ASPECTOS ECONÔMICOS143
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À epoca da chegada dos “Paraibanos”144, a estruturação espacial do território maranhense é o resíduo de um secular processo produtivo apoiado no modelo economico latifundiário, primário-exportador, do século XIX, impulsionado pelos pequenos produtores migrantes que justapuseram ao antigo espaço monocultor, com concentração rígida de terras, uma nova estrutura constituída de pequenas explorações de agricultura de subsistência: “A organização espacial na década de 20 já retrata a passagem que se dava em fins do século XIX, quando do grande declínio da economia agrícola do Estado, de um aproveitamento mercantil de grandes explorações para um sistema de pequenas unidades de produção, que embora ligados, ainda à cultura do algodão já se estrturava na direção de uma rpodução francamente para subsitencia.” (IBGE, 1984).145
A cotonicultura sobrevivia, ainda, como principal cultura do Estado, ocupando os espaços conquistados no século XIX – vales do Itapecurú e Parnaíba e o então chamado Alto-Mearim. Nessa época, o algodão produzido já provinha de pequenas lavouras instaladas pelos ‘agregados’ nos antigos latifundios, na maior parte, migrantes nordestinos146. O algodão convivia na mesma roça com o arroz, o milho e a mandioca – culturas de subsistencia. Por essa época, já despontava a extração do coco babaçú, incentivada pelas primeiras exportações para a Alemanha, feitas em 1911, expandindo-se no periodo da I Guerra Mundia, sendo que, nas décadas de 30 e 40 passa a ser o principal produto de exportação do Estado147.
Recursos vegetais – o babaçu é a principal riqueza do municipio. É explorado em larga escala. Da amendoa fabrica-se azeite, leite, sabão e vela; da casca faz-se o carvão e das folhas fabricam-se esteiras e cofos (artesanato) e também são utilizadas na cobertura de casas; as madeiras de lei como cedro e pau d´arco que encontram-se consorciadas com os babaçuais, são utilizadas para a fabricação de móveis, portas, ripas, caibros, etc.; Extrativismo – o principal produto extrativo vegetal de Paraibano é o babaçu. Este produto tem destaque na economia do municipio, porem sofre com a depredação das matas, diminuindo, consequentemente, 143
Como dito, faremos um resumo histórico da implantação da indústria no Brejo. Ver também RIBEIRO, 2002, obra citada. 144 VAZ, 1990, obra citada. 145 Brasil, IBGE. ATLAS DO MARANHÃO. Rio de Janeiro: IBGE, 1984, p. XI-37; CANEDO, Eneida Vieira da Silva Ostria de. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO MARANHENSE ATÉ OS ANOS 80 – A DISTRIBUIÇÃO DA TERRA E ATIVIDADES AGRÍCOLAS. 2ª. ed.. São Luis: Interativa, 2008 146 OLIVEIRA, Antonio Guimarães de. ALGODÃO: OURO BRANCO (Tempo e espaço). São Luis: Ed. Do Autor, 2007. 147 Em 1920, a área cultivada no Estado era de 62.810 hectares, sendo que São João dos Patos contribuía com 9,6% desse total, com o algodão, milho e arroz ocupando 99% da área cultivada. Vale lembrar que os dados fornecidos pelo IBGE (1984) referem-se ao ano agrícola de 1919-20 e que os municípios de São João dos Patos, Loreto, Nova Iorque, Carolina, Passagem Franca, Colinas (Picos), Mirador, Benedito Leite foram desmembrados de Pastos Bons no ano de 1920.