Grand Parc
Bordeaux, França
Desafio Em muitos países, o período pós-guerra presenciou um boom sem precedentes em projetos de habitação social. Hoje, os grandes projetos habitacionais da década de 1960 lutam tanto com a qualidade da mo radia quanto com o estigma social. Mal construídos, caros de manter e socialmente alienantes, os projetos de habitação social desse período podem oferecer as comodidades básicas, mas têm sido duramente criticados pela falta de qualidades arquitetônicas. Embora a arquite tura tenha interesse no problema, ela também tem potencial para se transformar. À medida que os habitantes estão sujeitos à estigmatiza ção e políticas agressivas são introduzidas para combater os desafios – sejam eles reais ou percebidos – há também uma percepção crescente de que o despejo, a demolição e o desarraigamento não são necessa riamente as melhores formas de abordar esse tipo de patrimônio e as pessoas que ele abriga. Contribuição O projeto Grand Parc consiste na transformação de três blocos de habitação social construídos na década de 1960. Faz parte do programa de renovação da ‘Cité du Grand Parc’ em Bordeaux – um bairro com mais de 4.000 habitações. Após considerar a sua demolição, decidiu-se renovar três edifícios com um total de 530 residências. A economia geral do projeto baseou-se na estratégia de transformar o edifício existente sem grandes intervenções na estrutura principal e em vez disso focar em adições e ampliações – incluindo a adição de jardins de inverno nas fachadas voltadas para o sul e melhoria do isolamento da fachada norte. Esta abordagem permitiu concentrar os recursos em soluções que melhoram significativamente a qualidade arquitetônica das habitações e o desempenho do conjunto dos edifícios. Este projeto demonstra como a transformação da habitação social pode ser economicamente viável e introduzir qualidades arquitetônicas que não só valorizam a habitação individual, mas também desafiam o estigma associado aos grandes projetos habitacionais da década de 60.
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