IGREJA CATÓLICA
Sinodalidade eclesial (2): sinodalidade e colegialidade
Sínodo
2021 2023 Por uma Igreja sinodal
comunhão | participação | missão
Com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o Sínodo é um processo de três etapas. Começou em outubro de 2021 e culminará com a Assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2023. Estamos na primeira fase, nas igrejas particulares (outubro de 2021-março de 2022).As dioceses enviarão suas contribuições à CNBB, até 25 de março de 2022. Seguem as etapas continental (setembro-outubro de 2023) e universal (outubro de 2023). A sinodalidade reassumiu grande importância com o Concílio Vaticano II, principalmente no pontificado de Francisco. Ao celebrar os 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos (17/10/2015), o Pontífice afirmou que “o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”. Para compreender a sinodalidade é preciso considerar também a colegialidade, conceito determinante para a eclesiologia e bem conhecido nas ENS. Basta lembrar os colegiados de Setor, Província, Região. A colegialidade, em nível de Igreja, é exercida pelos bispos unidos ao Papa, o “colégio episcopal”, e significa “ler juntos” a mensagem de Deus para nosso tempo. A sinodalidade, porém, vai além da
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colegialidade e não se reduz ao Sínodo dos Bispos, pois há diversos níveis de sinodalidade na Igreja: 1º) Nas Dioceses, com os seus vários organismos de comunhão; 2º) Nas Conferências Episcopais; 3º) Na celebração do Sínodo dos Bispos propriamente dita. “O Sínodo dos Bispos, representando o episcopado católico, torna-se expressão da colegialidade episcopal dentro duma Igreja toda sinodal”, segundo o Papa. Entre as iniciativas de Francisco para tornar a sinodalidade mais efetiva está a ampliação da consulta na fase preparatória. Valoriza-se, assim, o sensus fidei, o sentido e o sentir da fé de todos os fiéis. Pode-se dizer que o sensus fidei é o terceiro polo, junto com a hierarquia (preside a Igreja na caridade) e a academia (a reflexão teológica na Igreja). O Papa alerta que o conceito de sínodo é “fácil de exprimir em palavras, mas não de ser colocado em prática”. Supõe a Igreja como “mistério” (sinal e instrumento de comunhão) e “Povo de Deus”, em que há diversidade de vocações e ministérios, mas “reina entre todos verdadeira igualdade quanto à dignidade e ação comum a todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo” (LG 32). É a Igreja servidora, em que a autoridade se expressa como serviço e o próprio Sucessor de Pedro se apresenta como “servo dos servos de Deus”. Pe. Mariano Weizenmann SCE Região SP Leste II Prov. Sul I CM 546