HISTÓRIA 5° ANO - MANUAL DO PROFESSOR

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universo das

DESCOBERTAS

História Ensino Fundamental • Anos Inicias

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Tainá Nogueira Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas. Editora de materiais didáticos.

1a edição São Paulo, 2021

MANUAL DO PROFESSOR

O

ANO


Universo das Descobertas História – 5º ano

Conselho Editorial Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dados

Internacionais de Catalogação na Publicação Angélica AngélicaIlacqua IlacquaCRB-8/7057 CRB-8/7057

(CIP)

N716u Nogueira, Tainá

Universo fundamental São Paulo : (Universo

das descobertas : História : Ensino : Anos iniciais : 5º ano / Tainá Nogueira. –– Universo da Literatura – UDL Educação, 2021. das descobertas ; 5)

ISBN 978-65-89871-47-7 (aluno) ISBN 978-65-89871-57-6 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título II. Série 21-3312

CDD 372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino Fundamental I

Direção Editorial Alessandro Gerardi Coordenação Editorial Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Edição Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Revisão de textos Elis Beletti, Débora Tamayose e Luigi Andrade/Exlibris Soluções Didáticas e Editoriais Projeto gráfico Escala Educacional e Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Capa Todotipo Editorial Ilustração de capa Ilustracartoon Editoração eletrônica e Arte Ex-Libris Soluções Didáticas e Editoriais Licenciamento de textos e imagens Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento

Todos os direitos reservados: UDL Educação Av. Ordem e Progresso, nº 157, sala 803 - Várzea da Barra Funda CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil Phone/Fax: 55 11 3392 3336 www.udleducacao.com.br contato@udleducacao.com.br

Pesquisa iconográfica Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento


Sumário Apresentação................................................................................................................................. IV 1. Orientações gerais.................................................................................................................. V 1.1 O ensino de História no Ensino Fundamental - Anos iniciais ...................................... V Propostas curriculares de História............................................................................................ VI Os desafios do ensino de História............................................................................................VII Somos sujeitos da História........................................................................................................VII 1.2 Pressupostos teórico-metodológicos da coleção............................................................VII

2. Estrutura e organização da coleção...........................................................................VIII 2.1 Os conteúdos..........................................................................................................................VIII 2.2 A estrutura..............................................................................................................................VIII 2.3 Os graus de dificuldade de cada volume ......................................................................... IX

3. Avaliação...................................................................................................................................... X 4. Planejamento do 5o ano..................................................................................................... XI 5. Referências.............................................................................................................................. XIV Livro do Estudante...................................................................................................................... 1 Apresentação.................................................................................................................................. 3 Conheça seu livro......................................................................................................................... 4 Sumário.............................................................................................................................................. 6 Para começar................................................................................................................................... 8 Unidade 1 - Em torno dos rios: formando povos....................................................................... 10 Unidade 2 - A escrita e outras formas de registro...................................................................... 26 Unidade 3 - O mundo das crenças e dos deuses........................................................................ 46 Unidade 4 - A vida cotidiana: moradia, trabalho, lazer.............................................................. 66 Unidade 5 - Um Estado para governar o povo........................................................................... 88 Unidade 6 - Sociedades em transformação.............................................................................. 106 Unidade 7 - Construindo identidades ....................................................................................... 120 Unidade 8 - Memória e patrimônio da humanidade................................................................ 130 Para finalizar .............................................................................................................................. 142

Referências................................................................................................................................... 144


Caro professor, Elaboramos este manual especialmente para você, com o intuito de contribuir com seu trabalho de educador junto aos estudantes, principalmente no ensino de História. Aqui, nestas páginas, você encontrará as diretrizes teóricas e metodológicas que orientaram a elaboração deste projeto, discussões sobre o ensino e a aprendizagem em História, além de sugestões de como utilizar o material em sala de aula e adequá-lo ao seu planejamento. Esta coleção foi feita conforme as habilidades e competências elencadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais e os preceitos da Política Nacional de Alfabetização. Esperamos que este manual seja uma ferramenta útil para suas aulas e atualização docente. Ótimo trabalho! A autora e a equipe editorial deste livro


Orientações gerais O ensino de História no Ensino Fundamental – Anos iniciais Desde os anos 1980, com todas as transformações políticas e sociais vividas no Brasil em decorrência do movimento de redemocratização, a educação e, consequentemente, o ensino de História vêm sendo intensamente discutidos. Nesse cenário político, com as demandas da sociedade mais expostas e discutidas abertamente, foram publicados o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1996, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN), em 2013, e, por fim, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2018, e a Política Nacional de Alfabetização (PNA), em 2019. O ECA representou uma virada histórica na forma de conceber a infância e a juventude. Os direitos da criança e do adolescente, entre os quais está o acesso à educação, passaram a ser considerados de responsabilidade do Estado, das famílias e de toda a sociedade. A LDB reafirma esse princípio ao mencionar, no artigo 32, que é direito de todas as crianças o acesso ao Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito em escola pública, tendo como finalidade a formação básica do cidadão. Além disso, reconhece a importância de um ensino de História que leve “em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia”. Os PCNs e a DCN trouxeram novos horizontes ao segmento e, consequentemente, aos componentes curriculares escolares que os compõem. Nesse sentido, no que se refere à História, eles constituíram um esforço de sistematização do conhecimento na área para um novo tempo, para uma nova infância, para uma nova escola. Para substituir uma História focada na memorização e sem relação com as questões do presente, essas iniciativas conduziram ao diálogo entre passado e presente e também à seleção de acontecimentos históricos relevantes para os diferentes contextos de estudo. Além disso, a concepção de sujeitos históricos deixou de se restringir a indivíduos ilustres, passando a incluir pessoas comuns, diferentes grupos sociais, crianças, mulheres, organizações, e instituições. Embora esses avanços tenham sido significativos, havia ainda a necessidade de diretrizes pedagógicas que garantissem a equidade na educação, tendo em vista a grande diversidade cultural e as desigualdades sociais presentes no país. Assim, com base na LDB, que previa o estabelecimento de competências e diretrizes para a educação básica que norteassem currículos e seus conteúdos mínimos, foi concebida a Base Nacional Comum Curricular.

Entendendo-se competência como mobilização e aplicação de conhecimentos (conceitos, procedimentos, valores, atitudes), de acordo com a BNCC, espera-se tornar o educando capaz de acionar e utilizar seus conhecimentos na busca de resoluções de problemas. Com esse intuito, a BNCC elenca dez competências gerais, que perpassam todos os componentes curriculares da educação básica, e sete competências específicas para História.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. V


8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 9-10.

A Política Nacional de Alfabetização, por sua vez, foi criada com o objetivo de melhorar a qualidade da alfabetização no país, combatendo o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional. Para isso, ela prevê o desenvolvimento da literacia e da numeracia. A literacia é entendida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva. Segundo essa política, ela deve ser desenvolvida da forma a seguir nos anos iniciais do Ensino Fundamental. • 1o ano: aquisição de vocabulário, desenvolvimento da consciência fonológica, aquisição de habilidades de leitura (decodificação) e de escrita (codificação). • 2o ano ao 5o ano: além das habilidades acima, são desenvolvidas a fluência em leitura oral e a interpretação de textos.

Propostas curriculares de História COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE HISTÓRIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo. 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica. 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito. 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações. 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 402.

VI

Em artigo em que analisa as propostas curriculares nos diferentes estados brasileiros, a professora Circe Bittencourt (1998) identifica como conceitos básicos desenvolvidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental o de cultura, vinculado à construção das noções de semelhanças e diferenças, e o de organização social e do trabalho. Também aponta a introdução das noções de tempo e espaço histórico desde o processo de alfabetização. Em relação à noção de tempo histórico, os documentos oficiais que orientam esse componente curricular recomendam que se trabalhe a ideia de antes e depois, com o conceito de geração e o conceito de duração. Dessa forma, os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental poderão compreender, de maneira gradual, que a noção de tempo histórico não se restringe ao tempo cronológico. Outra proposta comum para os anos iniciais é a problematização dos temas abordados por meio da história local. Essa prática permite que se contextualizem os problemas do presente, articulando questões locais, regionais, nacionais e internacionais. Assim, a escolha dos conteúdos e problemas deve começar na história local associada à história do cotidiano, possibilitando a introdução de novos objetos, sujeitos e métodos. A BNCC propõe o estudo de História por meio de diferentes fontes (escritas, iconográficas, materiais e imateriais) que proporcionem a compreensão da relação entre tempo e espaço e das relações sociais que as produziram. Registros e vestígios trazem em si as experiências humanas, revelando sujeitos, suas formas de produção, circulação e consumo, que se verifica por meio de processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise. Nesse sentido, a BNCC pretende que estudantes e professores incorporem atitude historiadora diante dos conteúdos propostos.


Os desafios do ensino de História O mundo social vivenciado pelos estudantes atualmente é infinitamente mais dinâmico e complexo que o de algumas décadas atrás. Hoje, eles têm acesso às informações por meio do uso mais difundido da internet e das múltiplas ferramentas de busca. Além disso, a comunicação virtual, com a multiplicação de redes sociais, propicia uma nova dinâmica de relações para a nova geração. Cada vez mais, os estudantes se veem diante de questões que desafiam a sociedade e se tornaram parte do cotidiano das pessoas. Dessa maneira, justifica-se a necessidade de se trabalhar em sala de aula temas contemporâneos, como direitos da criança e do adolescente, preservação do meio ambiente, educação alimentar e nutricional, processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, educação em direitos humanos, saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, trabalho, ciência e tecnologia, diversidade cultural, entre outros. Nesse cenário, sistematizar informações acerca de acontecimentos, mudanças e fenômenos sociais contemporâneos, transformando-os em saberes escolares, passou a ser um desafio do ensino de História. Assim, para assegurar as aprendizagens essenciais em cada etapa da educação básica, fazem sentido as ações propostas pela BNCC, como contextualizar os conteúdos, consolidar a interdisciplinaridade entre os componentes curriculares, adotar diferentes metodologias e estratégias didático-pedagógicas, procurar motivar e engajar os alunos na aprendizagem, adotar recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para o processo de ensino e aprendizagem.

Somos todos sujeitos da História Nos anos iniciais, é recomendado que o estudo de História propicie aos estudantes o reconhecimento de sua história de vida e da de outras pessoas de sua convivência para que construam as próprias narrativas sobre essas histórias. De acordo com a BNCC: O exercício do “fazer história”, de indagar, é marcado, inicialmente, pela constituição de um sujeito. Em seguida, amplia-se para o conhecimento de um “Outro”, às vezes semelhante, muitas vezes diferente. Depois, alarga-se ainda mais em direção a outros povos, com seus usos e costumes específicos. Por fim, parte-se para o mundo, sempre em movimento e transformação. Em meio a inúmeras combinações dessas variáveis – do Eu, do Outro e do Nós –, inseridas em tempos e espaços específicos, indivíduos produzem saberes que os tornam mais aptos para enfrentar situações marcadas pelo conflito ou pela conciliação. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. p. 347-348.

Essa forma de estudar História é essencial para alicerçar o conhecimento de outras localidades, cidades, estados e países. Desse modo, os estudantes compreendem pela experiência que a História pode ser escrita sob múltiplas perspectivas. Quando o estudante se coloca como narrador, percebe também que a noção de espaço e de tempo é essencial para a compreensão dos períodos históricos. O ensino de História deve permitir aos estudantes que desenvolvam as próprias representações da época em que vivem e, ao mesmo tempo, pratiquem uma análise crítica sobre a memória coletiva. O principal intuito do componente curricular é favorecer a formação de sujeitos que questionem a realidade que os cerca – aprendendo que podem atuar na transformação da realidade histórica na qual estão inseridos – e reconheçam as multiplicidades de realidades sociais e dimensões vividas.

Pressupostos teórico-metodológicos da coleção No início do século XX, os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre criaram uma perspectiva histórica que posteriormente ficaria conhecida por Escola dos Annales. Contra a concepção linear do tempo histórico e as análises que narravam a sucessão cronológica dos fatos, Bloch introduziu a perspectiva de permanência na análise histórica, alterando profundamente o modo de pensar a relação passado – presente – futuro. Ao admitir que a sociedade é um jogo de interações, Bloch abriu caminho para que se considerassem os ritmos de cada uma das partes, analisando aquilo que se apresenta em termos de continuidade e de mudança (REIS, 1994). O resultado foi o surgimento de novos objetos, novos problemas e de novas abordagens dos fatos sociais. A Escola dos Annales transformou o cotidiano social em objeto de investigação e, assim, a natureza, a alimentação, as práticas de leitura, o corpo humano, os temas étnico-raciais, entre outros, foram anunciados como objetos da História. Enfim, a nova História abria-se para investigações no campo da história econômica, social e cultural, privilegiando a história de sujeitos coletivos. Esse enfoque sugere o estudo de uma sociedade com base em um de seus aspectos particulares. A pesquisa histórica, então, assumiu uma dimensão dialética, na qual a permanência de um aspecto revelava sua mudança, e vice-versa. Ao introduzir os acontecimentos em uma perspectiva de longa duração, os Annales permitiram, portanto, uma nova relação temporal, que passou a ser ordenada por meio da problematização de um acontecimento no tempo presente e da interpretação do que esse acontecimento representa em termos de mudanças e permanências na história. Interrogar o documento mediante os problemas do mundo tornou-se a operação historiográfica. Fernand Braudel, outro importante representante da Escola dos Annales, emprestando categorias de análise de áreas como Antropologia, Economia, Sociologia e VII


Geografia, inseriu a noção de ritmos da temporalidade, dimensionando e diferenciando os eventos que aconteciam no plano imediato (curta duração), no nível conjuntural (média duração) e no estrutural (longa duração). Essas novas orientações no campo historiográfico redefiniram a visão de muitos historiadores sobre o ensino de História e seus objetivos e acabaram incorporadas a muitos dos currículos do ensino básico. Essas perspectivas estão na base desta coleção. Busca-se partir das questões do presente próximas dos alunos e estabelecer as articulações entre o local, o nacional e o geral. O estudo da realidade mais próxima do estudante permite que ele crie vínculos com a memória familiar, com o mundo do trabalho, das migrações e das festas, bases da constituição de identidades individuais, sociais e coletivas. Na coleção, essa história local ou do lugar associa-se à história do cotidiano, sobretudo do cotidiano da criança (seu tempo e espaço). O cotidiano das pessoas torna-se objeto de investigação: as brincadeiras e os brinquedos de hoje e de outros tempos, os hábitos alimentares de diferentes lugares e de épocas distintas, o jeito de se vestir, as tarefas diárias de adultos e crianças, os tipos de moradia etc. Na construção do conhecimento histórico, os conceitos de tempo, sujeito, espaço e acontecimento histórico são essenciais e, por isso, precisam ser trabalhados e avaliados de forma integrada. Desse modo, é fundamental a valorização do cotidiano social que permeia a vida dos alunos e sua relação com a experiência histórica de outros grupos, lugares e tempos. É dessa forma que o estudante poderá situar-se historicamente, ou seja, compreendendo que pessoas, relações e atividades do seu cotidiano se articulam à dinâmica cultural, social, política e econômica de elementos históricos, próximos e distantes espacialmente, simultâneos e anteriores em termos temporais. Em relação aos métodos de ensino, a coleção parte da ideia de que os estudantes têm saberes sobre os objetos de ensino e que é necessário articular esses conhecimentos prévios aos conteúdos que serão ensinados. É preciso considerar que o estudante chega à sala de aula com certas noções sociais de tempo, sujeito e acontecimento histórico. Além disso, o professor poderá identificar e analisar as relações estabelecidas pelos estudantes entre os seus conhecimentos prévios e os novos saberes, para planejar as intervenções adequadas, a fim de ajudá-los a avançar no processo de aprendizagem. Portanto, propõe-se um método no qual o estudante tem um papel ativo na construção do conhecimento sobre conceitos, noções e acontecimentos históricos. Outro aspecto da metodologia adotada diz respeito às relações e comparações estabelecidas entre o presente e o passado, em um mesmo espaço ou em lugares diferentes, com o objetivo de levar o estudante, gradualmente, à compreensão da realidade em uma dimensão histórica. VIII

Estrutura e organização da coleção Os conteúdos A coleção é composta de cinco volumes, cada qual dividido em unidades centradas em um tema específico. O volume do 1o ano desenvolve conteúdos pertinentes ao aluno, ao Eu, tratando de temas como: ser criança, a identidade, família e escola. Por meio desses temas, a ideia é desenvolver a noção de identidade, individual e coletiva, vinculada aos grupos de convívio mais próximos do estudante (a família, os amigos, a escola). O volume do 2o ano, por sua vez, está centrado na ideia do Eu e o outro, abordando assuntos como: crianças de diferentes lugares, crianças no tempo, formas de morar e festas. Começamos, assim, no universo da criança, a realidade mais próxima do aluno, apresentando diferenças no tempo e no espaço, para discutir as moradias, as características do viver e as questões relacionadas à produção de bens, sempre nos preocupando em incentivá-lo a perceber e conhecer as diferentes formas de registro e evidências históricas. O volume do 3o ano tem como base o Eu, o outro, nós. Seus temas estão centrados na cidade, no campo, nas formas de vida, trabalho e lazer que se consolidaram ao longo do tempo nesses espaços. Procuramos, assim, chamar a atenção para a construção dos espaços (cidade e campo), trabalhando diferenças entre urbano e rural. Trabalhamos ainda as comemorações e as questões ambientais relacionadas a esses espaços. Os conteúdos do volume do 4o ano ampliam as temáticas já tratadas até aqui. Deixa de se configurar especificamente ao redor do aluno para abordar temas pertinentes à construção do conhecimento histórico, às origens da humanidade, à formação dos brasileiros, entre outros. O livro tem como pano de fundo a mobilidade e a incessante transformação das culturas e dos modos de viver. O volume do 5o ano, por fim, desenvolve temas como os primeiros povos ao redor dos grandes rios, a formação do Estado, o surgimento da escrita, a cidadania e o patrimônio histórico. Sempre com os olhos no presente, é um mergulho pelos processos históricos que deram origem às sociedades contemporâneas.

A estrutura Cada unidade apresenta estratégias e recursos variados para o ensino de História no texto principal, nas imagens, nos quadros e nas seções de atividades. O propósito é desenvolver a percepção e o domínio das noções e dos conceitos centrais do componente curricular. Porém, tais estratégias e recursos podem ser escolhidos e combinados, conforme os objetivos do curso e, sobretudo, de acordo com o perfil da turma. As aberturas de unidades desta coleção foram projetadas para despertar o interesse do aluno pelo tema a ser desenvolvido, organizar os conhecimentos prévios e a elaborar hipóteses.


O texto principal, por sua vez, é aquele destinado a desenvolver o tema central da unidade e do qual deriva todo o restante do conteúdo. Ele desenvolve o tema da unidade por meio de linguagem adequada à faixa etária dos estudantes. Os intertítulos cumprem papel relevante nessa organização e sistematizam o assunto a ser estudado. Em geral, os conteúdos de cada unidade estão organizados com base em um olhar sobre o tempo presente e a realidade do estudante. Busca-se, então, localizar os assuntos ao longo do tempo e em outros espaços. Considerando a preocupação de formar estudantes com domínio de múltiplas habilidades e competências, foram ainda elaboradas seções de atividades que possibilitam o trabalho em grupo, a leitura de imagens e de textos, a expressão oral ou escrita e a pesquisa, entre outros recursos. As unidades também contêm quadros chamados +História, que oferece sugestões de livros, filmes e sites sobre os assuntos tratados. Cabe destacar as seções que trabalham os conceitos fundamentais para a construção do conhecimento histórico. A seção De olho no sujeito apresenta a diversidade de indivíduos e grupos que são sujeitos da história. A seção De olho no tempo trabalha a noção de tempo histórico sem se limitar ao tempo cronológico. Por meio dela, procura-se apresentar aos estudantes as noções de diferentes ritmos de duração e a ideia de mudanças e permanências. Por sua vez, a seção De olho nas pistas aborda as evidências históricas, destacando a diversidade de materiais utilizados para a escrita da História. Ao final de cada unidade existe a seção Juntando saberes, um conjunto de atividades que propõem desde a sistematização do conteúdo até pesquisas e entrevistas. Nela são trabalhadas habilidades, como a comparação entre passado e presente, a identificação de diferenças e semelhanças, noções de mudanças e permanências e diferentes ritmos e níveis temporais. Essas atividades não são apenas um instrumento de sistematização e assimilação do conteúdo. Elas também foram planejadas para estabelecer debates, incentivar o trabalho coletivo e a pesquisa, contribuindo com a formação integral dos estudantes. Para orientar os estudantes, algumas atividades são identificadas com ícones, informando-lhes se devem ser realizadas oralmente, em dupla ou em grupo:

Ícone

Descrição Atividade oral Atividade em dupla Atividade em grupo

Para dar suporte ao trabalho do docente, o Manual do Professor, além de conter respostas e orientações de encaminhamento dos conteúdos e das atividades, apresenta mais um ícone – Tema contemporâneo – central do volume. Apesar de, ao longo dos volumes, o material perpassar os diversos temas contemporâneos transversais, em cada ano um deles tem um destaque maior, de acordo com a temática principal desenvolvida ao longo do ano. Esses temas podem ser identificados em um ícone visível somente ao professor.

Ícone VIDA FAMILIAR E SOCIAL

Descrição Tema contemporâneo de destaque

Ao longo da coleção, você perceberá que várias atividades não estão acompanhadas por nenhum dos ícones apresentados no quadro acima. Atividades sem ícone são aquelas que sugerimos que sejam realizadas individualmente e, em geral, requerem produção escrita dos estudantes. O Manual do Professor ainda oferece alguns recursos extras para sala de aula, em especial as Atividades complementares e sugestões que o professor pode adaptar às suas condições de trabalho.

Os graus de dificuldade de cada volume Uma característica importante da coleção é a graduação de dificuldade ao longo dos cinco volumes. Nos volumes do 1o ano e do 2o ano, em virtude de os estudantes ainda estarem em processo de alfabetização, preocupamo-nos em oferecer um número maior de atividades orais, com diálogos e debates sobre os temas propostos. Aos poucos, porém, nesses volumes, as atividades escritas vão sendo inseridas em maior quantidade para, nos volumes seguintes, serem cada vez mais requeridas, acompanhando as expectativas de literacia do PNA. O mesmo ocorre com os graus de dificuldade de leitura e resolução de atividades. Nos primeiros volumes, os textos mais longos e complexos foram pensados para serem intermediados pelo professor. Há também um maior número de atividades intercaladas ao longo do conteúdo, de forma a criar maior interação com o pequeno estudante. Esses artifícios vão sendo reduzidos conforme os estudantes avançam no aprendizado. Nos dois últimos volumes, a forma de abordar os assuntos se torna mais complexa, sendo que, no quinto, procuramos nos aproximar dos livros dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Assim, com tais estratégias de graduação progressiva de dificuldades ao longo da coleção, acreditamos estar preparando os estudantes para uma transição suave entre os anos e entre os diferentes ciclos de ensino. IX


Avaliação O ensino e aprendizagem não estaria completo sem as avaliações. Avaliar a aprendizagem do conhecimento histórico no espaço escolar envolve tanto a aprendizagem dos conteúdos como a construção de relações sociais mais amplas entre os alunos e as coisas do mundo. No processo de avaliação, mais relevante do que mensurar, atribuir uma nota ou um conceito, é obter informações sobre a aprendizagem do estudante, com a finalidade de ajudá-lo a avançar e aprender. A avaliação deve servir para balizar todo o trabalho desenvolvido em sala de aula, desde a adequação do planejamento até o desempenho dos estudantes. É interessante que a avaliação seja encarada como um processo, isto é, seja composta de diversos instrumentos capazes de avaliar diferentes aspectos e momentos da aprendizagem. É importante, para isso, estimular a participação do estudante, explicitando os critérios nos quais se baseiam a avaliação, os meios utilizados e os objetivos a serem alcançados. O professor Charles Hadji (2001), que trata da avaliação formativa, aponta três características principais desse modelo de avaliação. A primeira é o fato de ser uma avaliação informativa, ou seja, que oferece dados sobre a condução do processo de ensino e aprendizagem. A segunda, decorrente da primeira, é a possibilidade de permitir que o professor reflita sobre o seu trabalho com base nos dados fornecidos, e que o estudante tome consciência de suas dificuldades, assim, ele poderá reconhecer e corrigir seus erros. Por fim, a terceira característica é a função “corretiva” dessa avaliação, que é resultado da variabilidade didática. Sobre isso, Hadji é categórico: [...] o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “variabilidade didática”. A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reconheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da “variabilidade didática”. Uma avaliação que não é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.

X

As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do estudante, que concernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornando-se possíveis pela avaliação formativa. O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação em andamento. A avaliação formativa, portanto, preocupa-se com todo o processo de ensino e aprendizagem, que não é uniforme e depende dos conhecimentos e das competências desenvolvidos anteriormente por cada um dos estudantes. Assim, a avaliação pressupõe certo grau de individualização do processo de aprendizagem. Por isso, para Hadji, o único procedimento que de fato atesta a prática de uma avaliação formativa é a existência da variabilidade didática, que decorre da obtenção de informações sobre o que e como o estudante aprende. Em outras palavras, em um processo de avaliação formativa, obtemos informações que podem ser usadas para ajudar os diferentes estudantes a aprender. Em consequência, é necessário pensar em propostas diferenciadas. Quando a variabilidade didática não é aplicada, o processo até pode ter sido presidido por uma intenção formativa, mas ela não se concretiza de fato. Uma das formas para viabilizar esse tipo de avaliação é a análise das tarefas sugeridas aos estudantes. Hadji propõe a decomposição da tarefa em suas etapas primordiais para a elaboração de critérios de realização, que norteiam os estudantes na execução da atividade e o professor na apreciação dela. Esses critérios também informariam as dificuldades e facilidades encontradas pelos estudantes ao cumprir a tarefa. No fechamento de cada etapa do processo avaliativo, seja a etapa organizada por blocos de conteúdos, seja associada a períodos escolares, enfatizamos a importância da autoavaliação, momento em que o estudante pode fazer um balanço de seu aproveitamento, contando com o acompanhamento do professor. Para viabilizar a autoavaliação, devem ser apresentados, no início do trabalho com a turma, os objetivos mínimos a serem alcançados. Durante a avaliação, pode-se retomar os temas estudados naquele período, assim como as atividades realizadas, e relembrar com os alunos os objetivos preestabelecidos. Esses dados servirão de parâmetros para a autoavaliação, que pode ser oral ou escrita. É importante lembrar que nem todos os estudantes sentem-se suficientemente seguros para se expor diante do grupo e que essa característica deve ser respeitada. É fundamental apoiar-se nos resultados do processo avaliativo para discutir conquistas e dificuldades, a fim de definir posteriores mudanças.


Planejamento do 5o ano Para o 5º ano, a BNCC preconiza que devem ser desenvolvidas as seguintes habilidades:

Descrição

Código EF05HI01

Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

EF05HI02

Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas de ordenação social.

EF05HI03

Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

EF05HI04

Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.

EF05HI05

Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica.

EF05HI06

Comparar o uso de diferentes linguagens e tecnologias no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.

EF05HI07

Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

EF05HI08

Identificar formas de marcação da passagem do tempo em distintas sociedades, incluindo os povos indígenas originários e os povos africanos.

EF05HI09

Comparar pontos de vista sobre temas que impactam a vida cotidiana no tempo presente, por meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.

EF05HI10

Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

Para contribuir com o planejamento de suas aulas, apresentamos a seguir uma proposta de uso do material ao longo das 40 semanas letivas.

Semana

Páginas

Indicações

1

8e9

Aplicação das atividades diagnósticas da seção Para começar

2

10 a 13

Unidade 1 – Em torno do Rio: formando povos Junto aos rios, as cidades

3

14 a 16

Entre rios surgiram as primeiras cidades Uma terra, muitos povos

17 a 20

De olho no tempo: Um longo processo Na África, o vale do rio Nilo Unidos pela água? A importância dos rios na formação do Brasil

5

21 a 23

No continente americano, as nascentes • A atividade pode ser usada como avaliação contínua De olho no tempo: as sociedades agrárias De olho nas pistas: A diversidade cultural dos povos indígenas

6

24 e 25

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

4

Habilidades da unidade EF05HI01 EF05HI09

EF05HI01 EF05HI02 EF05HI03 EF05HI09 EF05HI10

XI


Semana

Indicações

7

26 a 30

Unidade 2 – A escrita e outras formas de registro Uma forma de expressão Informar e registrar

8

31 a 33

De olho no sujeito: O escriba A escrita na Mesopotâmia • A atividade pode ser usada como avaliação contínua.

9

34 a 36

A escrita no antigo Egito De olho nas pistas: A Pedra de Roseta Avaliação contínua

37 a 39

A escrita fenícia A escrita na América E no Brasil? • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua.

11

40 a 43

A Língua que falamos e escrevemos • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua. De olho no tempo: Um longo processo História em Ação

12

44 e 45

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

13

46 a 50

Unidade 3 – O Mundo das crenças e dos deuses Muitos deuses

14

51 a 55

De olho no tempo: Mitos de origem Os mitos indígenas do Brasil Deuses humanizados

15

56 a 59

De olho no tempo: Heróis de ontem e hoje Um deus único, para muitos povos • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua.

16

60 a 63

O judaísmo De olho nas pistas: A sagrada cidade de Jerusalém O cristianismo O Islamismo

17

64 e 65

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

18

66 a 71

Unidade 4 – A vida cotidiana: moradia, trabalho, lazer Rotina e trabalho • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua. Criar formas e objetos

19

72 a 75

Um mundo de trocas • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua. De olho nas pistas: As moedas brasileiras

76 a 78

A vida em família Diferentes organizações familiares

21

79 a 83

De olho nas pistas: Religião e família em Roma Festas e jogos para os deuses e para o povo • A atividade 2 pode ser usada como avaliação contínua. De olho no tempo: os jogos olímpicos

22

84 e 85

História em ação: Personagens do cotidiano

23

86 e 87

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

10

20

XII

Páginas

Habilidades da unidade

EF05HI01 EF05HI06 EF05HI07 EF05HI08 EF05HI09 EF05HI10

EF05HI01 EF05HI02 EF05HI03 EF05HI04 EF05HI06 EF05HI07 EF05HI08 EF05HI09 EF05HI10

EF05HI01 EF05HI03 EF05HI04 EF05HI10


Semana

Páginas

Indicações

24

88 a 91

Unidade 5 – Um Estado para governar o povo Os primeiros agrupamentos humanos

25

92 e 93

De olho nas pistas: A cidade e a cultura O sistema monárquico

26

94 a 97

A Monarquia no Egito Antigo De olho no sujeito: As mulheres também governam A democracia grega • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua.

27

98 a 103

De olho nas pistas: Os poderes na democracia brasileira Roma, da cidade ao império Impérios na Antiguidade

28

104 e 105

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

29

106 a 109

Unidade 6 – Sociedades em Transformação Todos devem saber: publicando leis e decisões

110 a 112

Poderes e direitos • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua. De olho nas pistas Discutindo as leis: a cidadania na Grécia

31

113 a 117

Em Roma, a origem do Direito De Olho no Sujeito: Os reformistas irmãos Graco De Roma ao Brasil História em Ação

32

118 e 119

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

33

120 a 123

Unidade 7 – Construindo identidades Identidades O legado da Grécia

34

124 a 127

A Identidade cultural brasileira Heranças indígenas na cultura brasileira Heranças africanas na cultura brasileira De olho no tempo: Diferentes culturas, diferentes calendários Um calendário africano

35

128 e 129

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

36

130 a 133

Unidade 8 – Memória e Patrimônio da Humanidade Patrimônio plural Patrimônio cultural

37

134 a 137

De olho nas pistas: Você conhece o site do Iphan? Patrimônio vivo • As atividades podem ser usadas como avaliação contínua. Patrimônio cultural mundial brasileiro Bens tombados

38

138 e 139

Juntar saberes • As atividades desta seção podem ser utilizadas como avaliação formativa.

39

140 e 141

História em ação

40

142 e 143

Aplicação das avaliação de resultados da seção Para finalizar

30

Habilidades da unidade

EF05HI02 EF05HI04 EF05HI05

EF05HI02 EF05HI03 EF05HI04 EF05HI05 EF05HI07

EF05HI01 EF05HI02

EF05HI06 EF05HI07 EF05HI09 EF05HI10

EF05HI01 EF05HI02 EF05HI09 XIII


Referências ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez; Campinas: Editora da Unicamp, 1995. BALAKRISHNAN, G. (org.). Um mapa da questão nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. BARRETO, E. S. (org.). Os currículos do Ensino Fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História – fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. A obra aborda aspectos de ensino e aprendizagem de História do ponto de vista dos problemas teóricos que fundamentam o conhecimento escolar e dos problemas das práticas em sala de aula. BITTENCOURT, Circe Maria F. Propostas curriculares de História: continuidades e transformações. In: BARRETO, Elba Siqueira de Sá (org.). Os currículos do Ensino Fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. BLOCH, Marc. Apologia da História ou ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. Por meio desse livro, Marc Bloch amplia a noção de documento, a possibilidade de objetos de estudo e quebra paradigmas conservadores no que se trata de fazer ciência. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Ensino Fundamental de Nove Anos. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ensino-fundamental-de-nove-anos>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069. htm>. Acesso em: 30 jul. 2021. BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2021. BURKE, P. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Ed. Unesp, 1992. CALVINO, I. Cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. CARRETERO, M.; ROSA, A.; GONZÁLES, F. (org.). Ensino de História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. CAVALCANTE, B.; EISENBERG, J.; STARLING, H. (Org.). Decantando a República: inventário histórico e político da canção brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Perseu Abramo, 2004. v. 2. CHAUÍ, M. Seminários: o nacional e o popular na cultura brasileira. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. CUESTA FERNANDEZ, R. Clio en las aulas: la enseñanza de Historia en España entre reformas, ilusiones y rutinas. Madrid: Akal Ediciones, 1998. FERNANDES, C. O.; FREITAS, L. C. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, DF: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Básica, 2007. FREIRE, José Ribamar Bessa. Aldeamentos indígenas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2009. FURET, F. A oficina da História. Lisboa: Gradiva, 1986. XIV


O livro traça um cenário da vida dos primeiros habitantes fluminenses, desde a chegada do colonizador europeu até o século XX. A obra é ilustrada por desenhos de gravuristas como Rugendas e Debret e composta por textos extraídos de diários de exploradores e viajantes, como Pero Magalhães Gândavo, além de registros oficiais da época. FUNARI, Pedro Paulo; PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011. Voltado para professores das escolas não indígenas, esse livro traz informações, análises e reflexões sobre inquietações recorrentes dos professores a respeito da temática indígena. FUNARI, Pedro Paulo; SILVA, Glaydson José da. Teoria da História. São Paulo: Brasiliense, 2008. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. GONÇALVES, Maria Alice Rezende (org.). Educação, cultura e literatura afro-brasileira. Rio de Janeiro: NEAB/UERJ, 2007. (Coleção Sempre Negro). O livro é composto por um conjunto de textos que abordam uma variedade de temas oferecendo aos educadores vasto e fundamentado material para abordar a temática em sala de aula. GONÇALVES, Maria Alice Rezende (org.). Educação, Arte e cultura africana de língua portuguesa. Rio de Janeiro: NEAB/ UERJ, 2007. (Coleção Sempre Negro). A obra apresenta um conjunto de textos que contribui para as discussões da questão étnico-racial na escola. GORENDER, J. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1985. HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. HALL, S. Identidade cultural na pós‑modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. HEYWOOD, Linda M. (org.). Diáspora negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008. Essa obra colabora com a compreensão do papel exercido por importante parcela do povo negro em nosso país e abre novos horizontes para historiadores, antropólogos, sociólogos e demais estudiosos da África e sua diáspora. HOBSBAWM, E. Mundos do trabalho: novos estudos sobre história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. KAHN, Marina. ABC dos povos indígenas no Brasil. São Paulo: SM, 2015. A obra busca mostrar que o Brasil indígena é amplo e diversificado. São 234 povos vivendo de norte a sul do país, falantes de 180 línguas distintas, sem contar os grupos que permanecem isolados. Um universo fascinante, que se revela na variedade dos estilos e técnicas de pintura corporal, nos tipos de festas e cerimônias, como as que envolvem ritos de passagem, no sortimento de artefatos, nas formas de relacionamento com a natureza. KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. Esse livro lança novas luzes sobre o trabalho do professor, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio. Com base em discussões das teorias, questiona certas práticas de sala de aula e propõe outras, compatíveis com a responsabilidade social do historiador, visando tornar mais eficaz o despertar do interesse dos alunos pela matéria. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: editora da Unicamp, 2003. Nesse livro, Le Goff busca reconstruir o conceito de história, abordando, historicamente, como este conceito foi concebido desde a Antiguidade clássica, com Heródoto, passando pelas concepções de Santo Agostinho e Ibn Khaldun até a contemporaneidade, com Michel de Certeau, Marc Bloch e a Escola dos Annales. MARROU, H. Do conhecimento histórico. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1975. MASI, D. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. MCLAREN, P. Multiculturalismo crítico. 3. ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2000. XV


MONTEIRO, A. M. Professores de História: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad, 2007. NOVAES, A. (org.). Tempo e História. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura; Companhia das Letras, 1992. ORTIZ, R. Cultura e mundialização. São Paulo: Brasiliense, 1994. PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Novos temas nas aulas de história. São Paulo: Contexto, 2009. Esse livro pretende aproximar a realidade das pesquisas ao conteúdo escolar. Trata de assuntos como meio ambiente, relações de gênero e direitos humanos, essenciais nas aulas de História. PINSKY, J. O ensino de História e a criação do fato. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2002. REIS, J. C. Nouvelle Histoire e tempo histórico: a contribuição de Febvre, Bloch e Braudel. São Paulo: Ática, 1994. RÜSEN, J. Razão histórica, teoria da História: os fundamentos da ciência histórica. Brasília, DF: Ed. UnB, 2001. SANTOS, Joel Rufino dos. Na rota dos tubarões: o tráfico negreiro e outras viagens. Rio de Janeiro: Pallas, 2008. SANTOS, M. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1991. SILVA, M. (org.). Repensando a História. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SOIHET, R.; BICALHO, M. F. B.; GOUVEA, M. F. S. Culturas políticas: ensaios de história cultural, história política e ensino de História. Rio de Janeiro: Mauad, 2005. SOUZA, Marina de Melo. África e o Brasil Africano. 2. ed. São Paulo: Ática, 2007. A autora traça um panorama do continente africano, com suas diversas sociedades locais, sua história e cultura antes e depois da escravidão. E retrata as consequências da imigração forçada de quase 5 milhões de africanos escravizados ao longo de mais de 300 anos de história do Brasil, mostrando as marcas de um legado cultural que exerce influência fundamental na sociedade brasileira. TELLES, Teresa Silva; MELO, Mariana. Meu Brasil africano. São Paulo: IBEP, 2013. Essa obra trata da importância do legado africano em nosso país. A primeira parte do livro apresenta um amplo panorama do continente africano, antes e depois da chegada dos europeus. Na segunda parte, é discutida a matriz africana de nosso país, identificando o negro como agente da nossa história. WHITE, H. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2001. ZAMBONI, E. (org.). Quanto tempo o tempo tem? Campinas: Alínea, 2003.

XVI


universo das

DESCOBERTAS

História Ensino Fundamental • Anos Inicias

5

O

ANO

Tainá Nogueira Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas. Editora de materiais didáticos.

1a edição São Paulo, 2021

1


Universo das Descobertas História – 5º ano

Conselho Editorial Alessandro Gerardi, Alessio Fon Melozo, Luis Afonso G. Neira, Luis Matos, William Nakamura

© UDL Educação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dados

Internacionais de Catalogação na Publicação Angélica AngélicaIlacqua IlacquaCRB-8/7057 CRB-8/7057

(CIP)

N716u Nogueira, Tainá

Universo fundamental São Paulo : (Universo

das descobertas : História : Ensino : Anos iniciais : 5º ano / Tainá Nogueira. –– Universo da Literatura – UDL Educação, 2021. das descobertas ; 5)

ISBN 978-65-89871-47-7 (aluno) ISBN 978-65-89871-57-6 (professor) 1. História (Ensino fundamental) I. Título II. Série 21-3312

CDD 372.89

Índices para catálogo sistemático: 1. História : Ensino Fundamental I

Direção Editorial Alessandro Gerardi Coordenação Editorial Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Edição Priscilla Cerencio/Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Revisão de textos Elis Beletti, Débora Tamayose e Luigi Andrade/Exlibris Soluções Didáticas e Editoriais Projeto gráfico Escala Educacional e Ex-libris Soluções Didáticas e Editoriais Capa Todotipo Editorial Ilustração de capa Ilustracartoon Editoração eletrônica e Arte Ex-Libris Soluções Didáticas e Editoriais Licenciamento de textos e imagens Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento

Todos os direitos reservados: UDL Educação Av. Ordem e Progresso, nº 157, sala 803 - Várzea da Barra Funda CEP 01141-030 - São Paulo - SP – Brasil Phone/Fax: 55 11 3392 3336 www.udleducacao.com.br contato@udleducacao.com.br

2

Pesquisa iconográfica Andrea Bolanho Pesquisa e Licenciamento


Apresentação Caro aluno e aluna, Num pequeno texto de 1991, o escritor uruguaio Eduardo Galeano conta a história de um menino que não conhecia o mar e foi levado por seu pai para vê-lo. Galeano escreve que, ao ver pela primeira vez, do alto de uma duna, a imensidão do mar, o pequeno garoto ficou mudo diante de tanta beleza. E pediu ao pai: — me ajuda a olhar. Embora sem a poesia de Galeano, esta coleção de História pretende, de algum modo, lhe “ajudar a olhar”. A História - ciência dos homens no tempo - nos auxilia a reconhecer as relações entre nossas experiências particulares e as experiências das outras pessoas e grupos sociais. Nos ajuda também a entender nossas experiências dentro do contexto em que estamos inseridos, a reconhecer o que permanece do passado em nós e o que mudou. O conhecimento histórico permite compreender outros modos de vida e outras formas de ver e sentir o mundo. E, talvez por isso, nos possibilite, ainda, sonhar com um outro tempo mais feliz e abundante para todos. Espero que goste. A autora e toda a equipe desta coleção

3


CONHEÇA SEU 8

UNIDADE UNIDADE

UNIDADE O livro está organizado em Unidades, cada qual concentrada no estudo de uma temática, como infância ou moradia. Tudo começa por uma bonita imagem, espalhada em uma dupla de páginas e acompanhada de questões para despertar seu interesse e motivar para o estudo.

LEO LEO BURGOS/PULSAR BURGOS/PULSAR IMAGENS IMAGENS

LIVRO

Memória e patrimônio da humanidade

Para começar... 1. Em sua opinião, por que existe um museu dedicado à língua portuguesa no Brasil? 2. O que você acha que pode estar exposto em um museu? 3. Qual museu você gostaria que tivesse na sua cidade? Por quê?

Vista Vista interna interna do do Museu Museu da da Língua Língua Portuguesa. Portuguesa. São São Paulo Paulo (São (São Paulo), Paulo), 2013. 2013. 130 130

131 131

WANGKUN JIA/SHUTTERSTOCK

A civilização maia ocupou a região onde estão hoje o México, a Guatemala e Belize. Os maias se desenvolveram aproximadamente a partir de 1800 a.C. e viveram seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. As ruínas de Chichén Itzá e da cidade maia de Tikal são consideradas dois dos principais sítios arqueológicos dos maias.

Templo de Kukulcan El Castillo, no centro do sítio arqueológico de Chichén Itzá, em Yucatan, Mexico. 1 Quais são as semelhanças e as diferenças que você observa nas fotografias? 2 No caderno, copie o quadro a seguir e preencha-o com as informações de cada um dos

grandes impérios da Antiguidade.

Impérios antigos

Quanto tempo durou

Continente

País (ou países) que ocupa hoje

Principais vestígios arqueológicos

Babilônia

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Roma

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Pérsia

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Maias

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Agora, responda: a) Qual dos impérios acima durou mais tempo? b) Qual deles ocupou a maior extensão de territórios, se estendendo por outros continentes?

TEXTO PRINCIPAL Em cada Unidade os assuntos estão agrupados em tópicos e são desenvolvidos por um conjunto de textos, imagens e atividades. A ideia é formar um espaço gostoso e divertido para você desenvolver seus estudos.

103

JUNTAR SABERES Fechando as Unidades, você encontra esta seção, reunindo um conjunto de atividades que o incentiva a agrupar e utilizar todos os conhecimentos conquistados. Antes de tudo, divirta-se com ela!

WANGKUN JIA/SHUTTERSTOCK

A civilização maia ocupou a região onde estão hoje o México, a Guatemala e Belize. Os maias se desenvolveram aproximadamente a partir de 1800 a.C. e viveram seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. As ruínas de Chichén Itzá e da cidade maia de Tikal são consideradas dois dos principais sítios arqueológicos dos maias.

Templo de Kukulcan El Castillo, no centro do sítio arqueológico de Chichén Itzá, em Yucatan, Mexico. 1 Quais são as semelhanças e as diferenças que você observa nas fotografias? 2 No caderno, copie o quadro a seguir e preencha-o com as informações de cada um dos

grandes impérios da Antiguidade.

Impérios antigos

Quanto tempo durou

Continente

País (ou países) que ocupa hoje

Principais vestígios arqueológicos

Babilônia

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Roma

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Pérsia

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Maias

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Agora, responda: a) Qual dos impérios acima durou mais tempo? b) Qual deles ocupou a maior extensão de territórios, se estendendo por outros continentes? 103

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AS SEÇÕES Ao longo das Unidades, você encontra três seções com textos, imagens e atividades para trabalhar os elementos básicos da construção do conhecimento histórico. São elas: De olho no sujeito

As sociedades agrárias

No Egito Antigo, os escribas eram os funcionários responsáveis por registrar as informações. Naquela sociedade, poucas pessoas dominavam as técnicas de escrita, por isso os escribas detinham grande prestígio e contavam com vários privilégios. O aprendizado da escrita na sociedade egípcia e em outras sociedades antigas era bastante complexo e restrito a poucas pessoas. Dificilmente um membro da camada mais pobre da sociedade conseguia aprender essa técnica. No Egito Antigo, os escribas eram encarregados de registrar colheitas, cobranças de impostos e reproduzir documentos oficiais e sagrados.

As sociedades que estamos estudando são chamadas pelos pesquisadores de sociedades agrárias. Elas recebem esse nome porque organizaram seu cotidiano, sua economia, seus costumes e suas crenças em torno de um ou alguns poucos produtos agrícolas principais. No caso do Egito Antigo e dos povos da Mesopotâmia, era o trigo. Na América Central e na América do Sul, era o milho. Também existiram outras sociedades antigas com essa característica, como a que se desenvolveu na China, entre os rios Azul e Amarelo, onde o arroz era o produto agrícola principal. No entanto, é importante considerar que os contextos em que esses povos se desenvolveram são diferentes e nem sempre ocorreram ao mesmo tempo, na mesma época. Com relação às primeiras sociedades da América Central e da América do Sul, algumas são mais recentes: sua origem remonta ao século III, mais ou menos. Mas há outras sociedades realmente muito antigas, com vestígios que remontam a 5 mil anos. De toda forma, há várias pesquisas em processo, e com frequência são feitas novas descobertas que podem mudar nosso conhecimento sobre as Sítio arqueológico em Machu Picchu, Peru, com terraços primeiras sociedades complexas da circulares incas, utilizados na agricultura. América Central e da América do Sul (leia o texto da seção De olho nas pistas, a seguir). Essa parte de nossa história precisa ser conhecida e valorizada, pois conhecer o passado e as origens dos povos nos ajuda a conhecer o presente.

A Pedra de Roseta possui inscrições com três formas diferentes de escrita: na primeira faixa, está a hieroglífica; na segunda faixa, está a hierática; e na terceira faixa, a grega antiga.

PRISMA ARCHIVO / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

PETER HORREE / ALAMY / FOTOARENA

VLADIMIR KOROSTYSHEVSKY/SHUTTERSTOCK.COM

À medida que as sociedades antigas foram se transformando e adquirindo novos hábitos e costumes, as escritas delas foram se disseminando. No século XIX, o pesquisador Jean-François Champollion resolveu estudar uma placa com diversos escritos localizada na cidade de Roseta, no Egito. A placa ficou conhecida como Pedra de Roseta. Nela havia textos em escrita hieroglífica e hierática e também em grego. Champollion, com base nesta última língua, começou a comparar os sinais de cada escrita e foi aos poucos decifrando um decreto feito na época do faraó Ptolomeu V: era a chave para compreender a antiga escrita egípcia. Abria-se uma porta para se conhecer a história desse povo.

De olho no tempo

O escriba

O escriba sentado, escultura egípcia de calcário, datada de 2600 a.C. -2350 a.C.

Fragmento de papiro com escrita egípcia em hieróglifos, em exibição no Museu de Turim, Itália.

1. Como o escriba foi representado nessa escultura?

1. Quais eram as três escritas diferentes gravadas na Pedra de Roseta?

2. Atualmente, em nossa sociedade, existe alguma discriminação relacionada ao estudo? Por exemplo, todos podem estudar independentemente da origem, da condição social ou da crença? Justifique.

2. No século XIX, qual dessas formas de escrita era mais conhecida? 3. Como essa escrita auxiliou na compreensão das outras duas? 36

31

De olho nas pistas o assunto aqui são as evidências históricas, textos, fotos, documentos, tudo o que o historiador usa para se aproximar das experiências do passado.

De olho no sujeito aqui você irá perceber que não tem história sem sujeito, pessoas como eu e você, responsáveis por construir o mundo em que todos vivem.

DOUGLAS PEEBLES/ALAMY/FOTOARENA

De olho nas pistas A Pedra de Roseta

22

De olho no tempo a história é o estudo das ações humanas ao longo do tempo, dizia um importante historiador. E, de fato, saber história é quase como dominar o tempo.

História em ação

EDITORIA DE ARTE

Você já parou para pensar em quanto a escrita mudou desde a sua invenção até os dias atuais? Hoje em dia, há diversas formas de registro de informações, algumas extremamente elaboradas, como as linguagens de programação de computadores. Apesar disso, é curioso que um número cada vez maior de pessoas se comunique com símbolos, os emojis. Você já deve ter usado emoji nas redes sociais ou quando enviou mensagens por celular. Geralmente, as pessoas combinam os emojis com textos para expressar sentimentos em vez de usar as palavras. Mas será que é mesmo fácil compreender mensagens e se fazer entender sem usar palavras escritas? Que tal fazer uma experiência? Vamos lá!

1 Cotidiano

HISTÓRIA EM AÇÃO A cada duas Unidades, uma boa surpresa. Você encontra um conjunto de atividades para se divertir e desenvolver um produto, colocar a mão na massa e conferir o que aprendeu.

1. Em sua opinião, quais são as mensagens transmitidas por esses símbolos?

2. Converse com os colegas sobre as respostas que anotaram e comparem as semelhanças e as diferenças entre elas.

A imagem que vemos aqui é uma página de um manuscrito asteca. oferecidos como tributos

Os escribas e os sacerdotes astecas produziam livros ilustrados, chamados de 43 códices pelos espanhóis que conquistaram o território asteca a partir de 1519. O códice retratado nesta foto foi chamado de Códice Mendoza. Ele foi confeccionado a pedido do vice-rei espanhol, em 1540. Nele há ilustrações e textos em espanhol, sendo um importante documento que retrata vários aspectos da vida na sociedade asteca.

BODLEIAN LIBRARY, OXFORD

ARTE

3. Usando apenas emojis, envie uma mensagem para um colega de turma. Depois, descritos diversos tipos de roupas e objetos verifique se ele compreendeu corretamente a mensagem que vocêNela enviouforam e vice-versa. A mensagem deve ser entendida por todos. Por fim, compartilhe a pelos povos subjugados ao domínio desse povo. experiência com os colegas.

ÍCONES DE ATIVIDADE Estes são os ícones utilizados no livro:

SELOS INTERDISCIPLINARES

Códices: significa compilações.

GLOSSÁRIO Aqui você encontra os significados de palavras importantes para compreender o conteúdo.

Página do Códice Mendoza (1540).

Atividade em dupla

1 O que é um códice?

2 O que retrata este códice?

Atividade oral

3 Descreva a imagem.

Atividade em grupo 74

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5


SUMÁRIO Para começar................................................................................................................. 8

1

UNIDADE

Em torno dos rios: formando povos

10

1. Junto aos rios, as cidades ..................................................................................... 12 Entre rios surgiram as primeiras cidades .................................................................................14 Uma terra, muitos povos ...........................................................................................................16

2. Na África, o vale do rio Nilo ................................................................................. 18 Unidos pela água?......................................................................................................................19

3. A importância dos rios na formação do Brasil ................................................... 20 4. No continente americano, as nascentes.............................................................. 21 Povos da América Central .........................................................................................................21 Juntar saberes .............................................................................................................................24

2

UNIDADE

A escrita e outras formas de registro

26

1. Uma forma de expressão ...................................................................................... 28 Informar e registrar....................................................................................................................30

2. 3. 4. 5.

A A A A

escrita escrita escrita escrita

na Mesopotâmia ................................................................................... 32 no Antigo Egito ..................................................................................... 34 fenícia ..................................................................................................... 37 na América.............................................................................................. 38

E no Brasil?..................................................................................................................................38

6. A língua que falamos e escrevemos .................................................................... 40 História em ação .........................................................................................................................43 Juntar saberes .............................................................................................................................44

3

UNIDADE

O mundo das crenças e dos deuses

46

1. Muitos deuses ....................................................................................................... 48 Os mitos indígenas do Brasil ....................................................................................................52 Deuses humanizados ..................................................................................................................54

2. Um Deus único, para muitos povos..................................................................... 58 O judaísmo ..................................................................................................................................60 O cristianismo .............................................................................................................................62 O islamismo .................................................................................................................................63 Juntar saberes .............................................................................................................................64

4

UNIDADE

A vida cotidiana: moradia, trabalho, lazer

66

1. Rotina e trabalho ................................................................................................. 68 Criar formas e objetos ..............................................................................................................70

2. Um mundo de trocas ............................................................................................. 72 3. A vida em família................................................................................................... 76 Diferentes organizações familiares ..........................................................................................78

4. Festas e jogos para os deuses e para o povo .................................................... 80 História em ação .........................................................................................................................84 Juntar saberes .............................................................................................................................86

6


5

UNIDADE

Um Estado para governar o povo

88

1. Os primeiros agrupamentos humanos ................................................................ 90 O sistema monárquico ...............................................................................................................93 A monarquia no Egito Antigo ..................................................................................................94 A democracia grega ...................................................................................................................96 Roma, da cidade ao império ...................................................................................................100 Impérios da Antiguidade .........................................................................................................102 Juntar saberes ...........................................................................................................................104

6

UNIDADE

Sociedades em transformação

106

1. Todos devem saber: publicando leis e decisões ............................................... 108 Poderes e direitos .....................................................................................................................110

2. Discutindo as leis: a cidadania na Grécia .......................................................... 112 3. Em Roma, a origem do Direito........................................................................... 113 4. De Roma ao Brasil................................................................................................ 115 História em ação .......................................................................................................................117 Juntar saberes ...........................................................................................................................118

7

UNIDADE

Construindo identidades

120

1. Identidades ........................................................................................................... 122 O legado da Grécia ..................................................................................................................123

2. A identidade cultural brasileira .......................................................................... 124 Heranças indígenas na cultura brasileira ...............................................................................124 Heranças africanas na cultura brasileira ................................................................................125 Juntar saberes ...........................................................................................................................128

8

UNIDADE

Memória e patrimônio da humanidade

130

1. Patrimônio plural ................................................................................................ 132 2. Patrimônio cultural .............................................................................................. 133 3. Patrimônio vivo .................................................................................................... 135 O patrimônio cultural mundial brasileiro ..............................................................................136 Bens tombados .........................................................................................................................137 Juntar saberes ...........................................................................................................................138 História em ação .......................................................................................................................140

Para finalizar ............................................................................................................. 142 Referências ................................................................................................................ 144

7


Sobre esta unidade

1 Observe as fotografias e leia o texto indicado.

HTTPS://RADIOS.EBC.COM.BR/

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Com o objetivo de recapitular conteúdos trabalhados no quarto ano e alinhar com temas e a abordagem deste quinto ano, além de identificar o conhecimento prévio dos estudantes, as atividades iniciais propostas retomam em especial as temáticas de migrações, povoamento e formação de territórios. Preparando a abordagem das sociedades complexas, é retomado o conceito de comunidades tradicionais. O trabalho com imagens amplia a perspectiva de interpretação reflexiva do passado e a discussão de questões atuais.

PARA COMEÇAR

Vista de quilombo na Fazenda Machadinha (à esquerda, antigas senzalas atualmente ocupadas por quilombolas). Quissamã (Rio de Janeiro), 2019.

Em julho de 2021, o projeto Tô no mapa, uma ferramenta de automapeamento identificou mais de 5 mil famílias de povos tradicionais e de pequenos agricultores que ainda não têm seus territórios demarcados. Até aquele momento, 53 comunidades em oito estados brasileiros tinham concluído o mapeamento de seus territórios no aplicativo. Elas somavam um total de 5 324 famílias quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas, quebradeiras de coco-babaçu, entre outros grupos tradicionais, e ocupam uma área de 290 mil hectares.

Objetivos da atividade • Retomar os conceitos comunidades tradicionais e território. • Rediscutir a temática das migrações no passado e no presente das sociedades humanas. • Analisar imagens a partir de questões colocadas pelos temas relacionados, em especial migrações e comunidades. • Introduzir temática da diversidade cultural das sociedades humanas. Habilidades trabalhadas: EF05HI01

Agora, responda às questões no caderno. a) Quais povos estão incluídos na expressão “comunidades tradicionais”, ou em “territórios tradicionais”? b) Qual é a importância do mapeamento para essas comunidades? c) Como a tecnologia pode auxiliar no mapeamento? Faça uma pesquisa para descobrir como o aplicativo Tô no mapa funciona. d) Escolha uma das comunidades tradicionais citadas no texto e faça uma breve pesquisa sobre ela. Relate de que maneira essa comunidade se organiza e como vive nos dias de hoje.

EF05HI09

Orientações Os povos incluídos no termo “comunidades tradicionais” são: famílias quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas, quebradeiras de coco-babaçu, entre outros grupos. O mapeamento dessas comunidades permite que políticas públicas sejam pensadas para atender às suas necessidades como a demarcação de terras, a proteção da sua cultura material e imaterial, a valorização daquilo que produzem e da sua forma de viver. 8

8

Os estudantes devem fazer a pesquisa, podem baixar o aplicativo e refletir como a tecnologia pode ajudar na preservação dessas comunidades e de suas formas de viver. A tecnologia pode ajudar na elaboração de políticas públicas que atendam essas comunidades. Os estudantes devem escolher uma das comunidades citadas no texto: quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas ou quebradeiras de coco-babaçu e realizar uma pesquisa destacando como vivem, como se organizam nos dias de hoje.


2 Observe as imagens a seguir.

Os emigrantes (1910), de Antonio Rocco.

A saída dos imigrantes (1896), de Angiolo Tomasi.

ACERVO DA GALERIA DE ARTE MODERNA DE ROMA, ITÁLIA

ABBUS ACASTRA / ALAMY STOCK PHOTO / FOTOARENA. PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ART GALLERY OF SOUTH AUSTRALIA

Orientações

Navio de imigrantes (1884), de John Charles Dollman.

a) A partir da análise das imagens e da leitura das legendas, qual é o tema das pinturas acima?

c) O semblante das pessoas retratadas demonstra que sentimentos? d) Se você fosse contar uma história baseada nas pinturas, em que ordem colocaria as imagens? Justifique sua resposta. SUE CUNNINGHAM / ALAMY / FOTOARENA

mineração em Serra Pelada, no Pará, que teve seu auge na década de 1980. • Faça uma pesquisa sobre Serra Pelada para descobrir informações sobre esse episódio da história do Brasil. Quais eram as expectativas das pessoas que migravam para essa região?

Mineradores em Serra Pelada, Serra dos Carajás (Pará), 1981. 9

As imagens mostram europeus, na maioria italianos, com bagagem, filhos (crianças), em longas viagens de navio, rumo ao Brasil. As imagens demonstram a espera, a incerteza, o cansaço. O semblante das pessoas demonstra preocupação, incertezas, cansaço, pois estavam em uma longa viagem rumo a um destino que desconheciam, não sabiam exatamente o que os esperava.

b) Descreva cada uma das pinturas relatando os detalhes que podem ser observados nelas. Pense no trajeto dos imigrantes desde a saída da Europa até a chegada ao Brasil.

2 A fotografia a seguir retrata a

As imagens estão relacionadas ao tema da migração.

Aqui os estudantes devem explorar as possibilidades a partir de um olhar particular. A primeira imagem pode representar tanto a entrada da família de imigrantes no navio quando da chegada no Brasil. Em cada imagem, os estudantes devem explorar as possibilidades, imaginar de onde estão saindo, de que cidade da Itália por exemplo, e como foi a viagem no navio até a chegada ao Brasil. Os estudantes devem pesquisar sobre Serra Pelada, sobre a expectativa gerada em torno da mineração na região, sobre a crise econômica das décadas de 1970 e 1980 que fazia com que as pessoas buscassem alternativas na esperança de melhores condições de vida. Os trabalhadores que migravam para se tornar mineradores saíam de várias regiões do país, em grande parte saindo do sul, sudeste e nordeste. O destino era o Pará, na região de Serra Pelada.

9


1

Sobre esta unidade

UNIDADE

Neste ano, muitos dos conteúdos são relacionados a processos de longa duração. Embora mais distanciados no tempo, veremos que esses processos servem tanto para pensar a diversidade dos povos e culturas e suas formas de organização como também alguns desafios do mundo contemporâneo, a exemplo de questões ambientais e populacionais.

GUSTAVO FRAZAO/SHUTTERSTOCK

Esta unidade propõe o estudo do processo de formação das primeiras sociedades complexas conhecidas ao redor do mar Mediterrâneo e no continente americano, com ênfase em suas relações com o espaço geográfico ocupado. Na abordagem destaca-se o papel dos rios para atividades como plantar, transportar e se comunicar, facilitando as concentrações populacionais. Busca-se discutir também as relações atuais com o rio, nem sempre evidentes, mas fundamentais para as sociedades humanas.

Em torno dos rios: formando povos

Proposta pedagógica A proposta central desta unidade é levar os estudantes a compreender o processo de formação das primeiras sociedades. A intenção eles compreendam a importância da água para essa formação. Assuntos como “Entre rios surgiram as primeira cidades”, “Na África, o vale do rio Nilo” e “A importância dos rios na formação do Brasil”, auxiliarão de maneira direta essa compreensão.

10

Vista aérea de trecho da Floresta Amazônica, 2020. 10

Objetivos da Unidade • Identificar a importância dos rios e fontes de água para as sociedades humanas. • Identificar a importância dos mares nas relações entre povos e na formação da identidade de vários deles. • Analisar o papel da agricultura na consolidação das sociedades complexas. • Conhecer as diferentes relações que os povos estabelecem com a natureza. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 1 E F 0 5 H I 0 2 E F 0 5 H I 0 3 E F 0 5 H I 0 9 E F 0 5 H I 1 0


Orientações Explore a imagem da página, comparando o Rio Amazonas a outros grandes rios do mundo, como o Nilo, lembrando aos estudantes o sobre as civilizações que surgiram a beira de grandes rios. Peça que olhem as margens, o tipo de vegetação, imaginar se há populações que habitam as margens do rio. A imagem mostra a grandiosidade do Rio Amazonas, a Floresta Amazônica, as margens e os igarapés. Com 6992 quilômetros, o rio percorre o norte da América do Sul, a floresta amazônica e deságua no Oceano Atlântico. A maior parte do rio está inserida na planície sedimentar amazônica, embora a nascente em sua totalidade seja acidentada e de grande altitude. Marginalmente, a vegetação ribeirinha é, em sua maioria, exuberante, predominando as florestas equatoriais da Amazônia.

Para começar...

Respostas pessoais.

Além dos grandes rios brasileiros, como Amazonas, São Francisco ou Paraná, incentive os estudantes a mencionar rios da região onde moram.

1. Procure se lembrar de alguns nomes de rios que você conhece. Faça uma lista com os colegas. 2. Há algum rio que passa pela sua cidade? Se sim, você sabe o(s) nome(s) dele(s)? 3. Você já viu um rio de perto? Pôde entrar em suas águas? Se sim, como foi essa experiência? Se não pôde entrar no rio, conte o motivo. 11

Pré-requisitos • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço. • Identificar as transformações ocorridas na paisagem através da ação do homem. • Compreender a relação entre a cultura e o espaço geográfico ocupado. • Entender a importância da água para o surgimento das primeiras comunidades. • Estabelecer comparações no tempo e no espaço, identificando semelhanças e diferenças. • Ter entrado em contato com fontes históricas: orais; imagens (fotografias e pinturas); documentos de época como cartas, relatos entre outros.

Caso não tenha nenhuma represa ou rio próximo da escola, busque pelo curso de água mais próximo ou mesmo mais significativo da região. Explore as respostas positivas dos estudantes: como era a cor das águas do rio, se tinha cheiro, como era o fundo do rio. Explore também os motivos das respostas negativas: as águas eram “bravas”, tinha muita correnteza, era muito raso ou muito fundo, o banho não era apropriado (as águas eram poluídas ou contaminadas) etc. Habilidades trabalhadas: EF05HI09

EF05HI10

11


Orientações

1 Junto aos rios, as cidades

Se possível, apresente aos estudantes diferentes imagens de rios, cujas margens são férteis e usadas para a agricultura ou onde há populações ribeirinhas.

MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS

Observe as imagens a seguir.

Para auxiliar, sugere-se as seguintes palavras-chave:

Rio Tietê cheio após um dia de chuva intensa. São Paulo (São Paulo), 2020. CLÓVIS FERREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

• Populações ribeirinhas; comunidades ribeirinhas; agricultura na margem de rios; civilizações hidráulicas; margens férteis dos rios. Depois, discuta com eles sobre a mudança na paisagem e no espaço geográfico, a partir da ação do homem: mostre imagens de um mesmo local onde a ocupação ou a agricultura às margens dos rios provocaram mudança na paisagem.

Paulistas passeiam de canoa no rio Tietê, em São Paulo (São Paulo), década de 1930. 12

Para ampliar Na internet existem diversos conteúdos produzidos por órgãos governamentais, ONGs e grupos de pesquisa sobre rios e recursos hídricos brasileiros. Além da busca de informações sobre a situação das águas em sua própria região, sugerimos como exemplo o portal “Cuide dos Rios”, parte do projeto “Equipamento Urbano Multimídia de Sinalização de Rios e Educação Ambiental”, vinculado à USP e ao CNPq (disponível em: www.cuidedosrios.eco.br. Acesso em: 12 ago. 2021).

12


MUSEU PAULISTA DA USP

9o Encontro de monções no sertão. Pintura de Oscar Pereira da Silva, 1920. Óleo sobre tela, 95,5 cm × 173 cm. A pintura retrata eventos históricos ocorridos entre 1825 e 1829.

Você consegue imaginar atividades como remo e nado ocorrendo no rio Tietê, no trecho onde fica a cidade de São Paulo? A história do rio Tietê é quase tão antiga quanto a história do Brasil. Os portugueses navegavam por esse rio para conseguir chegar ao interior do território. Por meio dessas três imagens, feitas em três tempos distintos, podemos conhecer um pouco da história desse importante rio paulista. 1 Como o rio Tietê se apresenta atualmente? Instrua os estudantes a observar na fotografia o aspecto da água, indicando poluição, e o entorno, hoje bastante urbanizado e parcialmente degradado. 2 Observando as imagens, o que você nota que mudou na paisagem ao longo do tempo ? Observando as imagens é possível identificar o impacto da urbanização.

Orientações A proposta dessa página é colocar em discussão a importância dos rios e fontes de água para produção de alimentos, transporte e comunicação, contribuindo para o surgimento das primeiras concentrações humanas. São utilizadas imagens de três momentos do Rio Tietê: atualmente, na passagem do século XIX para o século XX e imagem do rio na época das monções. Explore, nesse momento, a mudança na paisagem com o tempo, explicando aos estudantes que os usos do rio e da água se modificam com o tempo. Se possível, faça uso em aula de programas de mapas online para apresentar aos estudantes. Você pode aproximar o foco para mostrar mais detalhes a eles, como cursos d’água, cidades e outras construções, e distanciar, para mostrar áreas mais abrangentes. Habilidades trabalhadas: EF05HI01

EF05HI09

3 Qual é o impacto da poluição e do lixo na paisagem retratada nas fotografias? O lixo que se acumula nas margens e o processo de urbanização modifica a paisagem. 4 De onde vem todo esse lixo e como esse problema pode ser resolvido? 5 Além das mudanças na paisagem, o que mais você acha que mudou nesse lugar com o passar do tempo? Resposta pessoal. Os estudantes podem levantar impressões com base em imagens ou notícias, histórias de familiares ou outras referências que tenham. 4. Resposta pessoal. Os estudantes podem indicar que projetos de despoluição do rio ou retirada do lixo não resolvem o problema. É preciso que as pessoas se conscientizem sobre o trajeto do lixo produzido e formas corretas de consumo e de 13 descarte. Aqui pode ser realizado um trabalho de pesquisa sobre o trajeto do lixo e como ele chega ao rio Tietê.

Para ampliar Roteiro dos Bandeirantes O Roteiro dos Bandeirantes engloba oito cidades paulistas. São 180 quilômetros, partindo de Santana do Parnaíba, passando pelas cidades de Pirapora do Bom Jesus, Araçariguama, Cabreúva, Itu e Porto Feliz, até chegar à cidade de Tietê. As cidades do Roteiro fazem parte de um polo de referência histórico-cultural para todo Brasil. São museus, fazendas, trilhas e caminhos dignos de serem explorados por novos desbravadores. A viagem é uma excelente oportunidade para o visitante se aprofundar na história do Brasil, pisando nas mesmas terras por onde passaram personagens como Bartolomeu Bueno da Silva – O Anhanguera e Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas. Tais avanços levaram o Brasil ao formato que tem atualmente.

13


Há cerca de 8 mil anos, entre dois rios, um chamado Tigre e o outro Eufrates, alguns povos nômades encontraram um lugar para se estabelecer, em uma região que mais tarde seria denominada Mesopotâmia. Atualmente, essa região faz parte de um país chamado Iraque. Observe um mapa da região da Mesopotâmia. F1_AC5_U1_M001

40° L

Mar Negro

Para os estudantes dessa faixa etária, os longos períodos podem ser difíceis de serem compreendidos, com maior facilidade para perceberem momentos de mudanças rápidas e intensas. O mais importante, porém, é que eles entrem em contato com outras sociedades, de outros tempos, com outras lógicas e dinâmicas. Além de estranhar o diferente e apreender que tudo muda ao longo do tempo, conforme a ação das pessoas como eles.

re

Mar Mediterrâneo

PALESTINA ISRAEL EGITO

35° N

Tikrit

Rio Eu fra te

s

14

Tig

Diga também que há uma região da Argentina chamada Mesopotâmia Argentina, que faz fronteira com o Brasil. Procure dispor de um mapa para apontar essa área que pode ser vista entre dois grandes rios: Corrientes e Entre Rios.

LÍBANO

IRÃ

Bagdá

IRAQUE Basra

JORDÂNIA

KUWAIT

Região aproximada da Mesopotâmia Limites atuais dos países Rios

ARÁBIA SAUDITA

o

Comente com os estudantes que isso se dá também com outras palavras, como hipopótamo (hipos = cavalo / potamos = rio).

SÍRIA

elh

O nome Mesopotâmia é formado por duas outras palavras de origem grega. São elas: “meso”, que quer dizer “meio”, e “potamos” que significa “rios”, em português. Juntas, significam “terra entre rios”.

Rio

erm

EF05HI01

Mar Cáspio

Golfo Pérsico

rV

trabalhada:

TURQUIA

Ma

Habilidade

Mesopotâmia ALLMAPS

O estudo das sociedades antigas é baseado em processos de longa duração que nem sempre podem ser datados com precisão, principalmente pelas dificuldades em se localizar vestígios que forneçam informações precisas sobre determinada época e populações, em geral desgastados ao longo do tempo.

Entre rios surgiram as primeiras cidades

Rio N il o

Orientações

0

165 km

Fonte: World History Atlas: mapping the human journey. London: Dorling Kindersley, 2005.

Com água abundante para beber e plantar, os povos que habitavam essa região conseguiam produzir muita comida e alimentar muitas pessoas. Em uma região cercada por terras áridas e extensos desertos, os rios foram essenciais para o desenvolvimento dessas civilizações, que souberam aproveitar suas águas desenvolvendo técnicas como canais de irrigação, diques, muros de contenção e valas. Tais técnicas permitiram a ampliação da produção de alimento. Nessa região da Mesopotâmia, como as terras eram férteis e apropriadas para as plantações, algumas pessoas podiam também se dedicar a outras tarefas – em alguns casos, apenas a determinadas tarefas. 14

Para ampliar O conceito de longa duração em história foi elaborado pelo historiador francês Fernand Braudel para explicar aspectos da sociedade que permanecem inalterados por um longo período, como alguns hábitos e costumes. A ideia influenciou toda uma geração de pesquisadores e motivou estudos do cotidiano e do trabalho das pessoas comuns.


Algumas pessoas tornaram-se artesãs, trabalhando a madeira, o barro e a palha, que também havia em abundância nessa região. Assim, desenvolveram várias técnicas de construção de objetos e de moradias utilizando esses materiais. Por isso, as pessoas tornaram-se cada vez mais sedentárias, ou seja, passaram a viver em moradias fixas, estabelecidas em um terreno. Como as plantações e as construções exigiam o trabalho conjunto de muita gente, as moradias começaram a ser construídas mais próximas, uma ao lado da outra, com vias que passavam entre elas. Aos poucos, as moradias próximas foram formando aldeias, que, depois, se transformaram nas primeiras cidades de que se tem conhecimento atualmente. ESSAM AL-SUDANI/SHUTTERSTOCK

Orientações Caso não seja possível realizar o plantio, você pode propor aos estudantes que façam uma pesquisa sobre hortas ou métodos de plantio de verduras e legumes para responder as perguntas. Eles também podem conversar com alguém que já teve a oportunidade de ter horta em sua moradia. De toda forma, pretende-se que eles percebam que, qualquer plantação (mesmo de um simples pé de alface em um vaso) envolve trabalho, cuidados e recursos. De modo geral, é preciso ter sementes ou mudas, terra adubada ou apropriada para o plantio, água e iluminação. Habilidade

trabalhada:

EF05HI09

Vestígios arqueológicos de Uruk, no atual Iraque. Nesse local se desenvolveu uma das primeiras cidades do mundo. Estima-se que, por volta de 3300 a.C., Uruk concentrava uma população de cerca de 40 mil pessoas.

• Você ou alguém da sua família já teve oportunidade de cultivar alguma planta para usar na alimentação? Experimente! Se você mora em apartamento ou em um lugar sem quintal, pode plantar algum tempero – salsinha, cebolinha, manjericão – em um vaso, por exemplo. Anote passo a passo como você cultivou a sua planta, as dificuldades que teve e também as conquistas. No dia marcado pelo professor, você vai explicar aos colegas o passo a passo do cultivo, os recursos que teve de buscar e os cuidados que precisou ter.

A resposta é pessoal, mas seria interessante explorar com os estudantes a importância da agricultura familiar no Brasil. Há publicações regionais que fazem mapeamentos, apresentam recursos e caminhos para a implementação da agricultura familiar e estabelecem parcerias dessas famílias com escolas da região, buscando garantir a qualidade da merenda escolar.

15

Atividade complementar Proponha aos estudantes que formem grupos para explorar vídeos, cartilhas e notícias sobre agricultura familiar, aprofundando a atividade sobre plantio. Eles podem fazer um levantamento dos produtos (hortaliças, legumes, temperos) que são produzidos em maior quantidade pelas famílias, que são mais comuns na agricultura familiar e de que forma eles circulam fortalecendo o comércio local. Essa prática diminui os gastos da família com as compras em mercado? Aumenta a segurança alimentar? A família pode vender esses produtos em feiras locais ou na comunidade? Como se dá o projeto sobre merenda escolar que estabelece a relação entre a família e a escola? São algumas das questões que o grupo pode responder.

15


Orientações

Uma terra, muitos povos

Mostre imagens dos rios Tigre e Eufrates, explicar o nome da região, “entre rios” destacando que vários povos ocuparam a região. O professor deve destacar que os rios eram um atrativo para a região, ressaltando a importância da água para os povos que disputavam o poder e o domínio de suas terras.

Na Mesopotâmia foram construídas algumas das cidades mais antigas do mundo. Os povos sumérios organizavam-se em cidades independentes entre si, governadas cada qual pelo seu próprio soberano. Além dos sumérios, outros povos ocuparam territórios na Mesopotâmia, por exemplo, os acadianos, os assírios e os elamitas, atraídos pelas águas e pelas terras férteis da região. Embora o convívio entre esses povos nem sempre tenha sido pacífico, todos aprenderam uns com os outros. Ao longo de séculos foram adotando crenças e costumes, adaptando técnicas para construir casas e templos, aperfeiçoando modos de escrever e registrar informações.

Conforme os alunos escolhem as profissões mencionadas pela turma, procure organizá-los em grupos para trocarem as informações sobre o que já sabem e, depois, sobre os resultados das pesquisas e conversas com os profissionais. No caso dos artesãos, como as atividades citadas podem ser bem variadas, incentive-os a procurar por profissionais da localidade. Espera-se que os estudantes apontem algumas atividades fundamentais para a organização e funcionamento das cidades, por exemplo, produção e fornecimento de alimento (agricultores), construção ou reforma de moradias (pedreiros). Nas cidades médias e grandes, podem ser mencionados também os profissionais que atuam para garantir a mobilidade das pessoas, por exemplo, motoristas de ônibus, guardas de trânsito etc. Habilidades trabalhadas: EF05HI07

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EF05HI09

METROPOLITAN MUSEUM OF ART, NY/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

As profissões de destaque seriam aquelas importantes para atender as necessidades básicas das pessoas, como alimentação e moradia, principalmente, mas também vestuário e saúde. Assim, é possível que os alunos mencionem: agricultores, construtores (pedreiros, marceneiros etc.), costureiros ou artesãos, médicos (ou curandeiros ou similar).

Soberano: pessoa que governa sem restrições de poder.

Peça em bronze mesopotâmica com dois homens que trabalhavam na produção de tecidos para os templos, c. 2000 a.C. a 1600 a.C.

• Na vida em sociedade, todas as profissões são importantes. No entanto, na época em que essas primeiras cidades estavam se formando, será que alguma profissão tinha destaque? Com mais um colega, pesquisem o que se pede e, depois, respondam individualmente no caderno. Respostas pessoais. a) Cite três profissões que seriam muito importantes para a população daquelas primeiras cidades. b) Entre as profissões que você citou, escolha uma e faça uma breve pesquisa sobre ela. Se essa profissão existir atualmente, procure saber como é o trabalho que o profissional dela executa diariamente. c) Atualmente, todas as profissões que você citou são importantes para o funcionamento das cidades? Explique sua resposta. 16

Para ampliar Você pode buscar informações de profissões dos brasileiros que passaram pela hospedaria, onde hoje funciona o Museu do Imigrante. No site do museu, há uma reportagem (disponível em: http://museudaimigracao.org.br/es/blog/conhecendo-o-acervo/brasileiros-na-hospedaria-ocupacao-trabalho-e-genero. Acesso em 12 ago. 2021) que faz um levantamento sobre ocupação, trabalho e gênero, trajetórias e formas de trabalho dos migrantes nacionais acolhidos pela Hospedaria de Imigrantes do Brás. O texto traz um aprofundamento sobre a questão da mulher, que muitos reduziam como “do lar” ou como companheira do homem. Traz ainda documentos que podem ser explorados em sala de aula. O professor pode aproveitar a atividade para estabelecer as diferenças entre os conceitos: imigração, migração e emigração.


De olho no tempo

Orientações Como já dito, talvez não seja simples para os estudantes compreenderem contagem de tempo longa. Ajude-os nessa tarefa, com montagens de linhas do tempo, por exemplo, o que pode servir, inclusive, como método de avaliação continuada. Pode-se ainda trabalhar as dimensões temporais considerando o tempo de vida de um ser humano de 70 anos: foi, assim, há mais ou menos 70 gerações (5000 anos atrás) que começaram a surgir as primeiras cidades.

Um longo processo Será que demorou muito tempo para todo o processo de formação das primeiras cidades acontecer? Mas o que é “muito tempo” nesse caso? Os arqueólogos que pesquisam a Mesopotâmia sabem, hoje, que as primeiras aldeias da região começaram a se formar por volta de 8 mil anos atrás, e as primeiras cidades surgiram 3 mil anos depois, ou seja, 5 mil anos antes do tempo presente. Por que demoraram tanto tempo? Há vários motivos. Um deles é que nem sempre há necessidade de mudar o modo de viver. Até hoje, há povos que são nômades ou que moram em aldeias e vivem do jeito que consideram bom para eles. Outro motivo é que nem sempre existem recursos para mudar o modo de viver. Outra razão é que nem sempre há conhecimento de como mudar e como passar as informações para as novas gerações. Enfim, há muitos motivos. Observando o passado com os conhecimentos atuais, alguns desafios dos povos antigos podem parecer simples, mas é preciso considerar que tudo isso – viver em grandes grupos, em um mesmo lugar, armazenar alimentos, construir moradias – era novo para eles.

Habilidades trabalhadas: EF05HI07

Com o surgimento das cidades, a história dos diversos povos da Mesopotâmia passa a ser também muito longa e diversificada. Nas cidades concentravam-se as pessoas e também conhecimentos e habilidades daqueles que se dedicavam a executar atividades específicas. A cestaria e a cerâmica que os povos nômades e os primeiros agricultores já conheciam adquirem características diferentes. Os artesãos começam a experimentar outros materiais, principalmente os metais — o bronze e, depois, o ferro. Também passam a utilizar cada vez mais os animais que, além de servir de fonte de alimentação, ajudavam a trabalhar a terra e carregar cargas.

ERICH LESSING/ALBUM/FOTOARENA

As primeiras cidades

EF05HI09

A domesticação de animais foi importante para a fixação dos grupos humanos. Baixo-relevo mostrando o uso de cavalos na Mesopotâmia, século VIII a.C. 17

Atividade complementar Passe a atividade a seguir na lousa para os estudantes e peça a eles que copiem em uma folha à parte e respondam. 1. Sobre a passagem do tempo e a memória que temos dos acontecimentos passados, converse com seus colegas e responda: a) Qual é o fato mais antigo em sua vida de que você se lembra? Você se lembra bem dos detalhes? Ou só mais ou menos? Quanto tempo faz que isso aconteceu? b) Faça essas mesmas perguntas para duas ou três pessoas da sua família que, se possível, tenham mais de 50 anos. Compare as respostas delas, sobre o tempo, com a sua. Faça a conta e veja a diferença nessa quantidade de anos. (Sobre a passagem do tempo e a memória que temos dos acontecimentos passados, espera-se que os alunos percebam que os detalhes de fatos ocorridos há mais tempo são mais difíceis de lembrar. Quem tem mais tempo de vida, tem mais tempo também entre o momento presente e o momento em que ocorreu o fato. 17


2 Na África, o vale do rio Nilo

Orientações Essa introdução sobre o vale do rio Nilo e as condições de vida em seu entorno podem ser relacionadas à Geografia. Se julgar pertinente, use um planisfério para mostrar a localização dessa região. Também pode ser interessante mostrar fotos atuais, destacando a diversidade cultural existente no local.

Outra região onde os seres humanos encontraram boas condições para cultivar, formar grandes grupos e construir cidades foi o vale do rio Nilo. Com uma extensão de cerca de 7 mil quilômetros, esse rio é um dos maiores do mundo. À sua volta há desertos, até chegar ao mar Mediterrâneo, onde deságua. A sociedade do Egito Antigo desenvolveu-se entre cerca de 4000 a.C. e 700 a.C. ao longo do rio Nilo. A região do delta do rio, junto ao mar Mediterrâneo, ficou conhecida como Delta: porção de terra em forma Baixo Egito, e a região no interior da triangular que se acumula na foz África foi chamada de Alto Egito. de um rio. As terras próximas ao rio Nilo F1_ACH5_U1_M002 eram férteis porque, durante as Egito Antigo (4000 a.C. e 715 a.C.) M cheias, as águas depositavam 35° L ES OP FENÍCIA OT Chipre nutrientes nas margens do rio. ÂM Mar Mediterrâneo IA Biblos Depois, quando o nível das águas Sídon Tiro baixava, nessas terras era feito o CANAÃ Gaza Jerusalém cultivo, principalmente, do trigo e Tânis Sais Gizé da cevada, em quantidade suficiente Heliópolis Mênfis para alimentar os povoados ao Monte Heracleópolis Sinai Akhetaton longo do Nilo o ano todo. (El Amarna) Para ampliar as áreas Tínis DESERTO DA LÍBIA cultiváveis, os habitantes dos Tebas DESERTO Karnak DA ARÁBIA Trópico de Cân povoados começaram a fazer cer Elefantina 1ª- catarata Limite sul do canais e diques, o que muitas Antigo Império Buhen (3200 a.C. a 2100 a.C.) vezes afetava os povoados 2ª- catarata Kumma Limite sul do vizinhos, causando vários conflitos. Médio Império

Atualmente, ao longo de seu percurso, o rio Nilo atravessa o Sudão do Sul, o Sudão e o Egito. Procure lembrar os alunos de que não façam uma relação automática entre a sociedade e o território do Egito atual e do Egito Antigo. Habilidades trabalhadas: EF05HI02

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(2100 a.C. a 1580 a.C.)

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LIVRO

• Stewart Ross. Egito Antigo: histórias da Antiguidade. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005.

Neste livro, por meio de história em quadrinhos, você vai conhecer o cotidiano e os costumes dos egípcios, destacando o papel das cheias na agricultura.

3ª- catarata Kerma

NÚBIA 4ª- catarata Napata

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240 km

Baixo Egito Alto Egito rio Nilo Cataratas Terras férteis Extensão máxima do Antigo Egito (entre 1580 a.C. e 715 a.C.) Cidades Cidades mais importantes

Fontes: Pierre Serryn e René Blasselle. Atlas Bordas géographique et historique. Paris: Bordas, 1996; Atlas historique: histoire de l’humanité. Paris: Hachette, 1987.

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Para ampliar Águas rumo ao mar Os rios correm de regiões de maior altitude para as mais baixas, onde desaguam em outros rios e lagos ou nos mares. Os termos “alto” e “baixo” são geralmente usados para nomear a parte dos rios e as regiões por onde eles passam. Note que, no caso do rio Nilo, é chamada Alto Egito a parte do reino que se desenvolveu nas terras mais altas, ou seja, com mais altitude. E é chamada Baixo Egito a parte do reino que se desenvolveu nas terras mais baixas, mais próximas do mar Mediterrâneo.

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ALLMAPS

GEOGRAFIA


Orientações

Muitos pesquisadores acreditam que os conflitos levaram alguns povoados a dominar outros ou a fazer acordos para que usassem as águas do rio Nilo da melhor maneira. Ao longo de séculos, esse teria sido um dos motivos para a criação de um governo centralizado, que também passou a exercer controle sobre o armazenamento dos alimentos, garantindo alguma segurança em tempos difíceis, quando as colheitas não fossem boas ou quando houvesse ataque de outros povos.

Destaque a importância da água e da agricultura para o surgimento do Estado e da centralização de poder nas sociedades antigas. O controle de estoque de alimentos, o armazenamento de grãos, o controle das áreas férteis nas margens dos rios, são elementos importantes no surgimento das primeiras civilizações.

BIBLE LAND PICTURES/AKG/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

Unidos pela água?

A imagem encontrada em uma tumba, destaca a agricultura no Egito Antigo, revelando a importância dessa prática na Antiguidade. Você pode levantar os principais produtos cultivados pelas sociedades da antiguidade e comparar com sua produção nos dias de hoje.

Pintura mural encontrada em uma tumba do Egito Antigo que mostra camponeses trabalhando na agricultura, 1300 a.C.

Assim, ao longo do tempo, os povoados foram se unindo cada vez mais, formando os dois grandes reinos, no Baixo Egito e no Alto Egito. Cerca de 5 mil anos antes do tempo presente, ocorreu a união desses dois reinos sob um único soberano – chamado de faraó –, dando origem ao que hoje chamamos de Egito Antigo, que é um dos povos com governo centralizado mais antigo de que se tem conhecimento. A cultura dos egípcios antigos difundiu-se e exerceu muita influência tanto em povos vizinhos como distantes. • Dos alimentos que consumimos atualmente, você sabe quais são feitos de trigo e cevada? Se não souber, pesquise ou pergunte à pessoa que prepara as refeições em sua família. Resposta pessoal.

Os estudantes podem mencionar diversos itens. O mais provável é citarem pães, bolos, biscoitos e massas. Se quiser aprofundar o assunto, relacionando-o com Ciências, comente que, na alimentação, o trigo pode ser substituído por outros ingredientes, como arroz, mandioca ou batata. O glúten, uma substância encontrada no trigo, é causa de diversas alergias em algumas pessoas. Habilidades trabalhadas: EF05HI01

EF05HI02

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Procure esclarecer aos estudantes que os fatores ambientais ou geográficos são parte de vários elementos presentes na organização das sociedades. Embora no caso da Mesopotâmia e do Egito Antigo a gestão dos recursos hídricos teve um papel importante na organização das primeiras estruturas sociais, por si só não explica todo o processo. Mesmo em sua origem, pesam outros elementos como o estabelecimento de hierarquias e a disputa por poder. Como veremos no caso do Egito Antigo, há condições ambientais significativas que influenciaram na unificação, já que havia praticamente um único grande curso de rio em que o uso das águas por uma comunidade repercutia imediatamente na seguinte. Mas a própria crença de que o faraó controlaria as cheias do Nilo mostra o quanto a sociedade egípcia era regida pelas crenças.

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3 A importância dos rios na formação do Brasil

Orientações

O termo “sociedade complexa” não deve ser entendido como valoração, em detrimento das demais sociedades. O termo serve para indicar modos de vida que, nas sociedades complexas, demandam diversos processos e procedimentos interligados e relacionados entre si, implicando, por exemplo, em maior divisão de trabalho.

Os rios também foram muito importantes para a organização das comunidades americanas. A história da ocupação da região amazônica, por exemplo, remonta há aproximadamente 14 mil anos, quando grupos caçadores e coletores também se estabeleceram próximo a rios, principalmente no rio Amazonas. Recentemente pesquisadores brasileiros revelaram que os primeiros habitantes da Amazônia formavam sociedades organizadas e complexas. WORLDCLASSPHOTO/SHUTTERSTOCK

Com 6 992 quilômetros, o Rio Amazonas percorre o norte da América do Sul, a floresta amazônica e deságua no Oceano Atlântico. A maior parte do rio está inserida na planície sedimentar amazônica, embora a nascente em sua totalidade seja acidentada e de grande altitude. Marginalmente, a vegetação ribeirinha é, em sua maioria, exuberante, predominando as florestas equatoriais da Amazônia. Explore a imagem com os estudantes, comparando o Rio Amazonas a outros grandes rios do mundo, como o Nilo, no Egito, Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, entre outros. Destaque que, no continente americano, as primeiras comunidades, vilas e cidades também surgiram nas margens de rios.

Vista aérea de trecho do rio Amazonas.

Trata-se de uma investigação que deve mudar boa parte do que se tinha estudado sobre a ocupação da região amazônica. De imediato, desmente que o lado oeste da Amazônia é uma vasta área estéril de cultura humana complexa, como se pensava. Trabalhos de terraplenagem enigmáticos deixados por sociedades organizadas mostram que elas viveram e cultivaram ali. Gonçalo Júnior. Amazônia perdida e achada. Revista Fapesp. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/amazonia-perdida-e-achada/. Acesso em: 5 jun. 2021.

Estéril: que não tem ou é desprovido de alguma coisa. Terraplenagem: escavação, transporte de terras.

1 De que modo as recentes descobertas arqueológicas na Amazônia podem mudar o

que se sabia até então da ocupação da região?

Elas apontam para a existência de comunidades complexas em uma região que se acreditava não ter sido habitada anteriormente.

2 O texto revela um dado importante sobre a ocupação na região e sua relação com os rios. Que dado é esse? O texto afirma que os povos que habitaram aquela região modificaram o solo para cultivar alimentos. Espera-se que os estudantes identifiquem que essa modificação se relaciona com a água dos rios, que na época eram fundamentais para a agricultura. 20

Para o professor MONTERO, Paula. Reflexões sobre uma antropologia das sociedades complexas. Revista de Antropologia. São Paulo: Dez. 1991. Disponível em: www.revistas.usp. br/ra/article/view/111255/109519. Acesso em: 12 ago. 2021. Artigo comentando a trajetória do conceito de sociedade complexa a partir das discussões das noções de humanidade e cultura pelos antropólogos e da crítica ao etnocentrismo.

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4 No continente americano, as nascentes

Orientações Faça uma leitura compartilhada com os estudantes do texto. Aproveite o momento para verificar se lembram e compreenderam, de fato, a diferença entre povos nômades e sedentários. Esse pode ser um momento de avaliação continuada.

Povos da América Central Na América Central, os mais antigos aldeamentos foram datados pelos arqueólogos em 4 mil anos. Várias culturas distintas se sucederam na região, como os zapotecas e os olmecas. Por volta de 1200 a.C., os olmecas já se organizam em cidades; já os maias começam a construir as suas a partir de 1000 a.C., aproximadamente. Por praticar a técnica de queimada nas plantações após as colheitas, os maia enfrentaram problemas de esgotamento do solo em algumas regiões, o que os obrigou a construir novas cidades em Estatueta feita de jade policromado de deus maia do milho, cerca de 600 d.C. outros locais onde as terras ainda não haviam sido cultivadas. Os diversos povos antigos da América Central conservaram a autonomia de suas aldeias e cidades até os astecas estabelecerem seu domínio na região, por volta de 1300 d.C. Mas o milho permaneceu na base da alimentação, mantendo-se o principal alimento cultivado. Os estudantes podem mencionar diversos itens com base no fubá e no amido de milho. Entre os mais prováveis –

BRIDGEMAN IMAGENS/EASYPIX BRASIL – MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, CIDADE DO MÉXICO

No continente americano, rios como o Amazonas e o Uruguai foram muito importantes para diversos povos, nômades e sedentários, que se desenvolveram às suas margens ou próximo a eles. No entanto, a maior parte dos povos que se desenvolveram nesse continente buscou a proximidade com lagos ou nascentes de rios em regiões montanhosas. Além disso, muitos dos povos americanos antigos usavam o milho como principal alimento, pois seu cultivo pode ser feito em regiões com maiores altitudes.

Amplie a discussão, destacando a estatueta feita de jade. Inicie uma discussão com os estudantes sobre fontes históricas, fazendo a seguinte pergunta: Quais informações a imagem pode nos trazer essas populações? Deixem que discutam livremente sobre o assunto, apenas mediando para que não fiquem dúvidas. Você pode aprofundar a questão das sociedades agrárias relacionando com o modelo de sociedades africanas. Quais são as semelhanças? Quais os produtos cultivados? A partir da indicação abaixo os alunos podem buscar outras referências de pesquisa e trazer para a sala para aprofundar a discussão sobre as sociedades agrárias no continente africano.

• Converse com as pessoas da sua família e responda: Quais alimentos produzidos com milho fazem parte da nossa alimentação atualmente? além do milho in natura, cozido ou assado, e da pipoca – podem estar pães e bolos, em geral combinados com trigo. Também podem ser mencionados: pamonha, canjica, cuscuz, mingau, angu (ou polenta), entre outros.

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De olho no tempo

Orientações

Também é interessante observar que, apesar de ocorrerem sociedades agrárias bastante antigas, elas não representam parte de uma trajetória obrigatória para toda a humanidade. Ainda hoje existem povos caçadores-coletores e horticultores que fazem questão de preservar seu estilo de vida tradicional.

As sociedades agrárias As sociedades que estamos estudando são chamadas pelos pesquisadores de sociedades agrárias. Elas recebem esse nome porque organizaram seu cotidiano, sua economia, seus costumes e suas crenças em torno de um ou alguns poucos produtos agrícolas principais. No caso do Egito Antigo e dos povos da Mesopotâmia, era o trigo. Na América Central e na América do Sul, era o milho. Também existiram outras sociedades antigas com essa característica, como a que se desenvolveu na China, entre os rios Azul e Amarelo, onde o arroz era o produto agrícola principal. No entanto, é importante considerar que os contextos em que esses povos se desenvolveram são diferentes e nem sempre ocorreram ao mesmo tempo, na mesma época. Com relação às primeiras sociedades da América Central e da América do Sul, algumas são mais recentes: sua origem remonta ao século III, mais ou menos. Mas há outras sociedades realmente muito antigas, com vestígios que remontam a 5 mil anos. De toda forma, há várias pesquisas em processo, e com frequência são feitas novas descobertas que podem mudar nosso conhecimento sobre as Sítio arqueológico em Machu Picchu, Peru, com terraços primeiras sociedades complexas da circulares incas, utilizados na agricultura. América Central e da América do Sul (leia o texto da seção De olho nas pistas, a seguir). Essa parte de nossa história precisa ser conhecida e valorizada, pois conhecer o passado e as origens dos povos nos ajuda a conhecer o presente.

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DOUGLAS PEEBLES/ALAMY/FOTOARENA

Procure enfatizar aos estudantes que todas as primeiras sociedades complexas precisaram garantir algum excedente para possibilitar a diversificação de atividades.


De olho nas pistas

Orientações A primeira questão a ser discutida sobre a diversidade indígena é que esses povos lutam para poder contar a sua própria história e preservar a sua identidade. Inicie uma conversa com os estudantes sobre o assunto. Pergunte a eles: Podemos afirmar que existe uma identidade indígena? Quais os critérios utilizados para a definição de indígena? Esse pode ser um momento importante para valorização desses povos. Peça aos estudantes que realizem pesquisas sobre o assunto e tragam para a sala de aula.

A diversidade cultural dos povos indígenas

RENATO SOARES/PULSAR IMAGENS

Estima-se a existência de cerca de 200 sociedades indígenas no Brasil. O número exato não pode ser estabelecido, na medida em que existem grupos indígenas que vivem de forma autônoma, não mantendo contato regular com a sociedade nacional. [...] A população dessas sociedades é muito variável, havendo grupos relativamente numerosos como os tikuna (20 mil), guarani (30 mil), kaingaing (20 mil), yanomami (10 mil) e outros como os ava-canoeiros, cuja população atual é de apenas 14 pessoas, o que implica que essa sociedade se encontra seriamente ameaçada de desaparecer. As sociedades indígenas são muito diferenciadas entre si e, normalmente, essas diferenças não podem ser explicadas apenas em decorrência de fatores ecológicos ou razões econômicas. Na década de 50, [...] os grupos indígenas do Brasil foram classificados em 11 áreas culturais: Norte-Amazônica; Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira; Alto-Xingu; Tocantins-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraná; Paraguai; Nordeste e Tietê-Uruguai. A área cultural do Alto-Xingu, por exemplo, adquiriu sua conformação geográfica a partir da observação de certos costumes comuns e específicos à maioria dos grupos indígenas da região. Entre esses costumes, destacam-se: a festa dos mortos, também conhecida como Kuarup; o uso cerimonial do propulsor de dardos; o uluri, acessório da indumentária feminina; as casas de projeção ovalada Indígenas da etnia waurá enfileirados e tetos-parede em ogiva e o consumo da durante o ritual do Kuarup. Parque Indígena do Xingu, Gaúcha do Norte mandioca como base da alimentação (Mato Grosso), 2019. desses grupos. A diversidade cultural dos povos indígenas. Museu do Índio. Disponível em: http://www.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/251-a-diversidade-cultural-dos-povos-indigenas. Acesso em: 5 jun. 2021.

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Orientações Esses antigos povos americanos são considerados sociedades agrárias e complexas porque possuíam governo centralizado, organização em cidades ou aldeamentos fixos (sedentarismo), economia, cultura e organização social com base na agricultura. Mesmo que os estudantes não reconheçam a imagem dos produtos, é preciso que mencionem seus nomes.

Juntar saberes 1 Com base no que você estudou sobre a Mesopotâmia, responda: Por que a presença

de terras férteis é considerada um fator importante para a sedentarização dos povos? Você pode usar as expressões da lista a seguir em sua resposta.

• Cultivo de produtos para alimentação. • Locomoção frequente de um lugar a outro. • Obtenção de alimentos. • Plantio e criação de animais.

2 Relacione as seguintes expressões entre si e escreva um texto que explique o

surgimento das primeiras cidades na região da Mesopotâmia.

Habilidades trabalhadas: EF05HI01

Na região da Mesopotâmia, a presença de terras férteis atraiu vários povos que percorriam longas distâncias para obter alimentos. O cultivo de produtos destinados à alimentação sempre no mesmo lugar foi um dos fatores que levou esses povos a se tornarem sedentários, mantendo-se próximo às terras férteis.

• Cultivo de plantas para alimentação. • Moradias próximas. • Terras férteis. • Trabalho conjunto.

EF05HI09

Espera-se que no texto os estudantes indiquem que a existência de terras férteis permitia o cultivo de plantas para alimentação, o que exigia trabalho conjunto de várias pessoas, levando à construção de moradias próximas umas das outras, formando as aldeias e, depois, as cidades.

3 Quais são as características dos antigos povos americanos que os identificam como sociedades agrárias e complexas? Eles tinham governo centralizado, organizavam-se em cidades ou aldeamentos fixos (sedentarismo) e tinham a economia, a cultura e a organização social estruturadas com base na agricultura. 4 Nas imagens a seguir, identifique aquelas que representam: a) milho; b) trigo.

a) o principal produto agrícola de vários povos americanos antigos;

MACIEL SANTOS/YAN

b) o produto agrícola que teria sido domesticado pelos povos antigos que viviam às margens do rio Nilo, no Egito.

trigo

cevada feijão

arroz milho

soja

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Atividade complementar Passe a atividade a seguir para os estudantes. Ela pode servir também como avaliação para o encerramento da unidade. 1. A Cidade Sagrada de Caral-Supe, localizada no Peru, foi construída por um dos antigos povos americanos. Atualmente, ela é um sítio arqueológico e foi considerada Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. Junte-se a alguns colegas, façam uma pesquisa e descubram: a) Por que a Cidade Sagrada de Caral-Supe foi considerada um Patrimônio Cultural Mundial? Quando isso ocorreu? b) Qual foi o antigo povo americano que construiu essa cidade? Quando isso ocorreu? c) Relate pelo menos uma característica cultural, social e política desse povo.

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5 Reescreva as frases no caderno completando as lacunas.

a) São chamados de ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| os povos que, para obter alimentos, sempre se mudam, sem se fixar por muito tempo em um único lugar. nômades b) São chamados de ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| os povos que vivem em moradias fixas em um lugar e praticam atividades que não exigem mudança constante, como a agricultura. sedentários c) Denominam-se sociedades ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| aquelas que possuem governo centralizado e organização em cidades ou aldeamentos fixos. complexas

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

RENATO SOARES/PULSAR IMAGENS

6 Observe as fotografias a seguir e responda às perguntas.

Crianças indígenas da etnia xavante brincam em rio na Terra Indígena Sangradouro. General Carneiro (Mato Grosso), 2020.

CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

Indígenas da etnia waurá arrastam rede para pescaria na lagoa Piyulaga. Parque Indígena do Xingu, Gaúcha do Norte (Mato Grosso), 2019.

Indígenas da etnia maxakali lavam roupas em rio. Porto Seguro (Bahia), 2019.

a) O que as fotografias nos revelam sobre a divisão de tarefas nessas comunidades indígenas? Elas mostram parte das responsabilidades de cada um. Aos homens cabe providenciar alimentos; às mulheres, os cuidados domésticos; e às crianças, aprender e brincar.

b) Qual é a importância do rio para essas comunidades?

O rio é importante para a alimentação, o trabalho e o lazer das comunidades. 25

Avalição formativa Aproveite essa seção para realizar a avaliação formativa, propondo aos estudantes a reflexão e a relação entre os conceitos e conhecimentos explorados na unidade. Identifique, junto aos estudantes, os diferentes espaços e tempos históricos explorados estabelecendo relações entre eles a partir da questão da importância da água para o surgimento das primeiras civilizações. Destaque, ainda, o processo de sedentarização e o domínio da agricultura. Leve os estudantes a refletir sobre como esta prática trouxe mais qualidade de vida para os homens na época, favorecendo o surgimento de grandes civilizações que cresceram às margens dos rios. Observe que esse é um fato que ocorre em diferentes espaços e épocas sem necessariamente haver relação entre elas. Conceitos importantes a serem avaliados: nomadismo; sedentarização e sociedades agrárias. Você pode explorar também as habilidades dos estudantes na leitura de imagens, estabelecer relação com o conteúdo da unidade sobre os usos e a importância do rio, observar também a questão do banho como hábito cultural indígena e o papel da mulher na divisão de tarefas. Habilidades trabalhadas:

EF05HI01

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Sobre esta unidade Nesta unidade estudaremos formas de comunicação desenvolvidas ao longo do tempo e suas contribuições, contrastes e semelhanças com as formas contemporâneas. Os registros escritos se destacam em sua importância, inclusive como vestígio histórico, mas sem esquecer a influência, a permanência e a transformação de outras formas de expressão, como as tradições orais e pictóricas.

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UNIDADE

A escrita e outras formas de registro

Proposta pedagógica O tema central desta unidade é a importância dos registros escritos para a História. A intenção é que os estudantes consigam compreender as principais formas de comunicação desenvolvidas. Tópicos como “Informar e registrar”, “A escrita na Mesopotâmia”, “A escrita no Antigo Egito” e “A escrita na América” contribuem de forma direta para alcanças os objetivos da unidade, que foi planejada e construída para auxiliar os estudantes também a refletir sobre as ações do ser humanos no espaço e ao longo do tempo.

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Objetivos da Unidade • Conhecer as mais antigas formas de registro e suas transformações ao longo do tempo. • Refletir sobre as constantes transformações das formas de expressão e comunicação e suas relações com a tecnologia. • Identificar a diversidade das formas de comunicação, seus significados sociais e culturais. • Relacionar as formas de comunicação e registro com noções de memória e evidência histórica. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 6 E F 0 5 H I 0 7 E F 0 5 H I 0 8

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Orientações

ARTHUR FRANÇA/YAN

LÍNGUA PORTUGUESA

Aproveite esta unidade, que trata da história da escrita, para trabalhar conteúdos de Língua Portuguesa. Em diversas passagens os estudantes são convidados a pensar suas formas de comunicação e traçar paralelos com sua rotina de escrita. Os símbolos representam sinais de trânsito, identificação e localização, permitindo rápida comunicação da informação. Os símbolos indicam formas diversificadas de registro da informação e das experiências humanas. Ajude os estudantes a perceber e a relacionar essas diferentes linguagens.

Para começar...

A atividade visa incentivar o aluno a expressar seu repertório sobre o que conhece das diferentes linguagens. Incentive-o a falar e se posicionar.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem o que visualizam em seu percurso de casa para a escola, como

Habilidade

1. No dia a dia você encontra várias formas de registro, como placas, sinalizações, símbolos, propagandas em outdoors, entre outras. Quais delas você encontra no percurso que faz de casa até a escola? placas de trânsito, outdoors, sinalizações no transporte público,

trabalhada:

EF05HI06

nas avenidas, entre outras possibilidades.

2. Você já pensou como essas formas de registros surgiram?

Resposta pessoal. Essa é uma reflexão inicial sobre o surgimento das formas de registro e a importância delas.

3. Além desses sinais e registros, que outras formas de comunicação você conhece? Por que registrar é um ato tão importante?

Resposta pessoal. Esse é um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre formas de registros e a importância dessas informações para a locomoção, a acumulação de conhecimento, a transmissão a outras pessoas, a comunicação etc.

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Pré-requisitos • Ter conhecimento sobre as transformações ocorridas nos meios de comunicação no decorrer do tempo. • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.

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Essa dupla de páginas trata das primeiras formas de linguagem desenvolvidas pelos seres humanos, os registros rupestres. Faça uma leitura compartilhada dos textos com os estudantes. Pergunte a eles o que sabem sobre o assunto e peça que olhem a imagem da página. Explique a eles que o parque é um dos maiores do Brasil, mas não o único com pinturas rupestres.

1 Uma forma de expressão Você já ouviu falar no Museu do Homem Americano? A Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) foi criada em 1986 para garantir a preservação do patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara, que fica no estado do Piauí. O museu foi criado para divulgar a importância do patrimônio cultural deixado pelos povos que viveram na região há milhares de anos. GILSON C HOLOVATY/SHUTTERSTOCK

Orientações

Habilidades trabalhadas: EF05HI01

EF05HI09

O site do Museu do Homem Americano (disponível em: http://fumdham.org.br/. Acesso em: 12 ago. 2021) conta com imagens, pesquisas e projetos que atendem a comunidade. O professor pode acessar o site do Museu em uma aula e explorar com os alunos essas informações. Há também a possibilidade de um passeio virtual pelo Parque e observação das pinturas rupestres. Fotografia da Pedra Furada, como é conhecida a formação rochosa que se encontra Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (Piauí).

Você sabe qual é o maior atrativo desse parque? São as pinturas rupestres, datadas de milhares de anos, gravadas sobre paredes e rochas. Consideradas formas gráficas de comunicação e utilizadas pelos grupos que habitaram a região, elas envolvem uma grande variedade de formas, cores e assuntos. 28

Para ampliar O filósofo Edgar Morin sugere que ancestrais bem remotos da humanidade já possuíam uma forma de comunicação e linguagem, pois era preciso ensinar ao outro a fazer pontas de flecha, por exemplo, passar essa tecnologia de geração a geração. Já entre os arqueólogos discute-se a arte rupestre como possível recurso de ensino para os povos caçadores. Ainda que os detalhes desses debates possam ser atualizados por novas pesquisas e discussões, neste item trabalhamos – de forma apropriada para a faixa etária – como a cultura humaniza.

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GONZALO BUZONNI/SHUTTERSTOCK

Orientações Leia o texto e peça que aos estudantes que acompanhem a imagem, identificando e comentando os pontos destacados. Enfatize que a representação de animais pode estar relacionada às atividades do cotidiano das pessoas que as produziram. Habilidade

trabalhada:

EF05HI06

Fotografia de pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara, com figuras humanas e animais. São Raimundo Nonato (Piauí).

Os arqueólogos têm diversas hipóteses sobre as razões que levaram os seres humanos daquele tempo a desenhar em rochas. Uma delas é que os caçadores mais velhos faziam desenhos para explicar aos mais jovens quais animais podiam ser caçados ou não e quais deviam ser temidos. Outra hipótese é que as pinturas faziam parte de antigos rituais praticados por aqueles povos caçadores e coletores. Eles podiam acreditar que, desenhando esses animais, garantiriam que a caça não faltaria nunca. 1 Descreva o que você observa na fotografia acima. Na imagem há representações de seres humanos, de animais de pequeno porte e do que parece ser a contagem de dias desenhados em uma rocha. 2 Você consegue identificar os animais representados nessas pinturas? Espera-se que os estudantes identifiquem os seguintes animais: lagarto, veado e cervo. 3 Além dos animais, que outros elementos você identifica? Contagem de dias, vários traços, um ao lado do outro. HI

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SITE

• Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). Disponível em: http://fumdham.org.br/. Nesse site você vai conhecer mais sobre a fundação, os museus que ela tem e o trabalho que realiza para preservar nossa história e nossa cultura. 29

Para professor GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. São Paulo: Jorge Zahar, 2003. A obra apresenta um panorama da arte rupestre encontrada em território brasileiro, como trabalham os pesquisadores especializados e suas interpretações.

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Informar e registrar

Destaque para os estudantes as razões que levaram os grupos humanos a desenvolver a escrita, como forma de registro e controle das atividades cotidianas.

Como historiadores e arqueólogos obtêm as informações sobre a história de sociedades que viveram milhares de anos antes de nós? Eles utilizam vestígios históricos e documentos escritos. Os vestígios materiais são o principal material de estudo dos arqueólogos, enquanto os documentos escritos são o principal material de estudo dos historiadores. Mas isso não impede que trabalhem juntos ou que os historiadores recorram a vestígios materiais e os arqueólogos, a documentos escritos. Para viver em sociedade é fundamental comunicar-se. Hoje, por exemplo, existem sociedades que fazem uso regular da escrita. Em outras, porém, as pessoas se comunicam por meio da oralidade, do canto ou dos desenhos feitos na terra, nas rochas ou no próprio corpo.

Explique a eles que, além da escrita, as tradições orais são formas de preservação das experiências passadas, assim como os registros escritos e as evidências arqueológicas. Em alguns casos, a tradição oral se constitui na mais importante opção a ser considerada pelos pesquisadores.

BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

Orientações

Habilidade trabalhada: EF05HI06

EF04HI01

Imagem pintada em túmulo no Egito Antigo, cerca de 1280 a.C. Entre os elementos a serem observados, os estudantes podem 1 Observe e descreva a imagem acima. descrever pessoas executando diversas atividades relacionadas à agricultura: separar grãos, cortar junco com foice, carregar sacas. Os escribas são representados acompanhando todas as atividades. 2 Por meio dos vestígios materiais, como desenhos e esculturas, podemos obter muitas

informações sobre os povos da Antiguidade. Que informações você consegue obter sobre os egípcios com base na fotografia acima?Espera-se que os estudantes identifiquem que são 30

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trabalhadores do campo, que estão colhendo grãos, provavelmente trigo, o que mostra a importância da agricultura para a sociedade egípcia.


De olho no sujeito

Tema contemporâneo Aproveite a atividade 2 dessa seção para destacar o direito de todas as crianças e jovens ao estudo. Explique aos estudantes que estudar é uma das principais formas para se escapar de situações de pobreza e vulnerabilidade social, além da aquisição de uma infinidade de conhecimentos para torná-lo mais ativo na sociedade em que vive.

O escriba

O escriba sentado, escultura egípcia de calcário, datada de 2600 a.C. -2350 a.C.

Habilidades trabalhadas: PRISMA ARCHIVO / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

PETER HORREE / ALAMY / FOTOARENA

No Egito Antigo, os escribas eram os funcionários responsáveis por registrar as informações. Naquela sociedade, poucas pessoas dominavam as técnicas de escrita, por isso os escribas detinham grande prestígio e contavam com vários privilégios. O aprendizado da escrita na sociedade egípcia e em outras sociedades antigas era bastante complexo e restrito a poucas pessoas. Dificilmente um membro da camada mais pobre da sociedade conseguia aprender essa técnica. No Egito Antigo, os escribas eram encarregados de registrar colheitas, cobranças de impostos e reproduzir documentos oficiais e sagrados.

EF05HI06

EF05HI09

Fragmento de papiro com escrita egípcia em hieróglifos, em exibição no Museu de Turim, Itália. Além de sentado e trabalhando, o escriba

1. Como o escriba foi representado nessa escultura? tem feição atenta e séria. 2. Atualmente, em nossa sociedade, existe alguma discriminação relacionada ao estudo? Por exemplo, todos podem estudar independentemente da origem, da Resposta pessoal. Por lei, estudar é um direito condição social ou da crença? Justifique. de todas as crianças e jovens entre 4 e 17

anos. Reforce isso aos estudantes, mas alerte-os de que situações como a pobreza podem dificultar a permanência das pessoas na escola.

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Aborda-se, aqui, a escrita cuneiforme, desenvolvida na área da Mesopotâmia. principalmente seus aspectos cotidianos e funcionais, além de características cerimoniais e escrita na Mesopotâmia serão retomados na Unidade 5, ao tratar da matemática suméria, e na Unidade 7, ao abordar o código de Hamurabi. Habilidade

trabalhada:

COUPERFIELD/SHUTTERSTOCK

EF05HI06

Uma das formas conhecidas de escrita mais antigas surgiu entre os sumérios, na região conhecida como Mesopotâmia. Usando placas de argila, um material abundante na região, os funcionários do governo das cidades sumérias eram responsáveis por anotar informações como a quantidade de sacas de grãos armazenadas, de cabeças de gado e os impostos coletados. Como usavam pequenas peças de madeira em formato de cunha para escrever, sua escrita ficou conhecida como cuneiforme. Os sumérios reutilizavam algumas placas de argila, umedecendo-as e apagando as informações ali registradas. Quando as marcações deveriam durar por mais tempo, assavam as placas de argila em fornos ou talhavam em pedra, principalmente nos monumentos e nos templos. No início, os símbolos da escrita suméria eram simples. Gradualmente, os sumérios foram desenvolvendo novas Escrita cuneiforme suméria em placa de argila técnicas, e as marcações passaram a ser do ano de 2400 a.C., aproximadamente. mais estilizadas.

Placa de argila para anotações com escrita cuneiforme do período do Império Acádio, cerca de 2200 a.C.

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Para o professor POZZER, KATIA MARIA PAIM. Escritas e escribas: o cuneiforme no antigo Oriente Próximo. Classica, Sao Paulo, v. 11/12, n. 11/12, p. 61-80, 199811 999. Material para que você possa conhecer conhecer mais sobre a escrita cuneiforme.

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KIRKON MINASSIAN COLLECTION/LIBRARY OF CONGRESS

2 A escrita na Mesopotâmia

Orientações


Quais informações são encontradas nas placas de escrita cuneiforme?

Orientações Se possível, antes de trabalhar efetivamente com o conteúdo da página, apresente aos estudantes o vídeo:

Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha dos deuses. Os gregos pensavam tê-la recebido de Prometeus. Os egípcios, de Tot, o deus do conhecimento. Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de Enki, o deus da sabedoria. Mas, à medida que essa visão perdia crédito, passou-se a investigar o que levou civilizações antigas a criar a escrita. Motivos religiosos ou artísticos? Ou teria sido para enviar mensagens a exércitos distantes? [...] Ela resolveu duas questões ao mesmo tempo. As tábuas de argila adornadas com a primeira escrita abstrata do mundo não haviam sido usadas para escrever poesia ou enviar mensagens a lugares remotos. Foram empregadas para fazer contas e também para elaborar os primeiros contratos.

• Centro de Humanidades (CHAM). Escrita cuneiforme. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=SifMwht0Z6g. Acesso em: 12 ago. 2021. O vídeo simula como eram feitas/produzidas as placas de escrita cuneiforme e o processo de escrita e registro na região da Mesopotâmia. Esse processo pode auxiliar os estudantes a compreenderem melhor o conteúdo trabalhado na página, pois, o trabalho com vídeo pode aumentar a curiosidade e o interesse dessa faixa etária. Além disso, ainda pode ser desenvolvido um trabalho interdisciplinar com Arte, no qual os estudantes produzem suas próprias placas.

Além de registros de contabilidade, eram muito comuns os registros militares, em razão da proximidade da região com os rios Tigre e Eufrates, cujos territórios eram constantemente disputados. A escrita suméria foi também adotada por outros povos que ocuparam a região da Mesopotâmia, como os acadianos, os babilônios, os elamitas, os hititas e os assírios.

ESSAM AL-SUDANI/SHUTTERSTOCK

O que diz o primeiro documento escrito da história. BBC Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-39842626. Acesso em: 6 jun. 2021.

Ruínas da cidade de Uruk no atual Iraque. A construção das muralhas da cidade teria sido construída há 4 700 anos e costuma ser atribuída às ordens do lendário rei sumério Gilgamesh.

• A escrita cuneiforme, desenvolvida na Suméria, é uma das mais antigas da humanidade.

a) O que levou ao desenvolvimento da escrita na Suméria?

A escrita na Suméria estava associada ao registro da produção agrícola, à cobrança de impostos e às práticas religiosas.

b) Como era o suporte utilizado para fazer registros escritos? Eram utilizadas placas de argila, gravadas com pequenas cunhas.

c) Como os sumérios faziam para reutilizar esses suportes?

Os sumérios umedeciam as placas de argila, apagando os registros anteriores.

d) O que os sumérios faziam para preservar os registros por mais tempo?

Os sumérios assavam em fornos as placas de argila ou talhavam em pedra, principalmente textos para monumentos e templos.

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Caso não seja possível passar o vídeo, isso não é um impeditivo para o trabalho com a página. Peça aos estudantes que se voluntariem para a leitura do texto. Você pode intercalar mais de um estudante se achar interessante. Depois, peça a eles que respondam as questões da página em voz alta, discutindo entre si. Observe se compreenderam como forma de avaliação continuada.

Para o professor ROBINSON, Andrew. Escrita: uma breve introdução. Porto Alegre: L&PM, 2016. Obra que discute a relação entre escrita e conhecimento, desde os hieróglifos e a escrita cuneiforme até as mudanças tecnológicas recentes e suas possíveis implicações no futuro dos sistemas de escrita.

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3 A escrita no Antigo Egito

Uma determinada forma de escrita sempre pode ser traduzida para outra língua. É o caso das formas de escrita presentes no Antigo Egito, que podem ser traduzidas para diferentes línguas, incluindo o português. É possível experimentar esse recurso em sala de aula. Há muitas referências em livros e na internet com tabelas explicando as equivalências possíveis entre as duas formas de escrita. Veja, por exemplo, o artigo de um arqueólogo brasileiro detalhando a escrita em hieróglifos (disponível em: http://antigoegito.org/escrevendo-em-hieroglifos/. Acesso em: 12 ago. 2018).

Os egípcios escreviam em folhas de papiro, usavam Papiro: planta aquática tintas de diversas cores e tinham diferentes sistemas de muito comum nas margens do rio Nilo escrita. O sistema de escrita mais antigo é a hieroglífica, ainda nos dias atuais. formada por pequenos desenhos que representam ideias, como animais, figuras humanas, deuses e sinais para indicar a presença de água e construções. Os egípcios organizavam essa escrita posicionando os símbolos da esquerda para a direita ou de cima para baixo, formando, assim, nomes e frases. A. DAGLI ORTI/DEA/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

Orientações

Peça aos estudantes que comparem as escritas das 3 imagens e pergunte a eles qual consideraram mais complexas. Depois, leia o texto de forma conjunta. Habilidade

trabalhada:

EF05HI06

Hieróglifos egípcios com mais de 4 mil anos.

Com o passar do tempo, essa escrita tornou-se exclusiva dos templos e dos monumentos ligados ao faraó, sendo feita, por exemplo, em paredes ou pedras. Havia ainda a escrita hierática, utilizada para textos religiosos, registros comerciais e literários e correspondências. 34

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QUINTLOX/ALBUM/ / ALBUM / FOTOARENA

Atividade complementar Nesta temática, uma forma lúdica de trabalhar com os estudantes para experimentar escrever seu próprio nome na escrita hieróglifa é indicar alguns sites que disponibilizam conversores. O estudante pode escrever seu nome, mas como alternativa à impressão da imagem gerada sugerimos que oriente a fazer um desenho incluindo as duas formas de escrita, indicando a correspondência entre as duas formas de representação.

Papiro com escrita hierática egípcia.

QUINTLOX/ALBUM/ / ALBUM / FOTOARENA

Existia ainda outro sistema de escrita, ainda mais simples, a demótica, que em grego significa “escrita popular”. Esse sistema era utilizado, principalmente, sobre papiros e cacos cerâmicos e tinha como finalidade o uso cotidiano. A escrita egípcia era bem complexa, pois usava símbolos para representar ideias, e, ainda hoje, poucos estudiosos conseguem ler os hieróglifos.

Cerâmica com escrita demótica egípcia. 35

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De olho nas pistas

Orientações Peça aos estudantes que leiam o texto em voz baixa e que respondam as questões no caderno. Depois, faça uma rodada para que discutam suas respostas entre si. Deixe que falem livremente e verifique se eles compreenderam a temática proposta.

Habilidades trabalhadas: EF05HI06

VLADIMIR KOROSTYSHEVSKY/SHUTTERSTOCK.COM

Além disso, se tiver recursos disponíveis, é possível encontrar muitas imagens diferentes da Pedra de Roseta na internet por meio de sites de busca. Além de diversos ângulos e aproximações, algumas imagens mostram a presença de visitantes, o que permite dimensionar seu tamanho.

A Pedra de Roseta À medida que as sociedades antigas foram se transformando e adquirindo novos hábitos e costumes, as escritas delas foram se disseminando. No século XIX, o pesquisador Jean-François Champollion resolveu estudar uma placa com diversos escritos localizada na cidade de Roseta, no Egito. A placa ficou conhecida como Pedra de Roseta. Nela havia textos em escrita hieroglífica e hierática e também em grego. Champollion, com base nesta última língua, começou a comparar os sinais de cada escrita e foi aos poucos decifrando um decreto feito na época do faraó Ptolomeu V: era a chave para compreender a antiga escrita egípcia. Abria-se uma porta para se conhecer a história desse povo.

EF05HI10

A Pedra de Roseta possui inscrições com três formas diferentes de escrita: na primeira faixa, está a hieroglífica; na segunda faixa, está a hierática; e na terceira faixa, a grega antiga.

1. Quais eram as três escritas diferentes gravadas na Pedra de Roseta? Hieroglífica, hierática e grega.

2. No século XIX, qual dessas formas de escrita era mais conhecida? A grega. 3. Como essa escrita auxiliou na compreensão das outras duas?

Com base nela, foi possível compreender a escrita hierática e a hieroglífica pois o mesmo texto estava nos três sistemas de escrita. 36

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4 A escrita fenícia

Avaliação A partir da leitura do capítulo indique aos estudantes as seguintes questões como forma de avaliação continuada

Dedicados ao comércio e à navegação, os povos fenícios precisavam registrar informações de forma prática e precisa. Essa sociedade estabeleceu-se em um local de passagem para diversos povos. Por causa de sua localização e do comércio, os fenícios estavam em constante contato com os antigos egípcios e os povos mesopotâmicos. Nessa relação, os fenícios assimilaram muitos elementos da escrita desses povos, o que acabou influenciando sua própria escrita e cultura. Com base nesses conhecimentos, os fenícios criaram um sistema de escrita composto de caracteres fonéticos simplificados, sendo ao todo 22 caracteres, cada um equivalente a um som diferente. A combinação desses caracteres possibilitava a formação de palavras, tornando assim o processo de comunicação mais prático e ágil, principalmente se compararmos com outras formas de escrita da mesma época, como os hieróglifos egípcios.

1. Quem eram os escribas? O que eles faziam? Os escribas eram os funcionários responsáveis por registrar as informações. 2. Os escribas eram importantes na sociedade egípcia? Por quê?

A

B

Z

H

M

N

CG

X

D

H

F UVYW

IJ

K

L

O

DANEESHE/SHUTTERSTOCK

Letras do alfabeto fenício

Sim, eram importantes pois os conhecimentos adquiridos pela sociedade egípcia e sua história podiam ser registrados, os estoques dos armazéns contados e controlados, informações do governo egípcio poderiam ser verificadas e passadas adiante, o conhecimento se perpetua quando o registro é realizado. 3. Por que a Pedra de Roseta é tão importante para os pesquisadores do Egito? Porque através dela os hieroglíficos puderam ser decifrados.

P

4. Como os hieroglíficos foram decifrados? Q

R

S

T

Por influência dos fenícios, muitos povos adotaram formas de escrita similares. O alfabeto que usamos hoje no Brasil tem origem no alfabeto latino dos romanos, bastante influenciado pelas escritas fenícia e grega. 37

A Pedra de Roseta estava escrita em três línguas diferentes, Hieroglífico, demótico e grego. Como o grego era conhecido e o mesmo texto estava escrito nas três línguas, decifrou-se primeiro o demótico, que era uma língua mais popular e depois os hieroglíficos, mais complexa.

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Os astecas são posteriores aos maias e absorveram diversas influências dessa cultura, mas possuíam um sistema de escrita considerado menos preciso. Portanto, nem sempre um conhecimento é automaticamente reproduzido e aprimorado com o tempo e é importante que os estudantes tenham essa clareza sobre o tema.

Os povos americanos também criaram suas formas de registro. Vamos conhecer algumas delas? Os olmecas, povo que habitava a região próxima ao Golfo do México em cerca de 1500 a.C., deixaram como vestígios artefatos gravados com uma grande diversidade de figuras, sinais e marcas. Cerca de mil anos depois, os povos maias, que também viviam na América Central, criaram símbolos chamados pelos pesquisadores de glifos maias. Esses glifos eram moldados em argila, pintados em cascas de árvores ou gravados em madeira ou pedra. Alguns glifos formavam palavras isoladas, como nomes de cidades e títulos de soberanos, enquanto outros eram espécies de sílabas formando palavras. Combinado ao sistema de escrita, os maias contavam com um sofisticado sistema numérico e Calendário maia (s/d), feito em um calendário bastante preciso, com 365 dias. argila. Além de marcar os dias, Boa parte do significado da escrita maia é esse tipo de calendário tinha desconhecida hoje. uso religioso.

Equivalência dos símbolos maias com numerais

Além de conhecimentos que desaparecem de forma praticamente imperceptível no cotidiano, há também perdas abruptas. No caso das culturas nativas americanas o processo de colonização comandado pelos povos europeus representou enorme perda dos traços culturais nativos. Habilidades trabalhadas: EF05HI06

EF05HI08

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Para o professor O calendário maia já foi objeto de muitas especulações. Os maias deixaram calendários preparados até o que seria equivalente ao ano 2012 da era cristã, o que gerou especulações de que seria uma previsão do fim do mundo. Entretanto, nenhum dos registros maias mencionava qualquer catástrofe típica de narrativas apocalípticas. A matéria sugerida a seguir esclarece detalhes do calendário e das noções maias de tempo. LOPES, José. Por que 2012? Entenda como funciona o calendário maia. Revista Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/blog/superblog/por-que-2012-entenda-como-funciona-o-calendario-maia/. Acesso em: 12 ago. de 2021. 38

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Nessa parte do texto entramos em um aspecto curioso em relação à escrita e a outros conhecimentos e tecnologias. É comum ver pessoas expressando a ideia de que sempre acumulamos os saberes do passado: povos vindos depois, necessariamente, sabem mais do que aqueles que vieram antes.

5 A escrita na América

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Orientações


E no Brasil?

Orientações

No Brasil, os povos indígenas também criaram formas de registro que antecedem um sistema organizado de escrita. Essa forma de registro se chama grafismo. O grafismo indígena aparece nas pinturas corporais, nos tecidos, nas pinturas em cerâmica, entre outras manifestações culturais. Ele costuma ter formas geométricas simétricas e de animais.

É esperado que, ao 5º ano, os estudantes já tenham tido contato com diversos aspectos da cultura dos povos indígenas e que saibam que são um dos povos originários que formaram nosso país. Porém, reforce com eles essas informações.

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CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS

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Balaios em formas geométricas confeccionados com talo de arumã e corante natural feito por indígenas da etnia baniwa. Manaus (Amazonas), 2015.

Indígenas da etnia maxakali com pinturas corporais de padrões geométricos. Terra Indígena Pataxó, em Porto Seguro (Bahia), 2019.

Peça que observem as imagens da página, comparando os grafismos entre si: é importante que eles notem que alguns representam figuras abstratas e outros, concretas; além disso, eles também devem observar que aparecem em diferentes superfícies. Depois de analisarem, faça a leitura do texto com eles para que verifiquem se suas análises das imagens estavam de acordo com os pontos apresentados na página. Por fim, peça a eles que respondam as questões de forma individual.

Peças de cerâmica produzidas por indígenas da etnia kadiwéu representando animais. Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul), 2015. 1 O que são os grafismos indígenas? São registros em formas geométricas e simétricas feitos pelas comunidades indígenas brasileiras. 2 Em que superfícies eles costumam ser pintados? No corpo, em cerâmicas e em tecidos. 3 Você já viu esse tipo de pintura em filmes, desenhos, jogos ou viagens que realizou?

Se sim, conte aos colegas. Os estudantes devem relatar em que situações já viram esse tipo de registro. 39

Para o professor Grafismo indígena: estudos de antropologia estética de Lux Vidal, (organizadora). São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. O livro traz informações, imagens, desenhos e padrões e o professor pode usar como exemplo as páginas 121 e 122 e reproduzir os desenhos e padrões com os alunos em sala de aula.

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Orientações Peça aos estudantes que se voluntariem para a leitura dos textos da página. Depois, faça a leitura do mapa da página seguinte em conjunto com eles, auxiliando-os nas dúvidas que surgirem. Por fim, deixe que respondam as questões de forma individual.

6 A língua que falamos e escrevemos Você estudou que a invenção da escrita passou por várias etapas e aprendeu que ela surgiu em lugares distintos aproximadamente no mesmo tempo histórico. Os diferentes sistemas de escrita também são manifestações culturais e carregam características do povo que os criou. E a nossa língua? A língua portuguesa também tem uma história. A língua que falamos no Brasil de hoje sofreu a influência cultural de vários povos que por aqui passaram e continua em transformação. Leia o que explica o escritor Luiz Puntel. Sim, a nossa língua oficial é a portuguesa. Mas, a língua que falamos no Brasil, na contemporaneidade, já é bem diferente há séculos da língua que se fala em Portugal. Provemos! Os portugueses, quando vieram tomar posse do que eles determinaram que era deles, encontraram aqui línguas indígenas. Falava-se, aqui, o nheengatu, língua indígena. Depois, vieram os africanos, que falavam iorubá. Neste meio tempo, como sabemos, houve invasões francesas e holandesas. Mais recentemente, chegaram os imigrantes italianos, alemães, imigrantes também de língua árabe, entre outras dezenas de falantes, que trouxeram o acréscimo de seus dialetos linguísticos e de suas línguas nacionais. Entendem o porquê da celebração da língua nacional? Porque é para comemorar a língua que falamos hoje.

Avaliação

Luiz Puntel. Qual língua falamos nós? A Cidade, 30 maio 2021. Disponível em: https://www.acidadeon.com/ ribeiraopreto/cotidiano/colunistas/NOT,0,0,1617953,luiz-puntel-qual-lingua-falamos-nos.aspx. Acesso em: 17 jun. 2021.

A língua portuguesa surgiu do latim, uma antiga língua romana que influenciou o surgimento de muitas outras línguas, como o espanhol e o francês. Ela chegou ao Brasil por meio da colonização portuguesa que, entre os séculos XV e XVII, ocupou áreas da América, da África e da Ásia. Nessa época, havia um intenso comércio entre Portugal e diversas sociedades, e a língua portuguesa era amplamente utilizada na compra e venda de produtos e na negociação de acordos comerciais e políticos. Assim, ela se disseminou por todos os continentes. HI

Ó ST R

IA

Inicie o trabalho com a página, recordando com os estudantes todos os códigos que viram na unidade: pinturas rupestres, escrita cuneiforme, hieróglifos, alfabeto fenício, alfabeto maia e grafismos indígenas. Se achar pertinente, escreva esses termos na lousa e inicie uma discussão com a turma: pergunte quais aspectos lembram de cada forma de registro estudada. Deixe que falem livremente e vá anotando palavras-chave que surgirem na discussão. Depois, peça a eles que sistematizem as ideias discutidas em uma folha a parte e lhe entreguem. Analise cada texto e verifique a possibilidade de rever algum conteúdo com o grupo ou de forma individual.

LIVRO

• Turma da Mônica: viagem aos países de língua portuguesa, de Mauricio de Sousa e José Santos. Fortaleza: Imeph, 2021. Nesse livro digital a turma faz uma viagem aos países que têm o português como língua oficial e apresenta as diferenças entre os vocabulários. 40

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Observe na ilustração a seguir quais países têm atualmente o português como língua oficial. TEREZA FERREIRA/SHUTTERSTOCK

Para ampliar

1 O português é a oitava língua mais falada no mundo. Observe a ilustração acima e

responda: a) Em quais continentes estão os países que atualmente falam a língua portuguesa? América, África, Europa e Oceania.

b) Pesquise na internet a população dos países que falam língua portuguesa. Qual é o mais populoso? O Brasil, com mais de 220 milhões de habitantes. c) Como a língua portuguesa chegou a esses países? Por meio de comerciantes portugueses, séculos atrás.

2 Você conhece palavras da nossa língua que são de origem indígena, africana ou

europeia? Com mais dois colegas, façam uma lista de quatro palavras que consideram ter essas origens. Pesquisem-nas no dicionário para conferir e, depois, apresentem as descobertas à turma.

As respostas podem ser diversas. Entre as palavras de origem indígena, podem ser citadas capivara, caipora, carioca e Maracanã; entre as de origem africana, temos dengo, cafuné, caçula, quitanda e dendê; e, entre as europeias, camarim, caricatura, trambone, arlequim etc.

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A transformação do mundo pela escrita É difícil imaginar o mundo que conhecemos sem a escrita. A maior parte dos avanços científicos e tecnológicos, ao longo da história, está direta ou indiretamente associada ao armazenamento e transmissão de informações. Mas a escrita não esteve sempre presente: considerando a história do Homo sapiens, que tem por volta de duzentos e cinquenta mil anos de existência, ela é uma invenção bastante recente. Com toda a certeza, a linguagem oral precedeu muito o início da expressão dos seres humanos através de símbolos gráficos. A razão do hiato entre a fala e a escrita deve se relacionar ao alto grau de abstração exigido por essa forma de expressão. Inicialmente, os elementos gráficos utilizados eram apenas desenhos que representavam diretamente aquilo que se queria expressar, como mostram as pinturas rupestres. VALLE, Maíra; PANCETTI, Alessandra. A transformação do mundo pela escrita. ComCiência, Campinas, n. 113, 2009. Disponível em: https://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=51&id=644. Acesso em: 14 fev. 2018.

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De olho no tempo

Orientações Chame atenção dos estudantes para o fato de que, ao estudar história, nos deparamos com outras realidades e culturas, em diferentes tempos e espaços. Esse estranhamento é importante para se perceber, primeiro, que tudo muda ao longo do tempo, em decorrência da ação das pessoas. E também para aprender a conviver com a diferença, com o outro.

1. Resposta pessoal. Sua utilização se faz presente na grafia de nomes próprios, tais como Yara, Kátia, entre outros, e em unidades de medida como kg, km e watts. Também estão em palavras de língua estrangeiras que usamos no cotidiano.

Uma língua em transformação A língua é dinâmica e está em constante transformação. Nossa língua também já passou por várias reformas e modificações ao longo do tempo. A mudança mais recente na nossa língua ocorreu com o último Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em 2009 e passou a ser obrigatório em todos os países falantes de língua portuguesa em 2016. Entre as modificações, houve a ampliação do nosso alfabeto, que antes era composto de 23 letras e passou a ter 26, com o acréscimo das letras K, W e Y, e a definição de novas regras de acentuação. BASJAN BERNARD/SHUTTERSTOCK

Pode-se trabalhar os quipos nesse sentido, destacando aos alunos as diferentes maneiras possíveis de se lidar com as questões impostas pelo dia a dia. E eles, como resolveriam esse desafio dos registros rotineiros, caso ainda não tivessem desenvolvido nenhuma forma de registro?

1. Em que situações do dia a dia você percebe a presença das letras K, W e Y? 2. Agora, procure refletir sobre o dinamismo da nossa língua. Que palavras de origem estrangeira fazem parte do seu vocabulário, mas não fazem parte da língua portuguesa? Apresente pelos menos dois exemplos. 42

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Respostas pessoais. Entre as possibilidades, os estudantes podem indicar backup, check-in, crush, delivery, drive-thru, mouse, entre outros.


História em ação

1. A resposta pode variar, mas uma interpretação possível seria a história de alguém que fez exercícios, ficou cansado, mas feliz, foi para casa de bicicleta, fez um lanche de que gostou, foi descansar e acabou pegando no sono. Quando olhou o relógio, se deu conta de que estava atrasado e ficou assustado.

Orientações

EDITORIA DE ARTE

Você já parou para pensar em quanto a escrita mudou desde a sua invenção até os dias atuais? Hoje em dia, há diversas formas de registro de informações, algumas extremamente elaboradas, como as linguagens de programação de computadores. Apesar disso, é curioso que um número cada vez maior de pessoas se comunique com símbolos, os emojis. Você já deve ter usado emoji nas redes sociais ou quando enviou mensagens por celular. Geralmente, as pessoas combinam os emojis com textos para expressar sentimentos em vez de usar as palavras. Mas será que é mesmo fácil compreender mensagens e se fazer entender sem usar palavras escritas? Que tal fazer uma experiência? Vamos lá!

O objetivo desta atividade é, além de estabelecer relações entre formas de comunicação do passado e atuais, também trabalhar a empatia dos estudantes com relação ao tema por meio de uma atividade lúdica e com uma linguagem à qual estão acostumados. A experiência de desenhar os emojis auxilia-os a identificar e desenvolver as habilidades necessárias para um escriba compor uma mensagem simples e o processo que levou à simplificação das formas de escrita. Incentive os estudantes a compartilharem o trabalho realizado, para um ler o texto do outro. Os alunos devem avaliar se houve diferentes interpretações ou se os símbolos usados têm entendimento consensual entre eles. Habilidades trabalhadas: EF05HI08

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1. Em sua opinião, quais são as mensagens transmitidas por esses símbolos? 2. Converse com os colegas sobre as respostas que anotaram e comparem as semelhanças e as diferenças entre elas. 3. Usando apenas emojis, envie uma mensagem para um colega de turma. Depois, verifique se ele compreendeu corretamente a mensagem que você enviou e vice-versa. A mensagem deve ser entendida por todos. Por fim, compartilhe a experiência com os colegas. O objetivo é que os estudantes conversem sobre as possíveis interpretações dos símbolos usados e se todos, mesmo usando símbolos similares, estão “falando a mesma língua”.

2. Os estudantes devem avaliar se houve diferentes interpretações ou se os símbolos usados têm entendimento consensual entre eles.

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Orientações

Incentive os estudantes a perceberem que, nos dias atuais, a escrita intermediará uma infinidade de atividades e relações sociais, que está presente em nosso cotidiano, ao contrário dos tempos anteriores, em que o uso da escrita era localizado, servindo para questões mais pontuais. As principais diferenças entre as duas formas de escrita, é que a cuneiforme usava pequenos pedaços de madeira para escrever em placas de argila que poderiam ser apagadas e refeitas, além disso, eram primordialmente utilizadas para registros de contabilidade e militares. Já a escrita hieroglífica era feita em papiros e com diversas cores, além disso, haviam escritas mais complexas que eram feitas em paredes ou pedras. As respostas são variáveis, mas a proposta de ambas as atividades é incentivar os estudantes a refletirem, percebendo a importância de saber ler e escrever em nossa sociedade.

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Juntar saberes 1 As sociedades do Egito Antigo e as da Mesopotâmia estão entre as mais antigas do mundo.

a) Qual é a importância da escrita para a formação dessas sociedades? Em sua resposta, considere como surgiu e para que a escrita era utilizada. b) Pense nos usos da escrita nos dias atuais e nos tempos antigos e estabeleça as diferenças e as semelhanças entre as épocas. 2 Compare a escrita cuneiforme com a escrita hieroglífica.

a) Quais são as principais diferenças entre elas? b) Com quais finalidades elas eram utilizadas? 3 Com base na fotografia a seguir, pense no indivíduo que vivia nas sociedades antigas e

no que vive nos dias atuais. GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS

Esses povos faziam uso da escrita principalmente para registrar informações sobre a produção de alimentos e as crenças religiosas. Nos textos que os estudantes produzirem observe se relacionam informações sobre a formação de sociedades complexas cujas demandas contribuíram para o desenvolvimento de variadas formas de registro e escrita.

Menina de onze anos assiste aula on-line de Matemática em casa durante pandemia do Covid-19. Santa Maria (Rio Grande do Sul), 2021.

a) O indivíduo da Antiguidade precisava saber ler e escrever? Explique sua resposta. b) O indivíduo dos dias atuais precisa saber ler e escrever? Explique sua resposta. 4 Existem diferentes formas de comunicação. Vamos experimentar algumas?

a) Com a ajuda do professor e a turma organizada em roda, brinquem de telefone sem fio. Antes, determinem quem vai começar. O escolhido deve selecionar um assunto tratado até o momento nesta unidade e contar ao colega ao lado o que sabe do tema. O colega deve passar a mensagem ao próximo, e assim por diante, até a mensagem retornar ao primeiro, que deve escutá-la e contar aos demais o que mudou ou não ao longo do percurso. 44


b) Ainda organizados em roda, escolham outro tema estudado na unidade e registrem o que sabem, utilizando apenas sinais. Troque a mensagem com um colega e depois conversem sobre o que entenderam.

Orientações

c) Agora é a vez de usar mímica. Escolha um tema desta unidade e, no centro da roda, usando apenas gestos, conte aos colegas o assunto. Eles devem descobrir sua mensagem.

5 A oralidade é uma das formas mais

antigas de comunicação desenvolvida pela humanidade. Desde tempos remotos, por meio da fala, foram preservados inúmeros conhecimentos, costumes e tradições. Quer ver? Faça as perguntas a seguir a um antigo morador de seu bairro ou sua cidade e anote as respostas.

EDSON SATO/PULSAR IMAGENS

d) Por fim, redijam um texto coletivo. Escolham alguém da turma para iniciar. O selecionado deve escrever uma frase sobre um tema estudado nesta unidade e, em seguida, passar a vez ao colega ao lado, que, por sua vez, deve acrescentar outra frase que dê continuidade ao texto, e assim por diante, até que ele retorne ao que o iniciou. Este, então, deve ler o texto em voz alta para toda a turma.

Oriente a realização da atividade, pedindo para que os estudantes anotem os dados da pessoa entrevistada, em especial o nome, a idade, o tempo que mora ali e o que faz. O mais importante aqui é perceber o papel da fala na preservação de conhecimentos, costumes e práticas sociais. As respostas são pessoais, mas incentive a argumentação. Para complementar, podem ser discutidas as cartas e outras mensagens pessoais como possíveis documentos históricos

a) Como este lugar (bairro ou cidade) começou a se formar? b) Quem eram os sujeitos envolvidos nessa história? c) Ainda restam sinais desse passado? Onde posso encontrá-los? • Conte o que você descobriu aos colegas, destacando a importância da oralidade para preservar e transmitir conhecimentos e tradições.

No Brasil temos tradições orais de diversas origens e que muitas vezes se encontram na religiosidade e nas lendas populares, a exemplo dos griôs, contadores de histórias de tradição africana, e das rezadeiras, de origem portuguesa. Nessa fotografia vemos como um griô do quilombo Campinho da Independência e uma rezadeira de Paraty no Rio de Janeiro se empenham pela continuidade da tradição oral da comunidade local. Paraty (Rio Janeiro), 2016.

6 A tecnologia limitou o uso da escrita à mão e introduziu a escrita por meios eletrônicos.

a) Os usos são os mesmos? O que mudou? b) Pense em como as pessoas se comunicavam anos atrás. Você já escreveu ou viu uma carta escrita à mão? E um cartão-postal? Consegue reproduzir os componentes principais de uma correspondência? Se sim, registre no seu caderno. 45

Avaliação formativa A fim de que esta seção possa dar continuidade ao processo avaliativo, sugere-se que os estudantes sejam divididos em duplas ou trios para realização das propostas das páginas. Dessa forma, podem compartilhar entre si seus aprendizados e suas dúvidas. Nesse momento, percorra as duplas ou trios tirando as dúvidas e aguçando a percepção para os aprendizados dos estudantes. Você pode utilizar as produções dos estudantes para finalizar o processo avaliativo verificando se compreenderam a importância da escrita para a História. Tratase também de uma oportunidade para retomar conteúdos sobre os quais ainda restarem dúvidas.

45


Sobre esta unidade Sobre esta Unidade O objetivo desta unidade é trabalhar as expressões religiosas das antigas sociedades complexas. A ideia é discutir que todos organizavam suas vidas tendo como referência essas crenças, estabelecendo valores e formas de agir que acompanhavam o indivíduo desde o nascimento até a morte.

3

UNIDADE

O mundo das crenças e dos deuses

Essa condição refletia, inclusive, nas formas de organização do Estado. Em muitos povos, como no Egito Antigo, o soberano era visto como uma divindade, o principal responsável pela interlocução com o sobrenatural. O mesmo ocorria em relação às leis e à organização da sociedade, aspectos vistos como sagrados e imutáveis.

Proposta pedagógica A proposta desta unidade, assim como outras do volume, é promover a pluralidade. A intenção é que os estudantes compreendam a religião como um fato importante e cotidiano nas sociedades antigas. Tópicos como “Muitos deuses” e “Um deus único, para muitos povos”, promove a multiplicidade de ideias, auxiliando os estudantes a ampliar o olhar para a sociedade plural que existe e sempre existiu.

Apresentação de Grupo de Congada em culto a São Benedito. Antonina (Paraná), 2017. 46

Objetivos da Unidade • Compreender a importância da religião na formação dos povos antigos. • Identificar o papel das religiões na organização do Estado e na ordem social existente nas sociedades antigas. • Identificar a importância da religião como elemento de identidade e caracterização de um povo. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 3 E F 0 5 H I 0 9 E F 0 5 H I 0 9

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GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS

Orientações A imagem mostra o Império de São Gonçalo, uma festa religiosa realizada entre os Kalunga, na cidade de Cavalcante (GO). Para auxiliar os estudantes a identificar, oriente-os a ler a legenda. Ainda que a resposta seja pessoal, espera-se que os estudantes relatem se há festas religiosas no local em que vivem. Próximo ao local de moradia deles, é possível que haja espaços dedicados às práticas religiosas do catolicismo, do protestantismo, do candomblé, entre outras religiões. Caso não haja na cidade ou bairro essas práticas, peça a eles que considerem locais próximos. Eventualmente, eles podem não dispor de informações a respeito.

Para começar... 1. O que essa fotografia mostra? A participação de pessoas em um evento religioso.

2. Em sua cidade ou seu bairro, existem manifestações religiosas? Quais? Resposta pessoal. 3. Para você, que importância tem a religião na vida das pessoas? Resposta pessoal. 47

Pré-requisitos • Conhecer os processos de formação de culturas e povos. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano. • Identificar mudanças e permanências.

Nessa atividade, os estudantes devem refletir sobre a importância da religiosidade e das manifestações religiosas na vida das pessoas, na identidade cultural de um povo. Possivelmente, eles responderão com base em seu conhecimento e suas experiências sobre as religiões a que seus pais e parentes seguem. É possível também que respondam que pouco sabem a respeito de religiões. Há a possibilidade ainda de respostas baseadas em ideias generalizadas ou preconceituosas. Por isso, é importante enfatizar que a liberdade religiosa é um direito assegurado e que as diferenças devem ser respeitadas.

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1 Muitos deuses

Orientações

Observe com atenção as imagens a seguir. A primeira é uma página do Livro dos mortos, que costumava ser colocada nos túmulos dos antigos egípcios para instruí-los sobre como proceder na vida após a morte. Esse exemplar foi encomendado por um escriba chamado Ani. Ele aparece abaixo, no lado esquerdo da imagem, representado em tamanho maior, junto à sua esposa. Eles se curvam em respeito aos deuses, representados na fileira acima e tendo à frente o deus Rá, com cabeça de falcão. Abaixo e à direita está a alma de Ani, representada com sua cabeça e corpo de pássaro, aguardando seu julgamento pelos deuses. O deus dos mortos, Anúbis, com cabeça de chacal, coloca o coração de Ani na balança. BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

A unidade é iniciada trabalhando um dos marcos mais importantes da religião do Egito antigo: o livro dos mortos. Retoma-se, ainda, o trabalho com imagens e a escrita hieroglífica. Aproveite a curiosidade e o estranhamento que ambos podem gerar entre os estudantes para instigar o interesse sobre as crenças e os saberes egípcios. Faça uma leitura do texto e peça a eles que escutem acompanhando a imagem. Incentive-os ainda a comentar a parte que julgarem mais significativa. Habilidades trabalhadas: EF05HI03

EF05HI06

Livro dos mortos, detalhe do papiro de Ani, encontrado em uma tumba em Luxor, no Egito. Estima-se que foi elaborado há cerca de 3 500 anos. 48

Para ampliar Mumificação Os antigos egípcios se preparavam para a vida após a morte durante toda sua existência. O corpo devia ser preservado e, para isso, desenvolveram as técnicas de mumificação, utilizadas pelas pessoas de maior poder e riqueza. Os túmulos deviam abrigar ainda tudo o que precisariam para essa vida posterior. Os faraós eram enterrados nas pirâmides, mas as pessoas mais pobres, em simples tumbas.

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THE HISTORY COLLECTION / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

O coração da pessoa que morria deveria ser mais leve que a pena da deusa Maat, que representava a verdade e a justiça. Com cabeça de ave, o deus escriba Thoth anota o resultado da pesagem. Caso o coração fosse mais leve, a pessoa merecia a vida eterna. Se fosse mais pesado, a alma da pessoa morta não era aprovada, e seu coração era entregue a Ammit, criatura formada por partes de crocodilo, leopardo e hipopótamo – não por acaso, os animais mais perigosos e temidos do rio Nilo. A segunda imagem é da deusa asteca Xochiquetzal. Na mitologia asteca, ela era a deusa da Lua, das flores, da fertilidade, dos jogos, das danças e da agricultura, bem como dos artesãos e das mulheres grávidas, e costumava ser representada sendo seguida por um grupo de pássaros e por borboletas. Seus adoradores portavam máscaras de animal e flores em rituais feitos em sua honra a cada oito anos.

Orientações Ambas as imagens tem as figuras representadas de perfil (lei da frontalidade) e também retratam aspectos da religião de cada cultura. Na imagem egípcia é possível observar um fragmento do livro dos mortos com alguns deuses e demônios cujos egípcios acreditavam (Ammit, íbis, Anúbis). A ilustração asteca retrata duas deusas (Toci ou Tonantzin e Xochiquetzal). Na primeira imagem observa-se Ammit, com características de crocodilo, hipopótamo e leão. Ao seu lado o escriba Thoth – à direita na imagem, com cabeça de ave íbis – anota os resultados da pesagem conduzida por Anúbis, o deus chacal.

Representação da deusa asteca Xochiquetzal Borgia. 1 Compare o estilo artístico das duas imagens. O que

elas têm em comum e o que têm de diferente? 2 Quais são as divindades egípcias apresentadas na

primeira imagem e suas principais características? 3 Que informações do Livro dos mortos eram usadas

pelos sacerdotes egípcios?

4 Qual é a divindade asteca destacada na segunda

imagem e suas principais características? 49

Avaliação Aproveite o conteúdo destas páginas para identificar a habilidade do aluno em trabalhar com imagens, percebendo seus diversos elementos, mas também depreendendo significados. Se possível, projete a imagem em sala de aula e incentive os alunos a se posicionarem, verificando depois na realização das atividades a aplicação do conteúdo desenvolvido. A partir dos resultados, desenvolva estratégias para a continuidade dos estudos.

Além dos deuses egípcios citados no texto, na fileira acima da imagem estão representados, da direita para esquerda: Rá, Aton, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Isis e Néftis, Hórus, Hathor, Hu e Sai. O livro dos mortos continha as instruções sobre a passagem para a vida após a morte. Era utilizado por sacerdotes na realização de processos de mumificação e cerimônias religiosas. A segunda imagem é da deusa asteca Xochiquetzal. Na mitologia asteca ela era a deusa da Lua, das flores, da fertilidade, dos jogos, das danças e da agricultura, bem como dos artesãos e das mulheres grávidas e costumava ser representada seguida por um grupo de pássaros e por borboletas. Seus adoradores portavam máscaras de animal e flores em rituais feitos em sua honra a cada oito anos.

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Orientações

Estátua do deus hindu Ganesha com oferendas em Bali, atual Indonésia.

WINDYBOY/SHUTTERSTOCK

NETFALLS REMY MUSSER/SHUTTERSTOCK

Aproveite as características da religião e dos deuses para trabalhar as relações desses povos com o meio natural, relembrando aspectos ligados à organização do Estado e às atividades econômicas.

Em muitas sociedades antigas, era comum a relação entre as divindades e os elementos da natureza. Havia referência ao Sol, à Lua e a outros astros. Mas havia ainda outras formas de adoração. A religião hindu, por exemplo, que surgiu na Índia Antiga e é praticada até hoje, crê em deuses que combinam formas humanas com animais, como Ganesha, deus da fortuna e das riquezas. Essa crença em diversos deuses também está presente em outros países asiáticos, como China e Japão. Todos esses países preservam ainda antigas tradições de culto aos antepassados. Nas antigas sociedades do continente americano, por sua vez, destacava-se a relação entre os alimentos e os deuses, que eram adorados para garantir a fertilidade da terra e a prosperidade das colheitas. A relação da religião com a fartura e a produção de alimentos era muito comum nas sociedades antigas. Por isso, é comum vermos alimentos como o milho ou a mandioca como partes das lendas e dos mitos de criação americanos.

Estátua da deusa Amaterasu no templo Iwato, em Miyazaki, Japão.

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Para ampliar Exiba ou indique aos estudantes alguns links sobre o Festival das Estrelas, celebrado no Japão e onde há comunidades de origem japonesa, como em São Paulo/SP. O festival celebra a lenda de Orihime a filha de um deus, que se apaixonou por um pastor e dá sentido ao costume de pendurar pedidos e mensagens em papel colorido.

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De olho no tempo

Orientações

Mitos de origem

BRIDGEMAN ART LIBRARY / EASYPIX BRASIL

Os mitos são formas de contar a origem de um povo e sua concepção de mundo. Eles revelam características e valores dessas sociedades. Essas narrativas são muito antigas e estão presentes ainda hoje entre diversos povos ao redor do mundo. Os mitos de origem são narrativas importantes, constantemente relembradas em monumentos, rituais e festas. Os astecas, por exemplo, povo antigo da América Central, acreditavam que seus antepassados foram guiados pelo sacerdote Tenoch até o vale do México. Lá chegando, eles viram uma águia que devorava uma serpente. A águia representava os astecas, enquanto os povos conquistados por eles, como os toltecas, adoravam a serpente. A fim de reverenciar Tenoch, os astecas deram o nome de Tenochtitlán para sua maior cidade.

Na bandeira do México, está representada uma águia pousada sobre um cacto, assim como na imagem desta página. Complemente as informações, dizendo aos estudantes que esse tipo de imagem representada em bandeiras é usualmente chamada de brasão e, no caso da bandeira mexicana, é uma referência ao mito asteca, estabelecendo um vínculo entre os dois povos. Habilidades trabalhadas: EF05HI01

EF05HI03

EF05HI08

Ilustração de livro do século XVI, elaborado por escribas astecas, que representa a fundação da cidade de Tenochtitlán.

• Pesquise a bandeira do México em livros ou na internet. Em seguida, descreva a imagem representada na bandeira e as semelhanças com a imagem acima. 51

Para o professor CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. São Paulo: Palas Atenas, 1990. Livro que resulta de uma entrevista com o professor e divulgador de mitologia comparada, ele aborda centenas de exemplos de elementos comuns às religiões e mitos de povos do passado e da atualidade, além das releituras dos mitos pelo cinema e a indústria audiovisual.

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Orientações

Os mitos indígenas do Brasil

Verifique se os estudantes sabem diferenciar politeísmo de monoteísmo. São conceitos importantes para o trabalho com os temas dessa unidade.

A mitologia indígena brasileira também tem seus deuses e seus seres mitológicos. Vamos conhecer alguns mitos tupis?

Lembre-os de que os indígenas são povos múltiplos, com diversas culturas, mas que acreditam nos mesmos deuses.

Tupã É o criador dos céus, da terra e dos mares, conhecido pelos povos indígenas como o grande “espírito do trovão”. Foi ele quem teria dado origem à vida e ensinado aos seres humanos a prática da agricultura, do artesanato e da caça. Tupã ainda teria concedido aos pajés conhecimentos sobre as plantas, as ervas medicinais e os rituais de cura.

Ceuci Deusa das moradias e das lavouras (plantações), da agricultura. Ceuci é considerada protetora e colhedora dos frutos da terra.

NAIPEZ/SHUTTERSTOCK.COM

Representação artística e imaginada de Tupã.

Anhangá Inimigo de Tupã, Anhangá é considerado o protetor dos animais e dos caçadores. 52

Para o professor MINDLIN, Betty. O primeiro homem e outros mitos dos índios brasileiros. São Paulo: Cosac Naify, 2001. Neste livro, a antropóloga brasileira reúne histórias de seis povos indígenas do Brasil, destacando a tradição oral, com mitos de criação do mundo transmitidos de geração para geração.

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Sumé

Para ampliar

Divindade responsável pelas leis e pelas regras, Sumé foi quem teria ensinado aos indígenas os saberes de como cozinhar a mandioca e utilizála no cotidiano como um importante fruto que a terra lhes deu.

O estudo da história das religiões é caracterizado, muitas vezes, pela ênfase nos conflitos do passado, vistos como justificativa ou principal explicação para os embates contemporâneos. Os movimentos e as organizações ecumênicas têm proposta de incentivar o convívio, o respeito e a tolerância entre as diferentes religiões. Procure trabalhar com os estudantes nesse sentido, destacando a importância do respeito e reconhecimento do outro.

Jaci

Representação artística e imaginada de Jaci.

NAIPEZ/SHUTTERSTOCK.COM

É a filha de Tupã. Jaci é a deusa da Lua e aquela que guarda a noite. Responsável pela reprodução, ou seja, pelos nascimentos, ela teria o dom de aproximar os caçadores e os guerreiros de suas mulheres e de sua família.

Além dos tupis e dos guaranis, os ianomâmis, os araras e dezenas de outros povos também carregam profunda ligação com as forças da natureza, e essas divindades eram muitas vezes compartilhadas entre eles, como parte importante de sua cultura e suas crenças. • Você já ouviu falar em alguma dessas divindades indígenas brasileiras? Se sim, quais delas e o que você sabe delas? Resposta pessoal. 53

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Orientações

Deuses humanizados

Além da tabela da página, apresente aos estudantes a correção com os deuses em sua versão romana. Explique a eles que foram utilizados para denominar alguns dos planetas do sistema solar, conhecidos desde a antiguidade: Zeus (Júpiter); Ares (Marte); Afrodite (Vênus); Hades (Plutão).

Diversos povos antigos acreditavam que seus deuses eram muito parecidos com os seres humanos em seus sentimentos e suas atitudes. Muitas dessas divindades eram relacionadas a um aspecto do cotidiano desses povos, o que as tornava semelhantes, ainda que cada uma pertencesse a uma cultura diferente. Observe algumas dessas semelhanças no quadro a seguir.

Habilidade

trabalhada:

EF05HI03

Deus grego

Deus egípcio

Deus iorubá

Principal característica

Zeus

Amon

Xangô

Líder dos deuses.

Ares

Bastet

Ogum

Deus da guerra.

Afrodite

Hátor

Oxum

Deusa do amor.

Hades

Osíris

Iansã

Deus dos mortos.

1 Quais são as semelhanças entre Xangô, Zeus e Amon? São deuses associados à liderança e à soberania, intervindo em disputas e fazendo justiça. 2 Em sua opinião, por que há um deus para a guerra? Espera-se que os estudantes reflitam que a guerra é uma prática em que a coragem e o medo são fundamentais para o resultado. Ter um deus protetor da guerra poderia incentivar os soldados na batalha. 3 O que podemos aprender com essa comparação das divindades em sociedades antigas? Resposta pessoal. Incentive os estudantes a pensar como povos tão diversos tinham deuses relacionados à natureza e ao cotidiano.

Havia também os deuses que eram considerados protetores de um local ou de uma profissão. Na Antiguidade era comum que aldeias e cidades tivessem suas divindades protetoras, a que homenageavam com grandes festas conforme a época do ano e construindo templos e monumentos. Na Grécia Antiga, por exemplo, Atena, deusa da sabedoria, era a padroeira da cidade de Atenas, Hefesto era considerado o protetor dos artesãos, e Hermes era a divindade cultuada pelos comerciantes.

GILMANSHIN/SHUTTERSTOCK

Os deuses gregos

Reconstituição do panteão dos deuses gregos, tendo Zeus no centro. Esculturas e relevos com deuses humanizados adornavam a fachada dos templos gregos.

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Para o professor A Odisseia, direção de Andre Andrey Konchalovsky (1997). Uma entre tantas versões para o cinema da história narrada por Homero, em que o herói mítico Odisseu (chamado de Ulisses pelos romanos) vaga pelo mar após ter sido punido pelo deus Poseidon por sua trapaça na guerra de Tróia. O filme ilustra a grande variedade de seres mitológicos como deuses e monstros presentes na religião greco-romana.

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VIACHESLAV LOPATIN/SHUTTERSTOCK

As cidades dedicavam grandes obras às suas principais divindades, bem como homenageavam seus deuses com grandes festas conforme a época do ano. Deméter, por exemplo, era a divindade cultuada nos períodos de cultivo e de colheita.

Você pode trabalhar com os estudantes a influência da religião greco-romana no cristianismo, especialmente no catolicismo, a exemplo dos santos padroeiros de determinadas cidades. Muitas cidades brasileiras possuem um santo católico como padroeiro ou um fundador reverenciado em monumentos públicos. Se necessário, estimule a conversa entre os alunos, fornecendo exemplos de outras cidades.

Ruínas do Partenon, templo construído para a deusa grega Atena, no século V a.C., Atenas, Grécia.

• A cidade onde você mora tem um padroeiro? Qual é? O que você sabe sobre ele?

Panteão dos deuses

Habilidades trabalhadas: EF05HI02

EF05HI03

EF05HI07

JULIANTOLEDO/SHUTTERSTOCK

A palavra panteão significa todos os deuses de uma religião. É um local, um templo, onde todos eles têm o seu lugar, como o Panteão Romano no passado. Atualmente, a mesma palavra significa um templo que funciona como um mausoléu de grandes personalidades, como o Panteão de Paris. Construído como um templo dedicado a todos os deuses romanos, o Panteão Romano é o único edifício da época greco-romana que ainda está em perfeito estado de conservação. Localizado bem próximo a Piazza Navona, o Panteão foi arquitetado na época de Marcus Agrippa, por isso o prédio também foi chamado de Panteão de Agripa, em 27 a.C., durante a República Romana. Com mais de 2 mil anos de existência, o Panteão Romano deixou de ser um lugar sagrado politeísta, desde o século VII, para abrigar uma igreja católica. As imagens dos deuses romanos foram substituídas por santos católicos, destacando o processo de cristianização europeu.

Orientações

Panteão de Agripa. Roma, Itália.

Sobre o Panteão Romano, pesquise: 1 o incêndio que sofreu em 80 d. C.; 2 os ilustres personagens históricos que foram ali sepultados; 3 sua cúpula inexplicavelmente construída sem nenhum tipo de sustentação. 55

Para o professor Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE – USP). Disponível em: http://mae.usp.br/wp-content/uploads/sites/467/2020/05/Recursos_ Did%C3%A1ticos_Historia_Antiga_MAE-USP.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. O site do museu disponibiliza material com orientações didáticas e recursos pedagógicos sobre antiguidade clássica.

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Heróis de ontem e hoje Talvez, ao ler e pesquisar os heróis gregos e os mitos de outros povos, você tenha pensado em alguns heróis das histórias em quadrinhos e do cinema. Não é por acaso. Parte dos super-heróis tem sua origem nas antigas histórias de heróis com Detalhe de vaso grego em que poderes sobrenaturais. Os heróis fazem parte da o herói Teseu foi representado nossa cultura moderna, assim como faziam parte do matando o Minotauro. mundo antigo. Os filmes, as séries e as histórias em quadrinhos estão recheados de histórias de heróis que cada vez mais os aproximam do nosso tempo, mas juntam heróis do passado como Thor, deus nórdico do trovão, com heróis como Homem-Aranha, um jovem da atualidade. STARMARO/SHUTTERSTOCK

Esta seção aborda a releitura de antigos mitos, especialmente aqueles de maior influência na atualidade, por meios de mídias como quadrinhos e cinema. Se por um lado há a persistência ou a apropriação de valores do passado, que podem ser questionadas, há também elementos destas releituras que inserem questões atuais, a exemplo dos novos papéis femininos.

HERAKLION MUSEUM, CRETA

De olho no tempo

Orientações

Painel de uma loja de revistas em quadrinhos com os heróis Homem-Aranha e Thor acompanhados de outros heróis. Nova York, Estados Unidos, 2013.

Esses heróis, assim como os da Antiguidade, não são perfeitos. Eles têm defeitos, erram, envolvem-se em guerras e conflitos, mas tentam superar sua condição, enfrentando perigos e vencendo os inimigos. 56

Para o professor AFP. Transformados em mitos, super-heróis de Stan Lee têm futuro garantido. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/11/13/ interna_internacional,1005451/transformados-em-mitos-super-herois-de-stan-lee-tem-futuro-garantido.shtml. Acesso em: 13 ago. 2021. Caso precise de mais referências para abordar os super-heróis e a mitologia contemporânea que representam, com sua relação com a moda, design, arte de rua, a arte pop, a TV e o cinema, sugerimos a leitura da matéria.

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Orientações

©WARNER BROS./COURTESY EVERETT COLLECTION/EASYPIX BRASIL

E muitas vezes esses heróis usam seus poderes em favor de uma causa. É o caso da heroína Diana do filme Mulher Maravilha, inspirado na personagem dos quadrinhos e das séries de televisão. Com o nome da deusa romana da caça, Diana é uma princesa da sociedade das corajosas e cultas guerreiras amazonas e reconhece aos poucos seus poderes incomuns. Ao saber que o mundo está em guerra sob influência do deus Ares, Diana parte da ilha onde mora e vai em busca dele para enfrentá-lo. Ao sair da ilha, ela encontra um mundo muito diferente do seu, na Europa do início do século XX. Acostumada com a liberdade das mulheres, encontra uma sociedade em que as mulheres não podem votar, não são ouvidas e ainda precisam usar roupas desconfortáveis.

A história do filme apresenta elementos da lenda grega das amazonas, incríveis mulheres guerreiras. Como as mulheres estavam restritas ao lar naquela sociedade, é possível que essa narrativa seja derivada de histórias minoicas ou uma interpretação sobre a sociedade minoica em que as mulheres tinham outros papéis. Habilidades trabalhadas: EF05HI03

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EF05HI09

Cena do filme Mulher Maravilha. Direção de Patty Jenkins. Estados Unidos: Warner Bros. Pictures, 2017. (140 min.)

Em muitas mitologias, os heróis encarnam forças da natureza simbolizadas por um animal e contam com a ajuda e o conselho de espíritos e dos ancestrais. É assim em Pantera Negra, quando o personagem T’Challa encontra o espírito de seu pai como parte de sua preparação para se tornar rei de Wakanda, um poderoso, mas pacífico, reino africano. Resposta pessoal. Eventualmente ajude e incentive os estudantes citando exemplos de filmes a que também já

1. Você gosta de filmes de super-heróis? A quais deles já assistiu? tenha assistido.

2. O que você percebe em comum entre os heróis das mitologias antigas e os heróis de hoje? Além dos poderes e das habilidades extraordinárias dos heróis atuais e das mitologias,

os heróis lidam com desafios e não são perfeitos, ou seja, podem cometer erros e ter de lidar com as consequências. 57

Atividade complementar Você pode indicar uma atividade artística aos estudantes, sorteando nomes de deuses, heróis e criaturas da mitologia aqui citados para que cada um pesquise e desenhe pelo menos um deles. Ao terminar, cada estudante deve apresentar o seu desenho e explicar para a turma as características da figura mítica que trabalhou.

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Com relação às religiões monoteístas, cabe observar que o judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem uma base comum, como será enfatizado no texto aos estudantes. Nesse momento, como forma de avaliação continuada, retome com eles a diferença entre religiões monoteístas e politeístas e verifique se compreenderam. Habilidades trabalhadas: EF05HI02

EF05HI03

2 Um deus único, para muitos povos Até aqui você estudou sociedades antigas que adoravam vários deuses, ou seja, que eram politeístas. Mas foi também na Monoteísmo: crença em um Antiguidade que surgiram as primeiras crenças na existência de só deus. um único deus, que deram origem às religiões monoteístas. A primeira expressão conhecida de monoteísmo se deu no Antigo Egito, durante o reinado do faraó Amenhotep IV, de 1352 a.C. a 1336 a.C. O faraó assumiu sua preferência pelo deus Aton, o disco solar, e gradualmente foi se afastando dos rituais envolvendo outros deuses. Amenhotep IV chegou a mudar o próprio nome para Aquenáton, que significava “o espírito de Aton”, e procurou diminuir a influência dos sacerdotes, especialmente aqueles de templos ligados à cidade de Tebas. Embora após a sua morte os sacerdotes tenham restaurado o culto aos antigos deuses, o culto a um deus único influenciou outros povos. Outra religião monoteísta na Antiguidade surgiu da doutrina difundida pelo profeta Zoroastro, na Pérsia, a partir do século VII a.C. O zoroastrismo, como é conhecido hoje, é uma religião baseada na ideia Estátua em granito representando Aquenáton em Luxor, Egito. do dualismo, ou seja, na 58

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CHARBONNIER THIERRY/SHUTTERSTOCK

Orientações


HARSHIT SRIVASTAVA S3/SHUTTERSTOCK

oposição entre o bem e o mal. Atualmente, a maioria dos seus seguidores, chamados de parses, vive na Índia. Hoje, as principais religiões monoteístas no mundo são o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Os monoteístas também formam a maioria religiosa. Observe no infográfico a seguir.

Símbolos religiosos do zoroastrismo em Mumbai, Índia, 2020.

Orientações Este conteúdo pode envolver alguma polêmica em razão das orientações religiosas dos alunos e seus pais. Procure esclarecer que os estudos históricos em questão, ainda que apresentem informações por vezes diferentes da Bíblia, não representam, em si, um desmerecimento das crenças religiosas. Habilidades trabalhadas:

Religiões que prevalecem em cada país (2010)

EF05HI03

VOINAU PAVEL/SHUTTERSTOCK.COM

EF05HI01

Cristianismo

Islamismo

Hinduísmo

Budismo

Religiões chinesas

Judaísmo

Fonte: Pew Research Center’s. 2010 study The Future of World Religions: Population Growth Projections, 2010-2050.

1 Atualmente, quais são as religiões com mais adeptos no mundo? Espera-se que, ao fazer a leitura da imagem, os estudantes identifiquem o cristianismo e o islamismo. 2 Sua família professa alguma dessas religiões? Resposta pessoal. Resposta pessoal. Com relação às questões 2 e 3, incentive os 3 Você participa de rituais religiosos?

estudantes a falar, se estiverem dispostos, sobre suas vivências religiosas. Enfatize a importância do respeito mútuo às opções de cada colega da turma.

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Como uma forma aprofundar os conteúdos estudados e levar os estudantes a refletir sobre as religiões, proponha a eles a seguinte atividade, a partir do vídeo Five - Cinco crianças, cinco religiões, (quase) cinco minutos (disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=hQRdLtB2mwk. Acesso em: 13 ago. 2021).

Vamos conhecer um pouco mais os povos monoteístas? Os hebreus, hoje conhecidos como judeus, têm sua história registrada na Torá, o livro sagrado dessa religião. HOWARD BARLOW / ALAMY / FOTOARENA

Atividade complementar

O judaísmo

Assista com eles o curta metragem, se necessário mais de uma vez. Depois, enumere as cinco religiões apresentadas nele. Indique os elementos que identificam a religião de cada criança e finalize perguntando: Qual mensagem o curta metragem nos deixa? No filme, orações, silêncios e cores se misturam formando um retrato de apoio à tolerância religiosa, mais especificamente entre a prática hindu, judaica, cristã, muçulmana e budista. Os estudantes devem explorar os símbolos religiosos, como vestimentas, a kipá (judaica), a alimentação, os templos, a postura nas rezas entre outros elementos.

Leitura da Torá durante cerimônia de Bar Mitzvá em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), 2019. Em torno dos 12 anos, as crianças judias passam pela cerimônia de sua primeira leitura da Torá, chamada de Bar Mitzvá para meninos (significando “filho do mandamento”) e Bat Mitzvá (“filha do mandamento”) para meninas.

Foi por meio dos hebreus que surgiu o judaísmo. Um personagem importante de sua história é Abraão, que migrou com seu povo da Mesopotâmia em busca da “Terra Prometida”, Canaã, na região da Palestina. A Palestina até hoje é uma região disputada por povos que acreditam ser um local sagrado. São justamente os defensores das três grandes religiões monoteístas atuais que veem nela seus importantes locais de culto e veneração. 60

Para o professor Islã histórico e islamismo político, estudo de Osvaldo Coggiola, pesquisador e professor da USP. Disponível em: https://icarabe.org/sites/default/files/pdfs/o_ mundo_arabe_contemporaneo_-_aula_6_anexo_2.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.

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De olho nas pistas Jerusalém é uma cidade considerada sagrada para as três principais religiões monoteístas. Para os judeus, há vários locais importantes, mas o que se destaca é o Muro das Lamentações. O muro é um vestígio do antigo templo de Salomão, destruído pelos romanos em 70 d.C. É o local mais sagrado para os judeus.

Aproveite a seção para trabalhar com os estudantes os problemas atuais referentes à cidade de Jerusalém, considerada sagrada pelas religiões monoteístas, que teriam ali sua origem. Hoje, a cidade é ainda requisitada como capital tanto por palestinos e israelenses. Caso julgue interessante, selecione recortes de jornal recentes, tratando dessas disputas e conflitos, e trabalhe com os alunos, adequando linguagem e temáticas.

DIABLICK/SHUTTERSTOCK

A sagrada cidade de Jerusalém

Orientações

Muro das Lamentações, Jerusalém, Israel.

Habilidades trabalhadas:

MM7/SHUTTERSTOCK

Os cristãos, por sua vez, consideram sagrados alguns lugares em Jerusalém, como onde Jesus viveu e morreu, o que inclui o Santo Sepulcro, onde, segundo a tradição cristã, ele foi sepultado e ressuscitou.

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ESB PROFESSIONAL/SHUTTERSTOCK

Pedra da Unção, local onde, segundo a tradição, o corpo de Jesus teria sido depositado. Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém, Israel.

Para os muçulmanos, Jerusalém foi o local para onde Maomé peregrinou depois de sua chegada a Medina. De Jerusalém, o profeta teria sido elevado aos céus. Nesse local foi construída uma mesquita, no mesmo local sagrado para os judeus, onde antes havia o templo de Salomão e a Arca da Aliança.

Vista da Cúpula da Rocha (santuário muçulmano) ao longo do horizonte de Jerusalém, Israel.

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O cristianismo

Caso julgue oportuno, ressalte para os estudantes que a origem do cristianismo está ligada aos grupos mais empobrecidos da sociedade romana. Ao longo da história essa origem foi motivo de debate entre religiosos que acreditavam que as igrejas cristãs deveriam preservar a humildade e a simplicidade, enquanto outros argumentavam que a igreja deveria ter poder para ter maior alcance e praticar a caridade.

A religião cristã surgiu quando os hebreus estavam sob influência romana e foi considerada uma fé perigosa pelos sacerdotes hebreus e pelos romanos. O cristianismo apresentava-se como uma religião para todos os povos, pregava que todos eram filhos de Deus, o que questionava a prática de escravidão e a adoração ao imperador de Roma, e teve rápida difusão. Durante três séculos, apesar da forte repressão, o cristianismo cresceu, principalmente entre as pessoas pobres e os escravos, e passou a contar com membros da própria elite romana. Então, o imperador Constantino I aceitou a liberdade de culto no ano de 313 d.C., e o imperador Teodósio I converteu-se ao cristianismo no ano de 380 d.C., tornando-o a religião oficial do Império Romano. No Brasil o cristianismo foi introduzido pelos portugueses quando aqui chegaram e varia bastante de uma região a outra, dependendo das tradições locais. Atualmente, engloba o catolicismo, o protestantismo tradicional e igrejas neopentecostais. CHARLES BELMON/SHUTTERSTOCK

Orientações

Festival do Congado em Itaverava (Minas Gerais), 2018. O Congado é uma manifestação religiosa que contempla as raízes africanas e portuguesas. Ela trata de três temas principais: a aparição de Nossa Senhora, que entregou um rosário a São Domingos de Gusmão; a vida de São Benedito e a representação da luta do rei Carlos Magno contra invasores mouros.

• Você já observou igrejas ou festas religiosas? Já viu tradições parecidas? Conte para o professor e os colegas da turma. 62

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Orientações

Islamismo é uma religião monoteísta que tem por base os ensinamentos do Alcorão, livro sagrado com as revelações de Alá (deus em árabe). Ela foi criada pelo profeta Maomé. Suas crenças têm como princípio a existência dos anjos e a espera pelo dia do julgamento final. Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas são seguidoras do islamismo (muçulmanas) no mundo. Pesquisas indicam que até o final do século XXI a religião pode superar o cristianismo em número de seguidores.

O trabalho com essa página exige atenção e cuidado de sua parte para que não haja falar preconceituosas dos estudantes sobre a religião islâmica. Infelizmente, na sociedade ocidental ainda há bastante resistência em relação a essa religião.

AISYLU AHMADIEVA/SHUTTERSTOCK

O Islamismo

STRINGER / VATICAN MEDIA / AFP

Jovem lendo o Alcorão.

Leia o texto em conjunto com os estudantes e chame a atenção deles para a imagem que mostra um encontro entre o papa e o aiatolá, mostrando uma convivência pacífica e amistosa entre os dois líderes religiosos.

Encontro do papa Francisco da Igreja Católica com o principal líder religioso do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, 6 mar. 2021. 1 Você consegue identificar as duas religiões representadas na fotografia acima? Do lado direito da imagem, o papa Francisco é um líder religioso católico, portanto cristão. O aiatolá Ali al-Sistani é uma autoridade muçulmana. 2 Pesquise: Qual é a importância do encontro entre esses dois líderes religiosos? Historicamente católicos e islâmicos têm posições diferentes. A conversa entre ambos representa o diálogo e o respeito mútuo entre as religiões. 63

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Orientações Os estudantes podem identificar, entre outros, a páscoa, o natal e o dia de finados.

Juntar saberes 1 Consulte um calendário impresso e identifique:

a) os feriados existentes de origem religiosa (anote três deles).

Esses feriados estão relacionados ao catolicismo.

b) a crença religiosa a que esses feriados estão ligados. 2 Converse com um grupo de colegas.

a) Qual é a razão para a existência desses feriados em nossa sociedade? b) Por que, no nosso calendário, não existem feriados religiosos ligados a outras religiões? c) No Brasil, qual é a relação entre religião e Estado? Anote as principais conclusões da conversa. 3 Entre os povos antigos da América, o milho assumia grande importância, era o

alimento básico daquelas populações. Alguns povos tinham até mesmo deuses dedicados a esse alimento. Faça uma pesquisa para saber qual era esse deus entre os maias e suas características. 4 Observe o gráfico a seguir.

Porcentagem da população global por religião (2010) PETER HERMES FURIAN/SHUTTERSTOCK.COM

Oriente o trabalho em grupo, que tem por objetivo aproximar o conteúdo estudado do cotidiano dos estudantes. Incentive-os a retomar conhecimentos anteriores. O Brasil foi colonizado pelos portugueses, na época marcados pela presença marcante do catolicismo. Os feriados de origem religiosa refletem esse contexto, que ainda explica a ausência no calendário de datas religiosas pertencentes a outras religiões. Lembre-os que, hoje, o Brasil é um país laico, ou seja, sem vínculo com qualquer religião, mas o calendário reflete antigas tradições da população.

Cristãos

31,5 %

Muçulmanos

23,2 %

Sem-religião

16,3 %

Hindus

O deus do milho para os maias era Ah Mun, que era sempre representado com uma espiga de milho crescendo da sua cabeça.

15 %

Budistas

7,1 %

Religiões folclóricas

Outras religiões

5,9 %

0,8 %

a) Quais das religiões ao lado você sabe que são monoteístas?

Cristãos, muçulmanos e judeus.

b) O que representa a terceira barra? Judeus

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0,2 %

Fonte: The Global Religious Landscape. The Pew Forum on Religion & Public Life. Pew Research center.

A terceira barra representa pessoas no mundo que não seguem nenhuma religião.


5 Reproduza no caderno o quadro comparativo a seguir. Depois, com um colega, façam

uma pesquisa para preenchê-lo e relembrar o que foi estudado nesta unidade. Religião

Livro sagrado

Locais de adoração/ sagrados

Regiões em que é predominante

Quem deu origem a religião

Judaísmo

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Islamismo

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Cristianismo

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6 Os conflitos por motivos religiosos não deixaram de ser um problema no século XXI.

MOHAMED AZAKIR/REUTERS/FOTOARENA

As guerras em nome da religião são históricas e complexas. Desde as civilizações mais antigas, esses conflitos têm gerado muitas mortes e dividido povos pelo mundo. Tensões políticas e crises econômicas geralmente acompanham os conflitos religiosos, ameaçando inclusive a sobrevivência da humanidade. Os motivos que levam às guerras não são apenas intolerância religiosa, mas questões culturais, raciais, políticas e financeiras. O mais famoso desses conflitos, como pudemos estudar nesta unidade está situado na Palestina. A guerra é fruto da disputa pela "Terra Prometida", onde hoje está Jerusalém. Nenhum dos dois países abre mão de ter controle sobre o território, assim, a guerra, além de religiosa, movimenta muito capital e está relacionada a interesses geopolíticos de nações do mundo todo. As consequências desses conflitos são enormes, além de mortes e perdas, há um aumento da Meninos brincam com bolas em campo de intolerância e do preconceito. refugiados palestinos no subúrbio da cidade Pesquise:

de Beirute, Líbano, 2020.

a) O que significa uma pessoa ser refugiada? b) O que é um campo de refugiados? c) Como vivem as crianças que estão abrigadas nesses campos? d) Que perigos essas pessoas enfrentam ao sair de seus países de origem? e) Mesmo com tantos perigos, por que elas decidem ir embora? f) Faça uma pesquisa sobre os refugiados que vivem atualmente no Brasil. Quantos são? Como vivem? g) Qual é o conflito religioso de maior repercussão nos dias de hoje? 65

Avaliação formativa Ao final do estudo desta unidade, verifique e proponha uma reflexão: • Os estudantes já possuíam informações ou ideias prévias sobre as religiões estudadas? Quais? • Os estudantes demonstraram curiosidade ou estranhamento no contato com algumas informações? Quais? • Os estudantes demonstraram resistência ou questionamento em razão de suas orientações religiosas? • Os estudantes demonstraram alguma mudança de opinião ou maior abertura à diversidade de religiões? • Os estudantes compreenderam os principais temas tratados?

Orientações Judaísmo: livro sagrado – Torá; local de adoração: sinagoga; quem deu origem à religião – Abraão. Islamismo: livro sagrado – Alcorão; local de adoração: mesquita; religiões em que é predominante – muçulmanos, sunitas e xiitas; quem deu origem à religião – Maomé. Cristianismo: livro sagrado – Bíblia; local de adoração: igreja; religiões em que é predominante – catolicismo, protestantismo; quem deu origem à religião – Jesus. A São pessoas que estão fora de seu país de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião e nacionalidade. Os estudantes devem pesquisar o que é um campo de refugiados: Recebem o nome de campos de refugiados determinadas áreas onde se reúnem pessoas deslocadas de suas moradias originais devido a fatores políticos, sociais, naturais ou econômicos. Essas pessoas realizam a travessia, pelo mar, normalmente feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. Mesmo assim elas decidem sair de seu país de origem devido a perseguições que sofrem, religiosas ou políticas, mas também devido a situação de instabilidade financeira e ao impacto das guerras locais. Oriente a pesquisa para buscar dados atualizados e depoimentos recentes. Conflito entre judeus e palestinos, pelo controle de Jerusalém. 65


Sobre esta unidade O objetivo desta unidade é discutir aspectos do cotidiano na história, como a vida dos povos e o poder dos Estados foram construídos a partir do trabalho cotidiano. Mais do que grandes batalhas e feitos extraordinários de líderes políticos e militares, no dia a dia eram criadas as condições para fechar negócios com povos amigos, armar guardas e soldados e construir grandes obras.

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UNIDADE

A vida cotidiana: moradia, trabalho, lazer

Proposta pedagógica A proposta desta unidade é que os estudantes compreendam importância de aspectos da vida cotidiana para o desenvolvimento das sociedades. A intenção é que eles consigam visualizar que, para a História, todos os detalhes são importantes. Tópicos como “Rotina e trabalho”, “Um mundo de trocas”, “A vida em família” e “Festas e jogos para os deuses e para o povo” contribuem de forma direta para alcançar os objetivos da unidade, que foi planejada e construída para auxiliar os estudantes, principalmente, a refletir sobre as ações do ser humanos no espaço e ao longo do tempo.

Durante os Jogos Olímpicos de 2016, público assiste à partida de futebol feminino entre os times do Brasil e do Canadá em estádio na cidade de São Paulo (São Paulo). 66

Objetivos da Unidade • Discutir a importância do trabalho para a geração de riqueza e organização das sociedades. • Apresentar aspectos da vida cotidiana, especialmente nas sociedades agrárias, como alimentação, produção artesanal e trocas. • Apresentar reflexões sobre características da vida familiar nas sociedades agrárias. • Introduzir alguns exemplos de sociabilidade e lazer das sociedades agrárias, como festas, jogos e esportes. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 3 E F 0 5 H I 0 9

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RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Orientações

Para começar...

Espera-se que os estudantes respondam que as pessoas estão assistindo a uma partida de futebol em um estádio. Incentive-os a explorar a imagem, perguntando que outros elementos eles veem, como torcedores e jogadores. Os jogadores podem ter chegado até ali de transporte público coletivo (trem, metrô, ônibus), de transporte individual, (carro, bicicleta, moto) ou a pé. Para um evento de grande porte como um jogo de copa do mundo ou Olimpíada facilita muito o uso do transporte público e coletivo. Os estudantes devem responder de acordo com o local em que vivem se há eventos esportivos. A resposta pode variar conforme a região e o conhecimento deles. Levante algumas informações para o caso de ser necessário oferecer aos estudantes alguns exemplos de locais menos conhecidos.

Respostas pessoais.

1. O que as pessoas estão fazendo? Quais meios de transporte você imagina que foram usados para chegar a esse local? 2. Costumam acontecer eventos esportivos na cidade ou na região onde você mora? 3. Em que dias as pessoas costumam ir a eventos esportivos? 67

Pré-requisitos • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.

Geralmente as pessoas vão a eventos esportivos nos finais de semana. Grande parte dos eventos esportivos ou das partidas de futebol acontecem nos finais de semana ou à noite, que são horários e dias de descanso para a maioria das pessoas que costuma trabalhar durante o chamado horário comercial. Explique que isso se dá para possibilitar que um maior número de pessoas possa assistir aos eventos e para evitar problemas de trânsito. No caso de grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e as Copas do Mundo, que ocorrem de quatro em quatro anos, há grande mobilização em torno destes e há uma grande mudança na rotina das pessoas, principalmente nas cidades que recebem esses eventos. 67


Orientações É provável que os estudantes tenham uma imagem das sociedades antigas ligada principalmente à história militar e aos guerreiros, principalmente por causa do contato com quadrinhos, programas de televisão e jogos eletrônicos. Chame a atenção deles para o fato de que, embora a atividade militar fosse realmente valorizada, a própria guerra dependia muito do trabalho de toda a sociedade, especialmente a estocagem de alimentos pelos agricultores e a preparação de armas pelos artesãos.

1 Rotina e trabalho Estudamos na Unidade 1 como a sedentarização proporcionou mudanças na vida de muitos povos antigos. Com a agricultura, tornou-se possível produzir mais alimento em espaços menores, o que possibilitou o crescimento de populações concentradas em aldeias e cidades. Isso também mudou a rotina dessas sociedades e a relação que tinham com o tempo, porque o ritmo da vida passou a ter base nas atividades desenvolvidas diariamente. Na Antiguidade ainda não havia o relógio nem a contagem do tempo como a conhecemos hoje. Para as sociedades antigas, o tempo tinha base no ritmo da natureza, um tempo cíclico, que sempre se repetia. As estações do ano, por exemplo, determinavam os períodos certos para plantar e colher. As fases da lua, por sua vez, definiam os melhores períodos para a pesca ou a navegação. Do mesmo modo, a alternância entre o dia e a noite estabelecia as atividades mais corriqueiras, como as práticas religiosas. ERICH LESSING/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

Habilidades trabalhadas: EF05HI01

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Painel sumério, datado de 2700 a.C., feito de madeira, pedras e conchas, que se tornou conhecido como Estandarte de Ur. Nele, estão representados alguns momentos da vida cotidiana da sociedade suméria. O rei, representado sentado em um trono no alto da imagem à esquerda, recebe convidados para um banquete. Nas faixas abaixo, trabalhadores tocam gado e transportam peixes e fardos de trigo atados à cabeça. 68

Para o professor THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Cia. das Letras, 1998. Belíssimo texto do historiador Edward Thompson sobre a mudança na percepção do tempo na obra Costumes em Comum. Recomenda-se especialmente a leitura do Capítulo 6, Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial.

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BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Como você estudou anteriormente, nas sociedades antigas, boa parte da população dedicava-se às atividades agrícolas. Mas o trabalho realizado refletia também o posicionamento de cada indivíduo na sociedade. No Egito, por exemplo, um soldado podia se lamentar das marchas que era obrigado a fazer em treinamento ou rumo a um posto de vigilância, mas sua condição era melhor que a de um agricultor, sujeito a uma rotina de trabalho pesada e às incertezas dos fenômenos naturais. Na Suméria, os agricultores eram obrigados a destinar grande parte da sua produção para pagar o direito de cultivar a terra. Na Grécia Antiga e em Roma, os pequenos proprietários enfrentavam a concorrência dos grandes proprietários, que se valiam do trabalho das pessoas escravizadas nas guerras, além de possuírem terras maiores, mais férteis ou melhor localizadas. O trabalho de muitos gerava riqueza e poder para poucos, principalmente para os soberanos, suas famílias, a elite e os sacerdotes. Mas havia também algumas situações de exceção. Os arqueólogos descobriram que no Egito, por exemplo, quando os agricultores se feriam durante o trabalho na construção de pirâmides e de templos, eram agraciados com mel e pão.

Orientações Nas sociedades antigas, a base da pirâmide social era ocupada por camponeses, que praticavam agricultura e domesticação de animais, a principal atividade era a produção de alimentos. A maioria das pessoas se dedicava à produção de alimentos. Esclareça aos estudantes que, na maioria das sociedades, grande parte do trabalho não era feito por pessoas escravizadas e sim por camponeses livres e sujeitos a várias obrigações para com o soberano e os sacerdotes. A relação com o tempo era baseada na observação da natureza, das estações do ano. Como grande parte das pessoas trabalhava no cultivo, ou seja, na agricultura e, eventualmente, nas obras públicas, as sociedades antigas tendiam a se organizar por rotinas diárias baseadas nas estações.

Baixo-relevo do século I retrata homens trabalhando no calçamento de ruas na Roma Antiga. 1 Qual era a principal atividade da maioria das pessoas nas sociedades antigas? 2 Na Antiguidade, como era a relação das pessoas com o tempo? 69

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Orientações

Criar formas e objetos

Além dos exemplos de cultura material indicados, é possível encontrar e mostrar mais elementos desses povos em de livros ilustrados e buscas na internet.

Quanto mais alimento se produzia, maior era a necessidade de armazenar e conservar esse alimento. Desde as sociedades de caçadores-coletores e de horticultores, os seres humanos já produziam cestos de palha e vasos de argila para armazenar grãos, sementes e frutas que não eram consumidos imediatamente. Porém, a necessidade de utensílios para armazenamento aumentou com o surgimento das técnicas de processamento de alimentos, como a produção de farinha a partir do trigo (no Egito) ou do milho (na América) e a extração de óleo da azeitona (nas regiões localizadas ao redor do mar Mediterrâneo). Assim, não só era preciso aumentar a quantidade de utensílios, como eles precisavam ser de diferentes tipos, adequados a usos específicos.

Habilidade

MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UFPR, PARANAGUÁ

Aqui, é possível trabalhar com uma abordagem que aproxime o conteúdo de educação artística, propondo aos estudantes o trabalho com desenhos ou modelos em argila a partir dos exemplos mostrados.

ARTE

trabalhada:

ORONOZ/ALBUM / ALBUM / FOTOARENA

JOSSE / LEEMAGE VIA AFP

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Cerâmica tupi-guarani encontrada nas terras do atual Brasil e utilizada para rituais de sepultamento. No território brasileiro, diversos povos caçadores-coletores e horticultores desenvolveram técnicas de cestaria e cerâmica bastante elaboradas.

Vaso ornamentado da cidade de Susa, na Mesopotâmia, datado de 3500 a.C. A argila costumava ser um material bastante comum nas regiões banhadas por rios.

Ânfora grega feita pelo artesão Exéquias, em cerca de 550 a.C., decorada com ilustração representando o trabalho de catadores de azeitonas.

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Para o professor Kashimoto, Emília Mariko. Catálogo de artefatos cerâmicos arqueológicos de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2019. Disponível em: https://muarq.ufms.br/files/2021/03/ Catalogo_Artefatos_Ceramicos_Arqueologicos_MS.pdf. Acesso em? 13 ago. 2021. Explore imagens e materiais/recursos como mapa ilustrativo com indicação dos sítios arqueológicos localizados pelo MuArq em Mato Grosso do Sul.

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ANTEROVIUM/SHUTTERSTOCK

Ao longo do tempo, cada povo desenvolveu técnicas próprias para produzir utensílios, bem como maneiras próprias de usá-los. Geralmente, a técnica era ajustada ao uso. Os gregos, por exemplo, criaram ânforas e vasos em formatos muito diferentes, que indicavam se serviam para armazenar água, óleo, azeite ou vinho. Isso era útil para os mercadores que viajavam em navios, pois conseguiam identificar com mais precisão o que tinham a bordo. Atualmente, os arqueólogos que trabalham na região do Mediterrâneo conseguem estimar, por exemplo, o tipo de mercadoria e a quantidade que era transportada por um navio naufragado. Já os pesquisadores que trabalham com as sociedades astecas ou olmecas podem identificar a origem das peças por meio da observação da técnica e dos padrões de ornamentação. Esses estudiosos podem ainda avaliar em qual período a peça foi fabricada, pois as técnicas e as decorações mudaram ao longo do tempo. Os vestígios encontrados pelos arqueólogos indicam que, muitas vezes, esses objetos foram produzidos ou mesmo readaptados pelo trabalho de artesãos ao longo do tempo. Os artesãos faziam uso de diversos materiais, como algodão, lãs feitas de pelos de animais, couro e metais, de acordo com a disponibilidade e o fim a que se destinavam. Os metais foram bastante usados na produção de armas de caça e de guerra e na fabricação de algumas ferramentas, substituindo a pedra na produção de pontas de lança, flechas e lâminas de machados. Além disso, possibilitaram a invenção da espada em diversos formatos.

Orientações Enfatize aos estudantes que a forma de cada vaso, muitas vezes, refletia o uso a qual se destinava, como para transportar ou armazenar água, azeite ou grãos. Se possível, apresente a eles mais exemplos: • FLEMING, Maria Isabel. Cerâmica grega e arqueologia. Disponível em: https:// edisciplinas.usp.br/pluginfile. php/4264503/mod_resource/content/1/Ceramica%20 Grega%20-processo%20 fabrica%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. • PEREZ, Glauco Constantino. Estudos cerâmicos. Disponível em: https://arqueologiaeprehistoria.com/estudos-ceramicos/. Acesso em: 13 ago. 2021.

Vasos e potes de barro gregos encontrados em escavações arqueológicas. A forma de cada vaso muitas vezes refletia o uso a qual se destinava, como para transportar ou armazenar água, azeite ou grãos.

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Para ampliar Muitos aspectos do trabalho e da vida cotidiana também estão relacionados aos modos de vestir. Para incluir brevemente esse tema, sugerimos que comente uma reportagem sobre pesquisas relacionadas ao tecido de um vestido encontrado no Egito, estimado em mais de 5 mil anos, sendo até então a mais antiga peça feminina já encontrada. A maioria dos vestígios têxteis conhecidos têm, no máximo, 2 mil anos e a peça encontrada demonstra a complexidade da sociedade egípcia antiga. Você pode ler mais sobre o assunto em: National Geographic. Vestido estiloso, com pregas e decote V, é o mais antigo do mundo. Disponível em: www.nationalgeographicbrasil.com/historia/vestido-estiloso-com-pregas-edecote-v-e-o-mais-antigo-do-mundo. Acesso em: 13 ago. 2021. 71


Espera-se que os estudantes contem sua experiência pessoal, se já participaram de uma feira de troca, se já realizaram trocas de produtos com amigos.

2 Um mundo de trocas Você já participou de uma feira de trocas de livros, gibis e figurinhas ou já viu algum estande de trocas em espaços públicos? Elas são muito comuns em várias cidades do Brasil. MARGY CRANE/SHUTTERSTOCK

Orientações

Espera-se que eles respondam que, para se comprar hoje em dia, é preciso de dinheiro, da moeda local.

PREFEITURA DE IMBITUBA

Os estudantes devem imaginar como as pessoas obtinham a moeda (por meio do trabalho) ou das trocas (por meio de escambo).

Feira de venda de troca de livros em Varsóvia, na Polônia, 2021.

O sistema de trocas de produtos é muito antigo e foi ele que deu origem ao uso das moedas. Nas feiras de trocas não é preciso usar dinheiro; você realiza Cartaz da feira de troca de livros da Prefeitura de Imbituba (Santa Catarina). a troca com quem está interessado no seu produto. Vamos refletir sobre esse processo de troca até o surgimento da moeda? 1 Você já trocou algum produto novo ou usado por outro? Resposta pessoal. 2 Como você faz para comprar um produto hoje em dia? Resposta pessoal. 3 Qual é a moeda brasileira? Real. 4 Como você imagina que as pessoas compravam alimentos e produtos antigamente? Resposta pessoal. 72

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O surgimento da moeda é um dos marcos da história da humanidade. Antes de sua criação, o comércio era realizado por meio de trocas, prática conhecida como escambo. Um aldeão, por exemplo, podia ser muito bom em fazer roupas com peles de animais, enquanto outro podia ser muito bom em fazer tijolos de barro. Foi assim que, no Período Neolítico, teve início a troca de produtos, por meio de acordos entre pequenos produtores. Com o surgimento das cidades, alguns trabalhadores foram se especializando na fabricação de um produto, que trocavam por outros em acordos comerciais com pessoas da mesma cidade ou até de outras, para que assim pudessem ter acesso a novos produtos.

Orientações Após as discussões promovidas pelas respostas das atividades da página anterior, faça uma leitura compartilhada com os estudantes. Se julgar pertinente, peça a voluntários para lerem o texto, alternando os estudantes a cada parágrafo. Depois, faça com eles um trabalho de leitura de imagem. Inicialmente, deixe que falem à vontade sobre o que acham que está acontecendo nela. Em um segundo momento faça perguntar, orientando a leitura deles: O que os dois homens do meio estão fazendo? Há objetos na imagem? Quais? Eles estão em paz ou em guerra?

Relevo mostrando o rei assírio Shalmaneser III (858 a.C. - 824 a.C.) em um encontro com um babilônio.

Com o passar do tempo, esses trabalhadores começaram a atribuir valores a seus produtos. Aquele que produzia trigo, por exemplo, passou a argumentar que o tempo e a força de trabalho demandados na sua produção não poderiam ser comparados com os de quem pesca ou caça ou com os de quem corta a lenha. Desse modo, começou o estabelecimento de preços, determinando quanto de um produto poderia ser trocado por outro. Para intermediar e facilitar essas trocas, foi criada a moeda, utilizando-se ouro, bronze, prata, entre outros produtos, em sua fabricação. A moeda foi criada depois da organização das grandes cidades, com o aprendizado da vida em sociedade e a necessidade de atribuir valor ao trabalho realizado. 73

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No trabalho com essa página, sugerimos que mostrar aos estudantes mais exemplos de moedas, que podem ser encontrados em livros e na internet. Também pode-se reunir moedas brasileiras atuais e de alguns anos anteriores, para exemplificar mudanças de valores ao longo das últimas décadas e na própria técnica de cunhagem. Como as moedas antigas eram irregulares, era comum as pessoas limarem suas bordas para obter raspas do metal. Para evitar isso, passou-se a imprimir bordas listradas nas moedas, o que ainda hoje é feito – ainda que não com o mesmo objetivo do passado. Habilidade EF05HI03

trabalhada:

No caso do Brasil, você sabe qual foi o primeiro produto utilizado como valor de troca? O pau-brasil foi a principal mercadoria utilizada no Brasil como elemento de troca entre os nativos e os europeus. Posteriormente, o pano de algodão, o açúcar, o fumo e o zimbo (tipo de concha utilizada nas trocas entre os escravos) foram utilizados como moeda de mercadoria. Essas moedas continuaram sendo usadas mesmo após o início da circulação das moedas metálicas. Banco Central do Brasil. Dinheiro no Brasil. 2. ed. Brasília: BCB, 2004. p. 6.

1 Além do pau-brasil, que outros produtos eram utilizados como elementos de troca

entre nativos e europeus? Pano de algodão, açúcar, fumo e zimbo. 2 Em uma folha à parte, crie um desenho ou uma história em quadrinhos destacando a

troca de mercadorias entre nativos e europeus. Produção pessoal.

De olho nas pistas As moedas brasileiras As moedas começaram a circular no Brasil logo após o início da colonização. As primeiras moedas a circular no Brasil foram as que já circulavam em Portugal na época das navegações. Elas foram trazidas pelos navegadores e pelos mercadores e usadas pelos colonos que aqui se estabeleceram. O uso dessas moedas conviveu com o sistema de trocas até o final do século XVII. Moeda portuguesa com a face do rei João III, 1521.

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Orientações


ROMULO FIALDINI/TEMPO COMPOSTO

Orientações

Florins em ouro cunhados no Brasil em 1645.

A resposta é pessoal. O estudante deve perguntar a familiares sobre moedas antigas, ver se há colecionadores na família. Como forma de complementar a atividade – caso não haja nenhum na família do estudante –, peça aos estudantes que realizem uma entrevista no bairro, com a supervisão de um adulto, procurando vizinhos que possam ter as moedas. Caso não seja possível, há ainda a internet para que possam realizar pesquisas.

De 1630 a 1654, o nordeste brasileiro esteve sob domínio holandês. Nesse período os holandeses cunharam as primeiras moedas no Brasil, chamadas florins e soldos. Elas eram utilizadas para pagar seus fornecedores e seus soldados, que estavam cercados pelos portugueses. Essas moedas traziam a marca da Companhia de Comércio das Índias Ocidentais. No reverso dos florins, estava registrada a palavra Brasil.

ROMULO FIALDINI/TEMPO COMPOSTO

As patacas foram as moedas que circularam no Brasil de 1695 a 1834. Eram moedas de prata nos valores de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O valor de 320 réis – pataca – deu nome à série. Em 1694, dom Pedro II, rei de Portugal, criou na Bahia a primeira Casa da Moeda. Assim, todas as moedas de ouro e de prata que estavam em circulação na colônia deveriam ser enviadas à Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais. Em 1699, a Casa da Moeda foi transferida para o Rio de Janeiro; no ano seguinte, para Pernambuco; e novamente para o Rio de Janeiro, em 1703. Essas mudanças ocorreram por questões de segurança. Patacas, em prata, que circularam no Brasil de 1695 até 1834. HI

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STÓR

Site Dinheiro no Brasil. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/ acessoinformacao/museudocs/pub/Cartilha_Dinheiro_no_Brasil.pdf. Nessa cartilha criada pelo Banco Central do Brasil, você vai conhecer mais informações sobre a história da moeda do nosso país.

• Pergunte a membros da sua família se eles possuem moedas antigas. Se tiverem, recolha algumas e observe os desenhos delas. Em sala de aula, conte o que você observou nessas moedas. Resposta pessoal.

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Esta página explora as relações familiares na Antiguidade e a divisão do trabalho entre homens e mulheres. O tema pode ser trazido para o presente, discutindo-se com os estudantes algumas questões sensíveis de convívio familiar, como a divisão desigual de tarefas domésticas entre homens e mulheres. É importante discutir a experiência dos estudantes com delicadeza, sem expô-los em demasia, mas de forma a conscientizá-los da importância de buscar a igualdade de gêneros no dia a dia de cada família. Habilidades trabalhadas: EF05HI03

EF05HI04

3 A vida em família Em diversas sociedades de povos caçadores-coletores, grande parte das comunidades se organizava em famílias, que conviviam numa mesma aldeia e compartilhavam diversas tarefas, sendo algumas tradicionalmente executadas pelos homens e outras, pelas mulheres. Essas divisões de tarefas variavam entre as sociedades: em geral, os homens caçavam e pescavam, e as mulheres cultivavam a terra, faziam cestos ou trabalhavam com cerâmica. Nas sociedades antigas, além da maior divisão de trabalho entre as classes sociais, havia a organização familiar do trabalho. Os núcleos familiares eram também unidades produtivas nas quais pai, mãe, filhos e outros parentes cultivavam a terra, fosse ela própria, fosse arrendada de grandes proprietários ou do soberano. Outras A vida das mulheres no interior de uma casa grega representada em famílias, como a dos cerâmica datada do século V a.C. artesãos, trabalhavam na mesma oficina ou em sua própria moradia. No caso dos comerciantes, havia aqueles que trabalhavam em um mesmo barco. Assim, ter muitos filhos era visto como sinal de prosperidade, pois eles trabalhavam com os pais até terem permissão para formar a própria família. As sociedades antigas, geralmente, eram patriarcais, ou seja, organizadas em torno da figura do homem, considerado o chefe da família. Em algumas dessas sociedades, como era o caso dos hebreus, dos gregos e dos romanos, a esposa e os filhos eram entendidos como propriedades do pai da família. Assim, as mulheres hebreias viúvas eram obrigadas a se casar novamente, em geral, com alguém da família do falecido, ao passo que as mulheres romanas e de algumas cidades da Grécia Antiga podiam assumir os negócios da família e, tornando-se, dessa forma, independentes. 76

Para o professor Relatório da Fundação Abrinq sobre o trabalho infantil no brasil - O desafio do trabalho infantil nas atividades agrícolas. https://www.fadc.org.br/sites/default/files/2019-08/trabalho-infantil-no-brasil.pdf

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NATIONAL ARCHEOLOGICAL MUSEUM, ATHENAS

Orientações


Orientações A maioria das mulheres gregas e romanas estava restrita ao lar, executando tarefas domésticas. Em uma sociedade extremamente patriarcal, a vida das mulheres era devotada aos homens, não possuíam direitos como cidadãs. MONKEY BUSINESS IMAGES/SHUTTERSTOCK

NOLTE LOURENS/SHUTTERSTOCK

Ainda assim, a realidade da maioria das mulheres gregas e romanas estava restrita ao lar, executando tarefas domésticas. Entre os gregos, as mulheres ricas viviam ainda mais confinadas em suas moradias, dedicando seu tempo principalmente a dar ordens às pessoas escravizadas que para elas trabalhavam e a pequenos trabalhos manuais e passatempos com outras mulheres da família. Atualmente as estruturas familiares variam de uma sociedade para outra, de uma cultura para outra. Elas não são iguais, apesar de apresentarem pontos em comum. As diferentes formas de viver variam de acordo com o clima, os recursos naturais disponíveis, a cultura local e a forma que o ser humano intervém e transforma a natureza.

Exemplo de uma família asiática.

Exemplo de uma família europeia.

Exemplo de uma família americana.

GOODLUZ/SHUTTERSTOCK

FERNANDO FAVORETTO

Exemplo de uma família africana.

Nessa atividade, privilegia-se o tema contemporâneo vida familiar e social. Esperase que os estudantes percebam que a realidade das mulheres hoje é bastante diferente da relatada no texto. Contudo, é importante que percebam que a desigualdade de gênero ainda é uma realidade em nossa sociedade. Orienteos para que, no trabalho em grupo, todos possam falar e ouvir uns aos outros.

1 Como era a vida das mulheres na Grécia antiga e em Roma? 2 Em grupo, conversem e respondam: Que diferenças existem entre a realidade das

mulheres da Antiguidade e a das mulheres de hoje? Resposta pessoal.

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As imagens a seguir apresentam famílias em diferentes tempos. Observe: PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Antes de pedir aos estudantes que façam as atividades, trabalhe com eles a leitura das imagens na página, incentivando a olharem as legendas inicialmente. Depois, faça perguntas para iniciar uma discussão: De quando são as imagens? Qual a diferença no modo como as famílias aparecem nelas? Deixe que falem livremente e depois peça que respondam as questões.

Diferentes organizações familiares

Um funcionário a passeio com sua família (1839), de JeanBaptiste Debret. Litografia. COLEÇÃO PARTICULAR

Orientações

Ambas representam a sociedade patriarcal, com o homem em papel de destaque, as mulheres os seguem ou os cercam. O homem, considerado na época das imagens chefe da família, representado andando à frente ou no centro das imagens em posição de destaque.

1 Compare as três imagens. O que elas

representam?

Todas as imagens são retratos de família.

COLEÇÃO PARTICULAR

Representadas andando atrás do chefe da família ou ao redor deste, as imagens reforçam o lugar de submissão da esposa e dos filhos.

Família Bertolini, início do século XX.

2 Quem ocupa o lugar central nas imagens? O pai. 3 Qual é o lugar ocupado pelas mulheres e

pelas crianças?

As mulheres e as crianças estão atrás ou ao redor da figura patriarcal.

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Uma família brasileira (1822), de Henry Chamberlain. Aquatinta.


De olho nas pistas

Orientações

Vimos na unidade anterior que na Roma Antiga a religião predominante era politeísta, e vários de seus deuses tinham correspondentes entre os deuses gregos. Havia também entre os romanos deuses que protegiam a família: os “penates”, ou deuses familiares, e os “lares”, espíritos dos antepassados para os quais havia sempre um pequeno templo esculpido em pedra. No Brasil encontramos costumes semelhantes, como estátuas de santos ou carrancas, que conforme a tradição popular protegem a entrada das casas e das famílias que vivem nelas. Em muitas regiões do Brasil existem também as Representação dos ancestrais de uma capelinhas, que podem ser de uma família ou família em um altar doméstico. Pompeia, compartilhadas entre famílias vizinhas.

BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Religião e família em Roma

ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS

Itália, século I.

Carrancas à venda em loja de artesanato em Vargem Bonita (Minas Gerais), 2011.

Faça com os estudantes uma leitura compartilhada do texto. Depois, novamente, desenvolva neles o trabalho de leitura de imagens. Porém, dessa vez, deixe que conduzam sozinhos como essa leitura deve ser feita. Nesse momento, é importante que eles tenham compreendido que, a imagem tal qual fonte histórica, deve ser lida dentro do contexto a qual ela pertence, logo é importante que comecem a leitura pela legenda. Depois, verifiquem quais os elementos presentes nelas e os que eles pretendem indicar. Os estudantes devem contar a sua experiência pessoal sobre reuniões, cultos religiosos familiares. Compartilhar com os colegas, os leva a perceber as diferentes vivências religiosas e até mesmo aqueles

Capelinhas de madeira. Tiradentes (Minas Gerais), 2017.

• A sua família se reúne para participar de alguma cerimônia religiosa? Se sim, como é a cerimônia? Conte aos colegas. Resposta pessoal. 79

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Orientações Os estudantes podem contar sobre as festas de sua comunidade, bairro ou cidade ou de lugares que visitou. A turma deve compartilhar suas vivências. O professor pode apresentar uma festa religiosa como a do Divino que ocorre em São Luiz do Paraitinga, e é bastante conhecida.

4 Festas e jogos para os deuses e para o povo Nem tudo era rotina de trabalho para os povos da Antiguidade. Cada povo costumava ter diversas festas dedicadas aos deuses e aos soberanos no seu calendário. Com exceção das ocasiões especiais, como a celebração da vitória na guerra, a maioria das festas coincidia com as estações do ano, fosse agradecendo os deuses pelas boas colheitas, fosse honrando-os para que favorecessem as novas plantações. Os incas, por exemplo, organizavam o ano em doze meses com trinta dias cada, e realizavam um festival em cada mês.

Além das festas juninas e das festas cristãs comemoradas em diversas regiões do Brasil, pode-se comentar sobre a existência de festas religiosas com influências africanas e indígenas, por exemplo, as festas baianas do Senhor do Bonfim e de Iemanjá, que tem seu equivalente no Sul do Brasil com a festa em homenagem à Nossa Senhora dos Navegantes. Observe também que nas festas juninas são consumidos diversos alimentos de origem indígena e africana, como a pamonha e a canjica. Dentre as festas que ocorrem no campo ou que tem origem em tradições camponesas, os estudantes podem citar, por exemplo, a Festa da Uva, celebrada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

Mês inca

Mês equivalente

Festival

Huchuy Pacoy

Janeiro

Pequena colheita

Hatun Pocoy

Fevereiro

Grande colheita

Pawqar Waraq

Março

Ramos de flores

Ayriwa

Abril

Dança do milho jovem

Aymuray

Maio

Canto da colheita

Inti Raymi

Junho

Festival do pequeno Sol (inverno)

Anta Situwa

Julho

Purificação da terra

Qapaq Situwa

Agosto

A grande purificação

Qaya Raymi

Setembro

Festival da rainha

Uma Raymi

Outubro

Festival da água

Ayamarqa

Novembro

Homenagem aos mortos

Qapaq Raymi

Dezembro

A grande festa do pleno Sol (verão)

Ainda hoje, no Brasil, muitas festas que celebramos têm origem nas tradições festivas antigas, como a Páscoa, de origem hebraica. 1 Você conhece alguma festa de origem religiosa comemorada no Brasil? Conte para a

turma onde e quando ela ocorre. Resposta pessoal. 2 Você conhece alguma festa brasileira em que são celebradas as colheitas e os produtos

agrícolas? Conte para a turma qual é essa festa e o que acontece nela. 80

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Resposta pessoal.


Para vários povos antigos, os esportes e os jogos eram parte do entretenimento. Enquanto os esportes, muitas vezes, tinham função ritual ou eram parte do treinamento militar, os jogos de mesa serviam principalmente de passatempo.

Orientações EDUCAÇÃO FÍSICA

Jogo de bola asteca

Os olmecas e os astecas praticavam um jogo usando bolas de látex que podia ser disputado entre dois times ou por, pelo menos, dois jogadores. Os jogadores quicavam e corriam com a bola, desviando dos adversários para atingir um alvo, no formato de círculo, feito de pedra. Os jogadores usavam proteções contra os golpes da bola dura. As grandes partidas se davam em festivais religiosos, mas o jogo também era praticado por crianças como divertimento. Além de arquibancadas construídas para as partidas, os astecas deixaram muitos desenhos, relevos e estatuetas que descrevem o jogo, o que indica a grande importância que lhe davam.

Esta página explora formas de lazer de povos da Antiguidade, com o objetivo de permitir aos estudantes ter dimensão do cotidiano daquelas sociedades. Se possível, sugerimos que se faça um projeto interdisciplinar com Educação Física, em que eles possam praticar o jogo de bola asteca. É necessário, contudo, adaptar as regras para que ninguém se machuque, pois o jogo original era bastante violento. Habilidades trabalhadas: EF05HI03

Jogos de mesa

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JAMES HARRISON/SHUTTERSTOCK

Os jogos de mesa ou de tabuleiro foram uma diversão muito popular no Egito e na Mesopotâmia. Eles eram praticados com pequenas peças, geralmente, guardadas em estojos que serviam também de tabuleiro. Por serem fáceis de carregar, os jogos eram levados nas bagagens durante as viagens. Era assim o jogo real de Ur, praticado pelos sumérios, o antigo jogo de gamão dos persas e os jogos egípcios senet. Já outros jogos precisavam de bases maiores ou mesas feitas especialmente para isso, como o jogo ludus dos romanos ou mehen dos egípcios, que serviam também de decoração nas casas, principalmente nas dos membros da elite. Muitos jogos tinham tabuleiros e peças extremamente elaborados, sendo encomendados a artesãos habilidosos. As pessoas mais pobres e as escravizadas também jogavam, mas costumavam fazer os jogos com os materiais que tinham a seu alcance ou compravam versões mais simples. Arquibancadas do jogo de bola mesoamericano de Monte Albán, no México atual, 2015. 81

Para o professor Super Interessante. Você conhece os jogos que acompanham a humanidade há milhares de anos? Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/voce-conhece-os-jogos-que-acompanham-a-humanidade-ha-milhares-de-anos. Acesso em: 13 ago. 2021.

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Em geral os professores de Educação Física têm muitas informações sobre a história e as transformações dos esportes olímpicos. Procure estabelecer uma parceria com seu colega da área. Pode, por exemplo, convidá-lo a falar do assunto em sua aula, como uma “participação especial”. Habilidades trabalhadas: EF05HI09

EF05HI10

Os jogos olímpicos Você já deve ter ouvido falar dos jogos olímpicos, mas tem ideia de como eles surgiram e do que significaram ao longo do tempo? Os antigos gregos atribuíam sua origem ao herói Hércules, que teria grande força e agilidade. As cidades gregas enviavam seus melhores atletas para competirem entre si na cidade de Olímpia, de onde vem o nome pelo qual os jogos ficaram conhecidos. Escultura atribuída ao grego A prática dos jogos era uma forma de celebrar a paz Miron, feita em torno de 450 a.C., entre as cidades, pois, de acordo com a religião grega, representa um atleta no elas deviam manter uma trégua durante os jogos. momento do lançamento do disco, esporte atualmente No final do século XIX, um professor francês, o barão disputado nos Jogos Olímpicos. Pierre de Coubertin, que acreditava na importância da atividade física na educação e nos esportes como forma de promover a paz e a fraternidade entre os povos, iniciou uma campanha para criar um grande evento inspirado nas antigas olimpíadas. Depois de muitos anos, conseguiu apoio para organizar, em 1896, os primeiros jogos olímpicos da era moderna, justamente na cidade de Atenas, na Grécia, ficando acordado entre os organizadores que os jogos seriam realizados de quatro em quatro anos. Com o tempo, foram criados comitês olímpicos para organizar a participação de atletas de cada país. Para simbolizar a união de todos os países por meio dos esportes, em 1914 surgiram os famosos anéis olímpicos entrelaçados. LAZYLLAMA/SHUTTERSTOCK

EF05HI03

De olho no tempo

Bandeira com os anéis olímpicos que esteve em exposição na cidade do Rio de Janeiro, durante os jogos olímpicos de 2016. 82

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RM IMAGES / ALAMY / FOTOARENA

Orientações


Apesar de alguns jogos terem sido adiados por guerras e pela pandemia de Covid-19, foram realizadas 32 edições dos jogos olímpicos, sendo a mais recente em Tóquio, no Japão, em 2021. Outros eventos olímpicos incluem os jogos de inverno, os jogos da juventude e os jogos paraolímpicos, que celebram a superação e promovem a visibilidade de atletas com necessidades especiais. Muitos esportes, como o atletismo, têm origem em antigos esportes gregos que continuaram a ser praticados pelos europeus, mas há outros esportes e jogos parecidos praticados por diferentes povos, já que muitos têm origem em atividades do cotidiano deles. BRICHUAS/SHUTTERSTOCK

Orientações Peça aos estudantes que façam uma leitura individual do texto das duas páginas (82 e 83). Depois, peça que, em duplas, discutam quais esportes dos ícones desta página eles reconhecem. Então, peça que, ainda em duplas, respondam as atividades da página como se fizessem uma entrevista um com o outro. Por último, peça que cada estudante apresente a resposta de sua dupla para o restante da turma. Essa é uma forma de desenvolver neles práticas de escrita e reconto.

Representação gráfica das modalidades olímpicas dos jogos de verão. 1. Resposta pessoal. Provavelmente futebol, vôlei e basquete serão alguns dos esportes lembrados pelos estudantes, eventualmente, surfe e vela por aqueles que moram ou frequentam o litoral.

1. Já viu algum desses esportes sendo praticados onde mora?

2. Algum desses esportes se parece com atividades do cotidiano? 3. Procure mais imagens dos esportes olímpicos, selecione os de sua preferência e traga mais informações para contar aos colegas. Resposta pessoal. 2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a perceber a relação de alguns esportes com atividades de trabalho, deslocamento ou lazer. Em alguns casos será mais evidente, como o uso da bicicleta na maior parte do Brasil, ou andar a cavalo e usar canoas em algumas regiões. Nadar ou jogar bola em riachos e lagoas pode ser outra sugestão.

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Para o professor • CASTRO, Juliana. Mulheres nas Olimpíadas: uniformes, participação e salários em pauta. CNN, 28 jul. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com. br/esporte/2021/07/28/mulheres-nos-jogos-uniformes-participacao-e-salarios-em-pauta. Acesso em: 13 ago. 2021. Reportagem sobre a participação das mulheres nas nos jogos olímpicos. • HIRATA, E. F. V. 2009. Os Jogos Olímpicos e a competição entre as cidades do mundo grego. S.P, Labeca. MAE-USP. Disponível em: http://labeca.mae.usp.br/ media/pdf/hirata_os_jogos_olimpicos.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. Artigo sobre os Jogos Olímpicos e a competição entre as cidades do mundo grego. 83


Orientações

História em ação

Faça uma leitura compartilhada do texto com os estudantes chamando a atenção deles para as imagens de máscaras das apresentações. Essa é uma boa oportunidade para trabalhar de forma interdisciplinar com Artes, pois os estudantes já estão familiarizados com diversas possibilidades do fazer teatral.

ARTE

Personagens do cotidiano

ROUTE66/SHUTTERSTOCK

IRAWAN ART/SHUTTERSTOCK

O teatro grego era uma forma de arte e de entretenimento em que os atores, para representar sentimentos, usavam máscaras. Algumas tinham traços exagerados, parecidos com caricaturas, para que pudessem ser vistas até pelo público sentado nas fileiras mais distantes do palco nos grandes anfiteatros. As máscaras também eram usadas por eles para representar diversos personagens, homens ou mulheres, jovens ou idosos, gregos ou estrangeiros. Agora, vamos usar máscaras para representar diversos personagens do cotidiano dos povos que estamos estudando. Siga os passos abaixo e vamos lá! 1o passo: formem o grupo, escolham um povo para a atividade e pesquisem-no em livros e na internet com orientação do professor. Pesquise informações sobre os diferentes grupos sociais desse povo, por exemplo, os homens e as mulheres gregas, os escribas e os agricultores egípcios, as pessoas escravizadas pelos romanos, um soberano asteca e o enviado de um povo que lhe pagava tributos.

Mosaico romano com máscaras típicas do teatro grego, uma representando a comédia e a outra, a tragédia.

Muitos povos também usaram máscaras para apresentações, como as máscaras do tradicional teatro japonês.

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Para o professor USP. O melhor do teatro grego. São Paulo: Zahar. Disponível em: https:// edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4409288/mod_resource/content/1/Duarte%20 Teatro%20grego.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021. Conteúdo produzido pela USP, comentando textos clássicos de tragédias e comédias do teatro grego.

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Orientações

2o passo: estabeleça como quer representar esses personagens; se estão felizes, tristes ou insatisfeitos com a sua sociedade. Elabore um pequeno monólogo, ou seja, uma fala desse personagem sobre si e sua vida. Faça um primeiro ensaio com os colegas do grupo para avaliar como as falas se complementam. 3o passo: junte materiais que estejam disponíveis na escola ou em sua moradia para fazer as máscaras: papelão, tecidos, fios, papéis coloridos, massa de modelar, argila, canetas e lápis de diversas cores etc. 4o passo: para cada personagem, desenhe um esboço no papel mais fino. Se gostar do resultado, faça o desenho no papelão que servirá de base para a máscara. Depois, recorte os espaços destinados à boca e aos olhos. Acrescente outros materiais para fazer cabelos, barbas e acessórios, como chapéus, brincos e colares. Concluída a preparação, façam uma apresentação dos personagens do grupo para os colegas. Depois de apresentarem as falas, vocês podem conversar sobre a pesquisa e como fizeram as máscaras. CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

Acompanhe a pesquisa, os ensaios e a elaboração das máscaras dos estudantes. Verifique se as imagens e as informações usadas como referências pelos estudantes estão adequadas e recomende outras fontes de pesquisa. Combine um dia para a apresentação dos personagens que criaram. Cuide para que não haja comentários pejorativos ou jocosos da turma para o grupo que estiver apresentando.

Apresentação de dança durante a Festa de Cultura Afro em homenagem ao Dia da Consciência Negra, em escola no Quilombo de Sobara. Araruama (Rio de Janeiro), 2015.

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Orientações

Os estudantes devem refletir sobre as trocas de produtos, a dificuldade em atribuir valores a produtos diferentes como carne e uma mesa de madeira por exemplo. Pensar na complexidade da troca. Com o dinheiro ficou mais fácil atribuir valor ao produto, a partir do trabalho e especialização empenhado em sua confecção. Com o cartão de banco a facilidade se ampliou, pois não precisamos mais carregar dinheiro em espécie.

Juntar saberes

1 Você conhece as diferentes moedas que existem no mundo? KONSTANTIN EGORYCHEV/SHUTTERSTOCK

Os estudantes devem refletir sobre as trocas de produtos, a dificuldade em atribuir valores a produtos diferentes como carne e uma mesa de madeira por exemplo. Pensar na complexidade da troca. Com o dinheiro ficou mais fácil atribuir valor ao produto, a partir do trabalho e especialização empenhados em sua confecção. Com o cartão de banco a facilidade se ampliou, pois não precisamos mais carregar dinheiro em espécie.

• Muitas moedas têm em sua origem relacionada a pesos e medidas. Pesquise o nome de moedas de outros países que fazem essa relação. Cite pelo menos duas delas. 2 Compare o escambo, ou seja, como eram feitas as trocas, com o uso atual do dinheiro,

da moeda e dos cartões de banco (débito e crédito) e responda: a) O que mudou? b) Atualmente, ficou mais fácil ou difícil adquirir produtos? c) Como podemos obter moedas para realizar uma compra? 3 Em seu bairro ou sua cidade há feira? As feiras são uma ótima oportunidade para

conhecer quem produz alimentos ou cria produtos artesanais. Atualmente, estamos habituados a consumir produtos e alimentos feitos ou tratados industrialmente em grande quantidade, os quais costumam vir de longe de onde moramos. No passado, principalmente na Antiguidade, era mais comum serem produzidos perto de onde as pessoas moravam e de forma artesanal. a) Pesquise quais são os tipos de feira que existem perto da escola e de onde você mora e quais produtos ou alimentos são vendidos nelas.

Por meio da força de trabalho. Respostas pessoais a partir da vivência dos estudantes e das entrevistas realizadas.

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1. Alguns nomes em que essa relação será mais evidente são moedas como o peso argentino e o peso uruguaio, que, como outros países de língua espanhola, usam a palavra peso. Comente que outras moedas, como a libra esterlina do Reino Unido também devem seu nome a unidades de medidas. No caso da libra, ela tem sua origem numa unidade de medida romana do peso em prata, 0,33 quilograma que utilizamos atualmente.

b) Combine com os colegas e entrevistem algumas pessoas que trabalham e compram em feiras. Perguntem onde vivem e trabalham, como trabalham, por que gostam de trabalhar ou comprar em feiras. 86


Orientações

4 Hoje em dia, estamos acostumados com produtos feitos industrialmente. Os povos

das sociedades antigas só contavam com o trabalho manual para fazer produtos como vasos, roupas, armas e todos os objetos do cotidiano. Vamos experimentar como trabalhavam os ferreiros que cunhavam as moedas? Siga o roteiro.

Aproveite a atividade para desenvolver conteúdo da área de Arte. Peça com antecedência para os responsáveis, ou providencie, os materiais necessários. Ao final, incentive os estudantes a se divertir com as moedas, reproduzindo situações vividas no mundo antigo.

1. Separe um pouco de argila, algumas batatas e folhas de papel. Desenhe, no papel, a forma que gostaria de imprimir. Comece com formas simples, como a meia-lua. 2. Corte uma batata ao meio, coloque o papel com o desenho em cima do lado cortado e passe o lápis com força por cima do desenho para marcar a batata. 3. Com uma colher, escave o desenho que foi marcado, deixando uma borda nas laterais da batata. 4. Prepare a argila, amassando-a bem com as mãos. Quando estiver bem macia, faça um rolo com a argila e depois a abra, espalhando-a em cima de uma mesa. 5. Com a argila esticada sobre a mesa, coloque a batata preparada e aperte para moldar e cortar a argila. Repita esse passo para fazer mais moedas. 6. Separe a argila recortada do restante e reaproveite para fazer mais moedas ou usar depois. Deixe as moedas secarem.

EDUARDO ZAPPIA/PULSAR IMAGENS

Pronto! Agora que você tem algumas moedas e pegou o jeito, poderá fazer outras formas.

Nos dias de hoje, as moedas são cunhadas e as cédulas são impressas de forma industrial em grandes quantidades, mas também de forma controlada para evitar falsificações. Cunhagem de moedas na Casa da Moeda do Brasil, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2014. 87

Avaliação formativa Faça uma avaliação dos estudos nesta unidade, considerando: 1. Os estudantes se sentiram instigados pela discussão de aspectos da vida cotidiana dos povos estudados? Quais em especial? 2. Os estudantes perceberam a importância das atividades cotidianas e aspectos da vida privada em família na organização das sociedades agrárias? 3. Os estudantes tentaram elaborar relações entre aspectos da vida cotidiana dos povos estudados e da vida cotidiana no mundo atual? Quais se destacaram?

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Sobre esta unidade Nesta unidade, o objetivo é fazer com que os estudantes reflitam sobre o papel do Estado na história e na atualidade. Ao longo do estudo, busca-se relacionar ainda o passado e o presente e analisar as relações entre Estado, conflitos entre grupos de poder e a construção de instituições que buscam mediar estes conflitos e garantir alguma estabilidade às sociedades.

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UNIDADE

Um Estado para governar o povo

Proposta pedagógica A partir do tema central desta unidade, a proposta é que os estudantes consigam compreender as principais características que compõem o Estado. A partir de tópicos como “O sistema monárquico”, “A democracia grega” e “Roma, da cidade ao império”, eles irão refletir e compreender as diferentes formas de organização de Estados, para que possam, enfim, chegar a compreender a democracia do país em que vivem.

Proclamação da República, (1893), de Benedito Calixto. Óleo sobre tela, 123,5 cm × 200 cm. 88

Objetivos da unidade • Relacionar os elementos de formação do Estado nas sociedades antigas. • Identificar o papel do Estado na mediação de conflitos. • Identificar as transformações nas formas de poder e de legitimidade. • Associar a relação entre Estado e as instituições políticas. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 2 ​​E F 0 5 H I 0 4 E F 0 5 H I 0 5

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PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Orientações A pintura de Benedito Calixto é uma representação posterior da Proclamação da República, o que pode ser deduzido da diferença de datas. Na imagem não observa nenhum civil retratado em primeiro plano, sendo sugeridos apenas como vultos nas varandas. Representou uma mudança de governo, da Monarquia para a República. O Brasil deixou de ter o Imperador como chefe de estado e passa ter um Presidente da República desempenhando essa função. Sim, o povo não está presente em um momento tão importante como a mudança de governo, de regime político. O povo não participou deste processo.

Para começar... Esta pintura representa um acontecimento importante da História do Brasil: a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. 1. A pintura foi concluída quantos anos após o acontecimento retratado? Quatro anos depois.

Sim, até hoje temos a República Presidencialista como forma de governo.

2. Você sabe o que esse acontecimento representou para o país? Que mudanças ocorreram? 3. Você sente falta de algum elemento na pintura? Qual? 4. A forma de governo iniciada no dia retratado prevalece até hoje no país? 89

Pré-requisitos • Ter conhecimento sobre as organizações das sociedades antigas. • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço.

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Orientações

1 Os primeiros agrupamentos humanos

Antes de iniciar, retome os conteúdos abordados nas unidades anteriores, principalmente na Unidade 1, quando é tratada a questão da água e o surgimento da agricultura. Destacar o processo do nomadismo à sedentarização, como o homem vai adquirindo conhecimento que lhe permite uma melhor qualidade de vida, que ocorre principalmente quando ele obtém alimento de forma segura e também garantindo excedente.

1 Observe a fotografia a seguir e a legenda. Depois, responda: GERASIMOV_FOTO_174/SHUTTERSTOCK

Pode introduzir aqui uma linha do tempo, do Paleolítico à Idade dos Metais, pode solicitar que o estudante ilustre com características de cada período através de desenhos.

Os primeiros agrupamentos humanos surgiram ainda no Período Paleolítico. Eram comunidades de caçadores e coletores, povos nômades que viviam da caça e da coleta e se mudavam constantemente em busca de alimento. No Neolítico, os seres humanos passaram a praticar a agricultura e a domesticação dos animais. Foi nesse período também que dominaram e controlaram o uso do fogo, o que facilitava a proteção, a caça, o aquecimento em noites frias e o cozimento dos alimentos. Essa transformação no modo de vida foi essencial para que os seres humanos passassem a fixar moradia em determinado local, cuidando de plantações e animais e sem a necessidade de se mudar, pois passaram a ter controle sobre a produção de alimento.

O registro mostrado são figuras rupestres. Pintura rupestre representando caça.

Porque, através delas, podemos obter informações de como os homens viviam antes do desenvolvimento da escrita. Nos conta que eles já produziam instrumentos como lanças, arcos e flechas e que caçavam. Sim, com o fogo o homem pode afugentar animais, pode se aquecer, pode cozinhar os alimentos o que melhora a sua qualidade de vida e sua segurança. A agricultura também que ele estoque alimentos e não precise se mudar ou sair para caçar. O domínio da agricultura possui relação com o sedentarismo, pois o homem precisa controlar todas as etapas do processo de produção.

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a) Que tipo de registro é mostrado na fotografia? b) Por que ele é importante? c) O que esse registro nos conta sobre os primeiros agrupamentos humanos? 2 Podemos afirmar o domínio do fogo, das técnicas de agricultura e domesticação

de animais, assim como o sedentarismo aumentaram a expectativa de vida dos seres humanos? Explique. 90


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Viver em grupo trouxe muitas vantagens aos seres humanos do Neolítico. Eles passaram a fabricar utensílios que aperfeiçoaram e melhoraram suas atividades cotidianas, estabeleceram uma divisão de tarefas entre homens e mulheres e também entre aqueles que dominavam conhecimentos específicos, como a produção de roupas e calçados (como você estudou na Unidade 4).

Orientações

Hierárquico: que distribui de forma organizada poderes com subordinação sucessiva de uns aos outros.

Faraó

Sacerdotes Oficiais e nobreza

Soldados

Mercadores e artesãos

Camponeses

Explore a imagem com os estudantes e o conceito de hierarquia social e como essa forma de organização da sociedade gera desigualdade no acesso aos bens que a sociedade produz. Oriente os estudantes a refletir sobre a hierarquia social presente na vida cotidiana, nos cargos públicos, nos grandes empresários, nas pessoas que estão sem emprego, nos moradores de rua, como seria se colocássemos ou distribuíssemos essas pessoas em uma pirâmide social? Geralmente vem de pequenos produtores das regiões rurais do seu estado ou município.

Escravos

Surgia, assim, um sistema hierárquico, como o do Antigo Egito: Você já se perguntou como surgiu a hierarquia social? Por que algumas pessoas têm mais poder e riquezas, enquanto muitas outras não têm? Essa forma de organizar a sociedade teve início com os agrupamentos humanos no Neolítico, que se organizaram de acordo com suas necessidades de sobrevivência, alimentação, produção e fixação em um local. As primeiras pessoas a se fixarem em determinado local passaram, gradualmente, a reivindicar privilégios de posse e de propriedade e se autointitularam donos da terra que ocuparam e na qual se estabeleceram.

Os estudantes devem destacar grandes construções que podem existir em sua cidade, sejam espaços públicos como prefeitura, hospitais ou privados, como prédios para habitação, lojas ou escritórios.

3 Agora, reflita sobre o município onde você vive.

a) b) c) d)

É possível perceber na sua cidade determinada hierarquia social? De onde vêm as frutas e os legumes que a sua família consome? Há grandes construções na sua cidade? Quais lugares se destacam como centros de cultura e ciência?

Os estudantes podem destacar teatros, museus ou universidades que existam na sua cidade ou região. 91

91


Peça aos estudantes que façam a leitura individual do texto e que respondam as questões da página. Depois, faça a correção de forma conjunta com a turma para verificar se compreenderam. Essa é uma forma de auxiliar no desenvolvimento de fluência em leitura e localização direta de informações. Na década de 1920 nascia a indústria paulista, mas o que fazia ainda girar a economia era o Café. Sim, pois menciona a elite. O teatro teria sido construído para satisfazer os parâmetros europeus da cultura da então aristocracia cafeeira. A semana de arte moderna de 1922. Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfati e Villa-Lobos entre outros. O estudante deve escolher um deles para realizar uma pesquisa.

A cidade e a cultura Na cidade de São Paulo, uma grande construção se destaca como centro de cultura: o Theatro Municipal. Foi nesse local que aconteceu um importante evento cultural do nosso país, a Semana de Arte Vista do Theatro Municipal de São Paulo (São Paulo), 2020. Moderna. Até hoje ele é considerado um dos grandes espaços culturais da cidade. Em 12 de setembro de 1911, com a ópera de Hamlet, de Ambrósio Thomas, era inaugurado um dos mais belos espaços culturais da cidade de São Paulo. O Theatro Municipal embalava os sonhos de uma cidade que crescia com a indústria e o café e que se espelhava nos grandes centros culturais do mundo naquele início de século. O Theatro Municipal, desde então, passou a proporcionar as impressões artísticas vindas da Europa, principalmente à elite. Imponente e rebuscado, idealizado nos moldes do teatro da Ópera de Paris, o Theatro foi construído para satisfazer os parâmetros europeus de cultura da então aristocracia cafeeira. Os novos ricos queriam melhorar o nível da cidade e apagar as características de vilarejo de seu recente passado. Com a instalação do teatro, a vida cultural de São Paulo tornou-se rota das grandes óperas internacionais, que antes só se apresentavam na cidade do Rio de Janeiro. Em 1922, um evento mudou o rumo e a história de São Paulo e do Theatro Municipal. A Semana de Arte Moderna, um dos mais importantes acontecimentos artísticos brasileiros, aconteceu ali e grandes nomes da literatura, das artes plásticas e da música nacional estiveram no local, tais como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfati e Villa-Lobos. CONHEÇA A história do centenário Theatro Municipal de São Paulo. Prefeitura de São Paulo. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/se/noticias/?p=21873. Acesso em 22 jul. 2021.

1. Por meio da leitura do texto, indique a que tipo de atividade econômica o crescimento da cidade de São Paulo estava relacionado em 1922? 2. O texto apresenta alguma indicação de uma hierarquia social na cidade? 3. Que evento mudou a história da cidade de São Paulo? 4. Quais artistas participaram desse evento? Escolha um deles e faça uma pesquisa para apresentar à turma, destacando seu papel no evento. 92

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De olho nas pistas

Orientações


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O sistema monárquico

COLEÇÃO PARTICULAR

Você já viu reportagens ou outras notícias sobre a família real britânica? O governo do Reino Unido é regido por uma monarquia parlamentarista. Isso significa que a rainha é a chefe de Estado, mas está sob controle do Parlamento e do Poder Executivo, exercido pelo primeiro-ministro. Em uma Família real britânica em aparição ao público. monarquia, geralmente, o poder Londres, Inglaterra, 2015. é hereditário, ou seja, passa dos pais para os filhos. A monarquia é uma das formas mais antigas de governo, com origens nas lideranças das comunidades neolíticas e das cidades antigas. Você sabia que o Brasil já foi uma monarquia? Quando se tornou independente de Portugal, em 1822, o Brasil tornou-se uma monarquia, e seu primeiro chefe A cerimônia de sagração de dom Pedro I de Estado foi dom Pedro I. (1839), de Jean-Baptiste Debret. Litografia. Diferentemente dos monarcas britânicos, que estão sob controle do Parlamento, dom Pedro I tinha poder absoluto, pois delegou a si mesmo um quarto poder, o Poder Moderador.

Orientações Para pensar sobre formas de governo no mundo atual, refletir sobre os países que ainda são Monarquias, destacar que grande parte deles hoje, são Monarquias Parlamentaristas que é uma forma de garantir as eleições e a democracia. Essa é uma questão interessante a ser discutida em sala de aula, já que muitos brasileiros desconhecem essa informação. Os estudantes podem entrevistar familiares sobre as formas de governo que o Brasil já teve. A figura de Dom Pedro I, sentado ao trono, recebendo as honrarias de Lúcio Soares Teixeira de Gouveia, então presidente do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, que se ajoelha perante ao imperador, recebe um caráter que beira o sagrado. Assim, os meios usados para a composição unem a tradição religiosa com a promissora liderança independente de Portugal. Dom Pedro ocupa o papel central, segura um cetro e é coberto por um manto, na sua cabeça uma coroa.

1 É possível notar um componente sagrado na imagem de dom Pedro I pintada por

Debret? Descreva os elementos na pintura que sustentam a sua resposta. 2 Se o Poder Moderador era considerado o quarto poder, quais eram os outros três? 3 Quais são as principais diferenças entre a república e a monarquia?

Os três outros poderes são: executivo, legislativo e judiciário. 93

Na República, o poder deve ser exercido pelo povo, forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos. Na república temos um presidente ou primeiro-ministro como chefe de estado. Na Monarquia o poder geralmente é dinástico e hereditário, ou seja, uma família se perpetua no poder, que passa de pai para filho. Na Monarquia quem governa é o rei ou imperador.

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Orientações

A monarquia no Egito Antigo

O trabalho com essa página, possibilita explorar a monarquia em diferentes tempos e espaços: a monarquia do Reino Unido atualmente, no passado brasileiro e nas origens do Estado Egípcio na antiguidade. Destaque a figura do Faraó como chefe de estado e também como uma figura divina, algo comum na Monarquia.

O Estado egípcio foi formado pela integração de diversas comunidades do vale do rio Nilo. Com terras férteis, o vale do rio Nilo era capaz de acolher uma grande população, o que representava muita força de trabalho disponível. Ao mesmo tempo, o Egito se situava muito próximo a vários povos. Isso favoreceu a prosperidade, principalmente pelas trocas realizadas com o comércio, por exemplo, de artesanato e de tecnologias. Teocracia: uma palavra A unificação política do Egito ocorreu com o apoio de origem grega que da religião e foi fortalecido pelo fato de, em uma significa poder divino. Essa palavra nos ajuda grande extensão de terra, as pessoas falarem uma a entender qual era língua comum e terem formas de escrita padronizadas. o poder do faraó no Egito Antigo. O faraó Essas características transformaram o Egito em um reino era concebido pela com forte sentido de unidade e de identidade, capaz população como um de sobreviver a invasões e a períodos de dominação deus vivo, filho do deus Amon-Rá e reconhecido e também de fazer povos vizinhos, e até invasores, como a encarnação de adotarem seus costumes. Hórus, simbolizado por um homem com cabeça A relação entre o poder e a religião no Antigo Egito de falcão. eram tão intensas que afetou a forma de governo local, fazendo do Egito uma teocracia. A estrutura hierárquica política girava em torno do faraó. O fato de ele representar um deus eliminava qualquer tipo de questionamento sobre o poder que tinha e deveria exercer, assim como mantinha rígida a hierarquia social.

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Significa que o Faraó tinha poder político, pois era o chefe de estado, também era considerado um deus vivo, possuindo assim poder divino.

Representação do deus Hórus dando a vida ao faraó Seti I.

• O que significa afirmar que o Egito Antigo vivia sob uma monarquia teocrática? 94

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De olho no sujeito As mulheres também governam

O conteúdo dessa página possui grande importância para discussões em sala de aula. Ainda que a história nos mostre que, primordialmente, sempre foram os homens que governaram, as mulheres também tinham papeis importantes em diferentes sociedades. Os estudantes devem refletir que as sociedades antigas são patriarcais, com o poder centralizado na figura do homem, desta forma não deve ter sido fácil para Hatshepsut ocupar o papel de Faraó.

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Assim como atualmente as mulheres são chefes de Estado, o Egito Antigo também teve mulheres governantes. A mais conhecida delas é a faraó Hatshepsut. Hatshepsut é conhecida como a primeira mulher do Egito Antigo a reinar com toda a autoridade de faraó. Antes dela, outras mulheres reinaram no Egito Antigo, porém não tiveram todo o poder, influência e respeito de Hatshepsut. Ela foi a quinta faraó da décima oitava dinastia Escultura da faraó Hatshepsut no do Egito e assumiu o trono em 1478 a.C, reinando Templo de Karnak, Luxor, Egito. por anos. Seu governo foi considerado um dos mais bem-sucedidos. Além de ser um período de paz e de riqueza, sob o governo dela foram construídos templos e monumentos, como o templo Djeser-Djeseru, dedicado ao deus Amon.

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Orientações

Geralmente as mulheres ocupavam papéis ligados à família, ao cuidado de crianças, ao lar, porém outras mulheres chegaram a governar no Egito, porém não com a mesma projeção de Hatshepsut.

Templo de Hatshepsut, também conhecido como Djeser-Djeseru. Luxor, Egito.

1. Em sua opinião, será que foi fácil para Hatshepsut ser a primeira mulher faraó? Explique. 2. Que outros lugares as mulheres ocupavam da sociedade egípcia? 95

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A democracia grega

Inicie a página destacando a democracia ateniense como um marco histórico na antiguidade clássica. Apesar de ela ter sido restrita, abriu portas para se pensar formas de governo com participação popular. Você ainda pode introduzir aos estudantes conceitos importantes como democracia, cidadania e direitos.

A Grécia Antiga formou-se por uma sucessão de migrações e de culturas que se fundiram. Gradualmente, esses povos adotaram uma língua comum, que deu origem ao grego antigo, e passaram a se reconhecer como “helenos”, em referência à terra que passaram a ocupar, chamada por eles de Hélade. Apesar da formação dessa identidade comum, as cidades gregas antigas nunca chegaram a se unir e formar um Estado unificado. Ao contrário, mantiveram-se autônomas, Autônomo: que se governa por leis próprias. com apego às origens e ao orgulho pelos valores celebrados em cada uma das cidades. Cada cidade-Estado tinha instituições políticas próprias. Originalmente, todas tiveram conselhos e reis. Algumas desenvolveram formas de participação mais direta dos cidadãos, como em Atenas. De modo geral, as cidades gregas configuraram espaços de discussão política. Além da acrópole, parte alta da cidade, que concentrava os templos e os tribunais, destacava-se como principal espaço de discussão pública a ágora, praça junto ao mercado, onde ocorriam discussões intelectuais e culturais e eram encenadas peças de teatro com temas políticos. Os gregos entendiam que o cidadão deveria dedicar parte do seu tempo às discussões políticas e intelectuais, o que subentendia que o cidadão deveria ter também alguma estabilidade econômica. As trocas comerciais e culturais entre as cidades e diversos povos, as navegações e o estabelecimento de colônias ampliaram o horizonte econômico e cultural das cidades gregas. O contato com diversas culturas enfraqueceu algumas tradições e ideias quando confrontadas com as informações sobre os costumes e as práticas políticas de outras cidades e outros povos que circulavam.

A Grécia geralmente está presente nas referências dos estudantes em filmes, livros e jogos. Levante esses conhecimentos prévios, qual a imagem que os estudantes possuem dos gregos antigos? Inicie uma discussão conjunta com a turma.

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Orientações

Vista aérea da Acrópole de Atenas, Grécia.

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1 Observe a pintura acima e responda às perguntas.

a) O que está acontecendo na imagem? b) Podemos afirmar que a democracia ateniense era restrita? Explique com base na imagem.

Orientações Dando continuidade ao trabalho com a dupla de páginas, após uma leitura compartilhada do texto, peça aos estudantes que respondam as questões de forma individual. Se julgar pertinente, peça a eles que façam em uma folha a parte e lhe entregue, para que sirva como forma de avaliação continuada. BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

A participação na vida política era restrita aos homens livres. Em Atenas, para ser considerado cidadão, era necessário ter tanto pai como mãe nascidos na cidade. Em algumas cidades, como Esparta, o regime era oligárquico, restrito a uma minoria entre os homens livres mais ricos descendentes dos fundadores da cidade, que era chamada de pólis. De modo geral, nas pólis gregas estavam excluídas das decisões oficiais as pessoas escravizadas e os habitantes de origem estrangeira, mesmo que fossem comerciantes enriquecidos. As mulheres, mesmo as que faziam parte da elite, não tinham voz política, embora pudessem exercer influência maior ou menor por meio do marido, conforme os costumes da cidade. Em Atenas, apesar da maior participação dos homens livres na vida política em comparação com Esparta, as mulheres viviam confinadas e tinham menos influência que as espartanas, que podiam circular nos espaços da cidade e participar mais de atividades cotidianas fora de casa. Enquanto viajantes traziam notícias e percepções sobre outras cidades gregas e de outros povos, filósofos participavam das discussões buscando definir valores para a atividade política, debatendo as características ideais que Congresso de representantes de Estado em Esparta, c. 432 a.C. os cidadãos e os governantes Ilustração publicada em um livro, em 1915. deveriam ter.

Uma reunião sobre política, onde os homens que são considerados cidadãos se reúnem e colocam em discussão suas propostas ou críticas ao governo. Sim, na figura vemos apenas homens. As mulheres não participavam das decisões políticas. Escravos e estrangeiros também não eram considerados cidadãos. Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política.

2 Quem tinha direito à democracia em Atenas? 3 O Brasil é um país democrático? Quais são as características do nosso país que

justificam a sua resposta? 97

O Brasil é um país democrático mas há muita discussão sobre ser uma democracia frágil. Podemos escolher nossos representantes através do povo e participar da vida política do país.

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De olho nas pistas

Orientações Separe os estudantes em grupos e peça que leiam os textos e discutam entre si as atividades propostas. Depois, faça uma roda de conversa sobre o assunto com eles, na qual você pode fazer uma leitura compartilhar ou pedir a voluntários que leiam em voz alta, além disso, peça que apresentem suas respostas e converse sobre elas, explicando e retomando o texto caso haja alguma dúvida. Esse assunto é bastante importante para que os estudantes compreendam a organização do país que vivem.

Os poderes na democracia brasileira Os Três Poderes Já ouviu falar dos Três Poderes? Não, não se trata de pedra, papel, tesoura ou coisas do tipo. Trata-se dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário que norteiam as ações políticas do nosso país. Foi o filósofo francês Montesquieu quem teorizou pela primeira vez sobre a divisão do poder em três instâncias distintas. Depois de muito estudar o assunto, o filósofo concluiu que “tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os três poderes, o que faz leis, o que executa as resoluções públicas e o que julga os crimes ou as desavenças dos particulares”. Ele tinha percebido que, se em uma sociedade todos cuidassem de tudo, nada iria funcionar. Por isso, a importância da divisão dos poderes. Mas atenção! Apesar de separados, eles devem trabalhar de forma harmônica e coordenada, controlando as ações entre si. Nenhum deles é mais importante ou poderoso que o outro.

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O Poder Executivo O Executivo é a instância de poder político encarregada de executar as leis e administrar o funcionamento do país, do estado ou do município. Esse poder é exercido pelo presidente (em nível nacional), auxiliado por ministros que indica; pelo governador (estadual e no Distrito Federal), auxiliado por secretários; e pelo prefeito (municipal), também auxiliado por secretários.

Vista do Palácio do Planalto. Brasília (Distrito Federal), 2021. 98

Atividade complementar Ainda como forma de reforçar o aprendizado dos estudantes sobre o assunto, proponha que pesquisem quais cargos públicos existem em cada um dos 3 poderes. Eles podem criar um cartaz com essas indicações e breve explicações do que cada cargo executa.

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O Poder Judiciário É o poder encarregado de fazer cumprir as leis elaboradas pelo Legislativo, resolvendo os conflitos e garantindo os direitos individuais, coletivos e sociais. Seu órgão máximo é o Supremo Tribunal Federal, cujos ministros são nomeados pelo presidente da República. Curiosidade: existem órgãos (tribunais e juízes) federais, estaduais e no Distrito Federal, mas não municipais.

b) Em sua opinião, por que é importante essas construções serem próximas umas das outras?

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Para que haja harmonia e fiscalização entre elas, que uma acompanhe o trabalho realizado pela outra.

Vista do Supremo Tribunal Federal. Brasília (Distrito Federal), 2021.

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

a) Localize na imagem onde é a sede de cada um desses poderes.

A Praça dos Três Poderes abriga as sedes dos três poderes do Estado: o Palácio do Planalto (poder Executivo), o Congresso Nacional (poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder Judiciário). Vista do Congresso Nacional. Brasília (Distrito Federal), 2008.

OS TRÊS Poderes. Plenarinho. Disponível em: https:// plenarinho.leg.br/index.php/2017/09/os-tres-poderes/. Acesso em: 22 jul. 2021.

• Observe a fotografia ao lado.

Orientações

VITORDEMASI/SHUTTERSTOCK

O Poder Legislativo É o poder encarregado de elaborar as leis e fiscalizar as ações do Executivo. É exercido pelo Congresso Nacional (senadores e deputados federais), Assembleias Legislativas (deputados estaduais), Câmara Legislativa (Distrito Federal) e Câmaras Municipais (vereadores). Curiosidade: o Poder Legislativo é bicameral (ou seja, tem duas casas) somente no nível federal, com o Senado Federal e a Câmara dos Deputados.

Vista da Praça dos Três Poderes. Brasília (Distrito Federal).

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Orientações

Roma, da cidade ao império

Nesse momento, retome a imagem inicial, quando foi apresentado o conceito de República e mencione para os estudantes que Roma introduziu essa forma de governo, trazendo o significado de Res Pública ou seja, coisa pública.

O povo romano tem sua origem em agrupamentos humanos que se organizaram em 2000 a.C. e tiveram constante contato os povos gregos e etruscos. Em geral, o convívio dos romanos com os gregos foi pacífico. Com os etruscos, entretanto, havia bastante competição pelo controle de rotas comerciais. Em cerca de 1500 a.C., os etruscos assumiram o controle da região e instalaram-se como reis na cidade de Roma. Esse período de monarquia perdurou até 509 a.C., quando os patrícios, chefes das famílias mais ricas e tradicionais, depuseram o último rei etrusco. Iniciou-se então o período de consolidação de uma das principais instituições romanas: a República, que se estendeu de 509 a.C. a 27 a.C. Por causa de seu histórico de invasões, ao longo dos séculos a sociedade romana tornou-se cada vez mais militarizada. Como dependiam dos votos do povo romano, os patrícios precisavam promover novas campanhas militares para distribuir benefícios ao povo. Isso levou a um período de expansão e conquista de outros povos.

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Mar do Norte

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Territórios conquistados 200 a.C. Territórios conquistados 100 a.C. Extensão do Império no princípio da Era Cristã Conquistas no século I da Era Cristã Conquistas ulteriores (Trajano, Severo, Diocleciano)

ALLMAPS

O Império Romano – (séc. II a.C. -séc. III d.C.)

OCEANO ATLÂNTICO AQUITÂNIA 40°

N

PANÔNIA

LUSITÂNIA

DÁCIA

DALMÁTIA TERRACONENSIS

ROMA

BAÉTICA

MAURITÂNIA

Meridia

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OÉSIA TRÁCIA

Mar Cáspio

QUERSONÉSIA Mar Negro

BRITÍNIA MACEDÔNIA MÍSIA CAPADÓCIA FRÍGIA MESOPOTÂMIA LÍDIA CILÍCIA ACAIA LÍCIA BÍRIA CHIPRE

M e d i t e r r â n e o

EGITO ANTIGO

ARÁBIA

0

510 km

Fonte: SALLES, C. Larousse das civilizações antigas. Paris: Larousse, 2008.

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Para ampliar Você pode fazer a leitura conjunta com os estudantes, seguida de uma discussão do texto A República Romana era uma democracia? (disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/roma-democracia.phtml. Acesso em: 14 ago. 2021). A chamada da matéria do site Aventuras na História já indica alguns elementos para debate: Até que ponto ia a liberdade política dos romanos? Como seria considerada a república no mundo de hoje?

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Violentos em diversas ocasiões, principalmente contra povos resistentes e rebeldes, a consolidação do domínio dos romanos conferiu segurança e estabilidade econômica a algumas regiões. Assim, teve início o Império Romano, que justificava seu expansionismo afirmando que este promovia a pax romana (paz romana, em latim).

Orientações

CROATO/SHUTTERSTOCK

• Observe a imagem a seguir.

Destaque para os estudantes a mudança de regime político: Roma começa como uma monarquia, passa pela república e chega ao Império. O conceito de Império deve ser discutido na relação com a leitura do mapa da página anterior, observando-se a extensão das conquistas romanas. Espaços públicos, avenidas, ruas, locais para esporte, prédios públicos, áreas residenciais, praças. Sim, há bastante semelhanças, o que muda é o material utilizado nas construções e a questão tecnológica muito presente na sociedade contemporânea, mas a visão de cidade, de espaços públicos é muito semelhante.

Maquete-modelo de como teria sido a cidade de Roma na Antiguidade.

a) Quais elementos típicos de uma grande cidade você identifica nessa imagem? b) Essa imagem se assemelha a uma cidade moderna? Por quê?

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Babilônia, Roma, Persa e Maia. Esses são alguns dos grandes impérios da Antiguidade. A Babilônia estava localizada na região da Mesopotâmia, onde hoje estão o Iraque e o Kuwait. Ela ficou famosa por seus Jardins Suspensos. Houve duas fases do Império Babilônico, entremeadas pelo domínio dos assírios. A primeira durou de 1792 a.C. a 1750 a.C. A segunda de 626 a.C. a 539 a.C. Entre seus principais monumentos estão o Palácio do Norte, os templos de Esagila, de Nabu, de Ishtar e de Marduk; e as ruínas de Etemenanki. O Império Romano é considerado por muitos historiadores como o maior da história ocidental. Permaneceu por cinco séculos: teve início em 27 a.C. e terminou em 476 d.C. Sua extensão compreendia desde o Rio Reno para o Egito, chega à Grã-Bretanha e à Ásia Menor, estabelecendo assim, uma conexão com a Europa, a Ásia e a África. Muitos são os vestígios arqueológicos dessa fase, entre eles destacam-se o Foro Romano, o Coliseu e o Panteão Romano. O Império Persa (550 a.C. - 330 a.C.) teve seu domínio iniciado por Ciro e abrangia a Ásia Menor e o Oriente Médio. Hoje ocupa a região do atual Irã. Entre seus principais vestígios arqueológicos estão Persépolis e o Portão de Xerxes.

HOMO COSMICOS/SHUTTERSTOCK

Neste item, procure abordar outros grandes impérios do passado na perspectiva de dimensionar o alcance do Império Romano no tempo e no espaço. Ao trabalhar o conteúdo, destaque que ainda é recorrente a ideia que a sucessão de impérios se dá pela simples dominação ou eliminação de um povo pelo outro. De modo geral, apesar dos violentos confrontos, invasores e conquistados terminam estabelecendo formas de convívio e influência mútua.

Reconstituição dos portões de Ishtar, na antiga Babilônia, Iraque. EMPERORCOSAR/SHUTTERSTOCK

Impérios da Antiguidade

Vista do Coliseu em Roma, Itália. MICHAL KNITL/SHUTTERSTOCK

Orientações

Esculturas nas paredes da antiga cidade de Persépolis, no atual Irã.

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Para ampliar Embora para esta faixa etária não seja tão relevante detalhar os períodos dos impérios, dispomos a título de referência para você: 4000 a.C.: As mais antigas evidências conhecidas das cidades na Mesopotâmia. 3500 a.C.: Surge a escrita entre os sumérios. 2350 a.C.: Diversas cidades são controladas por Sargão, rei de Kish, dando início ao Império Acádio. 2100 a.C.: O Império Acádio começa a perder sua importância. 1800 a.C.: A cidade da Babilônia se consolida como a mais importante da Mesopotânia (Primeiro Império Babilônico). 1600 a.C.: Fragmentação do Império Babilônico. Hititas, vindos da Ásia Menor, ocupam áreas da Mesopotâmia. 1200 a.C.: Os assírios estabelecem seu império, no norte da Mesopotâmia. 612 a.C.: Os babilônicos derrotam os assírios e destroem sua capital, Nínive (Segundo Império Babilônico). 539 a.C.: Os persas invadem a Mesopotâmia, destruindo o Império Babilônico. 102


A civilização maia ocupou a região onde estão hoje o México, a Guatemala e Belize. Os maias se desenvolveram aproximadamente a partir de 1800 a.C. e viveram seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. As ruínas de Chichén Itzá e da cidade maia de Tikal são consideradas dois dos principais sítios arqueológicos dos maias. WANGKUN JIA/SHUTTERSTOCK

Orientações Destaque que, no continente americano, também houve grandes civilizações como a Maia, bem como civilizações posteriores, em especial a Asteca (no México atual) e a Inca (no atual Peru). Grandes construções, templos, arquitetura de grande porte que demonstra o poder dessas civilizações. O Romano, durou cinco séculos e ocupou a Europa, o Norte da África e a Ásia Menor.

Templo de Kukulcan El Castillo, no centro do sítio arqueológico de Chichén Itzá, em Yucatan, Mexico. 1 Quais são as semelhanças e as diferenças que você observa nas fotografias? 2 No caderno, copie o quadro a seguir e preencha-o com as informações de cada um dos

grandes impérios da Antiguidade.

Impérios antigos

Quanto tempo durou

Continente

País (ou países) que ocupa hoje

Principais vestígios arqueológicos

Babilônia

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Roma

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Pérsia

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Maias

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Agora, responda: a) Qual dos impérios acima durou mais tempo? b) Qual deles ocupou a maior extensão de territórios, se estendendo por outros continentes? 103

Para o professor Burbank, Jane, Cooper, Frederick. Impérios: Uma Nova Visão da História Universal. Brasil: Crítica, 2019. Escrito por professores de história da Universidade de Nova York, o livro Impérios: Uma Nova Visão da História Universal faz um estudo abrangente de diversos impérios ao longo da história e como suas características podem explicar o alcance, a duração e a influência de cada um.

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Orientações

Juntar saberes 1 Vamos pesquisar sobre o sistema eleitoral brasileiro? Reúna-se com mais um colega e,

juntos, procurem descobrir: RAFAPRESS/SHUTTERSTOCK

A proposta desta atividade é que os estudantes pesquisem em diferentes fontes como ocorrem as eleições no Brasil. De quanto em quanto tempo, quem pode votar, como o voto é realizado. Normalmente, as eleições e seus critérios de funcionamento são amplamente divulgados pela imprensa e órgãos públicos, sendo de fácil busca na Internet. Essa atividade pode servir para avaliar as habilidades dos estudantes em dialogar e expressar suas ideias, em defendê-las de forma ética e respeitosa e com base em pesquisa anterior, ou seja, um debate deve estar baseado em pesquisa prévia, em levantamento do assunto que será debatido. Pode-se discutir a diferença entre senso comum e conhecimento.

Simulação de um voto em uma urna eletrônica brasileira, 2020.

• Como funcionam as eleições no Brasil? • Quando as eleições são realizadas? • Quem pode se candidatar? • Quem pode votar? • O que significa que as eleições podem ocorrer em dois turnos? • Em quem votamos (quais são os cargos representativos)? • Como participar da vida política da sua cidade? 2 Na imagem sobre o surgimento da democracia ateniense da página 99, você viu

um debate acontecendo, uma troca de ideias. Que tal experimentar um debate democrático semelhante? A sala pode ser dividida em dois grandes grupos. Os grupos devem ler sobre como ocorrem as eleições na sua cidade, para prefeito e vereador. Como as informações sobre os candidatos chegam? Qual é a idade mínima para que você possa participar do processo eleitoral? Quais são as etapas da eleição? O que são partidos políticos? Cada grupo deve apresentar suas ideias e debater sobre a importância da escolha dos representantes pelo povo. 104

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Orientações

3 Leia a seguir o trecho de uma reportagem.

Nesse momento, os estudantes devem estar bastante familiarizados com o conceito de linda do tempo, portanto é possível que não tenham dificuldades em criar uma. Porém, se ainda restarem dúvidas, ajude-os no que for necessário, de maneira individual ou em grupo.

Exposição resgata história de Carmelita Brasil, primeira mulher a ser eleita vereadora no estado do Rio A primeira mulher eleita vereadora no estado do Rio de Janeiro foi de Nova Iguaçu. A história de vida e atuação política de Carmelita Brasil, que se elegeu em 1947 [...]. Eleita [...] em 1947, Carmelita foi a primeira e única mulher daquela legislatura na Câmara de Vereadores, e a primeira de todo o estado. Sua atuação política foi marcada pelo embate, de acordo com os pesquisadores. Ex-funcionária pública da prefeitura, atuou em favor do funcionalismo e da educação. Fazia reuniões para discutir a política em sua própria casa, e não tinha receio de expor suas opiniões, como lembra a sobrinha Nadía Ribeiro, de 69 anos.

ARQUIVO NACIONAL, RJ

ALEIXO, Isabela. Exposição resgata história de Carmelita Brasil, primeira mulher a ser eleita vereadora no estado do Rio. Extra, 29 jun. 2021. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/rio/exposicao-resgatahistoria-de-carmelita-brasil-primeira-mulher-ser-eleita-vereadora-no-estado-do-rio-25081228.html. Acesso em: 22 jul. 2021.

Primeiras eleitoras do Brasil, em Natal (RN). Antes mesmo do reconhecimento oficial do voto feminino no Brasil em 1932, mulheres como Celina Guimarães Viana recorreram à Justiça de seus estados para exigir diretos políticos.

Assim como Carmelita, muitas outras mulheres conquistaram seu espaço na política e na história do Brasil. Que tal pesquisar sobre elas e montar um mural com imagens e informações? • Levantem nomes de mulheres que ocuparam cargos públicos ou tiveram projeção na história do Brasil. • Reúnam informações para fazer uma pequena biografia sobre elas. • Escolham imagens de mulheres de diferentes regiões do país, destacando seu papel político na história do país. • Verifiquem a periodização e façam uma linha do tempo. 105

Avaliação formativa Ao concluir os estudos nesta Unidade, verifique: No processo de avaliação formativa o estudante vai aqui 1. A compreensão do conceito de Estado pelos estudantes. 2. Quais informações prévias os estudantes dispunham? Em que estavam embasadas? 3. As informações prévias dos estudantes auxiliaram ou dificultaram a capacidade dos estudantes de argumentar com base em conhecimentos históricos e valores de cidadania?

105


6

Sobre esta unidade

UNIDADE

O objetivo desta unidade é abordar as transformações ocorridas nas sociedades, em especial de que forma leis e ideais, como democracia e cidadania, foram concebidos, implementados e modificados ao longo do tempo, sendo-lhes atribuídos novos significados, por meio de debates e lutas sociais, conforme contextos, locais e épocas distintas. Pretende-se, assim, incentivar a formação de um indivíduo mais preocupado com as questões que marcam sua sociedade e atuante para intervir em sua realidade, buscando a construção da sociedade desejada.

Sociedades em transformação

Proposta pedagógica A partir do tema central desta unidade, a proposta é que os estudantes compreendam seus papeis como cidadãos na atualizada, a partir da história da democracia, para que possam entender e explicar a realidade em que vivem. Os tópicos “Discutindo as leis: a cidadania na Grécia”, “Em Roma, a origem do Direito” e “De Roma ao Brasil”, desenvolve o pensamento crítico, a reflexão e a argumentação nos estudantes.

Ato do Dia Internacional das Mulheres realizado em São Paulo (São Paulo), 2016. 106

Objetivos da unidade • • • • •

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Identificar nas sociedades antigas diferentes formas e práticas de aplicação da lei. Refletir sobre as diferentes concepções de origem do poder nas sociedades antigas. Conhecer as origens do conceito de cidadania. Comparar a cidadania com outras práticas de participação política. Identificar aspectos da escravidão nas sociedades antigas e nas sociedades atuais. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 2 E F 0 5 H I 0 4


EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS

Orientações Procure iniciar a unidade refletindo sobre os direitos, que são historicamente conquistados através dos movimentos sociais. Na imagem, vemos uma manifestação pelos direitos das mulheres. Até hoje as mulheres lutam por equidade, ou seja, por condições de trabalho e salários iguais entre outros direitos, como a luta contra a violência doméstica que atingem muitas mulheres no Brasil e por moradia, como a faixa que aparece em destaque na imagem. Caso seja possível, mostre imagens de outras manifestações, especialmente aquelas baseadas em reivindicações de direitos estabelecidos e com base no respeito ao próximo e na busca da diminuição de todas as desigualdades que marcam o nosso país. Destaque a importância de eliminar, na sociedade brasileira, todo tipo de violência e exclusão contra a mulher. A conhecida Lei Maria da Penha, de 2006, prevê rigor maior contra os crimes praticados contra a mulher.

Para começar... 1. O que diz a faixa carregada pelas pessoas na imagem? 2. Em sua opinião, o que as pessoas pretendem com o dizer desta faixa? 3. Conversem em grupo: Por que as pessoas se manifestariam por um direito previsto e garantido por lei? 107

Espera-se que os estudantes percebam que a manifestação existe porque o direito não é cumprido. Explique a eles que, mesmo garantida pela constituição, muitas pessoas não tem onde morar, possuem dificuldades para pagar um aluguel ou para construir uma casa. A questão econômica e a desigualdade social no Brasil estão diretamente ligadas à falta de moradia.

Pré-requisitos • Ter conhecimento sobre as organizações das sociedades antigas. • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender as diferentes formas de organização do Estado.

“Mulheres e Moradia – O Direito à Moradia é a porta de entrada de todos os outros direitos! Mulheres em defesa da democracia”. Trata-se de um movimento de mulheres que reivindicam o direito à moradia. Segundo a faixa, a moradia é a porta de entrada para todos os demais direitos. As manifestantes pretendem levantar a discussão e a luta pelo direito à moradia, que a mulher tenha direito à moradia para garantir a segurança de sua família. Incentive os estudantes a ler a legenda e perceber todo o contexto retratado pela imagem. 107


Assim como as leis atuais, o Código de Hamurabi registra punições para delitos e regulamenta patrimônios. A diferença mais significativa é a de que no Código de Hamurabi havia desigualdade social, pois as leis não eram aplicadas da mesma forma. Os estudantes devem ter compreendido que na época de Hamurábi as leis eram aplicadas de forma desigual, conforme o lugar em que o indivíduo estava e o grupo social a que ele pertencia. Já as leis atuais do Brasil têm por princípio que os direitos são iguais para todos, sem discriminação. Aponte para eles que se trata de uma grande mudança, conquistada ao longo de muito tempo. O professor pode estabelecer um debate com a turma sobre esta questão. A conversa tem por objetivo auxiliar os estudantes a sintetizarem o conteúdo trabalhado. Ajude-os na discussão e, se possível, ao final, abra uma conversa entre todos da classe.

1 Todos devem saber: publicando leis e decisões Para viver em sociedade, em grupo, é preciso que as pessoas respeitem regras de convivência. Vamos então pensar como surgiram as leis? O primeiro código de leis escrito de que temos registro é o Código de Hamurabi, que se estima ter sido elaborado em 1772 a.C. Na imagem a seguir, vemos uma peça esculpida de pedra conhecida como Estela de Hamurabi. Nela, Hamurabi, que foi soberano da Babilônia, é representado recebendo Shamash, o deus da justiça dos assírios. Abaixo da cena esculpida, há um texto em escrita cuneiforme que descreve um conjunto de leis que eram habituais naquela sociedade. Há várias cópias desse texto feitas de pedra e de argila justamente para que as leis fossem lidas e conhecidas por seus representantes nos domínios do Império Babilônico. Se a estela representa a ideia de que as leis de Hamurabi tinham inspiração divina, ditadas por um deus, e deveriam ser eternas, suas cópias indicam a vontade de que as leis fossem publicadas, isto é, vistas por todos os seus súditos. O Código de Hamurabi tem 282 artigos, não estando alguns legíveis. Ele traz leis que punem delitos; regulamentam patrimônios e heranças; determinam os direitos e as obrigações de alguns profissionais como médicos, veterinários, pedreiros e barqueiros; regulamentam preços e salários; entre outras regras.

DIMA MOROZ/SHUTTERSTOCK

Orientações

Código: conjunto de leis, normas, regulamentos ou constituições.

Estela de Hamurabi. Na parte superior, vê-se uma representação do soberano diante de Shamash, deus da justiça assírio.

1 Compare e aponte as diferenças entre as leis atuais e as da sociedade comandada por

Hamurabi. 2 Converse com um colega: É melhor um sistema de justiça que seja igual para todos ou

diferente para cada grupo que forma a sociedade? 108

Para o professor BOUZON, Emanuel. O código de Hammurabi. Petrópolis: Vozes, 1987. O livro apresenta uma tradução do Código de Hamurábi, feita a partir da estela preservada no Museu do Louvre, com extensos comentários. Para conhecer o código, pode-se recorrer ainda a diversas versões existentes na internet.

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Na foto a seguir, observamos um tipo de inscrição que era muito comum nos prédios públicos romanos: Senatus Populusque Romanus, frase em latim que significa “Senado e povo romano”. Por vezes, era representada apenas pela sigla SPQR e usada também em moedas e nos estandartes das tropas romanas. BARTLOMIEJ K. KWIECISZEWSKI/SHUTTERSTOCK

Orientações

Inscrição romana Senatus Populusque Romanus, na qual aparece o nome do imperador Vespasiano.

Essa expressão representava a ideia de poder e de cidadania em Roma elaborada durante o regime republicano. Ao eleger os senadores, o poder era atribuído pelo povo à maior das instituições romanas: o Senado. Por sua vez, o Senado garantia ao povo que sua vontade fosse, de alguma forma, representada, assegurando a cidadania. Embora, na realidade, essa ideia tivesse seus limites e suas contradições, a expressão representou valores que perduraram mesmo com o fim da república e com a vontade dos imperadores de serem reconhecidos como divindades. A expressão e sua sigla continuaram a ser usadas, às vezes, junto ao nome do imperador, como se pode observar na imagem. 3 O que significa a sigla SPQR? Senatus Populusque Romanus, frase em latim que significa: “Senado e povo romano”. 4 Qual era a origem do poder entre os romanos? 5 A imagem da página anterior mostra um texto em escrita cuneiforme. Aqui, o texto

foi redigido em latim. Relembre o que estudamos sobre as duas escritas e converse com um colega: a) O que há de igual e de diferente entre os dois sistemas de escrita? b) O que há de igual e de diferente entre os dois povos no que se refere ao modo de organizar o Estado? 109

Tema contemporâneo Nesta parte da unidade, é possível trabalhar diversos assuntos ligados aos direitos da criança e do adolescente e aos direitos humanos. Pode-se abrir, por exemplo, uma discussão entre os estudantes a respeito do que consideram direito de um pequeno cidadão, como ter moradia, comida, educação e diversão garantidos. Incentive-os a pensar se eles sentem que esses direitos são respeitados e o que é possível fazer para corrigir as distorções existentes. Não deixe de comparar o tema com os conteúdos desenvolvidos na unidade.

O poder para os romanos tinha por princípio origem no povo, que elegia os senadores. Assim, o poder era atribuído pelo povo à maior das instituições romanas: o Senado. Por sua vez, o Senado garantia ao povo que sua vontade fosse representada, assegurando a cidadania. Lembre os estudantes de que os romanos com direitos no início, eram os Patrícios. Já os plebeus, passaram a lutar por direitos, para ter participação política e leis que os representassem. Ambos são registros que se referem às leis, às representações políticas dos locais em que foram criadas. Enquanto o código de Hamurábi é um conjunto de leis, a inscrição romana em um prédio pública faz referência a representação do povo pelo Senado. O Código foi registrado em escrita cuneiforme enquanto a inscrição romana, em latim. A escrita cuneiforme foi criada pelos sumérios e adotada por outros povos da Mesopotâmia, sendo uma das formas de escrita mais antigas de que se tem conhecimento. Era grafada usando cunhas, principalmente em placas de argila e em pedras. Em Roma quando os Plebeus começam a exigir seus direitos há uma reflexão sobre a participação popular, sobre o povo participar da vida política. Já na Mesopotâmia a sociedade é mais rígida, desigual, os direitos não são iguais para todos e não houve essa reflexão sobre a participação política do povo.

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Orientações

Poderes e direitos

Para auxiliar os estudantes na tarefa, organize uma conversa entre a turma, convidando-os a dizer o que acontece na cena. Discuta a imagem com eles, destacando os sujeitos e o modo como eram definidos seus papéis naquela sociedade.

Estudamos que, em muitas das antigas sociedades complexas, o Estado se confundia com a própria pessoa do governante, amparado em grupos sociais com atividades e importância consagradas pelos costumes e pela religião. Os soberanos, para governar, contavam com sacerdotes e funcionários que atuavam como intermediários junto ao restante da população. Em geral, essas pessoas eram responsáveis por aplicar a lei. Eram leis, muitas vezes, criadas como medidas práticas que foram se tornando permanentes, ou seja, baseadas nos costumes e nas tradições. Esse jeito, porém, criava desigualdades, com a lei sendo aplicada de forma diferente em cada local, variando também de indivíduo para indivíduo, conforme sua condição social. Dessa maneira, diversas sociedades antigas sofreram pressões da população para que as leis se tornassem iguais para todos, como estudaremos adiante.

Nesta página, busca-se fazer uma síntese dos conteúdos trabalhados, iniciar uma reflexão sobre as diferentes formas de concepção da origem do poder, em especial aquela pautada em preceitos religiosos. Aproveite o momento como forma de avaliação continuada, verificando se os estudantes apreenderam esse conteúdo, importante para a continuidade do estudo, elaborando estratégias para sanar as dificuldades.

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Avaliação

Soberano: pessoa que governa exercendo o poder sem restrição ou limite.

Rei Dario da Pérsia recebendo em audiência um funcionário acompanhado de dois soldados. Nas sociedades antigas, o lugar social de uma pessoa estava determinado desde o seu nascimento. 1 Observe e descreva a imagem. O rei Dario, à direita com o cetro e sentado, indicando lugar de poder, recebe um funcionário acompanhado de dois soldados em audiência. 2 Como você imagina que seria o diálogo entre as pessoas retratadas na imagem? Leia a legenda e, no caderno, crie um diálogo entre eles. Os estudantes podem imaginar que o funcionário cometeu algum delito ou está solicitando algo ao seu soberano.

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De olho nas pistas

Orientações Incentive os estudantes a perceber que o código deixa transparecer todo um julgamento na forma de comportamento de homens e mulheres, que passa por questões morais e normatização de práticas aceitáveis e não aceitáveis, de acordo com aquela sociedade.

VECTORMINE/SHUTTERSTOCK

As leis de Hamurabi foram propostas com a ideia de que as penas deveriam ser proporcionais ao crime, ao dano ou à ofensa. Geralmente, remetem à expressão “olho por olho, dente por dente”, pois quem ferisse o olho de outra pessoa teria seu olho ferido também, independentemente de ter feito isso intencionalmente ou por acidente. Leia um trecho de algumas dessas leis.

Questione-os se é possível perceber, pelo código, alguma forma de dominação dos homens sobre as mulheres, o papel de cada um naquela sociedade. As mulheres, por exemplo, pelo texto, tinham literalmente a obrigação de “dar filhos” aos homens.

[...] Se um homem abandonar sua primeira esposa, que não lhe deu filhos, ele lhe restituirá plenamente seu dote que ela trouxera da casa de seu pai, depois ele a abandonará. […] ele lhe dará uma meia-mina de prata para abandoná-la. Se a esposa de um homem, que habita a casa deste homem, quiser sair e (se) ela tiver o hábito de fazer extravagâncias, desorganizar a casa, negligenciando o marido, ela deverá ser persuadida; e se seu marido decidir repudiá-la, ele a repudiará, ele não lhe dará nada para sua viagem nem pelo seu repúdio. Se seu marido decidiu não repudiá-la, seu marido tomará outra mulher, esta mulher (a primeira) habitará na casa de seu marido como escrava. Se uma mulher odeia seu marido e lhe disser “tu não mais me terás como esposa”, aquilo que está por detrás de sua conduta […] será esclarecido; Se ela for zelosa e não tiver culpa e se seu marido sai e a negligencia muito, esta mulher não cometeu erro; ela tomará seu dote e irá para a casa de seu pai; Se ela não for zelosa e costumar sair dissipando seus bens, negligenciando o marido, esta mulher será lançada n’água.

Pelo código, ainda percebe-se que existiam diversas regras para separação de um casal, como a devolução da riqueza ganha pelo homem devido ao casamento e o pagamento de indenizações. Caso julgue oportuno, realize a atividade coletivamente, incentivando os estudantes a debaterem sobre o tema.

CÓDIGO de Hamurábi, parágrafos 137-143. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2017, p. 105-106.

1. Previa regras sobre como ocorreu a separação, se pelo desejo da esposa ou do marido, mas de modo geral favorece o homem: “Se seu marido decidiu não repudiá-la, seu marido tomará outra mulher, esta mulher (a primeira) habitará na casa de seu marido como escrava”.

Habilidades trabalhadas:

1. O que as leis de Hamurabi previam com relação à separação de um casal?

EF05HI02

EF05HI03

2. O que essas leis revelam sobre os costumes relacionados ao casamento na Babilônia? Escreva no caderno. Revelam uma sociedade patriarcal, em que o homem ocupa lugar de

poder, o Código de Hamurabi também já posicionava a mulher como um “bem” do homem, podendo até mesmo ser entregue como pagamento de dívida. 111

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2 Discutindo as leis: a cidadania na Grécia

Orientações

Por sua importância como reformador político e urbano, esse período da história ateniense é chamado por alguns pesquisadores de “O século de Péricles”. Os estudantes devem escolher um país contemporâneo e pesquisar como alguém obtém seus direitos de cidadão. No Brasil, por exemplo, a cidadania é exercida pelos cidadãos. Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e seus deveres, sendo-lhe facultada a participação ativa nas questões da comunidade. O direito de votar e, em especial, o exercício do voto são, sim, atos ato de cidadania. Partindo desse exemplo, os estudantes devem escolher outro país e observar como ocorre o direito à cidadania.

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Para facilitar a compreensão do texto por parte dos estudantes, peça para que um deles faça uma leitura em voz alta para toda a turma, enquanto você anota, na lousa, os principais assuntos tratados. Mais do que decorar nomes e datas, o importante é eles perceberem que as mudanças políticas resultam de intensas mobilizações da população, em busca de ampliar e conquistar direitos.

A cidade de Atenas passou por transformações que levaram à ampliação da participação política, inicialmente restrita aos homens livres mais ricos e proprietários de terras. Todas essas transformações foram obtidas por meio de mudanças nas leis. As primeiras tentativas de reformas políticas e sociais partiram dos legisladores Drácon e Sólon. Em 621 a.C., Drácon recebeu amplos poderes para conter conflitos sociais, elaborando as primeiras leis escritas de Atenas de que se tem conhecimento. Já Sólon, em 594 a.C., organizou um conjunto elaborado de leis, sendo considerado um verdadeiro legislador pelo filósofo Aristóteles. Precursor de um princípio de constituição, entre suas medidas, buscou reduzir os privilégios dos grandes proprietários de terras e aboliu a escravidão por dívidas. A trajetória dos políticos gregos costumava ser marcada pela polêmica que se manifestava nos debates públicos, nas votações e nos ataques pessoais. Além do debate político, fatores externos, como as guerras contra os persas, contribuíram para a ampliação da participação política. Já durante o governo de Péricles, de 461 a.C. a 429 a.C., ocorreram intensas mudanças na área política e nas configurações no espaço da própria cidade, o que favoreceu uma intensa produção cultural que tornou a cidade conhecida e Legislador: membro do respeitada mesmo grupo de pessoas que elabora as leis de um local. fora da Grécia. Busto de Péricles, 429 a.C. 1 Forme um grupo e pesquise sobre a organização social e política de uma cidade

grega. Organizem as informações encontradas em breves tópicos para apresentar aos colegas. Os estudantes devem escolher uma cidade grega para a pesquisa, lembrando que são diferentes entre si, cada uma tinha sua própria forma de governo.

2 Com o seu grupo, escolha um país atual e pesquise sobre os critérios adotados nele

para alguém ser considerado cidadão e participar da vida política. 112

Para o professor ROSSET, Luciano. A democracia ateniense: filha de sua história. Revista de Cultura Teológica - v. 16 - n. 64 - Jul/set 2008. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index. php/culturateo/article/viewFile/15535/11601. Acesso em: 14 ago. 2021. O artigo aborda o surgimento e as características da democracia ateniense, discutindo temas como o conceito de democracia, política, bem comum e cidadania.

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3 Em Roma, a origem do Direito

Orientações

BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

A mais importante e constante instituição romana tem sua origem já durante o período da monarquia, como um antigo conselho tribal de anciões. A própria palavra latina senatus tinha origem na palavra senex, ancião. Inicialmente, para participar do Senado, era preciso fazer parte da elite romana, ou seja, ser patrício, e ser chefe de família, chamado de pater familias. O restante da população, os plebeus, era chamado de proletarii, proletários, aqueles que têm prole (filhos), e os homens livres sem família, chamados de capite sensi, que em latim queria dizer que “contavam apenas a própria cabeça” no censo da população.

Para trabalhar esse conteúdo com os estudantes, você pode montar um painel junto a eles com as principais formas de governo estudadas (Monarquia, República, Império), destacar as principais características de cada forma de governo e levantar com eles se existem outras além dessas. Habilidades trabalhadas: EF05HI02

EF05HI04

EF05HI05

EF05HI07

Aproveite a imagem para trabalhar a figura do senador, assim como seus significados. Peça aos estudantes que analisem a vestimenta e a postura e discutam sobre a importância desses personagens para a sociedade romana.

Escultura romana datada de aproximadamente 285 a.C., representando senadores romanos vestidos com togas. A toga era permitida apenas aos cidadãos romanos.

O Senado era o órgão maior entre os outros e estava encarregado de administrar a res publica, ou “a coisa pública”, ideia que deu origem ao conceito de república. Com o crescimento da população, mais pessoas passaram a reivindicar o direito à participação na ordem política e para o próprio Senado. Alguns políticos, então, passaram a empreender reformas em favor dos plebeus, possibilitando que tivessem mais diretos. Esses direitos fazem parte das Leis das Doze Tábuas, escritas em 450 a.C.

• Faça uma pesquisa sobre o que diz a Lei das Doze Tábuas e, no caderno, escreva um resumo de cada tábua.

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Para o professor MACIEL, J.; PEIXOTO CABRAL, J. M. O retrato na antiguidade clássica. Revista de história da arte nº5, 2008. Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/12599/1/ART_1_Maciel.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021. Procure sempre lembrar de explorar as imagens como documento histórico. Para sua referência, sugerimos a leitura artigo ilustrado que aborda as representações sociais nas esculturas romanas.

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Defendiam os interesses dos plebeus, ou a plebe, como também eram conhecidos, constituíam a camada da população que não tinha ascendência patrícia. A maioria dos plebeus era constituída de pequenos proprietários de terras, artesãos e comerciantes. Boa parte das crises sociais da Roma Antiga, bem como das tentativas de reforma, como a dos irmãos Graco, derivou da insatisfação dos plebeus. Sim, pois reflete a desigualdade social e econômica, muitas terras nas mãos de poucas pessoas e muitas pessoas sem terras. O Brasil de hoje ainda vive um conflito devido à grande concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, questão discutida na antiguidade clássica na Roma antiga.

Os reformistas irmãos Graco Os irmãos Tibério e Caio Graco foram dois políticos romanos. Eleito tribuno da plebe em 133 a.C., Tibério defendia que deveria haver leis que limitassem o tamanho das terras, cada vez mais concentradas nas mãos dos patrícios, Estátua em homenagem aos irmãos Graco. ou seja, ele propunha uma reforma agrária. Seu irmão, Caio, elegeu-se tribuno em 123 a.C. e tentou dar continuidade às propostas de reforma agrária e ampliação da cidadania romana aos habitantes da península Itálica e das colônias fundadas. Os irmãos Graco ficaram conhecidos por apresentar uma proposta de reforma agrária em uma época em que Roma era controlada por grandes latifundiários, ou seja, grandes proprietários de terras. As propostas de ambos causaram grande agitação política, provocando reações exaltadas dos patrícios, até mesmo os ameaçando de morte. A luta pela terra não é um problema específico da Roma Antiga. O Brasil também tem sua história na luta por melhor distribuição de terras.

Agricultores e produtores rurais durante a Marcha da Reforma Agrária, na Via Epia em direção a Esplanada dos Ministérios. Brasília (Distrito Federal), 2011.

1. O que significa a expressão reforma agrária”? 2. Os irmãos Graco defendiam os interesses de que parcela da população? 3. Podemos afirmar que a grande concentração de terras nas mãos de poucas pessoas é um problema histórico? Explique. 114

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BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL

Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover e proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social.

De olho no sujeito

ED ALVES/ESP. CB/D.A PRESS

Orientações

Aqui é importante ajudar os estudantes a estabelecer a relação entre a luta pela terra na Roma antiga e no Brasil de hoje. Refletir que ainda há grandes concentrações de terras (os latifúndios) e um tema que era discutido na Roma Antiga ainda gera conflitos no Brasil de hoje.


Você sabia que o Direito Romano influenciou a ciência jurídica de toda a sociedade ocidental, incluindo a do Brasil? Você sabe qual é a importância da Constituição Federal de 1988? É ela que assegura os direitos fundamentais dos brasileiros. Por meio dela, conhecemos nossos direitos e nossos deveres como cidadãos.

APPRECIATE/SHUTTERSTOCK

4 De Roma ao Brasil

Capa de uma edição da Constituição Federal atual. É importante aproveitar o texto para explorar a origem da palavra

O que é cidadania? “cidadania”, relacioná-la com a questão política na Grécia e na Roma Antiga. A origem da palavra cidadania vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Na Grécia antiga, considerava-se cidadão aquele nascido em terras gregas. Em Roma a palavra cidadania era usada para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Juridicamente, cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Em um conceito mais amplo, cidadania quer dizer a qualidade de ser cidadão, e consequentemente sujeito de direitos e deveres. A relação do cidadão com o Estado é dúplice: de um lado, os cidadãos participam da fundação do Estado, e portanto estão sujeitos ao pacto que o criou, no nosso caso a Constituição Federal de 1988. Portanto, sendo o Estado dos próprios cidadãos, os mesmos têm o dever de zelar pelo bem público e participar, seja através do voto, seja através de outros meios, formais e informais, do acompanhamento e fiscalização da atuação estatal. O QUE é cidadania? Governo do estado do Paraná. Disponível em: https://www.justica.pr.gov.br/Pagina/O-que-e-Cidadania. Acesso em: 23 jul. 2021.

Como cidadãos, devemos conhecer as leis que regem nosso país. 1 Você sabe explicar a relação entre as palavras cidadania e cidade? Debata com os

colegas em sala de aula antes de elaborar a sua resposta.

A origem da palavra cidadania vem do latim civitas, que quer dizer “cidade”. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e suas obrigações, garantindo que estes sejam colocados em prática. 115

Para ampliar Quebrando um pouco a seriedade do tema, aproveite para retomar e estabelecer alguns paralelos com o tema da democracia ateniense (e algumas das suas caraterísticas que talvez nos pareçam hoje contraditórias). Para isso, exiba aos estudantes os vídeos do canal Se Liga Nessa História (Secretaria de Estado de Educação, Governo do Amazonas), que abordam de forma divertida as diferenças culturais e políticas entre as cidades de Atenas e Esparta: • Grécia Antiga #2 (Atenas). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=mh3KgOYM3OY. Acesso em: 30 jan. 2018. • Grécia Antiga #3 (Esparta). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Z3V0hV6l1gM&t=578s. Acesso em: 30 jan. 2018. É recomendado que você assista aos vídeos previamente, para que forme opinião e perceba a adequação dos conteúdos à proposta didática desenvolvida. 115


Orientações Algumas cidades participam do programa Vereador Mirim. Em São Paulo foi lançado em 2019 o Conselho Mirim. Discuta essas iniciativas junto aos estudantes, perguntando a eles se já participaram de programas como esse ou se possuem vontade de participar. • Câmara Municipal de São Paulo. Lançado na Câmara, Conselho Mirim pretende dar voz às crianças. Disponível em: https://www.saopaulo. sp.leg.br/blog/lancado-na-camara-conselho-mirim-pretende-dar-voz-as-criancas/. Acesso em: 14 ago. 2021. • Instituto Legislativo Ituano. Projeto Vereador Mirim. Disponível em: http://camar a i t u . s p . g o v. b r / A rq u i v o s / Downloads/2019412_ APOSTILA%20VEREADOR%20 MIRIM%202019.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021.

Participar do sistema político é um direito de todo cidadão brasileiro, e um instrumento importante dessa participação é o voto. O Brasil é uma república federativa presidencialista. É uma república porque o chefe de Estado é eletivo e temporário; federativa porque os estados são dotados de autonomia política; presidencialista, porque ambas as funções de chefe de governo e chefe de Estado são exercidas pelo presidente. No entanto, como estudamos anteriormente, o poder no Brasil é dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nossos governantes, que exercem o Poder Executivo, não fazem as leis. As leis são elaboradas pelo Poder Legislativo. Observe como ele se organiza:

Poder Legislativo Da União

Dos estados

Do Distrito Federal

Dos municípios

Congresso nacional

Assembleia Legislativa

Câmara Legislativa

Câmara Municipal

Deputados estaduais

Deputados distritais

Vereadores

Senado Federal

Câmara dos Deputados

Senadores

Deputados federais

2 Agora, desenhe o quadro a seguir no caderno e preencha-o. República Federativa presidencialista

Sistema político brasileiro Voto Presidente

Instrumento de participação política Chefe de governo e de Estado Possuem poder de elaborar leis Vereadores, deputados e senadores.

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Orientações

História em ação

Para desenvolver o conteúdo da página, organize na classe uma espécie de jogo de pergunta e resposta. Para isso, divida o grupo em duas turmas e oriente cada qual a fazer a leitura do texto, anotando as ideias principais e discutindo as dúvidas. A partir desse trabalho, cada grupo deverá elaborar um conjunto de perguntas para fazer ao outro. As perguntas devem valorizar as permanências e as mudanças que ocorrem em todo esse processo.

Ao longo de sua história, o Brasil já teve sete Constituições, sendo a mais recente delas a Constituição de 1988, que está em vigência ainda hoje. A Constituição Cidadã, promulgada em 5 de outubro de 1988, tornou-se o principal símbolo do processo de redemocratização nacional. Após 21 anos de regime militar, a sociedade brasileira recebia uma Constituição que assegurava a liberdade de pensamento. Foram criados mecanismos para evitar abusos de poder do Estado.

Reúna-se com os colegas e façam juntos uma lista dos problemas que existem na comunidade em que vocês vivem. Depois, pesquisem se esses problemas são resultado do descumprimento de algum direito que esteja garantido na Constituição. Se for, decidam juntos uma forma de mostrar à comunidade essa violação e solicitar atitudes para resolvê-lo. Pode ser um cartaz, uma exposição fotográfica, postagens em redes sociais, entre outros.

Se o grupo adversário acertar a resposta, ganha um ponto; senão, aquele que fez a pergunta fica com o ponto.

Manifestação popular pelo direito ao voto. São Paulo (São Paulo), 1984. ETTORE CHIEREGUINI / AGIF / AGIF VIA AFP

A Constituição de 1988 foi criada para solucionar uma série de problemas que envolvia os direitos e os deveres do Estado e dos cidadãos. Pelo fato de o Brasil ter passado mais de vinte anos sendo governado por militares, em um sistema autoritário, era fundamental, naquele momento, por exemplo, garantir nas leis os direitos de liberdade de pensamento e que não houvesse mais abuso de poder por parte de políticos e militares. Passados mais de trinta anos desde a promulgação da Constituição, muita coisa mudou. Alguns direitos nós já temos garantidos e estão consolidados. Outros, ainda não. Para garantir seus direitos, é muito comum que as pessoas se reúnam e manifestem sua vontade. Observe.

JUCA MARTINS/PULSAR IMAGENS

30 ANOS da Constituição. Disponível em: http://www.camara.gov.br/internet/agencia/infograficoshtml5/constituinte/index.html Acesso em: 23 jul. 2021.

Marque um número de pontos para determinar o vencedor do jogo. Faça a intermediação da atividade, garantindo o bom relacionamento e o respeito entre os estudantes.

Manifestação popular contra o racismo e em defesa da democracia. São Paulo (São Paulo), 2020. 117

Para o professor ARNESEN, Erika Saddi. Educação e cidadania na Constituição Federal de 1988. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-27012011165002/publico/Dissertacao_Erik_Saddi_Arnesen_FAC_DIREITO.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021. Indicamos o texto como referência para contextualizar e discutir a importância histórica da Constituição de 88, enquanto uma conquista de todos os brasileiros na redemocratização do país.

117


Orientações

Essa atividade visa desenvolver a reflexão sobre a importância de normas de convivência, de comportamento em locais específicos, como falar baixo na biblioteca para não incomodar os outros que estão lendo ou realizando pesquisas. A tirinha também fala do respeito à biblioteca como lugar de saber. Essa atividade visa desenvolver nos estudantes a prática de localizar informações diretas e de leitura e compreensão de texto. A primeira resposta é pessoal. Já, para os itens b e c, espera-se que tenham compreendido que a declaração protege os direitos humanos de forma universal abrangendo diversos povos e nações. Ela foi criada por órgãos jurídicos e culturais de diferentes regiões do planeta durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris.

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Juntar saberes 1 O lugar onde você vive tem normas e regras de convívio que tornam sua vida melhor e

mais segura. Leia com atenção a tirinha de Armandinho e responda às perguntas. ALEXANDRE BECK

Após a correção da atividade, você pode ainda complementar, explicando aos estudantes que Lei (do verbo latino ligare, que significa “aquilo que liga”, ou legere, que significa “aquilo que se lê”) é uma norma ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes.

a) Em que lugar Armandinho está? Armandinho está em uma biblioteca.

Sim, não levar alimentos e bebidas, fazer silêncio, não perturbar os

b) Esse lugar tem regras? Quais são? outros usuários, manter o celular desligado ou no silencioso.

c) Essas regras são leis? Explique. Não, elas são prescrições específicas que estabelecem pressupostos e consequências determinadas.

d) Explique o que você entendeu sobre a mensagem deixada pela tirinha. Espera-se que os estudantes reflitam acerca da importância de normas de convivência.

2 Que documento garante nossos direitos como cidadãos no Brasil?

A Constituição Federal de 1988.

3 Considere o trecho a seguir.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos. NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://brasil.un.org/ptbr/91601-declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 9 ago. 2021.

a) Você já conhecia a Declaração Universal dos Direitos Humanos? b) Em que consiste essa declaração? c) Ela foi criada em que contexto histórico e por quais países? d) Faça uma pesquisa sobre esse documento e apresente os três artigos que mais chamaram a sua atenção. 118


Manifestação pelos direitos das mulheres. Salvador (Bahia) 2020.

CRIS FAGA / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

RODRIGO_JORDA/SHUTTERSTOCK

4 Observe as fotografias a seguir.

Protesto de indígenas pelo direito à saúde e à proteção de Terras Indígenas. Brasília (Distrito Federal), 2019.

O voto é um instrumento importante para a participação de todo cidadão no sistema político, pois é, a partir dele, que elegemos nossos representantes.

Marcha da Consciência Negra pelo fim da discriminação racial. São Paulo (São Paulo), 2017.

a) Qual é a motivação de cada uma das manifestações representadas acima? b) Qual é a relação entre as manifestações políticas e os direitos conquistados de acordo com o que foi trabalhado na unidade?

COLEÇÃO PARTICULAR

c) Coletem informações sobre os movimentos representados nas imagens ressaltando sua importância para a democracia. 5 Observe a charge ao lado.

a) Segundo o que foi abordado na unidade, qual é a importância do voto?

As manifestações representadas nas imagens são motivadas pelos direitos de três povos que são minorias: mulheres, negros e indígenas. Esperase que os estudantes tenham compreendido que, ainda que as leis sejam iguais para todas as pessoas, muitos grupos ainda são marginalizados e, na prática, não tem os mesmos direitos que outros.

O voto de cabresto foi uma ferramenta utilizada por coronéis para controlar o voto do eleitor, fazendo com que esses votos fossem comprados para que pudessem, assim, garantir sua vitória nas eleições.

b) Você já ouviu falar em “voto do cabresto”? Faça uma pesquisa sobre ele. c) Converse com o professor e os colegas sobre a importância de os brasileiros exercerem o direito de escolher seus representantes por meio do voto. d) Faça uma análise da imagem ao lado com base na pesquisa que você realizou.

Charge de Alfredo Storni sobre o voto de cabresto, 1902. 119

Avaliação formativa Avalie se os estudantes conseguiram apreender o tempo em que todas essas transformações ocorrem: não se trata de meses, mas de décadas. Para isso, pode-se elaborar uma breve linha do tempo, assinalando principalmente os marcos mais significativos desse processo e comparando-os com a idade deles e suas dinâmicas rotineiras.

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Sobre esta unidade O objetivo desta Unidade é discutir a formação de identidades culturais a partir do contato de populações de diferentes origens que desencadearam intensas trocas culturais.

7

UNIDADE

Construindo identidades

Proposta pedagógica A intenção desta unidade é auxiliar a desenvolver o senso crítico dos estudantes acerca do processo miscigenação cultural na nossa sociedade. Os tópicos “Identidade” e “A identidade cultural brasileira” valorizam e levam o estudante a utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo social e cultural para entender e explicar a realidade de forma justa e inclusiva.

Cena do filme Rio, dirigido por Carlos Saldanha, 2011. 120

Objetivos da Unidade • Identificar influências culturais de sociedades antigas em nossa sociedade. • Refletir sobre as consequências do contato de diferentes povos para a identidade brasileira atual. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 1 E F 0 5 H I 0 2

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MOVIESTORE COLLECTION LTD / ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

Orientações Aproveite as atividades e a discussão da página para trabalhar a distância que existe entre essas formas de representação e os acontecimentos como realmente são. Lembre aos estudantes que o filme é uma representação da realidade e não a realidade em si. Dessa forma, deve ser trabalhado a partir do olhar do diretor e dos seus objetivos ao retratar temas.

Pré-requisitos • Ter conhecimento sobre a organização das sociedades antigas. • Saber identificar permanências na história da humanidade. • Reconhecer os povos que ajudaram a formar a cultura brasileira.

Para começar... 1. Você já assistiu a algum filme, série ou desenho no lugar retratado? Conhece algo sobre as pessoas que vivem nele? Se sim, conte aos colegas. 2. Leia a legenda, observe a cena e identifique a imagem. Você já ouviu falar do lugar retratado? O que conhece sobre as pessoas que vivem nele? 3. Você acha que filmes, séries e desenhos retratam as pessoas e os lugares como realmente são? Explique. 121

Para ampliar Os filmes podem ser utilizados como um recurso didático para a inserção dos temas transversais na sala de aula, bem como ampliar o espaço de lazer e de enriquecimento cultural dos estudantes na escola, incentivando a formação crítica. Algumas referências para trabalhar com filmes em sala de aula: • FEILITZEN, C.V., CALSSON, V. A criança e a mídia: imagem, educação, participação. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2002 • FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

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Habilidades trabalhadas: EF05HI09

ROBERT WAY/SHUTTERSTOCK

Você já parou para pensar que você, sua família e as outras pessoas que conhece Guadalajara, tem hábitos, tradições, uma história ligados México. ao lugar onde vivem? Isso significa que todos têm uma identidade cultural. De onde vieram seus familiares? Outro país? Outro estado? Outra cidade? Em sua família há algum hábito que foi Xangai, passado de geração em geração, como China. comidas, festas, coleções? E em relação à sua escola, você conhece a história e as tradições dela? Essas perguntas nos ajudam a entender que todos temos uma identidade que está Cairo, ligada às nossas origens e ao lugar em que Egito. vivemos. A diversidade dos povos e das culturas é algo muito interessante, objeto de muitas pesquisas e parte importante do turismo em todo o mundo. Viajar é uma Paris, maneira de conhecer e sentir como outros França. povos vivem. A identidade cultural é como um povo ou uma cultura representa a si próprio; ela diz respeito também ao sentimento de pertencimento. Onde você nasceu? Em que cidade e estado? Em que país? O que seu sobrenome representa para você? Ao responder a essas perguntas, você já refletirá sobre sua identidade. Mas é importante ressaltar que a identidade não vem com o indivíduo ao nascer, ela é construída ao longo da vida em sua relação com os outros, com os grupos sociais dos quais você participa, como a família, a igreja, os amigos do bairro, a escola entre outros. Ela se dá a partir de determinados traços culturais, tais como a língua, a religião, os ritos, as festas, as manifestações artísticas etc.

KRZYSZTOF PAZDALSKI/SHUTTERSTOCK

EF05HI03

NARA_MONEY/SHUTTERSTOCK

O objetivo do trabalho com essa página é incentivar os estudantes a perceber as identidades que definem tanto as pessoas como os grupos sociais, com características próprias que nos diferenciam uns dos outros. Para discutir as diferentes percepções, faça a correção coletiva da atividade.

1 Identidades

CELTSTUDIO/SHUTTERSTOCK

Orientações

1 Você já foi a festas típicas de outras culturas e/ou viajou para lugares em que pôde

observar modos diferentes de viver? Resposta pessoal. 2 A que grupos sociais você pertence? Como você imagina que eles contribuem para

sua identidade? Resposta pessoal. 122

Para ampliar Você pode fazer uso do filme O Menino Maluquinho como recurso para trabalhar a questão da identidade em sala de aula. O filme conta a história de um garoto e sua infância, abordando o tempo do brincar, da liberdade e da amizade, sendo o tempo da criança distinto do tempo do adulto. As formas de brincar, de ser criança, podem ser comparadas com ser criança hoje em dia. Abordar a presença forte do celular, do videogame, nos dias de hoje, das redes sociais e aplicativos.

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Orientações

Na Antiguidade os traços identitários já estavam presentes nas sociedades. Os gregos, por exemplo, apesar de viverem em uma região montanhosa e com um litoral recortado, o que dificultava uma união política e um poder centralizado – cada cidade grega tinha sua própria forma de governo –, tinham a cultura como característica em comum entre eles: falavam a mesma língua; adoravam os mesmos deuses, razão pela qual se autodenominavam helenos (gregos); e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua nem tinham seus costumes, ou seja, aqueles que não pertenciam ao seu mundo. Não há dúvida de que os gregos deixaram um importante legado para as sociedades ocidentais da atualidade. Que influências essa sociedade nos trouxe? Para descobrir, basta olhar nas livrarias, no cinema, no teatro, na política, na arquitetura, nos monumentos, nos jogos olímpicos, na Arte e na Filosofia. Até a mitologia grega, que se extinguiu como religião, Legado: aquilo que se passa ainda está presente na indústria e na mídia cultural em de uma geração a outra, que vários lugares do mundo. se transmite à posteridade.

Contextualize historicamente a Grécia Antiga, seu legado para a civilização ocidental para os estudantes. Explique elementos que estão presentes na sociedade ocidental contemporânea e surgiram na Grécia como os jogos olímpicos, o teatro, a democracia, a filosofia entre outros.

ARTMEDIAFACTORY/SHUTTERSTOCK

POR INU/SHUTTERSTOCK

O legado da Grécia

Vestígios de um teatro da Antiguidade em Messina, Grécia.

Teatro ao ar livre em Augustów, Polônia, 2021.

• Pesquise na internet, em jornais e em revistas, jogos, filmes e animações que mostrem como a cultura grega foi englobada e modificada pela nossa sociedade. Apresente os resultados ao professor e aos colegas. 123

Para ampliar Você pode passar um trecho de um filme, como a animação Hércules (Disney), e discutir essa de forma crítica com a turma.

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Alguns exemplos: abacaxi, açaí, aipim, arara, caatinga, caju, capim, biboca, caboclo, caipira, canoa, carioca, guri, Ipanema, Ipiranga, Iracema, jacaré, jabuticaba, jiboia, jururu, lambari, mandioca, pajé, Paraíba, Paraná, pereba, Pernambuco, Piauí, pitanga, pindaíba, saci, Sergipe, tamanduá, tatu, tapioca, Tocantins, urubu.

A Identidade cultural brasileira é muito rica e diversa. Nossa cultura recebeu influência dos povos nativos e de diversos povos que migraram para o Brasil ao longo dos séculos. Dois desses povos são muito marcantes na nossa identidade: os indígenas e os africanos.

Heranças indígenas na cultura brasileira A dança e a música são linguagens da arte indígena que sempre estiveram presentes na vida humana, desde tempos remotos, fazendo parte do dia a dia das populações. A cultura indígena brasileira é muito rica e diversa. Estima-se que atualmente existam mais de 200 etnias indígenas no Brasil. Cada uma delas tem cultura, costumes e língua próprios. MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS

Para motivar a pesquisa, exemplifique com algumas das muitas palavras de origem tupi-guarani que fazem parte do vocabulário da língua portuguesa estão associadas, especialmente, a nomes de animais e plantas nativas do Brasil, o que evidencia os conhecimentos sobre o ambiente natural legados pelos indígenas. Outras palavras estão associadas aos nomes de regiões e de pessoas, demonstrando quanto da herança tupi-guarani faz parte da cultura brasileira.

2 A identidade cultural brasileira

CADU DE CASTRO/PULSAR IMAGENS

Orientações

Indígenas da etnia enawenê-nawê durante o ritual de musical do Yãkua. Juína (Mato Grosso), 2020. Artesã indígena da etnia guarani mbyá confecciona cesto com palha de taquara. Itanhaém (São Paulo), 2021.

• Reúnam-se em grupos e, juntos, pesquisem um ritual de dança e música indígena. Procurem descobrir em que ocasiões esse evento ocorre e qual acontecimento é sua motivação. Percebam também quais são as vestimentas e os adereços utilizados. Depois da pesquisa pronta, organizem todas as informações obtidas e, no dia marcado pelo professor, apresentem os resultados aos colegas. 124

Para o professor Para aprofundar seus conhecimentos sobre diversidade cultural indígena e outros elementos para discussão em aula, indicamos a leitura: • Museu do índio, FUNAI. A Diversidade Cultural dos Povos Indígenas. Disponível em: http://www.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/251-a-diversidade-cultural-dos-povos-indigenas. Acesso em: 14 ago. 2021. Turminha MPF. A diversidade da cultura indígena. Disponível em: https://turminha.mpf.mp.br/explore/comunidade-indigena. Acesso em: 14 ago. 2021.

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Heranças africanas na cultura brasileira

Orientações

Assim como herdamos muitos conhecimentos e cultura dos povos nativos, a cultura brasileira também foi fortemente influenciada pelos africanos, que durante mais de trezentos anos foram trazidos à força para trabalhar no nosso país na condição de escravizados.

Segundo o texto, nos navios vieram reis, rainhas, grandes líderes, artesãos, pensadores e toda sorte de intelectuais, despidos de suas profissões, nomes e tudo que identificassem a sua origem e a sua identidade. Os conhecimentos especializados que possuíam vieram com eles e apesar da escravidão usaram esses conhecimentos para onde foram enviados.

Nos Sombrios Navios Negreiros foram trazidos seres humanos para serem escravizados. Nos sombrios navios, vieram reis, rainhas, grandes líderes, artesãos, pensadores e toda sorte de intelectuais, despidos de suas profissões, nomes e tudo que identificassem a sua origem e a sua identidade. Trouxeram em sua consciência toda a sua experiência, arte e cultura, para partilhar com os seus sucessores e, assim, perpetuar a sua existência, pois a oralidade é a marca forte da etnia negra. Não há como falar ou pensar na construção de nosso País e não lembrar que milhões de negros ajudaram nessa construção, inclusive, muitas dessas construções e criações feitas por eles não eram reveladas, deixando-os no anonimato.

Não, pois o escravo não era visto como um trabalhador especializado, era visto como uma propriedade.

Sumaya Mattar, Clarissa Suzuki, Maria Pinheiro (org.). A lei 11.645/08 nas artes e na educação [recurso eletrônico]: perspectivas indígenas e afro-brasileiras. São Paulo: ECA-USP, 2020. p. 19-20.

1 Segundo o texto, que experiências e conhecimentos os africanos trouxeram para o Brasil?

Trouxeram em sua consciência toda a sua experiência, arte e cultura, para partilhar com os seus sucessores e, assim, perpetuar a sua existência, pois a oralidade é a marca forte da etnia negra.

2 Essa história de origem foi valorizada como deveria? Explique. 3 O que os africanos que vieram ao Brasil trouxeram consigo? 4 Observe as fotografias a seguir e responda: É possível falar em identidade brasileira POR PAULO VILELA/SHUTTERSTOCK

ANDRE SILVA PINTO/SHUTTERSTOCK

sem falar dos milhões de africanos que aqui chegaram?

Capoeira.

Não, a identidade brasileira é formada pelos vários povos e culturas que aqui chegaram, inclusive os africanos e também pelos que aqui já existiam, como os indígenas.

Acarajé. 125

125


Orientações Os conhecedores indígenas do rio Tiquié narram o ciclo anual tendo como principal referência as constelações astronômicas (ñokoa wametise, em tukano, e ñokoa wametire, em tuyuka; literamente “estrelas nomeadas”), a maior parte delas situada próxima do equador celeste.

De olho no tempo Diferentes culturas, diferentes calendários Ao longo do tempo e em diferentes lugares, sociedades desenvolveram calendários para organizar suas rotinas e a contagem de tempo. Conheça a seguir dois deles. Um calendário indígena Os conhecedores indígenas do rio Tiquié narram o ciclo anual tendo como principal referência as constelações astronômicas (ñokoa wametise, em tukano, e ñokoa wametire, em tuyuka; lit. “estrelas nomeadas”), a maior parte delas situada próxima do equador celeste. Em suas narrativas de origem, cada constelação está associada a algum episódio da criação do mundo. Enchentes ou cheias – que correspondem a repiquetes do rio – são chamadas genericamente poero ou pue (nas línguas tukano e tuyuka, respectivamente). O termo, posposto ao nome de uma constelação – a que está se pondo no começo da noite durante esse período específico (quando no ocaso da constelação, ela se torna visível ao escurecer) –, nomeia as estações chuvosas específicas, consideradas dias de inverno. Costuma-se dizer que, “ao cair”, uma constelação faz o estrondo de um trovão, e começa a chuva. Como o rio Tiquié está sob a linha do equador, não há variações significativas no horário de ocaso das constelações.

Em suas narrativas de origem, cada constelação está associada a algum episódio da criação do mundo. Enchentes ou cheias - que correspondem a repiquetes do rio - são chamadas genericamente poero ou pue (nas línguas tukano e tuyuka respectivamente). Sim, pois eles observam as constelações, as épocas de chuvas, as cheias dos rios.

Aloisio Cabalzar (org.). Ciclos anuais no Rio Tiquié: pesquisas colaborativas e manejo ambiental no noroeste amazônico. São Paulo: Instituto Socioambiental; São Gabriel da Cachoeira, AM: FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, 2016. p. 15. Disponível em: https:// acervo.socioambiental.org/sites/default/files/publications/0AL00037_1.pdf. Acesso em: 25 jul. 2021.

1. Que conhecimentos os indígenas do rio Tiquié utilizam para conceber seu calendário anual? 2. O que o texto afirma sobre as narrativas de origem desse povo? 3. Como são chamadas as enchentes ou cheias do rio? 4. Podemos afirmar que os indígenas do rio Tiquié têm suas atividades cotidianas ligadas aos movimentos da natureza e às estações do ano? Justifique sua resposta usando elementos do texto. 126

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Um calendário africano

Orientações É importante que o estudante reconheça o calendário gregoriano – que é o nosso calendário – e que consiga fazer comparações com outros, como o Etíope.

BESIDES THE OBVIOUS/SHUTTERSTOCK

O calendário etíope ou calendário eritreu é o principal calendário utilizado na Etiópia, cuja organização é próxima do calendário juliano devido à semelhança entre os cálculos astronômicos utilizados. Apresentação musical em celebração de Ano Novo em Por ser um calendário Lalibela, Etiópia, 2012. solar, sua contagem do tempo leva em consideração a duração do movimento da Terra em torno do Sol, que simboliza um ano solar. Ao todo, o ano tem 13 meses, sendo 12 meses com 30 dias e o último mês com apenas 5 dias. A cada quatro anos ocorre um ano bissexto e o 13o mês recebe um dia a mais. Uma curiosidade sobre esse calendário é que a data do nascimento de Jesus difere da qual conhecemos. Para os etíopes, Jesus nasceu 7 anos antes do que o calculado no calendário gregoriano. Os cálculos alternativos do calendário etíope também são aplicados no início de um ano. Para eles, o ano inicia quando no calendário gregoriano estamos em 11 de setembro, ou 12 de setembro nos anos bissextos. Essas diferenças de cálculo fazem com que o calendário esteja entre 7 e 8 anos atrasado em relação ao gregoriano.

8 tipos de calendários utilizados no mundo. Calendarr, [s.d]. Disponível em: https://www.calendarr.com/brasil/tipos-de-calendarios/ Acesso em: 25 jul. 2021.

5. Compare o calendário etíope com o calendário que utilizamos no dia a dia. Quais são as principais diferenças? Copie o quadro a seguir no caderno e preencha-o com essa comparação. Calendário

Solar ou lunar

Meses e dias

Correções

Marco inicial

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Para ampliar Discuta com os estudantes o surgimento do calendário, a importância do seu uso no cotidiano, a importância para a agricultura, para a organização das tarefas, para o mundo do trabalho. Ressalte que há calendários de diferentes origens e culturas, solares e lunares e que o nosso calendário é o gregoriano.

127


Orientações

Juntar saberes

Aqui os estudantes devem identificar palavras do nosso cotidiano que são de origem africana. Cafuné, caçula, maracujá são palavras comuns em nosso dia a dia.

1 São muitas as palavras do cotidiano que são heranças de línguas e culturas africanas.

Observe: cafuné

Alguns exemplos de palavras de origem africana relacionadas a música, culinária e religiosidade afro-brasileiras: agogô, vatapá, orixá, oxalá dentre tantas outras.

dengo capivara

moleque caçula maracujá dendê axé muvuca cuíca

quitanda abadá

ubá

a) O quadro acima apresenta algumas palavras da língua portuguesa de origem africana. Quais você conhece e usa no cotidiano? b) Pesquise no dicionário outras palavras de origem africana que fazem parte do nosso vocabulário. c) Que outras contribuições da cultura africana estão presentes no seu dia a dia?

PATTERN_REPEAT/SHUTTERSTOCK

A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.

ISMAR INGBER/PULSAR IMAGENS

2 As imagens a seguir representam alguns dos itens das palavras da atividade anterior.

PHOTOONGRAPHY/SHUTTERSTOCK

Cuíca.

Azeite de dendê.

Maracujá.

a) Qual é a função de cada um dos itens mencionados? b) No cotidiano, você tem contato com esses itens? Compartilhe com os colegas. 128

128


3 Leia o texto a seguir e, depois, faça o que se pede.

Orientações Respostas pessoais. Incentive a discussão desse elemento de identidade e sua relação com o cotidiano.

Você sabe dizer por que temos o hábito de tomar banho todos os dias? Ou por que gostamos de comidas à base de milho, mandioca, batata-doce, palmito e frutas, como o guaraná? Esses e muitos outros costumes foram herdados dos índios, os primeiros habitantes do Brasil. Eles também nos presentearam com a rede, a canoa e a jangada, entre outros itens. Transformam argila em utensílios e deram origem a muitas palavras do nosso vocabulário, como pipoca, gambá e Sergipe, além de nos ensinar a como retirar da natureza as plantas, que foram transformadas em remédios.

Foram legados dos povos indígenas diversos conhecimentos de ambiente, alimentação, saúde, transporte e diversas ferramentas cotidianas.

Tauana Marin. Cultura que herdamos dos índios. CEERT. Disponível em: https://ceert.org.br/ noticias/historia-cultura-arte/11212/cultura-que-herdamos-dos-indios. Acesso em: 8 ago. 2021.

a) Você sabia que nossa relação com a água e com o banho diário vem dos indígenas? Já havia ouvido falar sobre isso? Compartilhe com os colegas. b) Que outros conhecimentos os indígenas nos legaram que foram citados no texto? c) Você lembra o significado da palavra legado, que foi discutida nesta unidade? Escreva como você explicaria esse conceito para os seus familiares. d) Pesquise se no seu município há aldeias indígenas. Registre o nome dessas aldeias e como os moradores delas vivem. 4 Leia o texto a seguir. Depois, responda às perguntas.

Incentive os estudantes a expressarem como entendem a ideia de legado a partir de suas próprias palavras. Oriente os estudantes para buscarem informações confiáveis e atualizadas. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a darem exemplos a partir de suas vivências individuais e familiares.

Quando se fala em memória, não estamos nos referindo apenas à memória individual. Isso porque também podemos falar em memórias coletivas, formadas pelos costumes, hábitos, saberes, festas, comemorações, lugares, construções e fatos compartilhados pelos habitantes de uma determinada localidade. [...] Esse tipo de memória ajuda a construir a identidade das pessoas que moram nessas localidades. Flávio Berutti; Adhemar Marques. Ensinar e aprender História. Belo Horizonte: RHJ, 2009.

a) O que você entende por memória individual? Converse com a turma e o professor. b) Como o texto define memória coletiva?

O texto define como memória coletiva a partir de diversos exemplos de vivências compartilhadas por uma comunidade: costumes, hábitos, saberes, festas, comemorações, lugares, os acontecimentos e como estes são percebidos coletivamente.

c) Segundo o texto, como a identidade é construída? 129

Segundo o texto, as identidades são construídas a partir das memórias coletivas.

Avaliação formativa Ao concluir os estudos nesta Unidade, verifique: 1. Quais informações prévias e quais suas fontes (como filmes) os estudantes tinham sobre as identidades em discussão? 2. Em que as informações prévias dos estudantes de alguma forma auxiliaram a ilustrar as aulas ou criaram desafios para rediscutir ideias preestabelecidas? 3. Os estudantes estabeleceram relações entre o passado e questões atuais de identidade?

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Sobre esta unidade Nesta Unidade trabalhamos com o conceito de patrimônio histórico e cultural associando-o às sociedades que estudamos ao longo do ano. Também serão discutidas as mudanças na forma como percebemos o passado. A proposta é debater como diferentes culturas, religiões e diversas formas de trabalho fazem parte da história de toda a humanidade, mas porque se valoriza “mais uma história do que a outra”.

8

UNIDADE

Memória e patrimônio da humanidade

Você pode, ao longo desta Unidade, fazer aproximações com a história dos próprios estudantes: O que sabemos do nosso próprio passado? De onde vieram nossos pais, nossos avós? Como era a cidade ou o lugar de onde vieram no “tempo deles”? Ao verem fotos desses lugares, o que contam?

Proposta pedagógica O trabalho com a unidade irá exercitar nos estudantes a curiosidade intelectual para que recorram a abordagens próprias das Ciências Humanas, como reflexão e análise crítica. A partir da conceituação de patrimônio, os estudantes reconhecem a importância de valorizá-los e preservá-los como marcos de memória importantes para a humanidade.

Vista interna do Museu da Língua Portuguesa. São Paulo (São Paulo), 2013. 130

Objetivos da unidade • Apresentar exemplos de patrimônio histórico e cultural, sua localização e condições de preservação. • Discutir a ideia de legado e a valorização maior de algumas narrativas e patrimônios em relação a outros. • Sensibilizar os estudantes para a temática do patrimônio histórico mundial e local. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 7 E F 0 5 H I 1 0

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LEO BURGOS/PULSAR IMAGENS

Orientações Espera-se que os estudantes mencionem a importância da língua portuguesa como língua oficial do Brasil. Destaque que se trata de um museu bastante interativo e tecnológico, buscando mostrar e valorizar a diversidade da língua portuguesa através de experiências sensoriais. É um ótimo ambiente para introduzir o conceito de patrimônio imaterial. Artefatos, objetos, utensílios antigos ou de referência, arte antiga ou contemporânea, pode ser mediado por tecnologias. Ajude os estudantes a ampliar as opções de sugestões de museus para a cidade ou bairro dando exemplos de museus que tem como foco a cultura imaterial, como é o caso do Museu da Pessoa.

Para começar...

Respostas pessoais.

1. Em sua opinião, por que existe um museu dedicado à língua portuguesa no Brasil? 2. O que você acha que pode estar exposto em um museu? 3. Qual museu você gostaria que tivesse na sua cidade? Por quê? 131

Pré-requisitos • Saber identificar mudanças e permanências na história da humanidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória. • Reconhecer variadas fontes históricas: relatos orais, objetos, escrita, entre outros.

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1 Patrimônio plural

Orientações Explique aos estudantes que, quando falamos em “patrimônio plural”, estamos falando de reconhecer a importância de todas as culturas presentes em um país para a formação da identidade de seus povos. Isso vale ainda mais para os países do continente americano, o Brasil em especial. Embora tenham sido colonizados por europeus, todos os países americanos têm a rica experiência humana dos povos nativos e a contribuição cultural africana – além de terem recebido (e ainda receberem) imigrantes de todos os locais do mundo. Habilidades trabalhadas: EF05HI06

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Todos os anos milhares de turistas visitam o Egito, a Grécia e muitos outros países para conhecer os vestígios da nossa história. Muitas pessoas viajam em busca de conhecimento do nosso passado, procurando conhecer mais da história em que pequenos reinos e grandes impérios interagiam, e onde, além de monumentos para deuses e soberanos, surgiram e se desenvolveram uma diversidade de povos. Para que possamos continuar tendo essas experiências, e para que as gerações futuras também as tenham, é importante promover o reconhecimento e a visibilidade desse patrimônio plural e diverso entre todas as pessoas. Essa nova concepção da história e de seus patrimônios requer uma mundança que atinge dos pesquisadores aos turistas, mas passa principalmente pelas comunidades locais que convivem diariamente com os sítios arqueológicos e podem fazer de tais locais parte de sua identidade e até encontrar opções de trabalho vinculadas à sua preservação e ao turismo. Os patrimônios da humanidade não são apenas ruínas distantes e objetos antigos encontrados exclusivamente em museus. Além do interesse de pesquisadores e turistas, muitos patrimônios representam uma possibilidade de as comunidades locais repensarem a própria identidade. A valorização do patrimônio, sua divulgação e a conscientização ajudam a conferir dignidade e empoderamento às comunidades das quais fazem parte. MEUNIERD/SHUTTERSTOCK

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Turistas visitando a esfinge e as pirâmides de Gizé, no Egito. A visita a monumentos e sítios arqueológicos é uma das maiores fontes de trabalho e renda para pessoas de muitas regiões do Egito atual. 1 Você sabe o que é patrimônio e qual é a importância dele para o nosso país e para o mundo? Resposta pessoal. 2 O que você entende por patrimônio plural? Espera-se que os estudantes compreendam que patrimônio plural é aquele que é diverso, como o brasileiro, que possui grande riqueza e diversidade. 132

Para ampliar É possível fazer visitas virtuais a diversos patrimônios culturais da humanidade reconhecidos pela Unesco por meio de sites diverso. Como as informações, muitas vezes, estão em inglês, sugerimos que a visita virtual seja explorada em conjunto, na sala de aula, guiada pelo professor. Mesmo que não haja familiaridade com a língua, a navegação tende a ser intuitiva e pode ser uma experiência muito interessante.

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2 Patrimônio cultural

Orientações

Quando falamos em memória e patrimônio da humanidade, estamos nos referindo a um conjunto de bens materiais e imateriais que todos os cidadãos devem preservar. No caso do Brasil, temos uma grande diversidade regional e cultural que se reflete em nosso patrimônio histórico, cultural e artístico. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216, ampliou o conceito de patrimônio estabelecido pelo Decreto-lei no 25, de 30 de novembro de 1937, substituindo a denominação Patrimônio Histórico e Artístico por Patrimônio Cultural Brasileiro. Isso para que os bens imateriais também pudessem ser valorizados. Para compreender melhor a importância dessa mudança, é importante relembrar alguns conceitos históricos: • Memória é a capacidade de armazenar informações. A memória pessoal alimenta-se da memória coletiva e histórica, constituída pelo indivíduo em sua relação com os grupos sociais que interagem no cotidiano. A memória é um importante meio de recuperação da história, por meio de métodos utilizados pelos pesquisadores de história oral. A história oral valoriza a entrevista, a conversa com pessoas que podem ter testemunhado acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea.

Relembre com os estudantes o que aprenderam sobre a Constituição Federal de 1988. Diga a eles que, além de garantir os direitos básicos a todos os cidadãos, como viram na Unidade 6, o documento ainda ampliou o conceito de patrimônio que já existia na legislação vigente. É necessário que os estudantes compreendam a importância de patrimônios para a História e evidenciar que eles estão previstos em leis e na própria Constituição, pode dar a eles ela dimensão esperada.

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS

• Cultura material e imaterial são dois tipos de patrimônio cultural que expressam a história, os costumes, as características de determinado grupo, povo ou região. A cultura material é composta de elementos concretos, como construções e artefatos ou objetos artísticos. Já a cultura imaterial é relacionada a elementos abstratos, como hábitos, rituais e crenças.

Reunião de grupo de jongo, expressão da cultura afro-brasileira que reúne música, dança e celebração dos antepassados. Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro), 2019.

• No lugar onde você mora, o que pode ser considerado patrimônio cultural material e patrimônio cultural imaterial? Resposta pessoal. 133

Para o professor Indicações para aprofundamento sobre os temas: memória, história, educação e museus. • LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990. (Coleção Repertórios) • Educação - museus - educação, artigo de Margarida Lima de Faria recomendada pelo portal Dia a Dia Educação da Secretaria da Educação do Paraná. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2011/historia/6faria_artigo.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021.

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De olho nas pistas

Orientações

Você conhece o site do Iphan? IPHAN

A fim de ampliar o tema da página anterior, nesta página os estudantes irão conhecer mais sobre o Iphan. O trabalho com esse conteúdo reforça ainda mais a noção de importância de patrimônios para os estudantes, uma vez que há um órgão especializado em mantê-los e preservá-los.

Home page do site do Iphan.

O Instituto do Patrimônio Histórico Artistico Nacional (Iphan) é o órgão governamental responsável pela preservação do patrimônio cultural vrasileiro. No site do Iphan (http://portal.iphan.gov.br) você pode explorar as várias manifestações culturais, artísticas e históricas de nosso país. Sabe por que é importante que você aprenda sobre nosso patrimônio cultural? Quanto antes aprender, mais você pode ajudar a preservá-lo. Além do site do Iphan, você pode acessar o site do Patrimônio Mundial (http://whc.unesco.org), que pertence à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e disponibiliza informações sobre os patrimônios culturais que são de importância para as pessoas de todo o mundo. A cidade de Ouro Preto (Minas Gerais), por exemplo, é classificada em Patrimônio Cultural Mundial. 134

Atividade complementar Peça aos estudantes que, em grupos, pesquisem mais sobre o Iphan e sobre os patrimônios materiais e imateriais do Brasil. Após a pesquisa, auxilie-os a organizar e sistematizar as informações que colheram. Por fim, peça a eles que elaborem uma apresentação para a turma – pode ser um cartaz, um folheto, um livro, ou até mesmo em formato digital, se a escola dispuser de equipamentos (cuide apenas para que não seja uma peça publicitária, que será desenvolvida ao final deste volume). Lembreos que no material que apresentarem deve conter uma breve explicação sobre a atuação do Iphan, diferenciação entre os tipos de patrimônios e informação completa dos patrimônios que escolherem (nome, localização, história etc.)

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3 Patrimônio vivo

Orientações Resposta pessoal. Caso tiver estudantes cuja família seja de outra cidade ou estado, pode ser uma oportunidade para a turma debater a recorrência da celebração pelo Brasil.

JABOTICABA IMAGES/SHUTTERSTOCK

Há muitos projetos no Brasil que buscam divulgar, valorizar e preservar o nosso “Patrimônio vivo”. Os projetos são acompanhados pelo Iphan e envolvem atividades de educação patrimonial junto a comunidades, promovendo uma consciência transformadora que busca o reconhecimento e a valorização do patrimônio cultural. O objetivo é recuperar a memória local e social, as tradições culturais e as manifestações arquitetônicas, incentivando novas práticas de preservação e salvaguarda do legado histórico. Você já viu uma comemoração católica que ocorre no feriado de Corpus Christi, no mês de junho? Esse é um exemplo que nos ajuda a compreender o que é Patrimônio vivo. Na preparação da festa, há diversos processos educativos, como os que estão presentes na feitura dos tapetes de serragens da festa que ocorre em diversas cidades brasileiras.

Corpus Christi significa Corpo de Cristo, portanto, trata-se de uma festa religiosa da Igreja Católica. Sua principal característica é a procissão realizada em vias públicas pelo Bispo ou o padre da igreja da região. Além da procissão, ainda são celebradas missas festinhas nas ruas. A população enfeita as ruas para a festa e também acompanha a procissão.

Vista de tapete elaborado para a celebração de Corpus Christi em Santana de Parnaíba (São Paulo), 2018. 1 Você já participou de uma festa de Corpus Christi? Se sim, em qual cidade? Resposta pessoal. 2 Quais são as características dessa festa? 3 Em que consiste a participação popular nessa comemoração? 135

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Orientações

O patrimônio cultural mundial brasileiro

Auxilie os estudantes na leitura do esquema das páginas, explicando a eles que devem ler na ordem cronológica dos acontecimentos. É um bom momento para trabalhar a avaliação continuada e verificar se consolidaram a aprendizagem relacionada à linha do tempo.

A Unesco é uma agência especializada das Organização das Nações Unidas (ONU) que tem, entre outros objetivos, o de incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade. Observe, a seguir, os patrimônios culturais brasileiros considerados Patrimônio Mundial.

Explique a eles que, em geral, nos municípios e estados, o patrimônio histórico e cultural está sob responsabilidade de órgãos ligados às secretarias de cultura, educação e turismo.

1980 Cidade Histórica de Ouro Preto

1987 Plano Piloto de Brasília

2010 Praça de São Francisco

1982 Centro Histórico de Olinda

1991 Parque Nacional da Serra da Capivara

2012 Paisagem cultural do Rio de Janeiro

1983 Missões Jesuíticas Guarani

1997 Centro Histórico de São Luís

2016 Conjunto Moderno da Pampulha

1985 Centro Histórico de Salvador

1999 Centro Histórico de Diamantina

2017 Sítio Arqueológico Cais do Valongo

1985 Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

2001 Centro Histórico de Goiás

Habilidades trabalhadas: EF05HI07

AYAH_ALE/SHUTTERSTOCK

EF05HI06

2019 Paraty e Ilha Grande

Fonte: Unesco. Patrimônio Mundial no Brasil. Disponível em: https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/world-heritage-brazil. Acesso em: 25 jul. 2021.

Em grupo, construam um painel em sala de aula com imagens e informações dos locais acima, destacando a importância da preservação dos bens culturais. Vocês podem fazer em forma de linha do tempo, apresentando as datas e os locais de tombamento. 136

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Bens tombados

Orientação

Todos os patrimônios que você estudou são protegidos por lei. A proteção deles é garantida logo após esses patrimônios serem tombados. Você sabe o que é tombamento?

A proposta dessa página é um excelente momento para trabalhar com os estudantes a fluência em leitura oral. Para isso, organize os estudantes para que façam a leitura em voz alta do texto (você pode dividi-los em pequenos trechos). Se necessário, repita a leitura do texto para que todos tenham a chance de ler, a repetição também os ajudará a compreender o texto com maior facilidade.

O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. Em âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro de 1937, o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e o primeiro das Américas, e cujos preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias. De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é definido como um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou criados pela indústria humana. A palavra tombo, significando registro, começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa. Com o passar do tempo, o local passou a ser chamado de Torre do Tombo. Ali eram guardados os livros de registros especiais ou livros do tombo. No Brasil, como uma deferência, o Decreto-Lei adotou tais expressões para que todo o bem material passível de acautelamento, por meio do ato administrativo do tombamento, seja inscrito no Livro do Tombo correspondente. Bens tombados. Iphan. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/126. Acesso em: 25 jul. 2021.

Em um segundo momento, peça que respondam as atividades de forma individual e em uma folha à parte. Avalie as respostas e verifique não só se estão corretas como também a produção de escrita deles, a compreensão que tiveram do texto e se conseguiram localizar e retirar informações explícitas do texto, além de interpretar ideias e informações. Ao final do 5º ano, é esperado que eles tenham desenvolvido plenamente essas funções.

1 A partir do texto, o que você entendeu sobre o significado de tombamento histórico? O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. 2 O que significa dizer que um bem é tombado? 3. De acordo com o Decreto, o Patrimônio Cultural é Que está protegido pela legislação e por decretos e pode definido como um conjunto de bens móveis e imóveis receber apoio e verbas para sua proteção. 3 Quais são os bens sujeitos a um tombamento? existentes no País e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, sítios e paisagens que 4 Qual é a origem histórica do conceito de tombamento? importe conservar e proteger pela A palavra tombo, significando registro, começou a ser empregada pelo Arquivo feição notável com que tenham sido Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente 137 dotados pela natureza ou criados instalado em uma das torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa. pela indústria humana. Com o passar do tempo, o local passou a ser chamado de Torre do Tombo.

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Orientações

Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resultado do trabalho deles e de seus pensamentos. [...] Uma casa qualquer [...] é claramente um produto cultural, porque é feita pelos homens. A mesma coisa se pode dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estas são coisas da cultura material, que se pode ver, medir pesar. Há, também, para complicar, as coisas da cultura imaterial [...]. A falta. Por exemplo, que se revela quando a gente conversa, [...] é criação cultural. [...] Além da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais, porque inventadas pelos homens e transmitidas uns aos outros através das gerações. Darcy Ribeiro. Noções de coisas. São Paulo: FTD, 1995. p. 34

a) Segundo o texto, o que é cultura? Chama-se cultura tudo o que é feito pelos seres humanos, ou resultado do trabalho deles e de seus pensamentos.

b) Qual é a definição de cultura material?

Cultura material é tudo o que se pode ver, medir e pesar.

c) Qual é a definição de cultura imaterial?

Cultura imaterial são todas as criações culturais inventadas pelos seres humanos que não podem ser tocadas e são transmitidas de geração em geração, como a fala, as crenças e as artes.

2 Observe as fotografias a seguir. Elas retratam bens do Patrimônio Mundial e Nacional.

Quais você consegue identificar? Discuta com o professor e os colegas. THIAGO ROCHA DOS SANTOS / ALAMY / FOTOARENA

As respostas são pessoais. Incentive-os as discutir entre si sobre o assunto, perguntando: Vocês conhecem os locais da imagem? O que sabem sobre eles? Depois, indique quais são os lugares/monumentos apresentados, perguntando a eles se, a partir dos nomes, ficou mais fácil o reconhecimento.

1 Leia o texto a seguir e responda:

Cristo Redentor. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).

Ruínas das Missões Jesuíticas Guaranis em São Miguel das Missões (Rio Grande do Sul).

Ruínas de Machu Picchu, no Peru. 138

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LEGENDA

ANTON_IVANOV/SHUTTERSTOCK

A fim de que essas atividades possam dar continuidade ao processo avaliativo, sugere-se que os estudantes sejam divididos em duplas ou trios para realização delas. Dessa forma, podem compartilhar entre si seus aprendizados e suas dúvidas. Nesse momento, percorra as duplas ou trios tirando as dúvidas e aguçando a percepção para os aprendizados dos estudantes.

Juntar saberes

TIAGO FRANCISCO/SHUTTERSTOCK

As atividades desta seção buscam organizar e oportunizar o aprendizado efetivo dos conteúdos discutidos ao longo da unidade. Assim, há questões mais diretas que buscam cobrir conceitos fundamentais e questões mais pessoais de forma a aproximar as ideias trabalhadas ao longo da unidade com a vida dos estudantes.


3 Chegou o momento de você pensar no patrimônio cultural de sua região. Indique três

elementos considerados patrimônio cultural da região em que você vive; em seguida, elabore uma proposta para preservação e divulgação desse bem. Você pode elaborar uma peça publicitária em que promova a preservação de bens culturais em sua cidade ou seu estado. 4 Leia a seguir o trecho de uma reportagem, observe a fotografia e responda às perguntas.

O que o Brasil perdeu com o incêndio do Museu Nacional? No dia 2 de setembro [de 2018], o Museu Nacional foi consumido por um incêndio de grandes proporções, no que já é considerado a maior tragédia museológica do Brasil. O acidente aconteceu justamente no ano em que a instituição comemorava 200 anos de existência. Funcionários avaliam que cerca de 90% do acervo em exposição foi consumido pelas chamas. “O dano é irreparável”, diz João Carlos Nara, diretor do Museu Nacional. Localizado no Rio de Janeiro, o museu é a instituição científica mais antiga do país e uma das mais importantes do mundo. Foi fundado pelo rei Dom João VI em 1818, e seu primeiro acervo surgiu a partir de doações da Família Imperial e de colecionadores particulares. Atualmente ele tinha o maior acervo da história natural da América Latina, com 20 milhões de itens. As peças tinham um valor incalculável e a maioria nunca mais poderá ser vista pessoalmente. Como um país pode salvaguardar a sua memória? O museu é o lugar onde se guardam coisas que são importantes para a história de um país, de uma época e de um povo. O museu perpetua um conhecimento adquirido através da pesquisa, preservação e a divulgação de bens materiais e imateriais.

Orientações Auxilie os estudantes a buscar os patrimônios da região em que vivem. É provável que o município não tenha patrimônios, por isso, sugere-se a ampliação da pesquisa para o estado em que vivem ou que a escola esteja localizada.

CELSO PUPO / FOTOARENA

Essa é mais uma atividade que vai ajudá-lo a identificar se os estudantes desenvolveram plenamente as funções de localizar e retirar informação explícita de textos e interpretar e relacionar ideias e informação.

Carolina Cunha. Ciência – o que o Brasil perdeu com o incêndio do Museu Nacional? Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/ atualidades/ciencia-o-que-o-brasil-perdeu-com-o-incendio-domuseu-nacional.htm. Acesso em: 25 jul. 2021.

Vista realizada no Quinta da Boa Vista, onde se vê o incêndio no Museu Nacional. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), 2 set. 2018.

a) O que a imagem do incêndio no Museu Nacional provoca em você? Espera-se que os estudantes b) Quanto do acervo foi destruído? 90%

reflitam sobre a tristeza de ver nosso patrimônio sendo destruído.

c) Quem fundou o Museu Nacional? De que era composto seu acervo? Foi fundado por

dom João VI, em 1818. O acervo surgiu

d) Segundo a reportagem, qual é a importância do museu? a partir de doações da Família Imperial e

O museu é o lugar onde se guardam objetos e conhecimentos que são importantes para a história de um povo e perpetua o conhecimento por meio da pesquisa, da preservação e da divulgação de bens materiais e imateriais.

de colecionadores particulares.

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Avaliação formativa Faça uma avaliação dos estudos nesta unidade e neste volume, considerando: 1. Houve uma sensibilização dos estudantes em relação à temática do patrimônio histórico? As atividades obtiveram um engajamento dos estudantes com as questões de preservação e educação patrimonial? 2. Quais mudanças de percepção dos estudantes em relação às sociedades estudadas puderam ser notadas?

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Orientações

História em ação

A proposta dessa seção é trabalhar com a linguagem publicitária, que faz parte dos conteúdos de Língua Portuguesa. Assim, se houver a possibilidade de envolver o colega dessa disciplina na atividade, isso pode enriquecê-la.

Agora que você conheceu um pouco mais sobre os patrimônios materiais e imateriais, é hora de partir para a ação. Em grupos, você e os colegas vão agir como equipes encarregadas de criar uma campanha de conscientização sobre os patrimônios da humanidade. Podemos chamar a campanha de Conheça o patrimônio de todos nós. Cada equipe deve criar pelo menos dois cartazes: um sobre um patrimônio da humanidade relacionado à história antiga ou dos povos nativos americanos e um a respeito de um patrimônio da humanidade no Brasil. MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO FEDERAL

Para a seleção dos patrimônios da Antiguidade, você pode definir a melhor abordagem para a turma: se deixa cada grupo escolher ou se faz um sorteio. Além dos exemplos apresentados neste capítulo, há fotos de patrimônios da humanidade (o que é indicado na legenda) também em outras unidades deste livro.

LÍNGUA PORTUGUESA

Habilidades trabalhadas: EF05HI06

EF05HI07

EF05HI09

Cartaz do Ministério da Cultura tendo como tema a arte wajapi, reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade.

EF05HI10

1o passo: Pesquisar, escolher e conhecer um pouco mais. Existem muitas opções de patrimônios a serem escolhidos. Aqui vão algumas sugestões de links com listas em português que podem ser consultadas. Antes de decidir, conversem com o professor. 1. Unesco — Patrimônio Mundial no Brasil: Disponível em: https://pt.unesco. org/fieldoffice/brasilia/expertise/world-heritage-brazil. Acesso em: 25 jul. 2021. 2. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: Disponível em: http://portal. iphan.gov.br/pagina/detalhes/71. Acesso em: 25 jul. 2021. 140

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ARTHUR FRANÇA/YAN

2o passo: Escolher as palavras certas. Para escolher as melhores palavras, o grupo deve fazer uma “chuva de ideias”, como os publicitários chamam as discussões para escolher as palavras-chave para as suas campanhas. Cada grupo deve se reunir separadamente, se possível, e cada membro deve dizer em voz alta as palavras que lhe vem à mente sobre os patrimônios escolhidos. Um membro do grupo deve escrever as ideias do grupo na lousa ou em uma folha de papel para que todos vejam. Nem todas as palavras serão escritas no cartaz final. Apenas as três mais importantes devem ficar em evidência, mas as demais podem ajudar num pequeno texto, para explicar um pouco mais sobre o patrimônio escolhido. As palavras-chave devem orientar o que queremos enfatizar no cartaz. Se um patrimônio está em perigo, então a preservação dele é urgente. Se é próximo de nós, podemos conhecer durante um passeio. Se é famoso e atrai turistas, talvez possamos viajar para conhecer. 3o passo: Fazer o cartaz. A partir das palavras anotadas, é hora de fazer os cartazes. Para isso, podem ser usadas folhas de papel Kraft para base e folhas de papel branco para desenhos e textos. Vale desenhar, escrever com várias cores, usar recortes de revistas e jornais, imagens da internet impressas, e outros materiais disponíveis, como retalhos; massas de modelar e caixas podem ser utilizados para criar formas e relevos, dando um “efeito 3D”. 4o passo: Expor os cartazes. Um cartaz só faz sentido se as pessoas puderem vê-lo e entendê-lo. Exponham os cartazes pela escola ou organizem um local para fixar todos eles juntos. Convidem colegas de outras turmas e, conversando com eles, confiram se entenderam a proposta dos cartazes e se ficaram curiosos para saber mais.

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Para ampliar Para trabalhar o aspecto emocional de uma campanha sobre patrimônio histórico e cultural, navegue no site do Museu Nacional do Futebol de Manchester (disponível em: https://www.nationalfootballmuseum.com/plan-your-visit/. Acesso em: 14 ago. 2021) e mostre a foto da sua fachada, onde estão escritas as palavras (em inglês): “Museu Nacional do Futebol”; “Drama”; “História”; “Habilidade”; “Arte”; “Fé”; “Estilo”; “Paixão”; “Futebol”. Pode-se também acessar a imagem da fachada facilmente por meio de uma busca por “museu futebol Manchester” ou pela mesma busca escolher a opção mapas para ver a localização do museu e imagens compartilhadas pelos visitantes.

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Sobre esta unidade

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS

1 Observe as fotografias a seguir. MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS

Neste momento retomamos parte dos conteúdos trabalhados ao longo deste ano e procuramos alinhar com questões atuais de cidadania e o direito de todos a um futuro. Procure colocar em discussão alguns problemas, mas também incentive a discussão de possíveis soluções.

PARA FINALIZAR

Objetivos da atividade

EF05HI01

EF05HI02

Crianças indígenas da etnia yanomami brincando em estrutura para construção de moradia. Barcelos (Amazonas), 2019.

Indígenas da etnia guarani mbya durante dança de agradecimento a Nhanderu. Maricá (Rio de Janeiro), 2021. CADU DE CASTRO/PULSAR IMAGENS

• Retomar o conceito de cultura e suas expressões. • Rediscutir o conceito de democracia, sua origem e atualidade. • Analisar imagens e vídeo a partir dos temas da cultura, cidadania e do impacto das atividades humanas. Habilidades trabalhadas: EF05HI09

Orientações Diversos povos indígenas habitavam o Brasil antes da chegada dos navegadores portugueses. Indígenas da etnia guarani ensinado os filhos a pescar. Bertioga (São Paulo), 2021.

É possível ver que diversas atividades e costumes da cultura indígena seguem sendo praticados e preservados, mesmo quando há alguma adoção de hábitos de outras culturas.

a) Quem ocupava o Brasil antes da chegada dos portugueses? Como e onde essas pessoas viviam? b) Pelas fotografias, podemos afirmar que há continuidade de culturas e costumes ancestrais desses grupos? c) Quais são os direitos dos indígenas brasileiros na atualidade? 142

Os indígenas têm garantido o direito à preservação da sua cultura e hábitos ancestrais. Parte significativa dos territórios indígenas estão hoje protegidos pela legislação e garantidos para as gerações futuras.

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Objetivos da unidade • Apresentar exemplos de patrimônio histórico e cultural, sua localização e condições de preservação. • Discutir a ideia de legado e a valorização maior de algumas narrativas e patrimônios em relação a outros. • Sensibilizar os estudantes para a temática do patrimônio histórico mundial e local. Habilidades trabalhadas: E F 0 5 H I 0 7 E F 0 5 H I 1 0


2 Qual é o conceito de democracia? Onde essa ideia surgiu?

Orientações ELNUR/SHUTTERSTOCK

3 Observe as imagens a seguir.

Economia linear

Manufatura

Consumo

Descarte

NLSHOP/SHUTTERSTOCK

PARIS FILMES

Recursos

O conceito de democracia surgiu na Grécia e, como vimos durante os estudos neste ano, seu significado mudou com o tempo e a transformação das sociedades. Atualmente uma democracia pressupõe um governo do povo ou que o poder provém do povo. Isso se dá principalmente através de eleições, mas também pelo conjunto de direitos garantidos ao cidadão pela Constituição. As imagens a princípio sugerem que a produção e consumo geram resíduos e lixo e o que antes desejávamos se torna indesejável. Discuta as diferentes percepções dos estudantes.

Capa de DVD do documentário Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, 2011.

a) O que as imagens acima nos dizem sobre o consumo de produtos na sociedade contemporânea? b) De que forma o consumo desenfreado impacta a paisagem? Esse impacto chega apenas às áreas urbanas? Explique. c) Em grupo, leiam sobre o documentário Lixo Extraordinário e, depois, assistam-no. Você pode assistir em casa ou o professor pode selecionar trechos para compartilhar com a turma. Observe a crítica que os trabalhadores do lixão fazem à sociedade de consumo. d) Qual foi o impacto das imagens e do documentário em você? Ao comprar produtos no cotidiano e ao descartar objetos no lixo, como você se sente? Você pensa no trajeto desse lixo? E no trajeto do produto até chegar a você? 143

Embora seja mais evidente nas áreas urbanas, os impactos do consumo podem ser percebidos nas mais diferentes paisagens. Muitas vezes lixões nas periferias das cidades poluem fontes de água nas zonas rurais e tanto boa parte do lixo chega até as praias, através da chuva, do vento e de turistas sem consideração. Se a escola dispuser de equipamentos, ainda é possível assistir ao documentário pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8&t=4955s (acesso em: 14 ago. 2021) Nesse caso, oriente os estudantes a observar especialmente os trechos de 25min25 a 28min27 e 35min05 a 36min58. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a debaterem suas diferentes experiências e percepções.

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