Magazine 60+ #39

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Ano IV | Formato A4 | internet livre | Outubro/2022 - #39 #3960+magazine A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS. Variedades - Cultura - Informações Argentina - Brasil - Portugal Astronomia e Astrologia na Mitologia Páginas 21 e 22

Editoriais

seja bem-vindo

Ontem, ainda indeciso em quem votar para Presidente, perdi meu tempo as sistindo dois blocos do debate da Rede Globo. Coitado do Bonner que parecia uma professora dando bronca nos alunos para que eles parassem com a bagunça senão iriam para a diretoria.

Como pode, um país que tem tudo para ser um lugar de vida confor tável a seus habitantes (graças a enormidade de impostos que pagamos, acho que maior que a Finlândia) ter candidatos ao cargo maior que não têm a menor ideia do que farão para beneficiar a população. O discurso é incrivelmente o mesmo de sempre e as brigas, nossa nem dá para acreditar.

Hoje, lendo os jornais após ver podcasts do dito DEBATE, li alguns comentários que me pareceram pertinentes. Natusa Nery da Globo News disse “Co meçou quente, em um confronto inicial entre Lula e Ciro Gomes. Bolsonaro teve a oportunidade de perguntar para Lula e evitou esse confronto, chamando Padre Kelmon. Lula, na avaliação de integrantes da própria campanha, acabou deslizando, porque deu margem para um bate-boca com candidato que é traço nas pesquisas de intenção de voto. Houve muitos direitos de resposta. E foi justamente nos direi tos de resposta que Lula e Bolsonaro travaram um embate direto. Bolsonaro che gou a gritar da cadeira dele. ”

Comentarista da Jovem Pan, Scaff disse “[o debate] ...não deverá in fluenciar o resultado das eleições, que devem permanecer semelhante ao que as pesquisas de intenção de voto já vêm apontando. O que nós verificamos é que, tal vez, não altere muito o cenário. Algumas pessoas diriam assim: significa que pelo cenário presente já indica que vai dar ou segundo turno, com uma grande maioria do presidente Lula, ou já pode ganhar no primeiro turno”.

Fui dormir e ganhei mais com um merecido descanso.

Ainda sobre política gostaria de ressaltar que um de nossos colunistas é candidato a Deputado Estadual por São Paulo. Nossa proposta nessa revista é de não publicar nada de política, seja o que for, mas Fábio Faria de Sá é meu amigo pessoal, sei muito bem do trabalho que ele faz em seu escritório que já ajudou ao longo de 36 anos, milhares de pessoas a conse guirem suas aposentadorias por Tempo de Contribuição e por Idade, orientando nas questões dos benefícios como Auxílio-doença, Loas Idoso e Loas Deficiente, Auxílio Maternidade, Pensões por Morte, etc. Enfim, são muitos os atendimentos junto ao INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social. Além das demandas da Previdência Social, ainda existem as equipes de advogados que orientam nas varas de família, criminal, trabalhista, assuntos contábeis, como encerramento de empresas, MEI, Receita Federal, por exemplo. E, tudo mais, que surge por lá para análise, aconselhamento e orientação jurídica. Quem precisar ou quiser conhecer o trabalho desse nosso colega vá, principalmente aos sábados conversar pessoalmente com ele na Av. Engenheiro George Corbisier, 1127, pertinho do Metrô Jabaquara Telefone: (11) 5015-0500.

Tenha certeza que ele vai te ajudar! Fábio terá meu voto!

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Eleição X Enganação

“Seja sutil, para que ninguém ache qualquer rastro e misterioso, para que ninguém ouça qualquer informação”

Sun Tzu – A arte da Guerra

Você sabe qual é a diferença entre a dama, o diplomata e o militar? Segundo a anedota, se uma dama diz talvez, quis dizer sim. Se diz não, disse talvez. Damas não dizem sim. O diplomata, quando diz sim, disse talvez; se diz talvez, disse não. Diplomata jamais diz não. Já o militar, quando diz sim, é sim e quando diz não é não. Mas damas, diplomatas e militares são aprendizes de feiticeiro se comparados ao político em campanha.

Comunicação é a chave para o entendimento, vender ideias, produtos, ima gem e se relacionar bem. Abelardo Barbosa, o Chacrinha, dizia “quem não se comunica, se trumbica.” Engana-se quem pensa que para se comunicar bem basta ser claro, preciso, conciso e objetivo. Muito se diz pelo subliminar, linguagem cor poral ou o dito pelo não dito. Falar tudo sem dizer nada também é “arte” na comunicação. É enganoso, mas atende ao propósito de não se comprometer e permite depois desmentir tudo com convicção.

Alguns eleitores adoram a fala empolada, intelectual e erudita. Outros prefe rem a fala popular, gente como a gente. Mas tudo pode ser enganação proposital. Quando estudante de direito, soube de um processo judicial em que as duas par tes propuseram Embargos de Declaração (recurso para esclarecer obscuridades). A sentença devia encerrar o processo, mas o texto era tão confuso que ninguém soube quem ganhou e quem perdeu. Talvez nem o juiz.

Hermenêutica é a ciência que tem por objeto analisar e compreender textos religiosos e filosóficos. Os tribunais também a utilizam, mas há certos casos que nem a hermenêutica resolve: comunicados oficiais, políticos em campanha, autoridades se explicando e também algumas celebridades. Gil e Caetano que o digam. Ou não!

Há muita falsidade na comunicação política. Acusam o oponente de fazer o que fizeram; defendem o que já criticaram e vice-versa; pregam democracia, mas agem como déspotas; denunciam problemas que eles mesmos criaram; ateus re zam em cultos (qualquer tipo de culto) etc. Dizem o que o eleitor quer ouvir, mas não praticam e nem acreditam no que dizem. Uma vez eleito, agem como um fa moso ex presidente: esqueçam tudo o que escrevi.

Pessoas de passado duvidoso juram que mudaram de vida e pedem nova oportunidade. São santos de pau oco que se atribuem qualidades nunca suportadas por seus atos. Quem não os conhece, acredita.

Atores e atrizes são exímios mentirosos, no bom sentido. Incorporam de tal forma o personagem que o expectador acredita que são mesmo mocinhos ou vi

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lões. Eles estudam arte dramática para desempenhar papéis de forma convincente. Afinal, são profissionais da atuação.

Políticos, tal qual atores, treinam dramatização, oratória, expressão corporal e vendem ao eleitor a imagem do que não são. Fazem “mídia training” para encarar entrevistas, responder o que não foi perguntado e livrar-se de perguntas capciosas. O Ghost Writer (escritor fantasma), escolhe as palavras e redige os discursos que irão proferir. Roteiristas e Diretores criam campanhas brilhantes, não com o propó sito de informar ou entreter, como os atores das novelas. O objetivo é apenas e tão somente ganhar a eleição.

Para mostrar bondades, aparecem em produções midiáticas. Para fazer mal dades, bem, déspota que se preze não faz maldades. Tem quem execute o trabalho sujo e ainda faz parecer acidente, tal qual Dom Corleone, o poderoso chefão. Dés potas sempre têm ficha limpa, alma honesta e caridosa.

O eleitor deve agir como São Tomé: ver para crer. Dar mais atenção ao que vê (ou viu) do que ao que ouve. Mesmo assim, a chance de ser tapeado é enorme, pois políticos são profissionais na arte de enganar e o segredo comunicação enganosa inclui não dizer nada, não se expor, ser dúbio, culpar os outros e negar tudo o que prejudique. A culpa seria do candidato que não mede esforços para se eleger ou do eleitor incauto que não se interessa por política e se deixa seduzir pelo canto da sereia?

Chapeuzinho Vermelho não teria caído na lábia do Lobo Mau se seu discurso fosse honesto e sincero. O conto é fábula infantil, mas a eleição é realidade, que pode ser nefasta e duradoura. Acreditem ou não.

Foto montagem: arquivo
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Na reta final

Provavelmente a expressão reta final veio da aviação. O comandante do avião avisa à torre do aeroporto que está a caminho do pouso. Em política, tem outro signi ficado. Retrata os momentos decisivos da disputa eleitoral, quando os dois candidatos favoritos lançam mão de todo o seu poderio, não só para conquistar os indecisos, mas também para manter os votos já conquistados. Na reta final, todo cuidado é pouco. É preciso demonstrar força e otimismo e se preparar com respostas padrão às pergun tas repetitivas dos jornalistas. Para isso, há um verdadeiro exército de assessores de todos os matizes, não só para escarafunchar as preferências dos jornalistas e veículos para os quais trabalham, mas também quais são os questionamentos que podem fazer durante uma entrevista, geralmente tumultuada em meio a uma multidão de apoiado res. É necessário treino, muito treino, ainda que um dos candidatos tenha uma identificação maior com o eleitorado, fale a língua do povo e diga o que a multidão gostaria de ouvir. Contudo, nada disso é suficiente em uma eleição polarizada, em que, pelo menos para os mais mergulhados nos contornos da política, seja possível constatar quem está mais à esquerda ou mais à direita. É verdade que o povão ainda não se emociona com citações de filósofos e políticos conhecidos mais no mundo acadêmico ou nas rodinhas dos bares da moda, principalmente na capital do Brasil.

Os demais candidatos se esforçam para polarizar com um ou outro favorito. Caso consiga encaixar um ippon, bem dado, no oponente, a assessoria de imprensa se incumbe de o espalhar pelos jornais e rádios de todo o país à espera de que haja uma reação do agredido. Se houver, ponto para o agressor. Se não houver, reforça a bipolaridade entre os dois candidatos com maiores chances de chegar à presidência da República. O Brasil é uma jovem democracia, recém-saída de uma ditadura que durou 15 anos, e que não se esforçou em educar politicamente a população. Os oposicionis tas ainda criticam o ditador que mandava pendurar o seu retrato não só nas salas dos órgãos públicos, como também nas salas de aula. Até mesmo na capa dos cadernos escolares pontificavam as mensagens do governo totalitário. Contudo, com a abertura política, uma nova Constituição, novos partidos, o quadro eleitoral se fortalece. Não se sabe exatamente o que cada partido nacional representa, nem quais são exatamente os planos de governo, caso seja vencedor. Mas isto é apenas um pequeno detalhe diante da estatura dos favoritos. Uma boa parte da população ainda vota no homem, no nome, no apelido, na maneira pela qual é mais conhecido, sem se importar com a sigla partidária. É verdade que a propaganda, principalmente eletrônica, usa do horá rio eleitoral obrigatório para apresentar seus jingles com nome e sobrenome do partido. É preciso se preparar para perder e fazer oposição no Congresso Nacional e isso só é possível com a eleição de uma forte bancada de deputados e senadores.

A polarização chega ao auge nas vésperas da eleição presidencial. Não pode ha ver erro. Em um quadro polarizado, com os ânimos exaltados e as preferências expos tas, cometer um erro é fatal. Um ataque, uma notícia não confirmada, pode entornar o caldo, como diz o mais abalizado cronista político. Primeiro, uma discussão geral, que geralmente vira bate-boca, depois se apura se o fato é uma fake news ou não. Os

Crônicas do Brasil - Parece mas não é
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dois candidatos estão de olho no estado de maior contingente eleitoral: São Paulo. Por isso eles programam fazer os comícios de encerramento da campanha nesse estado. O candidato que tem o apoio da esquerda é o ex-ditador Getúlio Vargas. É visto não mais como um admirador de Mussolini, mas engalanado de nacionalismo econômico, refratário aos investimentos estrangeiros e reticente a uma maior aproximação com os Estados Unidos, já envolvidos na Guerra Fria. Já a coligação da direita é liderada pela UDN – União Democrática Nacional – e tem como candidato o brigadeiro Eduardo Gomes. Os dois principais candidatos participaram ativamente da vida política do Brasil nas últimas décadas e conhecem bem os escaninhos do poder. Esta é a segunda vez que o brigadeiro é candidato. Em 1946, foi derrotado pelo general Dutra, que tinha o apoio do recém-derrubado ditador, Getúlio. A musiquinha do “bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar” é o hit da campanha do PTB. Mesmo na reta final, ninguém de bom senso aposta na vitória de um ou de outro. Mas há quem aposte. O jovem político paulista Hugo Borghi dá uma declaração aos jornais que abala a candidatura de Eduardo Gomes. Atribui a ele a declaração de que não precisa dos votos dos marmiteiros para ganhar a eleição. Ou seja, da massa de operários de São Paulo, que almoça marmitas que trazem de casa. O brigadeiro repudia, rebate, nega, acusa o adversário… Mas na reta final, quando o avião já está para tocar o trem de pouso na pista, nada mais pode impedir a aterrissagem. Seja o que o destino quiser.

60+magazine

Nosso time de Colunistas

Editoriais 1 a 3

Herodoto Barbeiro 4 e 5

Silvia Triboni 7 a 9

João Aranha 13 a 16

Marisa da Camara 17 e 18 Thais Bento Lima 19 e 20 João T. Viana (CAPA) 21 a 22 Sandra Schevinsky 23 e 24 Malu Navarro 25 e 26 Fabio F. Sá 27 e 28 Ricardo Mesquita 29 a 31 Edson Covic 33 e 34 Cidália Aguiar 35 e 37 Sérgio Frug 39 e 40 USP 41 e 42

Norberto Worobeizyk 43 a 46 Osvaldo Bifulco 49 a 51 Sonia Fernandez 53 a 56

Katia Brito 57 e 58

Marcelo Conti 59 a 61

Liça Bonfin 63 e 64 Marly de Souza 65 e 66 Laerte Temple 67 e 68

Tony de Sousa 69 a 71 Lenildo Solano 77 e 78 Ebe Fabra 83 a 88

AVISO LEGAL:

Não há intenção de infringir direitos de autoria. Este Revista é apenas para fins educacionais e de entretenimento. Os direitos das fotos e textos pertencem àqueles citados nas reportagens, aos quais agradecemos imensamente This magazine is distributed via the internet to the Cancer Institute

*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam 30/09/2022 Fechamento desta Edição Periodicidade mensal USAMOS SOFTWARE LIVRE Distribuição Gratuíta pela InternetGENTIL GIGANTE jornalismo 60+magazine É representado por: 96.474.762|0001-07 Rua Viaza, 374 - 151 A São Paulo - SP (11) 9.8890-6403 Jornalista Responsável Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SPDesde 1993 CONTATO - contihq@hotmail.com cel. (11) 9.88906403 NOSSOS PARCEIROS www.acrosssevenseas.com USP 60+ Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos. Fale com a gente! https://novamaturidade.com.br/ instagram@nova.maturidade / Facebook - NovaMaturidade

A infância de avós de uma aldeia portuguesa é retratada em livro

Trata-se do livro “Avós de Canas”, de autoria de Mário Mouraz, um jovem empresário da área tecnológica que conheci Ecosystem Summit, evento promovido pela GesEntrepreneur, que tem por missão ensinar e disponibilizar as melhores práticas sobre empreende dorismo.

Neste encontro, Mário palestrou sobre seu histórico com empresário e criador de iniciativas no âmbito do tu rismo e da sustentabilidade ambiental, nada tendo mencionado em sua palestra sobre uma de suas obras mais fantásticas: o livro Avós de Canas.

Foi durante o networking natural dos congressos e conferências que Má rio contou-me ser da região de Viseu, cidade onde eu tinha estado a palestrar sobre Empreendedorismo 50+ na fei ra Viseu Market promovida pelas Obras Sociais Viseu, presidida por José Carrei ra. Ao contar-lhe tudo isso eis que Mário revela-me o seu grande livro que estava prestes a ser lançado e conta-me sobre o seu ideal de divulgar as histórias de infância dos Avós de Canas de Senhorim, sua aldeia natal. Minha alegria foi imensa ao reconhecer naquele jovem a sensibilidade e legítimo interesse na preservação do passado das pessoas longevas de sua região, e, também, ao a venda

Mudança de Hábito
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ver o quanto Mário sabia dos assuntos relacionados ao Envelhecimento Ativo e Longevidade. “quis deixar um legado não só para nós, mas também uma obra para ficar. Para que daqui a muitos mui tos anos os jovens de então possam ler as histórias dos nossos avós e bisavós e também eles nesse momento tenham uma chamada de consciência que os ajudem a tornar-se melhores pessoas.” diz Mário em seu livro.

Em “Avós de Canas” podemos ler 32 entrevistas sobre a infância de avós de Canas de Senhorim e arredores, nas cidos entre 1914 e 1940, realizadas em sua maioria por seus netos e netas. Veja que muitos são centenários!

Conta-nos Mário Mouraz: “Nos meses seguintes, ao brincar com os meus sobrinhos apercebi-me que grande parte das crianças hoje em dia nascem com acesso a tudo, com direito a tudo e que tem tudo o que é básico e mais do que isso, como adquirido. Apercebi-me que valorizam pouco o que têm e agem como se de um mundo descartável se tratasse. E não é só a nível material, é principalmente a nível moral. Muitas das crianças de hoje em dia não são estru turadas em valores fortes. Ao imaginar estas crianças, futuros jovens, futuros adultos, a desvalorizarem o que têm e as suas raízes, comecei a ficar incomo dado.

Por esta altura faleceu em Canas de Senhorim a Dona Ilda, a típica avó de Canas de Senhorim, adorada por todos, mulher trabalhadora, com histórias e recordações riquíssimas de uma vida inteira. A Dona Ilda era uma das avós na nossa lista. Adoraria tê-la entrevistado, mas isso já não era possível.”

Por este pequeno trecho da introdução do livro Avós de Canas você já pode sentir o grau de interesse e a sen sibilidade com que o autor Mário Mouraz trata as pessoas idosas e o envelheci mento.

Mário Mouraz, além de um grande empreendedor e empresário no ramo da tecnologia, valoriza o convívio dos jovens e crianças com as pessoas idosas ao ponto de se dedicar a colher relatos dos avós da região onde nasceu, com a

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venda na Amazon.com - divulgação

finalidade de comunicá-las às crianças pelas escolas da região.

Leia alguns relatos de duas Avós centenárias de Canas de Senhorim:

A Dona Olinda de Jesus nasceu em 05.07.1915 e já 107 anos. Conta que o momen to alto do ano em Canas de Senhorim era o “Carnaval, mas eu nunca fui ver porque não tinha ninguém para me substituir, queriam todas ir para festa. Naquela altura, não havia carros alegóricos, só marchas, mas só sabia o que me contavam”

Dona Fernanda da Costa, nasceu em 2 de junho de 1914, tem 108 anos, portanto. Conta que a recordação mais bonita que tem de quando pequena era de quando aprendeu ao fazer renda aos nove anos. “Usava agulhas de batoiro e a linha de atar os sacos de adubo. Andava sempre com isso no bolso e, quando guardava as ove lhas, fazia renda.

Ao longo da minha vida, fiz 40 colchas de renda, fora as almofadas e cortinados. Todos os meus netos têm uma, e alguns bisnetos também. E também fiz algumas colchas de retalhos, toalhas, almofadas e rodilhas para a cabeça.”

Mário Mouraz é fundador de 3 empresas incluindo a Climber, uma empresa de software para hotelaria. Criou a Associação Transitar que promove a educação para as alterações climáticas.

Por isso tudo, Mário Mouraz merece o meu reconhecimento e a minha homenagem. Concorda comigo?

A aldeia de Canas de Senhorim, pertence ao município de Nelas, distrito de Viseu, Portugal.

Todas as entrevistas estão gravadas e podem ser ouvidas no Spotify “Avós de Ca nas de Senhorim”.

Silvia Triboni silvia.triboni@gmail.com Editora e produtora de conteúdo sobre longevidade, envelhecimento ativo e econo mia da longevidade no site Across Seven Seas, canal Youtube e Across Podcast.

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O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memó ria, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

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GENTIL GIGANTE jornalismo
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Desde 1993 Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas NOSSA REVISTA PRECISA SOBREVIVER PRECISAMOS DE DOAÇÕES de QUALQUER VALOR ENTRE EM CONTATO SE PREFERIR POR WHATSAPP COM NOSSO EDITOR MANOEL CARLOS (11) 9.8890.6403 Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+ magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.12

Os números não mentem Crescimento populacional

Taxa de Fecundidade no Mundo

A Taxa de Fecundidade Total (TFT) é o número de filhos que uma mulher tem durante a vida.

Para manter a população estável o nível de reposição deve ser de 2,1.

A taxa de fecundidade diminui na Ásia e se mantém constante na África.

A grande maioria dos países da Europa e o Japão vivem uma situação de des povoamento, com todas suas implicações sociais, econômicas e estratégicas, A solução para esses países seria abrir as portas para a imigração. Mas os fatos parecem indicar que essa alternativa é improvável.

Mortalidade Infantil no Mundo
Contos
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A taxa de mortalidade infantil pode ser um melhor indicador de vida do que o Índice de Desenvolvimento Humano. Finlândia, Islândia, Eslovênia e Japão são os países com taxas de mortalidade in fantil mais baixas. Nigéria, Somália e Serra Leoa possuem taxas altíssimas. 10 países da África subsaariana estão com taxa equivalente à da Europa de 100 anos atrás.

Os homens e as mulheres estão ficando mais altos em todo o mundo, incluindo Japão, Coréia do Sul e China Holanda, Bélgica, Estônia, Letônia e Dinamarca têm os homens mais altos e Letô nia, Holanda, Estônia, República Tcheca e Sérvia as mulheres mais altas. Uma das explicações é a alta disponibilidade de leite para bebês e crianças.

A maior expectativa de vida é da mulher japonesa, 87 anos, mas o limite do tempo de vida humano tende a se estabilizar já que são raríssimos os casos que ul trapassam os 100 anos. O recorde comprovado de longevidade é de 119 anos, mas faz muito tempo que não se consegue chegar a mais de 117 anos.

Há no mundo um acentuado crescimento das megacidades. dados de 2018 indicam seis cidades com mais de 20 milhões de habitantes: Tóquio (Japão) 37,5, Delhi (Índia) 28,5, Xangai (China) 25,6, São Paulo (Brasil) 21,7, Cidade do México 21,6 e Cairo (Egito) 21,6.

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Seriam os Estados Unidos o país mais desenvolvido em todo o mundo? Vejam esses números de dados americanos: Expectativa de vida: 78 anos, 28º na colocação geral. Mortalidade infantil: 6 mortes por mil nascidos vivos, 33º no ranking mundial. Índice de felicidade da população 6,892, 19º no contexto mundial. Índice de obesidade: 30% da população, 1º lugar em todo o mundo.

Todos esses números americanos são inferiores aos da Alemanha, Reino Uni do e seu vizinho Canadá.

Algumas conclusões: Embora a expansão mundial da população esteja de clinando, ela continua, ou seja, em 2050 poderemos chegar aos 9,7 bilhões. São poucas as chances da população ficar estável ou começar a diminuir antes de 2100. Alguns países mais ricos se tornarão menores e menos dinâmicos devido à taxa de natalidade e ao envelhecimento populacional. Um em cada quatro japoneses tem mais de 65 anos.

Países em desenvolvimento se tornarão os mais populosos e, na média, mais jovens. Se para esses países (até 2050 cinco deles serão da África) haverá uma oportunidade econômica, ao mesmo tempo haverá um desafio nas áreas da políti ca, infraestrutura e saúde pública, entre outras.

Até 2050 a Nigéria deverá ser o 3º país mais populoso do mundo, superando os Estados Unidos. Como sua população mais que dobrará, tudo terá que ser dupli cado: escolas, clínicas, hospitais, habitações, pontes, etc. O crescimento populacional da Nigéria não será distribuído uniformemente, predominando cada vez mais a urbanização.

Como boa parte da população do mundo viverá em cidades despreparadas para esse crescimento, o adensamento dessa população mais o grande número de migrantes, poderá gerar uma disseminação de doenças, novas e antigas, com possibilidades de novas epidemias que crescerão paralelamente à globalização, princi palmente nas áreas de transportes e comunicações.

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Poderá ou não haver falta de alimentos e água. Tudo dependerá de medidas tomadas para a área agrícola, reduzir resíduos, evitando desperdícios e diminuin do o consumo de carne. Cresce o papel dos governos aos quais caberá aumentar os financiamentos, incentivar a área de pesquisas e desenvolvimento e priorizar as questões ambientais que caracterizam uma agricultura sustentável. Se você é daqueles que acham que a tecnologia e a ciência poderão nos levar a outros mundos se a situação da Terra ficar insustentável, saiba que as perspectivas dos cientistas mais realistas é um pouco pessimista. Muitos novos planetas foram descobertos mas é muito difícil que reúnam as condições mínimas para o surgimen to da vida, da forma que nós a concebemos.

Portanto, acho que cabe cuidarmos de nosso planetinha, para que daqui a 30 anos nossos filhos e netos não joguem a culpa em nossa geração.

Fonte dos dados: Os Números não Mentem - Vaclav Smil - Editora Intrínseca Scientific American Brasil - Edição Premium - A Ciência mapeia o Futuro. lawrencegnogueira@adv.oabsp.org.br

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O envelhecer em descompasso

O envelhecer chega de man sinho, como quem nada quer. Vai dosos, tentamos ignorar o fato, mas ele insiste e impõe-se através das linhas de nosso pescoço, dos fios de nosso cabelo ou no dorso de nossas mãos. Ele chega chegando e vem para evoluir, trazendo consigo um sublime descompasso entre a mente e o corpo. A beleza do envelhecer é que sua essência está calcada neste descompasso, ratificando que “Deus escreve certo por linhas tortas”. O corpo, mais limitado e em regres são, entra em descompasso com a mente, turbinada e em franca pro gressão. Parece um desalinho, mas é o mais lindo e curioso desafio que nos deixa o Criador, para essa eta pa da vida. Os netos chegam e você conhece todos os macetes para lidar com eles, mas não aguenta as noites mal dormidas com os bebês ou sua lombar se desloca, ao brincar com os mais velhos. Sua autoestima está sob controle e você se vê no direito de usar um corte de cabelo ousa do e a blusa da última moda, mas sua aparência já não comporta mais qualquer estilo. Há que se tomar alguns cuidados, não pela opinião de terceiros, mas para ficar bem e bonito com aquilo que de fato lhe é harmônico.

Teoricamente, pelo descom

como
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A vida
ela é

passo mente - corpo, deveriam ser priorizadas as atividades do raciocí nio, que estão em plena capacidade. -Certo? Não exatamente! O cérebro deve ser sempre desafiado, para não atrofiar, mas um corpo que declina, sem fortalecimento físico, está cavando um triste fim. Aliás, esse é o convite do descompasso: equilibrar mente e corpo, para uma saudável longevidade. Muitas vezes envelhe cemos sozinhos, motivados por um divórcio ou viuvez, enquanto nossos filhos e netos têm uma vida repleta de atividades. Em vez de ficarmos atentos àquela frenética movimen tação deles, que já foi nossa um dia, devemos instituir a animação de nossas vidas, com tudo o que nos faz bem. Ao envelhecer, nos sentimos mais livres para as relações, porém nossos corpos perderam os hormô nios e, com eles, parte da libido. A propósito, vale informar-se com seu geriatra ou ginecologista, pois essa situação é reversível e podemos usu fruir de uma vida mais plena de direi tos e prazeres.

A maioria dos longevos se inco moda com esse descompasso “mente - corpo”, achando-o injusto, mas pen so que se o corpo prevalecesse sobre a mente, até o fim da vida, o ser-hu mano nunca alcançaria a sabedoria, perdido em devaneios físicos. Não?

Na vida, o único descompasso real e imperativo é quando a morte chega precocemente, não permitindo ao ser humano usufruir do envelhe cer. Ao olhar para essa possibilidade, agradeço ter chegado até aqui e em minhas preces peço vida longa e sau dável, ainda que meu corpo e minha mente sejam o resultado das tais ‘linhas tortas’ escritas pelo Criador.

Divulgação
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Metaverso e saúde mental

O que você sabe sobre o metaverso?

O metaverso está crescendo em popularidade, como evidenciado pela presença de diferentes metaversos no mundo digital. O metaverso é como a evolução final da internet, uma espécie de realidade virtual em que qualquer interação virtual também pode impactar diretamente o mundo real.

Novas ideias para a criação de um Metaverso no setor de saúde mental foram criadas como uma agência de serviços de aconselhamento psicológico que será criada e vendida por meio da realidade virtual. A realidade virtual (RV) é um sistema imaginativo complexo que pode unir fantasia e realidade (Ifdil et al., 2022).

Esse aconselhamento seria parecido com o da reali dade, os professores participam de salas de aula virtuais como avatares e ajudam os facilitadores e outros alunos a melhorar sua capacidade de lidar com as configurações da sala de aula, fazendo perguntas ou criando ideias que podem ser usadas em uma sala de aula real (Ifdil et al., 2022).

O aconselhamento online está se tornando mais popular, a terapia de RV seria uma delas. O estudo de Slater et al. (2019) realizou um aconselhamento virtual de auto conversação com jovens que resultou em melhorias no sofrimento e em suas respostas com os seus problemas pessoais.

O metaverso também pode ser aplicado na medicina, por exemplo, no espaço digital de diagnóstico e tratamen to, os pacientes podem compartilhar informações com os médicos durante o processo de tratamento para reduzir a resistência no processo de tratamento. Outra possibilidade é para pacientes com problemas de saúde mental e cogni tiva, esse recurso permite que os pacientes recebam trata mento em casa e tenham a própria privacidade preservada (Han & Oh, 2021). Esse recurso seria relevante para os idosos que apresentam uma procura maior, por exemplo,

Thais Bento Lima gerontóloga e colunis ta do SUPERA Ginásti ca para o Cérebro
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Benefícios

em consultas de rotina, não sendo necessariamente preciso que haja locomoção até a clínica de atendimento.

A Realidade Aumentada (RA) é uma mistura do virtual com o real, por exemplo, o jogo Pokémon GO, que ganhou muitos usuários nos últimos anos no Brasil. Nesta ferramenta, o jogador pode usar a câmera do celular para en contrar e capturar o Pokémon na realidade.

O desenvolvimento de altas tecnologias, como RV, RA, jogos e metaverso destinados para idosos ainda é escasso. De acordo com Xi et al. (2022), a RA causa esforço e demanda mental relativamente altos, ou seja, os designers devem considerar fatores como facilidade de uso, mobili dade e interatividade para reduzir o esforço necessário na conclusão de tarefas com RA, e ser mais receptivos aos graus de complexidade e riqueza de informações que po dem levar a alta demanda mental, especialmente quando o aplicativo RA tem como alvo grupos específicos, como ido sos, crianças, pacientes e deficientes. Outro ponto relatado pelos pesquisadores se refere às capacidades funcionais dos idosos, que podem ser prejudicadas pelo uso de fones de ouvido e controles (óculos e controle de mão), por exemplo.

Com a rápida evolução da tecnologia, o metaverso vai se tornar cada vez mais presente no mundo, na educação, na medicina, na interação social, na economia, na diversão e no entretenimento.

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Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós -graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Ser viço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da dire toria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supe ra.

Referências

HAN, Yiqian; OH, Seokhee. Investigation and Research on the Negotia tion Space of Mental and Mental Illness Based on Metaverse. In: 2021 International Conference on Information and Communication Technology Convergence (ICTC). IEEE, 2021. p. 673-677.

IFDIL, Ifdil et al. Virtual reality in Metaverse for future mental health -helping profession: an alternative solution to the mental health chal lenges of the COVID-19 pandemic. Journal of Public Health, 2022.

SLATER, Mel et al. An experimental study of a virtual reality counselling paradigm using embodied self-dialogue. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-13, 2019.

XI, Nannan et al. The challenges of entering the metaverse: An experi ment on the effect of extended reality on workload. Information Sys tems Frontiers, p. 1-22, 2022.

Foto: orthospinenews.com
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.20

Astronomia e Astrologia na Mitologia

PRESTE ATENÇÃO

ASTRONOMIA é a ciência que trata do universo sideral e dos corpos celes tes, com o fim de situá-los no espaço e no tempo e explicar sua origem e seu movi mento.

ASTROLOGIA é a doutrina, estudo, arte ou prática, cujo objetivo é decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos terrestres e na vida das pessoas, relaciona a posição dos astros no céu, tanto no nosso nascimento quanto nos fatos na Terra, incluindo os humores e destinos de todos nós.

MITOLOGIA é um conjunto de mitos e crenças provindos dos antigos po vos, principalmente dos Gregos. Os Mitos envolviam deuses, heróis e muitos outros seres fantásticos. O Mito são fatos e ações verdadeiras que se repetem em todas as culturas, que explica a origem do Universo através das relações ou rivalidades en tre as divindades de caráter sagrado, e apresenta modelos exemplares da “conduta humana”, ou seja, costumamos repetir as mesmas situações vividas pelas antigas

Falando sobre o Cosmos magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.21

divindades... Exemplos: Paixões, Traições, Guerras, Intrigas, Desejos, Estratégias, Aventuras, Ensinamentos, enfim... Agimos da mesma maneira que os deuses e he róis mitológicos agiam. O Mito é atemporal, isto é, o mito sempre se repete e sem pre vai existir, pois eles dão sentido e valor à existência humana. E que fique bem Claro!...

“O Mito não é uma mentira como muitas pessoas desinformadas pensam que é. Os Mitos são exemplos atemporais (Eternos) que expandem a nossa Consciência e nos fazem Evoluir Intelectualmente e Espiritualmente. Mito é a Ligação do Homem com o Sagrado”.

OBS: Indicação de Bons Livros... “O Homem e seus Símbolos” de Carl Gustav Jung / “O Herói de Mil Faces” de Joseph Campbell.

Há muito tempo atrás, a Astronomia, Astrologia, Mitologia e “outros conhecimentos” andavam de mãos dadas, eram unidos, e um complementava o outro e vice-versa. Mas é pena que com o tempo, por influência da Igreja, da Ciência e dos Engenheiros Sociais, os conhecimentos foram separados.

Atualmente, devido a descabida interferência mencionada acima, surgiram embates titãnicos entre os ditos estudiosos do mundo todo e até o presente momento não existe um consenso definitivo. E pelo visto, jamais vai existir.

É como diz um antigo ditado popular... “Não se mexe em time que está ga nhando”.

Bom, vamos deixar as “contendas inúteis” de lado e vamos ao que interes sa... “O Conhecimento Pleno”.

Uma coisa que a humanidade sempre fez, independente do período histórico, foi depositar a sua fé em alguma Entidade Superior. Os deuses surgem da neces sidade de encontrar significado para todas as indagações do homem ao contemplar o infinito através dos astros. Foi algo que acompanhou os grandes povos para que pudessem prever as mudanças climáticas, o posicionamento dos astros no céu, as fases da lua, os eclipses e tantas outras modalidades. Essa sede de comungar com o infinito que o ser humano tem é a sua necessidade interior de dar sentido para a vida... “De saber de onde viemos, o que somos e para onde vamos”. Hesíodo, o magnífico poeta grego, narrou soberbamente o momento da Cria ção do Universo por meio de sua Teogonia. Teogonia vem da expressão grega theosgonia (em grego: Theos, deus + Gonia, nascimento), ou seja, o nascimento dos deuses. É uma obra literária grega clássica muito famosa, que narra a origem do universo e dos deuses. É também uma fonte preciosa de símbolos que desvelam o Macrocosmo (as Leis Gerais da Na tureza) e o Microcosmo (o Interior do Homem). A Mitologia Grega consiste, assim, em uma importante fonte na qual os Iniciados sempre beberam a largos goles.

Uma coisa que é importante saber a respeito da Mitologia Gre ga, é que ela é dividida em gerações diferentes:

A Geração dos primordiais, que deram início ao mundo... Os Titãs.

A Geração dos deuses.

Na próxima Edição vamos falar sobre todos eles, e demonstrar como tudo está interligado.

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.22
O Triunfo da Civilização Pintura por Jacques Réattu, 1793

Eu sei o que você sente (empatia)

Ao nascer o bebe é inundado de estímulos do mundo externo e de seu corpo: frio, fome, dor, aconchego, saciedade, sono, luz, sons, cheiros e gostos. Todas es sas vivências formam mapas cerebrais que ficarão marcados para sempre, e, assim começa a formação da mente humana.

O fato de o cérebro poder armazenar as sensações do corpo é que forma o nosso aparato cognitivo e emocional. Então, querido leitor justamente dores e pra zeres que nos humaniza.

Os registros movem os comportamentos para evitar ou procurar novamente as sensações cada vez de forma mais adaptada à sociedade.

A partir do momento que sabemos o que é sofrimento ou alegria, vamos re conhecendo as mesmas emoções nos outros muitas vezes as sentimos também.

Nosso cérebro é capaz de entender rapidamente uma dor física, mas demora mais para entender uma dor emocional, ou dor da alma, entretanto quando enten de demora a dissipar esse sentimento.

Somos seres sociais por natureza e quanto mais interagimos afetivamente com outras pessoas, mais apto nosso cérebro fica para sentir a tão famosa EMPA TIA, a capacidade de se colocar no lugar do outro envolve três componentes: 1 - O componente afetivo baseia-se em compartilhar, e na compreensão de estados emo cionais de outros. 2 - O componente cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre os estados mentais de outras pessoas. 3 - A regulação das emoções que lida com o grau das respostas empáticas.

É uma grande habilidade do ser humano e quando vemos pessoas que não

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.23
Divã

se sensibilizam com o sofrimento alheio, podemos pensar em patologias ou pro blemas no desenvolvimento, quer seja por uma criação deturpada, quer seja pelo egoísmo extremo.

Quando dizem que as crianças são o futuro do mundo é verdade. Precisa mos educá-las para um mundo mais empático.

Foto: rawpixel.com - freepik

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Lições que a pandemia ensinou

Neste período de “pós pandemia” – ainda que pesem dúvidas a respeito da expressão “pós” que sugere o seu término, algo que ainda há de demorar um tempo para que cheguemos à sua extinção – é possível observar mudanças no comportamento de inúmeras pessoas como resultado das medidas de proteção a que tivemos, todos, que nos submeter.

Para diminuir e principalmente conter a transmissão do vírus responsável pela COVID-19, a OMS recomendou a adoção de me didas tanto de cunho individual – lavar as mãos com frequência, o uso de máscaras e a restrição social – como de ordem ambiental – a limpeza frequente dos ambientes e superfícies – e, finalmente, comunitário – a restrição ou proibição ao funcionamento de escolas e universidades, de lugares propícios ao convívio social, transporte público e outros locais onde pudesse haver aglomeração de pesso as.

Dentre as medidas restritivas, o distanciamento social foi a que maior impacto gerou nos diversos segmentos populacionais. No mundo inteiro ouve-se falar das consequências da restrição social, como tendo afetado a saúde mental de elevado número de pessoas. Isso tudo para garantir um bem maior, ou seja, a sobrevivência da espécie humana, a saúde das pessoas e a constituição de dias me lhores para as gerações que aqui estão e para as que ainda virão.

O elevado número de óbitos em decorrência da COVID-19 e, atualmente, o expressivo volume de pessoas que passou a buscar consultas médicas, psicológicas, psiquiátricas por apresentarem sintomas de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, demonstram o grau de angústia, incerteza e de fragilidade que vivemos. Podemos concluir que vivenciamos, atualmente, demandas semelhantes às encontradas entre os combatentes que sobreviveram à guerra. Tra zemos marcas que ainda demorarão para cicatrizar.

A pandemia fez brotar no ser humano, em todas as partes do mundo, um leque de valores nobres, virtudes e altruísmo como há

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Aprendizagem na 3ª idade

muito não se observava. Ao mesmo tempo descortinou sentimentos os mais diversos e desviantes. Todos, crianças, jovens, adultos e idosos sofremos, física e psicologicamente com as restrições impos tas e o terror que a pandemia disseminou. Em 2020 escrevi artigos que foram postados no blog da Feliz Idade (vide link de acesso ao final deste artigo) sugerindo atividades intergeracionais. Naquela época, minha atenção se voltou para a presença do idoso junto aos seus netos, incentivando-os a vive rem aqueles momentos de reclusão familiar utilizando estratégias de ação conjunta, brincadeiras, desafios, jogos, descobertas várias, evitando o uso do celular, já que se visava a convivência entre as gerações. O resgate e a criação de laços de confiança, de respeito e amizade entre avós e netos decorrem naturalmente desses momen tos de transmissão e troca de conhecimentos entre as gerações. Recentemente, participando de uma reunião com mulheres 60+ me surpreendi com o comentário de uma delas, ao observar o grupo que se formara. Estávamos sentadas em círculo e, no mo mento em que iniciamos a reunião essa senhora olhou em volta e exclamou: “Que gostoso! Não é [reunião] só [de] adolescentes. É o pessoal da terceira idade!” Assim começamos nosso contato com aquelas mulheres.

Como interpretar esse comentário?

Entre as possibilidades que imaginei naquele momento, a que parece fazer mais sentido é de que assim como todas as pessoas, os idosos se viram tolhidos em sua liberdade de ir e vir, dar conti nuidade aos compromissos que haviam assumido ou que estavam prestes a fazê-lo, fossem estes compromissos de ordem profissional, de ações voluntárias, encontros de lazer com os amigos, ou a simples frequência a cursos. Muitas idosas moram com as famílias de seus filhos, principalmente as viúvas. Durante o pico da pande mia essas senhoras se viram às voltas com o drama de seus filhos e netos, talvez muito menos determinados em sua reclusão do que elas.

O que seria motivo de prazer e alegria, como os encontros intergeracionais, aos poucos se transformou em uma obrigação para muitas delas. Mesmo na atualidade, devem acompanhar os netos adolescentes nos compromissos que estes assumem ou mesmo, deles cuidar enquanto seus filhos se ausentam para desempenharem seus papeis profissionais ou participar de encontros sociais.

Constatar que “a reunião é do pessoal da terceira idade” garantiu àquela e às demais senhoras, a convicção de possuírem um espaço comum, só delas, onde podem se assumir, expor suas histó rias, suas dúvidas e dramas, suas conquistas e certezas, seus senti mentos, suas emoções e sobretudo, trocar ideias, aprender com as experiências das demais e festejar cada encontro pelo rico conteúdo que cada uma apresenta em suas falas e ações, agora com um olhar de esperança para o futuro.

Link de acesso ao blog da Feliz Idade: https://blogdafelizidade.blogspot. com Visite o blog da Feliz Idade, deixe seu comentário, dê sugestão de temas para serem abordados, seja nosso seguidor. Sua presença será sempre bem vinda!

Foto: Jcomp - freepik
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.26

Amigo do Idoso

Concurso INSS 2022

Nesses tempos de dificuldades financeiras, o tão sonhado concurso do INSS 2022, surge como uma oportunidade maravilhosa de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, uma vez, que as vagas estão espalhadas Brasil afora, contemplando moradores de todos os estados. Uma boa noa!!!

Um dos maiores concursos do Brasil, abriu inscrições no dia 16 de setembro de 2022, para quem quiser ser um servidor público!

São 1000 (mil) vagas para início imediato e, mais, 2500 inscrições para o cadastro reserva, ou a chamada “lista de espera” para o cargo de Técnico do Seguro Social, com salário inicial de R$ 5.905,79.

Todos os cidadãos com nacionalidade brasileira e portu guesa e Ensino Médio podem se inscrever às vagas! Parece muito bom, não?

Quem quiser se inscrever, acessa o site do CEBRASPE –Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos, onde está o Edital do Concurso INSS 2022.

As inscrições vão até às 18h do dia 3 de outubro de 2022. A prova será no dia 27 de novembro e o valor da taxa de inscrição é de R$ 85,00, podendo ser paga em casas loté ricas.

Aqueles que não disponhem do valor de R$ 85,00 reais, para pagamento da taxa, também podem se inscrever. Mas, para isso, é necessário estar inscrito no CadÚnico e, na inscrição no site, devem preencher também, a Decla ração de Hipossuficiência para aprovação de sua inscrição. Importante, esse detalhe!

Essa declaração, é presença constante nos editais de con cursos públicos, sendo uma declaração que confirma a incapacidade financeira quanto ao pagamento de taxas exigidas nesses processos seletivos, devido à baixa ren da familiar. Pode ser acessada no site do Governo Federal para ser preenchida eletronicamente. Muito fácil!

No endereço eletrônico informado abaixo, poderá acessar todos os documentos necessários para a inscrição. https://www.cebraspe.org.br/concursos/INSS_22

Só colar e copiar no seu navegador de internet como, por

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.27

exemplo: Google, Firefox, etc.

Além dos inscritos no CadÚnico, doadores de medula ós sea, previamente, cadastrados em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde, também, podem ter isenção da taxa de inscrição, devendo preencher a mesma Declaração de Hipossuficiência.

Devem apresentar, também, atestado de médico credenciado pelo Ministério da Saúde que comprove a doação de medula óssea com registro da data realizada.

As inscrições com isenção de taxa, vão até às 18h do dia 3 de outubro de 2022.

Devido à grande procura, vale lembrar que, para os moradores da cidade de São Paulo, é necessário, primeiro, agendar seu horário para ser atendido no CRAS e se cadas trar como CadÚnico.

Nas demais cidades do Estado de São Paulo, não há ne cessidade de agendamento prévio. Só ir até um posto do CRAS e se cadastrar no CadÚnico como baixa renda.

Seguem datas importantes a serem seguidas para os trâ mites que surgirem ao longo do processo seletivo:

Inscrição com solicitação de isenção de taxa: até 3 de outubro;

Consulta à situação provisória da solicitação: de 10 a 13 de outubro;

 Apresentação de recursos contra o indeferimento da solicitação: de 11 a 13 de outubro;

 Consulta à situação final da solicitação: 19 de outu bro;

 Prazo final para pagamento da taxa de inscrição para quem for indeferido: 21 de outubro.

No ato da inscrição, o candidato deverá optar pela região onde deseja exercer a função de servidor público. Ou seja, deve selecionar a Gerência Executiva do INSS à qual dese ja concorrer. Caso seja classificado, aguardará a vaga que vai ficar disponível em sua região. Vale lembrar que, há regiões com mais demanda e, outras, com menos demanda. Cabe ao candidato avaliar e fazer sua decisão!

Aos interessados, nossos votos de boa sorte!

Previdência Social sempre foi a especialidade do IOPREV

– Instituto de Orientação Previdenciária, o qual quero reco mendar para quem está precisando de orientação quanto à obtenção de algum benefício ou deseja fazer contagem de tempo de contribuição, por exemplo.

Vá conhecer!

IOPREV fica em São Paulo, pertinho do metrô Jabaquara!

Atendimentos presenciais às quintas-feiras, das 14 às 17h. Sábados, das 9 às 12h!

É só chegar, nem precisa marcar!

Serviço:

Endereço - Av. Engenheiro George Corbisier, 1127

Metrô Jabaquara

Telefone: (11) 5015-0500

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.28

Acessibilidade com responsabilidade ou a mobilidade em xeque (II)

Urbanista

Arquiteto formado, passei a adotar acessibilidade em todos os meus projetos, porém não interferia no res tante das edificações e meio urbano, achava que não era de minha responsabilidade consertar o que os outros fa ziam de errado.

Muitos anos depois, em 1999, meu filho Rafael, en tão com nove anos de idade, chega em casa com um dos olhos inchado, reclamando de muita coceira e irritação. Era uma sexta-feira e seu pediatra havia saído de viagem; como não parecia nada de muito grave, levei-o a um posto de saúde. Após uma rápida olhada, sem qualquer exame clínico o “doutor” de plantão diagnosticou uma conjuntivi te e prescreveu um colírio qualquer. Ali mesmo o Rafa já começou a reclamar de uma dor na região dos quadris e novamente sem encostar um único dedo o “doutor” diag nosticou ser apenas um “mau jeito”. Amanhecer de sába do, sempre aos sábados, acordo com meu filho chorando de muita dor nas costas, na altura da cintura. Sem saber o que fazer, tento novamente encontrar seu pediatra, sem sucesso, até hoje não sei se porque havia desligado seu telefone móvel ou se porque na época o serviço era mais precário que hoje. Pedi paciência ao Rafa, explicando que nada poderia ser feito antes de segunda. Que final de semana agonizante, no domingo amanheceu mijado na cama, pois não havia conseguido se levantar.

Segunda cedo, começo de um verdadeiro calvário. Para retirá-lo da cama, tivemos que o vestir com todo cuidado, pois gritava a cada movimento, não havia uma posição que lhe desse conforto. Eu já sabia quantificar dores pelas minhas experiências de fraturas, mas nada podia fazer para amenizar a dele, que vontade de poder estar em seu lugar. Nossa viagem até o consultório do

Foto HC em 2012 – permanecem pedras irregulares na calçada

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.29 Arquitetura e Urbanismo Arquiteto e
Ricardo Tempel Mesquta CAU A78906-2 (41)3277-5299 / 98536-6059 (WhatsApp) arqmesquita@gmail.com

pediatra foi um suplício, quando finalmente chegamos corri para pegar uma cadeira de rodas. Não conseguimos andar, pois as calçadas em pedras irregulares e mal assentadas, característica dominante de nossas cidades, faziam a cadeira trepidar o que lhe causava muitas dores. Tive que largar a cadeira no meio da calçada e pegá-lo no colo. Ao entrar no consultório, qual não foi minha surpresa ao nunca ter reparado nos degraus do jardim e em uma enorme escada para subir ao consultório que ficava no andar superior de uma casa antiga. Como é que o próprio médico e seus colegas nunca haviam reparado no absurdo daquela situação? Nenhum diagnóstico, ele faz inúmeros encaminha mentos para exames.

Saio dali sem imaginar o que estava reservado para nossos próximos dias. Primeira parada Hospital de Clínicas. Como puderam construir um hospital daquele porte e impor tância em uma região tão acidentada? Quem foram os arquitetos e engenheiros responsáveis por todos aqueles degraus, até mesmo na calçada de acesso, que ainda por cima foi executada em petit-pavet, que são pedras extremamente escorregadias, principalmente em declives, situação essa infelizmente preser vada até os dias atuais, submetendo ao risco de queda e impossibilitando o acesso de pessoas, notadamente aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida. Nos demais locais, clínicas, laboratórios de exames, consultórios, hospitais, em todos eles degraus, calçadas irregulares, portas estreitas, atendentes sem capacitação para interagir com pessoas deficientes. Só agora começava a reparar em todos estes obstáculos.

Foto HC em 2012 – permanecem degraus e pedras irregulares na calçada de acesso

Finalmente, por indicação de um amigo que conhe cia uma médica do corpo clínico, chegamos ao Hospital Pequeno Príncipe. Outro estabelecimento de saúde sem espaço para embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida, tenho que estacionar na rua. Novamente a mesma situação, só que pior, além das lousas de pedras irregulares nas calçadas da rua, internamente havia um pátio revestido em paralelepípedos, aquelas pedras sem rejunte que normalmente são utilizadas por postos de gasolina de estrada para agüentar tráfego pesado, só que ali na condição de dar acesso a pessoas debilitadas. Nova mente tenho que largar a cadeira de rodas no meio do caminho e carregar meu filho no colo, chorando por conta dor causada pela trepidação. Chegando à porta do hospital, mais obstácu los, degraus de mármore liso e uma daquelas portas antigas de duas folhas que, quando está apenas uma aberta, não comporta passar uma pessoa carregando outra. Tenho que gritar para que alguém venha abrir a outra folha para que eu possa entrar, a essa altura com os braços totalmente exaustos.

Após horas de espera, conseguimos agendar atendi mento. Até aquele momento ainda não sabíamos afinal qual era o problema, pois nenhum dos exames apresentava um diagnós

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.30 permanecem degraus e calçada de acesso

tico da origem das dores, já era o quarto exame clínico. A médica que iria nos aten der era muito bem-conceituada e havia sido indicada por um amigo que soubera de um caso semelhante com o filho de um amigo. Por isso que sempre que estou com um problema sério, falo dele aos quatro cantos, pois de algum lugar virá um socor ro, principalmente de cima! Após a anamnese e uma série de exames clínicos e bio métricos, ela diagnostica em uma palavra o que afligia o Rafael, tratava-se de uma Sacroileíte! Mas afinal o que era aquilo? Segundo ela explicou, ainda não se podia saber se um vírus ou bactéria haviam causado aquela infecção no olho e depois se alojado na junta do sacro com o ilíaco, causando uma infecção e que ele teria que ser internado para observação e tratamento.

Segue na próxima edição

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.31
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.32

Qual inflação é maior, a minha ou a sua

Podemos morar na mesma cidade e sofrermos taxas de inflação diferentes?

Sim, podemos e a causa é que somos diferentes em rendimento, ou em hábitos de consumo ou em ambos. Inflação é a alta generalizada dos preços, mas isto não significa que todos os bens e serviços apresentem a mesma variação de preço. Alguns produtos podem aumentar muito, outros manter os preços, e ainda outros sofrer aumentos razoáveis. O impacto desses aumentos no rendimento das pessoas depende do que e de quanto cada pessoa consome ou está propensa a consumir ou a poupar.

Vamos imaginar dois indivíduos distintos, o Sr. “A” e o Sr. “B”. O Sr. “A” tem um rendimento mensal de R$ 15.000,00, reside em casa própria, trabalha perto de casa, paga escola particular para seu filho; não economiza em alimentação, seus hábitos com vestuário e viagens são moderados, e costuma poupar parte de seus rendimentos. O Sr. “B” tem rendimento mensal de R$ 3.000,00, reside de aluguel, trabalha distante de casa e seu filho estuda em escola pública. Gasta na medida de seu rendimento para não fazer dívidas e poupa sempre que possível. Abaixo um quadro comparativo simulando os efeitos de uma inflação hipotética para cada um dos indivíduos.

A ponderação apresentada corresponde a taxas de gastos sobre o rendimento de 1 a 40 salários-mínimos, critério que o IBGE adota sobre a apuração da variação de preços entre períodos de 30 dias para o cálculo da inflação. O IPCA corresponde ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo e é utilizado como o indicador da Infla ção Oficial do Brasil.

No exemplo ao lado foi inferido por hipótese uma variação de preços qual quer para que a ponderação resultasse em uma inflação de 10% no período e a distribuição de gastos aleatória para o Sr. “A” e para o Sr. “B” que fossem compatí veis ao rendimento de cada um conforme apresentado na coluna Gastos do Período I. Para o Período II, os rendimentos cresceram pela taxa da inflação determinada pela Variação ponderada dos preços (10%); e os gastos cresceram pela variação de preço de cada Grupo de Gastos.

O resultado deste exemplo apresentou uma inflação menor para o Sr. “A” (8,9%) que para o Sr. “B” (10,5%), cujo perfil de gastos superou a inflação calcu lada de 10%. Para que o Sr. “B” mantivesse o padrão de consumo do período anterior ele precisou contrair dívida em R$ 15. Isto acontece em função da distribuição de gastos entre indivíduos ser diferente da média de pesos calculada pelo IBGE.

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.33 Conversando sobre economia

Este exemplo mostra que a taxa de inflação pondera o comportamento dos gastos das famílias que estão no range de 1 a 40 salários-mínimos. Embora a variação do rendimento seja grande, espera-se que o comportamento proporcional de gastos não sofra grande dispersão nesse universo. Entretanto, a inflação de cada indivíduo pode sofrer maior ou menor desvio do centro da taxa da inflação oficial na medida em que os gastos sejam maiores nos grupos de maior peso que nos de mais grupos.

É importante notar que os efeitos da inflação além de alterar o padrão de consumo, também pode modificar a distribuição da renda e do poder de compra na sociedade. Em nosso exemplo, o Sr. “A” poupava R$ 5.000, (33% de seu rendi mento) no Período I, mas no Período II ele aumentou a capacidade de poupar para 34% (R$ 5.608) de seu rendimento. Por outro lado, o Sr. “B” que não tinha sobras para poupança no Período I, passou a dever 0,4% de seu rendimento no período II para manter o padrão de consumo.

Mensalmente, o IBGE apura em 10 regiões metropolitanas, aproximadamen te 430 mil preços em 377 locais e procede a comparação dessa variação. A ponde ração de gastos é atualizada sempre que se observa uma variação nos hábitos de consumo, seja pela inovação de produtos e serviços ou por outros motivos. Essa atualização depende da POF – Pesquisa do Orçamento Familiar que indica o que as famílias consomem e o peso de cada gasto em relação a renda.

Além da ponderação dos hábitos de consumo em relação a renda, ainda se procede outra ponderação relativa ao peso dos gastos em cada região. A média ponderada dessas variações resultam num único valor que é a inflação do país.

Por isso, a inflação real de cada indivíduo pode ser maior ou menor que o resultado da ponderação das variações adotadas pelo IBGE. Nesse sentido, é interessante que na medida do possível, cada família adote um orçamento familiar de gastos e busque adequar suas despesas nos limites das variações de sua renda evitando com isso o descontrole financeiro, o endividamento e no pior dos casos, o inadimplemento acarretando desconforto financeiro para a família.

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.34

Memórias frescas no vento que passa

Num dia de verão, deslumbrámo-nos com a fantástica Serra de Montejunto, entre imensos vales e campos repletos de vinhas e pastos.

Na aragem dos dias, procuramos a história e a memória.

Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Ventos da serra

O meu avô paterno era moleiro numa azenha que apro veitava a água límpida do rio. Na minha memória de criança ofuscada pelo tempo, eu observava, entre encantada e curio sa, as mós a rodar, triturando vagarosamente os grãos de cereais. A farinha ia caindo, à medida que o seu som cadenciado e quase musical se fazia sentir. Também possuíam um moinho de vento, na Serra dos Candeeiros, às portas de Rio Maior, distrito de Santarém, onde, à sua sombra protetora, eu e os meus pais fizemos um dia um piquenique. Resistia contra tudo e contra todos, devido à sua robusta construção.

Perdi-lhes o rasto e não usufruí desses patrimónios, mas as memórias persistem, protegidas das vicissitudes da vida. Subsistiu o gosto pelos moinhos, o vento assobiando nas velas, a magia dos ocasos sobre as serras. Não serei a única. Estes antigos construtores da farinha que originará “o pão de cada dia” povoam o imaginário de muitos portugueses. Moinhos há muitos, de Avis só um

É na Serra do Montejunto que se encontra o Moinho de Avis, entre a maior concentração de moinhos de vento de Por tugal. Construído em 1810, produz farinha usada para confe cionar pão, a partir de variedades de cereais selecionadas. Foi restaurado em 2008, por um carpinteiro apaixonado por moinhos e por estes locais mágicos, que persistem no tempo.

Em visita marcada, ele recebe os visitantes e explica o funcionamento do engenho e o modo ancestral de produção da farinha. Também o avô deste proprietário tinha uma aze nha, daí o gosto e a paixão. Como era carpinteiro, os seus co nhecimentos permitiram-lhe refazer os interiores. O entusias mo foi tal que após ter feito o primeiro moinho nunca mais

Fotos:

Caminhos de Portugal
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.35

parou e já lá vão quarenta.

Mas não se pense que ali só se origina farinha para demonstração. Na realidade são muitos os interessados em adquiri-la, de vários tipos e de qualidade, como ali se produz.

E não se limita a produzir a farinha, inicia o processo desde a sementeira, para satisfação dos amantes do pão resultante.

Os produtos são biológicos (os grãos não possuem vestígios de pesticidas, garante o proprietário). Mantem-se a rusticida de de todo o processo tradicional. E lembramos que, quando a República foi implantada em Portugal, o moinho de Avis tinha cem anos!

Ao chegar a este autêntico museu vivo, tem-se ainda a hipótese de saborear um cozido à portuguesa e o pão feito a partir da farinha de Avis, num pequeno restaurante ali perto.

É uma ocasião rara de ver um moinho de vento em funcionamento e assistir extasiado ao nascer do Sol, ou ao seu ocaso, desde o alto daquela serra. De todos os moinhos restaurados em Portugal, outros foram aproveitados para fins habitacionais, turísticos ou de restauração.

Real Fábrica do Gelo – uma frescura que vinha da serra

Mas nem só de moinhos se fez o nosso dia na serra do Montejunto.

Vem de longe o desejo de, em dias de canícula, fazer um refresco. O hábito de saborear gelados e matar a sede com bebidas frescas terá vindo de Espanha, introduzido em Portugal pela Corte de Filipe II. Antes da existência do comum frigorífico, os portugueses já usavam o gelo para as bebidas, gelados e tratamentos medicinais. A neve produzida em tem pos servia o propósito, transformada em gelo, numa memó ria encantada do nosso património industrial, que persiste no tempo.

Para satisfazer os desejos da realeza, da corte e, mais tarde, por volta do século XVIII. da burguesia e populares, foi durante o reinado de D. João V, em 1741, que se construiu a primeira manufatura de gelo na Serra de Montejunto, a Real Fábrica do Gelo.

No ano de 1782 deu-se início a uma nova fase, após as obras de ampliação. Próximo de Lisboa, as condições desta serra eram as mais propícias à congelação da água durante a estação invernosa.

A Real Fábrica era constituída por dois grupos de cons truções. O primeiro, que produzia o gelo, era composto por dois poços de captação de água, um tanque - depósito de receção, uma pequena casa e um conjunto de tanques rasos (cerca de 50). O segundo grupo servia de armazém, compre endendo um edifício onde se tratava o gelo e três silos com cobertura abobadada.

Conta-se que quando chegava o mês de setembro, se enchiam os tanques de água. Durante a noite o frio fazia o seu trabalho e a água congelava. Então o guarda da fábrica ia a cavalo até às aldeias e, com uma corneta, acordava os trabalhadores. Antes do nascer do sol, as placas de gelo eram partidas, os fragmentos amontoados e depois carregados para os silos de armazenamento, onde o gelo era conservado até à

divulgação turística
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chegada do verão.

Após retirados dos poços de conservação, os blocos de gelo eram envolvidos em palha, serapilheira e transportados, até à base da serra, no dorso de burros.

O gelo seguia depois viagem, no interior de carros de bois, até ao rio Tejo, onde prosseguia a bordo dos “barcos da neve”. Chegados a Lisboa, apenas a 40 km de distância, abasteciam tanto a corte como alguns dos principais cafés Lisboetas. O café do Terreiro do Paço, mais tarde conhecido pelo Martinho da Arcada (Café de Fernando Pessoa), era um dos destinatários.

A produção de gelo na serra de Montejunto funcionou durante cem anos e terá cessado no final do século XIX, mas a memória ficou no edifício, esquecido durante outros cem. Exemplar bem conservado e único na Europa, foi classificado de Monumento Nacional. Das dezenas de tanques que constituíam, ainda hoje são visíveis quarenta e quatro.

Nesta descoberta da grande Serra de Montejunto, dos ventos que movem velas e arrastam memórias, encantámo-nos com a história, tradições e o que de melhor a serra tem para dar, uma paisagem deslumbrante.

Fontes: http://www.cadavalcativa.pt/patrimonio/patrimonio-arqueologico/1/monumento -nacional-real-fabrica-do-gelo http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/itinera rios/industrial/04/ Outras páginas da autora https://www.facebook.com/Aguiar.momentos https://www.insta gram.com/aguiar.pela.arte/ http://urbanscidalia.blogspot.com/ https://www.pinterest.pt/ cidaliaaguiar/ https://www.facebook.com/cidalia.aguiar/

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Justiça

Justiça cega, caolha, ou não quer ver?

Ou será que somos nós que não queremos ver?

Por que estamos sempre apontando o que é injusto e desconhecendo o que é justo?

Cansados da injustiça do mundo, esquece mos que ela começa dentro de nós.

A nossa moeda, por exemplo, o dinheiro, é justo? Por que nunca nos interessamos pela origem do dinheiro que recebemos na troca por algo que oferecemos, assim como ninguém se interessa pela origem do dinheiro com que efetuamos os nossos pagamentos.

O dinheiro é justo? O dinheiro pode ser justo sem que se conheça a sua origem? Pois dizemos que a corrupção é injusta, porém nunca nos ocupamos em saber qual a origem do dinheiro que recebemos e depois passamos adiante.

Até que ponto então não participamos ati va ou passivamente da corrupção que dizemos assolar o mundo?

O pior cego é o que não quer ver.

A cada dia que aceitamos as coisas como são elas se tornam mais e mais frequentes des vios da verdade e da justiça.

Por outro lado dificilmente vejo alguém se interessar pelo que de justo existe no mundo. Por quantas pessoas, por quantos e quais em preendimentos procuram efetivamente promover a justiça tanto a nível pessoal como coletivo, independente de qualquer instituição.

Não nos damos o direito, nem nos interessamos por reconhecer o que é justo.

O que gostamos mesmo é do que nos provoca o ódio e o clamor contra, em geral repe

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tidamente, como se cada um queira provar que clama mais forte e mais alto do que os outros, embora a essência seja sempre a mesma, que estamos cansados de saber.

Assim não saímos do lugar, mas temos do que reclamar. E parece que é isso que nos satisfaz. Se um “judas” sai de cena, entra logo outro pra gente malhar.

Mais uma vez lembramos que é o espírito bélico que nos foi infundido desde o início dos tempos que se encarrega de manter essa situa ção.

Apenas a nossa consciência será capaz de se dar conta de como estamos enredados em hábitos e costumes desfavoráveis.

Ainda que seja lenta, porém, a dissemina ção da consciência superior vem crescendo cada vez mais e mais pessoas vem abandonando os conceitos sociais rígidos baseados na imagem e não na essência, nas consequências e não nas causas, para reconhecer a verdade e a justiça que ela promove.

Cada um que abre os olhos e enxerga se encarrega de levar a luz aos demais assim como uma vela acende outras velas e outras mais, mostrando que a consciência individual acaba ge rando a consciência coletiva sempre tudo a seu tempo.

Aliás, a consciência só pode nascer do silêncio, portanto apenas o silêncio nos levará ao caminho da plenitude, verdade e justiça que tanto dizemos almejar, mas que ainda colocamos nas mãos dos “salvadores” que elegemos a cada vez. Assim, entre “judas” e “salvadores” repeti mos a mesma trilha mais e mais até que a luz da consciência nos alcance.

Em todo esse enredo, é bom considerar que o primeiro passo seja o silêncio, o abando nar o desejo de aplaudir ou xingar pessoas que nem conhecemos pessoalmente para poder aos poucos escutar o que diz o nosso próprio e único coração.

Isto inevitavelmente acontecerá em seu devido tempo, pois nada é por acaso e se trilha mos atualmente esse caminho tortuoso é para que dele tenhamos lições a tirar.

Lembrando sempre que a verdadeira Justi ça, a Justiça superior, estará sempre presente na Vontade Universal, à qual iremos nos juntar para então abandonar o espírito da guerra que nos permeia e dar então início ao poderoso e justo Espírito da Fraternidade que finalmente a todos unirá.

Foto: Min.da Justiça
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Coprofagia em pets

Saúde Única, sonhos coletivos

FMVZ - USP

A ingestão de fezes pode parecer estranha e repugnante para nós, mas é um comportamento comumente observado em cães e gatos. A questão fica mais compreensiva se avaliarmos sob a ótica evolutiva, pois por se tratarem de carnívoros pre dadores, eles consumiam inclusive os intestinos das presas. No entanto, não queremos despertar esse comportamento em nossos pets, não é mesmo?

Pelo contrário, devemos ficar atentos se o ani mal começar a lambiscar as fezes, pois esse com portamento também está associado à deficiências nutricionais originadas por uma dieta inadequada, deficiência de absorção dos nutrientes, verminoses ou até inflamações no trato digestório, como a pan creatite. Além disso, a ingestão de fezes pelo animal também pode ser secundária a um problema emocional, como por exemplo a ansiedade de separação, tédio, estresse ou carência afetiva.

Quando faltam nutrientes no seu organismo, o animal tenta suprir a carência pela ingestão das próprias fezes, para aproveitar os nutrientes ex cretados, ou as de outro animal, em busca de nu trientes diferentes daqueles que se encontram na sua alimentação. Rações com má qualidade, rações inadequadas para a idade ou tamanho do animal ou ainda em quantidade insuficiente podem levar à coprofagia. Por outro lado, também a alimentação muito calórica ou em quantidade excessiva pode comprometer a absorção dos nutrientes e, como consequência, levar à coprofagia.

Condições inadequadas do local onde os ani mais vivem também podem desencadear a coprofagia pelo estresse gerado. A falta de espaço pode causar desconforto pela proximidade entre seu local de dormir e se alimentar com o espaço para defecar. Nesses casos a coprofagia pode estar associada à

REPUBLICADO POR SOLICITAÇÃO DE LEITORES
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.41 Papo Animal

Foto: UOL - divulgação

tentativa de manter a organização. A recomenda ção é manter os locais de dormir, comer e beber água separados do local de fazer suas necessida des, que devem ser mantidos sempre limpos.

Os pets, principalmente os cães, são ani mais muito sociáveis, com bastante energia, que gostam de brincar, passear e interagir com seus tutores. Porém, a realidade dos lares nem sempre proporciona as condições para que suas necessi dades sejam supridas e muitos acabam passando longos períodos fechados e sozinhos num mesmo ambiente, causando ansiedade, estresse, triste za, tédio e depressão. Nesses casos, a coprofagia pode estar associada ao entretenimento e, desta forma, recomenda-se estimular a atividade física e prover o enriquecimento ambiental e brinquedos que despertem o interesse do animal.

Se flagrar seu animal ingerindo fezes ou defecando no lugar errado, não dê broncas nem apli que punições, isso o faz associar o ato de defecar com algo errado, o que pode estimular a ingestão das fezes para escondê-las e não ser punido. Re comenda-se, nesses casos, recolher as fezes com tranquilidade e naturalidade o mais rápido possível e, quando seu pet defecar no local correto, faça elogios e use reforços positivos, como oferecer pe tiscos ou realizar alguma brincadeira que ele gos te.

A coprofagia não é apenas consequência de alguns problemas de saúde física ou mental, ela pode ser a causa de diversas outras doenças, como infec ções virais ou bacterianas e parasitoses intestinais, como a parvovirose e a toxoplasmose.

Por isso, fique atento às mudanças de hábi tos do animal e, se necessário, consulte um veterinário.

Texto escrito por Larissa Silva Santos com a co laboração de Matheus Almeida Baracho do Nasci mento, Natacha Teixeira, Rafaela Oliveira Caetano dos Santos, Vitor Hoffman Macedo, Natayane do Vale Torquato e Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário.

Para sugestões ou dúvidas, entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter vocês conosco!

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Cómo usar el poder de la naturaleza para sanar

¿Alguna vez te has preguntado por qué simplemente estar afuera, dar un paseo o hacer cualquier actividad al aire libre te hace sentir instantáneamente mejor, más feliz y con más energía en general? La naturaleza puede ser una forma poderosa de ayudar a sanar el cuerpo y el alma.

Desafortunadamente, la tecnología en evolución de las personas significa que las personas se alejan cada vez más de la naturaleza. Muchos existen en cámaras de eco en línea. Así que se olvidan de tomar un respiro y disfrutar de todos los beneficios que la naturaleza puede brindarles. ¿Estás atrapa do en tus viejas costumbres? ¿O no está convencido de que la naturaleza pueda curar el cuerpo y el alma? Luego sigue leyendo para descubrir qué milagros tiene la naturaleza para ti.

1. Naturaleza y bienestar espiritual

Es posible que escuche la palabra “espiritualidad” e inmediatamente piense en religión. Pero eso no podría estar más lejos de la verdad. La espiritualidad, tal como la carac teriza la comunidad académica, es una construcción multidi mensional que define las relaciones con la comunidad, el yo, el medio ambiente y los componentes teológicos.

En este caso específico, la espiritualidad se utiliza para agrupar los tres elementos anteriores (yo, comunidad y entor no).

· Te hace sentir conectado

¿Alguna vez te ha asombrado la pura magnificencia y magnitud del mundo que te rodea? ¿Alguna vez su entorno lo detuvo en seco y se encontró mirando lo hermoso que es el mundo?

La naturaleza puede tener ese efecto en las personas. Sería imposible no quedar hipnotizado cuando miras a tu alre dedor y ves flores de colores, árboles imponentes, montañas tan altas que ni siquiera puedes imaginar, mares tan claros como el cristal, la lista sigue y sigue.

Fotos: Blog do Colunista
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.43 Caminhos da Argentina

La maravilla que sientes cuando te tomas el tiempo para internalizar todo lo que te rodea, en lugar de estar pegado a una pantalla las 24 horas del día, los 7 días de la semana, puede hacerte sentir conectado con todo lo que te rodea. Esto puede ayudarte a cambiar tu perspectiva de irritable y malhu morado a inmediatamente agradecido por estar donde estás.

El simple hecho de reconocer lo pequeño que eres en comparación con todo en el universo, y sin embargo, lo vital que eres, puede ayudarte a sentir gratitud, haciéndote más autor realizado.

· Te prepara para ayudar a sanar el cuerpo y el alma

La conexión a tierra es un campo de estudio emergente que se ocupa de los efectos positivos de la conexión eléctrica de su cuerpo a la tierra. La tierra emite una frecuencia elec tromagnética (la resonancia de Schumann) que se conecta al cuerpo humano que es totalmente conductivo

Laura Koniver, MD, afirma que cuando se conecta a tierra, todo, desde el cerebro hasta la tensión muscular y los latidos del corazón, responde de manera curativa al proceso.

Las células humanas se conectan a tierra inmediatamente cada vez que el cuerpo toca la tierra. Así, el cuerpo en tra naturalmente en un estado de curación. Esta restauración mejora la función circulatoria, los ritmos de sueño y reduce la inflamación, el estrés y la ansiedad.

· Te permite concentrarte en tus sentidos

Cuando estás en una oficina, rodeado de tecnología, tu único estímulo te lo proporciona dicha tecnología y la necesi dad de terminarlo todo e irte a casa a descansar. La natura leza puede proporcionar un escape de eso permitiéndole re lajarse y dejar que sus sentidos sean estimulados por todo lo que lo rodea.

En la naturaleza, puedes disfrutar de todo tipo de ex periencias sensoriales . Desde el sonido de una rama rom piéndose hasta la vista de un pájaro colorido y el olor de la hierba, todo se puede asimilar sin pensar en ello. Sin estrés, sin pensar demasiado, solo sintiendo y estando presente en el momento.

La estimulación de todos tus sentidos puede ayudarte a relajarte, meditar, entender quién eres y qué te hace feliz, y es la mejor manera de conectarte con tu yo interior.

2. La naturaleza cura la salud mental, así como el cuerpo y el alma

Una de las principales formas en que la naturaleza cura es a través de la mente. Siempre que estás en la naturaleza, sin distracciones, tu salud mental mejora inmediatamente.

· Naturaleza y Ecoterapia

La naturaleza alivia de manera efectiva los problemas de salud mental que ahora los psicólogos apoyan como medida curativa de la ecoterapia.

La ecoterapia es esencialmente la práctica de estar en la naturaleza para impulsar el crecimiento y la curación. Puede variar desde terapia de aventura hasta artes y manualidades, tratamiento asistido por animales y mucho más. Cualquier cosa que pueda hacer afuera con la ayuda y guía de un conse

Foto: Blog do colunista
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jero cae bajo el paraguas del término.

La ecoterapia no se limita a las personas con problemas de salud mental. Cualquiera puede hacerlo, y todos los que lo hacen se benefician de ello. No tienes que asustarte por la idea. No se trata solo de actividades físicas agotadoras. Pue de ser lo desafiante que quieras que sea. ¿No te gusta la idea de caminar durante horas? Tal vez la jardinería es para ti. O tal vez cultivar plantas, jugar con animales, navegar, meditar, lo que se te pase por la cabeza.

Este tipo de terapia se conecta con menos síntomas de depresión, menos an siedad y una mayor conexión en la relación.

· La naturaleza conduce a menos estrés

¿Alguna vez ha tenido miedo de salir al aire libre, sabiendo que más tarde en el día, estará atrapado adentro, en una ciudad llena de edificios, ladrillos y asfalto? Sin duda, preferirías estar en una playa en este momento que en una oficina o atrapado dentro de tu casa.

El entorno está directamente relacionado con tus niveles de estrés. Cuando sale al aire libre, evita un entorno cerrado, desordenado, feo o ineficiente. Este es pacio disfuncional conducirá inmediatamente a una vida más estresante. Tan pronto como cambies ese ambiente por el aire libre, sentirás que te relajas cada vez más.

Lo que está viendo, escuchando, oliendo o sintiendo de otra manera está ligado no solo a su estado de ánimo, sino también a cómo funcionan sus sistemas endocrino, nervioso e inmunológico.

La naturaleza está directamente ligada a niveles más bajos de cortisol y otras hormonas relacionadas con el estrés, haciéndote sentir más relajado y libre. Esto se correlaciona con menos ansiedad y depresión y un mejor estado de ánimo en general.

El simple hecho de tener plantas en su oficina u hogar puede ser la solución si no puede disfrutar de un día completo al aire libre sin distracciones. · Puede aumentar su confianza y autoestima

Simplemente explorar la naturaleza inevitablemente te enseñará cosas nue vas. Tal vez aprendas algo sobre la flora y la fauna, tal vez pruebes un nuevo deporte, lo que sea que elijas hacer será una experiencia única.

La investigación en UCL ha encontrado que aprender cosas nuevas, junto con el hecho de que el aire libre es el lugar perfecto para reflexionar, puede darle un gran impulso a la confianza.

Otro estudio muestra que los adultos con una mayor exposición a la naturale za informaron una imagen corporal más positiva y una mayor autoestima. El profe sor Viren Swami , el autor principal del estudio, compartió que pasar tiempo en la naturaleza puede ayudar a las personas a desarrollar un sentido de propiedad sobre su ser físico, brindarles un gran respeto y comprensión de lo que sus cuerpos pue den hacer. Puede cambiar el enfoque del aspecto del cuerpo a las capacidades del cuerpo.

La naturaleza también puede ayudar a facilitar las interacciones sociales, ayu dándote a hacer nuevos amigos, lo que puede ayudarte a tener ganas, aumentando así la confianza.

3. Naturaleza y bienestar físico

No importa cuán perezoso o fuera de forma puedas ser, solo estar en la natu raleza hará que quieras explorar tanto como puedas. ¿Por qué no caminar por esos bosques? ¡Mira qué bonitos son! ¿Por qué no explorar las montañas? ¿Por qué no pruebas a navegar si estás en la playa? Las maravillas de la naturaleza harán que hasta el más sedentario disfrute de la experiencia.

· La naturaleza ayuda a reducir el IMC

Los estudios han encontrado que el simple hecho de caminar puede ayudar

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.45 Fonte: www.sonoticiaboa.com.br

lo a alcanzar o mantener un IMC saludable. Tener un IMC saludable es importante porque indica que no eres propenso a las enfermedades del corazón y otros proble mas relacionados con la obesidad o con un peso muy bajo.

Estar en la naturaleza es un ejercicio, incluso si no tienes la intención especí fica de que lo sea. Entonces, ¿cuáles son algunas formas en las que puedes sanar tu cuerpo y tu alma saliendo al aire libre?

Caminando por un parque Cuidar de los animales Jardinería Ornitología

Deportes al aire libre

La naturaleza es tan hermosa que deseará pasar este tiempo al aire libre.

· La Naturaleza Puede Prevenir Ciertas Enfermedades

Como discutimos, estar en la naturaleza conduce a niveles más bajos de estrés. Esto es importante no solo por los beneficios psicológicos inmediatos, sino también porque los niveles más bajos de estrés se relacionan directamente con la prevención de muchos problemas de salud.

También se ha demostrado que muchas plantas liberan compuestos orgánicos que aumentan la inmunidad en el aire, filtrando el aire y reduciendo las hormonas del estrés en su cuerpo.

Los niveles más bajos de estrés lo preparan para dormir mejor, lo que pue de prevenir el riesgo de insomnio. La presión arterial más baja es otro beneficio, lo que reduce el riesgo de desarrollar problemas cardíacos. Menos estrés también puede mejorar su digestión y estimular su sistema inmunológico.

La naturaleza mejora la función cognitiva

Los estudios han demostrado que el tiempo en la naturaleza mejora la adqui sición y el uso del conocimiento orientado a objetivos al mejorar la formación de la memoria y el recuerdo y la atención dirigida o orientada a objetivos.

Permitirle relajarse y concentrarse en una cosa a la vez puede ayudar a au mentar su capacidad de atención y las funciones de la memoria a corto plazo, lo que le permite ejecutar mejor las diferentes tareas que se le exigen cuando inevita blemente regrese a la sociedad.

Reflexiones finales sobre cómo la naturaleza te ayuda a sanar tu cuerpo y tu alma

No sentirse incentivado a pasar mucho tiempo en la naturaleza es compren sible en el contexto de la sociedad actual. Es normal sentirse atado a tu ciudad, tu trabajo, la tecnología y la vida urbana en general. Recuerde que incluso un simple paseo por el parque puede ayudar cuando se sienta sofocado por la vida de la gran ciudad.

Ya sea que sufra fatiga, problemas mentales, problemas físicos o simplemen te se sienta perdido, la exposición a la naturaleza puede ser la mejor manera de ayudarlo a sanar. La naturaleza te permite conectarte contigo mismo espiritualmen te, dándote tiempo para la introspección y sentirte más realizado.

Puede ser el mejor terapeuta cuando te sientes deprimido, ayudándote a superar los sentimientos de estrés, ansiedad e incluso síntomas de depresión. Y, por último, pero no menos importante, es el mejor medio para mantener su salud física bajo control, asegurándose de que sus niveles de IMC sean normales, previniendo ciertas enfermedades y mejorando la agudeza mental. Así que está claro que la na turaleza puede ayudar a sanar el cuerpo y el alma.

Por Lakeisha Ethans. Artículo en inglés

Fuente: Lakeisha E Lakeisha E EcoPortal.net
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.46 www.sonoticiaboa.com.br

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magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.48 informe publicitário

Médicos sem fronteira

Atualmente há várias entidades preocupadas com os desníveis sociais e a carência de várias co munidades mundiais que não dispõem de recursos suficientes para a saúde, a desnutrição e os parcos recursos humanitários.

Uma dessas entidades que se destaca pela sua atuação a níveis mundiais é a denominada Médicos sem Fronteiras, com a sigla MSF, que depende da contribuição espontânea de colaboradores autô nomos.

Abaixo divulgo as principais atuações dessa entidade:

“Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional criada em 1971, na França, por jovens médicos e jornalistas.

Desde então, MSF leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem qualquer acesso à assistência médica.

Além disso, a organização busca chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos, dando visibilidade a realidades que não podem permanecer negligen ciadas.

Médicos Sem Fronteiras oferece cuidados de saúde a pessoas em necessidade de ajuda huma nitária. Os principais contextos nos quais a orga nização atua são, epidemias, catástrofes naturais e situações que envolvem refugiados e deslocados internos.

Além de oferecer cuidados de saúde em situa ções de extrema urgência, as equipes também estão presentes onde as populações sofrem com a falta de acesso à assistência médica periódica.

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Antropologia

Como organização que atua de forma inde pendente, neutra e imparcial, MSF determina, de acordo com sua própria avaliação, onde, quando e como atuar. Um projeto pode ser desencadeado pela existência de uma situação de crise que requer uma resposta humanitária emergencial, pelo pedido de organizações internacionais, de governos ou mesmo de outras organizações não governamentais ou ainda pela identificação de uma demanda de saúde especí fica, com a qual a organização considera que possa contribuir de forma relevante.

Quando a atuação se dá em resposta a uma emergência repentina, como uma catástrofe natural, ela pode ser viabilizada entre 48 e 72 horas. Por trás da agilidade de MSF, está um sistema de logística extremamente eficiente que envolve a padronização dos métodos de trabalho, a manutenção de estoques permanentes e a experiência dos profissionais.

Emergência climática agrava algumas crises humanitárias e suas consequências subsequentes para a saúde, que afetam ainda mais as pessoas nesses ambientes vulneráveis.

Muitas das consequências das mudanças cli máticas – inundações, secas, tempestades severas –não são problemas novos. Mas a emergência climáti ca está causando uma intensificação desses eventos, tanto em gravidade quanto em frequência.

Acredita-se que a seca e as enchentes já te nham causado impacto na desnutrição em algumas das regiões em que atuamos. Em Niamey, Níger, onde as chuvas trouxeram inundações e destruíram plantações, nossas equipes observaram e responde ram, nos últimos dois anos, ao aumento dos casos de desnutrição. Por outro lado, nas regiões desérticas do sul de Madagascar, três anos consecutivos de seca afetaram severamente as colheitas e o acesso aos alimentos, em um contexto marcado pela pande mia COVID-19, que levou a uma queda no emprego sazonal e outras fontes de renda.

Em todo o Sahel, na África Subsaariana, as mudanças climáticas contribuíram para um desequi líbrio de terras disponíveis para criadores de gado e fazendeiros. A competição por recursos e a incapacidade das autoridades de negociar o acesso à terra resultaram em conflito entre os dois grupos, aumen tando a violência e a insegurança em toda a região, onde respondemos às consequências fornecendo atendimento médico.

Fotos: Médicos sem fronteiras
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A mudança climática está influenciando cada vez mais a mobilidade humana à medida que mais lugares se tornam inabitáveis. Atualmente, milhões de pessoas estão em movimento e as condições que criam esse deslocamento provavelmente serão agravadas pelas mudanças climáticas. Em 2020, nossas equipes prestaram atendimento médico às pessoas em Honduras, deslocadas pelos furacões

Estamos trabalhando para garantir uma cadeia de suprimentos eficiente e socialmente responsável, a fim de reduzir, reutilizar e reciclar materiais e equipa mentos médicos.

Como organização que atua de forma independente, neutra e imparcial, MSF determina, de acordo com sua própria avaliação, onde, quando e como atuar.

No local, profissionais de MSF analisam, de acordo com o contexto, o número de pessoas afetadas, as necessidades de saúde, as condições de vida, água e sane amento, o ambiente político e a capacidade local de responder ao problema. Assim, a organização toma a decisão de atuar ou não naquele país, determinando as prioridades e compondo a equipe que entrará em ação e os recursos necessários para iniciar o projeto.

Terremotos podem deixar um grande número de pessoas feridas em questão de minutos, esmagadas em casas e edifícios destruídos. Em alguns casos, hospitais também são danificados, como no Paquistão, em 2005, e no Haiti, em 2010, en quanto dezenas de milhares de pessoas ficam feridas.

Em outros desastres, o sistema de saúde ainda pode permanecer funcional, com uma forte capacidade de resposta a desastres, como no Sri Lanka após o tsu nami de 2004. Todas essas diferenças influenciarão o nível e o tipo de resposta que desenvolvemos.”

Esse é um resumo das atividades dessa entidade, que tenho respeito e agra decimento pelo que faz em prol da humanidade

Com quanto você deseja contribuir por mês?

Seja qual for a forma, sua ajuda é mais do que necessária. Colabore!

Central de Relacionamento com doador: 4000-2550 ou

940

das 9h às 19h exceto feriados nacionais

doador@msf.org.br

Avenida Rio Branco, 135, 11º andar, Rio de Janeiro-RJ

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0800
3585 De 2ª a 6ª
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Eu amo Tarsila, a modernista I

Amar, verbo tão gasto, já quase não diz o que quer dizer, mas é apropriado, neste momento. Tarsi la do decote, do mantô vermelho, daqueles brincos. Tudo tão arredondado como se não precisasse repa ro.

Justo eu que não aprecio a perfeição. Tenho urticária ao perfeccionismo. Porém, no caso de Tarsila é como se todo o processo e o resultado se fizessem num tempo para muito além da obra. Tem po dos mistérios. Prova de que sobre certos artistas cabe sim falar de perfeição. Quando a obra é declarada acabada, acabada está. Nem uma correção na figura, nem um nada de tinta para retocar. E como foi alcançar essa síntese de Brasil, sem ser cafona ou canalha? Os adjetivos, tomei de empréstimo. Gosto especialmente da Tarsila construtivista dos anos 1920. A artista que subjaz ao desejo de “inscrever a sua identidade, conferindo-lhe forma e delineando limites; ser profunda e universal a partir do seu chão”, conforme afirmou Maria José Justino (2007). “A Negra” é o exemplo melhor acabado de cubismo à brasileira. Essa preocupação com uma arte expressiva sem abdicar da construção é puro Mário de Andrade, com quem comungo da síntese “Tarsila é primitiva no imaginário e construtiva na técnica”.

No entanto, a vida anda anti-tarsila. Um pri mitivismo tosco de opiniões ignorantes, cheias de preconceito superficial. Tanta falta de leitura. Tanta falta de compreensão. De piedade. Piedade, ela é necessária em tempos medievais como este. Por isso, me chama atenção e me enche de curiosidade essa personalidade capaz de levar pelo menos dois pés na bunda homéricos e seguir VIVA. Quando digo viva é viva mesmo. Produzindo, vivendo, conversan do e recebendo em sua casa o último dos autores do pé na bunda: Luís Martins, que se casou com sua

Operários - Tarcila Exposto no Palácio Campos do Jordão
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.53 Literatura e Vida

Tarcila - 1933

Palácio Boa Vista

Jordão - São Paulo

prima. Não é admirável!

Equilibrar delicadeza e contundência, andar por um fio, pois, a beleza da atitude não permite vulga ridades (tão ao gosto de meio Brasil nesse ano de 2022, sem graça nenhuma), mas o tema se inscre ve numa área da vulgaridade - a da traição. Alguém chamou de “generosidade” esse comportamento de Tarsila para com os traidores e suas cúmplices. Pes soalmente, acho que vai além. Meu argumento é o de quem pinta “Morro da favela” e “Carnaval em Madu reira” (Obras de 1924) com tamanha beleza e cores tão harmoniosas está iniciada na introspecção, com suas consequências para a vida prática ou dito de modo contrário: quem vibra com tanta gentileza nos relacionamentos é capaz de maravilhas na arte. Não sei se Tarsila tinha alguma iniciação filosófica, mas é certo que cultuava as sutilezas do espírito. Também não digo que generosidade não seja algo positivo e até desejável, porém, generosidade, como a entendemos, é demasiadamente superficial para quem parece conhecer os mistérios da alma humana, como mostram as pinturas “Anjos” (1924) e “Pastoral” (1927). Atentem para os olhos das crian ças em ambos quadros. Eles falam pelo resto da figu ra.

É bom lembrar, entretanto, que os homens (Oswald de Andrade e Luís Martins) ainda estavam seus maridos quando Pagu e Anna Maria, respecti vamente, entraram na vida deles e, como consequ ência, mudariam o rumo da vida da pintora. Será mesmo? Tarsila se mostra tão serena, nos dois casos, em momentos tão diferentes! As atitudes de aceita ção/compreensão comprovam um estar à vontade, tomando por fato o que disseram as próprias Pagu e Anna Maria, que fica impossível não imputar-lhe a liberdade como traço essencial de sua personalidade. Suspeito que era uma iniciada na sabedoria dos mis térios, assim como na vida espiritual.

Sem precisar perdoar ou condenar nenhum dos dois maridos, porque o princípio da liberdade é an terior a qualquer desculpa. Eu simplifico assim sua postura: Eu sou livre, cada um de vocês é livre, por tanto, estamos todos livres e em paz. Não seria tão bom! Um sábio não tão antigo dizia “quem se ofende é o ego”. Se Tarsila serena não se ofendia era porque seu ego estava bem equilibrado ou ela era de fato su perior. Só me lembro de tal magnificência, na atitude de Sócrates, perante a morte. Estarei exagerando? Meu amor por Tarsila me autoriza. Afinal, assim como a morte, a traição é um momento da vida. Alguém, porém, poderia argumentar que essa atitude de Tarsila estaria melhor representada n’ “A boba” de Anita Malfatti (1916).

Essa obra me comove, mas, não vem ao caso,

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agora. Fica para outro dia.

Estou supondo que Tarsila deve ter resolvido essas situações na con tinuidade dos parques ou na graça do seu coração. Assim, a liberdade dos pássaros que a traíram era tão so mente a continuidade da sua própria. Abusaram da sua confiança ou ela sa bia perfeitamente que as paixões se manifestam ao acaso e não há nada que se possa fazer para evitá-las. O fato é que nada de vingança em sua trajetória amorosa ou nos relaciona mentos pode ser observada. E em tempos tão descorteses, observar essas sutilezas serve de refúgio para espíritos menos conformados.

Montaigne, a propósito, faz uma consideração que me pareceu sínica, a princípio, mais para Maquia vel do que para ele mesmo, ao inti tular seu ensaio “Por diversos meios chega-se ao mesmo fim”. Entretanto, essa afirmação pode ser explicada pelo título de outro ensaio, que parte de uma pergunta: “Deve o coman dante de uma praça sitiada sair para parlamentar?” Penso que não, pois, descontadas as referências bélicas e a exemplificação especialmente guerreira dos textos de Montaigne, tomo a percuciência mostrada por aqueles políticos e poderosos, escolhidos por ele, para ilustrar a escolha de Tarsi la para lidar com a chamada traição. Tarsila definitivamente não era afeita a dramas.

Espero que me entendam. Não pretendo tomar o tempo da leitora ou do leitor com a histórica da proe minência dos afetos do homem so bre os afetos da mulher, no contexto social de princípios do século XX. E, simplificando: chifre é coisa para ho mens. Mulheres não levavam chifre. Não levavam porque estavam aquém do alcance dessa “mazela” ou por que não tinham que chiar e ponto. A modernidade é que lhes trouxe essa trouxa, junto com os direitos. O mal e o bem, portanto, só o são, devido à ideia que temos de um e de outro. E, ao que parece, Tarsila não tinha uma ideia negativa da traição, nem

A Boba - Anita Malfati Foto: Domínio
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positiva, suponho. Apenas se tratava de ações de liberdade do outro e das outras (porque convenhamos, Pagu dormia na casa de Oswald e Tarsila, compartilhava da vida do casal, ainda que não tivesse sido a primeira, nem a última, como de fato a história revelou ao se repetir o feito com Anna Maria). Tarsila não se armou, não ficou de sobreaviso, ainda que não saibamos nada sobre suas emoções, naquelas circunstâncias. Conhecemos apenas sua sobriedade.

A essas alturas, impossível não evocar os gritos a favor da “sorori dade” (conceito contemporâneo que se opõe à fraternidade e que tem na cumplicidade entre as mulheres o trunfo para se contrapor ao machis mo). O conceito, nascido no contexto das lutas feministas, exorta as mu lheres a manifestarem solidariedade umas com as outras contra as posi ções masculinas em diferentes áreas da vida prática. Supõe que a traição masculina é um mal e a feminina um direito, porque o que está em jogo é a luta pela igualdade. No entanto, nesses círculos, não faltam palavras guerreiras, típicas do vocabulário masculino de sempre, como vingança ou revanche, o que dá uma boa noção de como Tarsila era superior, filosofi camente falando. Assim, em lugar de generosidade, sugiro propensão para a misericórdia e para a benevolência. Estas explicariam melhor as atitudes de Tarsila, porque, como considera Montaigne “a diversidade de opiniões acerca das coisas mostra claramente, que atuam sobre nós, segundo um dado estado de coisas.” E, justamente, esse estado de coisas em Tarsila é a liberdade. Só é possível ser misericor dioso e benevolente quando se é livre. Desnecessário, portanto, sair para parlamentar diante da praça sitiada, não concordam? Let it be era imperioso para Tarsila, segundo mostram vá rios episódios de sua vida sentimental e de amizade. E que me fazem amá-la para além da obra.

Malfati
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- 1916

Sexualidade e estereótipos

O envelhecer ainda é para muitos uma fase em que a vida para, caminhando para o fim. E nada pode ser mais fantasioso e limitador, para uma vida repleta de poten cialidades que depois dos 60 anos, pode ser uma etapa de mais 40 anos, se chegarmos aos 100. O universo de filmes e séries vem abrindo os olhos para o público 60+, seus desejos, mas ainda escorrega em falsos “padrões”.

Destaco nesta coluna o filme “Book Club”, que recebeu o título em português “Do Jeito que Elas Querem”, exibido em se tembro pela Globo. O longa traz grandes nomes do cinema como Jane Fonda, Andy Garcia, Diane Keaton, Don Johnson, Craig T. Nelson, e Richard Dreyfuss. São quatro amigas - Jane Fonda (Vivian), Diane Keaton (Diane), Candice Bergen (Sharon) e Mary Steenburgen (Carol) - com diferentes histórias de vida: a casada de uma vida inteira, a divorciada que vive centrada na carreira e foi trocada por uma mulher mais jovem, a viúva que vive pelas filhas e uma solteira convicta.

Amigas de longa data, elas se reúnem em um clube do livro, que esquenta com a sugestão da leitura de “Cinquenta Tons de Cinza”, que exalta a sexualidade e rendeu continuações e adaptações para o cinema. O livro é o ponto de partida para que elas redescubram o amor, cada uma a sua for ma, com direito até o uso de aplicativos de encontro, por que não?

O preconceito se mostra na família mas também nas personagens, que, entra uma

A personagem de Diane escolha entre a superproteção

Do Jeito que Filme conta a história de quatro que se reúnem para

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade Andy
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que Elas Gostam quatro amigas, vividas por super atrizes, para o Clube do Livro

cena e outra, repetem que estão velhas de mais para isso ou aquilo. São escolhas di fíceis como decidir ficar com as filhas que estão quase te colocando em uma institui ção, embora você tenha sua autonomia e independência preservada, ou recomeçar a vida ao lado de um charmoso piloto, interpretado pelo Andy Garcia. Mil vezes o Andy Garcia!!!

O filme realmente é muito bom e diverti do, e deve ganhar em breve um sequência tendo como cenário a Itália. Recomendo! Mas é preciso também um olhar crítico, dos estereótipos de mulheres e homens brancos com uma vida estável financei ramente, redescobrindo a vida. É um caminho fácil, longe da realidade da grande maioria, acredito que mesmo dos america nos. E que não inclui também ninguém da comunidade LGBTQIA+.

Trazendo para a realidade brasileira como seria interessante uma versão com mu lheres e pessoas LGBTQIA+ com 60 anos ou mais, que equilibram a vida românti ca com problemas do dia a dia, contas a pagar, divididas entre os cuidados com os filhos e com os pais, empregos informais, lutando para retomar os estudos, realizar sonhos. São as pessoas idosas e mulheres em geral as grandes mantenedoras das famílias. É preciso enxergar essas pes soas que estão à margem dos “padrões”, invisíveis para boa parte, pessoas idosas, negros, periféricos, todos devem ser inclu ídos e representados.

https://novamaturidade.com.br/ Diane Keaton tem uma difícil superproteção das filhas e o piloto de Garcia
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O terno

Escritor, Gestor Cultural Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br

Desceu do carro no estacionamento contíguo ao Banco. Eram aproximadamente 15 horas, e sua pressa não combinava com a espera lá de dentro.

Entrou no ambiente refrigerado, passou pelos seguranças e pela área dos Caixas eletrônicos, foi célere com o dedo apontado para o display que emitia as senhas. Apertou o indicador contra o ícone “Priori tário”...

Homem de uns 65 anos, trabalhava como con sultor, vivia na rua no meio do trânsito caótico de São Paulo, acumulando poeira no rosto, pisando em bu racos de calçadas mal cuidadas, e comendo onde e quando podia. Trabalhava muito.

Não era tido como rico, mas gostava de se cui dar. Sua educação e aparência, com barba feita e cabelos bem cortados, sapatos engraxados, unhas lim pas, eram mais que um cartão de visita, aparecia no rol dos homens “procurados”, raros.

O que sempre chamou a atenção, no entanto, era o esmero com o qual cuidava de suas roupas: além de serem de boa qualidade estavam sempre im pecáveis, bem passadas.

Naquele dia, em especial, trajava um belíssimo terno azul marinho - calça com barra italiana e vin co – camisa branca com o colarinho na moda, parecia que havia sido passada há pouco, e uma bela gravata italiana. Sapatos pretos brilhantes. Gotas de “Night Blue”, de Dolce & Gabbana tratavam de dar efeitos aromáticos ao conjunto.

Os que estavam à sua frente, na espera, sen tados em cadeiras de plástico enfileiradas como uma plateia, esses admiraram a “pinta” do homem. Mulheres não exclamaram, nem suspiraram, mas seus olhos

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se perderam naquela figura nova até então, bonita, charmosa.

Acostumado a olhares, ele se postou quieto ao lado do display que acabava de usar, aguardando sua vez. A chamada eletrônica apontava para o número 3040; seu número era 3058. Fazer o que, a não ser esperar...

Sentiu alguém próximo de si, virou o corpo e percebeu que uma senhora não conseguia fazer com que a senha fosse emitida. Ela enchia a tela de dedadas, e a máquina não a atendia. O homem foi ali, e com jeitinho emitiu a senha para a senhorinha. De repente, foi a vez de uma moça bem nervosa; quanto mais batia na tela menos conseguia. E, novamente, o homem foi lá e fez a gentileza de tirar o papelzinho para a moça.

Alguém gritou para um dos Caixas: “Adolfo, Adolfo, você tem mil Reais em notas de cem?” Era o colega do Caixa ao lado. Veio a resposta: “Não tenho, Renan, só de cinquenta. Melhor falar com o Rui.” Des cobriu-se depois que Rui era o Gerente Geral.

O telão iluminava o número 3045, e o homem vestido de terno estava ficando familiar ali na Recep ção. Tirava senhas para todos, distribuía sorrisos e simpatia, e já era requisitado para também auxiliar no acesso aos caixas eletrônicos. O que começou fazendo por gentileza, agora era uma rotina. No fundo, não se importava porque com isso, além de ajudar ao próxi mo, a espera não se tornava tão maçante.

Veio um cego, e sua bengala encostou no pé do homem. “Qual é seu nome mesmo?”. “Nicanor”, disse o homem”, ao que o ceguinho acrescentou; “Por fa vor, Nicanor, me leve lá com a Sílvia no primeiro andar. A Silvia, você sabe quem é...” Bem, mesmo que não soubesse, lá foi o homem de braços dados com o cego, até a Silvia. Voltou imaginando que sua vez estivesse próxima: 3049. Meu Deus, que demora!

O tempo voava, e se aproximava o horário do encerramento das atividades. Com isso, mais gente, os atrasadinhos de plantão, se somava àquele pova réu todo, como se estivessem aguardando comida, o Papa, sei lá o que...

Nicanor teve um princípio de irritação. Mas, isso não condizia com ele. Passou a orientar as pessoas a se sentarem, ou seja, indicava o local para que ficas sem sentadinhos. Organizou a fila da senha, e até chamou a atenção de Adolfo – um dos caixas – por

Foto: wayhomestudio - freepik
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ter se esquecido de carimbar o ticket do estacionamento de um cliente, fazendo não somente com que ele retornasse, mas também atrasando (mais um pouco) seu atendimento.

Nicanor e seu terno agora davam ordens. Virou bancário, de fato e de direito! Gostou da brincadeira, e seguiu em frente. A mudança dos números na tela eletrô nica tinha um ritmo inversamente proporcional ao seu. Parece que haviam congelado no 3052, não havia meio de sair de lá.

Nicanor corria de um lado para o outro, solucionava com presteza e conheci mento todas as situações criadas pelos clientes. E, quando não sabia, claro, recor ria de uma ligação telefônica para o ramal do Rui. Este o atendia com rapidez, também, imaginando que pudesse ser um Auditor, alguém da chefia da Matriz, enfim, melhor não vacilar.

A situação ficou tensa quando duas pessoas bateram boca com o segurança, porque a porta giratória não girava. Eram segundos preciosos, e os clientes estavam inconformados com o “atendimento”. Lá foi Nicanor, bem vestido, educado e perfumado, se desculpou em nome do banco, e “autorizou” a entrada de ambos. Ainda fez um sermão para o segurança, pedindo mais atenção no trabalho.

O telefone de uma das mesas das gerentes tocou, ela atendeu rapidamente e desligou. “Sr. Nicanor, o Sr. Rui pediu para o senhor dar um pulinho na mesa dele”. Nicanor tremeu, pensou que pudesse ser expulso da agência por ter se intrometido, mas só queria ajudar (e passar o tempo). Nada disso, foi elogiado, ofereceram uma conta “plus”, com cartão “sênior”, limites de crédito gigantes, financiamentos, en fim, quase deram o banco para o homem.

Agradeceu, não aceitou, e desceu disparando pela escada de mármore. Foi parado antes do último degrau por um funcionário, que lhe pediu um “visto” para poder sair antes do horário, porque iria levar a mãe no médico. Deu o visto.

Voltou para seu habitat natural. No telão, 3061.

O quê????????? Eu fui só ali em cima, na sala do Rui... e... Não é possível! Essa porra aí tá com defeito. “Calma, “senhor”. “Senhor é a mãe dos seus filhos; eu quero ser atendido agoraaaaaaaa!!!!”

“Senhor, o bip eletrônico anuncia por três vezes o número da vez. Se o clien te não vai ao balcão, ele muda para o número seguinte. É automático.”

“Automática é a porrada que eu vou dar na sua cara!”

Alguém sentado numa das cadeiras da espera virou para o vizinho e disse: “Adianta estar perfumado e bem vestido? Não tem educação!!!! Bancários, todos iguais”

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O velho e o novo

Quando escrevo ou falo sobre algum assunto, adoro contar fatos e histórias. Acho que ilustram com facilidade e perfeição o que realmente queremos dizer.

Há algum tempo atrás, recebi uma mensagem pelo celular que me mobilizou.

O grande artista e diretor de cinema americano Clint Eastwood, quando tinha 88 anos (agora está com 92) foi jogar golfe com seu amigo Toby Keith, cantor e compositor de música country, e contou a ele que, na se mana próxima, iria começar a gravar um novo filme. Toby se surpreendeu. Como um homem com aquela idade iria começar uma empreitada daquele nível? E perguntou qual motivação o impelia, e Clint respondeu:

- Todo dia, quando acordo, eu não deixo o velho entrar.

Vejam que filosofia de vida maravilhosa! O desejo de sempre renovar, de haver uma luta constante na busca do novo. Não ficar a vida inteira lembrando-se de coisas antigas, sem sonhar, sem arriscar em coisas novas e diferentes. Toby ficou tão impressionado com o que o amigo falou, que compôs uma músi ca sobre o tema e a enviou a Clint para que a usasse no filme, e ele a usou.

Vou contar outro caso interessante. Aconteceu há mais de 30 anos. Eu devia ter uns 50 e fui me encontrar com um amigo que estava com o seu pai, então com 84 anos. O pai estava decidido a entrar em um novo projeto e o filho argumentava que aquilo seria uma atitude insana, pois era algo de difícil execução, que ele já tinha muita idade, que devia descansar e não arranjar mais coisas para fazer.

Já faz tanto tempo que isso aconteceu, mas eu me lembro como seu fosse hoje, da

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Memórias de uma casal de velhos

forma como o pai olhou para o filho e, com muito amor e respeito, porém com uma seriedade profunda e uma firmeza impressionante disse:

- Meu filho, nunca deixe que a idade iniba ou sufoque seus sonhos e ideais. Pode parecer um antagonismo, mas eu vivo como se fosse eterno, apesar de estar sempre consciente da minha finitude.

Poucos anos após, soube que o projeto havia sido executado.

Aquele homem, como Clint, sempre pre enchia sua vida com novos projetos, sem per mitir ficar cercado apenas de coisas velhas. Ele viveu até aos 89 anos e uma vez, falando com seu filho, o meu amigo, ele contou que o pai havia sido a maior inspiração para sua vida; que, tanto para ele como para sua irmã, foi um exemplo de força. renovação, criatividade e que, talvez por isso, tenha se mantido totalmente lúcido até o último dia de sua vida.

E agora, diante desses dois exemplos, podemos nos perguntar: qual será nossa atitude diante da vida? Achar que já cumprimos nosso papel e deixar que ela passe, ou correr atrás de sonhos e projetos? Quando falo de sonhos e projetos, não estou me referindo a nada gran de e difícil, nem de lucro econômico. Estou me referindo a coisas que possam ter significado importante para nós.

Exemplificando: Vocês já imaginaram refazer contatos com antigos amigos, com pes soas com as quais não falam há muitos anos? Que tal estudar algum tipo de arte, algum ins trumento, ou no campo de artes plásticas, o que poderia trazer até um retorno material; progra mar uma viagem ao exterior, ou ao nordeste, ou simplesmente ao interior, à casa de um irmão, primo ou amigo? O que você acha de escrever suas memórias e ir colocando os capítulos no whatsapp da família ou, de forma mais ambicio sa, escrever um livro? Ou fazer algum trabalho voluntário em alguma instituição?

Existem milhares de opções e sua escolha vai depender exclusivamente de seus interesses e possibilidades.

O importante é deixar que o novo entre em nossa vida, é canalizar nossa energia cria tiva, é ver que temos vida e capacidade dentro de nós. É buscar um objetivo e deixar de sim plesmente esperar.

Então fica a pergunta: ao acordar, diaria mente, quem vamos deixar entrar: O velho ou o NOVO?

Foto: Stock - versão licensa padrão
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Cordel

Pres. da Academia Contemporânea de Letras

Fotos enviadas pela colunista

Na edição passada vimos um pouco de cordel. É um estilo muito agra dável por sua musicalidade contida em rimas e métricas. Vamos conversar um pouco mais sobre este gênero lírico.

Geralmente, a capa de um livro de cordel tem como arte uma xilogra vura ilustrando a história. Antes era feita uma a uma. Hoje, com a tecnologia, é possível que seja impressa inúmeras vezes.

São permitidas várias métricas, inclusive recentes. Como tudo evolui, a escrita também. Aos poucos vão sendo criadas novas regras.

Vejam os exemplos a seguir:

1 – Sextilhas - esta modalidade passou a ser a mais indicada para os lon gos poemas romanceados, principalmente, seguindo a métrica: o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos. É a modalidade mais rica, obrigatória no início de qualquer combate poético, nas longas narrativas e nos folhetos de época. Também muito usadas nas sátiras políticas e sociais. É uma modalidade que apresenta nada menos de cinco estilos: aberto, fechado, solto, corrido e desencontrado. Vamos, pois, aos cinco exemplos (arteducacao):

Aberto

Felicidade, és um sol dourando a manhã da vida, és como um pingo de orvalho molhando a flor ressequida és a esperança fagueira da mocidade florida.

Fechado

Da inspiração mais pura, no mais luminoso dia, porque cordel é cultura nasceu nossa Academia o céu da literatura, a casa da poesia.

Solto

Não sou rico nem sou pobre

FONTES: www.brasilescola.uol.com.br www.todamateria.com.br www.recantodasletras.com.br escolakids.uol.com.br www.dicio.com.br cordeis-famosos www.mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ literatura-cordel.htm www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/ cultura/Paginas/literatura-de-cordel-historiacuriosidades coletivoleitor.com.br www.culturagenial.com org www.arteducacao.pro.br/metricas-do-cordel.html

José Pacheco 1890 –
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não sou velho nem sou moço não sou ouro nem sou cobre sou feito de carne e osso sou ligeiro como o gato corro mais do que o vento.

Corrido

Sou poeta repentista Foi Deus quem me fez artista Ninguém toma o meu fadário O meu valor é antigo Morrendo eu levo comigo E ninguém faz inventário

Desencontrado

Meu pai foi homem de bem Honesto e trabalhador Nunca negou um favor Ao semelhante, também Nunca falou de ninguém Era um homem de valor.

2 – Setilhas - modalidade relativamente recente. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas, foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 – 1931. A verdade é que o autor mais rico nessas compo sições, talvez por se tratar do maior humorista da literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, mais conhecido como José Pacheco, 1890 – 1954. No poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO, do inventivo poeta pernambucano, encontram estas estrofes:

fotos: divulgação

Pacheco 1954.

www.brasilescola.uol.com.br www.portugues.com.br www.recantodasletras.com.br www. www.dicio.com.br www.laart.art.br/blog/ www.mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/ cultura/Paginas/literatura-de-cordel-historiacuriosidades www. www.culturagenial.com www.pt.wikipedia. www.arteducacao.pro.br/metricas-do-cordel.html

Vamos tratar da chegada quando Lampião bateu um moleque ainda moço no portão apareceu.

– Quem é você, Cavalheiro –

– Moleque, sou cangaceiro –Lampião lhe respondeu.

– Não senhor – Satanás, disse vá dizer que vá embora só me chega gente ruim eu ando muito caipora e já estou com vontade de mandar mais da metade dos que tem aqui pra fora. Moleque não, sou vigia e não sou o seu parceiro e você aqui não entra sem dizer quem é primeiro – Moleque, abra o portão saiba que sou Lampião assombro do mundo inteiro. José Pacheco

60+ #39

magazine
- Outubro/2022 pág.66

Eleição disputada

Aproxima-se a data do esperado pleito, em um dos períodos mais conturbados das últimas décadas. O evento, que antigamente ocorria em novembro, há muito foi antecipado para o outubro, em um ou dois turnos. Quando ninguém obtém maioria necessária dos votos, a definição ocorre em segundo escrutínio. Todos já se acostumaram com o processo. Existe um calen dário definido e normas ditando claramente o que é e o que não é permitido, mas os conchavos começam in formalmente bem antes da data permitida. Os abusos são denunciados e apurados.

O ambiente anda tenso desde a última eleição, quando os perdedores não se conformaram com o resultado, embora revestido de lisura. Por causa da pola rização, todos sabem que o pleito deste ano será duro e a comunicação com o eleitor exigirá novas estraté gias. Pandemia e isolamento social afetaram o eleitor receoso, embora o distanciamento e a higiene tenham sido garantidos. Houve até sugestão de adiamento ou prorrogação, ideias logo descartadas. Nada de casuís mo, nada antidemocrático!

O burburinho teve início muito antes da abertura de prazo para registro de candidaturas. Até a candida tura de quem muitos julgavam impossível foi autoriza da. Houve muito balão de ensaio para ver quem tem e quem não tem apoio e as pesquisas indicaram que é possível voltar aos holofotes. Quem apoia quem? A dis puta acirrada mexe com os nervos de todos, inclusive familiares, amigos e correligionários. Há quem sonha em se candidatar e há quem é incentivado por pessoas próximas. As pesquisas sondam a preferência do eleitorado e as chances de sucesso. Por maior que seja o número inicial de candidaturas, a disputa para valer sempre recai sobre 3 ou 4 nomes realmente fortes. As campanhas são duras e exigem muito de todos. Amiza des são desfeitas, apoios prometidos não são honrados e traições acontecem.

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.67 Humor

Ilustração: M.Conti

Antes mesmo da definição das candidaturas, começam as alianças estratégicas, os pedidos de apoio, uns confirmados, uns condicionados (é hora de negociar), e outros simplesmente negados. Co meçam os boatos, as mentiras, hoje chamadas de fake news, e as traições. Eleição é assim mesmo, uma caixinha de surpresas. O fim, todos conhecem: festa para poucos, dificuldade em aceitar resultado adverso, choro para quem não chegou lá.

Um antigo ditado diz que urna eleitoral e bar riga de grávida, para saber o que tem dentro, só abrindo, isso até inventarem o ultrassom e a pesqui sa eleitoral. Mas, treino é treino, jogo é jogo. Pes quisa é uma coisa, eleição outra!

O político mineiro Magalhães Pinto disse: “Po lítica é como nuvens. Você olha, está de um jeito. Olha de novo, já mudou.” As pesquisas utilizam métodos científicos, têm margem de erro etc., mas o que vale mesmo é a apuração, porque o ambiente muda constantemente, assim como a decisão do eleitor, principalmente os mais jovens. Pode haver falhas no processo, indução do pesquisado, erro na tabulação e na interpretação dos resultados e até má fé. Afinal, a estatística é a menos exata das ciências exatas.

O voto é secreto, mas nas comunidades pe quenas, todos se conhecem e sabem quem vota em quem. Existem os eternos apoiadores, por tradição, amizade ou interesse, adversários declarados, adeptos de outra candidatura e os indecisos. Cálculos são feitos e cada pronunciamento é examinado e reexaminado. A disputa costuma ser voto a voto, com muita pressão sobre os indecisos que, como sempre, são o fiel da balança nos pleitos concorri dos, tornando em muitos casos impossível prever o resultado. Qualquer ato falho, por menor que seja, pode levar o eleitor a mudar o voto, até no último minuto.

Acompanhei de perto a votação na pacata Poeira D’Oeste, a convite do amigo e juiz doutor Eduardo Oliveira, figura ilustre na cidade. Vencidas as etapas, é chegada a hora da votação. Com observador, vi que felizmente tudo correu na maior tranquilidade. Apesar dos temores e ameaças de boicote, o comparecimento foi maciço e, encerrados os trabalhos, a apuração teve início imediatamente, em clima de suspense e emoção. O resultado não tardou a sair, para alegria de uns, tristeza e consolo de outros.

Foi assim, após exaustiva campanha, na pacata Poeira D’Oeste, no Colégio Agrícola, que a bela Priscila Oliveira foi eleita Rainha da Primavera. Para béns!

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.68

A história de João sem medo

Dentre as histórias que mamãe contava quando eu era pequeno, havia uma que tinha a minha preferência. Chamava-se “João sem medo”. Já devo ter falado em algum lugar, que para mim, as inúmeras histórias de trancoso que mamãe nos contava, eram de autoria dela. De pois, já adulto, descobri num livro de um italiano chamado Ítalo Calvino, intitulado “Fabulas Ita lianas”, uma história de “João sem medo” semelhante à que minha mãe contava. Acho que ele copiou da minha mãe. Vamos à história!

Era uma vez um homem chamado João sem medo. Ele tinha esse nome porque dizia que nunca tinha tido medo de nada. Um dia João sem medo foi se confessar. Quando o padre falou: “meu filho conte seus pecados”, ele disse o seguinte: “Padre, existe alguma coisa errada comi go. Eu nunca encontrei do que ter medo” O pa dre muito incrédulo perguntou: “Meu filho, você está falando a verdade? Você nunca teve mesmo medo de nada? ” E João sem medo respondeu: “Não senhor! Até hoje nunca tive medo de nada. ” Aí o padre falou: “Então vá procurar do que ter medo! Saia pelo mundo e quando anoitecer, esteja onde estiver, durma neste lugar! Quando tiver encontrado do que ter medo volte aqui para se confessar! ”

E João sem medo pegou seu cavalo, um alforje com comida, uma rede e saiu pelo mun do. Ao anoitecer estava perto de uma casa velha abandonada. Desencilhou o cavalo, colocou a sela, os arreios e o alforje no alpendre da casa e armou a rede. Descobriu um fogão a lenha den-

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‘Causos’ do Nordeste

tro da casa. Fez um fogo no fogão a lenha, pegou um pedaço de carne no alforje, e começou a assar. Aí apareceu uma mão com um sapo espetado num espeto querendo colocá-lo tam bém no fogão. João sem medo não se alterou. Deu um tapa na mão invasora e disse: “Tire essa mão fedorenta e o sapo daí! ” A mão com um sapo no espeto sumiu, mas logo voltou. E João fez a mesma coisa. Deu um tapa nela e falou: “Tire essa mão fedorenta e o sapo daí! ” E assim prosseguiram nessa peleja por um tempo, até que ele assou a carne e mão assou o sapo. João após alimentar-se deitou-se na rede e pegou no sono. Acordou com uma voz gritando: “Eu caio? ” E respondeu: “Pode cair! ”. Aí caiu um braço do alto do telhado. João olhou na direção do braço caído e permane ceu na rede. Outra voz gritou: “Eu caio? ” Ele respondeu: “Pode cair! ” E caiu outro braço. Ele não se alterou. A voz gritou de novo: “Eu caio? ” Ele respondeu: “Caia logo de vez! ”. E caíram duas pernas e o tronco de um homem. Os braços, as pernas e o tronco se juntaram e formaram o corpo de um homem sem cabeça. Só então João se levantou da rede pois o corpo do homem sem cabeça vinha na sua direção. Travaram uma luta corpo a corpo que durou a noite inteira. De madrugada, quando o galo cantou, o corpo do homem sem cabeça desapareceu. João sem medo voltou para rede e dormiu.

Acordou com o sol alto. Pegou suas coisas, montou no cavalo e seguiu viagem. Quando estava entardecendo encontrou um casarão bonito, tipo um castelo. Ao contrário da pri meira casa, esta estava bem cuidada. As portas e janelas estavam abertas. Apeou, bateu palmas e não apareceu ninguém. Foi entrando devagar e ficou impressionado com a limpeza e cuidado dos móveis. Chegou à sala de jantar, viu uma mesa posta com 13 lugares. Conti nuou sua busca pela casa, mas não encontrou ninguém. Até que ouviu um barulho de cavalos aproximando-se. Doze cavaleiros chegaram na casa, desceram dos cavalos e tomaram seus lugares à mesa. Estavam todos armados com espadas. João tentou falar com eles, mas ne nhum lhe deu atenção. Na verdade, eles não falavam. João sentou-se no lugar que ficou vago e começou a comer também. Quando terminaram de jantar, os homens levantaram -se, pegaram seus cavalos e seguiram por um caminho. João sem medo foi atrás deles.

divulgação - estante virtual
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Ao chegarem a um descampado havia outros doze cavaleiros, também ar mados de espada, aguardando-os para uma batalha. Começaram a lutar. João sem medo de longe só observava. Os cavaleiros, que jantaram com ele, eram mais hábeis na espada e logo conseguiram ganhar a luta. Montaram em seus cavalos e foram embora. João pensou em seguí-los, mas lembrou que o padre havia dito que ele deveria dormir no lugar onde estivesse quando caísse a noite. Armou sua rede numa árvore no meio dos cadáveres e começou a dormir.

Acordou com um barulho e viu uma velha com uma bacia aproximando-se dos mortos. Ela passava um ungüento no local onde os homens haviam recebido golpes de espada e as feridas cicatrizavam. Aos poucos eles começavam a se mover e voltavam ao estado normal. Como a velha não havia notado sua presença no escuro, ele aproximou-se dela e a golpeou com a espada. Os cavaleiros que ela havia ressuscitados partiram para cima dele e ele os matou. Voltou para rede e dormiu.

No dia seguinte, viu os doze cavaleiros com quem jantou aproximarem-se do local, e abismados lhe perguntarem o que aconteceu. Eles contaram que há vários anos travavam aquela batalha. Todo dia matavam os inimigos e no dia seguinte eles estavam vivos novamente. Como eles não entendiam como isso era possível emudeceram. João contou-lhes a história da velha com o ungüento, mas eles não acreditaram. Como ainda havia um resto do líquido na bacia da velha, para provar que estava falando a verdade, João propôs que os cavaleiros decepassem seu pes coço e em seguida passassem o ungüento para colá-lo. Eles assim o fizeram, mas na pressa, na hora de colar a cabeça, colaram-na ao contrário. João voltou a viver. Mas como a cabeça estava colada ao contrário o que ele viu quando abriu os olhos foi as suas costas e a própria bunda. E começou a gritar. Os cavaleiros desespera dos cortaram-lhe novamente o pescoço e o colaram do lado certo. João agradeceu e os cavaleiros também o agradeceram e cada um seguiu seu destino.

João foi procurar o padre para se confessar. Quando o padre falou:

“ Meu filho, conte os seus pecados”

Ele respondeu:

“ Padre, encontrei do que ter medo”

O padre então lembrou.

“ Ah, você é o João sem medo! ”

“ Era “

“ Como assim? Do que você tem medo? “

“ Da minha bunda, padre”

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um livro é sempre um bom presente

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magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.74 Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com Malu Navarro Gomes
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.75 Desde 1993 Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas (11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com
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Mensagens para leituras e reflexões

Quem ama cuida

Então disse Jesus: ”Deixem vir a mim as crianças e não impeçam; pois o Reino dos Céus per tence aos que são semelhantes a elas. ” (Mateus 19:14)

Procuramos no cotidiano amar a todos os nossos semelhantes; nossos familiares, ami gos e até aqueles que percebemos não terem certas afinidades conosco, mas, torcemos para que sejam muito felizes.

Dentro deste exercício do amor sentimos mais calor, consideração, principalmente, em nossas orações e ajuda fraterna às crianças e aos idosos. Pelas crianças por serem ainda indefesas, sem malícias, sem condições de defesa e reivindicações próprias e aos idosos por representarem conhecimentos, sabedorias, experiências, maturidades assimiladas pelas vivências e ainda devido suas limitações físicas então passam a depender do auxílio de outras pessoas mais jovens.

Os artigos 229 e 230 da Constituição Fe deral de 1988 dizem: os pais tem do dever de assistir, criar e educar os filhos menores e os filhos maiores tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Amparados por estes dois artigos foram criados o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso, destinados a regular os interesses e garantias deles.

Portanto, quem ama cuida, e devemos cuidar com respeito, atenção e carinho destas pessoas queridas, independente de obrigação e sim fazendo com satisfação!

Enceramos com uma simples poesia:

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Quem Ama Cuida!

Não nos importemos se reconheçam o que fazemos é de coração Por isto dizemos: Quem Ama Cuida! E não espera receber gratidão

Vamos viver com paz e alegria e devemos desejar também para os amigos e família Quem Ama Cuida! E não faz por favor e sim com prazer pois traz no coração o amor!

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Este é um bom momento para você, empreendedor, movimentar suas vendas

A chamada divulgação boca a boca é ótima mas, nos dias de hoje, o seu negócio precisa estar onde suas vendas irão subir muito:

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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

O inverno é um período que deixa saudades, mas as novidades que a Primavera tras pra gente são tão estimulantes que rapidamente alteramos a nossa rotina e estilo de vida. Temperatura amena, janelas abertas e dias mais longos, por exemplo, chamam todos pra programações fora de casa, como pas seios no parque, piqueniques e churrascos ao ar livre. Na mesa, as refeições e os pratos frios come çam a ganhar preferência, e ficamos animados em fazer conexão com alimentos saudáveis e a apren der receitas rápidas. Faça este shake desta edição, e faça um brinde à volta da estação das flores, da renovação e do otimismo.

SHAKE DE CACAU E AVELÃ

INGREDIENTES

-1/4 de xícara (chá) ou 30g de avelãs torradas

-1 xícara (cha) ou 240g de leite

-2 colheres(sopa) de cacau em pó

-1 colher( sopa) de sementes de chia

-1 colher(sopa) de mel

- 1 colher(chá) de extrato de baunilha

-1 pitada de sal

- Chantily

- raspas de chocolate amargo Gelo (coloquei 3 pedras)

MODO DE FAZER :

Bata todos os ingredientes no liquidificador, menos o chantily e as raspas de chocolate. Depois de batido, coloque em um copo grande ou em uma bela xícara de cerâmica, coloque por cima

receitas e fotos da Colunista SHAKE DE CACAU RISOTO DE
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Receitas Fáceis
COGUMELOS

o chantily e as raspas de chocolate. Saboreie com muita vontade!

RISOTO DE COGUMELOS

INGREDIENTES:

- 400g de cogumelos portobello, shimeji e shi take( 400g de cada)

- 1 cebola bem picada em cubinhos

- 3 dentes de alho picados

- 500g de arroz arbório

- 1litro de caldo de legumes - 100ml de vinho branco

- suco e raspas de um limão siciliano

- 150g de queijo parmesão ralado

- 2 colheres (sopa) de shoyu

- 2 colheres (sopa) de manteiga

- 100g de mascarpone ( se quiser, eu gosto, fica mais cremoso)

- 3 colheres (sopa) de azeite - tomilho a gosto

- sal e pimenta do reino a gosto

CALDO

Para o caldo:

1 cenoura grande

1 abobrinha

1 batata

Limpe bem a cenoura, corte-a em rodelas gros sas, lave bem a abobrinha, tire as extremidades e corte-as em rodelas também, descasque a ba tata e corte em rodelas. Coloque em uma panela e cubra com água, de 1litro à 2 litros de água. Coloque pra ferver, qdo estiver fervendo, abaixe o fogo.

MODO DE FAZER

Em uma panela grande, coloque a manteiga, deixando derreter em fogo baixo, acrescente o azeite, o alho, o arroz e mexa bem, acrescente o sal,a pimenta do reino e o tomilho. Vá mexendo pra não grudar, acrescente o suco de limão e as raspas do limão. Acrescente o caldo aos poucos e continue a mexer.

Acrescente o shoyu, e vá colocando mais caldo, coloque o vinho, mais caldo , até perceber que está cozido.

Desligue a panela, coloque o mascarpone e mis ture bem.

O parmesão você pode misturar no risoto,bloco

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CACAU
COGUMELOS

após o mascarpone ou colocar na mesa e cada um se serve.

Sirva logo a seguir.

Para acompanhar sirva bem gelado um vinho branco

ENTRECOT SELADO COM MARINADO DE CAFÉ

INGREDIENTES:

-2 bifes de entregou, com aproximadamente 450g cada - 1 maço de cebolinha

-4 cebolas pequenas cortadas ao meio - 10 baratinho bolinha

- 6 cenouras finas cortadas ao meio, no sentido longitudinal - 1 maço de aspargos frescos -sal e pimenta do reino a gosto - azeite de oliva a gosto, geralmente dou uma regada - 1 limão siciliano em fatias finas.

Para a marinada de café -4 colheres (sopa) de café em pó -4 colheres (sopa) de açúcar mascavo - 4 colheres (sopa) de canela em pó - 3 colheres (chá) de pimenta - caiena - 4 colheres (chá) de sal.

*MODO DE FAZER: Faça primeiro a marinada, numa vasilha grande e funda, mis ture bem.

Pegue os 2 bifes de entrecot, coloque sal e pimenta do reino, passe bem nos 2 lados. Não esqueça que vai sal também na marinada.coloque o azeite a gosto, e deixe marinar por umas 2 horas.

Aí acrescente.... meio maço da cebolinha, as 4 cebolas, as 10 baratinho, as cenouras e os aspargos. Por último o limão sicilia no. Deixe marinar por mais 1:30 hora. Cubra com filme plástico e coloque na geladeira ou em lugar fresco.

Passando isto, coloque em uma assadeira média/grande, misture bem e coloque em forno pré aquecido a 200° . Deixe no forno até reduzir bem o caldo, ficar um molho grosso, ou sem nenhum.

Tempo de forno mais ou menos de 1:30 a 2 horas.

Pode ser feito em panela também. O sabor desta desta carne, fica inigualável

Acompanha um arroz branco....se sobrar molho, pode colocar em um bowl, e quem quiser coloca por cima da carne. NOTA- Escrevi a receita sem ser selado, se vc quiser selado, depois que passou nos bifes sal e pimenta do reino, Coloque numa panela grande onde vai ser feito o prato, de uma borri fada de azeite, deixe esquentar bem a panela, sele dos 2 lados os bifes deixando bem dourados, tipo grelhados, daí coloca a marinada, se for fazer na panela, ou na assadeira se for fazer no forno.

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SOBREMESA - CHICO ENTRECOT SELADO
magazine 60+ #39
magazine 60+
MARINADO

SOBREMESA CHICO BALANCEADO

E enfim uma sobremesa, que eu amoooo...desde o nome....

COM CARAMELO, CREME DE LEITE E SUSPIRO.. INGREDIENTES:

BANANA CARAMELIZADA

-3 bananas cortadas longitudinalmente - 1/2 xícara (chá) de água quente - 1 xícara (chá) de açúcar

CREME

- 1 Lata ou caixa de leite condensado - 1 lata e 1/2 de leite(integral) - 4 gemas - 1/2 colher(sopa) de amido de milho ( maisena)

COBERTURA DE MERENGUE(SUSPIRO) - 4 claras - 1 xícara (chá) de açúcar 7 Modo de preparo BANANA Caramelizada

1°- derreta em uma panela de fundo largo o açúcar, até virar o açúcar ficar dourado

2°- acrescente a água quente e mexa bem com uma colher 3°- deixe ferver até os torrões de açúcar desmamcharem e ficar uma calda grossa

4°- espere ficar morno, e c distribuia em um refratário 22x33 e em seguida coloque as bananas. Creme

1°- Em uma panela, coloque o leite condensado, o leite, as gemas e o amido de milho. Em fogo baixo, vá mexendo sem parar, até começar a engrossar, e não deixe formar grumos

2°- distribuia por cima das bananas e reserve. Cobertura de Merengue

Em uma panela coloque as claras e o açúcar e misture com um forte, coloque em fogo baixo e vá mexendo sem parar, por algun instantes, não deixando cozinhar.

3°- colocar na batedeira e bater bem até virar suspiro, me rengue, bem consistente.

4°- distribua por cima do creme e coloque em forno pré aquecido a 180°C, até dourar o merengue. Tire do forno e deixe esfriar. Está pronta esta sobremesa divina.....bora deliciar!

magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.86magazine #39 Outubro/2022

CHICO BALANCEADO SELADO COM MARINADO DE CAFÉ
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magazine 60+ #39 - Outubro/2022 pág.91
magazine 60+ #39 - Outubro/2022 segunda capa

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