CALAFRIOS - Rainbow Panda

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CALAFRIOS Audiobook

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL RÁDIO, TV E INTERNET

ALINE COSTA QUEIROZ SANTANA DANIEL KALIL ALVES DO NASCIMENTO JORDÂNIA LUARA ROCHA DA SILVA JÚLIA BAPTESTONE GURGEL MARCOS PAULO SOUSA DOS SANTOS PEDRO DE MOURA MENDES THAIS ABADE AUGUSTO THAIS DUARTE MANFREDO VINÍCIUS CORADI MADDALONI

São Paulo - SP 2022


UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL RÁDIO, TV E INTERNET

ALINE COSTA QUEIROZ SANTANA DANIEL KALIL ALVES DO NASCIMENTO JORDÂNIA LUARA ROCHA DA SILVA JÚLIA BAPTESTONE GURGEL MARCOS PAULO SOUSA DOS SANTOS PEDRO DE MOURA MENDES THAIS ABADE AUGUSTO THAIS DUARTE MANFREDO VINÍCIUS CORADI MADDALONI

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CALAFRIOS Audiobook

Trabalho de Curso apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul, do curso de Rádio, TV e Internet, como requisito à banca de qualificação.

rainbowpandaproducao@gmail.com Diagramação da Bíblia de Produção:

São Paulo - SP 2022


FOLHA DE QUALIFICAÇÃO

Projeto qualificado em: __/__/__ .

____________________________________________________ Prof. Me. Alexandre Henrique

____________________________________________________

____________________________________________________


AGRADECIMENTOS Nenhum projeto é realizado sozinho e com o projeto “Calafrios” não foi diferente. Foram várias as pessoas que nos ajudaram de forma direta ou indireta, nos dando suporte para a concepção do projeto que só está começando. Primeiramente queremos agradecer aos nossos pais e familiares por sempre estarem ao nosso lado, nos apoiando em todas as horas e em todas as circunstâncias, sem eles não teríamos um suporte emocional para prosseguirmos diariamente, conciliando a vida acadêmica com outras áreas da vida. Queremos agradecer também aos nossos professores, por nos orientarem e por sanarem tantas dúvidas - sejam elas pequenas ou grandes - e por disponibilizarem tanto tempo para nos ensinar tantas coisas. Além disso, não podemos nos esquecer das pessoas que estão nos auxiliando financeiramente comprando a rifa, para que futuramente possamos cobrir os gastos que o trabalho terá. A produtora Rainbow Panda agradece!


“Há algo mais importante do que a lógica: a imaginação” Alfred Hitchcock


RESUMO

“Calafrios” é um projeto dos alunos do curso de Rádio, TV e Internet da Universidade Cruzeiro do Sul. Refere-se a um audiolivro sonorizado, adaptado do livro físico “O Misterioso Caso de Styles” da escritora britânica Agatha Christie, além disso adaptamos também o conto “O Brado da Floresta” da escritora brasileira Ana Gabriela Pacheco. Dessa forma, nosso projeto aborda os gêneros terror, mistério e suspense - presentes tanto na literatura como também no audiovisual. O objetivo do trabalho é colocar em prática conhecimentos adquiridos em relação às etapas de pré-produção, produção e pós-produção. Aliando os conceitos técnicos e criativos a fim de aliar conhecimentos prévios com a obtenção de novas experiências na área do audiovisual. Além disso, temos a pretensão de estimular o consumo de obras literárias no nosso território nacional e produzir uma opção de textos literários sonoros tanto para quem não tem tempo de ler livros por conta da vida corrida, quanto para quem tem alguma limitação visual e não consegue consumir livros da maneira tradicional. Palavras-chave: Audiobook, conto, mistério, terror, suspense.


ABSTRACT “Calafrios” it’s a Radio, TV and Internet students project from Universidade Cruzeiro do Sul. It refers to a sonorized audiobook adaptation by the british writer Agatha Christie “The Mysterious Affair at Styles”, and also a sonorized tale adaptation by the brazilian writer Ana Grabriela Pacheco “O Brado da Floresta”. Therefore, our project will address the horror, mystery and suspense genres - not only present on literature but also on audiovisual. The project objective is to put into practice the knowledge acquired in relation to the pre-production, production and post-production stages. Allying the creative and technical concepts relating the previous knowledge obtaining new experiences in the audiovisual area. Moreover, we have the pretension to stimulate the consumption of literary works in our national territory and produce an option of literary works for those who do not have the time to read books because of their daily busy life, as well for those who have some visual limitation and can’t consume books by the traditional way. Keywords: audiobook, tale, mystery, horror, thriller.


SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 PRODUTORA 1.1 DEFINIÇÃO DE LOGO 1.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES 1.3 CARÔMETRO 1.4 ORGANOGRAMA

12 14 14 15 16 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 LITERATURA E A SUA IMPORTÂNCIA 2.2 GÊNEROS LITERÁRIOS 2.3 TERROR, MISTÉRIO E SUSPENSE 2.4 CONTOS DE MISTÉRIO, TERROR E SUSPENSE 2.5 AGATHA CHRISTIE 2.6 ANA GABRIELA PACHECO

22 22 25 26 28 30 31

3 ADAPTAÇÃO

33

4 HISTÓRIAS ORAIS E ESCRITAS 4.1 ARQUIVO LIVRO (ESCRITO) E ARQUIVO SONORO (ÁUDIO LIVRO) 4.2 NARRATIVA SONORA 4.3 ELEMENTOS DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA 4.4 HISTÓRIAS FICCIONAIS NO RÁDIO

35 38 40 41 44

5 AUDIOBOOK 5.1 MERCADO DE AUDIOBOOK 5.2. AUDIODESCRIÇÃO

48 49 50

6 PROJETO (em andamento) 6.1 TÍTULO DO PROJETO 6.2 CALAFRIOS 6.3 PROPOSTA DO PROJETO 6.4 OBJETIVOS (coletando dados) 6.4.1 OBJETIVO PRINCIPAL 6.4.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 6.5 SINOPSE 6.5.1 SINOPSE DO LIVRO: “O Misterioso Caso de Styles” 6.5.2 SINOPSE DO CONTO: “O Brado da Floresta” 6.6 TRADUÇÃO “O MISTERIOSO CASO DE STYLES" 6.7 ADAPTAÇÕES DE LINGUAGEM 6.8 PERFIL DOS PERSONAGENS (em construção) 6.8.1 PERSONAGENS DO LIVRO 6.8.2 PERSONAGENS PRINCIPAIS 6.8.3 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS 6.8.4 PERSONAGENS TERCIÁRIOS 6.8.5 PERSONAGENS DO CONTO

54 54 54 54 55 55 55 56 56 56 57 57 59 59 59 64 65 66


6.9 PERSONAGENS PRINCIPAIS 6.9.7 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS 6.10 INTERAÇÃO NO AUDIOLIVRO 6.11 JUSTIFICATIVA DO PROJETO

66 67 67 68

7 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO 7.1 IDENTIDADE SONORA 7.1.1 REFERÊNCIAS DE AUDIOBOOK 7.1.2 REFERÊNCIAS CONTOS 7.2 VINHETA 7.3 VOZ 7.4 EFEITOS SONOROS 7.5 SILÊNCIO 7.6 TRILHA SONORA 7.6.1 REFERÊNCIAS - TRILHAS SONORAS

70 70 71 73 73 74 76 77 77 78

8 AUDIODESCRIÇÃO

80

9 MECÂNICA DO FORMATO

81

10 MÉTODOS DE PRODUÇÃO (em construção)

82

11 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

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12 PÚBLICO ALVO (coletando dados)

85

13 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 13.1 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA LIVRO 13.2 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CONTO

86 86 87

14 SEGMENTAÇÃO

88

15 VEICULAÇÃO

89

16 DIVULGAÇÃO E MARKETING

90

17 FORMULÁRIO DE PESQUISA (coletando dados)

92

18 CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO

93

19 MAKING OF 19.1 OBJETIVO 19.2 CONCEPÇÃO 19.3 REFERÊNCIA ESTÉTICA DO MAKING OF 19.4 ROTEIRO MAKING OFF 19.5 ROTEIRO DE EDIÇÃO 19.6 JUSTIFICATIVA DE EDIÇÃO

95 95 95 95 97 97 97

20 ORÇAMENTO (em construção) 20.1 ORÇAMENTO PREVISTO 20.2 ORÇAMENTO REAL (em construção)

98 98 99


CONSIDERAÇÕES FINAIS (parcial)

100

CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS (parciais)

100

REFERÊNCIAS

106

APÊNDICES (em andamento) MAPA DE ARQUIVOS SONOROS FOLHA DE ARQUIVOS SONOROS CASTING CONTO CASTING LIVRO ORDEM DO DIA ROTEIRO CONTO ROTEIRO LIVRO ROTEIRO MAKING OF DECUPAGEM CONTO DECUPAGEM LIVRO GRÁFICO PESQUISA ORDEM DO DIA

111 111 111 111 111 111 111 111 111 111 111 111 111

ANEXOS

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INTRODUÇÃO Um dos objetivos do Trabalho de Qualificação é colocarmos em prática todo o nosso conhecimento adquirido previamente neste curso em termos de pré-produção, produção e pós produção. Queremos mesclar neste projeto os conhecimentos técnicos usando elementos lúdicos dos produtos sonoros. Resolvemos produzir uma adaptação do livro “O Mistério de Styles” em domínio público da autora Agatha Christie e querendo evidenciar mais autores brasileiros independentes e não muito populares, decidimos adaptar também o conto “O Brado da Floresta” da autora brasileira Ana Gabriela Pacheco podendo assim trazer uma grande obra conhecida mundialmente desde 1920 e uma obra atual. A pesquisa visa conhecer nossa temática e público para proporcionar um audiolivro imersivo e de alta qualidade. Decidimos trabalhar com livro sonoro por três motivos: o primeiro é que queremos incentivar o consumo da literatura, o segundo por saber que pela vida extremamente corrida da atualidade, é muitas vezes difícil ter tempo ou espaço para consumir literatura impressa, e dessa forma uma versão em áudio seria mais prática. O terceiro motivo seria o audiolivro como ferramenta de inclusão, visto que muitas pessoas cegas ou de baixa visão o consomem, entretanto nem todos os livros disponibilizados para acessibilidade trazem os recursos sonoros necessários para imersão, dessa forma nos comprometemos a produzir um audiolivro imersivo, passando longe da monotonia . A distribuição do conteúdo deste projeto foi dividida em apresentar a nossa produtora e qual o nosso objetivo com esse Trabalho de Qualificação, a apresentação de todos os membros da equipe, suas funções e um breve histórico dos trabalhos já realizados dentro e fora da produtora Rainbow Panda. A organização da parte teórica do trabalho procura informar mais sobre a história do que conhecemos, hoje como literatura e gêneros literários, chegando por fim em adaptações de obras literárias para o arquivo sonoro, e mais sobre narrativas sonoras e como o mercado do audiobook funciona. Após explicar como foi possível criar a base do trabalho, explicamos como foi a produção, desde a escolha do nome do projeto aos objetivos com o produto final, contendo todas as fichas técnicas que foram utilizadas para a produção do audiolivro.


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1 PRODUTORA A produtora Rainbow Panda surgiu em âmbito acadêmico na Universidade Cruzeiro do Sul do campus Liberdade. A produtora é formada por nove integrantes, que são: Aline Costa, Daniel Kalil, Jordânia Luara, Júlia Gurgel, Marcos Paulo, Pedro Moura, Thais Abade, Thais Manfredo e Vinícius Coradi. Esta produtora inicialmente se originou como uma vertente de uma outra produtora que havia surgido em 2019

na mesma universidade - a produtora

Tarantinos. Entretanto, em 2021 acabou rompendo com a antiga produtora e tomamos assim outros rumos. A maioria dos integrantes acabou migrando da Tarantino para a Rainbow e outros vieram de outras produtoras. Nosso objetivo principal inicialmente era ter uma qualidade técnica e ética profissional aliada à uma liberdade criativa e abertura para experimentações em nossos projetos. Muito ainda se discute sobre os rumos da produtora após a conclusão do curso, porém no momento muitos dos integrantes querem continuar a trabalhar em projetos novos e regravar projetos antigos mesmo após o término do período acadêmico.

1.1 DEFINIÇÃO DE LOGO

Inicialmente a nossa logomarca apresentava um panda e um arco-íris. A definição por trás disso é a seguinte: o arco-íris tem sete cores distintas, porém estas cores formam uma coisa só, era exatamente isso o que queríamos passar


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com a nossa produtora: cada integrante tem sua essência que se difere, porém estamos unificadas num grupo. O panda trás o preto e o branco, cores que se contrastam, mas se completam, trazendo ideia de equilíbrio como ying e yang. Nós almejamos essa ideia de equilíbrio - entre seriedade e diversão. Dessa forma produzindo conteúdos de qualidade mas com muita criatividade e elementos lúdicos. A nossa logomarca foi refeita neste semestre, com o intuito de passar amadurecimento e profissionalismo, sem perder o conceito que pensamos no início da formação da produtora. Dessa forma, ainda mantemos o preto e o branco e ao invés de um panda de “corpo inteiro”, agora temos a pata do panda apenas, e a parte colorida vem em cada letra da palavra Rainbow.

1.2 MISSÃO, VISÃO E VALORES Nossa missão é criar e produzir conteúdos de qualidade, trazendo a diversidade e inovação, mostrando nossa identidade na execução de nossos projetos, com a visão de trazer desenvolvimento para o meio audiovisual, explorando todo nosso potencial de criatividade, zelando pela ética profissional, e explorando o mundo fora da caixa. Valorizando sempre a criatividade; transparência; originalidade; autenticidade; desenvolvimento; transformação, metamorfose ou transmutação.


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1.3 CARÔMETRO Aline Costa Queiroz Santana Idade: 23 anos Locutora do Programa de rádio “Tá na mão “, diretora e editora do Programa

videoclipes “Queenlist”. Atriz e

pesquisadora da Rádio novela “EME a vida pede socorro” roteirista e apresentadora do Podcast “Visionteca”. Atriz e Auxiliar

de

estúdio

Pesquisadora

e

do

social

reality

show

media

do

“O

exílio”.

Documentário

”Procura-se “. Diretora do Programa de rádio “Cruz credo” e Produtora na Websérie “Homens de cor“.

Daniel Kalil Alves do Nascimento Idade: 21 anos Câmera no programa “QueenList”, técnico de som na rádio novela “Por Acaso”, produziu a trilha sonora para o podcast “TaranCast” e para a revista eletrônica “In Sampa”, atuou no programa de TV “Desvendando o Cinema”, sonoplasta do documentário “O Virtual do Real”, atuou como sendo o recepcionista da série “Hotel Alighieri”, “Calafrios”.

trabalhou

na

sonoplastia

do

audiolivro


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Jordânia Luara Rocha da Silva Idade: 22 anos Operadora

de

câmera

no

programa

de

TV

"Desossando”, mesa de Som no programa de Rádio "Literalmente" produtora e atriz da Radionovela "Bellum Memória", roteirista do Podcast "Tarancast" roteirista da revista eletrônica "In Sampa", pauta do programa de Rádio "Código Play", sonoplasta do programa de TV "Desvendando o Cinema", equipe de Mídias da Semana de RTVI 2021 "A Missão Virtual da Comunicação", assistente de produção do Documentário "O Virtual do Real", roteirista, diretora, produtora, narradora e sonoplasta do 3° episódio do programa de Rádio "Qual o Contexto?" da produtora Rainbow Panda, figurino e edição da série "Hotel Alighieri".

Julia Baptestone Gurgel Idade: 21 anos Atuou como produtora executiva no curta metragem “O homem nu”, produtora executiva do programa musical de rádio “Liga na z”, assistente de produção no canal

do youtube “Cozinha e Xinga”, fez

dublagens

de algumas cenas e decupagens de

filmes

como “Laranja Mecânica” e “Meninas

Malvadas” pela produtora “Mecanismo”. Foi produtora no documentário “O Virtual do Real” e na websérie "Hotel Alighieri".


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Marcos Paulo Souza dos Santos Idade: 23 anos Assistente de produção e locutor na rádio novela A garota e o viajante (ArtPixel), Operador de áudio e assistente de produção no documentário KikiPega (UFFA Produções), Casting e cenário na produção do Dani-Se Show, (UFFA PRODUÇÕES), Roteirista da Série Improvável (UFFA PRODUÇÕES).

Pedro de Moura Mendes Idade: 21 anos Atuou como locutor no programa de rádio “Literalmente”, roteirista e operador de câmera no programa de TV “Desossando”, na radionovela “Bellum Memoria” além de ter sido assistente de áudio e sonoplasta foi também editor, apresentador do podcast “Tarancast”, diretor de fotografia e pauteiro da revista eletrônica “In Sampa”, locutor da rádio “Semana Pop” da Rádio Código, roteirista e assistente de produção do programa de TV “Desvendando o Cinema”, assistente de direção no documentário “O Virtual do Real”, Cenografista, Produtor e Câmera da websérie "Hotel Alighieri" e Diretor de Casting e Making of do audiolivro “Calafrios”.


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Thais Abade Augusto Idade: 23 anos Na FIAM-FAAM atuou como locutora e roteirista do programa de rádio "Curiosando", diretora de fotografia e diretora geral do documentário "A Linha da Arte" onde ganhou prêmio de melhor adaptação da teoria à tela no III Festival Teorias na Tela e no Rádio, diretora e roteirista do curta "Alma Suja", diretora de fotografia do curta "A Face", roteirista da radionovela "Lar das Vozes" e assistente de produção de vídeo institucional. Na Cruzeiro do Sul atuou como roteirista do programa de rádio "Semana POP" e roteirista da websérie "Hotel Alighieri". Thais Duarte Manfredo Idade: 21 anos Atuou como encarregada da sonoplastia no programa de TV “Desossando”, diretora de captação de som no programa de rádio “Literalmente”, produtora da radionovela “Bellum Memória”, editora do documentário “O Virtual do Real”, roteirista do programa de TV “Desvendando o Cinema” .

Vinícius Coradi Maddaloni Idade: 21 anos Editor da radionovela "Belum Memoria", locutor e editor do podcast

"Tarancast",

apresentador

do

programa

de

TV

"Desvendando o Cinema", editor do documentário "O Virtual do Real", ator e dublador.


20

1.4 ORGANOGRAMA


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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para realizarmos a produção do nosso audiobook, é preciso explicar como a linguagem de um arquivo escrito se diferencia de um arquivo sonoro e como a literatura e seus gêneros foram modificados de acordo com os séculos por diferentes movimentos, épocas e estilos na história, e de modo que a disseminação foi responsável também por modificar o tipo de linguagem - que vem através da oralidade de povos e diferentes culturas - influenciou o tipo de visão que a linguagem tanto oral quanto escrita teria no presente. Nesse projeto, além da literatura, utilizaremos da voz e som como partes essenciais, por esse motivo é significativo que denotamos as características desses meios de comunicação e como se farão presentes no audiobook durante a fundamentação teórica, evidenciando sua importância para o trabalho de qualificação. Traremos também um segmento sobre adaptação, visto que vamos adaptar histórias pré existentes de um formato (escrito) para outro (áudio, falado) a fim de mudar a linguagem, a transformando coerente para um áudio book. Todos os tópicos incluídos ao longo da fundamentação teórica vão executar um papel notável no projeto, em todas as etapas, por esse motivo a explicação dos mesmos é essencial para entender o que é o trabalho, o que devemos saber para produzi-lo e quais são seus objetivos.

2.1 LITERATURA E A SUA IMPORTÂNCIA Nosso projeto é um audiolivro ou livro sonoro, sendo assim ele é ouvido e não lido, adaptado de um livro impresso - de papel, mídia física para uma mídia sonora. Apesar de um meio diferente (de papel ao som), ainda é um livro e tem estruturas muito similares, uma transdução, entretanto não deixa de perder sua essência por mudar seu meio de produção, distribuição e propagação. Por conta disso, antes de prosseguir precisamos saber o que é literatura, pois é a partir da literatura e do livro em mídia física que a adaptação para livro sonoro é realizada. A Literatura está presente no cotidiano da humanidade à muitos séculos, é uma forma de arte extremamente ampla, deve se levar em consideração os


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contextos, diferentes tempos, e suas diferentes vertentes, como contos, sonetos, poemas, prosas, romances, crônicas, todas possuem a palavra como matéria prima, para criar a arte, não apenas fazer o uso das mesmas com o objetivo de comunicar, mas sim criar algo belo. Histórias nada mais são do que palavras contando uma narrativa, possuindo uma realidade própria, o que as distingue é a maneira de transmitir a mensagem, sempre variando dependendo do contador da história, os autores. Nesse campo da linguagem, a literatura é o resultado de um trabalho particular feito com a palavra, de tal modo que encontramos nela (na literatura) um modo específico de funcionamento do discurso que só pode ser bem compreendido por estudiosos da linguagem, por pesquisadores das ciências humanas, por filósofos, mas principalmente por aqueles que se dedicam à pesquisa específica do fato literário. (CARDOSO, 2011. p. 12)

A Literatura tem a capacidade de sustentar sua própria realidade, dependendo da criatividade, linguagem e comunicação, podendo ser atribuída diversos sentidos dependendo da pessoa que a consome, a fazendo ser mutável ao longo dos séculos, dessa forma a definição mais utilizada é a de Aristóteles, o pensador diz que literatura é “A Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra”. A individualidade de cada obra literária se diz pelo o que o autor quer transmitir ao leitor, e a importância de qual característica de gênero literário é possível utilizar para mudar o modo narrativo que cada obra literária irá possuir, escolher entre a presença de um narrador ou sem essa mediação como diz KEMPISKA e SOUZA (2012 p. 52) “Quando o texto literário não dispõe de história, temos o gênero lírico; quando dispõe, o gênero poderá ser o narrativo ou dramático. Se a história é apresentada ao leitor através da mediação de um narrador, temos o gênero narrativo; se é apresentada sem esta mediação, ou seja, diretamente nos diálogos desenvolvidos pelos personagens, temos o gênero dramático". A literatura pode variar em seu meio - impresso, digital, sonoro - , mas sua transposição não muda, ela ajuda a formar o indivíduo em todas as idades, gêneros e nacionalidades. Apesar de antigamente a leitura ser algo apenas para pessoas com um nível de escolaridade alto que os permitiam consumir o gênero literário, a oralidade das narrativas do gênero literário faziam as pessoas que não possuíam o nível de escolaridade para ler, se sentirem mais incluídos com o que parte da sociedade consumia desse meio de comunicação.


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A literatura se apresenta de fundamental valia para a formação da sociedade, desde os primórdios promovendo interação social entre a população e criando sua identidade cultural refletindo passado e presente, ela também provoca sensações, despertando novos sentimentos, desenvolvendo em cada um que a consome a habilidade da criação do imaginário. Seu papel sociocultural é de extrema importância para formação do indivíduo, refinando as questões morais e éticas de cada um e como consequência aprimorando as relações interpessoais que compartilhamos como sociedade. Uma frase, dita pelo filósofo francês Louis-Gabriel-Ambroise, Visconde de Bonald resume o conceito: “A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem. “ A relação que a literatura tem com a humanidade vem através do que é transpassado em vida, seres humanos aprendem com o ensinamento de outros, copiam modos e linguagem, como a literatura. A importância desse gênero de linguagem se leva na criação do caráter, da personalidade e também das aspirações de cada ser humano. A literatura além de criar e abrir mundos no passado, agora no presente é responsável por diferentes tipos de linguagem, sonoras ou visuais. A literatura tem um papel indispensável na formação do sujeito, pois ficcionaliza questões referentes à cultura, aos valores sociais, históricos e linguísticos, além de contribuir para a formação cidadã do indivíduo. (ARAUJO, COELHO, DO NASCIMENTO SILVA, 2017 p. 33)

Dentro da literatura é possível encontrar diferentes tipos de gêneros literários que surgiram ao longo da história com movimentos artísticos. E segundo Soares (1989, p.7): A denominação de gêneros literários, para os diferentes grupamentos das obras literárias, fica mais clara se lembrarmos que gênero (do latim genus-eris) significa tempo de nascimento, origem, classe, espécie, geração. E o que se vem fazendo, através dos tempos, é filiar cada obra literária a uma classe ou espécie; ou ainda é mostrar como certo tempo de nascimento e certa origem geram uma nova modalidade literária.

Por exemplo: drama (que surgiu a partir da narrativa dramática), romance (surgindo da narrativa romântica), suspense (dos folhetins policiais em jornais), e terror e


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mistério (que partem da mesma vertente se relacionando assim com o suspense) entre outros, mas focaremos nos gêneros de terror, mistério e suspense por se tratar do gênero em que a produção deste áudio livro será adaptada.

2.2 GÊNEROS LITERÁRIOS Os tipos de gêneros literários que são mais populares; romance, terror, mistério, comédia, aventura, suspense surgem de diversos estilos e histórias existentes na humanidade que após a miscigenação de diferentes culturas e idiomas foram classificados de formas diferentes a partir do contexto de cada fragmento. As classificações que conhecemos hoje em dia surgiram a partir do modo que cada narrativa foi distribuída e como era consumida, fazendo com que cada uma recebesse uma rotulação diferente. (…) a palavra passou a designar grandes grupos de textos, que se identificam a partir da geração, vale dizer, da concepção de cada texto. Os estudos indicam que os gêneros se estabelecem por temáticas, mas principalmente pelas formas discursivas em que são tecidos os textos. (LOPES, 1997, p. 1)

A narrativa romântica foi o ponto inicial para que diferentes tipos de gêneros fossem introduzidos em uma história, assim variando de acordo com a cultura e o rumo que a narrativa levaria. Platão é dito como o primeiro a usar a denominação ‘gênero’ e assim surgindo o idealismo platônico. (LOPES, 1997) (...) ;os românticos acresceram-lhes a ficção histórica (Scott, Manzoni, Dumas, Hugo, Herculano) e o romance egótico-passional (Stendhal, Lamartine, George Sand, Garrett, Camilo), formas acessíveis ao novo público leitor composto principalmente de jovens e mulheres, e ansioso de encontrar na literatura a projeção dos próprios conflitos emocionais. O romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade culta e semiculta do Ocidente. A sua relevância no século XIX se compararia, hoje, à do cinema e da televisão. (BOSI, 1994, p. 97)

A literatura européia é dividida pelos três séculos coloniais e três estilos renascentista, barroco e rococó. Por meio da colonização esses estilos foram disseminados e modificados de acordo com a cultura do local. No Brasil o Barroco se fez mais presente que o Romantismo. (COUTINHO, 1983)


26 Se a arte renascentista caracterizou-se pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza e nitidez de contornos, pela harmonia e medida, o estilo barroco de seiscentos, tanto o literário quanto o artístico, obedecem a normas estéticas diversas, de conformidade com um novo ideal de vida para o qual a conciliação, a incorporação, o fusionismo são as tendências dominantes postas em curso pela estratégia da Contra-Reforma. (COUTINHO, 1983, p. 4)

Nesse projeto, estaremos focando em 3 gêneros literários: terror, mistério e suspense. Essa escolha se deu ao fato de que o livro adaptado para projeto audiobook, “O Misterioso Caso de Styles” se trata de um livro de suspense - em que o mistério também se faz presente por se tratar de uma narrativa policial -, como Agatha Christie era conhecida por escrever diversas obras neste estilo literário. Mistério e suspense normalmente são utilizadas na mesma narrativa como linguagens complementares para a imersão e impacto do leitor com a história, já o terror se leva ao fato da adaptação do conto de terror de Ana Gabriela, e também da relação em que esses três gêneros literários têm em comum e como são utilizados normalmente em conjunto.

2.3 TERROR, MISTÉRIO E SUSPENSE Muitas vezes os gêneros literários como

terror, mistério e suspense são

inseridos dentro do mesmo nicho por causarem sensações similares à seus consumidores, porém eles se distinguem em alguns aspectos. O terror, por exemplo, consiste em um clima trazido pela narrativa e ambientação, gradeando o público com elementos como escuro e a confusão dos personagens. Na literatura o terror não só causa medo como ele também o produz. Traços de terror são vistos ao longo da trajetória das histórias desde os primórdios com a contação de histórias que tinham o intuito de assustar futuras gerações a não cometerem os mesmos equívocos da época. Ao pensar no romance Gótico, um conjunto de características vêm à mente: a ênfase em retratar o terrível, uma insistência comum ou configurações arcaicas, um uso proeminente do sobrenatural, a presença de personagens altamente estereotipados e a tentativa de implantar e aperfeiçoar as técnicas de suspense literário são as mais significativas. Nesse sentido, a ficção 'Gótica' é a ficção do castelo amaldiçoado, dos heróis alvos de terrores indescritíveis do vilão obscuro e ameaçador, fantasmas, vampiros, monstros e lobisomens1. (PUNTER, 2014, p. 1, tradução nossa) 1

No original: When thinking of the Gothic novel, a set of characteristics springs readily to mind: an emphasis on portraying the terrifying, a common insistence or archaic settings, a prominent use of the


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O gênero suspense consiste na criação de expectativa, a sensação de incerteza dentro da narrativa, deixa seu espectador ansioso para a resolução do problema apresentado, exemplificando, a cena clássica do filme ‘psicose’ de Alfred Hitchcock, onde o assassino de aproxima para matar sua vítima no chuveiro, descrevendo perfeitamente a sensação que o suspense causa em seus consumidores. Histórias imersivas também atraem esses leitores. Eles antecipam um cenário cuidadosamente desenhado que também sugere um clima mais sombrio. Livros desse gênero frequentemente possuem um ritmo mais calmo, em parte porque o cenário e o clima detalhados atrasam a ação, que geralmente é interno. Embora enredos distorcidos sejam frequentemente uma característica dessas narrativas, os leitores também procuram por intensidade que acentuam o humor e a ação²2. (WYATT, SARICKS, 2001, p. 194)

Mistério anda lado a lado com suspense, se difere no fato em que proporciona pistas para a solução dos problemas, também guarda alguns fatos insolúveis para serem destrinchados durante a narrativa, muito comum na literatura policial como nos livros de Agatha Christie que apresentam pistas para os próprios leitores resolverem a adversidade. Embora represente a não ficção, em sua maioria histórias de suspense e mistério são fictícias. Tanto em Mistério quanto em Suspense há um quebra-cabeças, mas no Mistério, o objetivo do leitor (e detetive) é de resolver o quebra-cabeça, descobrir como funciona, a fim de resolvê-lo3. (WYATT, SARICKS, 2001, p. 288)

Terror, suspense e mistério são diferentes em sua estrutura, mas andam lado a lado em diversas histórias ao longo dos anos, sendo em muitos casos agrupados supernatural, the presence of highly streotyped characters and the attempt to deploy and perfect techniques of literary suspense are the most sigficant. Used in this sense, 'Gothic' fiction is the fiction of the haunted castle, of heroines preyed on by unspeakable terrors, of the blackly lowering villain, of ghosts, vampires, monsters and werewolfs. 2 No original: Atmospheric stories also appeal to these readers. They anticipate a carefully drawn, detailed setting that also hints at a darker mood. Books in this genre are often more leisurely paced, in part because the detailed setting and mood slow the action, wich itself is often interior. Although twisted plots are often a characteristic of these story lines, readers also look for the intensity that underlines the mood and action. 3

No original: In both Mystery and Suspense, there is a puzzle, but in Mysthery, the reader's (and detective's) goal is to get into the puzzle, to discover its workings, in order to solve it


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ou usados como sinônimos.

No nosso caso, agrupamos esses três gêneros,

transformando assim, livros de terror, suspense e mistério em livros sonoros. Iniciaremos nosso projeto com o livro “O Misterioso Caso de Styles” de Agatha Christie. Futuramente pretendemos adaptar outros livros em domínio público da autora e outras obras de outros autores dentro dos gêneros terror, mistério e suspense, como: Sherlock Holmes (de Arthur Conan Doyle), A Ilha do Dr. Moreau (de H.G.Wells), Drácula (de Bram Stoker), Frankenstein (de Mary Shelley), O Médico e o Monstro (de Robert Louis Stevenson), entre outras obras. Alguns autores como Agatha Christie ou mesmo Oscar Wilde abrem um leque de possibilidades para adaptações, visto que além de terem publicado livros, publicaram também contos neste mesmo “agrupamento de gêneros” que escolhemos. A idealização do projeto é aproveitar dos mesmos, que estão presentes na literatura e transformá-los em algo audível, transportando o ouvinte para dentro da produção.

2.4 CONTOS DE MISTÉRIO, TERROR E SUSPENSE

Além de adaptarmos livros em domínio público do gênero terror, mistério e suspense, adaptaremos também contos nesses três gêneros, trabalhando com obras de narrativas longas. Vamos expandir o projeto com segmento de contos, trazendo mais diversidade para futuros projetos sonoros. A dinâmica da história e da narrativa faz o conto, transforma o enredo mais cativante para o público, a narração em 3ª pessoa mantém o imaginário vivo do leitor trazendo a originalidade de como os contos eram divididos entre as pessoas de forma oral. Ler um conto é como ter alguém contando uma história para você, um narrador que te orienta, guia sua imaginação e que informa o caráter, responsabilidades e objetivos dos personagens. O conto, como toda forma narrativa, exige a presença de dois elementos fundamentais: o seu conteúdo e a sua forma, ou melhor os recursos narrativos. (DÉCIO, 1976, p. 49)

O formato literário conto possui diferentes tipos de linguagens e temas por ter sofrido a disseminação em vários lugares do mundo. Conto de fadas sendo o maior


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nome do formato linguístico por cativar de crianças a adultos sempre viajando no imaginário de situações mágicas, contos de fadas são responsáveis por nos fazer crescer e pensar além no que sabemos do que é real, o imaginário em destaque transformando as crianças em sonhadores e criativos com uma lição de moralidade na sociedade. Quando falamos de contos de fadas, pensamos em histórias clássicas como A Branca de Neve (1812), Chapeuzinho Vermelho (1697), João e Maria

(1812), entre outros. Os Irmão Grimm foram uns dos principais

influenciadores para que a linguagem do conto se popularizasse mundialmente, escrevendo contos que não era necessariamente feito para crianças, mas acabou se popularizando entre esse público, muito deve se levar em consideração o meio que essas obras foram apresentadas para o público infantil, por meio de adaptações com linguagem diferente e adaptações em filmes e desenhos utilizando sua linguagem fantástica como obras da Disney. O conto folclórico como em outros tipos de conto era compartilhado de forma oral e entre comunidades sobre mitos e crenças locais, repassando assim para gerações futuras suas crenças e costumes. O conto folclórico surge de diferentes crenças e costumes, onde a estrutura e modificação se torna presente em diferentes países. A oralidade se torna mais presente por trazer os antigos costumes de como contos eram compartilhados com a comunidade. É possível dizer que o conto de fadas seria uma ramificação dos contos folclóricos pelo meio em que esses contos foram introduzidos na sociedade, os Irmão Grimm mudaram a percepção que as pessoas tinham de contos folclóricos distribuindo os contos de seu país, e assim tornando em grandes sucessos da literatura. (VOLOBUEF, 2021) O romance de terror e mistério de morte, como era conhecido os contos de terror, se originaram da criação do gênero policial no século XVII. O gênero era bem famoso nessa época entre os escritores europeus e assim foi se espalhando e criando escritores que ficaram conhecidos por suas obras de “romance negro”, até chegar a origem do que conhecemos como o nascimento do gênero de literatura de terror “Frankenstein” (1818) por Mary Shelley. (POE, 2021) Edgar Allan Poe, inspirado pelos escritores ingleses e muito interessado em misticismo, magia e ocultismo e como a poesia poderia influenciar a mente humana, misturou o conceito de conto, que utiliza o imaginário, com o seu desejo de retratar o sobrenatural e assim surgindo seus contos de mistério e terror (BELLIN, 2011). Poe é conhecido até hoje como o “Pai do Suspense” por suas maiores obras como


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O Gato Preto (1843), O Corvo (1845), Annabel Lee (1849), entre outros, tornando-o o maior nome do gênero de contos de terror e mistério. Autores como Oscar Wilde e Agatha Christie, ao longo de suas vidas publicaram livros e contos, dessa forma, com a Christie, por exemplo, poderemos futuramente adaptar seus livros e muitos de seus contos, desde que estejam em domínio público.

2.5 AGATHA CHRISTIE O livro “O Misterioso Caso de Styles” - que é a obra que escolhemos para adaptar - foi escrito pela autora inglesa Agatha Christie. É importante sabermos a importância dela para a literatura. A autora não escreve livros eruditos, suas publicações vão mais para a literatura popular, na grande maioria de seus livros

(exceto

os

que

ela

publicou

sob

seu

pseudônimo) nos são apresentadas histórias onde um crime é cometido e as suspeitas caem em cima de quase todos os personagens. Agatha Christie nasceu em 1890 e morreu em 1976. Em sua vida escreveu em torno de 93 livros e 17 peças teatrais. A autora é muito conhecida por seus livros de suspense, mistério e romance policial, e é a mais influente e mais conhecida desses gêneros. Seus personagens mais famosos são: Hercule Poirot - um detetive belga que afirma que cada caso a ser resolvido tem um método diferente. Ele aparece já no primeiro livro que ela publicou “O Misterioso Caso de Style” (lançado em 1920) e ganhou também grande notoriedade no livro “O Assassinato de Roger Ackroyd” (1926). Personagem este extremamente querido entre os fãs. Outro personagem famoso é Jane Marple, que aparece no livro “Assassinato na Casa do Pastor (lançado em 1930) é geralmente descrita como uma senhora que conhece excepcionalmente a natureza humana. A escritora foi casada duas vezes, a primeira com um coronel - foi dele que ela herdou o sobrenome Christie - e posteriormente foi casada com um arqueólogo, que a levou para o Oriente Médio e a partir daí ela começou a escrever livros nessa


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temática mais “egípcia”. Um de seus livros mais famosos dessa época

foi “O

Assassinato no Expresso do Oriente” que acabou se convertendo em um dos livros mais importantes de sua carreira. A história de seu primeiro livro é um tanto curiosa: ela foi desafiada por sua irmã Madge para escrever um livro sobre assassinato com a suspeita caindo em vários personagens e sendo resolvido o caso e revelado o assassino somente no final. Na época ela trabalhava em uma farmácia que ficava em um hospital, por conta de seu trabalho ela adquiriu conhecimento sobre medicamentos e também venenos. E é aí que nasce o livro “O Misterioso caso de Styles” que apesar de ser publicado em 1920, foi escrito em 1916. Suas obras de mais sucesso em sua bibliografia consiste em sua primeira obra O Misterioso Caso de Styles (1920), Assassinato no Expresso do Oriente (1934), Os Crimes ABC (1936) e Morte no Nilo (1937) que foi adaptado para roteiro de fime em 2022.

2.6 ANA GABRIELA PACHECO Ana Gabriela Pacheco, 20 anos, nascida na cidade de São Paulo. Se interessou pela escrita com oito anos de idade, num período onde já tinha aprendido a ler e escrever e gostava de brincar com as palavras. Percebeu através de outros livros infantis que poderia fazer histórias e versinhos de todos os tipos, como se fosse magia. Começou com poesia, mas escreve contos de todos os gêneros para editais. Seus gêneros favoritos para trabalhar sua escrita são romances colegiais e Young Adult, sci-fi cyberpunk, livros policiais de mistério. Escreve

muito

realismo

fantástico

nacional, desvendando narrativas

cotidianas e brasileiras com aspectos fantasiosos, numa mistura de Brás Cubas (Machado de Assis) e Macabéa (Clarice Lispector), usando de pautas importantes para causar algum tipo de choque ou reflexão. Estudou Jornalismo de 2020-2021 e atualmente está estudando Letras na Universidade de São Paulo, de modo que assim possa estudar a literatura e a


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língua de forma mais técnica e assimilar isso em sua escrita, trabalhando com traduções de outras obras e com o mercado editorial. Pretende fazer iniciação científica em literatura, disciplinas de editoração, jornalismo e cinema, além de uma pós graduação ligada à comunicação social para ampliar sua escrita para roteiros audiovisuais. Sempre escreveu muitas fanfics, disponíveis no Nyah!Fanfiction e no Wattpad, mas seu primeiro livro escrito e publicado foi o livro de poesias e desenhos “Pote de Lágrimas”, em 2019 pela antiga Editora Fora da Caixa. Depois disso começou a se aventurar novamente nos contos, um gênero narrativo que tinha deixado pra trás e não parou mais, lançando os contos: “Duas taças e meia” de forma independente no começo de 2020; “Sete andares” na antologia “Tudo que quero de Natal é você”; “Um bom dia pra se lembrar” no livro Memórias da Pandemia da Editora Inovar; “Sem dono algum” no livro Do Fundo das Águas, da Editora Tribus; “A sete palmos do chão” no livro Cyberlogia, da editora Cyberus; “Sabor de Ameixa” no livro “Wakamono” da Editora Psiu; “O ponto fraco da Lua são as ondas do mar” no livro Yemanjá: A doce Yabá da Editora Cartola; “Coração Ouvinte” e “Cor de Creme”fanfics no Wattpad; “Aif” livro no Wattpad; “O dia que aprendi a voar e outros contos” no Nyah!Fanfiction; “Um Noel para chamar de meu” conto em e-book de forma independente na Amazon; “Como se vota em Hugo Pirinha” conto em e-book que vai sair em Outubro de 2022; “O último apaga a luz” e “A primeira a chegar” contos cyberpunks; “O brado da floresta” conto de folkhorror; “Enciclopédia da Família Crivo” conto de realismo fantástico; “Caderno de Feitiços da Fibily” para o edital Faísca; “A-braço” para o concurso de literatura inclusiva do SENAI; “Cadeia Alimentar” micro-conto; “Memórias de Espuma” e-book que vai ser lançado de forma independente na Amazon; “Alô, Socorro & Adeus” livro físico Young Adult que vai ser lançado de forma independente na Amazon.


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3 ADAPTAÇÃO A adaptação surge do conceito de trazer uma releitura para transformar algo em um tipo de linguagem diferente, levando em consideração a narrativa da obra original e assim adaptando para uma linguagem mais atual ou de acordo com a identidade do público que vai consumir o produto. A teoria da adaptação tem à sua disposição, até aqui, um amplo arquivo de termos e conceitos para dar conta da mutação de formas entre mídias – adaptação enquanto leitura, re-escrita, crítica, tradução, transmutação, metamorfose, recriação, transvocalização, ressuscitação, transfiguração, efetivação, transmodalização, significação, performance, dialogização, canibalização, reimaginação, encarnação ou ressurreição. (STAM, 2006, p. 9)

Grande parte do arquivo de produções audiovisuais é composto por trabalhos autorais e adaptações de outras obras, sendo elas obras em domínio público ou parcerias entre escritores e grandes empresas. A adaptação nem sempre surge de grandes obras literárias, HQ’s, webcomics, contos, e roteiros autorais podem se tornar em grandes blockbusters. Essas releituras surgem a partir da parceria do autor da obra e da produtora/diretor que quer transformar a obra em um conteúdo midiático. Para adaptar uma obra deve-se pensar na contextualização daquele produto em outro tipo de linguagem, sendo em filme ou áudio. Na época de ouro da rádio brasileira, quando milhares de ouvintes consumiam radionovelas, as adaptações serviam para fazer com que diferentes públicos continuassem escutando e acompanhando os episódios . A adaptação de roteiros de outros países era comum, trazendo então para uma linguagem mais brasileira, transformando a obra, dependendo do horário e público, mais romântica, mais dramática, ou qualquer tipo de gênero mais aceito pelo público. Em filmes as adaptações ocorrem pensando além do diálogo e de como a história é contada, deve ser levado em consideração o visual da história e como manter a atenção nos detalhes da trama, com efeitos visuais e cenas marcantes. Se uma obra fosse ser adaptada para dois tipos de linguagens diferentes, áudio (podcasts, audiodramas, etc) ou visual (filmes, séries, curtas, etc), a linguagem da obra original teria quer ser apresentada diferentes nos dois meios, para que o público consiga se conectar de formas diferentes e ter experiências distintas da obra.


34 Por meio desses elementos instituídos pelos próprios consumidores é que as mensagens veiculadas na mídia são filtradas e apreendidas, todavia esse entendimento dá-se pelo grau de (re)leitura que estes indivíduos possuem, levando em consideração suas limitações e seus horizontes sociais. (CORREIA; OLIVEIRA, 2011, p. 6)

Com a ascensão dos podcasts e do mercado de produtor de linguagem radiofônica, as adaptações de obras literárias para audiolivros e podcasts semanais como séries aumentou muito. O século XX trouxe novos meios que a geração atual consome produtos audiovisuais, com a necessidade de fazer mais atividades ao mesmo tempo, o podcast abriu caminhos para que o audiolivro, que já exista como um meio de deficientes visuais pudessem ler sem o sistema braille, fosse visto de outras maneiras, como consumir mais conteúdos ao mesmo tempo enquanto praticam exercícios físicos, tarefas diárias ou trabalham. Os audiolivros foram apenas o começo para a expansão da linguagem radiofônica no mercado de produtos em serviços de streaming, a adaptação de roteiros originais, e obras literárias para audiodramas e a distribuição semanal de audiolivros como se o espectador estivesse acompanhando uma série, por isso a ideia de adaptar um livro já conhecido, como o de Agatha surgiu. Em 2022, o livro “Morte no Rio Nilo” de Agatha foi adaptado para um roteiro de cinema, pensando também em aproveitar do interesse de pessoas que gostaram do filme, e querem saber mais sobre a autora, encontrar o audiobook pode fazer com que sirva de uma ponte para a apresentação de tipos diferentes de adaptações e também o conhecimentos de diferentes obras realizadas pela a autora. Para a realização da adaptação ser possível é preciso entender o formato da linguagem escrita do produto, por se tratar de um livro do século XX, e como adaptar em uma linguagem sonora, pensando também na linguagem atual do século XXI, e assim conseguir um diálogo mais direto com o público que consome esse tipo de mídia. Com o nosso projeto, vamos utilizar as ferramentas da adaptação em diversas ocasiões, visto que mudaremos o formato original do “Misterioso Caso de Styles”, o adaptando para melhor englobar nosso público alvo.


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4 HISTÓRIAS ORAIS E ESCRITAS Ao pensar em audiobook ou um conto sonoro, é muito comum pensar no papel primordial que a voz tem ao se contar uma história, na verdade, o elo entre voz e história é muito antigo. Antes do surgimento da escrita, o ser humano já criava, contava e recontava histórias, histórias que eram transmitidas oralmente, de geração em geração. Dessa forma foram transmitidas as fábulas, o folclore e até os contos de fadas, todos propagados pela voz antes da documentação escrita. A contação de histórias começa com nossos ancestrais, posicionados em torno de uma fogueira, dispostos a ouvir e a contar histórias, a compartilhar seus feitos, aventuras, desventuras, a explicar sobre o surgimento do mundo como nos mitos e lendas, a se ilustrar um preceito como nas fábulas ou a se transmitir histórias que perpassam o profano e o sagrado que explicitam o duelo entre o bem e o mal como nos contos de fada ou contos maravilhosos. (SILVA, 2011. p. 9)

Segundo Merege (2019) anteriormente ao advento da escrita, só existia uma maneira de preservar histórias, contos, canções, etc: seria pela memória. E ainda, a única maneira de transmiti-las era oralmente. A autora ainda afirma que os poemas (que eram inclusive, segundo ela, extensos e extremamente elaborados), asseguraram

sua

preservação,

por meio da oralidade, antes de serem

documentados, e, as histórias e poemas ao longo de suas transmissões para outras gerações, foram recontados. Ainda segundo Merege (2019) existiam em várias culturas pessoas que eram preparadas para manter tais histórias e ensinamentos vivos, transmitindo assim para futuras gerações. Como as histórias eram transmitidas oralmente, é comum que algumas delas apresentem finais diferentes, ou mesmo tenham alguns detalhes diferentes no meio da história. Isto porque cada pessoa ia comunicando a história, mito, conto ou canto e a pessoa que escutava a recontava, podendo assim a história em específico sofrer algum tipo de mudança.


36 Por entender que a narrativa é oriunda do meio de artesão - no mar, no campo e na cidade, onde quem fiava ou tecia contava histórias que se entrelaçavam com as histórias dos ouvintes que, por sua vez, também teciam ou fiavam, formando uma rede há milênios tecida em torno das mais antigas formas de trabalho manual. (BEDRAN, 2012 apud BENJAMIN,1994 p.203.)

Desta forma é possível notar que várias histórias foram propagadas pela oralidade - como os mitos, nas mais diversas mitologias - que posteriormente foram documentados - que tentavam explicar a origem da humanidade e de diversos fenômenos, histórias também com o intuito de trazer algum ensinamento ou moral para o ser humano e até mesmo histórias que compuseram o folclore local de diversas regiões e dessa forma compõem a identidade cultural de povos e nações. Um exemplo disso são os contos de fadas, transmitidos oralmente no continente europeu e posteriormente documentados por meio da escrita. Tais contos geralmente apresentam algum aspecto da natureza humana ou dos perigos que podem assolar qualquer pessoa.Sobre os contos de fadas, no livro Fadas no Divã: Psicanálise nas Histórias infantis podemos entender um pouco da abordagem dessas narrativas: A função das narrativas maravilhosas da tradição oral poderia ser apenas a de ajudar os habitantes de aldeias camponesas a atravessar as longas noites de inverno. Sua matéria? Os perigos do mundo, a crueldade, a morte, a fome, a violência dos homens e da natureza. Os contos populares pré-modernos talvez fizessem pouco mais do que nomear os medos presentes no coração de todos, adultos e crianças, que se reuniam em volta do fogo enquanto os lobos uivavam lá fora, o frio recrudescia e a fome era um espectro capaz de ceifar a vida dos mais frágeis, mês a mês. (KEHL, 2006 p.14)

Os contos de fadas, originalmente, quando passados apenas por meio de oralidade, apresentavam um caráter diferente, diz KEHL (2006, p.14), utilizando como exemplo o conto original de Chapeuzinho Vermelho “Não existe um final feliz, nem uma moral da história (...)”. Ainda continuando sobre o conteúdo dos contos de fadas no original: “ (...) não apresentavam a riqueza simbólica que faz dos contos de fadas um depositário de significações inconscientes aberto à interpretação psicanalítica. Na verdade, eles nem eram destinados especificamente às crianças, nem parecem aliados a uma pedagogia iluminista.” Essas histórias passam a ser modificadas após sua documentação: “(...) a partir das adaptações feitas no século XIX, passaram a integrar a rica mitologia universal” (KEHL, 2006. p.14). Após essa


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mudanças (por conta do contexto da época, como por exemplo, surgimento do contexto de infância, entre outros) as histórias passaram a ter as características que temos hoje e também a ser mais destinada ao público infantil. Mesmo após a documentação pela escrita desses contos, e suas respectivas modificações, estes não perderam seu contato com a oralidade, visto que o contato com tais histórias se inicia pela infância, geralmente contada vocalmente por um membro da família. É provável que as técnicas de transmissão oral, que na falta de imagens visuais apelam ao poder imaginativo dos pequenos ouvintes, sejam até hoje capazes de conectar as crianças ao elemento maravilhoso e à multiplicidade de sentidos que caracterizam o mito em todas as culturas e em todas as épocas, formando, na expressão dos autores, um “acervo comum de histórias” através do qual a humanidade reconhece a si mesma. (KEHL, 2013, p.14 e 15)

Merege (2019) destaca em seu livro a imagem da “avó narradora” (palavras da autora), estabelecendo um paralelo entre a mulher e a narração de tais contos, visto que por conta de uma herança milenar, a figura da mulher por estar relacionada outrora ao lar, com as crianças (sejam no caso de uma mãe, seus filhos, e no caso de uma avó, seus netos), acabam, segundo Merege detentoras do sabor e da memória da família, de sua cultura e da tradição popular do meio na qual é inserida, dessa forma, ressalta afirma a autora que estas mulheres continuariam a transmitir esse saber (histórias, memórias de sua família e do meio cultural, que elas estão inseridas, histórias populares) mesmo com a existência de uma sociedade ou mundo mais letrado. Contudo, mesmo após o surgimento e difusão dos livros, as histórias não perderam seu elo com a voz. É possível afirmar que a literatura outrora esteve muito conectada com a parte vocal do ser humano, esta conexão inclusive durou por muitos anos. Essa relação (entre voz e literatura) se inicia na Idade Média onde a leitura era comumente feita em voz alta, houve continuidade nessa relação que se estendeu por vários períodos como por exemplo, na Idade Moderna. No século 19 era muito comum a leitura em voz alta de vários textos, tais quais: livros, poesias e também cartas. Esse costume foi se perdendo com o tempo, devido também ao avanço dos processos de alfabetização. No entanto, algumas famílias mantiveram o hábito de ler para as crianças, geralmente pela noite, histórias para dormir. (PALETTA; WATANABE; PENILHA, 2008 apud BORCHARDT, 2008).


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Em nosso território, há a presença de várias histórias que fazem parte de nossa cultura que foram preservadas e transmitidas por meio da oralidade, além do folclore, cantos, cantigas e brincadeiras há o cordel, por exemplo. Haurélio (2016) afirma que o cordel surge no Nordeste, vem da poesia popular, tem base na literatura oral - principalmente dos contos populares. Haurélio ainda estabelece uma certa relação entre cordel e repente, ambos apesar de serem diferentes, tem uma origem comum - a poesia popular, que originou também a embolada e a poesia matuta. Apesar de ter se originado na região nordestina, acabou se espalhando pelo território nacional, segundo o autor pelas diásporas sertanejas. A voz traz à leitura elementos diversos - entonação, gestualidade -, voz e escrita, oralidade e literatura não se anulam, se complementam em diversos aspectos, e ajudam a contar e documentar a história dos povos, suas crenças e seus sentimentos, expressados em uma narrativa, escrita ou falada. Além de a narrativa oral estar atrelada à cultura e história dos povos, ela está também muito ligada à memórias afetivas, visto que muitas crianças na hora de dormir, escutam histórias contadas pelos pais, que muitas vezes, para deixar a história mais atrativa, fazem vozes diferentes para cada personagem (por exemplo, uma voz para a princesa e outra voz diferente para representar a bruxa) e em muitos casos os gestos (na história dos três porquinhos, por exemplos, podem soprar para mostrar como o lobo derrubou a casa dos dois primeiros porquinhos). A ficção viaja através da voz; mas em esta viagem a voz se deixa acompanhar por outros recurso: a entonação, a gestualidade, a personalidade do locutor e também. pelo sol, e a paisagem, e a qualidade do ar do dia o do instante irrepetível em que se produz a comunicação4. (MANILA, 2006 p.7 apud DUPONT, 1991 p. 167)

4.1 ARQUIVO LIVRO (ESCRITO) E ARQUIVO SONORO (ÁUDIO LIVRO)

Se até agora mencionamos a literatura, sua relação com a oralidade e como muitas histórias passaram da oralidade para o registro físico, em nosso projeto faremos o inverso. Agora é da literatura para a parte vocal, de livro escrito para livro

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No original: La ficción viaja a través de la voz; pero en este viaje la voz se deja acompañar por otros recursos: la entonación, la gestualidad, la personalidad del locutor y, también, por el sol, y el paisaje, y la calidad del aire del día o del instante irrepetible en que se produce la comunicación.


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sonoro, de linguagem literária para linguagem sonora, ou radiofônica, visto que muitos dos elementos que iremos utilizar surgiram no rádio. A linguagem literária e a linguagem radiofônica obviamente têm muitas diferenças, mas também semelhanças. Ambas causam imersão sem o fator visual, “a linguagem literária é resultado de uma função específica da linguagem verbal” (LOPES, 2010, p. 3), dessa forma na literatura há uma descrição muito detalhada para a criação de imagens e ambientes mentais, enquanto que na linguagem radiofônica além da voz/narração há também a paisagem sonora a fim de imergir quem está ouvindo na história ou narrativa apresentada. Narração de histórias sempre foi comum no cotidiano do ser humano, desde a antiguidade, sendo ela verbal ou não. A linguagem literária e verbal ter tantas semelhanças é natural pois as duas são divergentes do mesmo tipo de linguagem, a narração de uma história que tem o intuito de transmitir uma mensagem e chegar por fim no receptor. Por pequenas diferenças conseguimos distinguir o escrito do sonoro. (...) a leitura do oralista não se diz, estruturalmente, como a leitura, mas como mais uma possibilidade de leitura entre outras, pondo-se em pé de igualdade dialógica entre as leituras e o próprio texto transcriado. (...) O oralista torna-se navegador de traços, de movimentos, de percursos, sem as redes de positividade que tolhem o historiador e condicionam tanto sua visão como sua escrita; (...) (CALDAS, 1999, p. 84)

O ouvinte/leitor no fim sempre vai ter o mesmo papel, de receber a mensagem da obra que está consumindo. A literatura serve como um impulso para o imaginário da pessoa, com descrições detalhadas é possível se sentir na história, você consegue ter a identificação com a história que lê e isso faz com que a experiência seja mais “rica”. A linguagem sonora utiliza do mesmo tipo de imersão com o receptor, mas por meio do som, o tipo de linguagem muda pois não é possível imaginar tudo no áudio com tipos específicos de linguagem. A adaptação para um arquivo sonoro relembra o passado, quando uma pessoa apenas contava uma história para outra tentando adicionar o máximo de detalhes possíveis para ser compreendido, a diferença é que sons ambientes e efeitos sonoros auxiliam na imersão do ouvinte. Pode-se dizer que o ato de contar uma história, transformando aquilo em algo


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sonoro seja considerado literatura, a mensagem que vai ser passada continua na história sendo literária ou sonora.

4.2 NARRATIVA SONORA Embora a história continue sendo a mesma, quando fazemos a adaptação de um texto escrito para um produto sonoro, há modificações, visto que cada meio tem sua linguagem própria. No caso do áudio, uma das mídias que temos como referência é o rádio, que mesmo sendo diferente, a narrativa se faz importante para a história da linguagem sonora, e por isso temos que entender a narrativa radiofônica antes de mais nada. A narrativa jornalística sempre se fez predominante em rádios em todo o mundo, narrando notícias e boletins para a informação e imersão do ouvinte. A estrutura radiofônica se forma a partir da utilização de vários tipos de linguagem e narração para melhor se adaptar com o público ouvinte (DE QUADROS, AMARAL, 2016). A narrativa radiofônica no Brasil, surge a partir do momento que a distribuição de produtos radiofônicos entra no cotidiano das pessoas, seja ela iniciada pelas radionovelas em 1940, ou por meio de audiolivros distribuídos gratuitamente para deficientes visuais em 1970. À procura de algo novo para poder apresentar ao público, as dramatizações surgiram como uma inovação no meio radiofônico, e assim mudando o cotidiano das programações de rádio e o meio dramaturgo. Dentro da narrativa radiofônica existem diferentes tipos de gêneros, sendo esses gênero publicitário ou comercial, gênero jornalístico ou informativo, gênero dramático ou ficcional, gênero educativo-cultural. (VICENTE, 2002) Apesar de estarmos utilizando de diversas características e técnicas da linguagem radiofônica, não estamos criando um produto para o rádio, por razões históricas e estratégicas. Essencialmente, o audiobook tem seus principais atributos dessa linguagem, mais especificamente das radionovelas, porém elas já não são mais consumidas atualmente e por essa razão iremos utilizar suas vias, porém voltadas para uma vertente de distribuição diferente.


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4.3 ELEMENTOS DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA O rádio, assim como a literatura, a televisão e o cinema, tem uma linguagem própria, possuindo elementos que o caracterizam. Esses elementos (que são sonoros, já que o rádio não tem imagem) dão forma aos produtos sonoros de maneira geral (e não apenas aos programas que são veiculados na rádio). O rádio pode ser descrito como “(..) um meio cego, mas um que pode estimular a imaginação de modo que, assim que a voz sai do alto-falante, o ouvinte tenta visualizar a fonte de som e a criar na visão mental o dono da voz5” (McLeish, 1978. p. 18, tradução nossa.). Para Ortiz e Marchamalo (2005, p. 21) o rádio é um meio caloroso a partir do fato que requer a participação do receptor: este deverá utilizar sua imaginação para criar imagens com os sons acústicos que lhe são enviados por aquele meio de comunicação”. É inegável que o rádio dispõe somente de som e não de imagem, entretanto ele dispõe de outros elementos além da fala para criar no ouvinte uma imagem mental. Entendemos, assim, que a linguagem radiofônica, além de verbal, faz uso de outros elementos nos processos de articulação de sentido. Dessa forma, acreditamos que, se em alguns momentos na televisão ou no cinema, a imagem dispensa textos, o efeito sonoro no rádio, ao se tornar mais uma voz em uma produção radiofônica, também o faz. (VIANNA, 2014. p. 9).

Cada meio de comunicação tem sua linguagem própria, o mesmo ocorre com o rádio. “Inicialmente é importante entender que a linguagem radiofônica é sonora por natureza e é composta por quatro elementos: palavra, efeitos sonoros, música e silêncio” (SILVEIRA et al, apud BALSEBRE, 2005. p. 226). Em relação aos quatro elementos que compõem a linguagem radiofônica, ainda diz Silveira et al (2005): “É difícil dizer quais desses elementos é o mais importante, pois todos eles, combinados de diferentes formas ou isolados, contribuem expressivamente para a produção da mensagem como um todo”.

No original: It is a blind medium but one which can stimulate the imagination so that, as soon as a voice comes out of the loudspeaker, the listener attempts to visualize the source of the sound and to create in the mind’s eye the owner of the voice. 5


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José e Sergl (2019, p.7) estabelecem uma certa divisão na linguagem radiofônica: a de oralidade e sonoridade: “Na Radiofonia, a Oralidade é marcada essencialmente pelo som fonético que produz a palavra falada e a Sonoridade é marcada essencialmente pelo som musical e por sons que, sem formar melodia, funcionam para outras indicações e são conhecidos por efeitos sonoros”. A voz estabelece comunicação, entretanto para que essa comunicação seja efetiva há a necessidade de entonação certa e um ritmo adequado - nem muito lento, nem muito rápido. Como não há o recurso visual na linguagem radiofônica, a voz deve transmitir a emoção ao ouvinte. A palavra radiofônica é produzida pela voz, marcada por suas características acústicas: altura (grave-agudo), intensidade (forte-fraco) e timbre (qualidade e origem). (...) A voz do locutor é um índice que identifica o programa, emissora e conteúdo (jornalístico, propaganda, entretenimento). (GOLIN, 2010. p. 763, 764).

Além da voz, há a sonoplastia, muito utilizada para ajudar a formar cenas e cenários mentais, José e Sergl (2019, p. 6) definem a sonoplastia como “trabalho de composição com os recursos da sonoridade para dar referência ou criar um ambiente sonoro para a locução do texto verbal oral”. Segundo Ferraretto (2014), os efeitos sonoros começam a ser mais utilizados em decorrência do surgimento e desenvolvimento da dramaturgia no rádio, com o intuito do ouvinte formar uma imagem mental ou mesmo do som remete à algo, tanto algo que conhecemos, como por exemplo o relinchar de um cavalo, como também elementos que servem para ilustrar alguma situação que não existe no nosso cotidiano, como por exemplo um som de uma luz se acendendo ao aparecer uma nova ideia. No nível semântico, muitos efeitos sonoros são miméticos porque reproduzem imitativamente qualidades sonoras encontradas na natureza (por exemplo, o som de um trovão), no homem (por exemplo, o som de choro), em utensílios ou tecnologias de fabricação humana (por exemplo, o som de tambor, a campainha do telefone) ou ainda imitam qualidades sonoras provocadas pela ação de alguém ou de algo (por exemplo, passos sobre cascalho, freada de automóvel, queda de objetos sobre material resistente.) (JOSÉ E SERGL, 2019. p.15).

Outro recurso utilizado é a música, tanto em formato de trilha sonora, como também em formato de jingle, vinhetas ou mesmo programas radiofônicos. A música


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no rádio tem como o intuito criar ambientações, criar identidade sonora, estimular alguma emoção específica, etc. A música radiofônica é um campo expressivo na criação das imagens acústicas. Produz ambientes psicológicos, atua como índice da programação e fragmentação de conteúdos. Pode ter autonomia ou cumprir a função auxiliar (aberturas, passagens, marcações, identificação de tempo, lugar, sujeitos). (GOLIN, 2010. p. 764).

McLeish (1978, p. 278), comenta ainda sobre a música: “Uma aliada para o produtor engenhoso, a música pode adicionar muito à peça radiofônica. Entretanto, se for usada em demasia ou mal escolhida, se torna apenas uma distração irritante6”. Dessa forma podemos compreender que todos os elementos que compõem a linguagem radiofônica devem ser bem escolhidos, de maneira que todos “casem” entre si, evitando elementos que causem dispersão, assim não se podem escolher elementos aleatórios ou mesmo que destoam entre si. O silêncio também tem sua importância, muitas vezes ele é esquecido e até negligenciado, porém tem sua importância, especialmente em acentuação de momentos de maior dramaticidade. Entretanto o silêncio deve ser utilizado nos momentos certos e com certa cautela, visto que dependendo do momento ou do tempo de duração, a presença do silêncio pode ser interpretada como um problema técnico, falha ou mesmo lacuna. Percebemos então que todos os elementos são importantes e que cada um pode provocar um sentimento diferente no ouvinte, dependendo de como são usados e também de suas respectivas durações A velocidade de exposição diante do microfone e a duração de um efeito de som farão variar as sensações dos ouvintes diante dos estímulos sonoros: uma narração excessivamente lenta poderá transmitir uma sensação de angústia; um silêncio prolongado provocará inquietação no receptor, e assim por diante (...). (ORTIZ E MARCHAMALO, 1994, p. 21)

É vital compreender a linguagem do rádio - mesmo não utilizando o rádio como meio de veiculação - afinal é a partir da linguagem desenvolvida e estabelecida para o meio radiofônico que outros produtos sonoros se tornam 6

No original: An ally to the resourceful producer, music can add greatly to the radio play. However, if it is overused or badly chosen, it becomes only an irritating distraction.


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viáveis. Não há como ter um produto sonoro sem levar em conta a linguagem estabelecida no rádio. Visto que muitas obras do mundo audiovisual e sonoro surgiram através da linguagem originada na narrativa radiofônica, relacionamos a importância desse tipo de linguagem e abordagem para a adaptação sonora que vamos realizar, fazendo com que o mesmo se relacione com a linguagem que as radionovelas tinham com o público no passado, a interação e expectativa de cada episódio novo e um meio de entretenimento.

4.4 HISTÓRIAS FICCIONAIS NO RÁDIO O rádio criou muitos programas e explorou vários gêneros e formatos. Um dos destaques, foi o gênero ficcional ou dramático, entender este gênero (junto com seus formatos) tem uma grande relevância para o nosso projeto, visto que, os elementos que foram criados e utilizados na radionovela, são grandes referências que nos inspiraram para a realização do nosso audiobook. O rádio, desde seu início passou por várias fases, e durante todo este tempo, apresentou inúmeros programas dos mais diversos gêneros. Neuberger (2021) cita que no apogeu do rádio, que vai de 1940 até 1955, a programação do rádio estava bem diversificada, entretanto um grande marco foi o surgimento da radionovela. A novela não surgiu no rádio, mas sim na França, de maneira impressa, no folhetim. O aparecimento de narrativas fragmentadas e com a fórmula “continua amanhã” tornou-se um hábito na sociedade francesa, fazendo com que a novidade e a necessidade de consumir tais histórias conduzissem a uma explosão de assinaturas dos jornais e à disputa acirrada pelos melhores folhetinistas. O efeito maior dessa novidade foi que a ficção passou a ser apresentada por meio de romance-folhetim, ou seja, de forma seriada. (CHAVES, 2007 p.15)

A primeira radionovela a ser exibida foi “Em Busca da Felicidade” e 1941, pela Rádio Nacional, patrocinada pelo Creme Dental Colgate, durou 284 capítulos, foi escrita por um autor cubano e adaptada por Gilberto Martins e a partir desta radionovela e de êxito em audiência, logo outras emissoras de rádio iniciaram a produção de radionovelas (NEUBERGER, 2012)


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As radionovelas se tornaram rapidamente um sucesso. Afirma Aguiar (2007, p. 73) que(...)"As novelas existem para fazer o ouvinte sentir emoções ou, o que dá no mesmo, para mexer nos sentimentos das pessoas.“Daí, provavelmente, o seu sucesso.” Além das radionovelas, existiam também seriados radiofônicos, que marcaram muito a radiofonia. Diz Aguiar (2007, p.72) sobre a dramaturgia na emissora de Rádio Nacional “Foi uma verdadeira bola de neve: logo a Nacional transmitia 16 novelas semanais, afora os seriados, como Jerônimo, o herói do sertão e Presídio de mulheres”. O sucesso da dramaturgia pode ser atribuído ao que diz McLeish (1978, p.260): Todos gostamos de histórias, em parte porque uma história pode oferecer uma estrutura para a compreensão - ou ao menos uma interpretação - dos eventos da vida. Frequentemente, um espelho no qual podemos ver a nós mesmos - nossas ações, motivos e falhas - e os efeitos e resultados podem contribuir para o nosso próprio aprendizado. Drama é sobre conflito e resolução, relacionamentos e sentimentos e pessoas sendo motivadas por eles, ambos levando e sendo levados pelos eventos. O que acontece deve ser credível, as pessoas críveis e o final ter um senso de lógica, contudo inusual e curioso, de modo que o ouvinte não se sinta traído ou decepcionado7.

A partir do artigo intitulado “Gêneros e Formatos Radiofônicos” do Educomrádio Centro-Oeste, podemos afirmar que radiodrama ou radionovela é um formato radiofônico do gênero dramático ou ficcional. Este gênero (ficcional) possui vários formatos, porém todos eles estão atrelados à ficção, à dramatização. Dessa forma, possui uma história, plot, personagens diversos e por não contar com a parte visual, todos os formatos desse gênero radiofônico específico precisam dispor dos elementos da linguagem radiofônica para criar uma paisagem sonora, Vicente (2003, p.3) diz que “As produções desse gênero buscam utilizar todos os recursos da linguagem sonora e radiofônica (música, efeitos, silêncio e vozes) para construir ambientes e personagens e, através deles, apresentar histórias reais ou fictícias”. Rádio e literatura de certa maneira se assemelham, visto que uma vez que não dispõem de imagens nem da parte visual para mostrar o que está se passando

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No original: We all like stories, partly because a story can offer a framework for the understanding – or at least an interpretation – of life’s events. Often, a mirror in which we can see ourselves – our actions, motives and faults – and the outcomes and results can contribute to our own learning. Drama is about conflict and resolution, relationships and feelings and people being motivated by them, both driving and driven by events. What happens should be credible, the people believable and the ending have a sense of logic, however unusual and curious, so that the listener does not feel cheated or let down.


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na trama, precisam de outros artifícios para aguçar a imaginação do leitor - no caso do livro e do ouvinte no caso do rádio - e fazê-lo criar imagens mentais em sua cabeça para que a história se passa na mente dele. Diz Aguiar (2007 p. 73) sobre essas imagens mentais que a dramaturgia no rádio proporcionava nos ouvintes. (...)faziam os ouvintes imaginarem situações, ambientes, aparências e rostos. A ausência de imagens obrigava os atores a ir além da convencional leitura dos textos diante dos microfones. A interpretação pela voz era o meio através do qual as emoções transbordavam e atingiam "corações e mentes" dos ouvintes.

A radionovela por ser um drama em áudio acaba contando com recursos sonoros, por conta disso dispõem de atores que “emprestam” suas vozes para “dar vida” aos personagens, dessa forma há um trabalho de entonação, ritmo e manejo de emoções por meio da fala. No rádio, a expressão da voz dá-se através do tipo, freqüência e interpretação, de acordo com as características do meio, são esses elementos que lhe dão um aspecto tátil As modulações da voz na interpretação do texto pelo locutor são essenciais para a produção e credibilidade da mensagem sonora. Textos que parecem apenas serem lidos sem inflexões provocam o desinteresse do ouvinte. (MENEGOTTO, 2004. p.3) No contexto radiofônico, as ações inerentes ao drama transformam-se em ações sonoras e os personagens se apresentam pela voz dos atores. O ouvinte apreende a narrativa ao ouvir a composição dos elementos sonoros que lhe oferecem as condições de tempo e espaço da estória. (SPRITZER, 2010. p. 424).

Além disso, no drama radiofônico é frequente o uso de outros recursos - trilha sonora para fornecer o tom da trama, os efeitos sonoros e o silêncio. Diferente da literatura que tudo deve ser descrito em palavras, no radiodrama, tudo deve ser passado por meio do som, dessa forma há um balance entre a fala e outros recursos sonoros, de forma a não ter só falas e diálogos, evitando assim monotonia, e aliando todos os elementos da linguagem radiofônica. Calebre (2003, p.55) afirma que “escrever para o rádio é fazer um teatro cego, no qual os ruídos, a música e os recursos de voz são muito mais importantes do que em outros meios”. As radionovelas, mesmo após com o surgimento da televisão deixaram sua marca: estas inclusive influenciaram a telenovela em seus primeiros anos de estreia nas telinhas. Malcher (2010 p.104) afirma:


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Existia naquele tempo a distinção dos produtos derivados das atividades dos profissionais do rádio com sua linguagem fortemente marcada pela soap opera radiofônica: as radionovelas de outrora. Essas soap operas traziam em suas matrizes a força do popular, ligado intrinsecamente ao melodramático de origem cubana com textos, em sua maioria, adaptados a partir de roteiros estrangeiros.

Os elementos presentes nas histórias ficcionais do rádio são os elementos que queremos trazer na nosso projeto - os atores - para cada um interpretar um personagem diferente - , os sons (sejam eles no formato de trilha ou mesmo de efeito sonoro) para criar a nossa ambientação, as vozes com ritmo e entonação. Todos esses elementos estiveram muito presentes nas radionovelas e séries radiofônicas e são esses elementos que queremos trazer para nosso produto sonoro.


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5 AUDIOBOOK O audiobook ou audiolivro, como o próprio nome já sugere, é a transdução do texto literário em livro sonoro. É muito mais que um livro falado, já que como é um arquivo somente em áudio, traz consigo uma linguagem radiofônica, que por si só já tem elementos característicos. Esse formato surgiu pouco após a Primeira Guerra Mundial e sua função era ser uma fonte de entretenimento para os soldados que voltaram da guerra cegos ou com baixa visão. O que em princípio era uma iniciativa de recreação para um público específico foi pouco a pouco se convertendo em uma opção para pessoas que com os tempos modernos não tinham tanto tempo para consumir literatura na versão mais convencional - em papel (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008 apud BORCHARDT, 2008). Esse livro sonoro dessa forma apresenta muita praticidade, afinal, pode ser consumido em qualquer hora e em qualquer lugar. Dessa maneira o leitor, ou melhor, o ouvinte, pode ter a imersão na história enquanto realiza tarefas domésticas, enquanto dirige, durante o trajeto no transporte público, ao realizar atividade física, entre outras atividades. As autoras do artigo ainda classificam os audiolivros em gratuitos e pagos. Os gratuitos seriam mais simples - narrados majoritariamente por voluntários, sendo os títulos em domínio público ou outra licença pública, sendo na maioria das vezes uma espécie de leitura em voz alta do livro. Enquanto os pagos contam com mais recursos, fazendo uso da linguagem radiofônica, já que contam com contam com música e efeitos sonoros,auxiliando assim na imersão e afastando a monotonia e contando também com narradores profissionais. Dessa forma, a linguagem do audiobook torna-se interessante quando se assemelha à linguagem das radionovelas, e consequentemente à linguagem radiofônica, visto que contam com elementos como - fala/voz, trilha sonora, efeitos especiais e o silêncio. Cada personagem do livro conta com um ator específico proporcionando entonação e ritmo necessário para composição do clima da cena.


49 O livro em papel e o audiolivro são duas realidades que não se excluem. Ouvir pode ser um estímulo para a compra do texto em suporte impresso; O audiolivro não vai concorrer diretamente com o livro impresso, mas sim complementá-lo; o preço em relação ao impresso pode reduzir em 50%; (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008. p. 8).

O consumo de audiolivros pode facilitar a vida de várias pessoas, sendo elas leitoras assíduas ou não. O aumento no consumo de audiobooks não necessariamente exclui a proposta do livro impresso, eles podem caminhar juntos, sendo até o livro em áudio um estímulo para a leitura de um livro impresso ou estímulo ao consumo de literatura.

5.1 MERCADO DE AUDIOBOOK O mercado do áudio livro se faz presente desde 1980, onde as gravações eram armazenadas em videocassete, os Estados Unidos foi pioneiro nesse mercado, atualmente, possuem o segundo maior mercado no mundo, segundo APA Audio Publishers Association, o segmento vem crescendo 10% a cada ano. Audiolivros se fazem presente atualmente em serviços de streaming como Audible, que têm Amazon como provedora, TocaLivros e Autibooks empresas brasileiras, tem o propósito de incluir audiobooks no cotidiano da população. No início o mercado dos audiolivros foi pensado exclusivamente para deficientes visuais que desejam desfrutar da literatura, mas com o decorrer do tempo esse estigma vem mudando, expandindo o foco do mercado, nesse projeto temos o objetivo de incluir ainda mais pessoas ocupadas que desejam otimizar seu tempo e incluir a "leitura" no dia a dia, seja ouvindo o livro de sua escolha enquanto executa atividades como exercício físico, dirigindo, fazendo compras no mercado ou até mesmo organizando suas tarefas, o audiolivro dá essa liberdade a seu consumidor, além de criarmos um ambiente imersivo que pode muitas vezes diminuir o estresse do dia a dia, levando seu leitor para dentro do livro. Durante a pandemia de COVID-19, o mercado de audiolivros no Brasil cresceu em mais de 400% segundo Ricardo Campos, sócio-fundador do app Tocalivros, mostrando que esse modelo de negócio tem extremo potencial de se consolidar na América do Sul, se igualando a lugares como Europa e América do Norte onde eles já fazem parte da cultura cotidiana.


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Em 2019, segundo os dados da APA, divulgados no site “Publishing Perspectives”, o gênero mais popular de Audiobook é mistério, terror e thriller. Seguido por biografia, história, memórias e humor/comédia. Em 2020, em um artigo intitulado “Audiobook listening remains strong in 2020 as publishers report ninth straight year of double-digit growth: Listening Shifted from Car to Home During the Pandemic” revela que o gênero mais popular de audiobook continua sendo mistério, terror, thriller; entretanto houve um forte aumento na busca de audiobooks nos gêneros: romance, autoajuda e livros sobre negócios - parte profissional/financeira.

5.2. AUDIODESCRIÇÃO O que faremos no nosso livro sonoro é a adaptação de texto para som, entretanto ainda no livro “O Misterioso Caso de Styles” há um elemento além do texto: a imagem. Há no decorrer do livro imagens que foram anexadas e que completam a narrativa, possibilitando o leitor ter recursos para imergir na história e oferecendo também à quem está lendo a possibilidade de analisar as provas do mistério. Com isso, percebemos que não poderíamos adaptar somente o texto para o som, como também deveríamos adaptar a imagem/desenho utilizando elementos sonoros também, desta forma necessitamos de uma audiodescrição nestes casos onde aparecem imagens anexadas, já que elas são muito importantes para a composição e andamento da história. A audiodescrição é um recurso sonoro utilizado geralmente em alguns meios audiovisuais. É, em poucas palavras, a transposição de conteúdo visual para o conteúdo sonoro, dessa forma a audiodescrição “é reconhecida como uma modalidade de tradução audiovisual intersemiótica com vistas à acessibilidade” (COSTA E FROTA, 2011, p. 6).

A audiodescrição é a transformação de imagem em texto, transformação essa que primeiramente se dá como escrita de um texto denominado “roteiro”, o qual, posteriormente, passará pelo processo conhecido como “narração”, isto é, a leitura do roteiro para o público-alvo. A AD é realizada em produtos audiovisuais como peças teatrais, cinema e televisão, e em produtos só visuais, como por exemplo quadros e esculturas expostos em museus. O principal objetivo da AD é tornar esses eventos culturais acessíveis aos deficientes visuais — conceito que abrange pessoas cegas e com baixa visão, congênita ou adquirida. (COSTA E FROTA, 2011. p. 3).


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Segundo Costa e Frota (2011) a audiodescrição é um recurso voltado para inclusão e acessibilidade. Se iniciou nos Estados Unidos, por volta dos anos 1970 com Gregory Frazier, na época tal recurso era seu objeto de estudo para sua dissertação de mestrado. Na década seguinte, em 1980, as iniciativas com relação à audiodescrição nos EUA se espalharam (COSTA, FROTA, 2011). Por volta de 1981, a audiodescrição já estava presente no terreno do teatro (CINTAS, 2007, tradução nossa8). Monte (2016) define o objetivo da audiodescrição como: Esta é a proposta básica da audiodescrição (AD): por meio da linguagem, ao transformar imagens em palavras, permitir que a pessoa com deficiência visual “veja” com os olhos de outra pessoa e, assim, incluí-la de forma plena e autônoma na sociedade, fazendo com que se sinta respeitada em seus direitos como cidadão, consumidor e espectador dos mais diversos eventos culturais. (MONTE, 2016. p. 92)

Embora seja a AD, como é comumente conhecida, é destinada como um recurso de acessibilidade para pessoas cegas e de baixa visão, ela pode ser usada em outros contextos, beneficiando diferentes públicos: A ad (audiodescrição) também beneficia à pessoas com problemas perceptivos cognitivos e, em certas ocasiões, à pessoas que, ainda sem problemas de visão, podem desfrutar da ad en situações em que não se dispõe de informação visual: audioguias, filmes audiodescritos para «ver» enquanto se dirige, livros em formato áudio, etc (CINTAS, 2007. p. 5, tradução nossa)9

Cintas (2007, p.6) em seu artigo intitulado “Por una preparación de calidad en accesibilidad audiovisual”, separa os tipos de audiodescrição em três, seriam eles: audiodescrição gravada para a tela (quando tem imagem em movimento, como cinema, séries televisivas, documentários,etc); audiodescrição gravada para audioguias (locais, como museu, igrejas, exposições, etc., lugares culturais, definidas como “obras estéticas” pelo autor) e audiodescrição ao vivo ou em partes ao vivo, como peças de teatro, balé, óperas, etc - nessa categoria o autor inclui

8

No original: A nivel internacional, la ad se originó en Estados Unidos en 1981, en el terreno del teatro. 9 No original: La ad también beneficia a personas con problemas perceptivos cognitivos y, en ciertas ocasiones, a personas que, aún sin problemas de visión, pueden disfrutar de la ad en situaciones en que no se dispone de información visual: audioguías, películas audiodescritas para «ver» mientras se conduce, libros en formato audio, etc


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congressos e manifestações públicas como atos públicos10). Assim a audiodescrição pode ser dividida em ao vivo e gravada, em ambos os casos há a necessidade de um roteiro. No nosso caso, a descrição será gravada e utilizada nos capítulos em que hajam imagens anexadas.

10

No original: AD grabada para la pantalla; Ad grabada para audioguías; AD en directo o semi-directo.


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6 PROJETO (em andamento) 6.1 TÍTULO DO PROJETO O nome calafrios surge da sensação que queremos causar em nossos ouvintes, com o conteúdo das histórias adaptadas, suas sonorizações e dramatizações. O sentimento de medo, tensão e antecipação, elementos que vão estar presentes em diversos momentos do nosso projeto, gera calafrios.

6.2 CALAFRIOS Nosso projeto visa criar dois produtos sonoros - um audiobook e um audioconto. Iremos adaptar o livro “O Misterioso Caso de Styles” da autora britânica Agatha Christie para livro sonoro e adaptaremos também o conto “O Brado da Floresta” da autora brasileira “Ana Gabriela Pacheco”. O audiolivro será dividido em capítulos - 12, mais precisamente - e a duração aproximada do audiolivro será de 6 horas. Enquanto que o conto não terá nenhuma divisão, tendo em média a duração de 8 minutos. No “Misterioso Caso de Styles” o livro é narrado em primeira pessoa, então se trata de um narrador-personagem, aquele que narra a história para o leitor a partir da ótica dele. Em nossa adaptação, isso será mantido e a mesma pessoa que interpretar o Hastings, fará a narração. Na audiodescrição ocorrerá o mesmo já que como é o Hasting que tem acesso aos documentos anexos, nada mais justo que ele mesmo descrever quais são esses documentos. No livro, fizemos uma divisão de personagens: personagens principais, secundários e terciários. Os que mais receberão um cuidado especial serão os personagens principais,seguidos dos secundários, que também são importantes mas focaremos um pouco mais nos principais. Os terciários serão interpretados por pessoas da própria produtora, já que estes não têm tanta relevância para a história.

6.3 PROPOSTA DO PROJETO O projeto consiste em produzir um audiolivro dramatizado e um audioconto, com intuito de fazer o ouvinte sentir uma imersão na história por meio de recursos sonoros - utilizando trilha sonora, efeitos sonoros e até mesmo o silêncio, desmistificando dessa forma o conceito de audiobooks, que em sua maioria consistem em um narrador simplesmente lendo a história inteira sem utilizar outros


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recursos sonoros e sem explorar nuances de sua própria voz, em outras palavras, um audiobook sem imersão. Utilizaremos ambientação sonora - para assim criar paisagens por meio dos sons - , diferentes vozes para distinguir os personagens, além disso ainda na voz trabalharemos o ritmo de fala, assim conseguindo criar um andamento diferente na narrativa, além desse aspecto, nos atentarmos à entonação das falas dos personagens. Já que a maioria dos audiolivros disponibilizados seguem apenas um ritmo de fala, muitas vezes com só um narrador, que não varia em sua entonação, dessa forma nosso audiolivro apresentaria esse diferencial sonoro. Esses são pontos importantes no projeto, com objetivo de criar uma atmosfera, transportando o ouvinte para dentro da história. Muito similar ao conceito da radionovela - que além de utilizar todos os recursos sonoros descritos acima, utiliza vários atores, um para compor cada personagem. Nossa proposta com relação à distribuição também é diferente, já que pretendemos distribuir o audiobook virtualmente (e não em CD, que seria mídia física). Sendo assim, nosso meio de distribuição será por meio de nosso site, do nosso aplicativo e serviços de streaming de áudio.

6.4 OBJETIVOS (coletando dados) 6.4.1 OBJETIVO PRINCIPAL Produzir audiolivro e audioconto que cause imersão nos ouvintes por meio de recursos sonoros, evitando somente uma leitura monótona do livro físico.

6.4.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ● Incentivar o consumo de obras literárias no Brasil, sejam elas nacionais ou estrangeiras. ● Oferecer uma alternativa para os leitores que querem consumir obras literárias e não dispõem de tanto tempo disponível. ● Dispor de um conteúdo lúdico, imersivo e de qualidade para os consumidores que tem qualquer problema relacionado à visão.


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● Como é um material em língua portuguesa, qualquer estrangeiro que almejar estudar nossa língua, pode utilizar o material para prática de escuta e compreensão no idioma.

6.5 SINOPSE 6.5.1 SINOPSE DO LIVRO: “O Misterioso Caso de Styles”

A história do “O Misterioso Saso de Styles”

se passa dentro da grande

mansão Styles, a história gira em torno do assassinato de Mrs. Emily Inglethorp, dona de uma fortuna e proprietária da mansão Styles. Mr. Hastings, personagem fundamental para narrativa, encontra John Cavendish filho postiço de Emily e seu velho amigo, que o convida a passar uma temporada na gloriosa mansão. Em seu caminho para lá, Mr. Hastings descobre algumas informações sobre Mrs. Emily, como seu casamento com um homem 20 anos mais novo, Alfred Inglethorp. A dinâmica dos personagens muda quando Mrs. Inglethorp é encontrada morta em seu quarto e todos questionam: Qual foi a causa da morte? foi proposital? talvez um assassinato? É nessa hora que nosso detetive, Hercule Poirot, personagem conhecido nas histórias de Agatha Christie entra em ação para desvendar o mistério.

6.5.2 SINOPSE DO CONTO: “O Brado da Floresta”

A história gira em torno de uma cidade que é dependente de um ritual que acontece na floresta, local como oferenda para que eles fiquem bem e a vida prospere ou tenham algum desejo individual, porém a data do ritual é sempre no aniversário do Simon, protagonista do conto, que é muito curioso e quer saber do porque em seu aniversário o dia na cidade é sempre mais macabro do que no resto do ano. Porém no seu décimo terceiro aniversário seu cachorrinho foge e ele sai em busca dele junto com o seu irmão (Severo) e seu melhor amigo (Mark), porém mal sabe Simon que descobriria a verdade assustadora e macabra sobre o mistério do seu aniversário e da cidade.


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6.6 TRADUÇÃO “O MISTERIOSO CASO DE STYLES" O livro “O Misterioso Caso de Styles” se encontra atualmente em domínio público, isto significa que podemos utilizá-lo para adaptações sem a preocupação dos direitos autorais, entretanto. Ele também foi traduzido para a língua portuguesa e publicado por várias editoras, então por qual motivo faríamos uma tradução? Em realidade houve um problema: enquanto esse livro se encontra em domínio público, sua tradução brasileira por outro lado ainda está sob copyright, tendo ainda direitos autorais, não da obra, mas sim da tradução. Dessa forma, para evitar quaisquer problemas tínhamos duas opções: a primeira seria entrar em contato com a editora e a tradutora - o que resultaria em algo demorado e possivelmente caro, ou mesmo que liberassem para a realização de um trabalho acadêmico, este provavelmente não poderia ser comercializado. Ficamos então com a segunda opção: Fazer a nossa própria tradução, a partir do original, em inglês. Nossa “equipe de tradução” conta com 3 integrantes da produtora que têm contato com a língua inglesa, atuando assim primeiro na tradução e posteriormente na revisão, tentando evitar erros ortográficos ou mesmo de concordância. Antes de iniciarmos a nossa própria tradução, a produtora toda leu a edição de 2014 da Editora Globo, já que nem todos da nossa produtora tem fluência na língua inglesa. Ao final de cada capítulo traduzido, este será revisado, com o intuito de evitar erros de concordância ou de gramática e evitando também um texto sem sentido, o que pode acontecer à medida que formos traduzindo o livro.

6.7 ADAPTAÇÕES DE LINGUAGEM Do livro impresso para o livro sonoro, ocorre uma adaptação no que se diz respeito à linguagem. A primeira coisa é o uso da palavra “sua” - que é muito utilizado em livros. Exemplo: Sua casa é bonita. Como estamos usando a linguagem radiofônica para fazer essa transdução sonora, sabemos que palavras desse tipo não podem ser utilizadas. Substituiremos assim nesse caso por “dele” ou “dela”, exemplo: a casa dele (a) é bonita. O rádio é um meio muito íntimo, onde o locutor


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fala diretamente com o ouvinte, embora não tenhamos pretensão de vincular nosso produto no rádio, é inegável que utilizaremos a linguagem herdada do rádio para produzir nosso audiobook, por conta disso, a palavra “sua” deve ser evitada para que o ouvinte não confunda com algo que é dele (a), como a casa por exemplo, não estamos falando da casa do ouvinte, e sim da casa do personagem. Na literatura, por não haver o suporte da voz, não há como saber qual entonação o personagem está usando ou qual emoção o personagem está sentindo, por conta disso, no livro físico o autor (a) ao final da frase indica o tom de voz, ou o sentimento do personagem. Ex: “disse fulano irritado” ou “disse fulano ironicamente”. Essas especificações não serão lidas no nosso livro sonoro, elas serão expressadas, dessa forma, passaremos irritação ou ironia pela voz do autor, deixando a especificação só no roteiro do ator para que ele possa atuar bem no momento certo. Exemplo: No roteiro do ator estará indicado que o personagem está irritado, entretanto, o ator não dirá “disse fulano irritado”, ele simplesmente passará irritação por meio da voz dele. Além disso, no momento da tradução, efetuaremos algumas mudanças: Como a autora é britânica, é muito comum o “Mr.” e “Mrs.” antes do nome das personagens, nós adaptaremos isso para “Sr.” e “Sra.”, facilitando assim o entendimento do ouvinte, já que no nosso território nacional estamos mais acostumados com “Senhor” e “Senhora”. Outra ponto que modificaremos é ainda o modo como a autora se refere aos personagens - normalmente após o “Mr.” e “Mrs.” ela coloca o sobrenome dos personagens, o que às vezes, pode ser confuso tanto para quem lê (que foi no caso da produtora), tanto para quem ouve (no caso, nosso público), visto isso podemos fazer de três maneiras: a primeira seria chamar o personagem por nome e sobrenome, como por exemplo: Sra. Mary Cavendish, Sra. Mary ou simplesmente Mary, sendo mais simples ao nosso parecer que Sra. Cavendish. No livro, há o personagem Poirot, ele é belga e muitas vezes ele fala expressões em francês, por conta disso, o narrador irá após a fala de Poirot, explicar o que aquela expressão significa. Dessa forma, o ouvinte não fica perdido e o Poirot pode falar francês à vontade.


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6.8 PERFIL DOS PERSONAGENS (em construção) Antes de apresentar os personagens, é interessante falar que dividimos os personagens do livro em 3 categorias, e do conto em 2 categorias a partir do grau de importância na história: personagens principais, secundários e terciários. Essa divisão terá impacto direto no casting, visto que focaremos mais nos personagens principais e secundários, os terciários por não apareceram muito e não terem tantas falas e/ou relevância na história podem ser feitos por pessoas da própria produtora. Tendo isso em mente, podemos prosseguir.

6.8.1 PERSONAGENS DO LIVRO Iniciaremos com personagens do livro, descrevendo suas características psicológicas e físicas também: 6.8.2 PERSONAGENS PRINCIPAIS

Hastings - É o personagem principal e o narrador do livro. Não tem conexão com ninguém da Mansão Styles, porém é amigo de John, o enteado da dona. Tem por volta de seus 57 anos, é curioso e mais emocional que racional. Amigo de Poirot, o detetive, acompanha Poirot durante a investigação após o crime. Hastings é um homem que não consegue guardar muitos segredos, é um pouco impulsivo e muitas vezes suas emoções o guiam. Tem uma queda pelas mulheres jovens da história. Referências visuais e sonoras: A maior referência visual seria das ilustrações do Dr. Watson de Sherlock Holmes. A personalidade de Dr. Watson e Hastings são similares. Watson também é narrador em alguns contos de Sherlock assim como Hastings.


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Outro

personagem

que

tem

uma

personalidade

parecida com de Hastings seria o Sanji de “One Piece”. Ele se apaixona fácil por mulheres e sempre faz tudo por elas, diferente de Hastings, Sanji não tem 50 anos, e sim está nos seus 20. Pensando em vozes, Wendel Bezerra faz a dublagem do personagem do anime distribuído aqui no Brasil, por Wendel ser conhecido pela sua voz por diferentes protagonistas já dublado pelo mesmo, seria bom procurar uma voz com o mesmo impacto, por se tratar do narrador da história. Hercule Poirot - Detetive belga - tido como um dos melhores detetives de todos os tempos - , fala muitas expressões em francês. Tem 40 anos de idade. É baixo e tem bigode,

preocupado

com a aparência, sempre quer aparecer impecável.

Perfeccionista, um tanto misterioso e muito exótico, metódico e muito inteligente defende que cada caso é resolvido a partir de um método diferente - altamente perspicaz, sua cabeça parece funcionar como engrenagens e consegue enxergar nos detalhes (aqueles que passariam despercebidos por qualquer um) e tirar deles um enorme fato que contribui com a resolução do caso. Referências visuais e sonoras: Além da referência do próprio ator em Agatha Christie's Poirot, a voz também é uma grande referência

para

o

ator

que irá interpretar o

personagem em nossa adaptação.


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Como a série não foi distribuída no Brasil dublada, pensamos no personagem Lumière de “A Bela e A Fera” que é dublado com sotaque francês, tanto pelo Ivon Curi (dublador da animação original em 1992), como também Ivan Parente (dublador do filme mais recente em 2017).

John Cavendish - Por volta de 42 anos, filho mais velho do falecido Sr. Cavendish. Estudou advocacia mas no momento da história não exerce a profissão, investindo no âmbito mais rural. É centrado, responsável e apresenta mais maturidade que seu irmão mais novo. É casado com Mary Cavendish. Referências visuais e sonoras: O personagem Mr. Darcy de “Orgulho e Preconceito”

e

Hannibal

Lecter

de

“Hannibal” são referências principais para John. Mr. Darcy mais em seu visual e sua personalidade, sendo britânico, reservado e rico, traz a essência de John.


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Já Hannibal seria mais em seu visual, já que John não se trata de um serial killer. É referência também às vozes escolhidas como dubladores das distribuições no Brasil. Mr. Darcy foi dublado por Ricardo Schnetzer,

e

Hannibal

por

Alexandre

Marconato.

Mary Cavendish - Esposa de John Cavendish. Descrita como alta e magra, tem temperamento forte e é muito impulsiva. É mestiça - metade russa, metade britânica - e tem olhos castanhos. É descrita por Hastings como uma mulher de espírito livre e indomável num corpo civilizado. Ela trabalha com o marido na parte rural. Referências visuais e sonoras: Por Mary ser metade russa e com personalidade forte,

duas

referências

seriam

Natasha

(Viúva-Negra, Marvel) e Anastasia (desenho animado

do

mesmo

nome).

Natasha

independente e vivendo querendo sobreviver, e Anastasia com espírito livre à procura de respostas sobre sua vida.

A dubladora de Natasha no Brasil, Fernanda Baronne em algumas cenas retratava a voz da mesma com seu sotaque russo. Já Anastasia, a referência visual seria mais presente em relação à Mary.


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Emily Inglethorp - É uma senhora de 70 anos de idade, com um tom autoritário, apesar de não ser muito amada pelos que estão a sua volta devido ser egoísta, devido lembrar as pessoas a ajuda que ela prestou e por conta de seu gênio, ela sempre fez muitos trabalhos de caridade para os mais abastados. Dona de Styles, propriedade que herdou de seu primeiro marido. Referências visuais e sonoras: Minerva de “Harry Potter” seria mais uma referência visual com seu comportamento e roupas elegantes, o que pode remeter à Emily, com sua

personalidade

também

um

tanto quanto misteriosa. O trabalho da dubladora Melise Maia ajuda na criação do personagem em nossa mente e serve de inspiração para nossa adaptação. Mr. Inglethorp - Primo de Evelyn Howard, tem 50 anos (é 20 anos mais novo que a esposa), é alto e tem uma barba negra. Calmo, fingido, cínico e forçado. Tem uma voz grave e “pastosa” (palavras da autora), fala de maneira forçada, como se estivesse atuando. Referências visuais e sonoras: Por Inglethorp ser retratado como um tipo de “vilão”

na

história,

não

por

sua

personalidade misteriosa mas também seu visual, tiramos inspirações de vilões como Rasputin (Anastasia) e Snape (Harry Potter). Rasputin sendo a maior inspiração visual por sua grande barba preta e por ser o vilão, e também a voz de seu dublador Jorgeh


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Ramos que nos ajuda a temer e entender pela a entonação da voz que o personagem se trata de um vilão. Snape necessariamente não se trata de um vilão, mas grande parte da história é retratado como um, não só em relação à sua

personalidade,

mas

também

vestimentas e voz, dublado por Jorge Vasconcellos.

6.8.3 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS Lawrence Cavendish - Irmão mais novo de John, 40 anos de idade. Descrito como de aparência austera e melancólica. Ao contrário do irmão, é mais curioso e tem mais imaginação, estudou medicina mas seu real interesse sempre foi a literatura. Além de ser apaixonado por literatura, é apaixonado também por Cynthia. Cynthia - Trabalha no hospital da cruz vermelha, é cheia de vida e energia. Tem cabelos castanhos, é jovem (por volta de 30 - 35 anos), alva, baixa e magra. Dr. Bauerstein - Médico, sua especialidade são os venenos. É misterioso, uma figura mais “dark”, pois quando chega o ambiente fica mais tenso, não é uma figura amigável. Suas únicas amizades são com Mary Cavendish e com o Sr. Inglethorp. Evelyn Howard - Protegida pela dona de Styles. É alta, tem olhos azuis, num corpo bronzeado. Tem por volta de 40 anos, voz profunda - quase masculina, tem uma estrutura corporal parecida com a do primo dela - o Sr. Inglethorp -, é descrita como encorpada. Sua conversa se dá em estilo telegráfico.


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6.8.4 PERSONAGENS TERCIÁRIOS

Annie - Copeira da mansão Style. Jovem e muito curiosa, fica animada ao saber que pode ajudar com a investigação. Dorcas - Tem por volta de 65 anos. É empregada de Styles, a que a Sra. Emily mais confia, descrita como “o retrato da antiga empregada". Atenta e desconfiada e leal à sua patroa. Sra. Raikes - Esposa do fazendeiro que tem uma propriedade perto de Styles. É cigana e o Hastings a descreve como muito bonita. Manning - Jardineiro de Styles, por volta de 50 anos de idade. Tem um ar de superioridade e inicialmente olhava Poirot com desdém. Willum - Outro jardineiro de Styles, mais novo que Manning (provavelmente 20 anos mais novo), está num posto abaixo de Manning. Mr. Mace - Farmacêutico novo na cidade. Um pouco atrapalhado e fofoqueiro. Amy Hill - Vendedora, aparece somente no interrogatório. Mr. Wells - Advogado da senhora Emily Inglethorp. Ele é sério, centrado e aparece um dia após a tragédia. Dr. Wikis - Médico da família que reside em Styles, é um pouco inseguro, tem por volta de 60 anos. Dois detetives da Scotland Yard - Aparecem após o primeiro interrogatório. São mais jovens que Poirot, porém menos competentes. O mais novo deles é mais impulsivo, irônico e trata o caso com um certo desdém, o outro detetive, o mais velho, tem mais seriedade e é mais centrado.


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6.8.5 PERSONAGENS DO CONTO E por fim, o conto por ser mais curto, não possui muitos personagens, apenas 3 principais e os familiares das crianças que não possuem falas. Dentro desses personagens secundários o pai do personagem principal tem apenas uma fala, e o cachorro (sendo essencial para a história, utilizando da sonoplastia para introduzir o animal no produto sonoro). Com isso os personagens do conto são:

6.9 PERSONAGENS PRINCIPAIS Simon - narrador do conto, ele tem 13 anos e a história se passa no dia de seu aniversário. Simon é o irmão mais novo de Severo, seus únicos amigos são Severo e Mark, ele não gosta de seu aniversário. Seu sonho é ter uma festa de aniversário grande e iluminada. Severo - mais velho que os dois amigos, e por ser mais velho tem o papel de líder do grupo, decide aonde eles vão e o que vão fazer. Ele é centrado e extrovertido. Mark - tem a mesma idade de Simon, amigo de Simon e Severo, é meio avoado e tem uma irmã mais velha. Segue Simon e Severo para todos os lugares. Referências visuais e sonoras: Como o trio de amigos estão sempre juntos, e o irmão mais velho de Simon e Mark serem seus únicos amigos (além de seu cachorro Tobias), pensamos em diferentes trios de amigos que sempre estão juntos. Edward, Alphonse e Winry de “Fullmetal Alchemist”. Além de Edward e Alphonse serem irmãos, e Winry, amiga dos dois, os três passam por muitas tragédias que mudam a trajetória de suas vidas. Edward também é o irmão mais velho de Alphonse e assim agindo como “líder” do trio.


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Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão de “A Turma da Mônica: Laços”. Por se tratar de um trio de crianças, a turma da Mônica

também

serve

de

grande

referência por colocar 4 crianças com personalidades diferentes em um grupo só, Severo sendo o mais velho e assim agindo como o líder do grupo, lembra a personalidade de Mônica com seus amigos. 6.9.7 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS

Tobias - cachorro do Simon e seu maior companheiro que foge no dia do aniversário de 13 anos do Simon para a floresta. Pai do Simon - Sua esposa faleceu quando Simon nasceu há 13 anos atrás.

6.10 INTERAÇÃO NO AUDIOLIVRO Um livro impresso tem sua estrutura - capa, contracapa, sumário, informações a cerca de editora, autora, tradutora; tem a divisão por capítulos e tudo isso está na mão do leitor que pode prosseguir ou retroceder nas páginas quando quiser. Nosso livro é sonoro, e o som diferentemente do papel não é palpável, isso não quer dizer que não tenhamos pensado numa divisão para o nosso audiolivro. Em um livro físico, o leitor sabe quando se inicia um novo capítulo pela diagramação, pelo design e pelo título, contendo número e nome do novo capítulo. Nosso audiolivro, assim como um livro impresso, será dividido por capítulos, entretanto teremos outra maneira de situar o leitor no início de um novo capítulo: por intermédio do som. Usaremos um tema específico ao iniciar cada capítulo e teremos um narrador para falar o número do capítulo e seu respectivo título, assim o ouvinte


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é situado quando se inicia um novo capítulo. Infelizmente, em caso de perda de algum detalhe, não é possível voltar uma página como ocorre no livro, a única coisa que pode ser feita é voltar um pouco o áudio. O audiolivro terá 12 capítulos (assim como o livro físico da Agatha) e terá aproximadamente 6 horas de duração. Cada capítulo do livro tem por volta de 20-25 minutos de duração. O conto, entretanto, não terá nenhuma divisão já que ele tem uma duração extremamente menor: em média 8 minutos.

6.11 JUSTIFICATIVA DO PROJETO O audiobook é um produto que vem crescendo no Brasil e já vem crescendo há muito tempo nos EUA e na Europa. Este produto tem uma grande importância para a sociedade visto que pode ser uma ferramenta versátil e flexível para os nossos dias cada vez mais corridos, um recurso educacional e também uma ferramenta de inclusão. É uma ferramenta versátil e flexível nos dias atuais pois como pode ser ouvido num smartphone ou mesmo em um CD ou desktop, pode ser ouvido em qualquer lugar, desempenhando qualquer função, dessa forma, qualquer um que consuma o audiolivro e tenha uma vida corrida, cheia de compromissos e com pouco tempo de sobra, pode se beneficiar desse livro em áudio, seja na academia, em casa realizando alguma tarefa doméstica, no transporte público, no carro indo para o serviço, etc. Pode também ser um auxílio educacional pelos seguintes motivos: em preparação para vestibulares, geralmente é requisita a leitura de certos clássicos da literatura, com um audiobook esse clássico pode ser ouvido em questão de horas ou poucos dias. Estudantes de outras línguas também podem se beneficiar ouvindo audiobooks na língua que eles estão estudando, assim eles treinam as habilidades de escuta e compreensão em outro idioma de forma lúdica. Além disso, o audiobook serve como ferramenta de inclusão para pessoas cegas, com baixa visão ou com algum tipo de deficiência ou limitação

visual.

Entretanto, o acervo ainda não é tão gigantesco, dessa forma o ideal seriam mais produções de qualidade tanto para inclusão, como também uma maior divulgação para atrair mais gente para esse mercado.


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Todavia, percebemos que, a quantidade de audio-livros não atende à demanda das pessoas com deficiência visual. Embora muitas instituições venham se empenhando em melhorar esse acervo e disponibilizar mais obras que atendam às necessidades das mesmas, ainda há uma enorme carência de audio-livros no país. Sendo que, a produção dos mesmos não facilitaria apenas as pessoas com limitação visual, mas também aquelas que não possuam limitação alguma, como por exemplo, aquelas que na correria do dia-a-dia não tem tempo para ler um livro impresso, preferindo ouví-lo enquanto dirigem, malham, etc. (BEZERRA e RAMOS, 2015. p.5.)

Outro público que pode ser atingido é o infantil, dessa forma eles podem ter contato com literatura juvenil por meio de áudio, auxiliando assim na formação do imaginário, ampliação do vocabulário, incentivo à leitura, acesso à cultura, tudo isso de uma forma lúdica. Em 2020 segundo o artigo da APA, muitos pais perceberam e consideraram o audiolivro como uma alternativa para seus filhos durante a pandemia. Escolhemos a autora Agatha Christie para adaptar sua obra pelo fato de que no gênero romance policial, suspense e mistério, ela é uma das maiores autoras, já que escreveu por volta de 93 livros e 17 peças teatrais. Além de sua impressionante quantidade de livros publicados, é uma autora muito influente, visto que sua peça teatral “A Ratoeira” foi encenada mais de 13 mil vezes na Inglaterra, e seus livros já foram adaptados no cinema e na televisão. Agatha não escreve livros eruditos, senso sua literatura mais próxima do popular, desta forma, muitos se agradam com sua forma de escrever, não só por esse ponto, mas também a maneira como ela desenvolve o suspense, fazendo com que as suspeitas caiam sobre todos os seus personagens. A escolha de Ana Gabriela Pacheco, se deve pelo fato de também querermos fomentar a literatura brasileira. Entretanto, muitos dos autores brasileiros escolhidos para adaptações de audiobooks compõem uma literatura erudita e a escolha da Ana foi justamente por se alinhar ao agrupamento de gêneros - terror, mistério e suspense. O formato de arquivo sonoro que escolhemos foi o MP3, pois “o mp3 (Movie Pictures Expert Group nível áudio 3) é um sistema de som comprimido que pode gerar um arquivo de som de excelente qualidade, próxima à qualidade de CD, mantendo o tamanho do arquivo bastante pequeno” (PALETTA; WATANABE; PENILHA, 2012, p.6)


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7 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO Nosso produto é sonoro, por conta disso a captação de áudio, bem organizada e bem feita é primordial para nosso resultado. Pretendemos gravar tudo de maneira autoral. Serão feitas as seguintes narrações: um narrador ficará encarregado somente para fala os títulos e números dos capítulos, exemplo: “Capítulo 1, eu vou para Styles”, é provável que o mesmo faça a narração da audiodescrição e precisaremos ainda que este narrador faça o papel do personagem Hastings,. O motivo de termos escolhido um único narrador para narrar estes três elementos é que o livro impresso é narrado em primeira pessoa, o narrador então é o personagem Hastings e é a partir da ótica dele que o leitor é guiado, como no livro é este personagem que nos deixa a par de tudo, decidimos manter isso no audiolivro, o ator do Hasting nos indicará qual o capítulo, nos descreverá os arquivos anexados na audiodescrição e também fará a narração do livro. As vozes dos atores serão gravadas no estúdio de rádio, já que este contém os materiais necessários: microfones, mesa de som e isolamento acústico. A narração que contém os nomes e números de cada capítulo também serão gravadas no estúdio. Além da voz dos atores e dessa narração em cada capítulo, utilizaremos o estúdio de rádio também para gravar a audiodescrição, necessária para transpor em áudio algumas imagens que aparecem em alguns capítulos. A vinheta, a trilha sonora e os efeitos sonoros serão produzidos pela produtora, apesar de haver a possibilidade de utilizar vários efeitos da internet de forma gratuita, escolhemos a opção de nós mesmo os fazermos.

7.1 IDENTIDADE SONORA O audiobook e audioconto são compostos pelos seguintes elementos sonoros: voz (narração e falas dos personagens), vinhetas, trilha sonora, efeitos sonoros e silêncio. Esses elementos são provenientes da linguagem radiofônica, para sermos mais precisos, para a concepção do nosso projeto, nos inspiramos muito nas radionovelas, já que, além destas fazerem uso da linguagem radiofônica já que surgiram - dentro do rádio levando ao máximo todos estes recursos sonoros,


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elas também utilizavam vários atores para interpretar vários personagens, aproveitando assim, ao máximo os recursos de oralidade e sonoridade. Abaixo citaremos todos os elementos de som que usaremos, assim compondo nossa identidade sonora, que visa causar uma imersão no ouvinte, a fim de que ele se sinta parte da história. São os elementos: vinheta, voz, trilha sonora, efeitos sonoros, o silêncio (por vezes muito esquecido, mas de utilizado de maneira correta, muito importante e impactante) e também as referências que utilizamos para que seja possível a criação do projeto.

7.1.1 REFERÊNCIAS DE AUDIOBOOK Para produzirmos o nosso audiobook e nosso audioconto, utilizamos como referência vários produtos sonoros, como outros audiobooks, contos sonorizados e radionovelas. Além disso, houveram trilhas de outros produtos audiovisuais que nos inspiraram para pensar na nossa identidade sonora. Utilizamos como referência outros audiolivros e algumas radionovelas (estas pela linguagem sonora que queríamos trazer para o nosso projeto), listamos eles a seguir: Percy Jackson e os Olimpianos Livro 1: O Ladrão de Raios. Adaptado por: Canal da Fantasia. Este

audiolivro

produzido

e

sonorizado pelo canal da Fantasia, apresenta muitas das coisas que queremos incluir no nosso audiolivros - muitos efeitos sonoros para ajudar a compor

a

narrativa,

divisão

por

capítulos, entonação - passando os sentimentos dos personagens (como por exemplo, em um determinado momento o personagem fica nervoso e por conta disso o ator começa a falar mais rápido. Este audiolivro por seus efeitos sonoros e trabalho de ritmo e entonação vocal propicia


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uma imersão na história e em certos momentos, parece se assemelhar a uma radionovela ou radioteatro. 1984. Audiobook adaptado por Steve Parker. O ponto forte deste audiobook é a paisagem sonora, ele não só utiliza efeitos sonoros, como cria todo um ambiente por meio do som, quando quer passar que o personagem está num ambiente urbano, ele inclui som de buzinas, ao fundo, algo mais distante. Quando quer passar que o personagem está em um ambiente interno, a acústica muda. Esse cuidado com o áudio na pós-produção é o que queremos trazer para o nosso. Esse audiolivro, ao contrário do outro, não traz outros atores para narrar vários personagens, dessa forma a única voz é a de Steve. Outro ponto que o difere do audiolivro anterior é a divisão, este também é dividido por capítulos e tem uma narração ao início do capítulo indicando isso, entretanto neste ao contrário do outro, o áudio é publicado por inteiro, enquanto o outro eles o fragmentam, postando 1 capítulo por vez. Batman - O Despertar Audiossérie da DC Comics, transmitida exclusivamente

pelo

Spotify.

A

atmosfera criada pela sonoplastia (além dos efeitos, os sons aqui deixam alguns momentos mais calmos, mórbidos, mais misteriosos, etc), a estrutura e ordem dos arquivos e até mesmo a forma de veiculação desta série sonora, nos serviram como inspiração.


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7.1.2 REFERÊNCIAS CONTOS

O canal do Youtube “Conto um Conto” produz diversas narrativas de diferentes obras literárias focando mais precisamente em produções de contos literários, como, Machado de Assis, contos africanos, contos de terror de Edgar Allan Poe, e também contos educativos. A produção dos audiocontos é narrada pelo criador do canal Marcelo Fávaro, com a iniciativa de que “a literatura deve chegar a todos os lugares, lembrando que nem todos têm condições de comprar o livro, disponibilizar parte de uma obra sem fins lucrativos não tira a importância e o charme de se ter o livro em mãos e poder ler quando quiser.” como o mesmo disse na descrição do canal do Youtube. Apenas o narrador se faz presente durante todo o áudio lendo o conto inteiro, alterando sua voz para dar dimensão e criar o clima para o ouvinte de acordo com o tipo de conto narrado.

7.2 VINHETA Após analisar nossas referências foi possível criar uma identidade sonora para o audiolivro, e começando assim pela vinheta. Segundo o dicionário Michaelis vinheta é “qualquer filme, texto ou música de curta duração que abre, encerra ou reinicia um programa radiofônico ou televisivo”. Podemos dizer que além de abrir ou encerrar ela está diretamente ligada à identidade do produto (seja ele televisivo ou radiofônico), já que é um dos primeiros elementos a aparecer numa obra audiovisual, esta já dá ao leitor uma ideia de como é a identidade do produto.


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Teremos 3 vinhetas no audiobook e 2 no conto. Começaremos pelo audiobook: A primeira vinheta é a de abertura, onde teremos uma narração com o nome da produtora, nome da obra, nome da autora, tradução do livro e uma música de fundo criada pela produtora. Teremos também uma vinheta de encerramento que além de ter uma música de fundo, terá também uma narração com nome do livro, da autora, nome da produtora e um convite ao ouvinte para nosso próximo livro adaptado da autora. Além destas duas vinhetas, teremos uma vinheta para o início dos capítulos, ao início de cada capítulo teremos uma música específica que será de composição autoral para marcar um novo capítulo, seguido de narração para indicar qual capítulo (se é o primeiro, o segundo, o terceiro, e por aí vai) e qual o nome do capítulo (no caso do livro por exemplo, o primeiro capítulo se chama “Eu Vou Para Styles”), assim a narração do primeiro capítulo ficaria: música de fundo – narração: “Capítulo 1, Eu Vou para Styles”, e assim o mesmo ocorreria com os outros capítulos, mudando não a música, apenas a narração. No conto entretanto teremos apenas vinheta de abertura e de encerramento, já que o conto não contém capítulos. Dessa forma na vinheta de abertura teríamos uma música (que será diferente da música do livro) com nome da produtora, nome do conto e nome da autora, e, uma vinheta de encerramento com nome do conto e da autora e um convite para outro conto que adaptaremos futuramente.

7.3 VOZ Cada ator interpretará um personagem, eles vão atuar entre si como se estivesse realizando uma gravação em vídeo, porém vamos gravar somente as vozes. Iremos dividi-los por capítulos, ou seja, dependendo do personagem presente durante aquele período os atores que os interpretam vão estão presentes no estúdio. Diferentemente do livro físico, no livro sonoro contamos com os sons para a transmissão da história. A voz é um elemento extremamente importante no audiobook, já que é por meio dela que a narração vai ser feita e os diálogos dos personagens irão ser transmitidos.


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Na maioria dos audiolivros gratuitos (e até alguns pagos) é muito comum que uma pessoa faça a narração do livro do início ao fim. No nosso caso, queremos exatamente o contrário: a nossa pretensão é que cada personagem seja interpretado por um ator diferente. Por isso dividimos os nossos personagens de acordo com um grau de importância: Personagens principais, secundários e terciários. Todos eles serão interpretados por atores diferentes, entretanto os que mais nos preocuparemos serão os personagens principais e secundários, os terciários, por sua vez, serão interpretados por pessoas da produtora, já que estes personagens aparecem raramente na história e não tem um grande peso nos rumos da mesma. Além da preocupação com cada personagem ser interpretado por uma pessoa diferente, uma de nossas preocupações é como a voz pode ser convincente para o ouvinte – de nada adianta ter várias vozes se elas falam em um mesmo ritmo e um mesmo tom, o que ficaria extremamente monótono, já que não apresentaria variações. Nossa proposta na parte de voz, além de trazer vários atores, é principalmente fazer com que eles deem vida aos personagens por meio da voz – utilizando diferentes entonações para passar ao ouvinte quando o personagem faz uma pergunta ou uma exclamação, está sendo sarcástico ou mesmo ingênuo, ou quando está feliz ou triste, o intuito é fazer com que o ouvinte entenda o ritmo certo de acordo com a cena e o sentimento do personagem. O ritmo de fala também é muito importante – falar extremamente rápido pode fazer com o que o ouvinte não entenda, enquanto falar extremamente devagar pode causar tédio. Além disso, há momentos em que os diálogos devem ser um pouco mais acelerados ou ter um ritmo mais calmo, levando em consideração a narrativa original do livro. Dessa forma, queremos passar a partir de diferentes vozes, um trabalho de ritmo e entonação (por meio do trabalho de atuação e direção), a impressão de que a história não está sendo somente lida, mas também interpretada. A voz não será somente utilizada para interpretar os personagens, ela também será utilizada para realizar a audiodescrição do livro.


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7.4 EFEITOS SONOROS Como não utilizaremos imagens por se tratar de um produto sonoro, um dos nossos maiores recursos será o efeito sonoro. Utilizaremos os efeitos de acordo com o que a história “pede”. Esse recurso ajudará a ambientar a história e causar imersão no ouvinte. Existem muitos efeitos sonoros disponíveis na internet, entretanto, não iremos utilizá-los, a nossa pretensão é identificá-los e captar de maneira 100% autoral, por isso antes mesmo de começar a captação, será necessário um roteiro prévio do que deve ser gravado, onde e quando. O que vamos captar? Será captado os sons que representam ações humanas, ações da natureza ou qualquer elemento que possa ser representado por efeitos sonoros, tais quais: sons de passos, sons portas abrindo ou fechando, cadeiras ou mesas sendo puxadas ou arrastadas, xícaras caindo e se quebrando, janelas sendo abertas, chuva, barulho do motor de carro, etc. A partir do roteiro de adaptação, veremos tudo o que pode ser convertido de palavra escrita para efeito e a partir daí criaremos todos os sons necessários. Há uma momento nos primeiros capítulos do livro, onde há uma espécie de piquenique e muitos personagens estavam reunidos, para sonorizar isso, pensamos em além de utilizar a voz dos personagens principais para sonorizar os diálogos, usar também efeitos como sons de pratos, de copos e além disso para passar a sensação que eles estão mesmo em um piquenique, colocar outras vozes ao fundo, para sinalizar que haviam mais pessoas e que no evento havia obviamente interação entre outros personagens, fora aqueles que estão conversando entre si no diálogo principal. Para que isso dê certo, essas outras vozes não podem sobrepor as do diálogo principal, nem devem ser mais audíveis que o diálogo, eles devem aparentar estar mais distantes e por isso em um volume mais baixo. Caso necessário, utilizaremos também sons que não representam algo presente na nossa realidade, mas que podem servir para ilustrar uma situação, exemplo: o som de uma lâmpada ligando quando alguém tem uma ideia – quando temos ideias, não aparece uma lâmpada em cima de nossas cabeças e muitos menos acompanhada por algum som, entretanto este surgimento de ícone e som servem para ilustrar que algum personagem teve uma ideia ou conseguiu achar


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alguma solução para um problema. Se for necessário em algum momento, iremos compor algo assim. Para resumir, os efeitos sonoros podem contar também a história e/ou indicar o ouvinte o que está acontecendo na história, o auxiliando a formar uma imagem mental ou mesmo auxiliando-o a compreender ou associar o que está acontecendo durante a história.

7.5 SILÊNCIO Sabemos a importância do uso das vozes, dos efeitos sonoros e também da trilha, entretanto outro elemento muito importante (quando bem usado) é o silêncio. Após uma trilha de suspense ou de terror e antes da revelação de um monstro ou personagem, usar o silêncio no meio desses dois elementos pode causar uma tensão ainda maior do que ir da trilha para um monstro. O silêncio também pode simbolizar o vazio, então em alguns momentos ao personagem adentrar uma sala para realizar uma investigação, por exemplo, é muitas vezes mais interessante usar a voz e algum efeito sonoro, sem trilha, para criar uma tensão, antes de apresentar um fato espantoso ou aterrorizante. Dessa forma, muitas vezes um silêncio total ou parcial (com voz ou com efeitos, ou com os dois) pode causar um efeito maior até do que uma trilha assombrosa – como por exemplo, ao anteceder um momento de tensão, gotas de água caindo devagar pode ser mais angustiante que uma trilha-, tudo depende da história e do que queremos causar ao ouvinte naquele momento. Pretendemos usar também o silêncio como elemento sonoro para compor a estrutura sonora de nosso audiobook, principalmente por se tratar de um produto sonoro do gênero suspense, terror e mistério onde o objetivo é proporcionar ao ouvinte situações de curiosidade, medo e até quem sabe, calafrios.

7.6 TRILHA SONORA A partir da trilha sonora, pretendemos criar a atmosfera de suspense, terror e mistério nas nossas adaptações sonoras. Tanto no livro, como no conto as OST (Original SoundTrack) serão autorais, feitas pela própria produtora.


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No audiobook, pretendemos utilizar a sonoridade do piano, do violino, chorus e até do xilofone – entre outros que adicionaremos futuramente – no instrumento teclado, para garantir uma atmosfera com suspense e mistério. Fora isso pretendemos também trazer uma vibe de anos 20, já que foi mais ou menos nessa época que o livro foi publicado. A ideia é passar não só mistério e suspense, como também alívio, vivacidade, alegria, curiosidade, etc. O objetivo é, a partir do livro escrito, entender o que a autora queria passar por meio de palavras e tentar passar (ou mesmo reforçar) a atmosfera criada no livro físico por meio da trilha. Serão utilizadas em média, para o audiolivro 25 OST de aproximadamente 1 minuto ou 1 minuto e meio. No caso do conto, o gênero é terror, contudo não há uma especificação de tempo (não se sabe ao certo em que ano a história se passa), entretanto a impressão é que a história do conto se passa na atualidade, visto isso não temos necessidade de retratar uma época em específico. O objetivo da trilha no conto é passar uma vibe de suspense, angústia e terror. Para o conto pretendemos usar em média 5 OST de 30 segundos a um minuto cada.

7.6.1 REFERÊNCIAS - TRILHAS SONORAS

Jogo

(Video

Game)

Alice

Madness Returns: Uma de nossas inspirações para a concepção da nossa trilha sonora é a

soundtrack

do

jogo

Alice

Madness Returns. Ele é um jogo que tem uma vibe mais vitoriana, mais gótica e por meio dessa trilha o jogo ganha sua ambientação, neste jogo, há momentos em que a trilha identifica a presença de um “boss” ou chefe, de inimigos que estão presentes na área e marca momentos de suspense e também de calmaria. Tem muita a presença de violino,


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piano e outros instrumentos e foi uma das trilhas que usamos para termos uma base. Mogeko Castle - Trilha sonora Mogeko Castle é um jogo de rpg maker de fantasia/terror, no qual é

protagonizado

menina.

por

uma

Esta trilha apresenta

momentos tranquilidade,

de

calmaria com

e uma

sonoridade que remete à um lado até mais infantil e em muitos outros momentos, a música é muito mais tensa, trazendo suspense. A trilha nesse jogo passa os momentos que a protagonista vive: alívio, curiosidade, medo, suspense, apreensão, etc. Trilha Sonora do Jogo Hercule Poirot - The First Cases Trilha sonora muito pautada no suspense, apresenta muitas vezes músicas

tocadas

no

piano

ou

mesmo no violino, além tem uma ambientação (sonora) que lembra o século XX. Abertura

da

série:

Agatha

Christie's Poirot. Série televisiva que adaptou vários dos casos que Poirot (um dos personagens Agatha

mais

Christie)

introdução

da

famosos

de

solucionou.

A

abertura

tem

a

presença do saxofone, e nos remete a um ambiente como Scotland Yard. Inspiração para os créditos finais.


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8 AUDIODESCRIÇÃO Como o livro “O Misterioso Caso de Styles” de Agatha Christie não se trata apenas de um tipo de linguagem, por conter imagens que ilustram o ambiente e também peças importantes para o desenvolvimento da trama, foi pensado em como poderíamos trazer a mesma experiência da leitura e análise das imagens do livro para o áudio. No próprio livro há iconografia - imagens, desenhos - sendo estas 2 plantas da casa: uma do primeiro andar e outra do quarto da pessoa supostamente assassinada; um pedaço do testamento, uma carta, um papel contendo frases desconexas da personagem assassinada e uma prova apresentada à corte. Todos estes elementos são anexados ao livro físico e compõem a narrativa, visto que o leitor pode, por exemplo, analisar as plantas do casarão Styles e tentar formular uma ideia de como o assassino poderia ter entrado no quarto da vítima e o que poderia ter acontecido na noite do crime. São detalhes estes que não podem ser perdidos, pois além de compor a narrativa,

convidam ao leitor a tentar

desvendar o mistério a partir de pistas que são dadas ao decorrer de toda história. O audiolivro pode ser considerado uma espécie de audiodescrição, visto que ele em muitos casos descreve a linguagem literária, utilizando a sonora, entretanto, o que chamamos de audiodescrição aqui, se refere à transposição em áudio do conteúdo que no livro físico aparece como imagem e/ou anexo. Dessa forma cumpriremos com nosso objetivo que é imergir o ouvinte na narrativa, dando as ferramentas necessárias para sua imersão e até quem sabe participação na solução do misterioso caso de Styles. Para a elaboração da audiodescrição, será feito um roteiro previamente para sabermos exatamente como iremos transpor as informações em imagem para texto. Há alguns anexos no livro com escrita, o que será mais fácil de ser descrito, entretanto as duas plantas da casa, necessitarão de um pouco mais de cuidado, já que há inúmeros detalhes que precisarão ser descritos.


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9 MECÂNICA DO FORMATO A estrutura definida para o audiolivro é: 1 - Trilha sonora e nome da produtora 2 - Nome do livro, da autora e ano de publicação 3 - Nome dos responsáveis pela tradução 4 - Conteúdo do livro: (12 capítulos, em média 6 horas de duração) - Vinheta específica do capítulo - em média 20 - 25 minutos de duração cada capítulo - música de encerramento de cada capítulo 5 - Vinheta de encerramento (com nome do livro e autora e convite para escutar o próximo livro da autora a ser adaptado) 6 - Créditos

A estrutura definida para o audioconto é: 1 - Vinheta de abertura e nome da produtora 2 - Nome do conto, nome da autora e ano de publicação 3 - Resumo de quem é a autora 4- O conto -

Música de abertura com narração do título

-

em média 8 minutos de duração (o conto inteiro)

5 - Créditos e convite para escutar o próximo conto que adaptaremos


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10 MÉTODOS DE PRODUÇÃO (em construção) Antes do início da pré-produção, foi necessário escolher o que iríamos fazer este semestre - no caso audiobook e audioconto, posteriormente o grupo escolheu o gênero literário (mistério, terror e suspense), depois as autoras - Agatha e Ana e, por fim, quais obras das autoras adaptaríamos. Estas foram escolhas do grupo por meio de reuniões online por meio do Discord. Como todos do grupo precisam saber o que vamos adaptar, todos teriam que ler o livro e o conto. Pré-produção: Entrando agora na etapa de pré-produção, antes de fazer a adaptação, é necessária a fundamentação teórica para sabermos o que devemos saber, então se inicia a pesquisa. Com o livro e o conto já lidos, se inicia a descrição dos personagens (perfil físico e psicológico) para que o diretor de casting possa já ir pesquisando quais atores tem a voz que mais se encaixa no perfil dos personagens. (O casting se inicia no nosso caso antes do roteiro, visto que não estamos criando os personagens do zero, eles já foram descritos no livro e no conto). A partir desse momento o livro e o conto tomam rumos diferentes, já que para que seja possível adaptar um texto para som é necessário o roteiro. No caso do conto os roteiristas responsáveis por ele já iniciam o roteiro no formato lauda radiofônica, enquanto que o livro, além de ser adaptado, precisa ser traduzido. Como a equipe de tradução é a mesma equipe de roteiro, esse trabalho de traduzir e adaptar será realizado de forma simultânea, fazendo assim a mudança dos termos como “sua”, “olha aqui” que serão adaptados para a linguagem radiofônica. Antes mesmo do roteiro ser finalizado, se inicia o trabalho de casting para começarmos a procurar os atores que a voz mais combina com os personagens. Para isso enviaremos a eles, uma página de diálogo dos personagens para que possam interpretar, como é áudio não importa a aparência do ator, somente sua voz. Com o roteiro em andamento e com as especificações do que se torna fala, trilha, efeito sonoro e silêncio, é iniciado o trabalho de captação de efeitos sonoros e a composição de trilha sonora. Os primeiros capítulos serão logo enviados ao sonoplasta para que ele já possa ir pensando como fará essa narrativa sonora, já o conto (por ser curto) será entregue na íntegra.


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Com o roteiro finalizado e a trilha quase pronta é hora de começar a marcar reunião com os atores para a realização de um ensaio de mesa (de maneira virtual). Após o ensaio e as orientações do diretor, marcamos o dia e ordem das gravações. Para isso, a equipe de produção deve reservar o estúdio e montar um cronograma, enquanto que o assistente de direção deve montar a ordem do dia, além disso, a produção deve passar aos atores data das gravações e local e lembrar de levar lanches no dia da gravação para os atores não passarem fome. Produção (em construção): Feita no estúdio de rádio, as vozes serão gravadas

pelo

Software Reaper. Gravaremos primeiro o livro, depois a

audiodescrição e por último, a narração dos nomes e números dos capítulos. As gravações dos livros não seguirão uma ordem linear, e serão divididas da seguinte forma: Primeiro a gravação de acordo com a apresentação de cada personagem é feita no livro e assim gravando suas interações. Personagens principais, por obterem mais falas irão gravar com uma diária maior e também contracenando com o seu personagem específico de cada cena, e os personagens secundários e terciários, por não terem muito diálogo na história, gravando separadamente. Como os atores terão uma diária um pouco puxada, a produção sempre deixará um copo d’água perto para que eles possam se manter hidratados. Pós-Produção: Nas mãos do editor de áudio, é na pós que todos os arquivos de áudio são colocados juntos, assim as vozes gravadas separadamente serão unidas para que dê a impressão que os atores estavam juntos e que realmente houve um diálogo entre os personagens. Serão adicionados também os efeitos sonoros, as trilhas e as vinhetas e a audiodescrição. É importante nessa fase cortar também o momento no qual os atores respiram e esse som é captado no microfone. É na pós-produção que o editor dividirá o livro em capítulos, já que esses não serão gravados na ordem. Além da edição será feita também a masterização do som. Após a edição e masterização finalmente vem a distribuição.


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11 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Para gravar o audiobook iremos utilizar o estúdio de rádio da Universidade Cruzeiro do Sul. Dessa forma o som será captado pelos microfones, que estão conectados à mesa de som. Por meio do software Reaper as vozes serão gravadas separadamente . Os efeitos sonoros (como passos, vozes de fundo, som de abrir e fechar de portas) serão gravados utilizando microfone boom. Em algumas situações utilizaremos os próprios objetos para a criação dos sons (por exemplo, se no livro há o abrir e fechar de portas, abriremos e fecharemos portas, se houver indicação de que algum personagem está folheando um livro, também folheamos o livro para realizar a gravação do som). No entanto, em alguns casos utilizaremos outras formas de criar efeitos, como ocorre na técnica de foley (por exemplo um pássaro batendo as asas, seria utilizado um espanador). Para a junção das vozes e pós-produção serão utilizados dois softwares de edição de áudio - o Audacity e o Adobe Audition. Eles serão utilizados para junção das vozes, junção do nosso pacote sonoro e se precisar, para a restauração de áudios. A escolha do Audacity se deu por sua interface intuitiva e por ser um software acessível, já que é gratuito. O audition por outro lado será usado por seus recursos, como masterização. Para o áudio, trabalharemos com arquivos em MP3. Para a realização do Making Of será utilizada uma Câmera Canon e para a edição será utilizado o Adobe Premiere e o Shotcut. O Shotcut é um software grátis de edição e será utilizado somente para trabalhos mais simples (se precisarmos em algum momento fazer poucos cortes ou só juntar algumas cenas), enquanto o Premiere para momentos mais elaborados (como graduação de cores, inserção de títulos, trabalhar com uma timeline maior e com mais elementos, etc). Para vídeo, o formato que usaremos é o MP4. Para a realização de trailers ou teaser usaremos o estúdio de televisão da universidade e, em um dos trailers pretendemos utilizar gelatina de iluminação. O formato de vídeo que usaremos também é MP4. Para a publicação nas redes sociais, utilizaremos o Photoshop e o Canva para a criação de artes. O Canva será utilizado para publicações mais simples e o Photoshop para criações mais elaboradas. Em relação ao formato das imagens, trabalharemos com PNG e JPG.


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12 PÚBLICO ALVO (coletando dados) Levando em consideração que o público que consome produtos sonoros como audiolivros, podcasts e audiodramas são compostos majoritariamente de pessoas da faixa etária de 20 a 39 anos, optamos por focar na distribuição do audiolivro para o público dos jovens adultos e adultos.


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13 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA Com base no documento Classind (3ª edição de 2018), classificamos tanto o conteúdo do audiolivro como do audioconto, a partir do conteúdo presente dos dois produtos sonoros.

13.1 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA LIVRO O audiolivro “O Misterioso Caso de Styles” não é recomendado para menores de 10 anos. Segundo a terceira edição do documento Classind de 2018, é admissível nessa faixa os seguintes conteúdos: angústia, ossada ou esqueleto com resquício de ato de violência, linguagem depreciativa (com baixo ou nenhum poder ofensivo), medo/tensão, entre outros. Como se trata de um livro sonoro, não há a presença de imagens projetadas por meio de uma tela, e por isso o impacto causado no ouvinte pode ser menor por esta falta de imagem, luz e enquadramentos de câmera, ficando no campo da imaginação. Entretanto por se tratar de um livro que fala sobre assassinato, crime e investigação, preferimos manter na faixa etária dos 10 anos. Na classificação livre, pode-se falar de morte desde que essa seja sem violência, não envolvendo dor ou lesão. Isso inviabilizaria a classificação no nosso caso, visto que a morte no livro apesar de não ter se dado de forma violenta, ocasionou dor na personagem. Por conta desse motivo, e também do quesito medo/tensão (causado no nosso caso pela sonorização) mantemos essa faixa etária de 10 anos.


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13.2 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CONTO O conto “O Brado da Floresta” não é recomendável para menores de 12 anos. Segundo a terceira edição do documento Classind de 2018 é admissível nessa faixa os seguintes conteúdos: ato violento contra animal, linguagem depreciativa, morte, ossada, exposição de cadáver, angústia e medo/tensão. Por conta disso nossa classificação é diferente do audiolivro, já que o conteúdo do livro é um pouco mais leve, enquanto o do conto um pouco mais dark.


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14 SEGMENTAÇÃO O nosso projeto de audiolivros tem a possibilidade de ter uma segmentação. Com o aumento no consumo de arquivos sonoros (como podcast e também audiolivros) por meios de plataformas de streaming, há a possibilidade de adaptarmos outros livros físicos para livros sonoros. Assim o projeto “Calafrios” adaptaria outros títulos como: Sherlock Holmes, A Ilha do Dr. Moreau, Frankenstein, entre outros, mantendo assim a linha de suspense, terror e mistério. A produtora também pensa em expandir sua produção, adaptando também outros gêneros literários, tais quais: ficção científica, ficção fantástica, livros infanto-juvenis, entre outros. O que manteríamos seria a preferência por livros em domínio público pela questão dos direitos autorais. Para que essa ampliação de gêneros adaptados fosse possível, criaríamos categorias no nosso site e em nosso aplicativo para inserir os livros de cada gênero. Estas categorias receberiam nomes que têm relação com o gênero (por exemplo o infantil poderia se chamar “Onde moram os sonhos”, assim como aconteceu com “Calafrios” que comporta livros de terror, mistério e suspense.


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15 VEICULAÇÃO A nossa pretensão é divulgar nosso produto no Spotify que é amplamente utilizado, principalmente por pessoas da faixa-etária do nosso público alvo (COLETANDO DADOS) e também no Deezer. Além disso, pretendemos divulgar por meio do site e do aplicativo que criaremos. O site seria para aqueles que querem ver o nosso trabalho e baixar o audiolivro em notebook ou desktop, o aplicativo seria para aqueles que preferem baixar os nossos audiolivros no smartphone. Com a criação desse aplicativo seria disponibilizada a nossa biblioteca sonora com todos os gêneros literários adaptados e seus respectivos livros. Dessa forma, todos os nossos trabalhos (recentes e futuros) estariam disponíveis e poderiam ser acessados de forma rápida e intuitiva. A ideia do aplicativo surgiu pela inovação, já que não são todas as empresas ou produtoras de audiobooks que tem um aplicativo e também pelo fato de que muitas pessoas no transporte público ou fora de casa costumam utilizar muito seus smartphones, dessa forma a qualquer momento e em cada lugar, elas podem acessar nosso acervo e realizar o download das nossas histórias sonoras.


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16 DIVULGAÇÃO E MARKETING O marketing digital tem como fundamento divulgar e distribuir o conteúdo criado e produzido para o TCC tal como o audiobook. Utilizando o instagram como plataforma fundamental, terá a sua própria identidade visual criativa no feed para dar referência ao conteúdo escolhido, como mostra a referência abaixo:

A ferramenta story será utilizada para divulgar o conteúdo, como os personagens, teasers, pistas e publicações interativas como: perguntas, enquetes, menções e hashtags. Assim distribuindo para mais pessoas e aumentando o engajamento do conteúdo.


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Na ferramenta destaque, será operado para a divulgação do visual, assim cada ouvinte terá a oportunidade de conhecer o aspecto de cada personagem, sabendo suas características, mostrado no exemplo abaixo:

O hiperlink nas publicações no story será imprescindível para a divulgação do projeto audiobook para direcionar os ouvintes para os streaming digitais, tais como Deezer, Spotify entre outros disponíveis gratuitamente.


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17 FORMULÁRIO DE PESQUISA (coletando dados) Foi elaborado um formulário, por meio do Google Forms, com cerca de 10 perguntas. Essas perguntas foram elaboradas com o intuito de conhecer ao máximo o nosso público. São perguntas relacionadas à escolaridade, classe social, sexo, hobbies e naturalidade. Fora isso também perguntamos se esse público consome audiolivro e se sim em qual meio. O objetivo é saber onde nosso público vive, quais são seus hábitos e qual suas preferências, a fim de podermos oferecer um produto que eles gostem, consumam e sintam uma imersão e também se identifiquem. Os dados obtidos serão transformados em gráficos, para uma melhor visualização.


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18 CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO 2022 - RAINBOW PANDA DATAS (DIAS)

MARÇO

07 - 25

Debater ideias sobre o projeto

25 - 31

Definição do projeto (Escolha do livro)

DATAS (DIAS)

ABRIL

01 - 10

Definição de funções

05 - 30

Início da pesquisa e desenvolvimento da biblia

DATAS (DIAS)

MAIO

01 - 19

Pesquisa e desenvolvimento da biblia

20

Entrega da bíblia

23 - 31

Início da produção do roteiro

DATAS (DIAS)

JUNHO

01 - 10

Ajustes na bíblia (parte gráfica)

01 - 20

Finalização do roteiro

30

Finalização da pré produção

DATAS (DIAS)

JULHO

1 - 15

Pré escolha do casting

1

Início do plano de marketing

15 - 25

Definição do casting

DATAS (DIAS)

AGOSTO

1-8

Mesa de ensaio com os atores

10

Alteração na bíblia conforme instruído

8 - 15

Gravação do audiobook (Diárias de 8 horas)

8- 15

Gravação do making off

20 Início da pós produção (cortes, ambientação e sonorização)


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DATAS (DIAS)

SETEMBRO

20

Escutar o copião

26 - 30

Finalização da pós produção

DATAS (DIAS)

OUTUBRO

1-5

Finalização da pós produção

10-17

Últimos ajustes na bíblia

24

Encaminhar bíblia e audiolivro para finalização

DATAS (DIAS)

NOVEMBRO

1ª semana

Entrega definitiva


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19 MAKING OF 19.1 OBJETIVO O objetivo do making of é ser um produto transmídia que funcionará como um registro da produção juntamente com o marketing para o audiolivro ajudando no interesse e procura do audiolivro e sobre a biografia das autoras.

19.2 CONCEPÇÃO Será gravado takes durante as reuniões e as gravações junto com entrevista com a autora do conto “O Brado da floresta”, O diretor, Roteirista, Editores e os atores com perguntas referentes a concepção da ideia e da história e a experiência da produção. Não haverá narração, somente voz overs retirados das próprias entrevistas, que serão colocados enquanto imagens da produção passam de acordo o contexto da fala dos entrevistados. O Making of tem como referência diversos bastidores de videoclipes, conteúdo das mídias sociais de produtora de áudio livro como: Canal da Fantasia e Clube do Audiolivro; Apesar do formato temos como inspiração a docu-série da Marvel intitulada como “Marvel Studios: Avante”.

19.3 REFERÊNCIA ESTÉTICA DO MAKING OF Marvel Studios: Avante, é a maior referência estética para o making of na questão de montagem e visual, levando em consideração planos, enquadramentos e montagem de cena. Os planos são de maioria, plano médio

quando os atores são

entrevistados, e plano geral e detalhe gravação.

em O

momentos cenário

para

da a

entrevista é o próprio estúdio que ajudará

na

ambientação

proposta de making of.

e


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O Canal da Fantasia é uma referência geral em muitos aspectos do nosso projeto, ganhando aqui uma atenção para as filmagens de bastidores, que eles publicam em suas redes sociais.

No caso do nosso projeto a estética será algo simples, porém com intuito de demonstrar os bastidores e o método de produção do audiolivro, sendo o cenário composto pelo próprio estúdio de rádio da faculdade, ainda mantendo em cenas de entrevista em plano médio, e em demais takes, plano geral e detalhe gravando momentos da gravação que servirá de ênfase para o que o entrevistado estiver falando.


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19.4 ROTEIRO MAKING OFF Será utilizado um roteiro aberto, sendo as perguntas feitas para os entrevistados os tópicos, visando uma construção narrativa se baseando na ordem de pré produção, produção e pós produção.

19.5 ROTEIRO DE EDIÇÃO O Roteiro de edição visará a montagem de cenas baseado na narrativa que o making of irá passar como já explicado no tópico acima.

19.6 JUSTIFICATIVA DE EDIÇÃO A edição é necessária para a montagem na ordem certa da narrativa presente no roteiro, visto que a gravação não será conjunta com todos elenco presente, e takes e entrevistas serão feitos separados não possuindo uma ordem exata, e a edição será fundamental para a organização e montagem da narrativa. Vale lembrar que a edição será feita de forma que não distorça nenhuma fala dos entrevistados ou que de algum outro sentido diferente daquele que o autor passe. Como popularmente dito por Alfred Hitchcock, o efeito Kuleshov criado pelo cineasta russo Lev Kuleshov diz que sequência de imagem podem mudar de contexto dependendo da montagem colocada. A existência do efeito Kuleshov traz uma responsabilidade da montagem do making of no sentido de não permitir uma alteração equivocada da visão que o making of quer passar.


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20 ORÇAMENTO (em construção) 20.1 ORÇAMENTO PREVISTO 1.Equipe

Unidade

Qtde

Valor

Subtotal

Roteirista

Projeto

4 R$ 10.884,23

R$

43.536,92

Diretor

Mensal

1 R$ 2.390,46

R$

2.390,46

Diretor Making Off

Mensal

1 R$ 2.390,46

R$

2.390,46

Assistente de Direção

Mensal

1 R$

477,41

R$

477,41

Produtor de Elenco

Mensal

1 R$

545,00

R$

545,00

Produtor Geral

Mensal

1 R$ 1.147,42

R$

1.147,42

Produtor Executivo

Mensal

1 R$ 1.915,18

R$

1.915,18

Diretor de Arte

Mensal

1 R$

956,17

R$

956,17

Ilustrador

Projeto

2 R$ 1.519,00

R$

3.038,00

Camera Making Off

Semanal

1 R$

573,72

R$

1.147,44

Sonoplasta

Semanal

1 R$ 1.139,21

R$

2.278,42

Operador de Áudio

Semanal

1 R$

286,85

R$

573,7

Editor

Semanal

4 R$

669,31

R$

5.354,48

Assistente de Edição

Semanal

2 R$

334,68

R$

1.338,72

Supervisor de Edição

Semanal

1 R$

210,33

R$

420,66

Finalizador

Semanal

1 R$

239,02

R$

478,04

Atores

Hora

10 R$

325,00

R$

16.250,00

R$

84.236,48

TOTAL

2.Equipamentos

Unidade

Qtde

Valor

Subtotal

Estúdio

Diária

1 R$

171,00

R$

1.710,00

Câmera

Diária

1 R$

100,00

R$

1.000,00

Lapela

Diária

2 R$

153,00

R$

3.060,00

Tripé

Diária

1 R$

65,00

R$

650,00

Luz

Diária

2 R$

186,00

R$

3.720,00


99

TOTAL

3.Bíblia de produção

Unidade

Qtde

R$

Valor

10.140,00

Subtotal

Bíblia Impressão

Unidade

6 R$

300,00 R$

1.800,00

Bíblia Encadernação

Unidade

6 R$

5,00 R$

30,00

TOTAL

4.Midia Fisica

Unidade

Qtde

R$

Valor

1.830,00 Subtotal

CD Físico

Unidade

6 R$

3,00 R$

18,00

CD Capa

Unidade

6 R$

30,00 R$

180,00

CD Encarte

Unidade

6 R$

5,00 TOTAL

5.Site

Unidade

Qtde

R$

30,00

R$

228,00

Valor

Subtotal

Domínio

Anual

1 R$

40,00 R$

40,00

Hospedagem

Mensal

1 R$

19,00 R$

19,00

TOTAL

R$

59,00

R$ 96.493,48 TOTAL GERAL 6.Taxas e impostos

Unidade

Qtde

Valor

Taxa de produção

%

30

R$

289,47 R$ 28.947,9

Impostos

%

8

R$

964,93 R$ 7.719,44

TOTAL GERAL

20.2 ORÇAMENTO REAL (em construção)

Subtotal

R$ 133.160,82


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CONSIDERAÇÕES FINAIS (parcial) Em primeiro momento, para o projeto Calafrios foi iniciada somente a pré-produção, e por isso foi necessário realizar a pesquisa para que pudéssemos adquirir o conhecimento que viabilize futuramente a nossa produção e pós-produção de audiobook. A produtora neste semestre idealizou o projeto e o colocou no papel, enquanto no próximo semestre, se for aprovado o projeto, nós o colocaremos em prática. Um de nossos maiores problemas de forma geral foi o cumprimento de prazos, visto que os integrantes não têm a mesma disponibilidade de horários. Apesar dos pesares, pretendemos corrigir os erros e continuar na realização deste trabalho no qual acreditamos e achamos necessário.

CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS (parciais) Aline Costa: Entrei na Rainbow Panda neste semestre pois tive que sair da noite para manhã, o grupo em si foi muito acolhedor comigo e o trabalho de audiobook me chamou muita atenção pois é diferente de todos os trabalhos que já fiz ao decorrer do curso. Esse semestre foi bem corrido mas, conseguimos nos superar e entregar essa primeira parte do trabalho. Eu fiz o organograma e sinceramente eu penso em estilizar e melhorar para o próximo semestre e fiquei também com a leitura do livro e conto e separação dos personagens do conto nesse semestre. Para os próximos passos do trabalho, estou responsável pelo casting do conto, produção e adaptação do conto para roteiro. A princípio foi separada as funções assim concentrando a Bíblia com algumas pessoas porém, todos ajudamos na revisão, melhorias e leitura da Bíblia. Para o semestre que vem onde vamos colocar a mão na massa eu particularmente espero ser mais entrosada com o grupo e mais participativa. Daniel Kalil: Um trabalho interessante por se tratar de uma obra de 100 anos e estar sendo resgatada para os dias de hoje no formato de áudio livro. Minha função foi a de sonoplastia que, além de operar a mesa de som no dia da gravação, é procurar saber como que gravaremos os áudios para serem utilizados durante o processo da gravação do áudio livro.


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Jordânia Luara: Neste primeiro semestre o foco da produtora foi a idealização do projeto e escrita da primeira versão da bíblia. Fiquei neste semestre como uma das pessoas encarregadas pela bíblia de produção - junto com Júlia e Abade. No que diz respeito ao projeto em geral, fiquei com algumas funções, tais quais: assistente de direção, núcleo de tradução do livro “O Misterioso Caso de Styles”, adaptação do roteiro do livro e edição de áudio. Fiz também o design provisório da bíblia, para compor a arte, utilizei como referência a capa do livro “Shiver” da autora Maggie Stiefvater, a partir dele tive inspiração para uma paleta de cores - utilizando tons (monocromáticos) de azul e uma cor análoga, a proposta era tentar passar a sensação do gelo e do sangue, o “frio na espinha”, na tentativa de “ornar” com título e proposta do projeto. O design é provisório e irá ser refeito no próximo semestre. O que eu mais gostei foi entender como funciona um audiolivro e como poderíamos fazer a adaptação de texto para áudio, além disso foi muito interessante escutar outros produtos sonoros para buscar referências. O que eu mais achei difícil neste semestre foi achar referências bibliografias sobre audiobook, existem muitos livros falando sobre rádio, cinema, e até de adaptação escrita para cinematográfica, entretanto de audiolivro em específico não há tantos artigos ou mesmo livros. Acredito que nosso maior erro como produtora foi a questão dos prazos, apesar de termos estipulado um cronograma, nem todos seguiram, atrasando assim o andamento do projeto, mas creio eu que este problema pode servir de lição para o próximo semestre. Outro problema que tivemos foi a feita de revisão dos textos lidos, inicialmente algumas pessoas escreviam, mas quase nenhuma revisava, este também foi um problema visto que deixamos inicialmente passar erros de gramática, concordância e até uma escrita desconexa pois os que escreviam estavam “viciados” na escrita e não havia revisão, mais um ponto para ficar de lição para o próximo semestre: revisão da escrita e de seus tópicos. Em relação ao próximo semestre, se formos aprovados, creio eu que teremos muito trabalho na parte de identidade sonora - já que precisaremos dos elementos sonoros para dar vida à narrativa, trabalhando com trilhas e efeitos -, com direção dos atores, afinar atuar no vídeo e no áudio são coisas diferente, e também na edição já que precisaremos de tempo para editar mais de 5 horas de áudio,


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cortando o momentos no qual os atores respirarão no microfone (o que é normal, mas deve ser retirado do produto final) e fazendo a montagem do livro de forma geral. Devo dizer que gosto muito da temática de audiolivros e que estou ansiosa para que possamos dar sequência ao trabalho. Júlia Baptestone: Nesse primeiro momento, foquei especialmente na construção da bíblia junto da Jordânia e Abade, realizando pesquisas, desenvolvendo tópicos e pensando na futura execução do projeto. Durante esse processo aprendi muito sobre organização de tempo e como é importante tê-la, sem ela o trabalho pode sofrer diversas consequências. Para o próximo semestre, ficarei responsável pela produção executiva e serei um braço direito na parte de marketing, estou bem animada pois me identifico com o projeto e acredito que tem o potencial de ser algo muito bacana. Marcos Paulo: Voltar a faculdade no último ano foi um misto de sentimento, mas eu devia isso pra mim mesmo e para o meu futuro. No começo foi bem complicado pegar uma turma nova, grupos “formados”, mas tudo foi se encaixando tem sido uma experiência incrível fazer parte da “panda” e um privilégio fazer parte de um TCC que vai muito além da faculdade, eu me apaixonei pela ideia audiobook porque eu consumo esse tipo de trabalho. Enfim, agregou e continua agregando na minha vida pessoal e acadêmica, com certeza saí desse trabalho com outra perspectiva do que é um audiobook e com carga de um TCC. Pedro de Moura: A primeira etapa do projeto marcada pelo início da bíblia de produção foi algo interessante de se realizar, devidos contratempos e a sensação do tempo de meses passar em semanas, serviu de experiência para mim na pesquisa e busca de referências que vão servir para enriquecer tanto a bíblia, quanto a projeto todo. Ajudar a revisar e pesquisar textos para o conteúdo da bíblia de produção foi algo inédito para mim que em demais semestres não me ocorreu, e que hoje percebo que foi um erro, pois a bíblia de produção é algo muito importante para a equipe que ajuda o entendimento completo da produção.


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Nas próximas etapas do projeto terei como função Assistente de diretor, diretor de making of, casting e editor dos audiolivros e todas essas funções exigem um planejamento que foi montado nessa etapa da bíblia para a melhor organização do projeto futuramente. Thais Abade: Montar um projeto é sempre um desafio, mas esse acredito que foi o mais desafiador para mim por se tratar de algo que nunca produzi. Acredito que um produto que se trata apenas de um tipo de linguagem, nesse caso o áudio, sempre se mostra mais difícil de produzir por não possuir a ajuda do visual, devemos prestar mais atenção em como deixar a comunicação mais clara, e isso também inclui a bíblia de produção em relação ao que vamos apresentar. Neste semestre, fiquei responsável pela bíblia junto da Júlia e Jordânia, na montagem e pesquisa da bíblia de produção, do grupo de tradução do livro e também na adaptação do roteiro para o áudio livro. Na minha opinião começamos bem tentando se atentar aos prazos e adiantando pesquisas, mas no meio do caminho a não comunicação e também a não disponibilidade de horários de cada participante da produtora nos atrapalhou e perdemos alguns prazos. Acredito que semestre que vem iremos nos atentar mais nos prazos e fazer reuniões semanalmente para que o trabalho produzido seja sempre revisado e monitorado. Gostei muito de entender mais como funciona esse mercado de produção de áudio e me interessei mais no assunto, espero que na próxima etapa do projeto, produzindo o áudio livro, o interesse aumente na prática também. No semestre que vem ficarei responsável pela assistência da produção. Thais Duarte: Nesse trabalho me possibilitou conhecer de forma mais aprofundada como o Audiobook pode ser uma plataforma grande de consumo futuramente. No Audiobook podemos aventurar em vários temas, e a facilidade de consumo

em

qualquer

lugar

em

qualquer

aparelho

tecnológico.

Os efeitos sonoros é uma dos fundamentos mais importantes do Audiobook, o som traz a emoção de cada palavra narrada, o som ele dá ao ouvinte o sentimento e o imaginário da cena que o narrador ou o ator estão contando a história. A função de sonoplastia é a parte que transforma só a fala em magia, nos leva dentro da história a cada efeito.


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Vinícius Coradi: Eu fiquei como diretor geral pro projeto, de início houve bastante conversa até decidirmos o que iríamos fazer, após umas conversas vimos que muitos queria algo no sentido de audiobook, começamos a pesquisar obras que poderiam ser feitas e como fazer, durante isso percebemos que não seria tão fácil, está sendo muito interessante fazer toda essa pesquisa e a pré produção de um produto desse tipo. Um dos grandes desafios foi na questão do orçamento, pois para narrador de audiobook, não existe um piso de pagamento, então conversei com um narrador que já trabalha nessa área, e ele me explicou que existe uma espécie de discussão sobre isso, não existe um preço tabelado, alguns estúdios pagam de 250 a 450 reais a hora editada, então decidimos colocar 325 reais que é o valor que eles estão lutando para ser regulamentado no momento. No próximo semestre eu serei o locutor e o diretor do audiobook, estou bem animado com a ideia dos desafios que virão pela frente.


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APÊNDICES (em andamento) MAPA DE ARQUIVOS SONOROS FOLHA DE ARQUIVOS SONOROS CASTING CONTO CASTING LIVRO ORDEM DO DIA ROTEIRO CONTO ROTEIRO LIVRO ROTEIRO MAKING OF DECUPAGEM CONTO DECUPAGEM LIVRO GRÁFICO PESQUISA ORDEM DO DIA


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ANEXOS


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