CULTURA
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Como toda cidade do interior, Paraibano tinha suas festas. As festas religiosas dedicadas a um santo, e as festas populares realizadas quando de alguma data significativa. O primeiro registro dessas manifestações foi a Festa de São Sebastião, comemorada por cerca de dez dias no mês de Janeiro164. Havia duas festas em devoção a São Sebastião. A “oficial”, de 10 a 20 de janeiro promovida pelos moradores da localidade, com os “Paraibanos” à frente, e a “oficiosa”, promovida por Dona Noca, no período de 21 a 30 de janeiro. A existência das duas festas é um fato, mas o porquê da existência de duas, é desconhecido. Sabe-se que Dona Noca briga com o Padre Constantino, que a promovia, e passa a realizar uma segunda, na semana seguinte. Pura provocação... Em sua festa mandava montar carrossel, mandava levantar um mastro e trazia ‘raparigas’, “carradas de mulheres, só para insultar os Paraibanos”, no dizer do Sr. Valentim, morador do Marajá. Manetinha também se refere às festas de São Sebastião. Informa que tinha todo tipo de animação: carrossel, jogo de baralho, roleta. Havia um ônibus, que vinha ou de Teresina ou de outra cidade grande da região, a que chamavam “Galinha” que promovia passeios, da porta da igreja até o “João Leite” numa distancia de três quilômetros, ao preço de um cruzado. As festas folclóricas, com cunho religioso, realizadas geralmente próximas ao Natal e ao dia de reis – Festa de Reis e Lapinha. Os Reis eram liderados por Belchior Araujo, que catava o ‘reis’ por escala; a lapinha, por Maria Dantas Brito165. Passemos a descrição dessas manifestações, na entrevista de Manetinha, do qual participou Rosely Brito Agostinho – Rosinha – filha de Antonio e Mariquinha166. Percebe-se a riqueza dos detalhes e a nostalgia de um tempo que já se foi:
“RA – A Lapinha constava das Pastoras, que era, por exemplo, fazia duas filas, cinco pastoras de cada lado; atrás das Pastoras vinham que representava a Borboleta, quem representava os três Reis, quem representava as Baianas, quem representava Mercúrio e cada um tinha uma musica que representava aquilo; por exemplo, eu representava a Borboleta... CC - Tu sabes a música...
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Ver “Política” Mariquinha, viúva de Antonio Paraibano, mãe de uma das Autoras, Del. 166 CAMPOS, Clodomir Lema. DEPOIMENTOS. In VAZ, 1990, obra citada. 165