore mais vulneráveis a ataques cibernéticos. Onde os sistemas são instalados de forma tradicional, isolados e desconectados, limitando o sucesso do cyber hacker, o aumento no monitoramento remoto e controle autônomo, IOT e digitalização tornou as plataformas muito mais suscetíveis a ataques. Ou seja, a indústria de óleo e gás não está indiferente, nem imune, aos ataques, e vem promovendo muitas palestras de conscientização, e distribuindo comunicados aos colaboradores, disseminando cuidados, para evitar ataques. Os sistemas atuais que interconectam equipamentos, refinarias e plataformas possuem uma alta vulnerabilidade de ataque.

O aumento percentual de computadores atacados no setor de petróleo e gás pode ser rastreado até o desenvolvimento de diversos worms (programas maliciosos que se autorreplicam no dispositivo infectado), escritos em linguagens de script, especificamente o Python e o PowerShell. Esses worms são capazes de coletar credenciais de autenticação da memória de processos do sistema.

no 389 Petro & Química 43 Artigo

Grande parte das estatísticas apresentadas por especializadas em tecnologia e cibersegurança apontam que vulnerabilidades conhecidas, e amplamente divulgadas em aplicações, sistemas operacionais e frameworks, constituem a principal fonte de ataques cibernéticos bem-sucedidos.

Nem sempre os ataques cibernéticos bem-sucedidos são resultados da falta de cuidado de uma organização. Às vezes, o sucesso se refere à “agilidade” dos cibercriminosos, que estão cada vez mais “profissionalizados”, e operando com base em soluções técnicas avançadas, e dotadas de inteligência artificial. Vale comentar que o perfil dos hackers mudou nos últimos anos, e hoje, são responsáveis por crimes que movimentam bilhões de dólares, todos os anos, e que, em sua grande maioria, visam a obter lucros para suas organizações criminosas. Estas organizações trabalham com vários objetivos, onde podemos citar, espionagem, sabotagem, desestabilização e financeiros.

Em termos de sistemas de controle e instrumentação, mesmo no setor de óleo e gás, há um parque instalado enorme desatualizado, e que não possui proteções adequadas, e torna o ambiente favorável, com alta vulnerabilidade, para um ataque. A segurança de qualquer planta de processo sempre foi um problema, agora, imagine num setor bilionário, que é o setor de óleo e gás. Após coletar dados suficientes, os cibercriminosos podem assumir o controle operacional. Se isso acontecesse em uma planta de óleo e gás, poderia disparar falsos alertas que, se não verificados, podem causar mais danos do que o evento real, ao receberem uma resposta inadequada. O setor de petróleo e gás constitui uma das partes fundamentais do setor de infraestrutura crítica de um país, razão pela qual a segurança cibernética deve ser a preocupação número um, para a maioria das operações. Ataques bem-sucedidos podem ter efeitos catastróficos, e também pode resultar em um efeito cascata, afetando a cadeia produtiva, outros subsetores e mercados. À medida que a indústria energética entra em uma nova era de tecnologia, o papel da segurança cibernética e a análise de riscos torna-se ponto de extrema relevância para o negócio.

Antes de termos a chamada conectividade, havia ameaças de danos físicos e, em seguida, a segurança dos dados de contra-ataques físicos. Agora, temos conectividade e interconectividade, e os hackers podem acessar remotamente um dispositivo, e assumir o controle de todo um ecossistema.

Pensando no parque instalado com tecnologia já desatualizada, e lembrando que a Internet não foi desenvolvida inicialmente com foco na segurança em mente, e sim na velocidade e disponibilidade, e que, além disso, muitos sistemas industriais já existem há muito tempo, como uma colcha de retalhos de sistemas de controles e redes novas e antigas, vários equipamentos, e que foram instalados ao longo do tempo, fica clara a vulnerabilidade em questão, em todo este legado. Essa interconectividade se estende além dos sistemas operacionais e das redes de controle industrial, para as redes de negócios e vice-versa. Consequentemente, existem, potencialmente,

milhares de pessoas com acesso direto e indireto a sistemas críticos e, literalmente, dezenas de milhares de maneiras de invasores atacarem esses sistemas.

Vale lembrar ainda que, nas últimas décadas, as redes de TI (tecnologia da informação), e de automação, convergiram entre si, ou seja, integraram-se uma à outra, na chamada arquitetura integrada. Isso estabeleceu condições favoráveis a ataques cibernéticos, já que as redes de automação têm pouca “maturidade”, em relação aos controles de segurança cibernética.

Uma primeira análise técnica e criteriosa sobre a rede corporativa e de instrumentação, no parque instalado, analisando seus pontos fracos no dia-a-dia, verificando as possíveis portas de acessos de dados e acessos às redes, verificando a regras de conexão de dispositivos em redes ethernet e sem fio, sem registros e autorizações prévias, e a implantação de uma política de cibersegurança com infraestrutura especializada é o que pode garantir um nível a mais, em termos de segurança.

Um ponto importante é que nem mesmo em plantas sem internet há problemas de segurança. Por exemplo, empresas prestadoras de serviços podem introduzir – intencionalmente ou não – programas maliciosos. E ainda, sistemas de automação podem estar vulneráveis, assim como controladores lógicos programáveis (PLCs) infectados, configurações, etc.

Pode-se acreditar que, com o fator de ter hardware e software atuais e tecnologicamente avançados, não se tenha vulnerabilidades.

Criar mecanismos para monitoração das redes para atividades suspeitas é outro passo, em favor da segurança. A coisa mais importante que qualquer empresa deve fazer é assumir a atitude de que todos estão em risco. Muitas empresas vão focar em soluções técnicas, mas esquecem as pessoas. A primeira coisa é conscientizar as pessoas de que todos na organização têm um papel a desempenhar no bom gerenciamento da segurança cibernética, não apenas as pessoas que lidam com os problemas de TI.

Não há dúvida de que fazer esta análise, comentada anteriormente, em termos de hardware/software, pode ser demorado, mas é uma etapa crucial. Se você não sabe onde estão suas vulnerabilidades, como pode elaborar uma estratégia de proteção? Depois de compreender o sistema e as vulnerabilidades, deve-se estar atento para proteger os dados confidenciais, durante todo o ciclo de vida da planta e operação. Que tipo de controle de segurança deve-se colocar, em relação aos dados? A natureza dos dados informa qual tipo de controle de segurança usar. Uma análise de riscos pode ser qualitativa ou quantitativa, oferecendo possibilidades de abordagem rápida e mais precisa da relação custo/benefício, entres os riscos identificados e as medidas de segurança colocadas em questão. Algumas empresas adotam a gestão de riscos de acordo com a ISO 31000, e que estabelece os princípios e orientações a partir de um framework universal, e especifica diretrizes para fatores que devem ser considerados na ges-

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tão de riscos. Existem outras metodologias de análises, por exemplo, estáticas e dinâmicas.

Outro fato que merece destacar é que, em redes industriais, nem sempre estabelecer controle de segurança de borda já garante a proteção adequada. Existem inúmeras outras formas de ataques, que podem ameaçar as redes, quer sejam ataques realizados por insiders a dispositivos e equipamentos infectados e conectados diretamente à rede, ou mesmo ameaças que ainda rondam a rede de T.O.(rede de tecnologia operacional).

Nesta análise criteriosa, uma boa alternativa é implementar uma lista de permissões de aplicativos, que podem acessar o sistema de controle em questão. Desenvolver uma lista de aplicativos, que podem ser executados no sistema, é muito mais eficaz contra malware do que tentar bloquear aqueles que não podem, porque novos malwares são lançados quase que diariamente. Certamente, é importante saber exatamente o quão seguro esses aplicativos são.

Garantir a configuração adequada, e realizar o gerenciamento de patches, é fundamental. Para isso, a orientação é baixar as atualizações com assinaturas digitais e hashes (algoritmos matemáticos para a criptografia), fornecidos pelos fornecedores. Na prática, o que acontece é que estes procedimentos são demorados, e muitas vezes não são executados, devido à necessidade de constante verificação humana, por isso, surgiram ferramentas que auxiliam quem é responsável por garantir que estas atividades sejam realizadas. Uma solução de gerenciamento de patch automatizado é importante, para mitigar e prevenir riscos de segurança, além de acelerar o processo.

ressante é a chance de revisar, testar e agendar patches de software oficiais, sem deixar o sistema crítico em risco. Ao contrário da correção tradicional, o patch virtual permite que uma falha seja corrigida, sem tocar em suas bibliotecas, no sistema operacional, ou mesmo no dispositivo em que está sendo executado. A correção se concentra em solucionar temporariamente o problema, alterando ou eliminando comportamentos perigosos, assumindo o controle das entradas e saídas de aplicativos. Tem como alvo os ataques, que utilizam uma vulnerabilidade conhecida, e preventivamente interrompem e bloqueiam o tráfego de rede, antes que o cibercriminoso explore o sistema de destino.

Certamente, o virtual patching é uma técnica com estratégia para responder a um evento pontual de forma rápida, no entanto, não é uma ação que substitui as correções definitivas. O risco de incidentes só é eliminado ao implantar patches permanentes, sempre que possível.

Outra etapa é isolar a rede corporativa da rede de controle de automação, especialmente da Internet. Revisar a conectividade com requisitos bem definidos é fundamental, onde deve-se permitir apenas conectividade em tempo real com redes externas, onde houver um requisito da real necessidade definido. Bloquear todas as portas não utilizadas e desativar todos os serviços não utilizados faz parte desta análise pela segurança.

“Em termos do uso de dados em nuvem, com a implementação da indústria 4.0, cada vez mais, os processos industriais necessitam e geram mais dados e informações. Armazenar, processar, distribuir corretamente, e assegurar essa quantidade de dados, não é uma tarefa fácil de ser feita, sem o auxílio da tecnologia. A computação em nuvem é o catalisador para que isso aconteça.”

Vale comentar que o patch de software se concentra na resolução ou correção de problemas que afetam uma funcionalidade, porém, hoje em dia, com o progresso de ameaças mais direcionadas e sofisticadas, acontecendo em ciclos mais curtos, o foco da correção está mudando. A velocidade com que os cibercriminosos exploram as vulnerabilidades é muito maior que a capacidade das empresas de corrigir as falhas de software, permitindo que os cibercriminosos obtenham os recursos de que precisam, para explorar vulnerabilidades, o que envolve riscos.

Esta corrida para corrigir defeitos conhecidos de software traz uma nova abordagem, chamada Virtual Patching, que é um processo de abordagem de falhas, que envolve a implementação de uma camada de política de segurança, que evita e intercepta a exploração de vulnerabilidades. Isso inclui recursos para inspecionar e bloquear atividades maliciosas no tráfego da web, detectar e prevenir ataques a aplicativos ou sistemas operacionais, e implementar de forma eficiente correções em ambientes locais ou em nuvem. O mais inte-

Construir um ambiente com redes segmentadas é o mais adequado e, desta forma, podem-se limitar danos de uma violação de uma rede, se o malware for introduzido de alguma forma no sistema de controle ou na rede corporativa. É importante capturar todos os ataques em um local e, desta forma, evitar a capilaridade do ataque ao sistema como um todo.

Evitar sempre contas padrão, e criar níveis de acesso com autenticações, assim como reduzir os privilégios para apenas aqueles necessários para as funções de um usuário, e implementar políticas de senha seguras, com credenciais separadas para zonas corporativas e de controle, é a melhor prática. Nunca compartilhar dados ou informações confidenciais ou críticas, entre redes corporativas e de controle, é fundamental.

Outra etapa da jornada de proteção é implementar acessos remotos seguros. Não se devem permitir conexões persistentes para fornecedores ou usuários de negócios. Utilizar sempre conexão controlada e com autenticação. Por exemplo, você já imaginou o risco, quando os funcionários de uma empresa precisam usar uma rede Wi-Fi pública e não segura, quando estão externos?

Existem protocolos úteis a seguir, e produtos excelentes que podem ajudar a prevenir a maioria dos ataques cibernéticos. No entanto, mesmo se você dedicar enormes recursos financeiros em firewalls e redes privadas virtuais (VPNs), se

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sua equipe não estiver treinada para evitar violações, é provável que ocorram ataques cibernéticos.

A adoção do home office pelas empresas, como forma de garantir a continuidade dos negócios em meio à Pandemia, foi um modelo eficiente, dentro do novo normal. Porém, muitas organizações não tiveram tempo hábil de avaliar, de forma criteriosa, os riscos de segurança da informação, envolvidos no trabalho fora das dependências corporativas. Um dos primeiros passos em favor da segurança na condição de home office é a empresa garantir a definição da infraestrutura de forma cuidadosa, disponibilizando equipamentos corporativos, tais como laptops com sistemas operacionais atualizados e programas antivírus, devendo aplicar processos de mapeamento de ameaças, e realizar testes de invasão na Rede Virtual Privada (VPN), e permitindo o acesso aos sistemas internos da empresa somente via VPN ou nuvem. Além disso, ter regras de uso destas ferramentas e orientações de conectividade em wi-fi públicas, uso de bluetooth e driver externos (pen drive, hard disk), etc.

Em termos do uso de dados em nuvem, com a implementação da indústria 4.0, cada vez mais, os processos industriais necessitam e geram mais dados e informações. Armazenar, processar, distribuir corretamente, e assegurar essa quantidade de dados, não é uma tarefa fácil de ser feita, sem o auxílio da tecnologia. A computação em nuvem é o catalisador para que isso aconteça. Entre as vantagens da nuvem, destacamse a flexibilidade e a agilidade no fornecimento dos recursos necessários para a tomada de decisão das empresas que aderiram ao novo modelo industrial.

A computação em nuvem surge com uma importante aliada desse processo, oferecendo vantagens, como infraestrutura flexível, compartilhamento de dados feito de forma fácil e ágil, disponibilidade dos dados em tempo real, e gestão de manutenção e de atualizações, para hardware e software, por parte de provedores de serviços. Por ter essas características, a nuvem é capaz de fornecer serviços de computação, como servidores, rede, bancos de dados, softwares, entre outros, diferindo das infraestruturas físicas por sua flexibilidade, alta disponibilidade de dados, e uma capacidade de processamento que pode ser ilimitada. Tal infraestrutura é propícia para desenvolver aplicativos, recuperar dados, armazená-los, fazer backups, transmissões multimídia, hospedar sites da web, fornecer software por demanda, analisar dados, e gerar projeções para negócios, de todos os portes e segmentos.

Desta forma, dados e informações não pertencem “teoricamente” a um lugar físico, e todos daquela corporação podem tirar vantagens disso, é a chamada descentralização da informação. Cada profissional que atua em uma planta pode ter as informações necessárias para executar seu trabalho, mesmo que estas sejam provenientes de outra planta, de forma rápida e organizada. Sua fácil escalabilidade transmite aos processos industriais tudo o que eles necessitam, para se tornarem dignos da indústria 4.0. Além disso, por meio de acessos restritos, é possível segmentar quem o acesso e o conteúdo. Porém, aqui,

novamente, deve-se ter a atenção aos requisitos de segurança da informação e garantia de seus mecanismos. Com a crescente adoção dos serviços em nuvem, os criminosos se têm aproveitado das vulnerabilidades desse serviço, para atacar os sistemas das empresas. Os usuários desse tipo de solução precisam ter em mente que, já que os dados ficam acessíveis remotamente, é preciso ter mais atenção com as medidas de segurança, e incorporá-las como um hábito.

Os riscos de armazenamento e as principais ameaças são semelhantes na nuvem, e em qualquer outro local. Ou seja, é preciso garantir que, em todo o perímetro da empresa, as informações e sistemas estejam sempre protegidos. Quanto maior o número de sistemas conectados na nuvem, e mais dependentes as empresas forem, maior serão as vulnerabilidades nesse ambiente.

Lembrando novamente que a Pandemia do coronavírus obrigou muitas empresas a mudarem rapidamente sua forma de trabalhar, e passarem a depender da nuvem para realizar suas atividades. Entretanto, esse movimento não foi feito somente pelas empresas e funcionários, mas também ocorreu nas organizações criminosas, que oferecem ameaças cada vez mais ousadas.

Vale comentar ainda que os próprios profissionais das empresas podem constituir uma ameaça, quando a empresa não tem a cultura que fortaleça as boas práticas e conscientização sobre a segurança cibernética. Muitas vezes, a questão da vulnerabilidade não acontece por má intenção, mas por falta de conhecimento, e mesmo descuido.

Estaremos vivenciando o crescimento da robótica, e mesmo do IOT nas aplicações industriais, o que potencializará ainda mais as preocupações com os riscos de ataques. Nos próximos anos, espera-se um crescimento exponencial de dispositivos conectados, algo acima de 75 bilhões de dispositivos. A maioria dos dispositivos atuais são extremamente inseguros. Lembrando ainda que estes dispositivos, em sua maioria, possuem arquitetura de sistemas de hardware embarcados, expondo vulnerabilidades de hardwares, através de trojans, injeção de falhas, modificações do hardware, etc.; vulnerabilidades de firmware e sistema operacional, que são pontos fracos durante atualizações, e, finalmente, vulnerabilidades de aplicações, por meio de trojans, buffer overflow, etc.

O debate sobre a segurança cibernética torna-se ainda mais necessário, devido à implantação acelerada das tecnologias digitais, como o 5G, que permitirá uma maior conectividade entre equipamentos e, por outro lado, mais portas abertas para ataques cibernéticos.

Os ataques cibernéticos precisam tornar-se protagonistas na agenda de desafios das empresas do setor de petróleo e gás, e de outras organizações industriais. Com o mercado altamente competitivo ao redor do mundo, falhas de segurança na arquitetura de produtos e sistemas são cada vez menos admissíveis. A velocidade do impacto global dos ataques cibernéticos é exponencial.

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Conceitos Gerais sobre Cybersegurança

Cybersegurança se refere à prática de proteger computadores, dispositivos, redes e dados contra ataques maliciosos. Para tal, muitas questões aparecem, e algumas boas práticas devem estar em mente.

Como proteger instrumentos inteligentes/calibradores e seus dados de hackers?

Sempre que possível, optamos pela segregação e segmentação das redes onde se localizam os instrumentos. Associado a isto, buscamos adicionar, onde necessárias, as boas práticas de autenticação, autorização, auditoria, confidencialidade e integridade.

Alguns conceitos, a serem garantidos aqui, são:

AUTENTICAÇÃO – “Quem é você? “

AUTORIZAÇÃO – “O que você pode fazer? “

AUDITORIA – “O que você fez? “

CONFIDENCIALIDADE – “Os dados transferidos entre dois sistemas devem estar encriptados”

INTEGRIDADE – “Os dados transferidos entre dois sistemas devem possuir checagem de integridade, por exemplo, algoritmo de CRC”

DISPONIBILIDADE - “O sistema deve continuar operando em caso de uma falha”

Para implementar a Segregação

1) Segmentar as redes.

2) Previna o acesso à rede das pessoas não autorizadas.

3) Permita apenas usuários autorizados na rede.

4) Possibilite vários níveis de acessos para cada tipo de usuário: “Mantenha os intrusos fora, e os de dentro, honestos”

Os instrumentos têm de ser atualizados?

Na medida em que descobrimos vulnerabilidades, patches são necessários, e os instrumentos devem ser atualizados. Os instrumentos possuem softwares embarcados, compostos por diferentes componentes. A Nova Smar segue os boletins de segurança dos componentes e propaga estas atualizações para os instrumentos.

Como lidar com o tempo de homologação de Patches?

Serviços sob demanda são contratados pelas empresas para homologações. A homologação de Patches faz parte do processo de atualização de software.

Quais as obrigações dos fornecedores de instrumentos e softwares industriais no quesito segurança?

Adaptar e homologar tecnologias de segurança, para suportar as necessidades dos ambientes industriais. E deve ser proativo em notificar e disponibilizar atualizações para possíveis vulnerabilidades, detectadas pelos fóruns de segurança e por empresas especialistas.

Qual o impacto do home office na segurança cibernética das empresas e plantas?

Se faz necessária a utilização de hardwares e softwares específicos para suportar o acesso remoto e procedimentos de segurança para acesso. Os recursos aos quais os usuários têm acesso devem ser limitados quanto à necessidade, e devidamente atribuída a responsabilidade, quanto à dimensão de possíveis impactos. No System302, a Nova Smar provê diferentes grupos de usuário para limitar as ações.

Como escolher um antivírus/malware/ramsomware?

O System302 da Nova Smar é homologado periodicamente para o uso de pelos menos 2 antivírus profissionais; mas já existem softwares específicos, dedicados à área de automação, que fazem esta tarefa (por exemplo: KICS Kaspersky).

Se seus clientes/usuários trabalham com nuvem, como escolher uma?.... e seu “provedor”? como deve ser a infraestrutura para nuvem?

Atualmente, existem muitos provedores, oferecendo uma enorme variedade de serviços em nuvem, desde gigantes como a Amazon, Microsoft e Google, até fornecedores de nicho, com ofertas de serviços sob medida.

A Nova Smar recomenda a abordagem de segurança de ponta a ponta, começando pelos dispositivos locais. Hoje, temos, por exemplo, edge devices, equipados com módulos TPM (Trusted Platform Module), que armazenam chaves de criptografia específicas para autenticação de hardware. A segurança da conexão pode ser obtida, por exemplo, com o uso de protocolos seguros, como o AMQP (criptografia TLS e handshaking com certificados), e o MQTT (por HTTPS). Já na nuvem, podem ser contratados serviços de segurança, como Active Directory, Key Vault, entre outros.

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Arquitetura recomendada

1. Rede, Controladores, Servidores e Roteadores devem ser projetados para operar de maneira redundante, garantindo DISPONIBILIDADE;

2. Uma DMZ (Zona Desmilitarizada) elimina tráfego direto entre a Área corporativa e a Área do chão de fábrica;

3. Os usuários corporativos devem ser forçados a autenticar, para garantir que eles têm direito aos serviços;

4. Utilizando o Gerenciador de Grupos no Studio302 (Plataforma de Gerenciamento de Softwares da Nova Smar), o administrador do sistema deve configurar direitos de acesso e permissões, para cada operador;

5. Segmentação na rede de controle vai prover determinismo e controle sobre a ethernet industrial;

6. Os Servidores OPC operam de forma segura, entre vários clientes, de diversos fabricantes;

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no 389 Petro & Química 49 Artigo 7. Exemplo utilizando Infraestrutura da CISCO Referências  IEC 62443-4-1, IEC 62443-4-2  NIST Special Publication 800-82 Guide to Industrial Control Systems (ICS) Security

Central de Custódia desenvolve 1º sistema de circularidade de resíduos da cadeia do plástico

4° maior produtor de lixo plástico no mundo, o Brasil reciclou 23,1% dos resíduos plásticos pós consumo, em 2020, segundo dados da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, e possui o desafio de ampliar os índices de reciclagem, assegurando um modelo de consumo mais sustentável.

A Central de Custódia, startup especialista em rastreabilidade de dados da cadeia de logística reversa de embalagens, está desenvolvendo uma ferramenta, capaz de rastrear os resíduos plásticos, desde o seu descarte até a reinserção como matéria-prima, na fabricação de um novo produto.

A iniciativa foi estabelecida por meio de um convênio assinado no final de maio, entre a Abiplast e a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial –, respectivamente gestora e financiadora da medida, no acordo que terá vigência de dois anos.

Para Fernando Bernardes, Diretor de Operações da Central de Custódia, o convênio possibilita aliar a experiência da startup em rastreabilidade de dados da cadeia de reciclagem do país às necessidades de todos os agentes do setor.

“O sistema que estamos desenvolvendo possibilitará rastrear toda a circularidade da cadeia do plástico, envolvendo todos os agentes: entidades gestoras, operadoras da reciclagem, indústria de reciclagem, indústria de embalagens e proprietários de marcas. Desconhecemos algo similar no mundo”, afirma.

Com o novo convênio, a ferramenta criada vai poder emitir um Certificado de Economia Circular dos plásticos, a partir do rastreio de origem dos seus resíduos e da verificação da circularidade, ou seja, do descarte ao reuso como matériaprima, a novos produtos e mercados, e com transparência e segurança jurídica dos dados utilizados.

De acordo com o diretor-superintendente da Abiplast, Paulo Teixeira, na prática, a ferramenta vai valer-se dos dados de origem dos resíduos, de forma combinada às informações da indústria no uso dos resíduos como matéria-prima, e reincorporados em novos produtos. “Com isso, é possível também garantir segurança jurídica para as empresas usuárias da plataforma – algo que, no final das contas, torna ainda mais atrativa a adesão a modelos circulares de economia”, complementa.

Sendo verificador independente, é vedado à Central de Custódia comercializar créditos de logística reversa. Essa essência traz segurança e transparência, para toda a cadeia de reciclagem de embalagens pós

consumo compartilhar seus dados de forma anonimizada, e possibilitar integração entre eles, evitando colidência e duplicidade de resultados, e permitindo a rastreabilidade dos dados da origem de triagem até o proprietário da marca ou “brand owner”.

É importante salientar que os dados lançados no sistema de circularidade do plástico serão integrados com os dados da base da Central de Custódia, de forma anonimizados, o que possibilita a rastreabilidade completa do plástico da origem ao novo produto. Essa integração será a única forma de evitar o que denominamos de “duplicação de massa”, em diferentes Notas Fiscais, nos resultados de logística reversa de embalagem em geral, e possibilitará o aumento de fluxo de material para a Indústria Recicladora, além de coibir as práticas de greenwashing no mercado de créditos de reciclagem”, destaca Bernardes.

A Central de Custódia atua como verificador independente de resultados de logística reversa de embalagens do Brasil, e possui em sua base de cliente mais de 12 programas, que já adicionaram na Central mais de 600 mil toneladas de embalagens pós-consumo recuperadas no país.

Atualmente, contém, na Central de Custódia, mais 541 Cooperativas/Associação de Catadores e Operadores Privados, ambos são conhecidos no setor como Operadores. “Na maioria das vezes, os operadores comercializam materiais entre eles e, após determinado acúmulo no operador mais bem estruturado, esse material é enviado até a Indústria Recicladora. O modelo de circularidade do plástico desenhado foi elaborado para trabalhar de forma independente, e integrado na Central de Custódia, sendo que toda vez que elos da cadeia forem comuns em ambos os sistemas, será possível verificar o caminho do material até chegar naquele determinado operador logístico e, a partir do operador logístico, até chegar na indústria recicladora e, consequentemente, até o proprietário de marca”, finaliza Bernardes.

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Mercado de Carbono cresceu 4 vezes mais no último ano

O mundo parece disposto a cumprir o Acordo de Paris, assinado por 196 países, e que visa a desacelerar o aquecimento global. É isso que indicam os dados do Ecosystem Marketplace (EM) – fonte global líder de informações sobre finanças ambientais, conduzida pela organização sem fins lucrativos, Forest Trends –, que apresenta um grande crescimento no valor anual de negociações do mercado de carbono voluntário em 2021, atingindo a marca de 1,98 bilhão de dólares – aumento de quase 300%, em comparação a 2020, onde o valor era de US$ 520 milhões.

2021, mostra que o Brasil possui capacidade de suprir 22% da demanda global do Mercado de Carbono.

A cada tonelada de gases de efeito estufa (GEE) não emitida, é gerado um crédito de carbono, que pode ser vendido para empresas ou governos de países que necessitam atingir metas de redução de GEE, mas não consegue por algum motivo.

O relatório da EM também mostra que a maior parte do lucro do mercado voluntário de carbono encontra-se na categoria “floresta e uso de terra”, somando US$ 1,32 bilhão, área em que o Brasil possui vantagem, pela grande presença de floresta Amazônica em seu território – um estudo realizado pela ICC Brasil – International Chamber of Commerce em

“Para participar do mercado de carbono é necessário calcular, primeiramente, a pegada de carbono da organização. A partir dela é possível traçar estratégias para reduzir as emissões, resultando em créditos de carbono para comercialização”, explica Alessandra Gaspar Costa, diretora-executiva da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa presente em mais de 10 países. “Esse mercado tende a continuar crescendo, principalmente se houver uma regulamentação”, completa. O segundo edital de Chamada para Aquisição de Créditos de Carbono no Mercado Voluntário, com valor é de R$ 100 milhões no total, foi lançado pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – com objetivo de financiar o desenvolvimento do mercado de carbono, incentivando padrões de qualidade para projetos de descarbonização.

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Barco autônomo para monitoramento ambiental da UFF, UFRN e NVIDIA

Um dos principais objetivos da NVIDIA como empresa global é avançar a tecnologia em diversos setores e cenários de futuro. Justamente por isso, a empresa possui uma ação ativa junto às universidades e laboratórios de pesquisas e da indústria, que visam a trazer melhorias para o mercado e para o mundo. Esse é o caso do mais recente case de sucesso entre a empresa, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Juntas, elas estão desenvolvendo o F-Boat, um veleiro autônomo, capaz de realizar monitoramento ambiental na superfície marinha da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Diversas tecnologias da NVIDIA foram escolhidas para atender às necessidades de diferentes partes do projeto, que uniu um grupo de 20 pesquisadores e coordenadores, liderado pelos professores Esteban Clua e Daniel Nogueira da Universidade Federal Fluminense, além de Luiz Marcos Gonçalves da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A proposta da embarcação é poder navegar de forma completamente independente, captando informações ambientais do oceano, por meio de sensores, facilitando o trabalho de pesquisadores ambientais do mundo todo, e proporcionando segurança, agilidade e o aumento da base de dados a respeito das condições ambientais dos locais de estudo. O projeto, que já é funcional e está em constante atualização para angariar mais funções, está sendo treinado com IA há dois meses, para navegação completamente autônoma, e identificação de obstáculos e outros objetos. O projeto também teve apoio financeiro da Prefeitura de Niterói, que pretende usar o F-Boat muito em breve.

“A preocupação com o meio ambiente nunca precisou tanto de destaque. É uma pauta da qual depende, literalmente, o nosso futuro como espécie. A NVIDIA se orgulha muito das iniciativas que apoia, envolvendo cuidados do tipo”, afirma Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA na América Latina.

Ainda há muito a ser feito em termos de aprimoramentos, mas já podemos dizer que um grande passo foi dado, em direção a um cuidado ambiental intensificado pelo bom uso da tecnologia”, explica Esteban Clua, da Universidade Federal Fluminense.

O F-Boat se move a vento, energia solar e IA, mais especificamente provida pela plataforma Jetson AGX Xavier da NVIDIA, além de ter embarcadas diversas sondas e sensores (podendo ser atualizado para portar mais equipamentos no futuro), que captam informações de índice de qualidade da água, como PH e oxigenação, e envia esses dados de forma remota a um operador, em tempo real, auxiliando-o na tomada de decisão de cuidado ambiental com a região analisada.

Para viajar sozinho, o veleiro precisa de diversos sensores de navegação, que captam dados externos, e os enviam ao computador com a IA, que utiliza a Jetson. Essa IA julga qual a melhor linha de ação a se tomar no quesito de movimentação, a fim de evitar obstáculos, e seguir por um caminho específico dentro dos parâmetros de seu percurso. A embarcação também possui um

motor elétrico, abastecido com energia solar, que é usado para momentos em que há falta de vento, de demanda por manobras mais precisas ou de emergência, quando o vento sozinho não dá conta de direcionar a embarcação à segurança. Além disso, há um controle remoto que pode ser acionado em casos de emergência, para que o F-Boat seja controlado por um operador externo, em casos mais extremos.

Toda a equipe de operação do F-Boat fica em terra, e o barco é guiado, na Baía, pelo mapeamento dos pontos de interesse apontados pela equipe para a IA. O barco, por não precisar parar nunca, ajuda os pesquisadores a terem uma maior quantidade de dados, do que teriam se contassem apenas com uma análise de embarcações tripuladas. O projeto pretende ser um grande laboratório de pesquisa, tanto ambiental e marítima, quanto de IA. Para o futuro, os pesquisadores buscam instalar mais equipamentos de análise, como câmeras submersas, que possam analisar a vida marinha, por exemplo.

Por enquanto, o grupo de pesquisa ainda trabalha em diversos treinamentos, para tornar o barco mais completo em sua navegação, permitindo que ele identifique cada vez mais tipos de obstáculos diferentes, por exemplo. Para isso, o projeto pretende utilizar o NVIDIA Omniverse Enterprise, a fim de criar um gêmeo digital, tanto da embarcação como da Baía, e poder apresentar à IA diversos obstáculos diferentes, o que seria muito complexo de ser ensinado, só com dados do mundo real. “Isso ajudará o barco a ter contato com situações que não são exatamente fáceis de se simular, sobretudo sem danificar o F-Boat”, conta Clua.

O trabalho de treinamento da IA é extensivo, pois, ele demanda ensinar ao barco como funciona a física do mundo, as condições envolvendo obstáculos, e diversas outras camadas de aprendizado, que só podem ser ensinadas pela tentativa e erro, como a lidar com situações meteorológicas atípicas. Para isso, é preciso o uso de grandes módulos de dados, com reforços positivos da IA, a fim de que ela entenda os comportamentos adequados para guiar a embarcação.

Até agora, foram dois meses de treinamento intensivo da IA do barco, e o uso das DGX1 da NVIDIA possibilitaram que o processamento das informações de treinamento fossem dezenas de vezes mais rápido do que em outras plataformas de processamento. Daqui a um ano, mais ou menos, os pesquisadores esperam conseguir acoplar um módulo de análise de micro plásticos aos F-Boat, além de sensores que possibilitem uma análise de legalidade de pesca para outras embarcações e câmeras térmicas e noturnas. O treinamento de visão computacional, que se está iniciando agora, permitirá verificar análises de resíduos e derramamento de óleo, por exemplo, permitindo conhecer a trajetória desses poluentes.

“Estamos animados com o que pode ser conquistado com o F-Boat, e sabemos que mais projetos do tipo são o futuro de inciativas que intentam preservar, monitorar e melhorar o meio ambiente. A NVIDIA se orgulha muito de fazer parte dessa jornada”, finaliza Aguiar.

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Descarbonizar energia poupará US$ 12 trilhões até 2050

A transição global para um sistema de energia descarbonizado até 2050 permitirá ao mundo economizar 12 trilhões de dólares, em comparação com a continuação dos níveis atuais de uso de combustíveis fósseis. Esta é a principal conclusão de um estudo revisado por pesquisadores da Universidade de Oxford, e publicado na revista Joule.

mais baixos dos sistemas energéticos, ao mesmo tempo em que forneceria mais energia para a economia global, expandindo o acesso para mais pessoas, em mais partes do mundo. Para chegar a esta conclusão, os estudiosos analisaram milhares de cenários de custos de transição produzidos pelos principais modelos do setor energético, e utilizaram dados sobre 45 anos de custos de energia solar, 37 anos de custos de energia eólica, e 25 anos para armazenamento de baterias.

Eles descobriram que o custo real da energia solar caiu duas vezes mais rápido do que as projeções mais ambiciosas desses modelos, revelando que, nos últimos 20 anos, os modelos anteriores sobrestimaram muito os custos futuros da energia limpa.

“ Modelos anteriores, que estimavam custos elevados para a transição, dissuadiram as empresas a investir, e deixaram os governos cautelosos para cortar a dependência de combustíveis fósseis ”, diz o autor principal da pesquisa, Rupert Way , pósdoutorando da Universidade de Oxford. “ Mas os custos da energia limpa caíram acentuadamente na última década, muito mais rapidamente do que esses modelos previam .”

Desde a guerra russa contra a Ucrânia, os custos da energia fóssil dispararam, causando inflação em todo o mundo. Este estudo, realizado antes da crise atual, leva em conta tais flutuações, utilizando dados de mais de um século de preços de combustíveis fósseis. A atual crise energética ressalta as conclusões do estudo, demonstra os riscos de continuar a depender de combustíveis fósseis caros e inseguros, e confirma que a resposta à crise está na aceleração da transição para energia limpa.

A pesquisa mostra um cenário vantajoso para todos: a rápida transição para a energia limpa resultaria em custos

“O mundo está enfrentando uma crise de inflação simultânea, crise de segurança nacional e crise climática, todas causadas por nossa dependência de combustíveis fósseis de alto custo, inseguros, poluentes, e com preços voláteis”, avalia Doyne Farmer, professor de Oxford, e líder da equipe que conduziu o estudo. “Há um equívoco generalizado, de que mudar para energia limpa e verde será doloroso, caro e significará sacrifícios para todos nós – mas isso é simplesmente errado.”

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O estudo “Impactos da cadeia do etanol: subsídios para uma proposta integrada de vigilância ambiental e de saúde do trabalhador”, de Helena Ferraz Bühler e Sandra Souza Hacon, analisou os impactos positivos e negativos da cadeia produtiva do etanol, em munícipios do polo agroindustrial do estado de Mato Grosso.

A pesquisa das autoras evidenciou que os impactos considerados positivos à expansão da cana-de-açúcar para a produção de etanol no Cerrado sofrem, ao longo do tempo, a falta de melhorias sociais e econômicas. Ressaltam também que é importante implantar iniciativas e ações, para uma gestão em saúde ambiental e de prevenção à saúde dos trabalhadores.

O estudo completo traz ainda desenho e contexto do universo empírico da pesquisa; coleta de dados; análise dos dados; aspectos éticos; impactos positivos e negativos da cadeia produtiva do etanol, na área de influência direta e indireta do empreendimento; riscos socioambientais nos territórios inseridos no polo agroindustrial do etanol; condições e relações de trabalho dos (ex) trabalhadores inseridos na cadeia do agronegócio, e vigilância em saúde e meio ambiente, para um empreendimento de médio porte no polo agroindustrial do etanol do Cerrado.

O estudo de caso no campo da Vigilância em Saúde Ambiental, desenvolvido no perímetro de abrangência de uma usina de etanol, se utilizou do método de Diagnóstico Rápido e Participativo, com uso de dados secundários, análise documental e entrevistas.

E concluiu que os impactos usualmente percebidos como positivos não promoveram melhorias sociais e econômicas permanentes para os trabalhadores e a população local. Verificou-se que a vigilância ao meio ambiente e à saúde dos tra-

balhadores inexiste, mas a vigilância participativa contribui para o empoderamento dos atores sociais nas discussões dos direitos dos trabalhadores e para a percepção socioambiental local.

Embora localizado, o estudo levantou evidências de que os impactos considerados positivos à expansão da cana-deaçúcar para a produção de etanol no Cerrado, ao longo do tempo, não são percebidos nem representam, necessariamente, melhorias nas condições sociais e econômicas, tanto dos trabalhadores da cadeia de produção quanto das comunidades na área de influência do empreendimento. A vigilância à saúde e ao meio ambiente praticamente inexiste nesses locais, e a fiscalização é condescendente com os impactos gerados pelo setor, possibilitando ao empreendimento, assim, operar sob controles ineficazes para o enfrentamento dos impactos gerados por ele. Ademais, a vigilância em saúde dos trabalhadores, especificamente, é ausente, assim como a integração de ações entre instituições e esferas governamentais para ratificar a necessidade da vigilância participativa com atores locais, constituindo, dessa forma, um instrumento de gestão em saúde ambiental para a formulação de políticas públicas com mais equidade.

O artigo faz parte da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional da Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.

Impactos da cadeia do etanol: subsídios para uma proposta integrada de vigilância ambiental e de saúde do trabalhador
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Agência de embalagens alemã classifica como recicláveis estruturas de filme de polietileno / poliamida

Estruturas de filme coextrudado de polietileno/poliamida foram reconhecidas como mecanicamente recicláveis pela Agência Central alemã de registro de embalagens, Stiftung Zentrale Stelle Verpackungsregister . Este é o resultado de uma nova avaliação feita pela agência sobre as poliamidas no seu padrão mínimo de avaliação da reciclabilidade de embalagens.

“Valorizamos a decisão de registro do Stiftung Zentrale Stelle Verpackungs”, diz Rolf-Egbert Grützner, gerente sênior de Suporte Técnico para poliamidas de extrusão Ultramid da Basf Europa. “Estava em tempo de corrigir a categorização da poliamida 6, e também das co-poliamidas 6/6.6 relacionadas, e colocá-las em uma base sólida e atualizada”.

Já em junho de 2021, o instituto independente de teste e certificação cyclos-HTP examinou e confirmou sistematicamente a reciclabilidade de filmes multicamadas de PE/PA, em nome da Basf.

Mais rápido, mais barato

O cenário de “Transição Rápida” do estudo mostra um futuro realista possível para um sistema de energia livre de fósseis, por volta de 2050, fornecendo 55% mais serviços de energia globalmente do que hoje, aumentando a energia solar, eólica, baterias, veículos elétricos, e combustíveis limpos, como o hidrogênio verde (feito de eletricidade renovável).

Segundo Way, acelerar a transição para a energia renovável é agora a melhor aposta, não apenas para o planeta, mas também para os custos de energia. “Nossas últimas pesquisas mostram que a expansão de tecnologias verdes continuará a reduzir seus custos, e, quanto mais rápido formos, mais economizaremos”, diz o pesquisador.

“Este estudo mostra que políticas ambiciosas para acelerar drasticamente a transição para um futuro de energia limpa, o mais rápido possível, não só são urgentemente necessárias, por razões climáticas, mas podem economizar trilhões de dólares mundiais em custos energéticos futuros, dando-nos um futuro mais limpo, mais barato e mais seguro, em termos de energia”, diz Farmer.

A utilização de estruturas de filmes coextrudados PE/PA em filmes multicamadas possibilita a produção de filmes muito finos (downgauging), reduzindo significativamente o uso de plásticos, e também a quantidade de resíduos.

A reclassificação é visível através da alteração no Anexo 3 – fração “Filme e PEBD (polietileno de baixa densidade)” – do padrão mínimo para avaliação da reciclabilidade de embalagens, sujeitas à participação do sistema conforme Seção 21 (3) VerpackG.

“Os custos renováveis vêm diminuindo há décadas. Eles já são mais baratos que os combustíveis fósseis, em muitas situações, e nossa pesquisa mostra que eles se tornarão mais baratos que os combustíveis fósseis, em quase todas as aplicações, nos próximos anos”, explica Farmer. “Se acelerarmos a transição, eles se tornarão mais baratos mais rapidamente.”

O estudo é uma colaboração entre o Institute for New Economic Thinking da Oxford Martin School, o Oxford Martin Programme on the Post-Carbon Transition, a Smith School of Enterprise & Environment da Universidade de Oxford, além do SoDa Labs da Universidade de Monash.

A pesquisa estima ainda que os custos das principais tecnologias de armazenamento, como baterias e eletrólise de hidrogênio, também deverão cair drasticamente. Enquanto isso, os custos da energia nuclear têm aumentado consistentemente, nas últimas cinco décadas, tornando altamente improvável que ela seja competitiva no futuro.

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Digital Twin

O software Vidya é a ferramenta ideal para indústrias de Petróleo e Gás, que estão inseridas em ambientes com atmosferas agressivas para ativos. Com a necessidade de maior controle sobre a integridade desses componentes, garantindo um processo contínuo, e com o mínimo de falhas possível.

O software, desenvolvido por engenheiros com experiência na área, faz uso das principais tecnologias de Transformação Digital (IoT, Digital Twin, AI, Machine Learning e Cloud Computing), e tem, entre seus principais objetivos, a missão de fornecer informações relevantes em tempo, a fim de ter uma visão ampla de toda a operação, garantindo integridade, evitando grandes falhas, e otimizando a vida útil restante dos ativos.

CA60 Bobina, indicada para uso industrial

Tudo isso é possível, graças ao uso do Digital Twin, que é incorporado pelo software por meio de um modelo digital 3D, alimentado com dados em tempo real, coletados pelo responsável pela inspeção, por meio de um tablet utilizado em campo, e por meio de Sensores IoT instalados nos ativos industriais

Através do Vidya Software é possível automatizar e integrar todas as atividades de gestão de integridade de ativos. Dentre os módulos que o software atende, destacam-se: Gestão de planos de revestimento; Manutenção elétrica; Integridade estrutural do sistema; Integridade estrutural do equipamento; Manutenção mecânica e gerenciamento de montagem abrangente; Inspeção de estruturas.

Membranas para separação de gases

O Grupo Aço Cearense, maior distribuidor independente de aço e seus derivados no Brasil, com diversos segmentos e várias linhas de produtos, lançou o CA60 Bobina, um formato desenvolvido para fornecer toda qualidade do Vergalhão CA60, produzido conforme norma NBR 7480, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT –, garantindo maior facilidade para manuseio, transporte, produtividade, e é ideal para uso industrial. Segundo a empresa, existe uma grande tendência de industrialização da construção, e o CA60 em bobinas é o produto mais adequado para produção dos trefilados.

Entre as tecnologias de ponta, destacam-se as inovadoras membranas para a separação de gases da UBE. A empresa destaca as membranas para geração de nitrogênio, enriquecimento de gás natural, upgrade de biogás em biometano, recuperação de hidrogênio, desidratação de etanol, entre outras.

As membranas desenvolvidas pela empresa garantem eficiência e segurança no upgrade do biogás para o biometano, resultando em um combustível que atende às normas estabelecidas pela ANP – Agência Nacional do Petróleo –, mais versátil que os outros energéticos, e que pode ser aplicado de forma complementar ao gás natural e ao diesel. Dentre as principais vantagens do uso da tecnologia de membranas frente a outras tecnologias para o processo de upgrade de biogás, pode-se destacar a não utilização de insumos químicos ou água, para remoção do CO2. Devido à sua configuração modular, tanto a operação, manutenção, e um possível scale-up da planta são muito simples.

Produtos & Serviços 56 no 389Petro & Química

Isolantes térmicos

A Armacell, fabricante de isolamentos térmicos, acústicos e materiais estruturais, apresenta sua principal linha de isolantes térmicos em Aerogel e Espuma Elastomérica.

A Armacell tem, em seu portfólio, um produto especialmente voltado para mitigar o processo de corrosão, que ocorre em tubulações que trabalham em temperaturas diferentes da temperatura do meio ambiente, e precisam de isolamento térmico ou acústico: o ArmaGel HT. Desenvolvido para o isolamento de tubulações, tanques e equipamentos que operam em altas temperaturas, o ArmaGel HT é uma manta aerogel altamente flexível e hidrofóbica, ou seja, repelente à água, que auxilia na mitigação da CUI.

A Armacell é também reconhecida no mercado global pela liderança no desenvolvimento de isolamentos de espuma elastomérica e polietileno expandido, no formato de tubos e mantas, que são utilizados em diversos projetos, para atender empresas dos setores de climatização e refrigeração, alimentos, bebidas, entre outros.

Com o ArmaGel HT, a unidade de negócios de Energia da empresa traz para o mercado sul-americano mantas de aerogel e espumas elastoméricas especiais, que suportam altas temperaturas em instalações industriais, constituindo-se uma excelente opção no mercado.

Transmissor Hart certificado

O Transmissor Mássico Coriolis, da Metroval MTM-01-M, foi registrado pela FieldComm Group em Austin Texas (USA), com emissão de certificado de registro. Isso significa que o dispositivo foi submetido aos mais rigorosos testes de conformidade, com as especificações do protocolo HART revisão 7, e foi aprovado. O protocolo HART é um meio de comunicação digital com dispositivos de campo, utilizado principalmente para funções de comissionamento e gerenciamento de ativos, aproveitando a própria infraestrutura existente na indús-

Transporte de Cargas Perigosas

O transporte de produtos perigosos requer tratamento especial, principalmente em relação à segurança, durante o manuseio, embalagem e transporte desse tipo de material. Diante disso, temos, como especialidade, viabilizar a logística de artigos restritos ou perigosos, de qualquer origem para qualquer destino, sempre de acordo com normas nacionais e internacionais, em transporte aéreo, rodoviário e marítimo. A ROTABR transporta em total conformidade com a Resolução nº 5232/2016, da ANTT, para o transporte terrestre, e para o transporte aéreo, conforme normas IATA/ICAO. Além disso, seus especialistas são cursados e certificados pela ANAC em “Dangerous Goods Regulations”, e passam regularmente por treinamentos e reciclagens, oferecem o conjunto: transporte e as melhores embalagens homologadas. Saiba mais: https://rotabrtrans.com.br/fale-conosco/

tria, baseado na modulação FSK (Frequency Shift Keying), sobre o canal de medição analógica de 4 a 20 mA. Esta certificação com o reconhecimento da conformidade com as especificações do protocolo garante que o dispositivo Metroval está apto para ser utilizado amplamente pela indústria, em interoperabilidade com dispositivos de outros fabricantes; isto é um pré-requisito para acesso a vários mercados e diferentes aplicações, garantindo qualidade e segurança, comparável aos principais concorrentes internacionais.

www.metroval.com.br

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Soluções para aplicação com hidrogênio

Como distribuidora no Brasil da Haskel, a Flutrol – que completou 30 anos, apresenta a linha Haskel Hydrogen Systems, que possui 70 anos de experiência com hidrogênio, e fornece Soluções de Reabastecimento de Hidrogênio em todo o mundo, com base em sua reputação de excelência em segurança, qualidade e execução de projetos. A Haskel está sempre expandindo sua oferta de produtos de hidrogênio, com a introdução de diversas Estações de Reabastecimento de Hidrogênio padrão, oferecendo soluções reproduzíveis e de baixo custo. www.flutrol.com.br

Calibrador automático

O PCON KompressorY18 é um calibrador de pressão automático, com compressor de ar interno. Disponível nas versões para Montagem em Rack (Rack Mounting), e uso em campo (Field Service). Nenhum software adicional ou computador é necessário para gerar um relatório de um teste de calibração rapidamente, e os dados são protegidos

em concordância com os requisitos de segurança da CFR 21 Parte 11. Ideal para calibrar seus instrumentos de maneira mais eficiente nas áreas industriais, ele se tornará rapidamente uma ferramenta indispensável no seu trabalho do dia-a-dia, permitindo ganhos reais de produtividade. www.presys.com.br

Seja um especialista e abra novas oportunidades para sua carreira

Com unidades em Petrópolis, Rio de Janeiro capital, Macaé e Campos dos Goytacazes, o IPTEC Instituto de Pesquisa, Educação e Tecnologia, da UCP-Universidade Católica de Petrópolis tem cursos de pós-graduação presenciais, e EaD em várias áreas da engenharia, voltadas ao segmento de petróleo, gás, instalações industriais, naval, offshore, infraestrutura, geração, cogeração, dutos e muitos mais! Visite www.ipetec.com.br ou envie sua dúvida para atendimento@ipetec.com.br

Produtos & Serviços 58 no 389Petro & Química
Inovação no setor de petróleo e gás no setor de petróleo e

Inovação no setor de óleo & gásInovação no setor de óleo & gás

NaCOP26 – Cúpula do Clima de 2021 –, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pontuou que a Natureza não vai esperar o ser humano corrigir seu curso – ela, de fato, vem mostrando isso. Guterres exortou que todos fossem ambiciosos, em relação as metas de redução de carbono. E à medida que mais empresas se concentram na meta global de emissões líquidas zero até 2050, há uma realocação de capital para ativos sustentáveis – que vem impactando o direcionamento dos investimentos em pesquisa e inovação.

Existem várias teorias, que explicam o efeito da sustentabilidade sobre o desempenho financeiro das empresas. Uma é a teoria da modernização ecológica, que afirma que a minimização de custos e a competição pela inovação levaria a um equilíbrio ecológico-econômico tipo solução “ganha-ganha”. Outra é a teoria dos stakeholders, que postula que, além dos acionistas, para uma empresa sobreviver e se manter no mercado, outras partes devem estar satisfeitas

– isso pode incluir público, governo, grupos políticos, comunidades, sindicatos, investidores, instituições e ambientalistas. Essa teoria “das partes interessadas” afirma que o desempenho social corporativo das empresas afeta sua imagem, marca, confiança, reputação e redução de custos.

De qualquer forma, o fluxo dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação seguem o reposicionamento que as petroleiras – e não apenas elas – fizeram há alguns anos, de serem empresas de energia fortemente comprometidas com a sustentabilidade.

E, além da P&I voltada para as energias renováveis, as melhorias no processo da prospecção e extração, de petróleo e gás, precisaram tornar-se mais rápidas, seguras e eficientes. E para o desenvolvimento sustentável do setor, as ferramentas de automação e digitalização têm suportado os complexos desafios de toda a cadeia, mas não só, como a inovação proposta pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, que promete gerar uma economia milioná-

Matéria de Capa 60 no 389Petróleo & Gás
@Nuvens de palavras-chave 2021/2022 do Painel de projetos iniciados/ANP

ria ao processo de extração de petróleo dos poços do Pré-sal, utilizando um modelo híbrido de princípios da Inteligência Artificial, com fundamentos da mecânica dos fluidos.

@Comunicação da EESC

estranhos que invadem o seu setor. E aí devem entrar no radar as startups – muitas das quais acabam sendo compradas, por desenvolverem inovações pontuais perfeitas.

É preciso ainda trabalhar essas tendências, sempre com olhos nas políticas ESG, em macro movimentos – como a escassez de mão-de-obra especializada, aumento dos custos trabalhistas, infraestrutura, por exemplo – e na geopolítica.

E, cada empresa vai buscar sua forma de inovar nesse setor extremamente competitivo. A abordagem da Shell, por exemplo, combina um processo de negócios robusto com objetivos claros, e um estilo de gerenciamento que reconhece os aspectos emocionais da inovação, como criatividade, motivação e mudança, com a integração do desenvolvimento sustentável, em cada parte do esforço de inovação – que deve incorporar os valores da sociedade, as necessidades dos clientes e as opções tecnológicas.

A Shell trabalha P&I em grandes e pequenos centros na Europa, EUA e Ásia; no Brasil, ela usa o Open Innovation, e deve investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I, em 2022.

O setor vem utilizando algoritmos de inteligência artificial, robótica avançada, gerenciamento de dados, gêmeos digitais e outras tecnologias disruptivas. Todas os levantamentos sobre tendências de inovação no setor citam Internet das Coisas/Internet Industrial das Coisas (IoT ou IIoT), Inteligência Artificial, Big Data e Analytics, Robótica e Automação, Modelagem e Visualização 3D e 4D, Computação em Nuvem, Realidade Virtual e realidade Aumentada, Blockchain, Sistemas de Execução de Fabricação e Manutenção Preditiva/Inteligente. E, dentro dessas tendências, diversas aplicações.

A GlobalData mapeou os temas relevantes para o setor, destacando os que mais afetarão o setor de petróleo e gás. E ela mesma destaca a importância de manter esses assuntos no radar: empresas que investem nos temas certos se tornam histórias de sucesso; as que os perdem, acabam fracassando. Dado que tantos temas são disruptivos, é muito fácil ser pego de surpresa, por

“A ideia da inovação aberta é promover sinergia. É importante integrar academia e startups, na busca de soluções. Até pela natureza do financiamento – que vem da receita de petróleo e gás – temos objetivos bem específicos nos projetos. E, de fato, o foco tem sido nas energias renováveis, até porque não adianta falar de sustentabilidade sem agir”, afirma Camila Brandão, gerente do programa de tecnologia para renováveis da Shell no Brasil.

Áreas interna e externa do simulador de extração de petróleo da USP/São Carlos
Matéria de Capa no 389 Petróleo & Gás 61

A Shell mantém pesquisas para petróleo e gás, mas vem aumentando foco e recursos humanos para energias renováveis, reforçando a meta Net Zero em 2050. “Não se pode negligenciar o que acontece no mundo, por isso nos posicionamos como uma empresa de energia, comprometida com a sustentabilidade, e nossas ações mantém a coerência dessa narrativa”, continua Camila.

A executiva explica que, para P&I, existem sim os parceiros preferenciais, mas na inovação aberta, a Shell se mantém atenta, para trabalhar com novos pesquisadores e empresas/startups.

Para participar desse ambiente de inovação, há uma apresentação formal das partes, e um primeiro período de interação, que pode ou não se estender. Exemplo recente é o MoU (memorando de entendimento), entre a Shell Brasil e o Porto do Açu, firmado em maio deste ano, para o desenvolvimento conjunto de uma planta-piloto de geração de hidrogênio verde,que terá capacidade inicial de 10 megawatt (MW), podendo chegar a 100MW. Apenas a primeira fase do projeto pode demandar de US$ 20 milhões a US$ 40 milhões, em investimentos. A unidade deve ficar pronta em 2025.

O grupo de inovação mantém seu portfólio no radar, e utiliza todas as tecnologias necessárias para os diversos projetos. “Tecnologias são ferramentas para inovar. No setor de energia, muitas inovações passam pelos modelos de negócios. A sustentabilidade do negócio, do setor de petróleo e gás, caminha para as renováveis, mas as soluções de oil&gas são fundamentais para o período de transição energética”, destaca Camila.

mento da segurança das pessoas e instalações, a descarbonização de suas operações, a otimização e crescimento da produção, e a diversificação rentável de seu negócio – seu portfólio de P&I e Tecnologias digitais estão associados a programas estratégicos das áreas de negócio, e à visão de futuro da empresa.

Em 2021, a Petrobras investiu R$ 3,033 bilhões, em PD&I, além dos investimentos em plataformas, computação de alta capacidade e tecnologias digitais. Porém, não inova sozinha, mantém parcerias com cerca de 150 instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades e empresas. Isto cria um ciclo virtuoso de inovação, e estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor. Além disso, a companhia atua em parceria com outras empresas, em diferentes projetos, o que também promove um importante intercâmbio, para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, e troca de conhecimento.

Para a Petrobras, Inovação é uma alavanca de negócio. A Petrobras é uma empresa intensiva em tecnologia, que viabiliza e amplia a geração de valor de seus projetos. A pesquisa, o desenvolvimento e a inovação também suportam a criação de novos negócios para a Companhia. A Petrobras desenvolve tecnologia e inovação, com base em um framework conhecido como Motor de Inovação, onde times de inovação integrados com áreas de negócio, centros de excelência e interação com o ecossistema (academia, start ups, empresas e outros centros de pesquisa) são elementos chave, para inovar em escala. Para dar suporte aos projetos de inovação, a Petrobras conta com o um Centro de Pesquisas, o Cenpes. Suas instalações possuem uma área total de 308.000 m², contando com 116 laboratórios, e mais de 4.700 equipamentos, incluindo equipamentos de tecnologias de ponta.

E a Petrobras investe em tecnologias, que visam ao au-

Protótipo criado pela empresa Unidroid testado na Revap – Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos/SP e na Replan – Refinaria de Paulínia. A Unidroid foi contemplada no edital de 2020, do Programa Petrobras Conexões para Inovação – módulo Startups

Nesse contexto, o programa Petrobras Conexões para Inovação é o principal mecanismo de parcerias, por meio do qual compartilha, de forma sistemática, os seus desafios, e constrói projetos com startups, universidades e empre-

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sas, que se interessem em cooperar para resolvê-los. É uma forma de mobilizar o ecossistema, em torno dos desafios da Companhia. Desde o seu lançamento, o programa evoluiu, e já abriga 8 diferentes módulos: Startups, Parcerias Tecnológicas, Transferência de Tecnologias, Aquisição de Soluções, Ignição, Encomendas Tecnológicas, Open Lab e Residentes. Todos os módulos têm o objetivo de acelerar a inovação, conectando todo o ecossistema, desde startups, ICTs, universidades, até empresas. A Petrobras tem, atualmente, uma carteira de mais de R$ 3 bi contratada, com cerca de 150 parceiros tecnológicos, nas diversas modalidades de contratação e acordos de cooperação.

E toda iniciativa de inovação deve ser orientada à geração de valor, tendo claro quais as alavancas que vão gerar os benefícios esperados pela empresa, seja nas vertentes econômicas, sociais, ambientais ou de segurança. O processo de definir e medir este potencial ganho de cada inovação faz parte da trilha do sucesso das inovações mais bem sucedidas, na Petrobras e no mundo.

E a história de inovação da Petrobras permite que tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, realidade aumentada e uso de robôs, já estejam sendo adotadas com sucesso em suas operações. Um exemplo de uso de inovações com resultados expressivos é o Programa de Captura, Uso e Armazenamento geológico de CO2 (Carbon Capture, Utilization and Storage – CCUS), desenvolvido pela companhia para campos do Pré-sal. Pioneiro em águas ultra profundas, o programa se tornou no maior do mundo, em volume reinjetado, em 2020; em 2021, houve a reinjeção de 8,7 milhões de toneladas de CO2, e pretende reinjetar 40 milhões, até 2025. Este resultado é fruto de desenvolvimento de um conjunto de inovações, desde tecnologias de captura, até modelos matemáticos para reinjeção e armazenamento de CO2. A solução desenvolvida pela Petrobras é pioneira, pois, ao mesmo tempo que evita emissões, promove um aumento na quantidade de óleo que pode ser extraído do reservatório (a chamada Recuperação Avançada de Petróleo, ou Enhanced Oil Recovery – EOR). O gás natural e o CO2 são separados na plataforma, e a reinjeção do CO2 no reservatório é realizada de forma alternada com água (tecnologia de injeção alternada de água e gás – Water Alternating Gas – WAG), ajudando a manter a pressão interna, e melhorando a recuperação de petróleo.

O HISEP é outra solução, patenteada pela Petrobras, que deve trazer ganhos na produção de petróleo nos campos do Pré-sal, com a separação de óleo e gás no fundo do oceano, e reinjeção de CO2. Ele remove e reinjeta parte do gás rico em CO2, a partir do solo marinho, e reduz o volume de gás manuseado na planta de processamento de superfície. O HISEP poderá abrir uma nova fronteira exploratória e de desenvolvimento da produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas, em regiões onde há fluidos com razão gás-óleo e teor de CO2 elevados.  Ele proporcionará aumento da produção de óleo, ao liberar espaço na planta de processamento de gás. A estimativa é de que o equipamento seja instalado em 2025, na área de Mero, no Pré-Sal da Bacia de Santos. Uma vez comprovada a tecnologia HISEP, será possível também desenvolver unidades de produção offshore com plantas de processamento de CO2 menores e menos complexas, que possuem menores custos e prazos de construção, bem como menores custos de operação. A companhia estima uma redução de 4% na intensidade de carbono com a adoção do HISEP.

Dessa forma, a Petrobras segue cada vez mais focada no compromisso com a tríade meio ambiente, papel social e governança, visando a resultados cada vez melhores, que reflitam na sociedade. “Entendemos que as boas práticas em governança, ações sociais e engajamento na conservação do meio ambiente, que engloba temas como a redução das emissões de carbono e a transição energética, constroem uma base sólida, para seguir com nossos projetos em Inovação e Transformação Digital.

Atualmente, a Petrobras já é uma das empresas mundiais produtoras de óleo e gás com menor emissão de carbono. Para alcançar essa posição, a companhia implantou soluções pioneiras, adotou medidas de gestão, e desenvolve novas tecnologias, para garantir uma produção de óleo e gás com segurança para pessoas, meio ambiente, e com baixas emissões. Além disso, trabalha para capturar potenciais oportunidades de negócios, mantendo um amplo portfólio de P&D em soluções de baixo carbono, e renováveis modernas, para adquirir competências que poderão permitir uma futura diversificação, afirma a Companhia.

Matéria de Capa no 389 Petróleo & Gás 63
@Aker

Para a TotalEnergies, Pesquisa e Desenvolvimento está na vanguarda da transformação para uma Companhia multinergética. Na TotalEnergies, os projetos de PD&I são realizados com uma abordagem de inovação aberta, através do seu pool de talentos, da infraestrutura de pesquisa, das plantas para execução de pilotos, dos 18 centros de P&D localizados em várias regiões do mundo, bem como através de startups e de parceiros acadêmicos, reconhecidos internacionalmente. A empresa possui hoje cerca de 1.000 contratos com seus parceiros.

quisa & Desenvolvimento está focada em suas equipes e parceiros, especializados na cadeia de valor de eletricidade, energias renováveis e em tecnologia para reduzir a pegada ambiental. Os projetos de pesquisa são definidos pelos princípios que sustentam a estratégia de crescimento e a ambição de neutralidade de carbono da empresa ”, conta Charles Fernandes, Diretor Geral da TotalEnergies EP Brasil, e Country Chair da TotalEnergies no Brasil.

Com mais de 4.000 profissionais no segmento de P&D, a TotalEnergies investiu, nesta área, aproximadamente US$ 1 bilhão, apenas em 2021. O investimento da empresa para se preparar para o futuro já totalizou US$ 1,1 bilhão, incluindo desenvolvimentos em tecnologia digital e projetos industriais para captura e armazenamento de CO2, bem como investimentos feitos pela Total Carbon Neutrality.

Além disso, a TotalEnergies vem implementando uma política de propriedade intelectual, para proteger suas inovações, maximizar seu uso, e diferenciar sua tecnologia.

“ Com base nos vários cenários estudados pela TotalEnergies, a meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050 vai além da implantação em larga escala de fontes, como energia solar fotovoltaica, energia eólica e biocombustíveis. Também requer mudanças tecnológicas, e o desenvolvimento de cadeias de valor industriais completamente novas, como hidrogênio, combustíveis sintéticos e captura e armazenamento de carbono. E esse movimento de transformação da TotalEnergies em uma empresa multienergética demanda, da área de PD&I, uma atuação ágil e comprometida com a inovação. Por este motivo, a estratégia de Pes-

Seguindo esse planejamento, a TotalEnergies estruturou os programas globais de P&D em cinco frentes distintas – “Energia”: abrange energias renováveis, sua hibridização e sua operação distribuída, alimentando a rede a partir de baterias de veículos elétricos. O desafio é reduzir os custos de produção de energia de baixo carbono, descarbonizar ativos e oferecer novos processos e serviços; “CO2 & Sustentabilidade”: desenvolve tecnologias inovadoras e competitivas, com foco em soluções cada vez mais sustentáveis, voltado à captura e utilização de CO2, para combustíveis sintéticos sustentáveis e armazenamento de CO2, bem como ao desenvolvimento de tecnologias de baixa pegada ambiental, para toda a cadeia de gás natural liquefeito de baixo carbono, biogás e setor do hidrogênio; “Upstream”: visa a melhorar a eficiência operacional das atividades de exploração e produção, tanto em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa, quanto de redução de custos para garantir um baixo ponto de equilíbrio, e uma menor pegada de carbono; “Downstream | Processos e Polímeros”: supervisiona e opera pesquisas sobre reciclagem de polímeros, desenvolvimento de biocombustíveis de nova geração, e eletrificação de processos; “Combustíveis e Lubrificantes”: apoia a transformação do mundo dos transportes e novas formas de mobilidade, desenvolvendo produtos para aumentar o desempenho de sistemas elétricos e motores a gás, e reduzir a pegada ambiental das soluções existentes.

Charles conta que, além dessas frentes, algumas subsidiárias da TotalEnergies desenvolvem P&D voltadas exclusivamente para seus próprios negócios. No Brasil, os investimentos em P&D estão focados no desenvolvimento de soluções e tecnologias que viabilizem a redução das emissões de CO2, o aumento da produção e a redução de riscos operacionais.

“O Brasil é um dos polos tecnológicos mais avançados no mundo, e conta com um campo acadêmico que tem sido fundamental para o desenvolvimento de pesquisas, com foco nas mudanças climáticas e na transição energética, atendendo a demanda da agenda Ambiental, Social e de Governança”, destaca o diretor geral da TotalEnergies.

Matéria de Capa 64 no 389Petróleo & Gás

Cristina Vieira , gerente da Coordenadoria de Inteligência de Mercado e estratégia do IPT – Instituto de Pesquisas tecnológicas da USP lembra que as empresas do setor de óleo e gás, e também as empresas do setor elétrico, possuem a obrigatoriedade de destinar 1% da receita operacional bruta (ROB) para projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – e a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – regulamentam a destinação dos recursos. Essa obrigatoriedade é uma importante forma de garantir recursos de P&D, em projetos que podem ser desenvolvidos em parceira com Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e empresas, promovendo o desenvolvimento da indústria.

O IPT trabalha em parceria com as empresas na elaboração e execução de projetos nos âmbitos da ANP e ANEEL, bem como em projetos que utilizam de incentivos fiscais, como a Lei do Bem e Lei de Informática. Isso, além de desenvolver projetos com recursos de programas federais e estaduais, tais como o Programa Rota2030 e Embrapii, e de agências de fomento.

“ Segundo o Manual de Oslo, a inovação é a introdução de um bem ou serviço novo, ou significativamente melhorado, no que se refere às suas características ou usos previstos, ou ainda, à implementação de métodos ou processos de produção, distribuição, marketing ou organizacionais novos ou significativamente melhorados. Esta definição não é focada necessariamente em tecnologia (tecnologias podem ser fatores importantes, mas não são obrigatórios para que ocorra inovação) e, nos últimos anos, tem-se discutido bastante a inovação em modelos de negócios, assunto que não fica tão evidente, nesta definição do manual ”, lembra Alex Fedozzi Vallone , gerente da coordenaria de relações

institucionais do IPT.

Cristina destaca que as políticas de ESG e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são oportunidades para o desenvolvimento de projetos de P&D. No IPT, as 9 Unidades de Negócios: Bionanomanufatura (Bionano); Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente (CIMA); Energia (EN); Ensino Tecnológico (ET); Habitação e Edificações (HE); Materiais Avançados (MA); Tecnologias Digitais (TD); Tecnologias Regulatórias e Metrológicas (TRM) e Núcleo de Tecnologias Avançadas para Bem-estar e Saúde, aplicados às Ciências da Vida (NUTABES), dialogam com o ESG e os ODS, que precisam de inovação para atingirem seus propósitos. A inovação é a força motriz para o desenvolvimento dos diferentes setores econômicos e os projetos de P&D dos ecossistemas de inovação servem para acelerar os resultados esperados.

“Destaque-se que os investimentos em offshore são mais intensos do que em onshore. Isto porque, em offshore, é necessário prover plataformas fixas ou flutuantes, para suportar os pesados equipamentos de perfuração e produção de P&G. Em terra, essas estruturas não são necessárias, o que reduz consideravelmente o custo dos investimentos em Exploração e Produção (E&P)”, ressalta James Manoel Guimarães Weiss, pesquisador do Laboratório de Infraestrutura em Energia do IPT.

A tabela 1 mostra que somente a Petrobras investiu US$ 7,12 bilhões, em exploração e produção de petróleo e gás. A tabela 2 apresenta a Produção de Petróleo e Gás Natural da Petrobras, no período de um ano (do 3º trimestre de 2021, ao 2º trimestre de 2022), em mboed (thousand barrels of oil equivalent per day). E nota-se que a produção da Petrobrás é altamente concentrada em offshore (Pré-Sal , Pós-sal e Ultra profundo), o que justifica a concentração dos investimentos em offshore

“É importante notar que o maior esforço em P&D do setor mundial de P&G está sendo direcionado para a pesquisa em sistemas de produção Subsea. Por Subsea, entende-se o desenvolvimento de sistemas automatizados, que podem ser instalados diretamente sobre o leito do oceano, capazes de fazer o controle e o pré-processamento da produção de P&G. A grande vantagem dos sistemas Subsea é a eliminação de necessidade de construir e instalar estruturas fixas ou flutuantes, para suportar os equipamentos de P&G. Os sistemas Subsea reduzem também a necessidade de manter mãode-obra especializada nas plataformas, além de reduzir os custos logísticos de transporte de funcionários, e movimentação de suprimentos entre as

Matéria de Capa no 389 Petróleo & Gás 65 @ANP

Tabela 1. Investimento Nominal da Petrobrás, de 2018 a 2021 (em US$ MM)

PetrobrasHistórico do Investimento Nominal (US$ MM) 2021202020192018

E&P7,1296,5578,41010,760 Downstream9329471,4631,107

Gás & Energia412353543433 Outros298200328307

Total 8,7728,05710,74312,607

Fonte: https://www.investidorpetrobras.com.br/visao-geral/ indicadores/investimentos/

plataformas e a terra. Alguns sistemas deste tipo já estão em operação, inclusive no Brasil”.

“A inovação é um dos nossos valores, e traduz nosso foco em criar soluções que gerem valor para o nosso negócio e clientes, combinando nossa experiência técnica, novas tecnologias e parcerias com players da nossa indústria. No Brasil, temos profissionais focados em nossa excelência operacional, por meio da melhoria de processos, digitalização e adoção de tecnologias inovadoras junto a startups, bem como a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos para aplicação em projetos”, comenta o Vice-Presidente Regional da Subsea7, Daniel Hiller.

A Subsea7 possui uma visão de longo prazo, que norteia as estratégias corporativas, tanto para o fortalecimento do negócio ligado às atividades de petróleo e gás, quanto para uma atuação protagonista no setor de energia renovável. Essas diretrizes são acompanhadas e revisadas periodicamente, e levadas em consideração na hora de priorizarmos as oportunidades internas de inovação.

Os projetos de maior complexidade e/ou que mudam a forma com que algumas atividades são feitas costumam ser capitaneadas pelo time corporativo, e cascateados para todas as regiões do mundo. Em paralelo, a região Brasil possui autonomia, para desenvolver ações cujo escopo seja mais específico para nossas necessidades. Existem casos, porém, de ações desenvolvidas no Brasil que se mostram interessantes para o grupo e, após a conclusão de testes e pilotos, são escaladas para outras regiões.

Tabela 2. Produção de Petróleo e Gás Natural da Petrobras no período de um ano em mboed (2021-22)

Operacional (mboed) 2T221T224T213T21

Óleo, LGN e Gás Natural – Brasil 2.6162.7572.6632.790

Óleo e LGN (mbpd) 2.1142.2312.1512.269

Terra e águas rasas71829295

Pós-sal profundo e ultra profundo 434467458501

Pré-sal 1.6091.6821.6011.673

Gás Natural (mboed) 502526513520

Óleo, LGN e Gás Natural – Exterior 37394141

Total (mboed) 2.6532.7962.7042.830

Fonte: https://www.investidorpetrobras.com.br/visao-geral/ indicadores/producao-e-comercializacao/

O portfólio de ações da Subsea7 é dividido em pilares que envolvem grupos diferentes dentro da organização. Temos iniciativas focadas nas melhorias e digitalização de processos; governança e modelagem de dados para tomada de decisão; aumento de eficiência operacional em nossos navios e bases; programa de relacionamento com startups, o “Sea The Future”; programa de melhoria contínua de segurança; projetos de P&D desenvolvidos em parceria com clientes; e campanhas de fortalecimento da cultura de inovação dos nossos colaboradores.

Sobre inovação, a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – comenta que está empenhada em incentivar a utilização dos recursos da cláusula de P&D, em projetos que busquem TRL mais avançados, ou seja, pesquisas que possam levar a processos e produtos inovadores. A Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação é uma obrigação de investimento das empresas produtoras de petróleo e gás em PD&I, presente nos contratos de exploração e produção de petróleo e gás. Isso fez com que, nos últimos 5 anos, fossem investidos cerca de R$ 10 bilhões, incluindo investimento em universidades, centros de pesquisa, empresas brasileiras de base tecnológica, startups e centros de

@Subsea7
Matéria de Capa 66 no 389Petróleo & Gás

pesquisas próprios das empresas. Vale lembrar que, além da Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, todas as demais instituições de fomento, como Finep, MCTI, Fapesp, Faperj, dentre outras, têm projetos vinculados ao setor de energia. Inicialmente, projetos exclusivamente voltados para as tecnologias vinculadas ao setor petróleo, principalmente para o Pré-Sal. Hoje, tec-

nologias para a geração de energia renovável, temas vinculados à transição energética e captura de carbono vêm ganhando destaque. Mas, uma tendência importante, nos últimos anos, foram os projetos relacionados à transformação digital. As duas últimas nuvens de palavras-chave dos projetos de inovação, que os painéis dinâmicos da ANP conformam, corroboram isso.

https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNzhhZTFlOTItNzRhNS00YTUwLWFjN2EtNjBmOTJkOGVjNjViIiwidCI6IjQ0OTlmNGZmLTI0YTYtNGI0 Mi1iN2VmLTEyNGFmY2FkYzkxMyJ9

https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNDM2YjljYmYtZjRjZi00ZGFiLWI4MDgtMWQwZDNjOGI5ZmY0IiwidCI6IjQ0OTlmNGZmLTI0YTYtNGI0 Mi1iN2VmLTEyNGFmY2FkYzkxMyJ9

Matéria de Capa no 389 Petróleo & Gás 67

Como revolucionar a exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres?

Acredita-se que o Brasil tenha um potencial incrível, na produção de petróleo e gás natural, em áreas terrestres. No entanto, pouco conhecemos deste potencial, já que esse nível de atividade ainda tem uma participação pequena, na produção nacional. Segundo boletim da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo e gás natural nacional fechou em 3,664 milhões de barris de óleo equivalente/dia, em junho de 2022, sendo que 2.759 milhões de barris são provenientes do Pré-Sal, 677 mil do Pós-sal, e 228 mil são provenientes de áreas terrestres. Ou seja, apenas cerca de 6% da produção nacional está em áreas terrestres.

Em uma comparação rápida, o Brasil possui, hoje, 5.677 poços produtores. Enquanto isso, nos EUA, este número ultrapassa 936 mil poços em produção, de acordo com a agência de informação de energia (EIA). Destes, mais de 500 mil se encontram no estado do Texas. Esse número é resultado da exploração não convencional (revolução do shale gas), iniciada em 2011, que transformou os EUA no maior produtor de petróleo do mundo, com aproximadamente 18.8 milhões de barris/dia, superando a Arábia Saudita, com 10.8 milhões e a Rússia, com 10.7 milhões, representando quase 20% da produção mundial, de 95.5 milhões barris dia. O Brasil busca uma revolução na produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres, através do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres, o REATE. Esse programa é uma política nacional de fomento à atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural, em áreas terrestres, implantado por meio de ato do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 2019, e contribui com a retomada dos investimentos no setor.

Podem-se destacar várias melhorias no arcabouço regulatório, tais como a redução de royalties, de 10% para 5%, da produção incremental em campos maduros; redução de royalties para pequenas empresas, de 5%, e médias empresas, de 7,5%; acesso a dados técnicos das áreas terrestres, sem custo para as empresas; simplificação dos contratos de concessão; além da adequação dos requisitos para exploração e produção em áreas terrestres, referentes à segurança operacional.

Outra contribuição bastante importante para a ampliação da atividade terrestre tem sido o programa de desinvestimentos da Petrobras, que disponibilizou todos os seus ativos em áreas terrestres para venda. A decisão de saída da Petrobras deste segmento abriu espaço para novos entrantes, sendo muitas destas empresas especializadas no

processo de revitalizar campos maduros, para melhorar a produtividade do campo, e avançar na gestão de campos marginais. O número de empresas operando em áreas terrestres vem crescendo, de 37, em 2016, para 52, em 2022, mas, certamente, o ritmo ainda está muito aquém do que poderia ser.

Igualmente importante foi a adoção, pela ANP, do modelo de oferta permanente de blocos exploratórios (todos os blocos em mar e áreas terrestres), além de áreas em produção, tais como campos maduros e marginais. Este modelo de leilão possibilita às empresas interessadas manifestar interesse a qualquer tempo, motivando, assim, o início de um processo licitatório, ou seja, é o mercado que acaba sugerindo as áreas de interesse e, consequentemente, a realização do certame.

Segundo a ANP, o universo de ativos disponíveis atualmente na oferta permanente é de 522 blocos, distribuídos nas bacias terrestres do Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Parecis, Parnaíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano.

Mas, afinal, por que não se consegue ampliar e acelerar a atividade em áreas terrestres? De fato, ainda existem importantes desafios a serem tratados, tais como a simplificação e agilidade na obtenção de licença ambiental; financiamento específico para esta atividade; escoamento da produção (comercialização da produção a preços competitivos); redução de royalties para campos marginais; além de incentivos para reduzir o risco exploratório, entre outros. E, finalmente, de suma importância, melhorar a comunicação com a sociedade, para mostrar a transformação socioeconômica, que descobertas de petróleo e gás natural em áreas terrestres podem trazer para a sociedade, para o setor e para o Brasil.

Em relação ao licenciamento ambiental – independentemente de a empresa e/ou consórcio de empresas obter o direito de explorar uma ou mais áreas objeto das sessões de oferta permanente – qualquer atividade de exploração/produção de petróleo e gás natural somente poderá ser exercida mediante as devidas licenças ambientais, junto aos órgãos competentes. Ou seja, mesmo que a empresa e/ou consórcio de empresas ganhe a licitação, pague o bônus de assinatura e custas do processo, ainda precisa lidar com a possibilidade de não obtenção da licença ambiental.

A ANP, juntamente com os órgãos ambientais, já faz o acompanhamento de todo o projeto de exploração e produção de petróleo e gás natural do início ao fim, fiscalizando e garantindo a sustentabilidade e segurança operacional do projeto. Aqui, cabe uma reflexão: será que a manifestação

Felipe Kury, ex-diretor da ANP
Matéria de Capa 68 no 389Petróleo & Gás

conjunta dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, aprovadas quando necessário pela instância maior do CNPE, poderia já considerar as principais preocupações dos Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMAs), e serem incluídas como requisitos ambientais do edital do leilão? Desta forma, a empresa e/ou consórcio licitante poderia, já na fase de pré-qualificação, indicar se atende ou não as principais preocupações ambientais, e precificar este risco no projeto.

De fato, precisamos modernizar o marco legal do licenciamento ambiental, para reduzir a burocracia, agilizar e padronizar os procedimentos para diferentes tipos de licença, com o objetivo de simplificar o processo de emissão de licença ambiental em todo o país. É um avanço que precisa acontecer para o bem do agronegócio, dos projetos de infraestrutura, para o setor extrativo e para o país. Iniciativas de desenvolvimento econômico e sustentabilidade precisam caminhar juntas, pautando suas decisões em aspectos técnicos, e com o propósito de gerar prosperidade para toda a sociedade.

É preciso acelerar a atividade de exploração/produção e preservação dos nossos recursos naturais, fundamentais para conhecer a extensão de nossas riquezas, e para poder decidir sobre nosso futuro. Nada mais importante para a segurança enérgica e desenvolvimento econômico do país, que conhecer seu potencial energético, e explorá-lo de forma sustentável.

A ANP vem incentivando obrigatoriamente os investimentos em inovação. Ela tem a missão de fiscalizar e aprovar a aplicação de recursos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) gerados pelos contratos de concessão, partilha da produção, e cessão onerosa, relacionados com projetos de exploração e produção, de petróleo e gás natural. A cláusula de P,D&I tem como objetivo estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias para o setor, que é uma das atribuições da ANP, estabelecida na Lei nº 9.478/1997. As empresas operadoras dos contratos decidem em quais projetos e/ou programas de P,D&I vão investir de acordo com os critérios definidos pela ANP. A resolução ANP nº 866/2022, publicada recentemente, aprimorou o regulamento técnico nº 3/2015, onde estão estabelecidas as normas para a aplicação de recursos de P,D&I pelas empresas de exploração e produção, de petróleo e gás natural.

Nos contratos de concessão, a cláusula de P,D&I estabelece que os concessionários devem realizar despesas qualificadas, como pesquisa e desenvolvimento, em valor correspondente a 1% (um por cento) da receita bruta da produção dos campos que pagam participação especial.

Já nos contratos de partilha de produção e de cessão onerosa, o valor da obrigação corresponde a, respectivamente, 1% (um por cento) e 0,5% (meio por cento) da receita bruta anual dos campos pertencentes aos blocos detalhados e delimitados, nos respectivos contratos.

Em um passado recente, as empresas operadoras investiram enorme quantias em laboratórios de pesquisa nas Universidades Brasileiras, porém, grande parte destes recursos

foram destinados à infraestrutura dos laboratórios e, por limitações da própria resolução da ANP, a aplicação de recursos no custeio e aperfeiçoamento das equipes não acontecia de forma adequada, ou seja, pouco efetivo para garantir o aprofundamento e continuidade dos projetos de pesquisas.

Este quadro mudou bastante nos últimos anos, com o aprimoramento da resolução de P,D&I, que incorporou várias modificações importantes, para atender as principais preocupações das empresas de exploração e produção (E&P), empresas de serviços de E&P, e instituições de ensino e pesquisa. De fato, acredita-se que cláusula de P,D&I vem promovendo inovação no setor de petróleo e gás natural, principalmente utilizando as competências desenvolvidas no Brasil, ampliando o valor agregado e nossa vantagem competitiva em diversos segmentos.

É notório que a exploração e produção de petróleo, em águas profundas e ultra profundas, é motivo de orgulho nacional. Foram décadas de investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias pela Petrobras e empresas parceiras, com objetivo produzir sistemas petrolíferos submarinos (“subsea”), para exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas.

Os recursos gerados pela cláusula de P,D&I são majoritariamente oriundos de projetos no offshore, até porque são projetos sob os contratos de partilha de produção e/ou da cessão onerosa (no polígono do pré-sal), que tem maior produtividade, e entregam os maiores volumes de produção de petróleo e gás natural. Porém, os valores gerados são investidos em projetos de PD&I, que podem ser executados pela própria empresa petrolífera, por empresas brasileiras ou por Instituições credenciadas de todo o país, ou seja, não somente para o offshore, mas também em quaisquer outras áreas que têm interesse estratégico para empresa, e atendem os requisitos da ANP. Importante destacar que as empresas detentora destes recursos somente precisam submeter projetos à aprovação da ANP, o correspondente a 50% do total gerado pela cláusula de P,D&I.

A cláusula de P,D&I gerou, em média, R$ 1,0 bilhão/ ano nos últimos 20 anos. A Petrobras, por ter o maior número de contratos no offshore, responde por mais de 84% destes recursos, segundo última atualização da ANP (1º. Trimestre de 2022). Em função da abertura do mercado de E&P, a Petrobras deixou de ser a operadora única no polígo-

Matéria de Capa 70 no 389Petróleo & Gás
@Ineep

Como mostra a atualização (2022 – 1º Trimestre) dos investimentos de P,D & I, segundo a ANP, a Petrobras contribui com aproximadamente 84% dos valores de P,D&I, porém, espera-se que sua proporção de contribuição caia, com a participação crescente de outros operadores.

no do Pré-Sal, abrindo espaço para diversos novos operadores no Pré-sal, que vem, de forma crescente, contribuindo com recursos de P,D&I.

Cabe destacar que estas empresas também trouxeram inovações para o setor, especialmente na utilização de novas tecnologias para aumento da produtividade de campos maduros, além de projetos de automação e digitalização de processos, robótica e inteligência artificial, trazendo ganhos expressivos de produtividade, nos projetos de E&P.

As maiores empresas do mundo no setor de petróleo e gás natural vêm diversificando seu portfólio de projetos, e investindo em projetos com fontes de energia renováveis, no caminho da transição energética. De fato, algumas empresas que eram tidas tão somente como petroleiras, se reinventaram e, hoje, são percebidas mais como empresas de energia, investindo de forma crescente e significativa na transição energética.

No Brasil, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou, no ano passado, a resolução nº 2/2021, que orienta a ANP e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a priorizarem a destinação dos recursos de P,D&I, em temas como: hidrogênio, biocombustíveis, armazenamento de energia e transformação digital, entre outros aprimoramentos. Desta forma, a ANP realizou as alterações necessárias no arcabouço regulatório, através da resolução nº 866/2022 (já mencionada) que, além de simplificar o processo de acesso aos recursos de P,D& I, também propõe aprimoramento, em três áreas importantes:

• energias renováveis e transição energética;

• novas ações para inovação e startups;

• inovação em micro e pequenas empresas;

Portanto, governos no mundo todo estão buscando desenvolver políticas públicas, e construir um ambiente de negócios, favorável para acelerar a transição energética.

Entretanto, importante mencionar que cerca de 80% do consumo do petróleo e gás natural no mundo se destina ao setor petroquímico que, por sua vez, produz matéria prima e/ou produtos para diversos outros setores da economia, tais como: agronegócio, indústria de cosméticos, medicamentos & produtos hospitalares, indústria automobilística, aviação, transporte marítimo, entre outros.

Desta forma, mesmo que a matriz energética dos países caminhe para fontes de energia mais limpas e/ou renováveis, ainda existe uma dependência muito grande em relação aos combustíveis fósseis, que devem garantir uma demanda consistente por décadas para empresas produtoras de petróleo e gás natural.

As práticas de ESG e ODS têm sido amplamente adotadas no setor petróleo e gás natural, principalmente por questões relativas a mudanças climáticas e seus efeitos adversos no meio ambiente e na sociedade. A busca por fontes de energia limpa tem motivado o setor de petróleo e gás natural a buscar inovações, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Um dos exemplos mais recentes é a utilização de parque eólico no mar, para suprir energia para as plataformas de produção de petróleo. Outro exemplo, já no setor petroquímico, é o surgimento de instalações para produção de hidrogênio, utilizando fontes renováveis de energia, o chamado hidrogênio verde.

Podemos dizer que as iniciativas de ESG e ODS estão contratadas pelo setor de petróleo e gás natural, porém, ainda é difícil dizer quanto da inovação é proveniente destas iniciativas, ou simplesmente são motivadas por questões econômicas e/ou concorrenciais. O fato é que muitos investidores têm exigido, como pré-requisito básico para a alocação de seus recursos em empresas, uma política consistente de ESG e/ou ODS, que possa gerar resultados tangíveis para sociedade.

https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/pesquisa-desenvolvimento-e-inovacao
Matéria de Capa no 389 Petróleo & Gás 71

Indústria sob ataqueIndústria sob ataque

OAmerican

Petroleum Institute (API) publicou sua

3ª edição do Standard (Std) 1164, Pipeline Control Systems Cybersecurity, em agosto do ano passado, ressaltando o compromisso da indústria de gás natural e petróleo em proteger a infraestrutura crítica contra ameaças maliciosas e potenciais ataques cibernéticos.

Mas não foi uma reação rápida ao ataque à Colonial Pipeline – essa edição estava em desenvolvimento desde 2017, e é resultado da contribuição de especialistas de mais de 70 organizações, incluindo reguladores estaduais e federais da FERC, TSA, PHMSA, CISA, DoE, NIST, bem como do Argonne National Laboratory, da American Gas Association ( AGA), a Interstate National Gas Association of America (INGAA), a Association of Oil Pipe Lines (AOPL), e vários operadores de gasodutos.

A revisão é baseada no NIST (National Institute of Standards and Technology) Cybersecurity Framework, e nos padrões NERC-CIP (Critical Infrastructure Protection), e expande significativamente o escopo, em comparação com a edição anterior do padrão, para cobrir toda a segurança cibernética do sistema de controle, em vez de apenas controle de supervisão e sistemas de aquisição de dados (SCADA).

Vale lembrar que a norma ISA 62443 foi a primeira norma de segurança cibernética voltada para a indústria, com ex-

ceção do setor elétrico dos EUA, único setor que tem sua norma própria.

A nova edição API Std 1164 ajuda a proteger a infraestrutura crítica de dutos, aprimorando as proteções para os sistemas de controle digital e operacional, melhorando a segurança, e evitando interrupções ao longo de toda a cadeia de fornecimento de dutos. O que diferencia essa estrutura é seu modelo de avaliação de risco adaptável, que fornece às operadoras flexibilidade para mitigar proativamente a matriz de ameaças cibernéticas em rápida evolução. Esta nova edição, junto a outros padrões da API, formam uma forte estrutura para combater ameaças cibernéticas. Então, quando for proteger dutos, além da API Std 1164, dê atenção à API 780 – que fornece ferramentas para realizar avaliações de risco de segurança eficazes, usadas para identificar ameaças às instalações, bem como contramedidas para essas ameaças. Em outubro de 2020, a API 780 foi certificada como uma tecnologia antiterrorismo pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) sob a Lei de Suporte Antiterrorismo por Fostering Effective Technologies de 2002. Isso fornece proteção de responsabilidade se os membros do API e outros que usam a API 780 tiverem um ataque terrorista em uma de suas instalações.

72 no 389Petróleo & Gás
Matéria de CapaMatéria de no 389 Petróleo & Gás 72 @pixabay

Porém, o setor de petróleo não se resume a dutos. O Conselho de Coordenação do Subsetor de Petróleo e Gás Natural (ONG SCC), do API, divulgou um relatório descrevendo a resiliência e a preparação do setor, para se defender e aos consumidores de energia, contra ameaças cibernéticas maliciosas, e fornecer informações aos formuladores de políticas sobre os programas abrangentes de segurança cibernética da indústria de gás natural e petróleo.

Para quem não se lembra, a Colonial Pipeline foi vítima de um ataque de ransomware, em maio de 2021, que infectou alguns dos sistemas digitais do pipeline, desligando-os por vários dias, afetando os consumidores e companhias aéreas em toda a Costa Leste dos EUA. Isso envolveu mais de 5.500 milhas de um oleoduto, que começa no Texas e vai até Nova Jersey, fornecendo quase metade do combustível para a Costa Leste. O Oleoduto Colonial fornece óleo refinado para gasolina, combustível de aviação e óleo para aquecimento doméstico. Os invasores roubaram 100 gigabytes de dados, em uma janela de duas horas. Após o roubo de dados, os invasores infectaram a rede de TI da Colonial Pipeline com ransomware, que afetou muitos sistemas de computador, incluindo faturamento e contabilidade.

Esse incidente dá uma ideia da importância de proteger o setor de energia, e da atenção que se deve dar à estrutura de segurança cibernética da empresa, como um todo. Porém, ele não é um caso isolado. Segundo a S&P GlobalPlatts, os ataques cibernéticos à infraestrutura de energia e commodities estão aumentando e os ativos e infraestrutura de petróleo despontaram como os maiores alvos de hackers já em

2017, respondendo por um terço de todos os incidentes no período. As redes de eletricidade são as próximas mais vulneráveis, representando um quarto de todos os incidentes, segundo dados coletados da Platts.

Também estão em risco as químicas e petroquímicas, com uma miscelânea de sistemas de controle e instrumentos, que agora se conectam diretamente à nuvem e são interligados com sistemas corporativos. Os sistemas de controle são gerenciados localmente, e também vêm passando por estruturações de segurança cibernética, face aos crescentes riscos para ter uma visão, em tempo real, do status das redes e instrumentos, e agilizar as respostas, assim que um problema for identificado.

Incidentes de ransomware se multiplicam. Então, garantir uma resiliência cibernética eficaz em todo o setor requer um esforço multidisciplinar combinado, já que vivemos um momento em que a digitalização e a exposição a ataques cibernéticos estão crescendo. Seguir as normas, certificar sistemas e responsáveis, treinar constantemente os funcionários, e atualizar softwares e instrumentos regularmente é o básico. Mas, em matéria de segurança cibernética, o ataque é uma questão de quando. Por isso, 18 organizações do setor de petróleo e gás, incluindo alguns dos maiores fornecedores de energia do mundo e empresas de segurança cibernética industrial, adotaram uma abordagem unificada, para mitigar os crescentes riscos cibernéticos, e se comprometeram a promover a resiliência cibernética: o Cyber Resilience Pledge, coordenado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), reúne empresas como Aramco, Aker BP, Dragos, Eni, Occidental Petroleum e Suncor, e busca abordagens globais para aumentar a resiliência cibernética, adotando consenso- princípios baseados, e compartilhando lições de segurança cibernética.

As empresas vêm abordando a segurança de TI, há várias décadas. Mas, proteger a tecnologia operacional (OT) – os sistemas de computação e comunicação usados para gerenciar, monitorar e controlar as operações industriais, é algo mais recente, e muito urgente. Um estudo da Ernst & Young, realizado em 2021, descobriu que, à medida que todos os sistemas operacionais das empresas de petróleo e gás ficam online, e se conectam perfeitamente à Internet das Coisas (IoT), sua vulnerabilidade e suscetibilidade a ataques cibernéticos aumentam exponencialmente. O estudo recomenda que a digitalização deve ser implementada simultaneamente com uma estrutura robusta de segurança cibernética.

O CEO da Saudi Aramco resumiu bem a importância de formar esse grupo: “à medida que o mundo aprofunda sua pegada digital, as ameaças cibernéticas estão se tornando mais sofisticadas. Mas, uma empresa trabalhar sozinha, é como trancar o portão da frente, e deixar a porta dos fundos aberta. As empresas devem trabalhar juntas, se quiserem realmente proteger a infraestrutura de energia crítica, da qual bilhões de pessoas em todo o mundo dependem.”

Matéria de Capa @Colonial Pipeline

Projeto Fenix Offshore Gas

A TotalEnergies aprovou o investimento para o desenvolvimento do projeto de gás Fenix, localizado a 60 km da costa da Terra do Fogo, no sul da Argentina.

Por meio de sua afiliada Total Austral, a TotalEnergies opera o projeto, com 37,5% de participação, em parceria com WintershallDea (37,5%), e Pan American Sur (25%).

O campo Fenix será desenvolvido através de três poços horizontais, perfurados a partir de uma nova plataforma não tripulada, em lâmina d’água de 70 metros. O gás será transportado por um gasoduto de 35 km, até a plataforma Véga Pleyade, operada pela TotalEnergies, e tratado em terra nas usinas de Rio Cullen e Cañadon Alfa, também operadas pela Companhia. No início da produção, prevista para o início de 2025, a Fenix produzirá 10 milhões de metros cúbicos, por dia, de gás natural (70.000 barris de óleo equivalente, por dia). Este desenvolvimento representa um investimento de aproximadamente US$ 706 milhões.

“Este último desenvolvimento demonstra a capacidade da TotalEnergies, de alavancar seu portfólio de hidrocarbonetos, com projetos que têm baixos custos técnicos e baixas emissões, que podem ser colocados em operação rapidamente, aproveitando as sinergias com as instalações existentes”, disse David Mendelson, vice-presidente sênior para as Américas da TotalEnergies Exploration & Produção.

“Com o primeiro gás a menos de dois anos e meio do FID, o projeto Fenix contribuirá para manter nossos níveis de produção na Terra do Fogo, e garantir o abastecimento do mercado argentino de gás. Com uma intensidade de carbono de 9 kgCO2/ boe, o projeto se beneficiará das tecnologias da Companhia na redução da intensidade de carbono, como a instalação de parques eólicos e sistemas de recuperação de calor.”

Em 18 de abril de 2022, as autoridades nacionais concederam a concessão CMA-1, incluindo Fenix, uma extensão por 10 anos – até 30 de abril de 2041. Como um novo projeto de gás na Terra do Fogo, as autoridades nacionais também concederam à Fenix os benefícios previstos no regime tributário especial, da Lei 19.640.

A TotalEnergies atua na Argentina desde 1978, por meio de sua afiliada Total Austral, e é a maior produtora internacional de gás do país, com cerca de 25% da produção. A participação acionária da empresa na produção foi em média de 81.000 barris de óleo equivalente, por dia, em 2021.

YPF Brasil conquista avaliação máxima em programa interlaboratorial da ANP

A YPF Brasil, multinacional argentina e produtora de óleo lubrificante no país, atingiu avaliação máxima, pelo 4° ano consecutivo no Programa Interlaboratorial, realizado pela ANP – Agência Nacional de Petróleo e Gás. O resultado é fruto de investimentos e da estratégia da YPF, em preparar-se da melhor forma, para atuar de maneira diferenciada, no mercado, visto que, apenas nos últimos três anos, a empresa investiu mais de R$2,8 milhões, em equipamentos de análises, infraestrutura e capacitação do time de analistas.

O Programa Interlaboratorial da ANP tem como objetivo avaliar o desempenho de laboratórios, que produzem ou analisam lubrificantes no Brasil, sejam eles laboratórios de servi ços, empresas produtoras ou universidades. Os programas são chamados de Ensaios de Proficiência.

Denilson Barbosa, (ao centro na foto) gerente de Meio Ambiente, Segurança e Qualidade da YPF Brasil, celebra o resultado, e reafirma a credibilidade que a empresa vem conquistando nos últimos anos: “O resultado do programa nos traz a tranquilidade de que estamos no caminho certo, e realizando com eficácia o nosso papel. Quando o consumidor aplica os nossos lubrificantes em seus veículos, ele espera que estes produtos cumpram com a proteção exigida, e além de toda tecnologia e qualidade que está buscando, ele tem a garantia de que foram testados ao máximo, para garantir a melhor performance”, comenta Denilson.

A ANP já realizou oito edições do programa, e a YPF atingiu 100% de performance, nas últimas quatro. Para chegar em 100% de performance, o laboratório deve estar com procedimentos analíticos bem-preparados, analistas capacitados, e equipamentos calibrados, com testes de controle estatístico feitos rotineiros.

“É preciso uma atuação diária no cuidado, estrutura e preparação de todo o time, para conquistar resultados como esse. Vamos continuar na nossa missão de melhoria contínua em nossos processos, para entregar produtos inovadores, e que atendam as demandas do mercado, e expectativas dos nossos clientes”, finaliza Denilson.

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Schlumberger alinha-se à Oil and Gas Climate Initiative

A Schlumberger recentemente se juntou à Iniciativa Aiming for Zero Methane Emissions, para apoiar os esforços das empresas de energia para reduzir o impacto do aquecimento de suas emissões operacionais de metano.

O projeto, desenvolvido pela Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), inclui dois níveis de participantes: signatários e apoiadores.

Os signatários incluem produtores, refinadores e comerciantes de petróleo, gás natural e outros combustíveis fósseis, excluindo carvão. As empresas participantes se comprometem a atingir emissões de metano próximas de zero de suas operações, até 2030. Como parte do compromisso, as empresas concordam em buscar todos os meios razoáveis para evitar a liberação e queima de metano, e reparar os vazamentos detectados, preservando a segurança das pessoas e a integridade das operações.

Os apoiadores incluem os serviços de energia e empresas de tecnologia, que podem ajudar produtores, refinadores e comerciantes a atingir suas metas de redução de metano. Como apoiadora do Aiming for Zero, a Schlumberger trabalhará em estreita colaboração com os signatários da iniciativa, para fornecer expertise consultiva e soluções de tecnologia, para detecção e redução, e para ajudar a enfrentar os desafios de um ambiente de relatórios regulatórios dinâmicos.

“Ao aderir à iniciativa, a administração da Schlumberger envia uma forte declaração de que eles compartilham a ambição de eliminar vazamentos de metano da indústria de petróleo e gás”, disse Bjørn Otto Sverdrup, presidente do comitê executivo da OGCI.

De acordo com informações da OGCI, a iniciativa Aiming for Zero pretende ser um complemento a outras iniciativas multissetoriais, como o Methane Guiding Principles, a Oil and Gas Methane Partnership 2.0, e a Global Methane Alliance, e não visa a duplicar seu trabalho. A iniciativa foi lançada em março deste ano.

Nos últimos anos, cientistas e formuladores de políticas colocaram um forte foco no metano, devido à sua potência de gás de efeito estufa (GEE). Quando comparado às emissões de CO2, o metano tem 84 vezes o poder de aquecimento, nos primeiros 20 anos após as emissões entrarem na atmosfera. Para colocar esse impacto em mais contexto, 0,5 C dos 1,1 C que o planeta já aque ceu é diretamente atribuível ao metano.

Hoje, a indústria de petróleo e gás é uma das maiores fontes de emissões de metano, em cerca de 80 milhões de toneladas, por ano.

“Essas emissões terão o mesmo impacto climático que as emissões anuais de CO2 de quase todos os carros do mundo”, disse Kahina AbdeliGalinier, diretora de negócios de emissões da Schlumberger.

Abdeli-Galinier lidera a Schlumberger End-to-end Emissions Solutions (SEES) – uma empresa dedicada à eliminação de emissões de metano, e queima de rotina. Lançado no início do ano, o SEES ajuda os clientes da Schlumberger a identificar e quantificar a fonte de suas emissões de metano, e implantar a estratégia de redução de emissões mais adequada para suas operações.

“O negócio SEES traz uma abordagem operacional e baseada na ciência para o gerenciamento de emissões de metano”, disse Abdeli-Galinier. “Depois de realizar uma medição de linha de base, e identificar a causa raiz das emissões, tomamos medidas para reduzir as emissões, e acompanhar a redução das emissões de metano, ao longo do tempo, por meio de monitoramento contínuo.”

Os dados de emissões coletados podem ser inseridos em uma plataforma digital, que se integra a outros dados de todas as operações da empresa. Isso gera insights valiosos, que, segundo Ab deli-Galinier, podem ajudar as operadoras a criar as estratégias mais econômicas e eficientes, para redução de emissões e metas de relatórios.

Quando se trata de detecção e redução de emissões de metano, grande parte da tecnologia já existe: a Agência Internacional de Energia estima que a indústria pode reduzir suas emissões de me tano em 70%, até 2030, usando as tecnologias atuais. Além disso, especialistas do setor estimam que cerca de 40% dessas emissões podem ser evitadas sem custo líquido, pois, o custo de abatimento é menor que o valor de mercado típico do gás capturado.

Abdeli-Galinier diz que a Schlumberger pode oferecer uma ampla gama de soluções de medição e redução de seu portfólio, e uma ampla rede de parceiros de fornecedores de tecnologia, para tudo, desde detectores portáteis e válvulas de baixa emissão, até satélites, monitores contínuos e sistemas de ar de instrumentos. A empresa também possui uma escala global significativa, para implantar essas soluções, com alcance que se estende por 120 países.

Como apoiadores da iniciativa Aiming for Zero, fazemos uma declaração muito clara aos participantes signatários, de que estamos alinhados com seus objetivos, e temos a experiência e os recursos para ajudá-los a zerar as emissões de metano, até 2030, ou antes”, finaliza Abdeli-Galinier.

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TotalEnergies e Universidade Técnica da Dinamarca criam um centro de excelência em energias descarbonizadas

Patrick Pouyanné assinou um acordo com o Presidente da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), para a criação do Centro de Excelência de Energia Limpa DTU-TotalEnergies. Este centro de pesquisa avançado se concentrará no desenvolvimento de soluções de energia confiáveis, lucrativas e de baixa emissão, que reduzirão a intermitência das energias renováveis, e acelerarão a descarbonização de instalações industriais.

Localizado no campus de Risø, a oeste de Copenhague, o novo centro será instalado nas instalações da DTU, que é reconhecida principalmente por sua pesquisa avançada em energia eólica offshore. Isso abrirá caminho para sinergias com a TotalEnergies, que já estabeleceu um portfólio global de parques eólicos offshore, com capacidade total superior a 11 GW (3/4 fixos e 1/4 flutuantes).

O Centro de Excelência de Energia Limpa DTU-TotalEnergies terá três missões principais:

• A construção de uma plataforma elétrica híbrida de última geração

Este projeto piloto na usina de Risø testará diferentes sistemas para otimizar a produção de energia eólica com sistemas de armazenamento de baterias e a produção de hidrogênio verde. Os dados científicos do esquema piloto serão então usados para programas de pesquisa;

• A formação multi-energia para colaboradores

A formação é um motor essencial para a transformação bem-sucedida da TotalEnergies em uma empresa multienergia. A DTU oferecerá treinamento para os funcionários, com masterclasses online, e cursos especialmente elaborados, sobre eletricidade e energia limpa;

• O estabelecimento de parcerias para pesquisadores e engenheiros da TotalEnergies trabalham com o corpo docente pesquisadores e alunos da DTU, em programas de investigação para o desenvolvimento conjunto de soluções tecnológicas, com foco em tecnologias eólicas de última geração, e parques eólicos flutuantes.

“A Dinamarca está entre os países mais ambiciosos e comprometidos com energia limpa. Estabelecemos nosso

centro técnico convencional offshore aqui, após adquirir a Maersk Oil, em 2018. Este novo centro de pesquisa contribuirá para a transformação da TotalEnergies em uma empresa multienergia. Poderemos contar com a experiência internacionalmente reconhecida da DTU em energias renováveis, especialmente eólica offshore flutuante, para melhorar nosso desempenho, testar as tecnologias de amanhã e treinar nossos funcionários”, disse Patrick Pouyanné, presidente e CEO da TotalEnergies .

Como parceiro confiável para empresas que buscam aumentar a sustentabilidade do sistema de energia, a DTU tem o prazer de fazer esse trabalho conjunto com a TotalEnergies. Nossa parceria será baseada na excelência científica e novas tecnologias essenciais, e espero que forneça uma plataforma para uma cooperação mais estreita e pesquisas futuras, sobre energia sustentável, entre a DTU e a TotalEnergies”, disse o presidente da DTU, Anders Bjarklev

O centro de pesquisa conjunto reflete a abordagem de inovação aberta adotada pela TotalEnergies, que está alavancando seu talento, infraestrutura de pesquisa, locais piloto e uma rede internacional de centros de pesquisa, start-ups e parceiros acadêmicos proeminentes. A nossa I&D, em conjunto com o nosso polo industrial e negócios, está na vanguarda da transformação da Empresa, dedicando 60% do seu orçamento ao desenvolvimento de novas energias e sustentabilidade.

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Painel dinâmico sobre resolução que regula terminais aquaviários

https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjE5ZmM4ZjAtZjJlYi00MzkzLThjNWUtMzUxMjg1ZGYwY2FhIiwidCI6IjQ0OTlmNGZmLTI0YTYtNGI0Mi1iN 2VmLTEyNGFmY2FkYzkxMyJ9

A ANP publicou (14/9) o Painel Dinâmico Aplicação da Resolução ANP nº 881/2022. Essa resolução, que entrará em vigor em 1/10/2022, estabelece critérios para o uso dos terminais aquaviários existentes, ou a serem construídos, para movimentação de petróleo, de derivados de petróleo, de derivados de gás natural e de biocombustíveis.

O painel reúne as dúvidas enviadas pelos operadores de terminais aquaviários, os carregadores (usuários dos servi-

ços prestados pelos operadores), e terceiros, interessados em movimentar produtos nesses terminais, com suas respectivas respostas. Elas podem ser filtradas por assunto ou pelo artigo da resolução à qual se refere, de forma simples e prática.

A ferramenta reúne ainda links para outros materiais, desenvolvidos especialmente para a aplicação da Resolução ANP nº 881/2022, como um manual e fluxogramas dos principais processos.

Primeiro Acordo Comercial do Mundo sobre Transporte e Armazenamento Transfronteiriço de CO2

A TotalEnergies assinou acordo comercial entre a Northern Lights e a Yara, para transportar e armazenar CO2 capturado da Yara Sluiskil, uma fábrica de amônia e fertilizantes na Holanda.

A partir do início de 2025, 800.000 toneladas de CO2 por ano serão capturadas, comprimidas e liquefeitas na Holanda, e depois transportadas para o local da Northern Lights, para serem armazenadas permanentemente em camadas geológicas, a cerca de 2.600 metros abaixo do fundo do mar, na costa de Øygarden, em Noruega.

Este acordo, o primeiro desse tipo em todo o mundo, é um marco importante na descarbonização da indústria pesada na Europa, abrindo caminho para o transporte e armazenamento internacional de CO2 como serviço. Ele estabelece um novo padrão para empresas industriais europeias, que desejam usar

as soluções da Northern Lights como parte de suas estratégias de descarbonização.

A Yara, nosso primeiro cliente comercial, preencherá a capacidade disponível da Northern Lights Fase 1. Este acordo estabelecerá um mercado para transporte e armazenamento de CO2. A partir do início de 2025, enviaremos as primeiras toneladas de CO2 da Holanda. Isso demonstrará que o CCS é uma ferramenta climática para a Europa”, disse Børre Jacobsen, diretor administrativo da Northern Lights.

Precisamos urgentemente tomar medidas para descarbo-

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nizar a indústria, e a Yara é pioneira no campo. Estou muito satisfeito, em anunciar que estamos agora a caminho de remover as emissões de CO2 de nossa planta de produção em Sluiskil. Isso nos levará a uma aproximação da produção de alimentos sem carbono, e acelerar o fornecimento de amônia limpa para produção de combustível e energia”, disse Svein Tore Holsether, CEO da Yara International.

Sendo o primeiro projeto a criar uma cadeia de valor transfronteiriça, o Northern Lights foi projetado para dar às empresas industriais europeias uma solução, para armazenar de forma segura e permanente suas emissões de CO2 no subsolo. As instalações da Fase 1 estão programadas para entrar em operação em 2024, com capacidade para lidar com 1,5 milhão de toneladas de CO2 por ano. Diversas indústrias têm demonstrado crescente

interesse por esses serviços. Como resultado, a capacidade adicional será desenvolvida para acomodar a demanda crescente, até 5 milhões de toneladas por ano. A Northern Lights pertence, em partes iguais, à TotalEnergies, Equinor e Shell.

Exploração diminui: empresas buscam reduzir riscos

A exploração global de petróleo e gás deve diminuir, à medida que o número de blocos licenciados e área total caem, e o setor luta para se livrar dos efeitos da Pandemia e dos problemas próprios do mercado, segundo pesquisa da Rystad. Apenas 21 rodadas foram concluídas, até agosto deste ano – metade do que já havia sido realizado em 2021, no mesmo período. A área concedida este ano encolheu para 320 mil km2.

Os gastos globais em exploração vêm caindo, à medida que as empresas limitam o risco, concentrando-se em ativos com produção garantida.

O cenário político também contribui, na medida em que muitos governos interromperam os arrendamentos, e estão menos ansiosos para investir na produção de combustíveis fósseis.

Segundo a Rystad, a atividade de exploração global já estava em declínio, antes mesmo da Pandemia, porque as empresas não estão dispostas a assumir riscos em áreas ambiental ou politicamente sensíveis.

A exploração onshore contribui significativamente para esse declínio: a área concedida aí caiu, de 560 mil km2, em 2019, para 115 mil km2, este ano; a área offshore concedida caiu, em 2019, e permanece estável, desde então.

Se houve declínio na atividade de arrendamento nos EUA e Rússia, as novas áreas concedidas na Ásia quase quadruplicaram, em relação ao mesmo período do ano passado, e as áreas concedidas na América do Sul aumentaram 140% – o Brasil é o maior contribuinte, em termos de blocos concedidos este ano; no Uruguai, três blocos foram concedidos.

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i-Concept JIP Fase 2

A Deep Seed Solutions assinou contrato para um Projeto de Pesquisa Industrial Conjunta, Desenvolvimento e Demonstração, denominado i-Concept JIP – Fase 2 com Repsol Sinopec Brasil, Shell Brasil Petróleo LTDA e outras empresas de energia.

Alinhado com os objetivos estratégicos de eficiência de projetos de capital, economia de baixo carbono, e transição energética, o i-Concept JIP Fase 2 se concentra no desenvolvimento de módulos computacionais aplicados para gerar, e classificar, uma ampla variedade de sistemas conceituais offshore, abordando tecnologias para reduzir emissões de carbono, e criando as bases para simular sistemas híbridos, no sistema especialista FLOCO, combinando ativos de produção de petróleo e gás, e sistemas offshore de geração de energia verde.

Como principais pacotes de trabalho, o i-Concept JIP Fase 2 abordará: i) Fábrica Submarina e Sistemas Avançados de Processamento Submarino; ii) Recuperação Avançada de Petróleo por Injeção de CO2; iii) Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS); e iv) Transição Energética.

nalistas do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2020, um importante evento, que reconhece e premia resultados associados a projetos de P&D de interesse do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis.

De acordo com Leandro Basilio, CEO da Deep Seed Solutions, “É uma grande satisfação e motivo de grande orgulho para toda a equipe da Deep Seed Solutions ver a adoção da tecnologia que desenvolvemos juntos na Fase 1 do i- Conceito JIP, e a continuação do desafio com a Fase 2, permitindo um alinhamento sinérgico da eficiência dos projetos de capital com a economia de baixo carbono e a transição energética.”

Em complemento à eficiência do projeto de capital, já disponível pelo do sistema especialista FLOCO, o i-Concept JIP Fase 2 permitirá que as empresas de energia considerem, ainda na fase de engenharia conceitual, tecnologias para reduzir suas emissões de carbono offshore, para apoiar seus objetivos desafiadores de zero emissões no médio prazo.

Além da avaliação estruturada de uma extensa gama de arquétipos e conceitos, que priorizam indicadores econômicos, o i-Concept JIP Fase 2 amplia a avaliação do impacto de tecnologias emergentes, quando integradas a uma gama de diferentes sistemas de energia de baixo carbono em ambiente offshore.

A fase anterior do projeto i-Concept JIP foi uma das fi-

Com o apoio da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil –, a tecnologia gerada por meio deste projeto trará grande vantagem competitiva, no processo de engenharia conceitual aplicada ao desenvolvimento conceitual de províncias de energia offshore.

A lista completa das empresas de energia que apoiam o i-Concept JIP Fase 2 pode ser encontrada no “ANP – Painel Dinâmico de Projetos Iniciados – Regulamento Técnico nº 3/2015”, no site da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural, e Biocombustíveis do Brasil.

A Deep Seed Solutions é uma organização voltada para o desenvolvimento de tecnologias aplicadas a processos complexos de engenharia. Com foco na Indústria de Energia, a empresa está colaborando com a eficiência de projetos de capital, a economia de baixo carbono, e a transição energética, por meio de sua forte expertise em transformação digital.

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A Petrobras obteve ganhos de R$ 342 milhões, entre 2021 e 2022, como reflexo da implementação de uma série de avanços em sua gestão da cadeia de suprimentos, voltada para suas ativi dades de exploração e produção, refino e transporte de produtos, e serviços. Os ganhos de eficiência foram obtidos, principalmente, devido aos avanços na gestão de suprimentos para manutenção, reparo e operação das unidades operadas pela companhia – como plataformas de produção, embarcações de apoio, sondas de perfuração, unidades de tratamento de gás, entre outras.

Essa economia contribuiu para os resultados já apresentados pela empresa, refletindo a redução em 25% da cobertura de estoque da Petrobras – bem como o corte de 34% de excesso de estoque, e de 40% dos códigos de materiais ativos na companhia, indicadores importantes na gestão da cadeia de suprimentos (supply chain). A gestão de suprimentos envolve a disponibilização dos mais diversos tipos de materiais, como tubos e conexões, equipamentos submarinos, turbinas, bombas, compressores e seus sobressalentes, necessários para dar suporte às operações da companhia.

A Petrobras dispõe de uma cadeia de suprimentos complexa, com milhares de fornecedores, e necessidade de disponibilização permanente de materiais para suas diversas operações. Em paralelo, a gestão de suprimentos da companhia tem o desafio de evitar o desabastecimento de materiais nessas unidades e, ao mesmo tempo, impedir despesas inerentes a eventuais estoques excessivos ou intempestivos. Os ganhos obtidos nessa área refletem o foco da Petrobras na melhoria da gestão, disciplina na alocação de capital, e redução de custos.

Os ganhos de eficiência na gestão de suprimentos da companhia contaram com o uso intensivo de tecnologia. A companhia aprimorou um sistema informatizado, para avaliação automática dos pedidos de compra e requisição das unidades, com base em um algoritmo, para determinar se os materiais eram ou não necessários. Se fossem necessários, seriam adquiridos. Se não claros, os pedidos eram analisados e refinados, o que levaria à compra ou à eliminação total do pedido.

Em reconhecimento aos avanços em sua gestão de suprimentos, a Petrobras recebeu, em 20/09, em Chicago (EUA), o prêmio de Excelência da Association for Supply Chain Management (ASCM), principal organização global dedicada a esse segmento.

A companhia alcançou o 1º lugar na categoria “Transformação Corporativa”, que reconhece melhorias na gestão da cadeia de su primentos, que alavancam resultados de negócios. A avaliação é feita pela ASCM, utilizando o modelo de Referência de Operações da Cadeia de Suprimentos (SCOR).

A Diretoria Executiva da Petrobras aprovou (08/09) o encerramento do processo competitivo para venda da concessão de Albacora, que será mantida integralmente na carteira.

A Petrobras estava em fase de negociação com a PetroRio S.A., para venda do campo. No entanto, apesar dos esforços de ambas as partes, não foi possível convergir para condições que refletissem a avaliação do ativo para a Petrobras.

Desta forma, a companhia dará continuidade ao projeto de revitalização de Albacora, localizado em águas profundas da Bacia de Campos (RJ), que contempla o desenvolvimento da produção do reservatório de Forno, localizado no Présal de Albacora.

O projeto prevê a contratação de uma nova plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo) para o campo, em substituição às duas unidades de produção que operam no ativo atualmente (P25 e P-31).

A companhia segue plenamente comprometida com seu programa de gestão ativa de portfólio, e reforça o compromisso com a ampla transparência dos processos de desinvestimentos. Nesse sentido, é importante ressaltar que a Petrobras segue reavaliando periodicamente seu portfólio de ativos, identificando continuamente quais devem ser desinvestidos, e quais devem ser foco de seus investimentos.

A decisão de encerrar o processo de venda de Albacora não afeta o desinvestimento em curso do campo de Albacora Leste, cujo contrato de venda foi assinado com a PetroRio S.A., em 28/04/2022. A Petrobras segue comprometida com o fechamento dessa transação.

Ganhos de R$ 342 milhões com melhorias na gestão da cadeia de suprimentos
Petrobras encerra processo de venda do campo de Albacora, e planeja investimentos no ativo
@FOTOS AGÊNCIA PETROBRAS
Notícias da Petrobras 80 no 389Petro & Química

Venda de direitos minerários de potássio

A Petrobras iniciou a etapa de divulgação da oportunidade (teaser), referente à venda de seus direitos minerários para pesquisa e lavra de sais de potássio, situados na Bacia do Amazonas.

O teaser, que contém as principais informações sobre a oportunidade, bem como os critérios de elegibilidade para a seleção de potenciais participantes, e está disponível no site da Petrobras: https://investidorpetrobras. com.br/pt/resultados‐e‐comunicados/teasers.

As principais etapas subsequentes do projeto serão informadas oportunamente ao mercado.

O ativo é composto por 34 títulos minerários de sais de potássio, localizados na Bacia do Amazonas, e outorgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Destes 34 títulos, 8 são concessões de lavra, 4 são requerimentos de lavra, e 22 estão em processo de autorização de pesquisa.

Decisão do Cade sobre possível monopólio regional

“A decisão do Cade, de aprovar a venda da Reman e seus ativos logísticos, é gravíssima para a região Norte, pois, incentiva a criação de mais um monopólio regional privado no setor do refino brasileiro, com consequências desastrosas para o consumidor local. Tanto que, além da FUP e do Sindipetro Amazonas, empresas de energia, como Raízen, Ipiranga, Equador, também se colocaram contra a privatização, e a consequente geração de monopólio pelo grupo Atem no Estado.” A afirmação é da Federação Única dos Petroleiros (FUP), sobre a aprovação do Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – sobre a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), da Petrobras, no Amazonas. A FUP destaca que, juntamente com o Sindipetro-AM, entrou com ação civil pública, que tramita no Tribunal Regional Federal, no Rio de Janeiro, contra a venda da refinaria do Amazonas, e contra o monopólio do setor na região. A ação ainda não foi julgada.

Em meio à questão, está a logística da região atendida pela refinaria, que abrange Pará, Amapá, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. A FUP se preocupa com o fato de que, como a Petrobras está vendendo todos os ativos de infraestrutura associados à Reman, o comprador, Grupo Atem, terá amplo poder sobre o mercado.

A Petrobras, “em continuidade ao comunicado divulgado em 13/05/2022, informa que o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – aprovou a transação de venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) para a Ream Participações

S.A., mediante a assinatura de Acordo em Controle de Concentração – ACC. A decisão será publicada no Diário Oficial da União, conforme prazo regimental do CADE e a conclusão da transação ainda está sujeita às demais condições precedentes, previstas no contrato de compra e venda. A compradora garante acesso não discriminatório de quaisquer distribuidoras ao Terminal de Uso Privado (TUP) da refinaria, em Manaus. As restrições foram propostas pela própria Petrobras e pela Ream, como forma de resolver a reprovação da operação, e a forte oposição de distribuidoras que atuam na região, que alegavam que haveria verticalização do mercado na região, uma vez que o Grupo Atem já atua na distribuição de combustíveis.”

@Agência Petrobras
Notícias da Petrobras no 389 Petro & Química 81

Petrobras informa sobre venda da REMAN

O Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica –, em sessão do Tribunal ocorrida nesta data, aprovou a transação de venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) para a Ream Participações S.A., mediante a assinatura de Acordo em Controle de Concentração – ACC (acordo).

O acordo foi proposto pela Ream Participações S.A. e visa

a atender às preocupações de natureza concorrencial identificadas pelo Cade.

A decisão é publicada no Diário Oficial da União, conforme prazo regimental do Cade, e a conclusão da transação ainda está sujeita às demais condições precedentes, previstas no contrato de compra e venda.

FPSO Carioca completa um ano de operação

A Petrobras prevê reduzir em 60% as emissões de carbono, associadas à produção dos campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos (RJ), como reflexo da implantação do projeto de revitalização dessa bacia. A estratégia consiste em substituir as nove plataformas próprias, que operam hoje nesses dois ativos, por dois novos FPSOs (unidades flutuantes que produzem, armazenam e transferem petróleo), equipados com tecnologias para redução de emissões de gases de efeito estufa.

A revitalização da Bacia de Campos integra o maior projeto de recuperação de ativos maduros da indústria offshore global. Com isso, a Petrobras espera agregar mais valor aos campos de Marlim e Voador, instalando ali os FPSOs Anita Garibaldi e Anna Nery, com capacidade de produzir, juntos, até 150 mil barris por dia (bpd). O início de operação das duas plataformas está previsto para 2023.

Para implementar os novos projetos de produção, a Petrobras irá perfurar 14 novos poços, remanejando outros 61 – e com o esforço de revitalização dos reservatórios, a previsão é gerar ganhos de produção para o campo. A Petrobras incorporou, nas novas plataformas válvulas de baixa emissão fugitiva, tecnologia para redução de gás ventilado, a partir de tanques de armazenamento de óleo, além de outras soluções, com foco na redução de emissões de carbono, contribuindo ainda mais para a resiliência ambiental dos campos de Marlim e Voador.

O FPSO Carioca, plataforma que produz no campo de Sépia, no Pré-sal da Bacia de Santos, completou um ano de operação (23/08). Neste período, o navio-plataforma alcançou uma produção acumulada de cerca de 39 milhões de barris de óleo (produção operada). Atualmente, é a maior plataforma no Brasil, em termos de complexidade e de produção, com cerca de 175 mil barris/dia produzidos, volume próximo à capacidade máxima projetada, de 180 mil barris/dia.

A unidade tem capacidade diária de processamento de 6 milhões de m3 de gás natural. Na atual fase, o gás associado é utilizado para geração de energia elétrica para consumo próprio, e o excedente é reinjetado no reservatório, para manutenção de pressão, através de dois poços injetores. A previsão é de que, até o final de 2022, o FPSO exporte gás.

Além desses dois poços injetores, hoje, a plataforma tem interligados quatro poços produtores. Avançando no processo de ramp up, a unidade tem prevista a interligação de mais três poços produtores, e dois injetores, na primeira onda do projeto.

Com sua operação, a Petrobras inaugurou a produção em Sépia, jazida do pré-sal da Bacia de Santos, que abrange o Campo de Sépia Leste (regime de Concessão) e a Área Coparticipada de Sépia, em que coexistem os regimes de Cessão Onerosa e Partilha da Produção.

A jazida compartilhada de Sépia é operada pela Petrobras (55,30%), em parceria com a TotalEnergies EP Brasil Ltda. (16,91%), Petronas Petróleo Brasil Ltda (12,69%), QP Brasil Ltda (12,69%), e Petrogal Brasil S.A. (2,41%).

@Modec
Projeto de revitalização prevê reduzir em 60% emissões de carbono
@Agência Petrobras
Notícias da Petrobras 82 no 389Petro & Química

Petrobras vai conectar 5G em 29 plataformas de produção, até 2024

A Petrobras prevê habilitar o sistema 5G em 29 plataformas de produção próprias, nas bacias de Campos e Santos – e em 17 unidades em terra (entre refinarias, unidades de tratamento de gás, portos, entre outras), até 2024. A expectativa é ampliar, em dezenas de vezes, a velocidade de transmissão de dados, impulsionando as operações remotas e as tecnologias de monitoramento em tempo real, em ambientes confinados, além de alavancar a realidade aumentada, mista, e a chamada Internet das Coisas, entre outros avanços.

Os primeiros resultados de ampliação de conectividade na companhia já começam a surgir, com a implementação, em andamento, das redes privativas LTE (Long Term Evolution) 4G, e o salto ocorrerá, numa segunda etapa, com a ativação do 5G – numa evolução do padrão LTE 4G.

Para prover a cobertura de transmissão de dados, e viabilizar a operação do 5G no ambiente offshore, a empresa está instalando uma ampla infraestrutura de fibra óptica, que ocupará mais de 1.600 km de extensão, ao longo das bacias de Campos e Santos. A rede está sendo instalada a partir da Praia Grande, no litoral de São Paulo, e a previsão é de que as obras sejam concluídas até o fim de 2023.

Em terra, a Petrobras planeja instalar 5G em 17 unidades sob sua operação, que abrangem refinarias, Unidades de Tratamento de Gás (UTGs), termelétricas, portos, armazéns, ambientes corporativos, além de seu Centro de Pesquisas e Inovação (Cenpes). Com a rede de quinta geração, a intenção é aumentar o controle à distância de drones e robôs, em qualquer lugar das plantas industriais, tanto em ambientes onshore quanto offshore, assim como ampliar a digitalização de processos, e reduzir a exposição dos profissionais ao risco.

Além das plataformas e sistemas onshore, a Petrobras pretende estender o 5G a unidades móveis, como sondas, Unidades de Manutenção e Serviço (UMS) e embarcações de apoio.

Com o 5G, a companhia espera aumentar a eficiência dos processos, reduzir custos, elevar o nível de segurança operacional, além de obter maior massa de dados extraídas das operações em campo, acelerando a tomada de decisão. Segundo dados da consultoria McKinsey, a combinação do 5G e satélites LEO (Low Earth Orbit) tem potencial de gerar ganhos de até US$ 70 bilhões para a indústria de petróleo e gás global, nos próximos anos.

Na Petrobras, o 5G irá impulsionar, também, inovações de última geração, como a Internet das Coisas – uma rede de equipamentos e pessoas conectada a sensores, softwares e outras tec nologias – que já conta com uma série de projetos em andamento, reunidos no Centro de Excelência em IIOT (Industrial Internet of Things) da companhia. Nesse centro, especialistas da empresa se dedicam a desenvolver os diversos aspectos de IIoT – como governança de dados industriais, arquitetura, segurança, e padrões – voltados para projetos de desenvolvimento de sensores para predição de falhas em equipamentos, aplicações para monitoramento remoto, e processamento de imagem, entre outros.

Petrobras destina R$ 6 milhões para aquisição de soluções inovadoras

A Petrobras lançou um segundo edital, para comprar soluções de inteligência artificial, tecnologias de inspeções, e modelagem e simulação, com investimentos de R$ 6 milhões

Com este segundo edital, o módulo Aquisição de Soluções de tecnologia tem investimentos que totalizam R$ 27,2 milhões.

Nesta edição, serão escolhidas inovações em áreas, como inteligência artificial, tecnologias de inspeção, e modelagem e simulação.

Os CPSIs – Contratos Públicos para Soluções de tecnologia Inovadoras – da Petrobras têm vigência de até 12 meses, podendo ser prorrogados por outros 12, para a confirmação das soluções de tecnologia. Após o contrato de inovação, a solução de tecnologia que possuir o melhor desempenho, e que demonstrou agregar valor para o negócio da Petrobras, pode ser contratada por um período de dois anos, que poderão ser prorrogáveis por mais dois, para fornecimento em escala.

FOTO Petrobras/Geraldo Falcão Foto: reprodução agenciapetrobras CENPES Petrobras
Notícias da Petrobras no 389 Petro & Química 83

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