seção institucional
Fomento à pesquisa em covid-19 Trabalho remoto em tempos de pandemia Raquel de Andrade Lima Coêlho Doutora em ciências biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Analista em C&T do CNPq Alerino dos Reis e Silva Filho Graduado em administração/política e gestão de C&T pelo Instituto de Educação Superior de Brasília. Assistente em C&T do CNPq
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enos de dois meses após o aparecimento dos primeiros surtos do vírus SARS-CoV-2 na China, o novo coronavírus chegou ao Brasil. Em 11 de março de 2020, foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o estado de contaminação como pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Assim, a população mundial se viu, repentinamente, impelida a tomar medidas de proteção e de segurança sanitária. Quatro anos após os surtos do vírus zika e da microcefalia, que provocaram grande comoção social e a necessidade de articulação de gestores e pesquisadores, a ciência foi novamente instada a apresentar respostas, agora para combater a covid-19. Em fevereiro de 2020, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) iniciava discussões quanto à possibilidade de lançar uma chamada para fomentar projetos e investigar as causas e consequências da doença decorrente da infecção pelo novo coronavírus. Em março, por intermédio da portaria 1.010/2020, o MCTI instituiu a Rede Vírus e mobilizou esforços para liberação de recursos federais para financiamento de projetos de pesquisa.
Por meio das medidas provisórias 924 e 962, foram abertos créditos extraordinários para o enfrentamento da covid pelo MCTI, Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC), entre outros. Ao CNPq coube a contratação direta de projetos, tanto com recursos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) como do MS, assim como o lançamento de chamada pública conjunta (Chamada MCTIC/ CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decit Nº 07/2020 Pesquisas para enfrentamento da covid-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves). Diferente da zika, a pandemia de covid-19 trouxe um panorama completamente novo e desafiador da gestão do trabalho à distância. O governo editou normativas para diminuir a circulação de pessoas e os servidores foram impelidos ao trabalho remoto. No CNPq, o cenário foi ainda mais desafiador para a Coordenação Geral do Programa de Pesquisa em Saúde (CGSAU) e suas coordenações técnicas - a Coordenação do Programa de Pesquisa em Biociências (Cobio) e a Coordenação do Programa de Pesquisa em Saúde (Cosau), onde mais se concentraram ações de fomento relacionadas à pandemia. Foi necessário um esforço coordenado de todos os setores do CNPq envolvidos no lançamento de chamadas, incluindo a Presidência, o Gabinete, a Procuradoria Federal e a Diretoria de Gestão e Tecnologia da Informação (DGTI), além das áreas técnicas. A situação atípica da pandemia implicou na elaboração da minuta da chamada enquanto ainda tramitavam os documentos finais (Termos de Execução Descentralizada -TEDs - e Termos de Referência - TRs). Isso permitiu o lançamento da chamada ainda no dia 6 de abril, embora