FERACAST

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FERACAST:

estudo de caso sobre o podcast na comunicação corporativa

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO GIOVANNA MACHADO SALVATORE

SÃO20PAULO21

estudo de caso sobre o podcast na comunicação corporativa

Monografia desenvolvida como etapa final de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação da Profa. Dra. Mirian Meliani

GIOVANNA MACHADO SALVATORE

FERACAST:

São2021Paulo

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AGRADECIMENTOS

Dedico com gratidão este trabalho à equipe de endomarketing na BRQ, da qual faço parte, que tornou esse projeto possível e concretizou uma das realizações profissionais mais importante para mim: narrar um podcast. Agradeço também à minha família, que aguentou uma universitária em fase de TCC, porque não é fácil E agradeço a Deus por me acompanhar em todo tempo! Obrigada.

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o Feracast podcast produzido pela Equipe de endomarketing com o relato dos acontecimentos, das notícias e com entrevistas de profissionais da própria empresa, especialistas em algum assunto da BRQ Digital Solutions e entender qual a extensão que essa iniciativa tem no mercado da comunicação corporativa e empresarial, no seu âmbito geral. O estudo abordará como o podcast ascendeu no Brasil durante a pandemia, e qual a importância dessa mídia para que a fadiga das telas não desanime os profissionais que estão em home office, a fim de mantê los próximos, mesmo que digitalmente. Além disso, este trabalho explicará, através de entrevistas com especialistas, como a comunicação corporativa pode se fortalecer com o podcast, um produto sonoro que tem um grande potencial de informar, sensibilizar e emocionar o ouvinte por meio das informações gravadas e editadas.

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RESUMO

Palavras-chave: Podcast em endomarketing; Endomarketing na pandemia; Home office; Comunicação corporativa; BRQ Digital Solutions

4.2 Linguagem formal x informal 42

2.2

Apêndice B: Gabriela Viana 60

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 52

SUMÁRIO

3.3 Imersão através do som 31

Apêndice A: Formulário 59

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Apêndice C: Isabela Medeiros 62

2.1 “Plataformização” da vida 10 Conexão cultural 15

3. ENDOMARKETING E NOVAS MÍDIAS 17

Apresentando: a inovação da Comunicação Interna 17

3.2 Conversa entre amigos: cada um em sua casa 25

REFERÊNCIAS 56

4. COMUNICAÇÃO INTERNA EM 2021 36

2. PODCAST NO BRASIL E SUA ASCENSÃO NA PANDEMIA DE COVID-1910

1. INTRODUÇÃO 08

Apêndice E: Beatriz Alves 65

APÊNDICE 59

4.3 Não precisa de muito para começar 47

3.1

4.1 Consumo de conteúdo por demanda 36

Apêndice D: Magali Sanioto e Paula Molina 63

Figura 1: Participação do profissional 14

Figura 2: Reações ao lançamento do Feracast 19

Figura 8: Interação sobre a sonoplastia 34

Figura 5: Sugestões de inserir entrevista 23

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Figura 4: Reproduções dos últimos episódios 21

Figura 7: Interação sobre a entrevista 28

Figura 9: Print do perfil @eivocedoladodai 48

Figura 10: Formulário aplicado 59

Figura 3: Reproduções dos últimos 30 dias 20

Figura 6: Reações ao episódio 11 24

LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1: Relevância do Canal 23 Gráfico 2: Consumo de podcast 30 Gráfico 3: Canal de acesso 39

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LISTA DE GRÁFICOS

Na BRQ, em 2021, foi lançado o podcast em endomarketing para alcançar os profissionais fora da tela, onde passam a maior parte do tempo e também àqueles que trabalham para o cliente da BRQ e não têm acesso à rede social interna, devido a restrições

1. INTRODUÇÃO

Apesar de o produto podcast ser “novo” no ambiente de endomarketing uma área que está se desenvolvendo muito em tempos de trabalho remoto, o fato de não ficar preso a uma tela e ainda ficar por dentro de tudo o que acontece na BRQ, parecia sonho, mas agora isso caminha para a realidade e estudar o podcast na comunicação corporativa é importante dado que trata se de uma linguagem inovadora, pouco

Em 2020, fomos impactados pela notícia que um vírus pararia o mundo sem previsão de retorno e isso exigiu uma mudança, sem aviso prévio ou sequer preparação. De uma semana para outra, empresas passaram parte das operações para home office, colocando um imenso desafio para a comunicação corporativa: fortalecer o espírito de corpo e garantir que os processos continuem sendo realizados dentro dos níveis de qualidade e eficiência esperados e fazer com que todos tenham acesso as informações e se sintam juntos, mesmo que digitalmente. Demorou, mas a evolução veio e o podcast, conhecido como Feracast, é a prova disso, na BRQ.

O que é o podcast, se não o resgate do velho rádio, no qual ouvem as notícias e dialogam internamente com elas, ou com o radialista, onde quer que estivessem? É isso, que essa nova ferramenta de comunicação, ligada diretamente com a internet traz consigo a facilidade em disseminar qualquer tipo de tema, com o mundo todo.

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Umdessadosdesafios

da equipe de comunicação da BRQ era atingir o profissional que fica alocado no cliente, já que a sua máquina é totalmente configurada no ambiente específico, bloqueando o acesso a rede social interna da empresa, o Workplace, e o maior foco dessa ferramenta é alcançar a todos os profissionais da BRQ.

E o que isso tem a ver com a pandemia? Verdade seja dita: ninguém mais aguenta tanta notícia ruim consumida através das telas, ou até mesmo as intermináveis reuniões online, para quem está em home office. Segundo dados da ABPOD (Associação Brasileira de Podcasters) consumo de podcast no Brasil cresceu 18% em 2020, e a tendência é só aumentar.

Fato é, que o podcast para fins de comunicação corporativa pode não ser viável para todos os seguimentos empresariais, mas todas as empresas podem tentar introduzir se nessa nova era da comunicação, em seu ritmo.

9 conhecida em ambientes corporativos e ganha espaço neste momento em que o trabalho remoto só evolui.

O consumo de conteúdo por demanda, demonstra que é de interesse da companhia fazer o possível para que a notícia ou uma informação importante chegue até o profissional, o que constata cuidado e devolve, de forma figurativa, a sensação de que algum colega está te contando aquilo pessoalmente, durante um café casual, no escritório enquanto o colaborador escuta o podcast interno. E é exatamente isso que veremos, daqui para frente.

É preciso manter o senso de equipe e estimular através da comunicação a proximidade, como se estivessem eternamente em uma roda de conversa. O podcast ter ascendido no Brasil, e consumido em diversas temáticas diferentes, não é coincidência. O profissional que está em casa ou que teve alteração no modelo de trabalho, encontra-se carente de uma rotina e é exatamente com essa missão que a área de Endomarketing da BRQ inovou.

Como medida emergencial, houve a necessidade da migração de uma vida presencial para online por questões de sobrevivência, o que desencadeou uma série de novos hábitos que foram requisitados para que a sociedade permanecesse em segurança: ficarem cada um em sua casa, vendo o mundo através de seus computadores, celulares e televisores e, inclusive, se comunicarem apenas por meio de seus aparelhos e a distância do receptor.

2. PODCAST NO BRASIL E SUA ASCENSÃO NA PANDEMIA DE COVID-19

2.1“Plataformização” da vida

O aumento de consumo do podcast no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Podcasters (ABOPD) cresceu 18% em 2020. Mas por que isso aconteceu?Coma maioria das pessoas em casa por conta do plano de contingência contra o vírus da COVID 19, a vida migrou para as plataformas. No início da pandemia, quando tudo estava fechado, só era possível fazer compras no supermercado, ou até mesmo ver o mundo, através de telas. O fenômeno chamado “plataformização” foi primeiro descrito por Anne Helmond (2015) como um processo de emergência e consolidação das plataformas enquanto “modelo econômico e infraestrutura dominante das redes sociais online” (HELMOND, 2015) e foi exatamente o que foi vivido em 2020, no início do isolamento social.

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Nesse capítulo, a pesquisa abordará o fenômeno da vida através das plataformas, como a nova realidade de confinamento exigiu do ser humano uma adaptação repentina e de que forma a BRQ Digital Solutions buscou contornar a distância para que a comunicação interna chegasse de forma igualitária para todos os profissionais da empresa com o podcast chamado “Feracast.”

Pequenos hábitos fazem a diferença, e foi isso que o “novo normal” imposto pela pandemia de COVID 19 que começou em 2020 trouxe à tona para todos. A comunicação nesse momento só poderia ser feita a distância, as telas eram as janelas para o mundo e, no momento que as empresas colocaram seus funcionários para trabalharem de casa ou diminuíram turnos, o desafio para manter todos informados tinha apenas começado.

forma, é entendível que o podcast foi “redescoberto” como uma das formas mais próximas e fiéis a uma conversa sob demanda, entre amigos, pensando exclusivamente sobre a comunicação entre pessoas que não eram do convívio social do ouvinte.Além

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Cada vez mais, o marasmo do isolamento e da repetição de ações, despertou a curiosidade ou até mesmo a necessidade por novos formatos de conversar com outras pessoas e se manter informado, sem ligar a televisão ou acessar um jornal online.Dessa

da ideia de criar uma conversa, o podcast se tornou parceiro das tarefas de quem escuta, durante o seu dia, pois é uma forma de continuar consumindo o conteúdo como notícias das últimas horas ou uma série fictícia enquanto realiza se praticamente qualquer atividade.

Com o aumento de consumo da mídia em áudio no Brasil, a pluralidade de assuntos para quem quer escutar se tornou extensa e muito diversa. Então, para trabalhar essa disputa por atenção, dentro da empresa, é exigida da equipe que produz esse material a consciência de que, talvez, aquele podcast com as notícias da semana possa ser o mais próximo que o ouvinte terá de interação com outras pessoas, naquele dia.

Nos próximos capítulos, será abordado como a tecnologia favoreceu essa mídia em áudio a alcançar novos públicos e as vantagens que produzir um podcast para comunicação interna de uma empresa tem na necessidade de manter todos os colaboradores informados e juntos, mesmo que digitalmente e através da voz. Mas, nessa primeira parte, a inovação em usar a tecnologia a favor da saúde e seus desafios, em comunicação interna, serão o foco.

É preciso entender, que estando distantes, os desafios para a área de endomarketing mudam. Se essa comunicação está chegando nas pessoas e qual é o melhor jeito de falar com elas torna se o foco da mudança.

Em uma entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings, Gabriela Viana, Jornalista e vencedora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos de 2019, na categoria 'Produção em Áudio’, destacou o ponto mais importante do podcast, que é manter a audiência, e reforça que para a comunicação interna, o desafio é aproximar as áreas e construir uma rotina junto ao profissional:

Talvez a falta de tempo que a rotina maçante de escritórios presenciais exigia do profissional agora tenha dado espaço para fazer uma refeição no começo da manhã, com mais calma. Mas, ao mesmo tempo abre espaço que aquele colega ocupava, com um bom papo. E nesse momento, é possível inserir a comunicação corporativa com o áudio que pode acompanhá-lo durante aquele momento. Ou não. Talvez essa pessoa hipotética não tenha o hábito de escutar podcast ou até tenha, mas esse tempo é curto demais e ela precisa de uma comunicação mais objetiva.

A comunicação sempre fora feita por via de plataformas, por meio de facilitadores para que a mensagem emitida chegasse ao receptor.

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Se eu tenho um lugar para consumir o conteúdo que seja mais prático pra mim, eu aperto o play ali enquanto eu checo meus emails e acho que é uma boa estratégia de aproximação, você humaniza as pessoas. Quais são as chances, em tempos de pandemia, de termos esse tipo de troca? (VIANA, 2021, Apêndice B)

O ambiente digital teve seus momentos de transformação. É possível recordar a década seguinte à retirada norte-americana do Vietnã, com o desenvolvimento da comunicação por computador e satélite, onde as notícias viajavam muito mais rapidamente que antes, o que gerava um sentimento de proximidade, como afirma Peter Burke (2016, p. 306). Mas o impacto que a consumação de conteúdo por demanda teve no público, com a ajuda de videocassetes, fez com que os telespectadores recepcionassem bem a possibilidade de assistir ao que estava acontecendo quando queriam fora do "tempo real".

Ainda na entrevista realizada virtualmente com Gabriela Viana, a jornalista aponta:

De uma forma ou de outra, o desafio de manter a audiência sob o que a empresa quer comunicar, tendo que disputar a atenção com diversas plataformas, é extremamente significante e a chance de usar a tecnologia a favor da saúde, colaborar para o aumento do consumo de podcast no Brasil e construir uma nova cultura em comunicação interna, pede atenção dos produtores de conteúdo corporativos.

Quando você fala em podcast interno, traz um ar de modernidade pra sua marca, que muitas ainda não tem ou não estão preparadas. É preciso educar o público pra ouvir o que é novo. Tem gente que ainda vai preferir o e mail tradicional. Uma coisa não anula a outra, elas se completam (VIANA, 2021, Apêndice B)

Como afirma Manuel Castells, a novidade que envolve tecnologia tem mais poder, ganha maior notoriedade de acordo com a proximidade que o consumidor final tem com aquilo. Não apenas impostas, as características que podem ajudar a atrair novos entusiastas a colaborarem com o que é sugerido, de forma com que se sintam parte de um feito impactante para a sociedade.

Com todo o mundo tendo que se comunicar através da internet e por meio de seus facilitadores, o público que consome conteúdos ganhou voz, e concedê la é um modo de fidelizar o consumidor a seguir aquele meio de comunicação e buscar de forma prioritária se manter informado através ele. Analisando o caso da empresa BRQ Digital Solutions, o método de estudo dessa pesquisa, incluiu dar voz aos profissionais na rede social corporativa Workplace, ambiente em que o Feracast (podcast da BRQ) surgiu e evoluiu para um formato capaz de gerar mais aceitação entre os ouvintes internos. (Fig.1)

O sociólogo Manuel Castells, em sua obra A Sociedade em Rede (1996 2000) reflete sobre como a sociedade reagiu mediante às revoluções industriais e tecnológicas e como a influência do novo marcou gerações:

Hoje, tratando se de Comunicação Interna, que é o foco da pesquisa, mandar e mail, fazer uma publicação na intranet, ou em um jornal corporativo, são meios tradicionais de comunicar a todos os times sobre o que se passa na empresa e o fato de adicionar uma mídia, que é o podcast, pode ser o sucesso ou o retrocesso para a área de Endomarketing ou que cuida das pessoas da companhia. Educar um público para que consuma um novo formato e o conheça é um desafio que todo produtor de conteúdo precisa abraçar e focar, pois é nesse ponto que está o objetivo da implantação de algo novo: reter a atenção do ouvinte.

[...] a difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, à medida que os usuários se apropriam dela e a redefinem. As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa (CASTELLS, 1996-2000, p. 69)

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Captura de tela feita em 08/04/2021, contendo um comentário realizado no Workplace, após a publicação do 2º episódio do Feracast, onde o profissional sugeriu a implementação das entrevistas no programa.

Evidenciando as mudanças no podcast, a mensagem transmitida é de que o conteúdo está literalmente sendo produzido por eles e a eles, e não somente como mais um meio de comunicação para ser acessado.

Como afirma Castells (1996 2000, p. 69),a medida que os usuários tomam para si uma tecnologia, eles tem o poder de redefini-lá. Isso pode acontecer direta ou indiretamente, mas a forma de fazer comunicação nos dias atuais tende a ter o foco em pessoas, não somente em instaurar uma nova plataforma e impor o consumo, pois a discussão sobre a importância do usuário ter uma experiência positiva sobre uma plataforma é de grande interesse de quem produz.

Os benefícios de trazer o podcast para comunicação interna, no caso da BRQ, foi dar voz aos colaboradores em meio a tantas formas de se comunicarem.

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Figura 1: Participação do profissional

Ao se sentirem parte de um meio que tem como foco informá-los, e onde possuem liberdade para conversarem diretamente com quem produz conteúdo é plausível afirmar que o fenômeno da vida através das telas tem abertura para humanizar as realções, mesmo que por meio da internet.

Mais a frente, a presente pesquisa abordará os efeitos que métricas estabelecidas e alcançadas tem na perpetuação de um projeto lançado como teste e de que forma o feedback do consumidor, e no caso do podcast, o ouvinte, intercede sobre os próximos passos.

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Jenkins (2014, p. 345), a propagação de uma mídia está diretamente ligada a capacidade técnica e cultural de uma comunidade e é nesse raciocínio que a implantação de um novo canal de comunicação precisa ser analisada, antes da inserção dentro das empresas.

A queda das barreiras, a abertura do Windows e o surgimento do PC tudo isso combinado para empoderar mais indivíduos do que nunca a fim de se tornarem autores de seu próprio conteúdo em forma digital. Depois, a difusão da internet e o surgimento da vida, via web, graças ao navegador e às fibras ópticas, possibilitaram a mais pessoas do que antes se conectar e compartilhar conteúdo digital com outras pessoas por menos dinheiro do que em qualquer momento anterior. (...] De repente estava disponível uma plataforma para colaboração que todo tipo de pessoa do mundo inteiro podia agora ligar e usar, competir e se conectar, para compartilhar trabalho, trocar conhecimento, iniciar empresas e inventar e vender produtos e serviços. (FRIEDMAN, 2005, p. 92 apud JENKINS, GREEN & FORD, 2014, p. 344)

Anteriormente, a pesquisa abordou sobre os impactos que a plataformização da vida trouxe com afinco, no último ano principalmente, e de que forma as telas estão inseridas, interferindo ou facilitando as atividades diárias.

Como afirma Jenkins (2014, p. 344), ao citar um apontamento do autor Thomas Friedman (2015), a convergência de várias tecnologias pode sim acarretar prejuízo para as mais antigas, mas também pode significar que a informação detém um poder maior sendo disseminada por vários emissores Inserir podcast em endomarketing é uma forma de “vender” as informações aos profissionais de uma forma diferente, colaborativa e acessível de qualquer lugar que a pessoa esteja, contanto que tenha acesso a internet, e é nesse ponto que a obra Cultura da conexão (JENKINS, 2014) friza a importância do consumidor estar conectado 100% do tempo, pois aquilo que não se propaga, morre.

2.2 Conexão Cultural

É possivel usar a seguinte abordagem: o aumento do consumo de podcast no Brasil é uma consequência da globalização, tratando se do cenário midiático. Pode ser vista como uma suposta eliminação cultural de outro canal de comunicação ou uma chance de propagação maior daquele conteúdo, graças à plataforma onde está

hospedado.Para

Pensando no impacto que uma mídia tem em gerar significado e valorização, tornando se propagável a medida que os consumidores se assemelham à ela é que a equipe responsável pela implantação de um projeto para comunicação, como o podcast, tem que focar.

O estudo da conexão que há entre o emissor, o meio e a mensagem, no caso da produção do Feracast foi pautado nos canais que os profissionais tem acesso, os ambientes que eles conectam durante o trabalho e de que forma a informação chegaria de maneira mais eficiente a todos.

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Como afirma Julia Helen (2014, p. 83), em sua resenha sobre a obra de Jenkins, atualmente, a cultura do público de ser apenas consumidor está sendo quebrada, ele se vê no papel de participar, discutir, interagir, criticar, e principalmente espalhar aquilo que recebe.

Mais a diante, a pesquisa abordará como que os profissionais participaram de forma ativa do Feracast, contribuindo assim para a evolução do projeto, mas o que é necessário salientar é que com esse movimento, os consumidores de conteúdo estão se tornarndo os produtores, mesmo que indiretamente.

Como cita Saul Bekin, o então gerente de produtos da empresa Johnson & Johnson, na década de 70, os profissionais que excercem o papel de endomarketing nas empresas têm como único cliente os próprios funcionários e como objetivo final promover sinergia através de suas ações internas.

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3.1 Apresentando: a inovação da Comunicação Interna

Trazendo para a realidade, a área de endomarketing de uma empresa tem como foco prover bem estar para os profissionais, desenvolver uma cultura inclusiva e quase criar um estilo de vida corporativo que é possível.

O podcast não foi descoberto ou criado recentemente. Mas ser inserida em endomarketing para fins de comunicação interna é onde está a novidade para as empresas que adotaram essa nova mídia como estratégia e como foi o caso da BRQ Digital Solutions, na criação e execução do Feracast.

Em entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings com Isabela Medeiros, jornalista, professora e produtora de podcast, é citado que o podcast, antes de colocarmos vários nomes, é uma conversa que chega a qualquer lugar; então, precisamos voltar e simplificar essa modernidade, ressurgindo com a raiz da mídia em áudio: o rádio.

3. ENDOMARKETING E AS NOVAS MÍDIAS

O Endomarketing, como a própria nomenclatura já diz, é a realização do ‘marketing para dentro’, ou seja, é o marketing interno preocupado com a formação e a motivação dos funcionários de uma empresa, para que eles possam tratar de maneira ágil e solícita os seus clientes. Isso pode ser comprovado com a afirmação de Bekin (2004, p.3), que foi o pioneiro no Brasil a utilizar o conceito de Endomarketing, “promover entre os funcionários e os departamentos os valores destinados a servir o cliente ou, dependendo do caso, o consumidor”.

Ferraretto, Doutor em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pontuou (2020): “Para além do que o senso comum considera, o passado não

Essa parte do estudo procurará explicar como a tecnologia e os novos meios de fortalecimento da marca interna contribuíram para uma nova visão da empresa sob a área de endomarketing, aproximou as pessoas (mesmo que cada uma em sua casa) e imergiu os profissionais a se engajarem nas comunicações internas.

A história é respaldo e facilitadora na hora de implantar essa mídia internamente nas empresas, que abordaremos mais pra frente, nesse estudo. Por exemplo, o profissional pode não consumir de forma deliberada o podcast, mas pode haver uma memória de infância onde a família se reunia para ouvir as notícias através do rádio e que remeta à familiaridade.

se extingue totalmente e há sempre a possibilidade de que surjam novos indícios ou provas a respeito de algo” (FERRARETO, 2020, p. 12)

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Ao abordar a Época de Ouro do Rádio, Ferrareto (2020) coloca em questão a ideia de interatividade, quando comparada ao contexto atual.

McLuhan (2005, p. 145) viu o rádio como uma nova mídia que provocava efeitos transformadores na sociedade, e concluiu que esses vão destacar, obsolescer, resgatar e reverter. Qual seria o efeito do podcast em uma área considerada conservadora, como o endomarketing?

Se na Era de Ouro do Rádio a eletricidade representava a grande inovação técnica, hoje o formato de podcast está mergulhado em um tipo de ambiente digital que influencia o modo como o público recebe o produto. No endomarketing, essa característica vem sendo direcionada para resolver os desafios diários, fazendo com que a comunicação prevaleça e chegue de forma rápida e eficaz aos profissionais, demonstrando que não importa como o dia dele esteja corrido, a área se adaptou à rotina e entregou a informação com a mesma intenção e qualidade que fora publicada em rede social interna, por exemplo.

Como aponta Ferrareto, toda e qualquer troca de comunicação entre seres humanos é o que mantém a proximidade das relações, independente da distância. Hoje, o rádio não cumpre as mesmas funções, por exemplo, de quando surgiu no caso das radionovelas. E apesar do foco majoritário ser as notícias diárias ou reprodução de faixas musicais, é nele que está enraizado o podcast, que por ser uma modalidade nova, ainda depende de testes para saber em quais casos e como pode dar certo. Na Comunicação Interna não seria diferente.

Por que usar a expressão “época de ouro” se a participação do ouvinte, embora existente, era muito menor do que a verificada na contemporaneidade, sob a vigência das redes sociais? Por que usar a expressão “época de ouro” se a presença do meio na residência das pessoas estava limitada à existência da rede de energia elétrica da qual dependiam para funcionar aparelhos valvulados de tamanho considerável? (FERRARETO, 2020, p. 16)

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Se analisar o comentário do profissional Marcos Antonio Boaventura (Fig. 2), quando mencionado que novidades são esperadas, cria se uma expectativa que a produção do podcast terá que inovar a cada episódio para que a audiência, no caso

Na imagem acima (Fig. 2), é possível vizualizar que MCLUHAN estava certo ao afirmar (2005, p. 145) que toda nova mídia provoca efeitos que não são passiveis de mensuração, e que estaremos sujeitos ao retorno do público a cada lançamento.

Ao implantar o Feracast (objeto de estudo dessa pesquisa), o objetivo da equipe da BRQ era entregar de forma nivelada a informação a todos os profissionais, onde quer que estivessem. Foi nesse momento que o teste começou e a mensuração dos resultados veio através das análises de relatórios, mas inicialmente, o impacto da novidade foi notório através das reações dos profissionais.

Figura 2: Reações ao lançamento do Feracast

Comentários da rede social Workplace, retirados em 15/02/21. Fonte: Workplace

Como apontam os profissionais que reagiram comentando na publicação, o objetivo inicial que era fazer com que a informação chegasse a todos de forma nivelada, independete do canal de comunicação estava muito próximo da realidade. Quando o profissional Paulo Sergio Vela afirma (Fig. 2) que muitas vezes passaria desapercebido por alguma notícia no feed do Workplace, mas que ouvindo o Feracast enquanto praticava suas atividades diárias ele conseguia ficar inteirado nos principais assuntos, demonstra que, aos poucos, a implantação do podcast em endomarketing cumpriria seus objetivos internos.

20 dele, se mantivesse fiel. E é nesse momento que é possível notar a importancia de medir a cada lançamento as métricas de consumo. Se a cada novidade, o engajamento aumentar ou diminuir, um padrão do que fazer ou o que evitar poderá ser instaurado e as chances de não alcançar a meta serão consideravelmente menores, e é o que se pode observar na Figura 3.

Insights do perfil da BRQ, retirados do Soundcloud em 27/09/21 Fonte: Soundcloud

Na imagem acima (Fig. 3) vemos os resultados das faixas mais reproduzidas desde o início do Feracast (março de 2021). Como McLuhan afirmou, de fato a novidade prevalece o interesse e isso se reflete na faixa denominada “Fera Cast Episódio 1”. A faixa piloto contém um roteiro de apresentação das narradoras, objetivo inicial do podcast e um compilado das principais notícias daquela semana.

Figura 3: Reproduções dos últimos 30 dias

A BRQ Digital Solutions (empresa detentora do Feracast) atualmente possui cerca de 3 000 colaboradores em sua rede, e que devido a nova política de Anywhere Office trabalhe de qualquer lugar, está presente em mais de 259 cidades pelo Brasil, e até mesmo em alguns países na Europa, além de um escritório nos estados Unidos da América. Então, se analisado somente o número de reproduções do primeiro episódio, conclui se que foi um sucesso absoluto. Mas isso não se perpetua nas faixas seguintes, pois a denominada “Nova era” já não é tão nova como antes e a curiosidade já teria diminuido significativamente.

Insights da plataforma Soundcloud, onde o podcast está hospedado. Acesso em 27/09/21. Fonte: Soundcloud.

Analisando a imagem acima (Fig.4), temos as 3 últimas faixas publicadas em setembro de 2021, quando esse estudo foi desenvolvido, do Feracast e suas reproduções, logo abaixo. Desde o início, o foco dos roteiros era apenas relatar as notícias que impactariam a rotina dos profissionais, mas isso foi mudando, através de feedbacks recebidos dos ouvintes, e mesmo assim, não obtiveram 10% das reproduções em comparação à faixa 1.

Essa informação pode significar duas coisas: de fato McLuhan estava certo e apenas o que é novidade causa curiosidade, ou que a área de endomarketing que produz a mídia conseguiu fidelizar cerca de 100 ouvintes por faixa postada o que significaria 100 pessoas capazes de disseminar a informação consumida, aos demais parceiros de trabalho, o que seria extremamente próximo ao objetivo original: informar a todos de forma igualitária.

A inovação se dá quando há riscos. Quanto a tudo o que é novo, não se tem conhecimento de onde vai parar e o que vai resultar. Como disse Paula Molina, coordenadora de Endomarketing na BRQ e uma das produtoras do podcast em uma entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings: “O Feracast foi um exemplo da autonomia que nós temos de experimentar canais novos e ver se eles funcionam. Isso reforça o espaço que a área tem dentro da empresa” (MOLINA, 2021, Apêndice D)

Figura 4: Reproduções dos últimos episódios

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Se refletirmos sobre o impacto que uma inovação tem dentro da empresa, a credibilidade que a área ganhou com essa implantação de projeto sonoro, ajuda, mantém e facilita que a informação correta seja buscada pelo profissional que a

Quando você coloca uma pessoa da própria empresa para se comunicar com os profissionais, transmite credibilidade e um ar de “eu não vou questionar essa informação porque confio em quem está me informando” por parte do ouvinte. (SANIOTO, 2021, Apêndice D)

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Como afirma Magali, o emissor da mensagem chega antes dessa. Dependendo de quem transmite determinada notícia, seu peso e importância são pré julgados, antes mesmo da consumação do conteúdo.

Na mesma entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings, Magali Sanioto, analista de marketing sênior e uma das produtoras do Feracast, reforça:

procura, e que ele somente confiará na resposta se vinda de pessoas públicas da empresa, em quem ele acredita, a cada comunicado.

Em uma pesquisa realizada com os profissionais da BRQ, através da plataforma Microsoft Forms, revela (Gráfico 1) que 75% dos respondentes afirmam a relevância da nova mídia, o Feracast, quando questionados se desde o início do programa, eles foram impactados por elas.

Os indicadores mostram que, apesar da novidade ter feito mais sucesso, as reproduções continuaram, pois, impactaram de alguma forma os ouvintes e a informação foi levada adiante.

Gráfico retirado da pesquisa feita via Microsoft Forms, em setembro de 2021. Fonte: autoria própria.

75% 25%

RELEVÂNCIA DO CANAL

Sim, me ajuda com as atualizações acontecimentosdosda BRQ

Não, eu até ouço mas parece só mais uma plataforma para acessarmos

Comentários da rede social Workplace, retirados em 15/02/21. Fonte: Workplace

Se pensado sobre os 25% (Gráf.1) que relataram a semelhança entre as plataformas (na BRQ é utilizado o Workplace como rede social corporativa e o repositório exclusivo para a publicação de informações internas), eles não estão errados. No início, o podcast era somente gravado com a citação das principais novidades daquela quinzena, então, sim, era um espelho fiel ao que já havia sido postado.

Gráfico 1: Relevância Do Canal

Figura 5: Sugestão de inserir entrevista

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Analisando o comentário que profissional Ranieri de Messias fezno lançamento do Feracast, reflete exatamente o que já fora citado aqui, sobre a credibilidade. A inserção de entrevistas, quando o programa estreou, não estava no escopo da equipe de Endomarketing da BRQ, mas como o contato com o profissional não era mais frequente, devido ao home office, dar voz à sugestão proposta abriu novos formatos de fazer um podcast interno e de medir o impacto que tem um profissional fazer uma sugestão e ela ser acatada. Vale mencionar que, algumas edições depois, o profissional (Fig.5) foi protagonista em uma das entrevistas do podcats no Episódio 15, para falar sobre uma Live que tinha feito no Workplace a respeito de um projeto que estava trabalhando e que impactaria grande parte da empresa.

Figura 6: Reações ao episódio 11

O foco, analisando a estrutura do novo programa, mudou rapidamente após o lançamento do primeiro episódio e a partir do Episódio 11, onde o Líder de uma das soluções de tecnologia investidas pela BRQ contou sobre a importância e o impacto que aquele produto tem na Companhia e marcou o início da evolução do formato do podcast, na BRQ.

Comentários da rede social Workplace, retirados em 01/07/21.

Fonte: Workplace

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A mudança lenta e gradual para um novo formato de podcast surgiu, com a gravação de entrevistas com especialistas de alguma área da empresa, tirando as principais dúvidas sobre o que ele trabalhava seja um projeto interno ou com o cliente que a BRQ atende. A pesquisa abordará a importância da implantação das entrevistas no próximo tópico desse capítulo, mas é importante ressaltar que os profissionais precisam tomar nota de que a área produtora do podcast ou do conteúdo proposto está em constante evolução para trazer a memória do modelo de trabalho presencial: uma pausa para o café e para a troca de informações internas.

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3.2 Conversa entre amigos, cada um em sua casa

Esse estudo tem como um dos objetivos entender qual a extensão que essa iniciativa de podcast interno de profissionais para profissionais, tem no mercado da comunicação corporativa e empresarial e como a comunicação corporativa pode se fortalecer com o podcast. Se é possível dar sequência aos próximos capítulos e resumir o que fora aprendido: a nova era veio para ficar, mas é preciso conhecer para quem se está comunicando e se o público que vai receber essa mídia está familiarizado com o novo formato.

A importância e a familiaridade que o áudio exerce em sua existência serão os próximos tópicos a serem estudados na presente pesquisa. Já foi abordado, mas nesse tópico o foco será diferente: qual o poder de aproximação, de manter todos

Se antes de alterar o formato do programa era esperado que as pessoas reagissem de uma forma, depois da observação feita pelo profissional Arthur Gameiro (Fig. 6) o impacto pôde ser comprovado, ao menos inicialmente. Fazer com que um funcionário conheça uma das soluções da empresa, em meio a tantas informações, através de um novo formato de mídia que é o podcast esclarece que a definição de Endomarketing de Bekin (2004, p. 3), que é promover a sinergia através de suas ações internas, é notória na prática.

O desafio que fora proposto era caminhar junto à rotina de cada colaborador da empresa, garantindo que o teor de conversa permanecesse nas notícias e que as novidades das principais áreas da BRQ fossem relatadas por seus próprios especialistas. E nesse ponto a pesquisa chega em uma zona cinzenta da área de Endomarketing, que fica entre a sugestão e a viabilidade.

A aproximação que a nova mídia trouxe de cada profissional com a área de endomarketing foi uma excelente forma de demonstrar humanidade por trás de cada texto, e que a informação ali estava viva e circulando através de pessoas que de trás da tela, as relatavam. Mas o que o ouvinte não sabe, é que, de tudo o que é pleiteado e novo em uma área, são cobrados resultados. De fato, o engajamento contínuo e constante de um grupo de 100 pessoas, como afirmado acima, é muito importante, por motivos de compartilhamento de informações. Mas é preciso entregar métricas condizentes com as metas, que só serão alcançadas se a inovação não cessar e a abertura de conhecer o público permanecer.

Sincrônico ao objetivo desse trecho do estudo, Edward Carr historiador, jornalista e teórico das relações internacionais, disse exatamente a importância de reforçar através da comunicação o que de fato acontece internamente. Por exemplo, a ordem das notícias nos roteiros do Feracast é por prioridade e conectividade que os assuntos têm, e a entrevista realizada no final é sempre sobre um tema que está em alta, seja na empresa ou no mercado de tecnologia, e é dessa informação que vem a ideia de um podcast ser uma conversa entre amigos.

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As narradoras do podcast da BRQ, antes da pandemia, estavam alocadas no escritório de São Paulo, capital, e eram consideravelmente mais conhecidas pelas pessoas que circulavam o escritório, diariamente.

Quando uma conversa é iniciada entre duas pessoas que se conhecem, geralmente, as novidades são relatadas primeiro, seguidas de situações corriqueiras e pormenores A produção de um podcast, segue a mesma lógica. “A parte das entrevistas é como se a gente chamasse um amigo pra falar e apresentar para o

juntos, mesmo que digitalmente, o podcast com as informações internas da empresa exerce?Produzir um podcast em endomarketing, traz o controle da narrativa para quem a produz, pois no lugar de “ah, eu ouvi falar...”, o ouvinte vai dizer: “eu ouvi esses dias no Feracast, sobre a nova campanha da área de Marketing. Quero saber mais!”. Ter o poder de agir ativamente nessa percepção e tendo em conta que não existe mais escritório presencial os profissionais na BRQ estão quase 100% em home office desde o início da pandemia de Coronavírus e sem previsão de retorno a informação concentra se e reforça se nessa nova mídia.

Hoje, o cenário é diferente. De entrevista gravada com um líder de projeto, que reside no Rio de Janeiro, até um podcast gravado com um profissional BRQ que mora nos Estados Unidos da América, mas trabalha para projetos do Brasil, as vozes das produtoras ficaram quase mundialmente conhecidas. Com o áudio inserido na comunicação interna, todos os profissionais, de forma igualitária, podem conhecer as vozes de quem comunica, e ter acesso fácil caso tenham alguma dúvida, porque a voz não substitui a presença, mas tem o poder de entrar e preencher a rotina de um dia comum, no trabalho em casa.“É comum dizer-se que os fatos falam por si. Naturalmente isto não é verdade. Os fatos falam apenas quando o historiador os aborda: é ele quem decide quais os fatos que vêm à cena e em que ordem ou contexto” (CARR, 1996, p. 47).

Então, há uma ambientação, uma sensação de pertencimento imersivo do ouvinte com o entrevistado, como se estivessem lado a lado. Pôde se observar em alguns feedbacks recebidos dos ouvintes, que algumas entrevistas realizadas no programa foram oportunidade e porta de entrada para que o ouvinte conheça a informação. Há evidências disso na pesquisa realizada com os profissionais da BRQ, através da plataforma Microsoft Forms, onde um profissional relata ao ser questionado sobre qual informação ele ficou sabendo exclusivamente através do Episódio 16 do Feracast, publicado em 09 de setembro de 2021: “soube da criação do ambiente de treinamento no BTG. Não tinha conhecimento disso, mesmo trabalhando dentro do cliente”, e também nos comentários da publicação do Episódio, realizada no Workplace, a rede social corporativa da BRQ (Figuras 2, 5 e 6)

27 ouvinte. Isso dá uma dinâmica para a conversa e gera a sensação de proximidade com o narrador” (SANIOTO, 2021, Apêndice D)

Essa colocação da entrevistada feita com a Magali Sanioto, uma das produtoras do Feracast, é muito factual e perceptível na audiência. Falando especificamente das entrevistas, que é o carro-chefe do podcast interno da BRQ, atualmente, funciona da seguinte forma: as primeiras perguntas são gerais, como por exemplo o que é a área ou projeto que o entrevistado atua, qual a função dele no fluxo do processo e quais os benefícios que aquela oferta fornece à empresa. As perguntas de fechamento são específicas, como se há casos de sucesso em projetos do cliente, usufruindo das habilidades que a área entrevistada possui e quem o ouvinte pode procurar se quiser saber mais sobre o assunto abordado.

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Dar espaço para a pessoa falar do que ela está fazendo, no caso das entrevistas, aproxima mesmo, pois às vezes no texto fica mais frio, se só relatarmos como comunicação. Então trazer um profissional para falar do próprio projeto, aproxima o ouvinte e gera valor (MOLINA, 2021, Apêndice D)

Captura de tela realizada em julho de 2021, com um feedback positivo do ouvinte após ouvir o episódio novo. Fonte: Workplace

Como afirma Paula Molina, uma das produtoras do Feracast, além da credibilidade de quem transmite a mensagem, ouvir uma informação ajuda ainda mais a fixar o conteúdo e manter a sensação de proximidade. Credibilidade é uma característica relevante de transmitir através de uma informação. Ao trazer os próprios profissionais da empresa para falarem sobre a importância do trabalho deles na companhia, encurta o distanciamento que muitas vezes o texto traz, e através da voz, é possível tornar “palpável” a proximidade que o ouvinte tem com o assunto. Essa abordagem destaca que a equipe produtora do Podcast segue adaptando o roteiro para se encaixar no interesse, no tempo e na rotina de quem o ouve.

Figura 7: Interação sobre a entrevista

Analisando junto ao estudo proposto com este trabalho, o que seriam as entrevistas se não formas de aprofundar os assuntos que são importantes para a empresa, mas que no dia a dia da Comunicação Interna, não possuem espaço na agenda?Esses momentos de troca de conhecimento com o especialista que a produção do Feracast aborda, têm a missão de gerar no ouvinte a sensação de pertencimento ao que está sendo abordado. Mesmo que o profissional nunca tenha ouvido falar daquela área ou saiba o que o projeto mencionado faz, mas ao entrar em contato com as explicações e mensurar o impacto que isso traz para a empresa, quem está do outro lado dos fones de ouvido entende um dos diversos processos que fazem a empresa manter se funcionando.

Na entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings, Gabriela Viana contou o motivo do surgimento do Vozes: Histórias e Reflexões, podcast de audiodocumentário da CBN: “O Vozes nasceu com o objetivo de nos posicionarmos sobre assuntos que nem sempre a gente se posiciona no dia a dia, porque não dá tempo.”

Esse produto da CBN aborda pautas de ansiedade à adoção, eram assuntos pensados de pessoas para pessoas, com o objetivo de trazer à luz temas aos quais na correria não é possível dar enfoque.

No livro Reflexões sobre Podcast (2014), obra produzida por Lúcio Luiz e mais 9 autores, dentre podcasters e entusiastas da mídia, a primeira obra literária brasileira a abordar a mídia podcast, trazconsigo uma reflexão: Podcast é uma excelente aposta para a comunicação interna das empresas adotar, pois é uma forma calorosa de noticiar coisas corriqueiras e do dia a dia, com os profissionais que, agora, estão todos

não são as mesmas, as pessoas são plurais e a função é outra o que pode significar que o teor de conversas para se atualizarem das novidades interna é diferente. E é a partir dessa premissa que ao implantar um podcast para tratar de informações internas e trazer os próprios profissionais para contarem das suas experiências, quem produz essa nova mídia precisa ter em mente que a sensação de conversa com um colega de trabalho precisa ser a mesma, para todos.

No caso específico da BRQ Digital Solutions, o quadro de profissionais vai de áreas da tecnologia ao Departamento Pessoal, o que quer dizer que as informações podem chegar de formas distintas, pois o tempo que cada setor tem para se informar é diferente.Asrotinas

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Gráfico 2: Consumo do podcast

Gráfico retirado da pesquisa feita via Microsoft Forms, em setembro de 2021. Fonte: autoria própria.

As circunstâncias que podem ter gerado esses dados são várias, e falaremos sobre o consumo de conteúdo por demanda mais à frente, mas observa se que, assim como uma conversa presencial entre amigos, a Comunicação Interna ainda depende da disponibilidade de tempo dos ouvintes, que por sua vez permanecem na dispensação de tempo entre suas tarefas, que não cessam. Então, o desafio de humanizar a mensagem que é passada internamente segue constante para a equipe de Endomarketing da empresa que se predispõe a ouvir o seu público.

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em home office e espalhados pelo Brasil. Partindo dessa abordagem, e devido ao distanciamento social ainda vigente, o diálogo é uma excelente saída para aproximar, como der, cada um, mesmo que estejam em casas e realidades diferentes. Se colocado no papel, a teoria é perfeita. Mas, na prática, não flui muito bem assim.Na pesquisa realizada com os profissionais da BRQ, através da plataforma Microsoft Forms, é possível observar que mesmo com a busca de atingir a todos, de forma igual, não acontece; e 14% dos respondentes relataram que não ouvem o Feracast por falta de tempo (Gráf.2).

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3.3 Imersão através do som

Como afirma Biatriz, a importância de ter uma identidade original e com referência direta ao produto divulgado está no destacamento entre tantos podcasts ou outros produtos existentes. Quando o narrador traz sua própria identidade ao podcast, unindo com a edição personalizada, reflete a aproximação necessária para que o ouvinte reconheça o programa em meio a pluralidade da podosfera

E no Feracast, o objeto de estudo dessa pesquisa, a identidade sonora, é sinônimo de fidelização dos ouvintes, segundo a Designer e Editora Biatriz Alves, que faz parte da equipe de produção do podcast e é responsável por fazer a “magia acontecer”. Em uma entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings, ela divide o seguinte pensamento: “O som também é uma identidade. E como o podcast não é um produto físico, é muito importante que a pessoa reconheça o produto só de olhar a divulgação, ou de ouvir a vinheta no começo do episódio, por exemplo” (ALVES, 2021, Apêndice E)

Gravar, editar, cortar, sonorizar, equalizar e publicar: verbos no infinitivo porque a produção de um podcast exige essa flexibilização.

O podcast traz o ouvinte pra perto através do poder que o áudio e a edição bem-feita, exercem. Mas é possível abordar nesse estudo a magnitude que a sonorização tem, além de criar uma identidade. Quando um produto é lançado ou estreado e não existe uma foto, um objeto ou uma forma de tornar aquilo palpável, ele está fadado ao esquecimento. Então, qual seria a solução para o podcast? Investir em sua marca através das ferramentas que possui: áudio, voz e um conhecimento básico de edição.Pensando exclusivamente na abertura do podcast da BRQ, um rugido de leão, traz um significado enorme ao ouvinte, pois internamente os profissionais são denominados de “Feras” através das comunicações, campanhas e conquistas, o que é um facilitador para chamar a atenção daquele que reproduziu uma faixa do Feracast.

Os elementos "voz, ruídos, música e silêncio" falam com o subconsciente, palco das emoções, e esta é a explicação do poder da linguagem. Relacionando diretamente com o Feracast, o profissional ouve o rugido no começo de cada episódio e já se identifica com aquilo, podendo dizer para si: “Isso foi feito pra mim!”

A professora Gisela Ortriwano (1948 2003), uma das maiores especialistas em rádio jornalismo do Brasil, falou muito a respeito da linguagem radiofônica, da paisagem visual e do quanto é prazeroso ter a liberdade para imaginar. A interatividade é um desejo antigo do ouvinte, nos tempos do rádio a abertura que havia para interagir era pequena, mas hoje, a maioria dos podcasts evoluem graças aos feedbacks que recebem através das redes sociais por exemplo, os narradores curtem falar que receberam sugestão de algum ouvinte, ou falam o famoso “atendendo a pedidos”, para demonstrar proximidade. Então, o áudio, que era pra ser apenas um transmissor de mensagem, passa a fazer parte da troca riquíssima entre quem o produz e quem o consome.

não há uma sinergia entre os narradores, o público e o meio que é transmitido, é necessário voltar e abordar a produção de forma diferente.

Para uma empresa implantar um podcast interno, que mais adiante será tratado de forma profunda, é necessário estar preparada com o que ninguém ensina, mas todo mundo aprende: comunicação.

entrevista virtual, Isabela Medeiros compartilha um caso de quando foi contratada para implantar um podcast interno em uma empresa de contabilidade:

Na entrevista virtual, Biatriz faz uma observação pessoal como ouvinte de podcasts que consome: “Quando eu escuto podcast, principalmente no home office, sinto que tem alguém conversando comigo. Você dá risada junto, ou se simpatiza com a fala, prendendo sua atenção como se fosse uma conversa mesmo” (ALVES, 2021, ApêndiceMasE)se

Fui fazer um piloto pra uma empresa e eram profissionais de mais idade, então não era simplesmente lançar o podcast e mandar o link pra eles, não são da geração dos streamings, então eu tive que voltar alguns passos e ensinar como se consumia aquela mídia (MEDEIROS, 2021, Apêndice C).

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Conhecer o ouvinte vai além de saber qual o nicho que os profissionais daquela empresa atuam: chega a ter relação com a vida e tudo com o que eles se assemelham e se identificam na hora de se informarem. Então, se a empresa possui um público que não é consumidor assíduo de podcast, a apresentação da novidade muda de foco e tem potencial de ficar mais rica, pois não só estreia esse canal de comunicação, mas faz com que quem escuta se sinta acolhido, assim, pode gerar um resultado positivo.Na

Comparando o Podcats, um arquivo de áudio gravado para difusão com o Videocast, que é a mesma mensagem, porém gravada em vídeo, temos um exemplo claro da diferença entre ter e não ter a imagem como parte do entretenimento do consumidor daquele produto. Conforme alguns apontamentos da Editora do Feracast, Biatriz Alvez, conseguimos visualizar as possíveis diferenças de captação de som entre os produtos citados acima: “No Youtube, por exemplo, existem muitos cortes, pra manter a edição perfeita. No podcast, não. E é isso que traz a proximidade de uma conversa, a naturalidade através do áudio porque na vida real, a gente gagueja, dá risada e fala coisas fora do roteiro” (ALVES, 2021, Apêndice E)

Em Paciente 63 (2021), uma audiossérie original brasileira lançada pelo Spotify, que explora várias temáticas de ficção científica como viagem no tempo e futuros distópicos e faz uma reflexão sobre futuro através do presente, é possível notar o poder que a sonorização combinada com as narrações imprime uma paisagem sonora em que o ouvinte imerge. “Ouvir uma série de áudio gera a intimidade necessária para a autorreflexão. Você faz parte da história porque ajuda a construi la", comenta o criador da áudiossérie, Júlio Rojas (MARAGÃO, 2021)

Não é preciso ser uma série original Spotify - serviço de streaming mais popular e usado do mundo, para entregar uma experiência imersiva ao ouvinte, principalmente com comunicação interna. Quando Júlio menciona que a edição bem-feita faz com

Mas o áudio é inclusivo. Há espaços para julgamentos? Com certeza, mas não são os mesmos que aconteceriam em um vídeo, por exemplo.

Reflita se já consumiu um videocast no Youtube: caso a imagem fosse cortada e o programa fosse apenas relatado com apoio do áudio, seria a mesma coisa? Provavelmente não, pois os roteiros desse produto são executados de forma que som e imagem entrem em convergência. E é desse ponto que os desafios do podcast se divergem do videocast

A imersão está em abraçar o público alvo desse canal de comunicação e caminhar junto com ele, seja através de uma referência sonora na abertura do episódio, vozes conhecidas relatando as novidades, uma entrevista em clima agradável de respostas ou sugestões de quem consome. A sensação é de uma eterna conversa.Quando não se tem o apoio de imagem, expressões faciais ou interações físicas em uma comunicação, a exigência de produzir um material que prenda única e exclusivamente pela sinergia entre fala e informação aumenta.

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Uma única modificação no roteiro gerou destaque para informação, mesmo não sendo relevante. Então, é possível pensar o que uma inserção de novos elementos sonoros pode trazer para informações de grande impacto, importância ou que precisam ser transmitidas e fixarem na mente do ouvinte.

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Captura de tela realizada em setembro de 2021, com um feedback positivo da ouvinte, após ouvir o episódio novo. Fonte: Workplace.

Figura 8: Interação sobre a sonoplastia

que o ouvinte se sinta parte da história porque ajudou a construi la, é no espírito de pertencimento daquele profissional à empresa que a dedicação em entregar um produto feito 100% pensado na transmissão de informações com clareza deve ser pautada.Referenciando o objeto de estudo dessa pesquisa, no episódio 16 do Feracast, uma das narradoras estava de férias, então, para trazer o ouvinte a realidade daquela ausência, foi inserida uma onomatopeia em tom triste de “ahhh”, o que foi notado na hora do lançamento por uma profissional BRQ (Fig. 8)

Um novo jeito de fazer as comunicações internas foi o que a área de Endomarketing da BRQ foi desafiada a fazer, de 2020 até os dias atuais, devido ao novo regime de trabalho: o home office

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Fazer com que as comunicações se aproximassem ao máximo das remotas conversas de corredor e que através da nova mídia, o podcast, fosse possível imergir o ouvinte e transmitir emoção durante a narração de alguns fatos ou as entrevistas são algumas ferramentas implantadas e que demonstraram retorno, conforme dados e fatos apresentados ao longo desse capítulo.

O proposto aqui fora evidenciar que a inovação é um teste, que conhecer o seu público é essencial e que exercitar a cada comunicação o sentimento de empatia pode surtir um efeito maior do que apenas informar. É capaz de impactar uma rotina do profissional.

Em entrevista com a Jornalista Gabriela Viana, ela mencionou a praticidade dos streamings hoje e o fato do ouvinte sentir que tem poder sobre quando e como quer consumir um conteúdo, é onde o produtor deve se concentrar.

Na pandemia estourou o consumo de conteúdo por demanda, as pessoas dividem o tempo delas trabalhando de casa, então se na hora que você quer e pode consumir um conteúdo ele estar disponível pra você é fantástico! Assim como fazemos com Netflix, por exemplo. Acredito que o maior desafio do podcaster hoje é fazer valer a pena o ouvinte te colocar na programação do dia dele. (VIANA,2021, entrevista virtual, Apêndice B)

4. COMUNICAÇÃO INTERNA EM 2021

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Com a inserção do podcast corporativo e interno, a mensagem que a empresa transmite é que, sim, ela está se adaptando seja para a rotina do profissional ou a vida mesmo.Aimportância de conhecer o público para o qual se comunica, quais atividades fazem parte da sua rotina e se o podcast faz parte da cultura dele é a chave de um início promissor, a fim de que a taxa de erro ao implantar um novo canal de comunicação seja menor.

Junto à inovação na área de endomarketing, mudar a forma sobre como é ofertada a Comunicação Interna para os profissionais foi outra adaptação necessária. Focado no caso da BRQ Digital Solutions, que com a pandemia de COVID-19 adotou o regime de home office para 100% da companhia, foi preciso entender que agora a forma de consumir as notícias mudaria, pois o tempo, o ambiente e as prioridades eram outros.Alinguagem

com a qual se desenvolvia um comunicado precisou mudar, para humanizar as relações que agora se tornaram virtuais e também inovar no uso de ferramentas que já existiam, mas que em Comunicação Interna seria um grande teste.

Durante esta parte da pesquisa, o objetivo é mostrar as vantagens que uma empresa tem em investir na produção de um podcast interno e como isso impacta no consumo de informações e como é capaz de fornecer uma experiência diferente ao profissional, aproximando as relações, mesmo que digitalmente.

4.1 Consumo de conteúdo por demanda

Pensando em comunicação interna, o público-alvo são todos os funcionários da empresa, e não 1 setor só. Para a Associação Brasileira de Marketing (2015), endomarketing é o “trabalho interno da empresa para aplicar uma visão de marketing a todas as rotinas da organização. O endomarketing considera que todos os funcionários da empresa são clientes e fornecedores”

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Analisando o Feracast, começou tratando apenas as mesmas notícias que já eram divulgadas na rede social corporativa da companhia, um mero espelho. Com o tempo, como dissertado anteriormente, foi percebida a necessidade de tratar os assuntos em alta com uma entrevista de um especialista que fosse profissional BRQ, para tratar sobre a pauta em discussão. E tudo isso foi ouvindo os profissionais, lendo comentários e pensando em atrair audiências diferentes dos ouvintes habituais, que a produção do podcast seguiu inovando.

Não, nem tudo ocorre como planejado, pois talvez a procura do profissional sobre notícias internas não seja tão grande devido ao volume de trabalho que ele tem durante o dia. Mas quando, por exemplo, o entrevistado divulga para o seu time e os demais parceiros de trabalho que a sua participação no programa foi devido ao sucesso de um projeto ou para falar sobre a sua área, gera curiosidade e empatia que as conversas de corredor, numa vida pré-pandemia, tinham.

afirma Shandô Poli, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nivelar a comunicação dos canais onde o profissional pode consumir as notícias internas tem ligação direta com o clima organizacional, pois demonstra a equiparação por parte da área de comunicação da empresa em manter todos informados, independente do seu departamento ou da sua rotina.

Como afirma Gabriela, trazer o controle do consumo de informações para as mãos do público, é a chave para a “conquista”. Torna se normal tomar consciência das informações na hora que o consumidor final está disponível, e o emissor que não está adaptado, tende a perder audiência.

Como é humanamente impossível mensurar o que cada área faz em uma média empresa, como a BRQ Digital Solutions, que atualmente tem cerca de 3 mil profissionais, como fazer para planejar um lançamento de uma nova mídia? Focando na praticidade e sendo objetivo.

O endomarketing precisa integrar e motivar todos os colaboradores, e não somente aqueles que ficam constantemente em contato com o cliente final (POLI, 2015, p.Como07).

Disponibilidade. O Feracast é publicado há cada 15 dias e alocado no Soundcloud uma plataforma online de publicação de áudio, utilizada por profissionais de música. Em sequência, é feita uma publicação oficial da rede social interna e no aplicativo onde os profissionais batem o ponto eletrônico, há uma aba com acesso direto ao último episódio postado.

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Como afirma Gambarro (2020), ter o produto em áudio hospedado em um local de fácil acesso e disponível de forma que ninguém tenha grandes dificuldades tem impacto direto com o interesse do ouvinte pela produção, na qual ele pode escolher, como, onde e quando consumirá determinada informação

Essa colocação também se aplica a pluralidade de locais onde o produto é divulgado. Conforme citado acima, no caso da BRQ, a equipe produtora divulga em 3 formatos diferentes o lançamento de cada episódio, de forma que evite possíveis perdas de métricas devido ao profissional não ficar ciente do novo programa.

Em primeiro lugar, é preciso considerar que os ouvintes em ambientes on line podem desejar a realocação da programação radiofônica, isto é, sua disponibilidade temporalmente flexível e alinhada a interesses individuais. Ganha importância, desse modo, o que aprendemos com os serviços de streaming musical, aos quais três características são determinantes para seu sucesso: a disponibilidade (o acesso facilitado), a capacidade de escolha e a possibilidade de personalização (mesmo que controlada a partir de quem faz a oferta). (FERRAZ; GAMBARRO, 2020, p. 9)

Como um exemplo final das interfaces entre meios de comunicação, podemos nos voltar para a relação entre divulgação oral e impressa. Muitas vezes, os textos impressos reproduziam o chamado "resíduo oral", tipos de frases ou construções gramaticais mais apropriadas à fala do que à escrita, à audição do que à visão (BURKE, 2016, p. 53)

Na pesquisa realizada com os profissionais da BRQ, através da plataforma Microsoft Forms (Gráfico 3), 25% afirmam que ficaram sabendo do lançamento do Episódio 16 (o último postando enquanto essa pesquisa fora desenvolvida) através de um e mail marketing, o que poderia ser considerado retrocesso, já que a empresa desenvolveu um podcast justamente para tirar a obrigação do profissional de procurar um e-mail com aquela informação.

Gráfico retirado da pesquisa feita via Microsoft Forms, em setembro de 2021. Fonte: autoria própria.

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Mas, e se for o canal a que o ouvinte está acostumado, por isso ele clica naquele e mail que divulga o Feracast, e acaba dando “play” no novo episódio? Uma mídia não anula a outra, elas se complementam. Já os outros 71% (Gráfico 3) apontam que souberam do novo episódio através da publicação feita no Workplace, o que pode apontar que se decidiram tomar conhecimento das notícias e conferir a entrevista através do áudio, pode indicar familiarização e preferência por essa mídia

Como afirma Peter Burke (2016, p.53) a diferença entre consumir um texto escrito ou uma divulgação oral, sobre a mesma temática está fortemente ligada a

Gráfico 3: Canal de Acesso

forma como são transmitidos, pois não falamos da mesma forma com a qual escrevemos e trazendo para o produto Feracast, mesmo inicialmente tratado como espelho das informações postadas no Workplace, consumir uma notícia de forma escrita tem um impacto e consumida por áudio tem outro.

Na BRQ, os profissionais podem escolher se vão se informar através do e mail marketing, que é divulgado intercalado com o Feracast o que garante a cobertura de quase todas as notícias de um período. Mas, se o profissional que consumiu aquele conteúdo quiser saber mais sobre o assunto que leu ou ouviu, vai precisa acessar o Workplace, a rede social interna.

Conversando com Gabriela Viana, o ponto da cultura de cada ouvinte foi levantado: “A audiência interna é uma construção, é devagar. Até porque muitas pessoas não tem o hábito de ouvir podcast, então precisamos criá-lo”(VIANA, 2021, ApêndiceComoB).

Na entrevista realizada virtualmente, através da plataforma Zoom Meetings, com a jornalista Isabela Medeiros, quando questionada sobre a importância que investir em podcast tem dentro de uma empresa, ela respondeu: É uma inovação no modelo mercadológico do jornalismo, pois surgiu da necessidade que temos para que

afirma Gabriela, e como já foi apontado nessa pesquisa, conhecer o público para o qual se produz um podcast interno empresarial é de suma importância. No caso de não ser “cultural” o consumo dessa mídia, não quer dizer que será um fracasso seu lançamento e sua implantação, mas pode significar que será preciso aprofundar os meios de divulgação e apelação para que conheçam a novidade.

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Capacidade de escolha: Dar o poder para que o profissional decida por onde quer se informar. garantir que as informações estejam, ao menos citadas, em todas as plataformas traz transparência na comunicação, gera confiança e carrega a sensação de pertencimento dentro das limitações individuais de cada ouvinte.

Isso seria a perda do poder de escolha? Não é possível condenar dessa forma. Essa técnica que pode servir como suporte para outras empresas que possuem dois ou mais canais de comunicação funciona para fidelizar o acesso no canal de comunicação oficial da companhia, bem como mostra que não importa como, você terá acesso a informação, mesmo que para se aprofundar seja preciso ir além, a área de comunicação interna está interessada em pulverizar as notícias onde quer que o profissional esteja e quando ele puder consumir.

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Como aponta Isabela, os tempos atuais exigem dos meios de comunicação uma forma de transmitirem a mensagem nivelada da melhor maneira possível, e o podcast, por ser uma mídia que pode acompanhar o ouvinte em outras atividades como se fosse uma música no fone de ouvido tem grande potencial para ser um meio assertivo.Foiseotempo

a informação chegue pra todos e eu vejo nessa área de podcast e áudio um potencial pra isso, chega de forma mais fácil” (MEDEIROS, 2021, Apêndice C)

Decidir se terá um novo episódio a cada 15 dias ou 1 mês, se a linguagem será formal ou informal, ou até mesmo por qual tipo de interações os profissionais se interessariam, vem do conhecer para quem comunica se. De certa forma, o ouvinte pode acreditar que apenas sugerindo uma mudança pontual é capaz de gerar uma significativa alteração no produto, mas o que talvez ele não tenha ciência é que sem qualquer esforço, ou mesmo com observações pontuais, ele ajuda os produtores do podcast a entenderem para quem comunicam.

que apenas impor a informação era o suficiente para ter sucesso na comunicação interna. Hoje os profissionais, em sua grande maioria, possuem espaço para colocarem suas ideias e seus questionamentos sobre um comunicado. Quando uma informação é disponibilizada em diferentes formas para ser consumida, como texto, imagem e áudio, é como se transmitisse a mensagem para o consumidor daquele conteúdo: “eu posso chegar até você!”

Possibilidade de personalização: Neste tópico é possível abordar a importância que um retorno após o lançamento de um novo episódio do podcast possui. No caso específico do Feracast, a cada episódio tem se as últimas notícias do período e uma entrevista com um profissional da BRQ a respeito de um assunto que está em alta ou precisa de mais atenção. Esse tipo de roteiro exige do ouvinte uma familiarização mínima com a cultura da empresa. Mas como personalizar a informação?

O consumo de conteúdo por demanda se relaciona com a procura, quando o profissional prefere se informar pelo áudio ao invés de mais um texto corporativo. Essa situação não é uma regra, mas imprime o enfoque necessário para que a atenção ao produzir um novo conteúdo esteja no potencial que ele tem de ser adaptável a uma rotina, próximo à cultura e de fácil acesso quando requisitado.

Para tentar trazer a sensação de pertencimento, o podcast interno precisa ter a identidade do seu público, a fim de que ele o personalize indiretamente, através de suas preferências e disponibilidade.

O podcast é uma grande vitrine do assunto tratado. Seria essa a solução para que a comunicação interna fosse vista com mais frequência, de forma descontraída, e não mais de forma obrigatória?

Ouvir um podcast é muito diferente de ler um texto, ouvir a voz de alguém, principalmente nesse momento de pandemia, que temos sentido falta de conversar com outras pessoas. Os profissionais ouvindo nossa voz, somos capazes de transmitir emoção ao relatar algo e eles conseguem se sentir parte daquela sensação (SANIOTO, 2021, Apêndice D)

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Dissecando e fazendo parte da produção dos episódios do podcast em estudo, o Feracast, foi possível notar que quando um entrevistado é convidado, há um ar de

Como coloca Magali, ouvir uma voz diferente, em tempos de isolamento social, pode ser um dos motivos do sucesso no lançamento do Feracast. Com os profissionais distantes, fisicamente, ouvir as notícias talvez não fosse o meio preferido de consumir conteúdo, mas se tornou agradável quando era uma forma de se sentir em uma conversa, ao vivo.

4.2 Linguagem Formal x Informal

O objetivo para as produtoras do Feracast, em março de 2021, era inovar. Mas em determinado momento os profissionais já estão cansados da mesma forma que O endomarketing da empresa escreve e noticia os fatos importantes na rede social corporativa, haja visto que o texto, por mais coloquial que seja, possui um limite de flexibilidade.Para ultrapassar essa barreira, humanizar o contato e, como citado anteriormente, aproximar as relações mesmo que através da tela, a solução encontrada através de sugestões dos próprios profissionais BRQ era tentar a comunicação por áudio. Na entrevista feita com Magali Sanioto, uma das produtoras do Feracast, um ponto importante levantado foi a diferença da sensação que o texto em comparação ao áudio exibe:

É preciso ser diferente, mesmo que traga as informações de forma semelhante à versão escrita, por exemplo, para que o ouvinte escolha o podcast para ficar por dentro das últimas novidades e ter a sensação de pertencimento e de controle do que consome e quando consome, mesmo que a distância.

Ana Lucia Limongi, a definição de endomarketing transparece muito a linha tênue sobre formas de se comunicar e como comunicar:

Essa parte da produção exige dos narradores e da equipe que executa o podcast um pensamento de que aquela mídia precisa se comunicar com o ouvinte de forma diferente do habitual. Ainda que seja corporativo e os assuntos sejam relativamente mais sérios, um roteiro bem preparado, com conexões entre os assuntos e abertura para diálogo entre os participantes, consiste em driblar a barreira que há onde comunicação interna é algo que precisa seguir os mesmos termos que o jurídico da Paraempresa.aacadêmica

O começo de todos os episódios do Feracast é um espelho das notícias de um determinado período, como já fora apontado. Na narração, os fatos estão interligados por proximidade de assunto, por exemplo: campanhas que necessitam de alguma ação do ouvinte ficam juntas, casos de sucesso em projetos nos clientes da empresa

Endomarketing é um modelo de gestão dotado de uma filosofia e de um conjunto de atividades que faz uso de políticas, conceitos e técnicas de recursos humanos e marketing tendo como função principal integrar todas as áreas e níveis organizacionais e fazer com que os empregados estejam motivados, capacitados, bem informados e orientados para a satisfação dos clientes (LIMONGI FRANÇA, 2009, p. 150).

Para ser capazde integrar as áreas, é preciso se comunicar de forma acessível. Por meio do podcast, isso é possível.

“honra” em seu discurso no áudio. Essa pessoa se prepara como se fosse para uma entrevista de emprego, decora as perguntas, redige as respostas previamente e na hora da gravação percebe que isso, não a servirá como planejou.

Como aponta Ana Lúcia, o foco da área de endomarketing está em ver os profissionais da empresa como clientes, de forma que o principal objetivo é alcançar a satisfação internamente, para que posteriormente essa seja refletida em um dia de trabalho agradável, no quesito de alinhamento de informações.

De fato, é muito importante se preparar para algo que nunca se fez, mas a ideia da entrevista em um podcast interno, de profissional para profissional, é que a formalidade fique somente em reuniões oficiais e que naquele momento da entrevista em áudio seja possível contar o que é perguntado com espontaneidade, detalhes e leveza que por vezes não cabem em um relatório mensal.

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Em teoria, o podcast resgata a familiaridade com o rádio, por ser, em suma, uma conversa. Isso torna-o obsoleto? Depende do ângulo, pois o rádio, apesar de colaborativo, possui um escopo pré definido, e aborda notícias costumeiramente recentes. Já o podcast pode sim conter de notícias, mas tem a opção de trazer consigo discussões sobre vários temas, nichos e culturas para todos os públicos, e com acesso sob demanda. Essa reflexão apontada no livro de Lúcio Luiz Reflexões sobre o Podcast (2014, p.39) abre espaço para os apontamentos acerca dos tipos de linguagem usados em dois meios que ainda não foram colocados em confronto nessa pesquisa, o rádio e o podcast.

O rádio proporcionou a primeira experiência maciça de implosão eletrônica, a reversão da direção e do sentido da civilização ocidental letrada (...) as sociedades altamente letradas, que há muito subordinam a vida familiar à ênfase individualista nos negócios e na política, têm conseguido absorver e neutralizar a implosão do rádio sem revolução. Mas o mesmo não acontece com as comunidades que ainda não possuem senão uma breve e superficial experiência da cultura letrada. Para estes, o rádio é absolutamente explosivo (MCLUHAN, 2005, p. 145)

44 conectam se e uma comunicação pontual é puxada por um gancho da última informação relatada. Dessa forma, o profissional que ouve as notícias fica sabendo de tudo por categorias, não de forma solta, como acontecem nas publicações textuais da rede social Dissertarinterna.sobre linguagem formal versus informal vai além do texto escrito ou da palavra narrada. Entra no emissor, como que aquela informação vai chegar a quem precisa, e o grande desafio está em, tanto no texto quanto na fala, o conteúdo precisar ser absorvido por todos que tiverem acesso a ele.

Já foi apontada aqui a diferença de consumo de conteúdo nessas duas mídias, que é no rádio o ouvinte precisar estar sintonizado na estação na hora que as informações forem passadas, e o consumo do podcast adaptar-se facilmente à rotina de quem o consome. Mas afinal, qual dessas mídias cumpre o propósito de informar? O tipo de linguagem usada influencia no entendimento da notícia ou conteúdo?

Como afirma Edgar Morin (2005, p. 145) o consumo de uma mídia está diretamente conectado com sua cultura e com sua educação. Não se trata de segregação, mas sobre o que determinado público tem interesse de consumir baseado em costumes que adquiriu durante a vida:

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A implosão causada por diferentes formas de fazer podcast também é de se levar em consideração se pensarmos que é possível as empresas terem seu podcast não somente para gerar vendas e atrair clientes, mas para informar e dialogar, de certa forma, com seus profissionais, refletindo sobre o que o autor Lúcio Luiz relata em seu livro Reflexões sobre o Podcast (2014, p.37).

Se comparado com a explosão do podcast na pandemia (ABPOD, 2020), essa mídia tem um alcance diferente do rádio, no início dela Àqueles que não tinham consigo a cultura, o costume de consumir podcast, quando descobriram esse meio, é possível que tenham ficado bestificados com a capacidade que um áudio narrado por terceiros tenha a amplitude necessária para fazer companhia durante a jornada do dia, e que é possível fazer uma meditação guiada por podcast pela manhã e consumir um compilado das notícias no final do dia esse ponto reflete muito a subcategoria 3.1 desta pesquisa, sobre consumo sob demanda. Já àqueles que já consumiam, não seria mais novidade que um podcast pudesse ser mais interessante que ouvir uma música, enquanto trabalham.

A linguagem e a forma de se comunicar estão diretamente relacionadas a essa reflexão. Sim, há um roteiro para produzir um podcast, mesmo que seja só a ordem das informações a serem gravadas, mas não há uma regra de escrita, de emissão da mensagem ou de pauta. Há públicos que preferirão uma linguagem mais jornalística, de hard News, com uma edição dinâmica, mas também existem aqueles que busquem a forma mais próxima de se sentirem em uma conversa entre amigos, em um podcast sobre games, por exemplo.

Quando entrevistada, Biatriz Alves, designer e editora do Feracast na BRQ trouxe consigo a reflexão que deve ser observada por quem decidir tentar esse meio de comunicação interno: “No podcast as pessoas conversam entre si, mas chamam a atenção de quem está ouvindo, justamente pela semelhança que a mídia traz de uma conversa, entre amigos, com falas dinâmicas e uma linguagem informal” (ALVES, 2021, Apêndice E)

Como reflete Biatriz, a forma como o roteiro do podcast é produzido precisa ser tratada com atenção pois é o momento em que o ouvinte vai ficar ou vai sair, dependendo do nível de proximidade que ele sentir com os narradores e entre eles. A sinergia da equipe produtora também faz parte desse raciocínio, pois para criar a alusão a uma conversa presencial, ter uma certa proximidade entre o time torna a narrativa mais fluida.

Fazer com que os profissionais se mantenham motivados, engajados e bem informados significa que a comunicação de uma empresa precisa ser onipresente. A adaptação de uma linguagem de acordo com a mídia que ela é transmitida é só mais uma forma demasiadamente importante para que o consumidor daquele conteúdo perceba que a área de Endomarketing ou quem quer que faça a comunicação está buscando novas formas de fazer parte de cada rotina.

Nas palavras de Jenkins (JENKINS, 2014, p. 55): “se um conteúdo não for propagado e compartilhado, ele morre”. Se o público alvo daquela comunicação não se identificar com a forma como é produzida, o produto não será divulgado organicamente, por simples apreço que o consumidor sentiu sob a informação e a maneira de ser retratada.

A melhor forma de saber se usar a mídia em áudio para a Comunicação interna funcionará é testando e analisando como o público se comporta diante daquela nova forma de se comunicar: mais informal, com proximidade a um bate papo.

Partindo do foco dessa pesquisa, que estuda e analisa as propagações que o podcast teve no Brasil, principalmente do uso da ferramenta em endomarketing, é possível notar que a população está em busca massiva de novas formas de consumir conteúdo e isso indica que pode valer a pena investir, testar e medir uma mudança significativa sobre como os profissionais de uma empresa que possui podcast corporativo passaram a enxergar a Comunicação Interna.

Durante a escrita, manter a coesão enquanto tenta-se “informalizar” um texto formal, pode ser difícil.

Corroborando a declaração de Isabela Medeiros, na entrevista realizada via Zoom Meetings (2021, anexo X), quando falamos em áudio, precisamos entender que tudo é um teste e adaptação. Tudo o que foi dissertado acima, são reflexos de um caso de sucesso do podcast em endomarketing o Feracast da BRQ Digital Solutions

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O poder da linguística é visível. Em um mundo cada vez mais conectado, é possível visualizar que as mídias estão convergindo para o digital e que esse novo suporte traz inovações e possibilidades infinitas, logo, permanecer em evolução constante da forma com a qual se comunica, traz o ar de modernidade à empresa, fortalece a confiança e mantém a atenção.

4.3 Não precisa de muito para começar

No caso do objeto de estudo dessa pesquisa, o Feracast, a equipe de endomarketing da BRQ usa a ferramenta Zoom Meetings para a gravação do roteiro de notícias e as entrevistas, contando com a edição e sonorização da designer da equipe.Não há uma equipe especializada apenas em produção de áudio, mas sim um grupo de pessoas que foram provocadas a produzirem um podcast como projeto piloto e estão produzindo o, até o momento.

Em entrevista realizada com Isabela Medeiros, ela conta sobre como é trabalhar com empresas de diversos nichos e tentar implantar um projeto piloto de podcast interno, adaptando sua consultoria. Hoje ela empreende na área, e em seu Instagram @eivocedoladodai fornece dicas imprescindíveis, em sua visão, sobre o que uma empresa ou qualquer outro produtor precisa entender antes de implantar um podcast

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A especialização vem da prática, quando não da formação. Implantar um podcast interno, como falado anteriormente, pode não dar certo para todas as empresas, mas a tentativa mostrou se o melhor formato de perceber se haverá adesão do quadro de funcionários ou não.

O podcast é uma mídia essencialmente colaborativa. Essa afirmação do autor Lúcio Luiz (2014, p.16), em seu livro Reflexões sobre podcast dá margem para desenvolver diversas correntes de pensamento sobre o que é preciso para produzir um podcast de qualidade. Seria uma equipe especializada nessa mídia, com equipamentos profissionais e tempo exclusivo para a produção de um episódio, ou apenas um espaço onde a união de ideias e esforço humano em prol de um trabalho em comum, são o que o podcast precisa para sair do papel?

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Entre as dicas distribuídas gratuitamente na rede social, a produtora disserta sobre a importância de conhecer a mídia em áudio antes de iniciar a produção. Aponta também os motivos principais que um novo produtor de podcast precisa saber sobre esse produto: o áudio facilita a entrega da mensagem, a importância de produzir um conteúdo que é consumido por demanda (áudio em streaming - transmissão de conteúdos pela internet, sem a necessidade de o usuário fazer download para ter acesso ao áudio) e a liberdade que um ou mais narradores têm de contar experiências próprias, citar autores famoso ou abordarem quaisquer assuntos em seu podcast. Nessa pesquisa, foi estudada a implantação de podcast corporativo, para adicionar valor à comunicação interna. Como os 3 fatores acima se aplicam, nesse caso? Analisando a implantação de mais um meio de conversar e noticiar os profissionais com informações internas relevantes, a facilidade de consumo do podcast durante um dia de trabalho é essencial e o poder que o funcionário tem de

Captura de tela do perfil comercial da jornalista Isabela Medeiros, realizada em 16/10/2021. Fonte: Instagram

Figura 9: Print do perfil @Eivocedoladodai

O planejamento e programação servem não só como uma estratégia de comunicação, mas também uma forma de melhor absorção de todas as etapas que está passando enquanto produtor e como uma forma de não esgotar o mental rapidamente e ter fôlego pra continuar o seu produto. (ISABELA • Produção de podcast, 2021)

No caso do serviço proposto pela Isabela, trata se de uma consultoria paga, um manual de produção da mídia em áudio. Então, se a empresa ou o produtor está buscando informações para o desenvolvimento de um podcast, começar estudando a mídia, seguido de conhecer o público, torna se uma boa receita para um possível sucesso.Na

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O impacto da implantação do podcast em comunicação interna acontece de forma única para cada empresa, dependendo do nicho e do perfil dos profissionais, mas algumas circunstâncias sobre a execução de um projeto inicial da produção do áudio servem para todos, como o planejamento, a programação e a execução de forma objetivaAsprodutoras do Feracast fazem parte da equipe de endomarketing, e não possuem habilidades exclusivas para a produção de um podcast, mas o desafio levou à prática, que trouxe muita experiência. tudo isso é aplicado em cada episódio, para evitar a fadiga do ouvinte, e das próprias narradoras, além de ajudar na gestão de assuntos tratados anteriormente e os futuros a serem abordados.

internet, ou até na própria área que cuida de pessoas das empresas, é possível encontrar diversos profissionais comunicólogos dispostos a compartilharem seus conhecimentos, agregando valor ao que a outra busca, então, seria um ponto de partida perguntar aos colegas que têm um conhecimento acerca de podcasts ou que consomem a mídia no dia a dia, sobre a visão deles a respeito da maneira de disseminar as informações, novidades e gerar proximidade entre os profissionais ouvintes.Indiferente

escolher quando vai ouvir o episódio e a inovação, por parte das produtoras no caso do Feracast é o que mantém a audiência conectada.

de como a produção interna de um podcast da empresa que escolher investir nessa mídia, aconteça, o ponto que não garante sucesso, mas contribui para a credibilidade dos produtores, é o planejamento, como afirma Isabela:

Como afirma Paula Molina, Gerente de Endomarketing da BRQ Digital Solutions, durante a entrevista, se o profissional não está conectado a cultura da BRQ

ele não vai se interessar em ouvir um podcast, onde a essência é essa (MOLINA, 2021, Apêndice D)

segmentar episódios para áreas especificas, mas a mídia em áudio mostra o tempo que o ouvinte terá que destinar a consumir o conteúdo, então, torna se importante analisar o público e os dados de consumo de podcasts com a mesma temática ou consumidores, antes de lançar episódios com conteúdo muito específicos.Aidentidade

Cultura. Essa pesquisa já abordou a importância de conhecer seu público antes de implantar uma nova ferramenta de comunicação que converge com as já existentes. Esse também é um dos motivos iniciais para a produção do Feracast na BRQ, atingir os profissionais alocados internamente nos clientes a quem a empresa prestaEntão,consultoria.antes

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de inovar, pode ser necessário estudar o ambiente em que o podcast será inserido e como se comporta seu público alvo, que, nesse caso, são todos os funcionários da empresa. Assim, quando analisada a implantação do Feracast, mostrou se imprescindível fortalecer a cultura interna e o sentimento de pertencimento para então despertar o interesse de consumir as notícias em outro formatoClaro,disponibilizadoépossível

O áudio é inclusivo e não possui espaço para julgamentos de aparência ou filmagem, como é o caso das mídias no Youtube, por exemplo – o que diminui os aparatos necessários para iniciar um projeto.

de um podcast é o que o diferencia entre tantos outros. Tratando se de uma mídia interna, conforme abordado na subcategoria 2.3, aproximar o ouvinte e convencê lo a consumir o áudio vem também do acesso que ele tem com as divulgações e a capacidade de identificar que o produto em áudio está diretamente conectado com a identidade visual, escrita e sonora da empresa, através de alguns elementos, como por exemplo a capa do podcast, o uso de uma linguagem acessível e estabelecer uma conexão com as atualidades da empresa.

Ainda assim, é um produto que gastará tempo para ser produzido e colocado no ar Então, além de conhecer o público, é importante entender as demandas da área que produzirá o podcast interno, antes de lançá lo como um canal oficial de comunicação e determinar métricas de consumo para seguir com a publicação de novos episódios como aponta Paula Molina:

Tudo isso se dá com um roteiro bem estruturado, adaptado para o nicho da empresa que deseja começar um podcast, e na base de tentativa e erro, com suas adaptações constantes para manter o público engajado e cumprir o objetivo de comunicar da forma mais igualitária possível.

A plataformização da vida se acentuou durante a pandemia de COVID 19 e isso exigiu das empresas que desejavam aproximar se dos profissionais, o uso da tecnologia e a superação de barreiras de comunicação, com a implantação de novas formas para propagação de informações. O consumo de conteúdo por demanda traz o poder do ouvinte sob o que deseja consumir, o que aumenta a chance de escolher manter se informado através do podcast da empresa, em vez de dar atenção a um post, que a qualquer momento se perderá em meio a tantas notificações.

A adaptação da linguagem gera a proximidade de uma conversa e demonstra o cuidado que a produção da nova mídia em áudio teve em se manter o mais próximo possível do ouvinte As constantes inovações na forma de produzir o podcast demonstram para os profissionais da BRQ que o Feracast foi feito exclusivamente para eles, e que com as ferramentas disponibilizadas, a imersão através do áudio e do consumo das notícias são o diferencial que a comunicação interna possui.

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A questão das métricas é importante, porque tudo o que fazemos na BRQ está entrelaçado aos objetivos estratégicos e precisamos medir tudo isso, através de indicadores. Embora não tenhamos as métricas ideais ainda sobre o Feracast, o esforço que temos para viabilizar o produto não é tão grande, então equilibra a balança (MOLINA, 2021, Apêndice D)

Manter equilibrada a vontade de inovar com o consumo do produto e o esforço da equipe produtora com os indicadores necessários para prosseguir com o projeto é o que torna a implantação mais séria. Isso não significa que se não houver concordância entre um desses elementos, seja inviável prosseguir, mas que somente com uma análise prévia do cenário é possível prever o sucesso ou não de um podcast Segundo a ABPOD (Associação Brasileira de Podcasters), para 92,4% dos ouvintes o conteúdo é o que mais importa dentro de um podcast. Durante o consumo de um podcast corporativo, que é o caso analisado, o ouvinte pode ter suas emoções despertadas quando o entrevistado conta mais sobre sua área. ele também mantém a atenção se o assunto relatado é de seu interesse e tende a adquirir a solução que é levada para ele, através da narração dos fatos mais importantes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A presente pesquisa teve como principal objetivo analisar o Feracast podcast produzido pela Equipe de Endomarketing e os acontecimentos e notícias da empresa BRQ Digital Solutions além de entender qual a extensão que essa iniciativa tem no mercado da comunicação corporativa e empresarial

Durante o estudo de caso com a BRQ Digital Solutions, foi indagado até que ponto o podcast é eficaz para atender as necessidades dos profissionais, especialmente na pandemia, em que o trabalho remoto traz a fadiga das telas, enquanto a televisão e o áudio aproximam as pessoas, pois elas dialogam com as notícias

A comunicação corporativa no Podcast resgata a familiarização de ouvir o rádio enquanto executa alguma outra atividade e ao mesmo tempo traz inovação para a área

Profissionais bem informados, por estarem cercados com diferentes formatos de receber as notícias, são mais engajados, ajudam no fortalecimento da marca e, seguindo o segundo conceito da Paradigma da Complexidade de Edgar Morin, “o todo é menor do que a soma das partes” (MORIN, 2015, p. 13). Assim, vê se que O podcast tem inúmeras vantagens, mas o que ele proporciona para a comunicação é muito maior que ele Resumindomesmo.avisão dos diversos teóricos abordados nessa pesquisa, pôde-se observar que independente do período em que seus apontamentos foram feitos, o consumidor final vai se comportar conforme aquilo que julga confortável e reconhece

Aconsumidas.plataformização da vida, oriunda do isolamento social devido a pandemia de Covid 19 ainda vigente, nesse caso, favoreceu a ascensão da área de endomarketing e ampliou a importância de manter todos atualizados na mesma intensidade, através de meios diferentes e adaptáveis a todas as realidades, usando, assim, a tecnologia a favor da saúde As notícias e novidades internas percorrerem caminhos diferentes e atingirem o mesmo objetivo: informar.

Durante as análises, foi possível constatar que esse novo produto, em meio a tantos que a BRQ já possui para se comunicar Workplace, workchat, Microsoft Teams e Newsletter não seria mais um na verdade, ele seria um facilitador igualitário, para que, independentemente de onde o profissional fosse buscar a informação, ele a teria de forma completa, abrangente, amigável e clara.

Referenciando as entrevistas, com as jornalistas Gabriela Vianna e Isabela Medeiros, pôde se compreender que a comunicação com o advento da pandemia está no seu momento máximo de inovação, e se tratando de Comunicação Interna, O endomarketing é capaz de aderir a um novo canal de comunicação, aproximando seus colaboradores, mesmo que através de um áudio editado, com as notícias da empresa e entrevistas técnicas.

No Feracast, foi possível notar que existe a oportunidade de tratar com maior profundidade e empatia os assuntos que no dia a dia não possuem espaço; e essa é a essência do produto e o motivo pelo qual surgiu, além de alcançar profissionais que não tem acesso a rede social corporativa da empresa, o Workplace.

Através das conversas, as profissionais Paula Molina, Magali Sanioto e Biatriz Alves que não têm formação focada em rádio ou produção de podcast, salientaram a importância de conhecer o público para o qual se comunica, produzir um roteiro o mais próximo possível de uma conversa e planejar toda a produção.

Foi com esse foco que as outras três entrevistas, feitas com a equipe produtora do Feracast, atenderam aos moldes desta pesquisa.

Através da pesquisa aplicada via Microsoft Forms com os profissionais BRQ que ouvem o Feracast, foi possível notar a relevância desse meio de comunicação e de que forma os ouvintes têm acesso aos novos episódios. São notórios também alguns possíveis gargalos entre a divulgação e a chegada da informação ao consumidor final, uma barreira que poderia ser resolvida testando novas formas de propagação de um episódio recente, uma divulgação mais assertiva ou um novo roteiro com dinâmicas diferentes

como parte da sua cultura. Então, a implantação de um novo meio de comunicação precisa começar com o estudo do público alvo e com o reforço que o conteúdo está literalmente sendo produzido por eles e para eles, e não somente como mais um meio de comunicação para ser acessado.

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As carreiras das duas jornalistas, durante a pandemia, tomaram como foco principal as empresas e como se comunicar com os profissionais de cada uma, seja com o podcast ou através das outras ferramentas do endomarketing. mas foi a vivência que tiveram durante anos de carreira com rádio que serviram de suma importância para o entendimento do poder que uma notícia ou informação propagada pelo áudio tem, além da facilidade de consumo, de acordo com a demanda do ouvinte.

Potencializando a hipótese levantada no início da pesquisa, a relevância de um podcast interno está em demonstrar que a comunicação interna estaria se adaptando e testando novos formatos para que todos da companhia sejam informados da mesma forma, indiferente do local onde forem buscar as informações.

Conhecer o público é essencial, mas a forma mais correta de saber se usar o podcast em endomarketing seria efetivo é testar como os profissionais recepcionam essa nova forma de manterem se informados de maneira descontraída e com a proximidade de um bate papo, o que os textos escritos não são caracterizados por Em linhas gerais, tratando especificamente do Feracast, que está na 20ª edição no momento da conclusão dessa pesquisa, é um projeto piloto, mas que provou sua eficiência e eficácia durante a pesquisa aplicada via Microsoft Forms.

Ainda como resultado obtido por meio da entrevista com a equipe de endomarketing, compreende-se que uma identidade visual e sonora é um ponto considerável na hora de lançar um podcast, visto que o ouvinte identificará a capa do novo episódio na sua timeline ou a trilha sonora no começo do programa. Como o podcast não possui o apoio de imagem, o áudio, através de um bom roteiro, tem a missão de cativar de forma cadenciada conforme as informações são relatadas.

Acredita-se que a relevância do estudo fora dissecar todo o processo de produção do Feracast e seus resultados, bem como uma análise com as proximidades

Os dados obtidos apontaram sucesso, inclusive, houve ocorrências de profissionais relatando que obtiveram certas informações exclusivamente por meio do podcastUm. problema encontrado é o tempo que o profissional requereria para consumir as informações via áudio. É fato que se torna mais rápido quando para ficar informado ele só precisa dar “play” no podcast e seguir com suas tarefas diárias. Mas se a jornada de trabalho o consume a ponto de não conseguir ter a ciencia do lançamento de um episódio, a empresa que busca essa forma de mídia como estratégia, precisa considerar como chegar a esse público mais recluso.

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Desde as métricas se espera com um novo episódio até a adesão a uma sugestão do profissional, é requerida estratégia. É parte do esqueleto do projeto de comunicação o reconhecimento do público alvo, além do fato de que o produto provém de uma tentativa de manter a comunicação linear entre os funcionários em tempos de home office.

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que o podcast tem com o rádio e como a semelhança com uma conversa presencial contribuiu para a ascensão desse meio no Brasil, durante a pandemia.

Com o público, interno da empresa ou externo, procurando sempre novas formas de manter se atualizado e fora das telas de computador, o momento de investir em um projeto piloto dessa mídia em áudio é agora.

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Figura 10: Formulário Aplicado

Apêndice A: Formulário

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APÊNDICE

Quais são as chances, em tempos de pandemia, de termos esse tipo de troca? //

Mais ainda do que técnica, é ter qualidade de conteúdo, que faça a pessoa ficar//

inTempo/out Conteúdo

Apêndice B: Gabriela Viana

60

É natural o crescimento do podcast, vemos hoje uma oportunidade para as pessoas terem espaço pra falar com facilidade de acesso// não precisa de muito recurso pra fazer// se comunicar de uma forma muito rápida, e na pandemia estourou o consumo de conteúdo por demanda, as pessoas dividem o tempo delas trabalhando de casa então se na hora que você quer e pode consumir um conteúdo, ele estar disponível pra você é fantástico, assim como fazemos com Netflix, globlopay. Acredito que o maior desafio do podcaster hoje é fazer valer a pena o ouvinte te colocar na programação do dia dele.

Pergunta 2

14:11/14:2313:4413:29

Monografia

Se eu tenho um lugar para consumir o conteúdo que seja mais prático pra mim, eu do play ali enquanto eu checo meus e mails e acho que é uma boa estratégia de aproximação, você humaniza as pessoas, aproxima as áreas.

Data 08/09/2021

Pergunta 16:36//16:4214:51//15:002

Tema Feracast um estudo de podcast em comunicação corporativa

Assunto GabrielaEntrevistaViana

A audiência interna é uma construção, é devagar. Até porque muitas pessoas não têm o hábito, então precisamos criar o hábito// Eu posso ter 1 download. Se faz diferença pra aquela pessoa, pra mim já fez sentido e esse conteúdo vale a pena.

Folha de Decupagem

10:36/ 10:44

11:39/ 12:12

Pergunta 1

Tem que ser teste. Às vezes vai funcionar muito pra uma empresa e nem tanto pra outra//

Pergunta 2

Pergunta 08:24/7:586:49/6:50109:06

12:42/ 13:07

A questão é entender o cenário da sua empresa, qual é o sentido pra ela, pra produzir o podcast. Não é pra qualquer empresa ou público

Podcast interno é um desafio. Já esbarrei em situações de produzir em uma empresa, e ouvi assim do público interno: “ah, eu nunca ouvi podcast, eu não gosto muito e ter que ouvir pro trabalho não me agrada”, mas se a estratégia de marketing for bem feita, reforçando que vai agregar no dia a dia dele e que consegue se encaixar na sua rotina, é brilhante.//

Pergunta 17:41/17:4817:26/17:402

Podcast como ferramenta de engajamento é muito legal, porque quando você divide o resultado, as pessoas ficam: puts, também quero fazer parte disso// Podcast é sobre isso, é pra aproximar as pessoas.

Pergunta 25:27/25:2923:11/23:233

Quando você fala em podcast, traz um ar de modernidade pra sua marca, que muitos ainda não tem ou não estão preparadas. Você tem que educar o público pra ouvir o que é novo// Tem gente que ainda vai preferir o e mail tradicional. Uma coisa não anula a outra, elas se completam

O Vozes nasceu com o objetivo de nos posicionarmos sobre assuntos que nem sempre a gente se posiciona no dia a dia, porque não dá tempo//

Repórter: Giovanna Salvatore

61

Pergunta 19:51/20:003

MONOGRAFIA

inTempo/out Conteúdo

21:14/21:40

Pergunta 2:38/2:571

Pra mim era muito mais satisfatório produzir um conteúdo desse (podcast), pois estou pegando na mão do meu ouvinte do que colocar uma grade mais autoritária e transmitir a mensagem, do tipo: se adequa aí//

55:01/55:22

09/09/2021Data

É realmente uma inovação o modelo mercadológico do jornalismo, temos que fazer de uma forma que a informação chegue pra todos e eu vejo nessa área de podcast e áudio um potencial pra isso, chega de forma mais fácil//

Pergunta 31:35/31:4929:19/29:352

Quando você dá play no podcast, coloca o fone de ouvido, a ideia é que o ouvinte entenda como uma conversa, exatamente como faz com os filhos e amigos e daí ela se sente parte e próxima daquele conteúdo acessível//

Os feedbacks que eu recebo dos profissionais é que com as facilidades que comunicar em áudio trás para a empresa, eles se sentem mais acolhidos. Reconhecem que a empresa está se adaptando a rotina de cada um para se comunicar com eles//

Pergunta 50:06/50:153

Fui fazer um piloto pra uma empresa e era uma galera muito mais velha, então não era simplesmente lançar o podcast e mandar o link pra eles, não são da geração dos streamings, então eu tive que voltar alguns passos e ensinar como se consumia aquela mídia//

O podcast, antes de colocarmos vários nomes, é uma conversa que chega em qualquer lugar e é básica//

A sensação que eu tenho quando o ouvinte fala de podcast é de abraço, como se falasse assim: eu sei que seu dia está corrido e por isso eu vou te entregar a mesma informação e me adequar a sua rotina//

Quando falamos em áudio, precisamos entender que tudo é um teste e adaptação//

Tema Feracast um estudo de podcast em comunicação corporativa

Repórter: Giovanna Salvatore

Folha de Decupagem

62

Assunto IsabelaEntrevistaMedeiros

11:42/11:56

13:00/13:19

Apêndice C: Isabela Medeiros

M O Feracast foi um formato muito diferente de falar das notícias, o podcast tá em alta e quem curte podcast ouviu mais o nosso produto. Entendo que ainda temos algumas dificuldades de informar por completo porque quem ouve ainda precisa entrar no workplace para saber mais detalhes. O Feracast é uma introdução//

P Não conseguimos chegar a todos de forma igualitária por conta das restrições que alguns clientes colocam no computador dos profissionais, limitando a navegação e principalmente uma questão cultural também esbarrando na questão do cliente, novamente. Se o profissional não está conectado a cultura da BRQ ele não vaise interessar em ouvir um podcast onde a essência é essa//

Tema Feracast um estudo de podcast em comunicação corporativa

Pergunta

Monografia

M Quando você coloca uma pessoa da própria empresa para se comunicar com os profissionais, transmite credibilidade e um ar de “eu não vou questionar essa informação porque confio em quem está me informando” por parte do ouvinte//

M Ao contrário das notícias, onde o profissional precisa acessar o workplace para saber mais, a parte das entrevistas é 100% no Feracast, e isso é muito legal. Vai ter um momento que vamos inverter: vamos focar mais nas entrevistas e as informações serão secundárias. No fim, construímos um canal para consumo de conteúdo, o que nos possibilita focar no que dá retorno//

Pergunta

M- é muito diferente de ler um texto. Ouvir a voz de alguém,principalmente nesse momento de pandemia, temos sentido falta de conversar com outras pessoas. Os profissionais ouvindo nossa voz, podemos transmitir emoção ao relatar algo e eles conseguem se sentir parte daquela Msensação//Aparte

das entrevistas é como se a gente chamasse um amigo pra falar e apresentar para o ouvinte. Isso dá uma dinâmica para a conversa e gera a sensação de proximidade com o narrador//

11:35/12:1908:50/09:422

16:32/16:5015:10/15:2014:08/14:383

05:50/04:07/04:40106/06

Apêndice D: Magali Sanioto e Paula Molina

Assunto MagaliPaulaEntrevistaMolinaSanioto

P Ele foi um exemplo da autonomia que nós temos de experimentar canais novos e ver se eles funcionam. Isso reforça o espaço que a área tem//

14/09/2021Data

63

Folha de Decupagem

Pergunta

inTempo/out Conteúdo

Pergunta 25:34/25:4725:00/25:254

64

P A questão das métricas é importante, porque tudo o que fazemos na BRQ está entrelaçado aos objetivos estratégicos e precisamos medir tudo isso, através de indicadores. Embora não tenhamos as métricas ideais ainda sobre o Feracast, o esforço que temos para viabilizar o produto não é tão grande, então equilibra a balança.

Repórter: Giovanna Salvatore

P Nós começamos a produção do Feracast com ferramentas muito simples e edição interna mesmo tudo via Zoom! Então não precisa de muito pra começar, é tudo um teste//

Pergunta 19:28/20:233

P No lançamento temos um pico de plays e depois, como qualquer comunicação o principal é manter o engajamento contínuo das pessoas daí a importância de conhecer o seu público e inovar.

27:54/29:21

P Dar espaço para a pessoa falar do que ela está fazendo, no caso das entrevistas, aproxima mesmo. As vezes no texto fica mais frio, se só relatarmos como comunicação, então trazer um profissional para falar do próprio projeto, aproxima o ouvinte e gera valor//

Comentário sobre áudioserinclusivo 15:23/15:40

No Youtube, por exemplo, existem muitos cortes, pra manter a edição perfeita. No podcast, não. E é isso que traz a proximidade de uma conversa, a naturalidade através do áudio porque na vida real, a gente gagueja, da risada, fala coisas fora do roteiro...//

Conteúdo

Tema Feracast um estudo de podcast em comunicação corporativa

Assunto BiatrizEntrevistaAlves

Quando eu escuto podcast, principalmente no home office, sinto que tem alguém conversando comigo. Você dá risada junto, ou se simpatiza com a fala, prendendo sua atenção como se fosse uma conversa Issomesmo//seassemelha

Repórter: Giovanna Salvatore

Pergunta 1 01:09/ 01:38

Apêndice E: Beatriz Alves

Folha de Decupagem

muito com o rádio né, que o narrador fala direto com o ouvinte. No podcast as pessoas conversam entre si, mas chamam a atenção de quem está ouvindo//

inTempo/out

As vezes nem sabe o que é um podcast, mas se identifica//

Pergunta 2 04:20:04:40

Data 16/09/2021

65

Pergunta 3

O profissional, que chamamos de Fera, ouve o rugido no começo de cada episódio e já se identifica com aquilo, ele diz “Isso foi feito pra mim”! //

Monografia

O som também é uma identidade visual. E como o podcast não é um produto físico, é muito importante que a pessoa reconheça o produto só de olhar a divulgação, ou de ouvir a vinheta no começo do episódio//

07:30/07:5306:50/07:20

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