www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 418 | Periodicidade Quinzenal | 31 de Outubro de 2022 | Preço 4,00 Euros • Marvão homenageia o castanheiro e a castanha DOP da região • Carrazedo de Montenegro recebe XXV Feira da Castanha Judia • Lage Grande recebe Feira do Porco e do Enchido de Meruge • Aguiar da Beira promove Roteiro Gastronómico do Míscaro Pelos caminhos e sabores do interior! Expo Mêda promove atividades económicas do concelho
Mangualde vai receber mais uma edição da Feira dos San tos, no fim de semana de 5 e 6 de novembro, num certame que este ano envolve várias outros eventos que mostram as po tencialidades do concelho nas suas mais diversas áreas, nos domínios, industrial, comercial e agrícola. O presidente da Câ mara diz que vai ser “um gran de momento para Mangualde e para a região”
Expo Mêda promove atividades económicas do concelho
Marvão homenageia o castanheiro e a castanha DOP da região
de Montenegro recebe XXV Feira da Castanha Judia
DOP “Soutos da Lapa” com quebra de produção a rondar
António Zambujo é cabeça de cartaz nas Festas de Torres Vedras
Grande volta a receber a Feira do Porco e do Enchido de Meruge
promove I Festival dos Produtos Durienses
Feira dos Santos “vai ser um grande momento para Mangualde
para a região”
da Beira promove Roteiro Gastronómico do Míscaro
restaurantes do concelho
tem 326 variedades fruteiras registadas
da Golegã celebra o Cavalo e o São Martinho
da Agricultura destacou importância “nacional do setor das pequenas bagas”
Nuno Melo e a água
é um dos países da europa mais ameaçado pela falta de água
alerta para níveis preocupantes de degradação dos rios
todo o mundo
cria grupo de trabalho para o setor das flores e plantas
Ibérico de Azeites Virgem Extra vai decorrer em Beja
Luso-espanhol de Pecuária Extensiva vai refletir o presente
futuro do setor
do Porco Alentejano 2023 vai decorrer de 24 a 26 de março
de cogumelos silvestres está atrasada em Trás-os-Montes
de Cavaleiros aposta na gastronomia e nas caminhadas
próximos meses
Festa do Cante celebra oito anos de Património Mundial da UNESCO
Serpa e Lisboa
Ano XIX | N.º 418 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Ana Pinto Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores. FICHA TÉCNICA sumário 04 XII
06
08 Carrazedo
10 Castanha
70% 12
14 Lage
16 Sabrosa
17 A
e
19 Aguiar
em 12
20 Portugal
22 Município
25 Ministra
26 Opinião:
27 Portugal
28 Estudo
em
30 Governo
ornamentais 32 X Concurso
33 Congresso
e o
35 Feira
36 Apanha
37 Macedo
nos
38
em
FEIRA
DOS SANTOS “VAI SER UM GRANDE MOMENTO PARA MANGUALDE E PARA A REGIÃO”
XII Expo Mêda divulga atividades económicas do concelho
O Município da Mêda vai promover de 11 a 13 de novembro a XII Expo Mêda – Feira de Atividades Económicas, evento que pretende dinamizar e desenvolver o setor produtivo do concelho e da região e que terá lugar na nave de exposições do mercado municipal e zonas envolventes.
O certame contará com perto de uma centena de expositores nas diferentes áreas de atividades, com destaque para o setor primário do concelho onde pontificam o vinho, o azeite, a castanha, os frutos se cos, o mel e outros produtos da terra.
Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara da Mêda diz que vão ser três dias “de muito dinamismo, muitas atividades e muitos visitantes”. João Mourato está apostado em voltar a colocar o concelho num patamar em que já esteve. “Há que dar um novo empolgamento e dinamismo ao con celho e criar condições para que a Mêda volte a res surgir e a constar do mapa”, afirmou o autarca.
Gazeta Rural (GR): Vai reeditar a Expo Mêda. O que vai ser este certame?
João Mourato (JM): Vão ser três dias de muito dinamismo, muitas atividades e, espero, muitos visitantes. Temos uma co missão organizadora pequena, mas muito dinâmica, e espera mos perto de uma centena de expositores.
O certame vai abrir a 11 de novembro, Dia do Município, com a inauguração marcada para as 14,30 horas. O dia começará com uma sessão solene na Câmara Municipal, que será presidida pela senhora Ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, nossa conterrânea, cerimónia que contará com a entrega de medalha aos nossos funcionários, cerca de 20, com 20 e 25 anos de servi ço, e o descerramento das fotos dos presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal do mandato anterior, a que se seguirá um almoço de confraternização.
A Expo Mêda terá três tendas, uma nave de exposições, com stands institucionais, nomeadamente com a presença do municí pio de Cantanhede, que está geminado com a Meda, devido à liga ção do Marquês de Marialva e Conde de Cantanhede, que eram a mesma pessoa. Haverá uma tenda gigante para abarcar os exposi tores e uma terceira tenda destinada aos inúmeros eventos asso
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De 11 a 13 de novembro
ciados, como os espetáculos de Quim Barreiros, Cuca Roseta e Tiago Silva, que atuarão por esta ordem nos três dias, para além de outros artistas da região.
Haverá também um Festival de Cultura, nomeada mente com ranchos folclóricos, a atuação dos Pauli teiros de Miranda do Douro, uma banda de música e cantares do nosso concelho. Haverá magustos ao lon go dos três dias, bem como a visita de várias entidades, nomeadamente do presidente do PSD, Luis Montene gro, no dia 13.
GR: O que pretende com este evento?
mário, temos também a castanha, o azeite, a amêndoa, o mel, para além de outros produtos da terra, mas também um setor pecuário bastante significativo.
O concelho vive à volta disto e nós apoiamos estas atividades. As pessoas têm de sentir também o conforto da autarquia e é isso que nós queremos fazer, pois nada disto era feito.
Mas também temos algumas fragilidades, pois nem tudo são facilidades, mas nada se faz sem trabalho e estas atividades são fruto do esforço e do trabalho de muitas pessoas.
JM: Estive fora da Câmara durante 12 anos, noutras atividades, nomeadamente em Miranda do Corvo, onde fui presidente da Assembleia Municipal e Provedor. Os di rigentes locais e nacionais do PSD convidaram-me para vir ‘dar a volta ao texto’, como se costuma dizer. Com as dificuldades próprias de quem, como eu, estava fora há al gum tempo vencemos a Câmara, a Assembleia Municipal e as Juntas de Freguesia.
Agora há que resolver outras coisas, nomeadamente dar um novo empolgamento e dinamismo ao concelho, criar condições para que a Mêda volte a ressurgir e voltar a cons tar do mapa. Temos vindo a promover diversas atividades, no sentido de ‘mexer’ com o concelho, como a Feira Medie val, a Feira Rural, os Festivais de Folclore, entre outras. Esta mos a trabalhar no sentido de conseguir coadunar o ‘modus vivendi’ das pessoas da Mêda com a atualidade.
Na parte que me toca sou uma pessoa de trabalho. Consegui pôr a Meda numa situação invulgar na década de 90 do século XX, quando abri a construção, com um plano diretor municipal ajustado, e o concelho cresceu bastante. Saí em 2009 e houve uma fase se estagnação. Quero retomar o trajeto ascendente da Mêda, onde, sei, são precisas muitas coisas, mas temos todas as ferramentas necessárias para, por exemplo, se al guém quiser adquirir aqui um terreno o faça de uma forma muito mais barata que noutros municípios.
A Mêda será um dos concelhos do país onde o custo da habitação é mais barato e este é um dado que vamos apro veitar para atrair pessoas. Falta o empreendedorismo, mas estamos a trabalhar nesse sentido e a cativar empresários. Temos uma zona industrial em fase de execução, que deve estar concluída no próximo ano, com 20 lotes de terrenos onde se poderão instalar outras tantas empresas.
Temos apoiado as nossas IPSS, desde que tivessem lar, centro de dia ou serviço de apoio domiciliário, com um sub sídio de cinco mil euros, bem como as nossas escolas e as sociações.
GR: A Mêda é um território rural, que tem potencialidades diversas, desde logo o vinho, o azeite, a castanha e os frutos secos. Estes produtos podem ser as alavancas do desenvolvimento do concelho?
JM: Sem dúvida que sim. No vinho, para além da Adega Coo perativa, temos muitos produtores locais, que são uma riqueza extraordinária, talvez a maior que nós tenhamos. No setor pri
GR: A pandemia fez com que muita gente deixasse as grandes cidades e procurasse zonas periféricas ou rurais com boa qualidade de vida. Como sentiu esta situa ção no concelho?
JM: Bem. Houve muitas pessoas que deixaram a cida de ou o estrangeiro, que têm a suas reformas, e vieram viver para o nosso concelho. Há muita gente que tem feito essa opção e nós temos de cativar essas pessoas e promover alguns eventos que as façam sentir-se bem. A Mêda é uma cidade, é um meio urbano e tem tudo o que é necessário, nas diversas áreas, numa terra evoluída. Não terá tudo, mas tem o essencial para as pessoas vi verem de forma tranquila e com muita dignidade.
Ao longo do fim-de-semana de 12 e 13 de novembro Marvão transforma-se numa enorme montra do mundo rural, com três tradicionais magustos, um mercado de produtos locais, exposições, artesanato, gastronomia, doçaria e muita animação pelas ruas da vila. Nos Largos do Terreiro, de Santa Maria e do Pelourinho vão estar situados os três magustos, com a melhor cas tanha assada e vinho produzido do concelho de Marvão.
Será ainda possível encontrar artesãos que traba lham os bordados tradicionais com casca de casta nha, ou a cestaria em madeira de castanheiro. Um ar tesanato que tem como matéria-prima o castanheiro e que faz parte do património cultural marvanense. Em destaque, nestes dois dias, estará também uma exposição do fotógrafo Raúl Ladeira, que retrata o ci clo da castanha no concelho de Marvão. O certame conta com um programa de animação diversificado, com a presença de grupos folclóricos, de bombos, de música popular portuguesa, cante alentejano, fanfarras, charangas, uma tuna e animação circen se.
Para o palco principal, no Largo do Terreiro, es tão agendados espetáculos com Quim Roscas & Zeca Estacionâncio (dia 12) e Belito Campos (dia
Nos dias 12 e 13 de novembro
Marvão homenageia o castanheiro e a castanha
DOP da região
13), complementados com as atuações dos grupos do concelho Os Sabugueiros e Cant’Areias, que vão encerrar, com chave de ouro, a edição 2022 da rainha das festas de Marvão.
A entrada na Feira da Castanha tem um fim solidário (custa um euro) e a receita reverte, na sua totalidade, para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marvão. Para comodidade de quem visita a Feira da Casta nha, o Município e a Rodoviária do Alentejo disponibilizam, como habitualmente, um serviço de transporte coletivo re gular (custo de 2€ ida e volta), com pontos de partida na Por tagem, Santo António das Areias e Beirã.
Quinzena Gastronómica da Castanha em 15 restaurantes de Marvão
Paralelamente à Festa do Castanheiro - Feira da Castanha, realiza-se, entre os dias 12 e 27 de novembro, em quinze res taurantes aderentes do concelho, a Quinzena Gastronómica da Castanha, onde o visitante poderá deliciar-se com as melhores e mais variadas receitas, feitas à base deste fruto. Este iniciati va que pretende incentivar a utilização da castanha de Marvão na gastronomia, motivando a sua inclusão nas ementas e pra tos típicos dos restaurantes do concelho. Esta Quinzena Gas tronómica pretende ainda promover o concelho como “destino gastronómico de eleição”.
Um produto com Denominação de Origem Protegida
Com o intuito de preservar, valorizar e divulgar os produtos en dógenos do concelho, na festa em que a castanha é rainha, ao lon go daquele fim-de-semana celebra-se a colheita de um fruto de caraterísticas únicas, proporcionadas pelo microclima da Serra de São Mamede. A Castanha de Marvão, considerada pelas entidades que tutelam o setor como um produto de origem protegida (DOP), é um fruto circunscrito à área geográfica de Marvão, Castelo de Vide e Portalegre. Obtém-se a partir de castanheiros que, dada a sua lo calização, dão frutos de características e sabores únicos.
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O Município de Marvão promove, dias 12 e 13 de novembro, a trigésima oitava edição da Festa do Castanheiro - Feira da Castanha, em homenagem a uma espécie endógena do concelho e da região, o castanheiro, e o seu fruto, a castanha.
Carrazedo de Montenegro recebe
XXV Feira da Castanha Judia
Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, vai receber a XXV Feira da Castanha Judia, de 4 a 6 de novembro, evento que pretende promover e divulgar um fruto que é uma importante fonte de rendimento para muitas famílias daquele território.
A vereadora da Câmara de Valpaços, Teresa Pavão, disse que este certame ajuda a “escoar os produtos lo cais”, é um “incentivo à produção local” e permite “ala vancar a economia do concelho”.
Pelo recinto espalhar-se-ão 80 expositores, 50 dos quais terão à venda produtos endógenos como casta nha, vinho, azeite, mel ou folar. A autarca salientou que o programa da feira inclui a realização dos tradicionais magustos, um bolo de castanha de 600 quilos e ainda um concurso de castanha.
Perspetiva de quebra de produção, mas castanha é de “boa qualidade”
Em Valpaços perspetiva-se uma “quebra de pro dução” nesta campanha, principalmente por causa da seca que se fez sentir este ano, mas o fruto “é de grande qualidade”, de acordo com produtores e autarcas.
O presidente da Junta de Freguesia de Carraze do de Montenegro e Curros, concelho de Valpaços,
António Costa, disse que se prevê uma colheita na “ordem das oito a 10 mil toneladas” de castanha nesta zona inseri da na Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela. O autarca acrescentou que, num ano normal a produção é de cerca de “12 mil toneladas”.
A apanha da castanha começou um pouco mais tarde na zona de Valpaços e está a intensificar-se neste território onde se situa a maior mancha de castanha judia da Europa. Este é também um fruto que foi afetado pela seca que se fez sen tir este ano. A floração foi boa, mas o calor intenso que se fez sentir em julho e em agosto, aliado à falta de água, atingiu os ouriços, alguns dos quais caíram, mas o fruto que sobreviveu é, segundo afirmaram os autarcas e produtores, de “qualidade”. A chuva que caiu em setembro e nestes últimos dias ajudou o fruto e a árvore.
Para António Costa, esta é uma castanha que enche o olho de qualquer pessoa”, destacando as suas características de calibre, brilho e sabor. “Normalmente temos entre duas a três castanhas por ouriço e, neste caso, é uma e o resto não vingou, não houve possibilidade de elas se poderem desenvolver como deveria ser”, afirmou Gualberto Costa, produtor de castanha judia, na DOP Pa drela.
O agricultor fez também questão de salientar que a castanha que se está a colher é “de boa qualidade”, destacando as características da judia desde a “apresentação ao sabor”.
Neste território, para além da seca, também os incêndios atin giram os soutos e a falta de mão-de-obra é outra das dificuldades que os produtores têm de enfrentar, já que é preciso apanhar o fru
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Nos dias 04 a 06 de novembro, no concelho de Valpaços
to num curto espaço de tempo e a população deste território está muito envelhecida.
Produtores queixam-se de “grandes prejuízos” devido aos incêndios
Alguns produtores de castanha dos concelhos de Murça e Valpaços queixam-se de “quebras de produ ção” e um “grande prejuízo” devido ao incêndio que, em julho deste ano, deflagrou em Murça e se estendeu aos concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.
“Arderam-me castanheiros que tinham 30 anos e outros com 5, 6 anos que estavam a começar a dar cas tanha. Uma grande parte foi embora, ardeu”, afirmou Ernesto Eira, de 70 anos e agricultor em Curros, aldeia do concelho de Valpaços.
O produtor recordou o incêndio que deflagrou no con celho vizinho de Murça, a 17 de junho, que foi considera do o segundo maior do país e que queimou 7.184 hecta res. “Foi a primeira vez que eu vi o diabo à minha frente. Não foi fácil para quem viveu isto aqui”, contou.
O fogo atingiu-lhe 1.100 castanheiros do total de 2.300, mas salientou que a maior parte das árvores afetadas eram já adultas e já estavam a dar castanha. “É um prejuí zo bastante grande”, lamentou.
O incêndio destruiu muito trabalho feito nos últimos anos, como novas plantações, de onde esperava, nos próxi mos dois a três anos, colher “30 a 40 mil euros de castanha”. Ernesto Eira espera, agora, poder vir a ter uma “ajuda do Go verno” para “plantar novamente os soutos”. “Espero que o Estado ajude em pelo menos algumas despesas”, apontou.
A poucos quilómetros de distância, na aldeia de Jou, con celho de Murça, Gualberto Costa, disse que também perdeu “cerca de 300 dos 700 castanheiros” para o incêndio, árvores que “estavam “em plena produção”. “Este é um bom ano em qualidade, em quantidade é que é muito reduzido em função também dos incêndios que houve e de outras situações, por causa das alterações climáticas e por tudo isso, realmente, a produção é bastante mais reduzida”, salientou, frisando que estas são situações que se “têm que ultrapassar com resiliên cia”.
O produtor disse que as alterações climáticas neste território já são uma realidade e que têm tido “uma influência muito gran de nas produções”.
O ano fica também marcado pela seca e calor intenso, embora a chuva, que caiu em setembro e nestes últimos dias, tenha vin do dar uma ajuda ao fruto e à árvore. “Normalmente temos entre duas a três castanhas por ouriço e, neste caso, é uma e o resto não vingou, não houve possibilidade de elas se poderem dinami zar como deveria ser”, salientou.
O produtor fez questão de salientar que a castanha que se está a colher é “de boa qualidade”, destacando as características da ju dia desde a “apresentação ao sabor”.
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Castanha DOP
“Soutos da Lapa” com quebra de produção a rondar 80%
É um ano difícil para os produtores de castanha da região dos Soutos da Lapa. “A quebra da produ ção deve rondar os 80%”, afirmou o presidente da Câmara de Sernancelhe. Apesar disso, Carlos Silva garante que “a castanha que tem estado a cair dos castanheiros é de excelente qualidade”.
Neste sentido, o autarca de Sernancelhe entende a ne cessidade de a continuar a promover. “Não fazemos mais do que a nossa obrigação de ajudar a que este produto seja de excelência e continue a ser a forma de afirmar territó rios como o nosso por este mundo fora”, referiu Carlos Sil va, lamentando que estejamos, na última década, “a viver anos excecionais”, pois “se não uma coisa é outra, se não é pandemia é o bichado, é a vespa da galha ou as altera ções climáticas”.
Os produtores de castanha da região também lamen tam o ano agrícola. “Comparando com o ano passado, vamos ter 30% da produção, devido à seca e aos escal dões deste verão, porque o castanheiro não é uma árvo re que goste muito de calor”, disse Manuel Gomes. Para este produtor do concelho de Sernancelhe, “é bom que se mantenha esta humidade e não venham tempera turas muito quentes, porque acabariam por destruir a pouca produção, porque a castanha para se conservar deve ser apanhada assim, com esta humidade”. O pro dutor explicou que, “como não choveu e com todo o calor, o castanheiro acabou por não desenvolver, daí a quebra na ordem dos 70%”.
Uma queda que José Flora, outro produtor do con celho, disse sentir, uma vez que “só deve haver um terço de produção” nas suas árvores de fruto, “mas há alguns que estão a perder um quinto” da produ ção. “E há outro problema, é que atrasou muito a campanha. Vem aí o São Martinho e vai haver pouca castanha e cara, depois é capaz de baixar o preço um bocadinho, porque depois do ponto alto dos
magustos já ninguém liga”, contou. José Flora reconheceu que “também está cara, porque é preciso pagar a mão-de -obra, para apanhar os ouriços que ainda nem existem”, já que se “anda um dia todo para apanhar pouca quantidade, porque ainda está tudo na árvore”. “O calibre está muito idêntico ao do ano passado, algumas até mais pequenas, mas há produtores que estão com um bom calibre”, acres centou.
Um problema de que Manuel Gomes não se queixa, já que, na sua produção, “a que há é boa e até de um calibre maior, porque como eram poucas acabaram por crescer, muito com a ajuda destas chuvas tardias e depois o sol”. Este produtor reconheceu que, com esta quebra na produção, “os preços es tão, obviamente mais altos, no mínimo uns 30% a 35% mais cara, no produtor, porque depois o consumidor final acaba por pagar mais, porque o dinheiro fica sempre nos intermediários”.
Já o distribuidor Miguel Santos também se manifestou “des contente” com a produção deste ano, não pelo calibre, “que é maior, o que é bom”, mas porque com uma “quebra muito gran de, na ordem dos 60% a 70%”, a castanha não lhe chega às mãos. “O problema nos anos de pouca castanha é o mercado paralelo que existe, porque quando há muita, há fruta para todos, para os distribuidores e para os produtores venderem por fora, junto de clientes, mas, em anos como este, fica toda no mercado parale lo”, apontou.
Miguel Santos disse que “muitos produtores vendem direta mente, sem passarem fatura, e a castanha acaba por não chegar ao distribuidor, que trabalha com faturação e não foge aos impos tos”. “São sempre situações muito delicadas, porque o produtor também não tem castanha para vender e acaba por vender sem fatura para não pagar impostos sobre uma produção que já não é rentável”, justificou. Isto porque “o Estado também faz mal em con tabilizar ao produtor o hectare de terreno com castanheiros, em vez de o fazer ao peso, pelo quilo de produção da castanha”. “Entendo muitas situações, mas ficamos todos a perder. Nós, os distribuidores e o Estado, porque os impostos não são pagos, portanto, perdemos todos num ano como este, mais se sente”, apontou Miguel Santos.
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Com bom calibre e de qualidade
António Zambujo é cabeça de cartaz nas Festas de Torres Vedras
As Festas de Torres Vedras celebram a vinha, o vinho e a tradição do concelho de Torres Vedras. Em 2022, o evento decorre até 12 de novembro e tem António Zambujo como cabeça de cartaz. Regressa com uma nova designação e várias novidades, como a realização de dois grandes concertos, o regresso das tasquinhas e de ini ciativas como o “São Martinho, Compras e Vi nho”.
“Este ano as nossas festas voltam com algumas al terações. São as festas que gostaríamos de ter tido nos anos anteriores” afirmou a presidente da Câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues, durante a apre sentação do evento. O concerto de António Zambujo, marcado para 11 de novembro, já tem os ingressos esgotados, sendo apenas possível adquirir ingres sos que incluem jantar nas Tasquinhas. O Pavilhão Multiusos da Expotorres acolhe as Tasquinhas, com as 13 freguesias a preparar pratos característicos e únicos dos seus territórios.
Nos
Freguesia de Chavães recebe III Festival da Castanha de Tabuaço
A Câmara de Tabuaço, em colaboração com a Junta de Freguesia de Chavães, promove o III Festival da Castanha de Tabuaço. Em destaque o Mercado da Castanha, que tem como objetivo de promover um dos mais importantes produtos locais e cuja qualidade tem vindo a ser aferida por quem, cada vez mais, procura este fruto.
A realização da iniciativa prende-se com a necessidade de divulgar um produto local, cuja qualidade e produção tem vindo a salientar-se pela excelência e a aumentar ao longo dos últimos anos, graças ao empenho dos produto res.
Para a Câmara de Tabuaço, iniciativas como o Festival da Castanha, a par da Festa da Cereja ou a Festa das Vindimas, entre tantos outros exemplos de iniciativas levadas a cabo pelo município nas 13 freguesias do concelho, contribuem acima de tudo para a valorização económica do território, re correndo aos recursos naturais, às atividades tradicionais e à qualidade e excelência do tanto que se produz no concelho, alavancando a capacidade de comercializar e vender estes produtos.
No programa do III Festival da Castanha, realizado na fregue sia de Chavães, a maior produtora do concelho, o fruto é pro movido no Mercado da Castanha com produtores locais, dando ainda espaço para espetáculos de folclore, noite de fados e a tradicional Caminhada do Ouriço que levará locais e visitantes a conhecer as paisagens de soutos do concelho.
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Até 12 de
novembro, com nova designação
dias 11, 12 e 13 de novembro
Nos dias 12 e 13 de novembro, no concelho de Oliveira do Hospital
Lage Grande volta a receber a Feira do Porco e do Enchido de Meruge
O fim de semana de 12 e 13 de novembro, Meruge, no concelho de Oliveira do Hospital, recebe a edição 2022 da Feira do Porco e do Enchido, que anualmente atrai milhares de pessoas, tendo como polo de atração, para além dos produtos expostos, da gastronomia e do programa de animação, a imponência da Lage Grande.
O presidente da Junta de Freguesia de Meruge, João Abreu, destacou, em entrevista à Gazeta Rural, as novida des desta edição.
Gazeta Rural (GR): O que há de novo na Feira do Porco e do Enchido de Meruge?
João Abreu (JA): É um certame que se renova anual mente, mantendo as suas características de genuinidade e ligação à etnografia e aos usos e costumes da nossa terra.
Todos os anos procuramos inovar. Este ano temos gru pos novos, que vão fazer a sua estreia na Feira, conta mos a colaboração do Agrupamento de Escolas de Oli veira do Hospital, que vai entrar na encenação da Feira Romana, tendo em conta que o concelho, na Bobadela, tem o principal anfitrião romano do país e a estrada ro mana passa por Meruge.
Há vestígios consistentes de que no São Bartolomeu existiu uma importante vila romana, com vários obje tos que ali foram descobertos e que estão expostos no nosso museu. Todos os anos, do programa da Feira, consta uma recriação, este ano centrada na presença dos romanos.
Das novidades há também o Eco Rand do conce lho, com a participação do Clube Atlético de Oliveira do Hospital, que está a ter uma grande adesão. Va mos ter também alguma inovação na decoração do espaço, com a colaboração voluntária das pessoas da aldeia, com umas mantas que vão cobrir as ruas.
Hoje a Feira do Porco e do Enchido é conhecida em todo o país, pela sua genuinidade, pela diversidade de propostas que não transigem com a tradição, com os usos e costu mes e com a gastronomia tradicional. Aliás, neste ponto de vista recuperámos para o património da gastronomia tradicional o arroz de suã, que uma confraria registou abusivamente e indevidamente, mas que não tem nada a ver com o que se faz em Meruge, os torresmos à Moda de Meruge, cozidos na caçoila e servidos com batata à racha, bem como o arroz-doce de anis que facultamos a quem nos visita.
Somos um dos poucos eventos, talvez o único, que ofere ce um espaço para as crianças, com modelagem de balões, insufláveis e os passeios de burro para as crianças, que vêm desde a primeira edição com enorme sucesso.
GR: A feira, para além de um espaço de compra e venda, oferece um conjunto de atrativos diversos, nomeadamente no que aos grupos de animação diz respeito?
JA: Sim. Teremos os Fanfarra Caustica, os Bardoada, um grupo de Palmela com bombos e gaitas de foles, e os canta res do desafio, com o Borguinha. No sábado à noite haverá um espetáculo com um grupo de etnografia e folclore da Academia de Coimbra, que no domingo farão uma mostra de danças tra dicionais, bem como o Almanaque, que é um grupo de teatro de rua, que anima a feira.
Há depois a exposição e venda de enchidos, queijos, produ tos da terra, exposição e mostra de porco bísaro, o artesanato e as tasquinhas com aqueles pratos que atrás referi, para além de muita animação. Teremos também um espaço de adoção de cães e gatos.
GR: A imponência da Lage Grande marca a feira?
JA: Sim. Recuperámos esse anátema, que se tornou numa mais-valia de promoção turística.
JA: Naturalmente, para além de lhe dar uma beleza extraordiná ria. A Lage Grande é a nossa sala de visitas, um anfiteatro natural que exploramos para vários espetáculos, para além de ser um or gulho para nós termos no nosso território um monumento natural daquela envergadura, pelo reconhecimento da sua relevância como ‘Monumento Municipal’ e depois seguiremos outros tramites. À vol ta da Lage Grande estão vários polos de interesse, como a junta de freguesia, o museu, a associação, entre outros. Aliás, a arquitetura das casas à sua volta diz bem da sua antiguidade e importância.
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GR: Meruge recuperou uma tradição, partindo da designação “Terra dos Porqueiros”?
Sabrosa promove I Festival dos Produtos Durienses
O Município de Sabrosa vai inaugurar, com a realização do I Festival dos Produtos Durienses, o novo Mercado de Produtos Durienses, localizado em Paços. Este novo espaço será inaugurado no dia 5 com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
O município de Sabrosa vai inaugurar o novo Mercado dos Produtos Durienses, um espaço para a realização de eventos culturais e de promoção dos produtos do Douro, como vinho ou azeite. A inauguração do mercado faz-se com a primeira edi ção do Festival dos Produtos Durienses, entre os dias 5 e 6 de novembro, onde estarão representados os 19 municípios que constituem a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Dou ro).
Para a presidente da Câmara de Sabrosa, Helena Lapa, o novo equipamento é “de extrema importância para Sabrosa e para a região duriense” e permitirá “desenvolver uma estra tégia de promoção do território num espaço de excelência, com uma localização única, que contribuirá para alavancar o Douro, os seus produtos, a sua cultura e tradições”.
Trata-se de um espaço multiúsos, há “muito ambiciona do” e que vai ser palco para a realização de vários eventos,
estando já programados certames relacionados com o turismo e o vinho, atividades centrais deste território. Mas ali podem também ser realizados concertos e even tos desportivos.
Nesta primeira edição do Festival dos Produtos Du rienses haverá uma mostra e venda de produtos endóge nos do Douro, desde o vinho, azeite, castanha, amêndoa, compotas, entre outros.
Para os dois dias estão programadas duas dezenas de atuações de bandas de música, ranchos folclóricos e grupos de cantares tradicionais dos municípios do Dou ro. Atuarão ainda o cantar Emanuel, natural de Sabrosa, e Bárbara Bandeira. Para a inauguração do novo espaço foi convidada a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
O mercado dos produtos durienses possui uma área de 1.100 metros quadrados e foi construído junto a uma das entradas na vila de Sabrosa, perto da zona industrial, no dis trito de Vila Real.
O investimento total foi de 1,8 milhões de euros, financia do em 85% por fundos comunitários, no âmbito do Provere – Programa de Valorização Económica dos Recursos Endó genos.
os dias
Arroz “Pica no Chão” à mesa em 29 restaurantes do concelho de Barcelos
Está à porta mais uma edição do Fim de Sema na do Arroz Pica no Chão, que decorre entre os dias 4 e 6 de novembro, em 29 restaurantes do concelho. Vão ser três dias de provar, comer e “chorar por mais”.
A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Barcelos e visa dar destaque à gastronomia tradicio nal e dinamizar o setor da restauração do concelho. Este evento está inserido no programa anual “7 Pra zeres da Gastronomia”, sendo que o Fim de Semana do Arroz Pica no Chão já vai para a sua décima ter ceira edição.
A iniciativa integra-se num conjunto de atividades de promoção das qualidades turísticas da gastro nomia local, potenciadas pela figura do galo e pelo universo cultural que se construiu à sua volta, no concelho de Barcelos.
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Entre
4 e 6 de novembro
Nos dias 5 e 6 de novembro, com Emanuel e Bárbara Bandeira
Diz o presidente da Câmara de Mangualde
A Feira dos Santos “vai ser um grande momento para Mangualde e para a região”
A cidade de Mangualde vai receber mais uma edição da Feira dos Santos, no fim de semana de 5 e 6 de novembro, naquele que é um certame que este ano envolve várias outros eventos que mostram as potencialidades do concelho nas suas mais diversas áreas, nos domínios, industrial, comercial e agrícola. O presidente da Câmara, Marco Almeida, diz que vai ser “um grande momento para Mangualde e para a região”
Gazeta Rural (GR): A edição deste ano da Feira dos Santos é um regresso às origens do certame, como grande polo de comércio que foi noutros tempos?
trar, a quem nos visita, tudo o que de bom se faz neste territó rio. Como já disse outras vezes, nós olhamos para o território como um todo e não apenas para aquilo que mais gostamos, que é o nosso berço.
Nós pensamos no território como um todo e se fizermos isso bem sabemos que vamos estar mais próximo do suces so, trabalhando em rede e em comunidade. Trabalhar em comunidade é também dar os exemplos locais, é juntar tudo aquilo que de bom temos e que pode ser apreciado por quem nos visita.
Marco Almeida (MA): Exatamente. O nosso slogan é “Da tradição à Modernidade”, é ir buscar tudo aquilo que em tem pos era uma marca deste território, um entreposto na área dos lanifícios, uma marca ligada aos tecidos, ao setor indus trial, e que vai estar presente na feira de uma forma mais mo derna, mais adaptada ao momento atual, às exigências dos mercados, e por isso sim, é um regresso às origens, olhando sempre para aquelas que são as oportunidades que os merca dos hoje exigem. Julgo que estão criadas todas as condições para termos uma grande feira e se tudo correr bem vai ser um grande momento para Mangualde e para a região.
GR: A Feira dos Santos é um polo aglutinador de um conjunto de eventos que marca a economia do concelho de Mangualde?
Os setores industriais, agrícola, agroalimentar e comer cial, os nossos produtos endógenos, com Denominação de Origem Protegida, como o queijo, a maçã, o vinho, o mel, os pequenos frutos e outros, permitem-nos olhar para o futuro com confiança. Estamos a falar de um conjunto de coisas extraordinárias que são nossas, não só de Mangualde, mas de toda a região, e nas quais temos muito orgulho.
MA: Naturalmente. Em primeiro lugar vamos ter a oportunidade de os juntar todos no mesmo fim de semana. Vamos poder mos
Dizemos com orgulho que temos gente que trabalha muito e bem e que o interior é aqui, mas é bom, neste ter ritório magnifico. Aproveito a oportunidade para fazer um desafio a quem nunca veio a este território e que passa muitas vezes por essa via tão importante que atravessa o nosso concelho, que é a A25, para fazerem um desvio e visitarem Mangualde. Venham conhecer este território extraordinário, apreciem este interior que é excelente, com produtos fantásticos que não vão encontrar em mais lado nenhum, que tem uma história patrimonial fabulosa e que olhem para nós como um território de grande afirmação, porque é assim que somos e vamos surpreender todos aqueles que nos visitarem.
De 4 a 6 de novembro, com mais de 300 atletasde 32 países
Campeonato do Mundo de Juniores de Orientação conclui-se em Aguiar da Beira
Aguiar da Beira vai receber no fim de semana de 4 a 6 de novembro mais de 300 atletas, oriundos de 32 países, num evento que visa completar o Campeona to do Mundo de Juniores de Orientação (JWOC), com a realização das provas em zonas florestais.
A prova realizou-se no passado mês de julho, mas devido às condições climatéricas adversas, não foi possível a rea lização de parte das provas, por ter existido interdição no acesso às áreas florestais, zona de excelência para a práti ca da Orientação.
Como tal, o Município de Aguiar da Beira uniu esforços e decidiu proporcionar aos atletas que estiveram presentes nas provas realizadas em julho a possibilidade de voltarem ao concelho e assim completarem o Campeonato do Mun do de Juniores de Orientação.
“Os atletas que nos visitam são os grandes embaixadores do nosso território”
Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Aguiar da Beira destaca a importância da prova, salientando que o concelho é a “Capital da Orien tação” e “os atletas que nos visitam são os grandes embaixadores do nosso território”, sublinhou Virgílio Cunha.
Gazeta Rural (GR): O concelho vai receber o Cam peonato do Mundo de Orientação de Juniores no primeiro fim de semana de novembro, com a realização das provas em zona florestal?
Virgílio Cunha (VC): Esta prova é a conclusão de um processo que era para ser executado durante uma única semana no passado mês de julho. De vido às condições climatéricas não foi permitida a
realização das provas em espaço florestal ou próximo deste, o que fez com que fossem canceladas.
Nessa altura fomos abordados no sentido de completar as provas em espaço florestal, que pertencem ao campeo nato, noutra altura do ano. Dado o entusiasmo que havia nas seleções presentes, aceitámos fazer outro investimento e completar as provas previstas no primeiro fim de semana de novembro. Temos confirmada a presença de 32 países, com cerca de 300 atletas e 58 treinadores. Se a estes juntarmos os acompanhantes, estamos a falar em cerca de um milhar de pessoas que estarão em Aguiar da Beira durante cerca de uma semana.
GR: Isto mostra que o concelho tem excelentes condições para a prática esta modalidade, que atrai muitos praticantes ao longo de todo o ano?
VC: Não somos nós que o afirmamos, não só a nível nacional como internacional. Temos seleções de vários países da Euro pa, da Africa do Sul, da Austrália, Japão, Nova Zelândia, Estados Unidos, entre outros. São estes atletas que nos visitam, que de pois são os grandes embaixadores do nosso território. As provas realizadas em Aguiar da Beira têm cobertura televisiva especiali zada, que têm milhões de visualizações. São estes participantes que dizem que temos condições fantásticas para a prática desta modalidade.
GR: Um investimento que traz retorno para a economia local?
VC: Sim, mas também para a economia da região, porque nós não temos capacidade para receber todos quantos nos visitam em termos de alojamento e restauração. Apesar de sermos um conce lho com muita oferta a nível da restauração, seremos dos concelhos da região com mais unidades neste setor, e de hotelaria, mas não conseguimos ter capacidade de alojamento para todos quantos nos visitam no fim de semana. Muitas das seleções ficam alojadas nos concelhos limítrofes, quer durante as sessões de treino, quer na altura das provas.
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Nos fins de semana do mês de novembro
Aguiar da Beira promove Roteiro Gastronómico do Míscaro em 12 restaurantes do concelho
O município de Aguiar da Beira alterou o figurino do evento que anualmente promove nesta altura do ano dedicado ao míscaro. A edição 2022 passa por um Roteiro Gastronómico, que vai decorrer du rante todo o mês de novembro, em 12 restaurantes do concelho, que “têm ao fim de semana um prato à base de míscaro”, adiantou o presidente da Câmara de Aguiar da Beira. Virgílio Cunha, em conversa com a Gazeta Rural, espera que em breve possa surgir uma legislação para disciplinar a apanha dos cogumelos silvestres, que é feita de forma indiscriminada.
Gazeta Rural (GR): Este ano o Certame Gastronómico do Míscaro vai decorrer em moldes diferentes, tornando-se num roteiro gastronómico que decorre durante todo o mês de novembro nos restaurantes do concelho?
de confeção.
GR: O míscaro que se encontra nos pinhais do concelho, para além do retorno económico que deixa nos restaurantes, a maior parte vai para outras paragens?
VC: Diz bem, pois na região o nosso território é o melhor produtor, com míscaro de excelente qualidade. Vem muita gente da região, nomeadamente dos concelhos circundan tes, colher o míscaro, nomeadamente de Viseu e da região de Lafões. Este produto pouco retorno económico cá deixa, para além daquele que fica nos restaurantes e nas unidades hoteleiras do nosso concelho.
GR: Uma das questões de que muito se tem falado, mas pouco se tem feito, é na questão do controlo da apanha de cogumelos silvestres, pois não há uma legislação definida?
Virgílio Cunha (VC): Assim é. Nós, este ano, pensámos num figurino diferente, porque ao longo das edições anteriores, no meadamente no ano passado, verificámos que os restaurantes, as IPSS e as Juntas de Freguesia, já participavam no evento, que era realizado no Pavilhão Municipal, por uma questão de cola boração, para além de não terem as condições ideais para ser virem as refeições. Daí termos pensado num novo formato para o evento, baseado num roteiro em que divulgamos ao longo do mês de novembro o ‘rei’ do evento, que é o míscaro. Aderiram 12 restaurantes do concelho, da Vila de Aguiar da Beira e das fregue sias de Pinheiro, Penaverde, Carapito e Sequeiros-Gradiz, que se disponibilizaram para terem ao fim de semana um prato à base de míscaro. Contamos com a aderência de muita gente ao almoço e ao jantar nestes dias, para degustar este produto diferenciado pro duzido no concelho.
GR: Já há míscaro?
VC: Na verdade, no mandato autárquico anterior, en quanto presidente da Assembleia Municipal, falei nessa questão e entendo que deverá haver uma legislação que proteja e discipline a colheita de cogumelos, porque são colhidos de forma arbitrária e, na maior parte das vezes, estragando as novas culturas. Quem faz a apanha reme xe os solos e a manta morta que cobre os cogumelos, às vezes utilizando utensílios agrícolas, bem como sacos de plásticos, o que cria problemas de micorrização dos solos para os anos seguintes. Por sua vez os proprietá rios vêm as suas matas invadidas, com os solos revol tados, e não recebem nada por isso.
VC: Já começa a haver. Os solos estavam muito secos e quentes e o míscaro quer alguma humidade e frio. Com as chuvas que têm caí do nos últimos dias acreditamos que vai haver condições favoráveis para o despoletar do míscaro em quantidade, para termos muita gen te a visitar o nosso concelho e para o degustar em diferentes formas
À semelhança da legislação que há para a caça ou para a apanha da pinha do pinheiro manso, impunha -se que houvesse um regulamento que disciplinasse a colheita dos cogumelos silvestres. Tenho esperan ça de que isso possa acontecer em breve, pois há um ano, no Certame Gastronómico do Míscaro, levantei esse problema e houve um deputado da nação que me disse que a Assembleia da República estaria já a tratar disso. A verdade é que, até ao momento, nada sabemos sobre esta matéria.
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Segundo o Registo Nacional Variedades de Fruteiras
Portugal tem 326 variedades fruteiras registadas
Portugal conta com 326 variedades fruteiras registadas, destacando-se, em número, as macieiras, oliveiras e pereiras, segundo a atualização do último catálogo, hoje divulgada, que inclui mais cinco diferentes morangueiros.
O Registo Nacional de Variedades de Fruteiras (RNVF), divulgado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), abrange 326 variedades, “das quais 324 com ap tidão para a produção de frutos e duas com dupla aptidão, abrangendo 11 proponentes e 11 responsáveis pela manu tenção”.
As variedades inscritas neste catálogo cumprem requisi tos estabelecidos, nomeadamente serem destinadas a pro dução de frutos ou a porta-enxertos, consideradas “distintas, suficiente homogéneas e estáveis” e possuírem um respon sável pela seleção e manutenção.
Destacam-se, em número, as macieiras, com 139 varieda des, incluindo a Azeda grande, Camoesa fina, Docinha, Falso bravo, Gronho, Lapa, Piparote ou Zé pereira.
Segue-se a oliveira, com 65 variedades, como a Coração de lebre, Cornalhuda ou Santulhana, a pereira, com 26, incluindo a Carapinheira roxa, Cristo, Dona Joaquina ou Sete Cotovelos e o castanheiro com 26 variedades, por exemplo, Judia, Côta e Martaínha.
Com mais de 10 variedades surgem ainda a figueira (16) e a amendoeira (12). Por sua vez, a cerejeira inclui sete variedades, como a Miúda, Lisboeta e a Távora.
Já a laranjeira tem seis variedades registadas, nomeadamente Dom João, De Amares, Do Tua, Prata, Sanguínea e Selecta. Se gundo o mesmo documento, a ameixeira, a ginjeira e o moran gueiro apresentam cinco variedades.
De 4 a 11 de novembro, à espera de milhares de visitantes
Município da Golegã celebra o Cavalo e o São Martinho
A Feira da Golegã assinala, de 4 a 11 de novembro, os 50 anos de um certame que tem o cavalo como marca distintiva, com numerosas competições e exibições equestres, associado à celebração do tradicional São Martinho. A quadragésima sexta edição da Feira Nacional do Cavalo (certame que se iniciou em 1972, com quatro interregnos, nomea damente no período da pandemia da covid-19), associa-se à centenária Feira de São Martinho, que se celebra na vila desde 1571, e à mais recente Feira Internacional do Cavalo Lusitano, que vai na sua vigésima terceira edição, enchendo a vila ribatejana, durante 10 dias, de cavaleiros e amazonas, num ambiente perfumado pelo cheiro da castanha assada dos assadores que se instalam sobretudo no Largo do Arneiro.
O presidente da Câmara da Golegã, António Camilo, disse na apresentação do certame em Lisboa, que “o turismo equestre e a marca cavalo, potenciada pela Feira Nacional do Cavalo (FNC), continua a ser o mo tor da economia e do desenvolvimento da região”.
Com numerosas provas equestres – de que o au tarca destacou a primeira edição do salto de obs táculos por equipas, a final da Taça de Portugal de Equitação do Trabalho ou o Campeonato Nacional de Atrelagem -, a Feira da Golegã mantém, no dia 11 de novembro, o tradicional Cortejo dos Romeiros de São Martinho.
Nesse dia, será assinalada a passagem dos 50 anos sobre a primeira edição da FNC, com um es
petáculo equestre, agendado para as 22:00, no Largo do Ar neiro, que contará com a presença da Charanga e da Reprise da Guarda Nacional Republicana. Na véspera, a Golegã será palco da assinatura do protocolo para a criação da Associa ção de Municípios Portugueses do Cavalo, cujo compromisso foi assinado durante a feira do cavalo de Ponte de Lima.
António Camilo disse que a associação arranca com 18 mu nicípios aderentes, sendo objetivo vir a integrar outros no es forço de promover internacionalmente as feiras existentes no país que têm em destaque o cavalo.
Sobre a edição deste ano da Feira da Golegã, o autarca disse que se espera grande afluência de visitantes, tendo em conta a informação de que todas as unidades hoteleiras da região se encontram completas, havendo visitantes que estão a fazer marcações em distritos limítrofes ao de Santarém.
A vila tem apostado no seu “potencial turístico, em várias áreas”, tendo lançado, no início do ano, a página online https:// visitgolega.com/, destacando António Camilo a criação, pela pri meira vez, de uma plataforma para a inscrição de concorrentes nas várias provas que se disputam durante a feira. “Mudamos al guns aspetos, sem descaracterizar a história” do certame, salien tou.
Segundo o autarca, a edição deste ano conta com maior número de expositores. Do programa do certame constam conferências e debates sobre a temática do cavalo, como a sessão do Horse Eco nomic Fórum “Local Stakeholders for Global Market – The Competi tive Relationship”, que se realizará no dia 10 pelas 17 horas.
O certame tem previstas as visitas das ministras da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e ain da do secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel. “São 10 dias com bons motivos para visitar a Golegã”, afirmou Antó nio Camilo.
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A Golegã vai receber, entre os dias 4 e 13 de novembro, a Feira Nacional do Cavalo, uma iniciativa da autarquia local integrada na Feira da Golegã, evento que este ano comemora 50 anos e que é uma alavanca para o turismo da região e do país.
Ministra da Agricultura destacou importância “nacional do setor das pequenas bagas”
A Ministra da Agricultura marcou presença no Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo, que decorrer em Sever do Vouga, evento que contou com elevada participação. A sessão de abertura foi presidida por Maria do Céu Antunes, que em entrevista à Gazeta Rural destacou a importân cia deste setor no plano nacional. A governante salientou, também, as medidas que estão a ser tomadas no que ao setor da castanha diz respeito, bem como o que está a ser preparado para a Estação Agrária de Viseu e para o Centro de Estudos Vi tivinícolas de Nelas.
Gazeta Rural (GR): Que importância tem hoje a fileira do mirtilo?
tem um valor económico, social e ambiental muito significati vos, utilizando o território e evitando a sua desertificação.
GR: O ministério está a reativar os centros de investigação. Como está o processo em relação à Estação Agrária de Viseu e ao Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas?
MCA: São dois polos da rede de inovação que estamos a desenvolver tendo por base o Plano de Recuperação e Resi liência (PRR). Aquilo que pretendemos é que o polo de Nelas seja dedicado ao setor vitivinícola e o de Viseu à hortifruti cultura e à fruticultura em concreto.
Mário do Céu Antunes (MCA): Tem uma importância mui to significativa, quando em 10 anos teve um crescimento brutal, seja em termos de área, de exportações ou de valor acrescentado que deixa no nosso país. Os setores das peque nas bagas têm em Portugal, na região centro e em particular em Sever do Vouga, um microclima que faz toda a diferença e que nos permite criar valor económico, social e ambiental em territórios como este.
Tem uma particularidade que importa valorizar, quando há 10 anos a produção de mirtilo, em concreto, começou, cingia -se a este território e hoje está disseminada pelo país, com di ferentes variedades, o que aumenta a nossa capacidade de dar resposta ao mercado e isso é, claramente, diferenciador.
Basicamente estes dois polos, que estão a ser reabilita dos, pretendem ser a casa da construção de redes de ca pacitação, de inovação e transferência de tecnologia para o setor, tendo em atenção uma outra dimensão do PRR, que é a formação de projeto de investigação e desenvol vimento tecnológico, como seja, por exemplo, a mitiga ção ou adaptação às alterações climáticas, a agricultura de precisão, a promoção dos produtos nacionais, bem como um melhor nível de organização.
GR: O setor da castanha atravessa este ano um período difí cil, com quebra de produção significativa, como na região dos Soutos da Lapa?
MCA: Nesse campo o que estamos a fazer é implementar um conjunto de medidas, já anunciadas, umas a ser concretizadas e outras a serem implementadas ainda em 2022 e outras 2023 para mitigar os efeitos nomeadamente do aumento dos custos e, por outro lado, nós queremos claramente que a castanha, en quanto produto endógeno, seja valorizada. Nesta altura temos um Aviso para instalar culturas tradicionais, como é o castanheiro, e queremos mesmo incentivar que isso aconteça em territórios, como Sernancelhe, Vinhais e outros, onde a produção deste fruto
O que pretendemos, com estes dois polos em concre to, é que mobilizem não só a produção local, regional e nacional nestes setores, como também os agentes de investigação e de desenvolvimento tecnológico, - como as universidades, os politécnicos, laboratórios colabo rativos e os centros de competências, - tendo por base os problemas reais com que os agricultores se de param, como o uso eficiente da água, na valorização dos solos, enquanto grade ativo, na transição agroe nergética, para podermos substituir energias fósseis por energias alternativas, ou seja no melhoramento genético. Há, de facto, um potencial muito grande que está a ser desenvolvido, dentro do programa da Agenda de Inovação para podermos preparar o setor para esta realidade que é aumentar a nossa produ ção para ganharmos autonomia estratégica dentro da Política Agrícola Comum, mas sabemos que para aumentar a produção agrícola em 15%, como está previsto nesta Agenda de Inovação, só o podemos fazer com a introdução de tecnologia, de conheci mento, de ciência, e isso é determinante como ob jetivo para a próxima década.
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Presente no Encontro
de Produtores
de Mirtilo, em Sever do Vouga
Água, um desígnio Nacional
Relatórios recentes sobre alterações climáticas antecipam um impacto grave para os países do sul da Europa, Portugal em particular, traduzido em ondas de calor com temperaturas crescentes e mais prolongadas, alternando com frios extremos, erosão das zonas costeiras, redução dos lençóis freáticos, au mento dos incêndios e impossibilidade de culturas praticadas atualmente em regiões do interior. Encarar estas consequên cias e encontrar alternativas para a escassez de água, signifi ca ter em conta a nossa segurança alimentar e a subsistência das comunidades.
É crucial que nos adaptemos e se aja politicamente. Portu gal continental está a viver a pior situação de seca hidrológica dos últimos 100 anos, com 55% de território em situação de seca severa e 45% em seca extrema no mês de agosto. O ano hidrológico de 2021/2022 foi o segundo mais seco desde 1931, ou seja, desde que há registos. E a energia hidroelé trica armazenada em reservatórios de água é inferior a me tade da média dos cinco anos anteriores, com falta de água para as necessidades de irrigação. Combater a escassez de água tem de ser um desígnio nacional a diferentes níveis: captação, retenção e gestão sustentável.
A primeira forma de nos protegermos da escassez de água radica na capacidade de a armazenarmos. Em Por tugal as leis estão pensadas para o século passado e as entidades públicas tornam a maior parte dos projetos de retenção um pesadelo, começando pela APA, natural mente vocacionada para as questões ambientais, mas desligada da vertente económica associada.
É fundamental encararmos a ciência e as possibilida des tecnológicas como aliados do futuro.
No ano hidrológico em curso, o encerramento de cen trais a carvão a contraciclo exigiu muito mais utiliza ção de água nas barragens, que pela escassez tornou
evidentes os conflitos entre usos, culminando com a suspensão compulsiva da produção hidroelétrica em algumas albufeiras, como consequência do paradoxo insanável.
Tem de se pensar numa gestão global, eficiente e coordenada dos recursos hídricos nacionais. A consig nação de fins múltiplos a algumas das albufeiras é uma possibilidade. Precisamos de charcas, minibarragens, novas barragens, alteamento de barragens existentes, talvez mesmo transvases, que já estavam projetados na década de 50 e permitam maior flexibilidade e resiliência na resposta.
O recurso às novas tecnologias é essencial: sensores, equipamento de rega de precisão, computadores de ges tão de rega, comandos à distância, energias renováveis nos aproveitamentos hidroagrícolas,
O regime jurídico dos aproveitamentos hidroagrícolas tem de ser revisto e adaptado à realidade atual das obras de rega;
Tem de se aproveitar com eficácia a totalidade dos fundos comunitários. A propósito, o investimento previsto no PRR é ridículo.
Finalmente, numa nota de como o poder político pode fa zer a diferença, recorde-se o exemplo do Alqueva, que tinha prazo de conclusão previsto para 2025, mas com o CDS no governo ficou concluído em 2015. Haja a propósito memória.
Nuno Melo
Opinião
Alerta estudo publicado pelo Instituto de Economia e Paz
Portugal é um dos países da europa mais ameaçado pela falta de água
Portugal está cada vez mais ameaçado pela fal ta de água e pela dependência de energia de países politicamente instáveis, avisa a edição deste ano do Relatório de Ameaças Ecológicas.
Publicado pelo Instituto de Economia e Paz, o estudo re fere que, embora a África subsaariana seja a região mais exposta à escassez de água, países europeus como Albânia, Estónia, Grécia, Itália, Países Baixos e Portugal estão em ris co de “sentir aumentos substanciais de pressão hídrica até 2040”. “A insegurança alimentar e a pressão hídrica estão in terligados, uma vez que sem uma captação de água adequa da é impossível fornecer alimentos suficientes”, vincou.
Segundo o relatório, mais de 1.400 milhões de pessoas em 83 países sofrem de pressão hídrica extrema, incluindo 51 países da África-subsariana como Angola e Moçambique, mas também o Haiti, Iraque, Sudão, Iémen e Venezuela.
Alemanha são alguns dos países mais vulneráveis, refere.
O Relatório de Ameaças Ecológicas, produzido pelo Ins tituto de Economia e Paz (IEP), sediado na Austrália, ana lisou quais os países com maior risco de conflito, agitação civil e deslocamento de pessoas causado pela degrada ção ambiental e eventos relacionados com o clima.
Os investigadores examinaram 228 países e territó rios para avaliar a capacidade de gerir estes desafios até 2050 e concluiu que 27 Estados, 23 dos quais em África e no Médio Oriente, estão num “ponto crítico”.
Globalmente, o estudo revela que pelo menos 41 paí ses enfrentam atualmente uma “grave insegurança ali mentar”, que se prevê que se deteriore devido à “cres cente degradação ecológica, inflação e guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.
Por outro lado, a invasão da Ucrânia pela Rússia levou países ocidentais a intensificarem o abastecimento de combustíveis fósseis junto de países como a Argélia, Marrocos, Líbia ou Nigé ria, “mas isso comporta riscos”, avisam os autores do relatório. “A turbulência política nos países exportadores de energia com baixo índice de paz representa uma ameaça a curto e médio pra zo para as nações desenvolvidas que dependem destas importa ções”, explicam. Japão, Coreia do Sul, Itália, Portugal, Espanha e
No geral, o relatório calculou que o número de pes soas subnutridas aumentou 35% em 2021 em todo o mundo para mais de 750 milhões e espera-se que continue a aumentar devido ao impacto do aqueci mento global.
O fundador do IEP, Steve Killelea, urgiu os governos e agências internacionais a “investirem na constru ção de resiliência a longo prazo para evitar a futura destruição ecológica, migração forçada e conflitos”
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Liderado pela investigadora Maria João Feio, da Universidade de Coimbra Estudo alerta para níveis preocupantes de degradação dos rios em todo o mundo
bre a qualidade biológica dos rios”, o que Maria João Feio defendeu ser “essencial para perceber que medi das devem ser implementadas a nível global”.
Segundo a cientista, dos fatores estudados, os que mais influenciam negativamente os rios são a “má qua lidade físico-química da água (uma realidade especial mente em África, na Ásia e na América do Sul), o facto de existirem menos áreas protegidas para rios e um maior nível de desenvolvimento humano, que se pode traduzir numa maior história de alterações no uso do solo por agri cultura, indústria e urbanização”. Já os fatores associados à melhor qualidade biológica dos rios são o aumento da área de floresta e a melhor qualidade da água.
Os resultados mostram “preocupantes níveis de degradação nos ecossistemas ribeirinhos, com menos de metade dos troços estudados em boa qualidade biológica (42 a 50%, dependendo do elemento bioló gico – peixe ou invertebrados) e cerca de 30% severamente degradados”, referiu Maria João Feio. De acordo com aquela cientista “as piores condições foram encontradas em climas áridos e equatoriais”.
Este estudo reuniu três dezenas de investigadores de todo o mundo e teve como objetivo analisar o estado biológico dos rios, da forma mais ampla possível, com base em dois bioindicadores usados na monitorização dos rios: os ma croinvertebrados bentónicos e os peixes. Foram analisados resultados de programas de monitorização de 45 países (64 regiões de estudo) de todos os continentes e, parti cularmente, um grande número de áreas de países per tencentes ao Sul Global, “que têm as maiores reservas de biodiversidade de águas doces do mundo, mas que têm sido menos estudadas ou cujos dados não são conheci dos”, explicou Maria João Feio. Entre estes países estão a China, o Nepal, a Nigéria, o Brasil, a África do Sul, o Viet name e o Camboja.
A investigação integra dados de “áreas consideradas ‘hotspots’ de biodiversidade, como é o caso da Amazó nia, e de países como o Japão ou a Coreia do Sul, que até agora não estavam acessíveis à comunidade inter nacional”.
Foram também analisadas “a influência do desen volvimento humano e alterações antropogénicas so
No que diz respeito a países em desenvolvimento, estes têm “as maiores percentagens de locais moderadamen te impactados, o que pode indicar uma tendência recente para a degradação dos mesmos”.
O estudo mostrou também que as comunidades de pei xes se encontram em piores condições do que as dos inver tebrados. “Na grande bacia australiana de Murray-Darling, 56% dos locais estão severamente alterados, o que pode ser devido ao efeito das quatro mil barreiras à deslocação dos mesmos ao longo do rio, como as barragens ou açudes. Estas encontram-se amplamente espalhadas pelos rios do mundo, dado que cerca de 63% dos grandes rios já não correm livre mente”, explicou a investigadora. Na sua opinião, “isto é parti cularmente relevante quando se sabe que está a ser planeado um grande número de novos aproveitamentos hidráulicos para a América do Sul e Ásia”.
Para Maria João Feio, as conclusões do estudo refletem a “perda de biodiversidade das águas doces, bem como a altera ção nos padrões de distribuição das espécies”, com o crescente aumento de espécies invasoras. “Tudo isto altera o funciona mento dos ecossistemas ribeirinhos, levando à perda de servi ços fornecidos por estes ecossistemas às populações (desde o fornecimento de água à regulação climática ou à prevenção de doenças)”.
Neste âmbito, defendeu ser essencial continuar a monitorizar os rios em todo o mundo, “desde aqueles onde nunca se fez nada a outros que viram os seus programas serem suspensos”, e “pla near medidas de recuperação”. “O nosso estudo mostra que es tabelecer áreas protegidas para rios ou melhorar as florestas são soluções eficientes”, frisou.
Os rios de todo o mundo apresentam “preocupantes níveis de degradação nos ecossistemas”, segundo um estudo internacional publicado na revista Global Change Biology, liderado pela investigadora Maria João Feio, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Governo criou grupo de trabalho para definir estratégia para o setor das flores e plantas ornamentais
O Governo criou um grupo de trabalho para acom panhar o setor das flores e plantas ornamentais, que terá por objetivo definir uma estratégia que envolva vários organismos perante os desafios, oportunidades e “eventuais ameaças”.
De acordo com um despacho publicado esta quinta -feira em Diário da República, o Governo considerou necessário “criar um grupo de trabalho com a missão de elaborar uma proposta de estratégia nacional para o setor das flores e plantas ornamentais, que envolva vá rios organismos da Administração Pública com com petências relevantes na matéria e representantes do respetivo setor privado”.
No documento, o executivo sublinhou que este se tor tem vindo a demonstrar, a nível nacional, um “di namismo acrescido” na conquista dos mercados, beneficiando de condições climatéricas “particular mente favoráveis”.
Ainda assim, conforme sublinhou, perante a iden tificação de desafios, oportunidades e “eventuais ameaças” justifica-se a elaboração de uma estraté gia nacional “que apoie o desenvolvimento susten tável do setor”.
A proposta em causa vai incluir perspetivas rela cionadas com a organização da produção de flores
e plantas ornamentais e a sua sustentabilidade, com a mo nitorização do mercado, abrangendo ainda as vertentes am biental e fitossanitária.
O diploma estabeleceu ainda que até 31 de março de 2023, o grupo de trabalho deverá submeter a proposta da estraté gia nacional para o setor. Será formado por um elemento do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral da Agricultura (GPP), responsável pela coordenação, da Direção -Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), do Instituto Na cional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), da As sociação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais (APPP-FN), da Portugal Fresh – Associação para a promoção das frutas, legumes e flores de Portugal e da Sociedade Portuguesa de Botânica.
Estas entidades devem indicar ao GPP, dentro de 10 dias, os res petivos representantes e suplementes. Podem ainda ser convida das outras entidades, “cujo contributo seja considerado relevante”, para participar nas reuniões do grupo, que vai reunir sempre que convocado pelo coordenador.
O despacho foi assinado pela ministra da Agricultura e da Alimen tação, Maria do Céu Antunes, e pelos secretários de Estado da Inter nacionalização, Bernardo Ivo Cruz, e da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino.
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Proposta estretágica deve estar concluída até 31 de março de 2023
Concurso Ibérico de Azeites Virgem Extra em Beja a 10 de março de 2023
Foi apresentado, no Centro UNESCO, em Beja, o X Concurso Ibérico de Azeites Virgem Extra - Prémios Mezquita, organizados pela Aula del OIivo de Andaluzia, em colaboração com o Ayunta miento de Córdoba. Esta edição, dedicada a Portugal, irá reali zar-se em Beja, no dia 10 de março de 2023, contará com a par ticipação de provadores de prestígio espanhóis e portugueses.
O evento contou com a presença de Paulo Arsénio, presi dente da Câmara de Beja, de Blanca Torrent, segunda teniente de Alcalde do Ayuntamiento de Córdoba, María Isabel López e José Alcobendas, diretores técnicos e administrativos do con curso, e Manuel Maria López Alejandre, presidente do júri.
Paulo Arsénio agradeceu a escolha da organização para a realização do concurso e ofereceu apoio incondicional, indi cando que é uma honra para a cidade de Beja que ali se reali zem os Prémios Mezquita.
Festival de Sopas da Serra da Estrela em S. Paio
A Freguesia de S. Paio, no concelho de Gouveia, reali za nos dias 12 e 13 de novembro a “S. Paio – Feira e Cul tura e o XXI Festival de Sopas da Serra da Estrela”, com abertura agendada para as 16 horas do primeiro dia.
A grande novidade desta edição é uma Mostra de Vi nhos da Região, na tarde de sábado, a partir das 16 ho ras, que pretende valorizar esse produto de exceção. Ainda na tarde do primeiro dia há um magusto comu nitário que acontecerá ao final da tarde e é aberto a todos os visitantes. No domingo, dia 13, decorrerá o Festival de Sopas que, como em anos anteriores, atrairá muita gente a esta freguesia da Serra da Es trela.
Este evento tem apoio especial da Seacampo e do Município de Gouveia.
Herança Templária em Dornes a 5 e 6 de novembro
O Município de Ferreira do Zêzere promove nos próximos dias 5 e 6 de novembro, o evento Herança Templária, em Dornes. Num trabalho criativo e ar tístico da responsabilidade da companhia Leirena Teatro, dois momentos diferentes irão remeter-nos para uma herança histórica que marca a identida de da aldeia de Dornes e do concelho de Ferreira do Zêzere, na ligação com o território da região (e de outras) com raízes Templárias.
Assim, sábado, pelas 21,30 horas, “De cavaleiro a Grão-Mestre” e domingo, às 16 horas, “A Torre de Gualdim”.
Mês do Vinho regressa à Adega da Vidigueira
Em novembro a Adega da Vidigueira realiza diversos eventos para receber os visitantes, todos relacionados com o Vinho de Talha. No dia 5 será aberta uma talha da tada de 1656. A 11 de novembro decorrerá o tradicional Dia de S. Martinho e a 19 haverá mais um dos célebres Jantares Vínicos. As atividades terminam dia 26 de com o TALHA DOC, uma mostra e prova de Vinhos de Talha.
Passadiços do Mondego abrem ao público a 6 de novembro
Os Passadiços do Mondego, no concelho da Guarda, vão abrir ao publico a 6 de novembro, anunciou o presidente da Câmara Sérgio Costa. Com um percurso pelas margens do rio Monde go e os seus afluentes de cerca 12 quilómetros, os passadiços começam junto à Barragem do Caldeirão, estendendo-se depois pelo vale, nos territórios das localidades de Trinta, Vila Soeiro e terminando já na montanha, em Videmonte.
O percurso aproveita cinco quilómetros de caminhos já existen tes e integra uma zona de sete quilómetros de travessias, passadi ços e três pontes suspensas com paisagens de cortar a respiração e onde abundam as veredas, açudes, cascatas, levadas e moinhos. Os Passadiços do Mondego estão integrados no Parque Natural da Serra da Estrela e no Estrela Geopark Mundial da UNESCO.
Trata-se de um investimento na ordem dos 4 milhões de euros, em parte cofinanciados a 85 por cento por fundos europeus, no âm bito do Centro 2020, FEDER.
UÉvora recebe VII Encontro de Estudantes de Doutoramento em Ambiente e Agricultura
Nos dias 12 e 13 de dezembro, a Universidade de Évora – Pólo da Mitra recebe o VII Encontro de Estudantes de Doutoramento em Am biente e Agricultura (EEDAA). A UAlg faz parte à comissão organiza dora, através do Polo do Centro de Investigação/Unidade de Gestão e o MED - Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desen volvimento.
Esta iniciativa pretende criar um espaço que proporcione o encon tro entre doutorandos, de forma a dinamizar a discussão científica e a colocar desde já em destaque aqueles que virão a ser os investigado res do futuro. O EEDAA é particularmente dirigido às áreas de Biologia, Bioquímica, Ciências Veterinárias, Produção Animal, Ciências Agrárias, Ciências dos Alimentos, Ecologia, Ambiente, Paisagem e Sustentabilida de. Todos os investigadores a trabalhar nestas áreas estão convidados a participar e submeter um resumo neste Encontro. No entanto, apenas os resumos submetidos por alunos de Doutoramento serão considerados para comunicações orais. As inscrições já se encontram abertas.
32 www.gazetarural.com Curtas
Congresso luso-espanhol vai refletir o presente e o futuro do setor da pecuária extensiva
Apresentar, discutir e alertar as autoridades competentes sobre as diversas problemáticas da pecuária extensiva, assim como as suas potencialidades, são al guns dos propósitos dos organizadores do III Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva e Desenvolvimento Rural – Sustentabilidade Garantida que está a ser preparado por um grupo de associações e cooperativas, das quais a ACOS faz parte, e que vai decorrer em Cáceres nos dias 1 e 2 de dezembro.
Com a presença dos ministros da agricultura português e es panhol e de eurodeputados dos dois lados da fronteira, o even to vai juntar, durante dois dias, especialistas de diversas áreas, desde investigadores, produtores, políticos nacionais e comuni tários para refletir sobre o futuro da pecuária extensiva e tam bém o futuro do mundo rural.
A ACOS, em conjunto com a União dos Agrupamentos de De fesa Sanitária do Alentejo, as Cooperativas Agroalimentares de Espanha e a Federação dos Agrupamentos de Defesa Sanitária Ganadeira (FADSG), está a organizar o III Congresso Luso-Espa nhol de Pecuária Extensiva – Sustentabilidade Garantida, para debater e refletir sobre a produção animal extensiva e o monta do, a sanidade animal e sanidade vegetal, a promoção e comer cialização, a sustentabilidade e a Política Agrícola Comum.
O congresso pretende ser ponto de encontro para, ao longo de dois dias, se trocarem experiências com o propósito de me lhorar o conhecimento tanto de produtores, como de técnicos, para otimização dos recursos na produção e no saneamento. Do mesmo modo serão analisados os canais de comercialização dos produtos, a situação do mercado e as tendências de consu mo. Os desafios sanitários, os problemas do montado, a integra ção do setor da produção e a aplicação das novas tecnologias são outros dos temas a abordar. Os organizadores do Congresso pretendem ainda destacar os benefícios ambientais, territoriais, económicos e sociais do sistema da pecuária extensiva.
A organização tem abertas as inscrições para assistir ao Con gresso, assim como para inscrição de comunicações científicas e pósteres, por parte de estudantes e investigadores ligados a universidades e departamentos de investigação.
Em Cáceres, nos dias 1 e 2 de dezembro
“i-Danha Food Lab” regressa para promover a economia circular
“Cerca de 30 oradores icónicos nacionais e internacionais falarão sobre tendências e oportunida des do setor agroalimentar português e europeu, novas abordagens do sistema alimentar e o papel da sustentabilidade na adaptação do futuro das regiões”, referiu, em comunicado, o município de Idanha-a-Nova.
Após dois anos de interrupção devido à pandemia da covid-19, a ‘Building Global Innovators’ (BGI), o ‘Foo d4Sustainability CoLAB’, o ‘EIT Food’ e a Câmara de Idanha-a-Nova dão continuidade à realização deste evento anual que decorre em Monsanto.
“Um dos principais objetivos do evento é promover a transição da produção alimentar para uma econo mia circular, minimizando o desperdício de alimentos e enfrentando um dos grandes problemas da atuali dade: a necessidade de alimentar, de forma saudável e sustentável, uma população em constante cresci mento”.
Durante o evento, os participantes podem partici par em sessões interativas e ‘workshops’, explorar oportunidades de ‘networking’ com especialistas da indústria, visitar fábricas e explorações agrícolas e descobrir programas e iniciativas no setor agroa limentar. O “i-Danha Food Lab”, cuja última edição
decorreu em 2019, regressa “para celebrar a inovação no se tor agroalimentar português”.
E, aproveitando o último dia da realização da conferência mundial de tecnologia, ‘Web Summit’, a organização tem pre visto o “Comboio da Inovação”, que parte de Lisboa para levar os interessados até à aldeia histórica de Monsanto, para parti ciparem no “i-Danha Food Lab”.
Nesta quinta edição, os elementos-chave da área alimentar, desde a semente à distribuição e consumo final, voltam a estar presentes. “Será ainda debatido o papel das entidades públicas e da gastronomia na transição para sistemas alimentares mais sustentáveis”, salientaram os organizadores.
Entre os vários oradores previstos para este evento estão Katie Wilson, diretora executiva da Urban School Food Alliance e ex -membro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos; Philip Fernández, atual diretor de Projetos Agrícolas do EIT Food, e Isabel Carvalhais, membro do Parlamento Europeu, entre outros.
A participação no “i-Danha Food Lab” é gratuita.
Todos aqueles que desejarem beneficiar de serviços de trans porte (comboio e autocarro) ou de ‘catering’ (durante todo o even to), podem adquirir os bilhetes através do ‘website’ oficial, com descontos “early-bird” até ao dia 23.
Ao longo de quatro edições, o evento já contou com mais de 600 participantes, 107 ‘startups’, 22 oradores internacionais e represen tantes de três órgãos da Comissão Europeia: EIT Digital, o EIT Food e o EIT Climate-KIC.
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De 4 a 6 de
novembro, em Idanha-a-Nova
A aldeia histórica de Monsanto, em Idanha-a-Nova, recebe de 4 a 6 de novembro a quinta edição do “i-Danha Food Lab”, um evento que visa promover a transição da produção alimentar para uma economia circular.
Feira do Porco Alentejano 2023 vai decorrer de 24 a 26 de março
A Feira do Porco Alentejano de 2023 já tem data marcada. A décima quinta edição do maior certame de Ourique, Capital do Porco Alentejano, voltará a contar com a convergência de vontades do Município de Ourique e da Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), para mais um evento que decorrerá a 24, 25 e 26 de março.
A feira “é uma marca incontornável do mundo rural, dos saberes, sabores e competências das mulheres e homens que trabalham o melhor do potencial das nossas terras”, re fere a Câmara de Ourique em comunicado.
Este é o momento de registar na sua agenda as datas para os encontros, os reencontros, a gastronomia, a ani mação musical e um espírito único de uma festa que traz a Ourique milhares de pessoas da região e do país.
Fruto da aposta no resgate e valorização da fileira do por co alentejano, a Feira afirmou-se no panorama regional e nacional como um momento de afirmação do Mundo Rural e de Ourique, que se projeta noutros momentos, ao longo do ano.
Uma marca incontornável do mundo rural de Ourique
A seca que se verificou atrasou esta atividade
Apanha de cogumelos silvestres está atrasada em Trás-os-Montes
A apanha de cogumelos silvestres está atrasada no Nordeste Transmontano devido à seca, mas há boas perspetivas para as próximas semanas com a chuva dos últimos dias, disse o presidente da associação micológica A Pantorra.
“Por norma começamos a apanhar cogumelos no início de outubro, mas a seca atrasou esta atividade. Contudo, as chuvas que se fizeram sentir no Nordeste Transmontano levam-nos a perspetivar que nas próximas semanas haja cogumelos de qualidade, até porque o tempo não está muito frio”, explicou o presidente da associação, Manuel Moredo.
De acordo com o especialista em micologia, no início de outubro já se começava a apanhar boletos, que é a espécie mais procurada pelos coletores e pelos estudiosos da micologia para acompanhar a gastronomia regional, e só agora é que começam a surgir nos bosques do distrito de Bragança.
“Como este ano começou a chover mais tarde, estamos a aguardar que as diversas espécies de cogumelos comecem a sair, com destaque para
os boletos, sanchas, locatários ou os róculos, isto ao longo próximas semanas, porque depois começa a haver noites frias e estes fungos ficam podres e sem qualidade”, frisou Manuel Moredo.
O especialista alerta que os cogumelos são uma comida de risco e por isso se deve ter muita atenção na sua apanha e seleção, bem como seguir as instruções dos guias de campo.
A associação A Pantorra, com sede em Mogadouro, já iden tificou mais de 400 espécies de cogumelos no Nordeste Transmontano nos últimos 24 anos, mas os seus especialis tas estão convencidos que há muitas mais por identificar, um trabalho que os micólogos continuam a fazer, tanto no Nordes te Transmontano como na província espanhola de Castela e Leão, territórios com características semelhantes.
Por outro lado, e ainda no campo da micologia, após dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19, a Confederação de Micologia Mediterrânica (CEM), entidade da qual a associação
A Pantorra está ligada, vai realizar em Bragança um encontro in ternacional que juntará mais de uma centena de especialistas em micológica de várias partes do mundo.
“O encontro internacional só se realiza em Bragança devido à falta de condições a nível de hotelaria no concelho de Mogadouro, apesar de a nossa sede estar nesta vila”, vincou o presidente da associação, Manuel Moredo. A CEM junta especialistas em micolo gia provenientes de vários países europeus e dos Estados Unidos da América (EUA).
Estão igualmente programadas várias saídas de campo para apanha de cogumelos silvestres nos concelhos de Bragança, Mo gadouro, Macedo de Cavaleiros, Vimioso e Vinhais.
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Atividades programadas até abril de 2023.
Macedo de Cavaleiros aposta na gastronomia e nas caminhadas até abril do próximo ano
Berço dos Caretos de Podence Património da Humanidade e integrado na rede mundial de geoparques e na Reserva da Biosfera Meseta Ibérica, a natureza e a paisagem, assim como os produtos locais, são o mote de um conjunto de atividades programadas até abril de 2023.
No primeiro fim de semana de novembro arrancam, segundo divulgou a autarquia, os fins de semana gas tronómicos, promovidos pela câmara municipal e pelo Geopark Terras de Cavaleiros. O primeiro é dedicado à castanha, o segundo ao azedo, uma peça de fumeiro fei ta à base da massa de alheira, seguindo-se, em dezem bro, a rota do butelo e das casulas, um prato regional com o enchido de ossos e vagens de feijão secas.
descobertos”.
Até ao final do ano estão ainda programadas quatro edições do Mercado de Produtos da Terra, em parceria com a Associação Comercial de Macedo de Cavaleiros, em que estão em destaque produtos hortícolas, de pecuária, fumeiro, compotas, mel e do çaria tradicional.
Os cogumelos, que abundam nesta época do ano nos bos ques da região, dão mote às oitavas Jornadas Micológicas da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Vale Padri nhos, a 5 de novembro. No mesmo fim de semana decorre na aldeia de Corujas a Feira da Castanha. Para janeiro, entre os dias 26 e 29, está previsto o regresso da Feira da Caça e do Turismo, considerado um dos eventos “de referência no país no setor cinegético”.
Para janeiro está programada a rota do javali, em feverei ro acontece o festival do grelo e em abril o cabrito à mesa, um prato regional típico na época da Páscoa. “Queremos criar dinâmicas de turismo gastronómico que represen tem uma mais-valia para os empresários do concelho, pois são já muitas as pessoas que vêm de longe, incluindo de Espanha, para provar o que se faz na nossa cozinha”, justifi ca o presidente da Câmara, Benjamim Rodrigues.
A autarquia e o Geopark Terras de Cavaleiros promovem, também, em paralelo o Festival de Caminhadas com seis passeios pedestres pelo território ao longo de seis meses. As caminhadas estão agendadas para os fins de semana de 12 e 13 de novembro, 17 e 18 de dezembro, 21 e 22 de janei ro, 18 e 19 de fevereiro e 18 e 19 de março. O autarca destaca que “o concelho tem paisagens lindíssimas e pontos histó ricos e geológicos únicos, que valem mesmo a pena serem
Segundo o vice-presidente do município, Rui Vilarinho, “este é um setor que, por tudo aquilo que impacta, desde a caça em si ao alojamento, ao comércio local e à restaura ção, movimento seguramente mais de um milhão de euros” neste concelho do distrito de Bragança. “Somos por natu reza um destino do Turismo Cinegético, que recebe caça dores de todas as regiões do país, com uma Federação de Caçadores aqui estabelecida e que, por tudo isto, reúne condições para ser efetivamente a capital da caça Maior”, acrescenta.
O evento, que decorre no Parque Municipal de Exposi ções, é organizado pela Câmara de Macedo de Cavaleiros em parceria com a Federação das Associações de Caça dores da 1ª Região Cinegética. Ao longo dos quatro dias, além da vertente comercial, a Feira vai contar com a rea lização de várias montarias, demonstrações de falcoaria e seminários dedicados à temática cinegética.
O município de Macedo de Cavaleiros aposta na gastronomia, caminhadas e caça como chamativos para preencher os próximos meses no concelho transmontano com três distinções da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
Festa do Cante celebra oito anos
de Património Mundial da UNESCO
Concertos, lançamentos de discos e apresentação de livros compõem a Festa do Cante 2022, que arrancou em Serpa (Beja), para comemorar os oito anos do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A iniciativa vai decorrer até 27 de novembro, em Serpa, mas também em Lisboa, e destina-se a comemorar a entrada do cante na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
O evento, organizado pela Câmara de Serpa e pelo Museu do Cante Alentejano, com o apoio da Casa do Alentejo, em Lisboa, e da Direção Regio nal de Cultura do Alentejo, visa também “divulgar o cante e promover o convívio, a partilha e a troca de experiências entre cantadores e público”, realçaram esta terça-feira os promotores.
A edição deste ano da Festa do Cante arrancou no Cineteatro Municipal de Serpa, com o espetáculo de apresentação do CD “Alentejo Ensemble”, do Rancho de Cantadores de Paris (França). Este é “o primeiro grupo multinacional de cante” e “nenhum dos mem bros é alentejano”, integrando “apenas um portu guês”, explicou a câmara municipal.
O trabalho discográfico “Alentejo Ensemble” apresenta “um conjunto de modas emblemáticas do Alentejo, mas com uma roupagem contempo
rânea”. O disco, gravado por seis membros do grupo, “apre senta várias correntes, desde o tradicional ‘à capella’ a no vos arranjos para instrumentos elétricos, passando pelos grupos de jovens e de mulheres”, indicou a organização. A apresentação em Serpa contou com as participações do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Ran cho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias, Grupo Coral e Etnográfico da Academia Sénior de Serpa e Os Alentejanos.
O Museu do Cante Alentejano, em Serpa, acolhe, a 5 de novembro, a apresentação do livro “Pelos Trilhos do Cante”, de Simão Miranda, por Mariana Cristina Borralho e com as participações do Grupo Coral da Adega de Vidigueira, Cuba e Alvito e do Grupo Coral Os Alentejanos da Damaia. Já no dia 12, no mesmo local, é apresentada a obra “Práticas da Cultu ra na Raia do Baixo Alentejo, Utopias, Criatividade e Formas de Resistência”, de Dulce Simões, por Paulo Lima e pelo editor Fernando Mão de Ferro, com a participação do Grupo Coral Os Arraianos de Vila Verde de Ficalho.
“Natureza Morta”, de J. M. Rodrigues, é a exposição de fotogra fia que também vai poder ser visitada neste museu, a partir de dia 18 de novembro, enquanto, no dia seguinte, a Casa do Alen tejo, em Lisboa, acolhe o concerto de apresentação do CD “Can tares do Alentejo”, obra do maestro e compositor Fernando C. Lapa, para guitarras clássicas, do projeto Cante Alentejano com Erudição, pelo Bracara Augusta Guitar Trio e com a participação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa (16 horas).
A Festa do Cante inclui ainda, a 26 de novembro, cante nas di versas localidades do concelho de Serpa, pelos grupos corais do concelho e, no dia seguinte, no cineteatro municipal (19 horas), a cerimónia oficial do oitavo aniversário do cante como património da UNESCO, com atuações de diversos grupos do concelho, bem como de Vitorino e Celina da Piedade, entre outros.
O cante alentejano, canto coletivo sem instrumentos, tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a 27 de novembro de 2014, graças a uma candidatura apresentada pela Câmara de Serpa e pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.
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Iniciativa vai decorrer até 27 de novembro, em Serpa e Lisboa