Romieta e Julieu - Professor

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MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR Renata Amaral de Matos Rocha

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Romieta & Julieu: Tecnotragédia amorosa – Material Digital do Professor


Carta ao professor Caro professor, A escrita deste material foi marcada por um sentimento e um compromisso que temos em comum: a paixão pelos livros e pela leitura, em especial, a literária, e o dever de formar leitores. Na esfera das paixões, acreditamos que “talvez não haja na nossa infância dias que tenhamos vivido tão plenamente como aqueles [...] que passamos na companhia de um livro preferido [...]”, como coloca Proust (1991, p. 9). Ao reavivarmos nossas memórias, talvez, seja fácil responder a estas questões: como nos apaixonamos pelos livros? Como a leitura se tornou essencial em nosso cotidiano? No âmbito do dever, nós, professores, lidamos com a formação de leitores. Neste contexto, exercemos papel fundamental, enquanto exemplo e mediador. Ser exemplo de sujeito-leitor é uma importante ação nesta empreitada de despertar o gosto dos estudantes pelos livros e suas leituras. A outra ação, é criar condições para que os alunos mantenham contato com um vasto repertório literário, que sejam instigados a ler obras e conduzidos a compreender o contexto discursivo em que foram produzidas, para que tenham condições de construir sentidos e de usufruir destas leituras. Nas palavras do escritor argentino Jorge Luís Borges, “o livro é uma extensão da memória e da imaginação”, talvez, porque tenha o poder de estabelecer um elo entre os deveres e as paixões de seus sujeitos-leitores, por meio daquilo que amplifica. Essa ligação pode favorcer o encontro de nossos jovens com a literatura e levá-los a descobrir este universo fascinante. Neste material, buscamos indicar possíveis e significativos percursos para a prática da leitura literária em sala de aula, em consonância com os preceitos da Base Nacional Curricular Comum (BNCC): Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura (BRASIL, 2018, p. 138).

Por isso, convidamos você, professor, a reler um clássico da literatura mundial, Romeu e Julieta, de William Shakespeare, o maior dramaturgo de todos os tempos, adaptado pela talensosa escritora Ana Elisa Ribeiro, nossa tecnoescritora mineira, sob o título Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa. Romeu e Julieta é uma peça teatral do no século XVI e, até hoje, é considerada uma das mais famosas do mundo. A “tecnotragédia amorosa”, 2

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apresentada pela autora, é uma adaptação da peça de Shakespeare, e mantém o esquema de dramaturgia: há um grande diálogo, com partes que mostram como era a cena e quem estava na cena, e também com indicações (chamadas rubricas) de como a cena deve ser. Shakespeare, há mais de 500 anos, escrevia para o grande público, falando sobre a alma humana. Ana Elisa tem um pouco de Shakespeare em si. Com sensibilidade, graça e perspicácia, ela também chega a multidões e, em Romieta e Julieu, fala ao público jovem sobre suas urgências. Esta adapatação é indicada para o trabalho com estudantes do Ensino Médio e, no âmbito da BNCC, contempla os temas Projetos de vida, Inquietações da juventude, Cultura digital no cotidiano dos jovens, Protagonismo juvenil, Diálogos com a sociologia e com a antropologia. Professor, aqui, você encontrará subsídios para desenvolver várias atividades dentro e fora da sala de aula, bem como para se aprofundar em alguns tópicos derivados das propostas de trabalho com Romieta e Julieu. Também há sugestões de referências complementares e uma seção de bibliografia comentada, tendo como fio condutor as vivências literárias dos estudantes do Ensino Médio. Profa. Renata Amaral

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Sumário

Propostas de atividades I................................................................ 5 Pré-leitura.................................................................................... 5 Atividade 1: Visita virtual a museus..................................... 5 Atividade 2: Estabelecendo elos............................................ 6 Leitura.......................................................................................... 8 Pós-leitura.................................................................................... 8 Atividade 1: Debate................................................................ 8 Atividade 2: Aspectos literários.......................................... 10 Atividade 3: Usos das linguagens....................................... 13 Atividade 4: Aspectos extralinguísticos ............................. 15 Propostas de atividades II............................................................. 20 Pré-leitura.................................................................................. 20 Atividade 1: Exibição de vídeo e debate............................. 20 Atividade 2: Enquete performática..................................... 21 Leitura........................................................................................ 22 Pós-leitura.................................................................................. 23 Atividade 1: Análise comparativa....................................... 23 Atividade 2: Contexto histórico........................................... 24 Atividade 3: Fruição............................................................. 27 Aprofundamento........................................................................... 31 Sugestões de referências complementares................................. 35 Bibliografia comentada................................................................. 38


Propostas de atividades I Nesta seção, organizamos uma proposta de trabalho com a obra literária Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa, contemplando ações dentro e fora do ambiente escolar, em consonância com a BNCC. Esta proposta é direcionada aos professores de Língua Portuguesa que atuam no Ensino Médio.

Pré-leitura Professor, para iniciar o trabalho com Romieta e Julieu, de Ana Elisa Ribeiro, com seus alunos do Ensino Médio, sugerimos criar uma situação que desperte neles o interesse pela obra. Essa situação inicial pode ser fundada: 1) no vínculo entre as paixões, motor das ações humanas, e na imaginação, combustível deste motor (MOTA, 2019), e 2) na ativação prévia de conhecimentos.

Atividade 1: Visita virtual a museus Museu Casa di Giulietta Casa di Giulietta, localizada na Via Capello 23, em Verona, Itália, remonta uma das cenas mais famosas da obra Romeu e Julieta, de William Shakespeare, na qual Julieta declama seu amor por Romeu, na sacada da casa. Um vasto acervo artístico em exposição contribue para evocar o clima histórico e artístico da época. Hoje, o local é um Museu que carrega consigo ares e objetos desta história de amor imortal: pinturas; gravuras que retratam cenas inspiradas na trágica história de amor; objetos domésticos de cerâmica da Idade Média e do início do Renascimento Veronese; móveis e trajes de cena do filme Romeu e Julieta, de 1968, de Franco Zeffirelli. Então, professor, conduza seus alunos a uma visita virtual a este Museu, que pode ser acessado neste link: https://casadigiulietta.comune.verona.it/nqcontent.cfm?a_id=42703, para uma imersão no contexto da obra. Museu do Fresco “GB Cavalcaselle” O túmulo de mármore vermelho localizado no antigo convento de San Francesco al Corso, atual sede do Museu do Fresco “GB Cavalcaselle”, é indicado como o local de sepultamento dos dois amantes, no século XVI, segundo o testemunho do estudioso Girolamo dalla Corte, que primeiro se referiu ao sepulcro guardado no convento de San Francesco. O Museu fica na Via Luigi da Porto, 5, em Verona, Itália, e pode ser visitado em meio virtual, com este link: https://museodegliaffreschi.comune.verona.it/ nqcontent.cfm?a_id=44363&tt=museo. 5

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A versão virtual dos Museus pode ser acessada pelo professor, que pode conduzir as visitas, ou por cada aluno, individualmente, usando o laboratório de informática ou até os próprios celulares, a depender das condições que se tenha. Em quaisquer destas possibilidades, o importante é orientar o percurso, chamar a atenção dos estudantes para pontos de maior relevância. A expectativa é que estas visitas virtuais agucem as paixões e a imaginação dos jovens alunos, abrindo espaço para a leitura de uma interessante adaptação do clássico shakespeareano. HABILIDADE DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG202: Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), compreendendo criticamente o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias (Competência 2). EM13LGG601: Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica (Competência 6). EM13LGG602: Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade (Competência 6). EM13LGG701: Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos (Competência 7).

Atividade 2: Estabelecendo elos Ao final da visita virtual aos Museus, é ideal reservar um tempo para apreciação das paredes da Casa di Giulietta, que trazem diversas inscrições, letras, corações, rabiscos e inúmeros bilhetes amorosos de pessoas que por ali passaram, deixando um pouco de suas histórias, em diferentes épocas.

©Zakhar Marunov/123RF.COM

©Alfred Schauhuber / imageBROKER / Alamy Stock Photo

Estas duas imagens representam muito bem o cenário a que nos referimos:

Parede da Casa di Giulietta, em Verona, Itália 6

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Detalhe das inscrições


Neste momento, levantar estes questionamentos pode ser interessante: • Quais as impressões de vocês sobre estes museus? E sobre as histórias que eles abrigam? • Quantas vozes ecoam nesta trama e nestes museus? Como podemos compreender esse fenômeno? • Com base no que vocês já conhecem sobre a história de Romeu e Julieta, foi possível estabelecer ligações entre a narrativa dos museus e a trama de Shakespeare? • E se esta grande história de amor acontecesse hoje e fosse combinada por meio de WhatsApp? Será que tudo estaria resolvido? Depois de conversarem sobre estas questões, é hora de apresentar à turma um exemplar físico da obra Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa. E fazer esta indagação: • É possível estabelecer alguma semelhança entre a capa do livro, os museus visitados e a obra Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês? Em seguida, é relevante explorar a textura gráfica da capa e o preeenchimento das letras exclusivamente criadas para Romieta e Julieu, e contar aos alunos que a base desses elementos é o grafite das paredes da Casa di Giulietta.

HABILIDADE DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG602: Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade (Competência 6). EM13LGG103: Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais) (Competência 1).

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP01: Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações (Competência 2 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP03: Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades (Competência 1 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP04: Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas (Competência 1 - Todos os Campos de atuação social).

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Leitura Professor, este momento é ideal para indicar a leitura da obra Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa para a turma. Acreditamos que os estudantes estarão muito envolvidos com a trama e imersos em seu contexto. Ao propor a leitura da obra, fazer este destaque pode aguçar ainda mais seus leitores. A história de Romieta e Julieu se passa em nossos tempos, século XXI, as personagens tinham acesso e eram adeptos das mais novas tecnologias e tudo foi combinado via WhatsApp: os amantes não morreram ou algo deu errado? É importante combinar um período para que a turma leia a obra. Durante este tempo, você pode fazer perguntas e/ou levantar curiosidades sobre a obra, para que os estudantes mantenham viva a chama da leitura. HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP28: Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão (Competências 3 e 7 - Campo das práticas de estudo e pesquisa). EM13LP46: Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica (Competência 6 - Campo artístico-literário).

Pós-leitura Professor, finalizada a leitura de Romieta e Julieu, é fundamental que os estudantes sejam conduzidos a compreenderem ainda mais a obra e realizarem ações que contribuam para fruição do texto lido, focalizando aspectos literários, usos das linguagens e intervenções sociais.

Atividade 1: Debate No momento de pré-leitura e indicação de leitura, algumas questões não foram totalmente respondidas: 1) se esta grande história de amor acontecesse hoje, Romieta e Julieu seriam entendidos como inconsequentes? 2) Se o plano fosse combinado por meio de WhatsApp, tudo estaria resolvido? 3) Os amantes não morreriam ou algo daria errado? E, por fim, 4) o casal teve problema de comunicação? Professor, essas questões podem ser discutidas com os educandos, no intuito de promover reflexões sobre os processos de comunicação, linguagens, tecnologias, comportamento e juventude. Esse debate tem elo com a atividade 3, do pós-leitura, da Proposta de atividades II, deste material. 8

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HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG702: Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital (Competência 7).

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP01: Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações (Competência 2 Todos os Campos de atuação social). EM13LP02: Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na leitura/escuta, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/ reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/solução; definição/exemplos etc.) (Competência 1 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP46: Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica (Competência 6 - Campo artístico-literário).

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Atividade 2: Aspectos literários Professor, não existe uma maneira única de analisar os elementos de um texto literário, seja ele dramático ou não. O objetivo desta ação é que deve nortear o modo de análise. Neste material, pretendemos contribuir para que os estudantes do Ensino Médio compreendam, interpretem e percebam as relações que seus elementos estabelecem entre si e com o público/leitor, em determinado contexto. Então, sugerimos analisar estes elementos constitutivos do texto teatral escrito em foco: 1. Enredo: é o texto teatral estruturado em atos e cenas, assemelha-se a um texto narrativo, que se constitui de fatos, personagens e história, que ocorre num determinado tempo e lugar. A adaptação em estudo mantém a mesma estrutura da peça shakespeareana, um drama tradicional. Neste quadro, sistematizamos as ações do enredo da peça: ESTRUTURA CERNE DO ATO

Ato

Quantidade de cenas

Momentos da narrativa

1° ato

5 cenas

Exposição

Montékios e Capuletos estão rivalizando.

2º ato

6 cenas

Ascensão da ação

Romieta e Julieu se apaixonam, mas não podem ficar juntos. Então, se casam em segredo.

3º ato

5 cenas

Clímax, momento decisivo

Julieu mata parente de Romieta e é banido da cidade, mas, antes de partir, consuma o casamento e planeja a fuga do casal.

4º ato

5 cenas

Declínio da ação

Romieta tem seu casamento com Paris arranjado; o Padre elabora o plano de morte para a jovem e ela o coloca em prática.

5º ato

3 cenas

Desfecho

Julieu compra um veneno; a mensagem de Romieta não chega; em briga, Julieu mata Paris no cemitério, depois, se mata. Romieta acorda, vê a tragédia e tira a própria vida.

Peças clássicas que seguem essa estrutura podem ter seu enredo analisado sob a ótica de Gustav Freytag (1816-1895), em uma pirâmide que representa a evolução da ação dramática: Pirâmide de Freytag Clímax

Ascenção da ação

Exposição

Declínio da ação

Desfecho

Adaptado de Palco BF. Disponível em: https://www.palcobh.com.br/curiosidades/fevereiro2003/piramide.html, acesso em 18 jan. 2021.

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Professor, a turma pode ser dividida em cinco grupos e os atos sorteados entre eles. Cada grupo ficará responsável por analisar um ato e verificar que momento da narrativa está relacionado a ele, indicando a ação central daquele ato. A culminância desta análise pode ser uma atividade em uma área externa, no pátio ou quadra escolar. É possível usar uma fita aderente ou giz para desenhar a pirâmide no chão para que cada grupo indique os elementos de sua análise e os posicione na pirâmide. Dessa forma, a peça, como um todo, pode ser analisada pela turma. 2. Narrador: é a entidade que conta a história. A figura do narrador não é obrigatória nas peças de teatro, pois elas costumam ser encenadas e, neste caso, a história em si é retratada pelos atores por meio dos diálogos. Em Romieta e Julieu, diversos diálogos da obra original foram transformados em narrações indiretas, o que reduziu a fala das personagens e tornou obrigatória a presença do narrador, que é totalmente parcial. Ele conta, critica, se assusta, se emociona, sofre, embora não seja necessariamente uma personagem. Nesta versão, o narrador ganha bastante destaque. Sua voz é grafada em letras maiúsculas na cor rosa. Sobre a figura do narrador, alguns questionamentos são importantes para a condução da análise dos aspectos literários da obra: • Por que motivo a autora precisou dar tamanho destaque ao narrador? O motivo estaria relacionado às tecnologias? • Quais manifestações do narrador denota sua parcialidade? 3. Personagens: são essenciais, nas peças de teatro, encenadas ou não. Os atores dão vida às personagens, por meio de suas ações, suas palavras e seus trajes. As personagems podem ser analisadas por meio de descrições físicas e psicológicas. Também podemos analisar aspectos sociais, econômicos e históricos a elas relacionadas, além de poder traçar um perfil mais aprofundado de cada uma delas, destacando suas motivações, desejos e anseios. Para estudar as personagens da obra, sugerimos retornar às páginas 20 e 21 do livro, em que há uma árvore genealógica das famílias Montékio e Capuleto e demais personagens envolvidos na trama, já com uma caracterização básica. A tarefa dos estudantes é completar esta caracterização, com base na leitura que fizeram da obra. Estes dados podem ser discutidos com toda a turma, pelo menos, no que tange ao perfil dos protagonistas. Em seguida, para usufruir do viés tecnológico da obra, a turma pode criar avatares para cada personagem. Para esta criação, as personagens podem ser divididos entre os grupos de trabalho, levando em consideração o perfil de cada personagem traçado no momento em que foram analisados. Diversos aplicativos de celulares gratuitos podem ser 11

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utilizados, tais como Bitmoji, Dollify ou Mojipop. Ao final, a turma pode apreciar a produção de cada grupo e avaliar se está adequada à obra. 4. Tempo e Espaço: se referem ao contexto histórico e ao local onde a narrativa se desenrola. Eles podem ser expliciatamente marcados, com indicação de data e nome do local, ou serem apresentados de modo mais implícito, por meio de acontecimentos históricos, ambientes e lugares citados. O tempo pode ser cronológico e/ou psicológico; e o espaço pode ser geográfico e/ou social. Estas questões podem nortear a discussão sobre esses aspectos em Romieta e Julieu: • Em Romieta e Julieu, o uso das tecnologias indicam contemporaneidade; o contexto histórico e as relações sociais impostas marcam explicitamente tempos remotos. Então, como podemos entender o tempo nesta obra? • Os espaços são bem delimitados: a casa de Julieta, a igreja, o cemitério. Em Romieta e Julieu, o que torna os espaços da obra ambientes do século XXI? Ao fim desta atividade, os estudantes terão ampliado o olhar sobre a obra e suas possiblidades de significação. HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP49: Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura (Competência 1 e 6 - Campo artístico-literário). EM13LP52: Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente (Competência 1 e 2 - Campo artístico-literário).

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Atividade 3: Usos das linguagens Professor, Romieta e Julieu é um livro multimodal. Você tem em mãos uma obra para explorar diversas linguagens com seus alunos. Vamos destacar alguns aspectos muito interessantes para fundamentar um debate e atividades práticas sobre esta temática: Tema: A linguagem do grafite e da pichação no meio urbano dos jovens A sacada foi aí! Ao visitar a casa de Julieta pela internet, Marcelo e Marconi descobriram uma inspiração para o livro Romieta & Julieu, além de ficarem sabendo que era possível comprar imagens das paredes daquela casa, onde milhares de casais deixaram inscritas suas juras de amor. Daí em diante, a ideia foi trabalhar sobre essas imagens, cheias de letras e signos, corações e rabiscos, umas sobre as outras, formando um ruído interessante para a linguagem do livro. As paredes, de tão escritas, lembram uma pichação bem desordenada, lembram a linguagem das ruas e o vozerio das gerações de pessoas e casais que por ali passaram e passam (p. 162-163).

Neste momento, mais que apresentar o grafite e a pichação para os alunos, é essencial tratar das questões sociais que estão por trás destas manifestações de linguagem, para desfazer o mito de que são vandalismo. No site da MultiRio há uma reportagem intitulada Grafite x pichação: qual a diferença?, escrita por Gilberto de Abreu, que apresenta dados e considerações muito relevantes para fundamentar este debate com seus alunos. Acesse o texto neste endereço: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/artigos/2972grafite-x-picha%C3%A7%C3%A3o-qual-a-diferen%C3%A7a Este debate pode fundamentar a atividade 3, da parte de pós-leitura, da seção “Propostas de atividades II”, quando os alunos terão a oportunidade de grafitar. Tema: Explorar a tipografia e a edição de textos A fonte com que o livro é impresso foi uma adaptação de uma outra, preexistente, chamada Cecilia. [...] Os irmãos designers modificaram um pouco o desenho dessas letras e as transformaram em uma fonte exclusiva para este livro, com versões em uma cor e preenchida com os rabiscos das paredes da casa de Julieta Capuleto. (p. 163)

A discussão sobre fontes gráficas pode despertar os alunos para o campo da edição de textos. Então, no laboratório de informática, se possível, explore estas fontes gráficas gratuitas com seus alunos: https://www.dafont.com/ ipanema-grafica.d910 Conduza-os a perceber a relevância da escolha tipográfica e seus efeitos sobre a construção de sentidos dos textos. O material deste site pode 13

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fundamentar essa discussão: https://edu.gcfglobal.org/pt/conceitos-basicosde-design-grafico/o-que-e-tipografia-e-como-escolher-um-tipo-de-letra/1/. Tema: Linguagem não verbal Essas letras também são parentes dos signos ou desenhos que aparecem, quase que como ilustrações do livro. São desenhos que saíram das palavras que aparecem na narrativa, como sangue, coração, espada, etc. Esses ícones se amontoam, conversam, se misturam às frases, marcam a cadência das orações, estão por todo o texto. (p. 163-164) [...] Foi escolhida então uma paleta de roxo e rosa, com preto e branco, claro. A voz do narrador ficou em rosa, portanto aparece bastante; as rubricas, isto é, as marcações de quem está falando, nos diálogos, ficaram em roxo; e as falas propriamente ficaram em preto, num fundo branco. Isso deu bastante dinamismo e movimento às páginas, além de demarcar bem quem é quem, quantos falam, em cada situação. (p. 164-165).

Sugerimos folhear a obra com foco nestes elementos, fomentando a discussão sobre as linguagens dos signos, dos desenhos e das cores presentes na obra, bem como a relação desses elementos com o texto escrito e com a construção de sentidos para o texto. Tema: Linguagem e tecnologia Isso foi mantido na adaptação, que continuou com esse jeito de peça, de conversa, de diálogo, só que mais inspirada em nossas infinitas e constantes conversações de WhatsApp, por exemplo. (p. 165)

Este tema, certamente, renderá boas discussões, trazendo à tona reflexões sobre tratamento da informação, usos das tecnologias digitais na comunicação, seus benefícos e possíveis males. A problemática da disseminação das fake news (‘notícias falsas’) pode ser muito explorada aqui. Nesta reportagem, Márcia Pimentel fala sobre “Como a escola pode combater o mundo das fake news”: http://www.multirio.rj.gov.br/index. php/leia/reportagens-artigos/reportagens/15098-como-a-escola-podecombater-o-mundo-das-fake-news HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP06: Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua (Competência 1 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP40: Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de fake news e também exemplos, causas e consequências desse fenômeno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos –, de forma a adotar atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem (Competência 2 e 7 - Campo jornalístico-midiático).

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Atividade 4: Aspectos extralinguísticos Professor, para finalizar o trabalho com Romieta e Julieu, acentuando a fruição da obra pelos alunos e a ação deles sobre o mundo, pensamos nestas situações de aprendizagens: Encenação da tecnotragédia Como sabemos, Romeu e Julieta, de Shakespeare, é uma obra muito traduzida e adaptada em todo o mundo. Então, sua turma poderia agregar valor a esta vasta produção e propor a uma encenação inédita desta tecnotragédia escrita por Ana Elisa. A construção do conhecimento por meio das artes cênicas contribui para a formação de sujeitos críticos, atuantes e cidadãos munidos de conhecimentos para questionar e melhorar sua escola, sua comunidade, sua vida. O teatro tem um papel muito importante na educação, pois contribui para o desenvolvimento de habilidades ligadas à comunicação, à oralidade e favorece a interação, por exemplo. Professor, a videoaula O mundo é um palco? desenvolve bem esse tema. Você pode acessar o material por meio deste link: https://youtu.be/ erRhHsRcxPg. Outro material, que também traz importante considerações, intitulado Teatro na escola – experiências e olhares, organizado por Glauber Coradesqui, pode ser acessado neste endereço eletrônico: https:// fundathos.org.br/arquivos/Teatro_na_Escola.pdf. Se necessário, você pode utilizar um roteiro para organizar a peça com os alunos. Em Montando um espetáculo de teatro na escola, disponível no link: https://www.aberta.org.br/educarede/2013/05/21/montando-umespetaculo-de-teatro-na-escola/, há um passo a passo para orientar cada etapa de preparação para a encenação da nossa tecnotragéia na sua escola. HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG104: Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social (Competência 1). EM13LGG201: Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso (Competência 2). EM13LGG301: Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos (Competência 3). EM13LGG602: Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade (Competência 6).

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HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP11: Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos (Competência 7 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP16: Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.) (Competência 1 e 4 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP47: Participar de eventos (saraus, competições orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo (Competência 3 e 6 - Campo artístico-literário).

Outras Habilidades HABILIDADES DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS EM13CNT302: Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando textos, gráficos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover debates em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevância sociocultural e ambiental (Competência 3).

HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS106: Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (Competência 1).

HABILIDADES DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS EM13MAT201: Propor ou participar de ações adequadas às demandas da região, preferencialmente para sua comunidade, envolvendo medições e cálculos de perímetro, de área, de volume, de capacidade ou de massa.

Criação e uso de playlist Professor, para enriquecer ainda mais a proposta de encenação da tecnotragédia em estudo, proponha à turma a criação de uma playlist comentada, que seja adequada ao contexto da obra, para ser usada na encenação da peça pelos alunos, ou seja, como trilha sonora. Para tanto, os alunos podem acessar plataformas de música que tenham versão gratuita, como o Spotify, e fazer uma bela produção de áudio. Neste endereço eletrônico: https://support.spotify.com/br/article/create-a-playlist/, você encontra um tutorial de criação de coletânea de músicas, as famosas playlists. 16

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HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG701: Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos (Competência 7).

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP21: Produzir, de forma colaborativa, e socializar playlists comentadas de preferências culturais e de entretenimento, revistas culturais, fanzines, e-zines ou publicações afins que divulguem, comentem e avaliem músicas, games, séries, filmes, quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de dança etc., de forma a compartilhar gostos, identificar afinidades, fomentar comunidades etc (Competência 1 e 6 - Campo da vida pessoal). EM13LP01: Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações (Competência 2 - Todos os Campos de atuação social)

Campanha publicitária O texto literário é muito potente. Ana Elisa sabe bem disso e não deixou escapar a oportunidade de tocar em um ponto elementar da peça Romeu e Julieta / Romieta e Julieu, ligado à saúde pública. Embora o texto seja concebido como uma grande e bela história de amor, temos, em seu desfecho, o suicídio de dois jovens. Bom, acho que já deu pra pensar mais um pouco na história de Romieta e Julieu, e sacar que é preciso entender e esperar um bocado antes de tomar decisões malucas, que podem dar em tragédia. É bom ter o costume de conversar com gente mais experiente, desabafar com alguém de confiança, ter amigos e chance de conversar com toda liberdade, na boa, com gente adulta, os pais, ou amigos deles mais legais, os tios, uma irmã mais velha, psicóloga (p. 151).

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) organizam nacionalmente, desde 2014, a campanha intitulada Setembro Amarelo, que tem o dia 10 deste mês marcado, oficialmente, como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Isso porque temos vivido uma triste realidade. O suicídio não é um fenômeno recente, mas os números têm impactado tão fortemente os órgãos internacionais de saúde que não há dúvidas: estamos diante de um grave problema de saúde pública. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, quase 6% da população. No mundo, são cerca de 800 mil de suicídios anuais. O Brasil só perde para os EUA (SECRETARIA de Saúde do Estado da Bahia. 2020).

Cerca de 96,8% dos casos em que uma pessoa tira a própria vida estão ligados a transtornos mentais. A depressão é a grande vilã; seguida do transtorno bipolar e uso de drogas. Situações de desemprego, sensações de vergonha, desonra, desilusões amorosas também constituem fatores de 17

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risco, que favorecem o ato. Nossos jovens estão entre os sujeitos mais afetados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a terceira causa de morte de jovens brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos. Entretanto, a OMS também afirma que o suicídio tem prevenção em 90% dos casos, desde que identificados e tratados adequadamente. Em vista disso, é urgente que o tema seja pauta de amplo debate social, para que ações efetivas sejam pensadas e colocadas em prática. Neste contexto, a escola poderia promover ampla discussão sobre o tema suicídio com os alunos e, também, com a comunidade escolar, partindo da obra Romieta e Julieu. Talvez, esta discussão pudesse ocorrer depois da encenação da tecnotragédia pelos alunos, que poderia ser aberta à comunidade escolar. Seria um ponto de partida fantástico! A ideia é trabalhar no campo da prevenção, que, certamente, passa pelo conhecimento e pelo diálogo entre as pessoas. Esta ação deve envolver um grupo multidisciplinar, com professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais. Caso a escola não conte com esse pessoal, vale a pena solicitar ajuda dos órgãos públicos locais. Aproveitando este debate, os alunos poderiam lançar uma campanha de prevenção ao suicídio, atrelada à campanha nacional já existente, Setembro Amarelo, sob orientação desta equipe multidisciplinar. Neste site, podem ser encontradas todas as informações necessárias para o debate e subsídios para a campanha: https://www.setembroamarelo.com/ Além de todo o significado que esta abordagem tem no campo pessoal e da saúde pública, os professores podem explorar diversas habilidades no campo das linguagens, no momento de planejamento, criação e divulgação da campanha de prevenção ao suicídio promovida pelos alunos. Esta campanha pode ser realizada totalmente em meio digital, contando com criação de perfis em redes sociais e materiais de diversos gêneros digitais para alimentar as redes: fôlder, vídeos, infográficos, podcast, clipping, release, entre vários outros.

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP11: Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos (Competência 7 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP12: Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas (Competência 1 e 7 - Todos os Campos de atuação social). (continua) 18

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HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP15: Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio-histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir. (Competência 1 e 3 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP16: Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.) (Competência 1 e 4 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP17: Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se em práticas autorais e coletivas (Competência 3 e 7 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP18: Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos (Competência 7 - Todos os Campos de atuação social).

HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG104: Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social (Competência 1). EM13LGG303: Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas (Competência 3). EM13LGG703: Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais (Competência 7).

Outras Habilidades HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS106: Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (Competência 1). EM13CHS403: Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos (Competência 4). EM13CHS604: Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as populações locais (Competência 6). EM13CHS606: Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia (Competência 6).

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Propostas de atividades II Nesta seção, propomos um trabalho transdisciplinar com a obra Romieta e Julieu, alinhado à BNCC. Buscamos estabelecer diálogos entre diversas disciplinas e áreas do saber, vislumbrando alcançar e alterar a percepção e o comportamento dos nossos jovens alunos do Ensino Médio, por meio da ação deles sobre o mundo.

Pré-leitura Professor, ter a paixão como ponto de partida pode ser a deixa para despertar o interesse dos alunos pela obra Romieta e Julieu, que é uma adaptação da clássica peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, como já destacamos.

Atividade 1: Exibição de vídeo e debate Para ambientar esta leitura, sugerimos iniciar com a exibição do curtametragem Star Cross’d: Romeo and Juliet retold (legendado) para a turma. O curta é uma releitura contemporânea da tragédia shakespeareana. A história se passa em uma praia britânica, onde as famílias Montéquio e Capuleto são donos de barracas de sorvete concorrentes. Esta adaptação foi produzida por Laura Dockrill especialmente para a campanha Shakespeare Lives, em 2016, em celebração aos 400 anos de morte deste genial autor. Com duração de 4min34s, o curta pode ser acessado neste link: https:// youtu.be/gqqkn7gRNkE. O áudio original está em inglês, o que pode ser explorado pelo docente desta disciplina. Em seguida, será muito produtivo realizar um debate com os alunos para discutir, entre outras, estas questões: • A narrativa deste filme se assemelha a alguma outra que vocês conhecem? Qual? • Star Cross’d está assentado em que contexto histórico e social? • Que tipos de relacionamentos aparecem na narrativa fílmica? Eles funcionam de modo saudável ou parecem problemáticos? Por quê? HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS101: Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais (Competência 1).

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Outras Habilidades HABILIDADE DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG303: Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas (Competência 3).

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP01: Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações (Competência 2 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP03: Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades (Competência 1 - Todos os Campos de atuação social).

Atividade 2: Enquete performática Na sequência, para dinamizar a aula ainda mais, propomos a realização de uma enquete performática com a turma. Oriente os alunos a se posicionarem no centro da sala de aula, do pátio ou da quadra esportiva, se for possível realizar atividade externa. Explique para a turma que você fará algumas peguntas e que os alunos deverão se movimentar para o lado esquerdo do espaço, quando concordarem com a pergunta, e para a direita, quando não concordarem. A cada resposta, um ou dois alunos podem explicar o seu posicionamento para o grupo. Estas são algumas possibilidades de perguntas, tomando como base o enredo do curta-metragem: • Os relacionamentos vivenciados em Star Cross’d têm alguma identidade com os vividos por você e/ou sua família? • Os relacionamentos amorosos são os mais importantes em nossas vidas? • O relacionamento familiar é o mais importante em nossas vidas? • Relacionamentos promovem situações desafiadoras? • Você já teve alguma divergência ou conflito em algum de seus relacionamentos? • Estes conflitos são fáceis de resolver? • Seus pais sempre sabem dos seus problemas? • Ouvir um adulto pode ser uma boa alternativa para resolver um conflito? Professor, este tipo de abordagem pode ser potencialmente sensível para alguns estudantes. Portanto, é importante estar ainda mais atento ao comportamento deles e ser acolhedor, em todas as ocorrências. 21

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HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS101: Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais (Competência 1). EM13CHS401: Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos (Competência 4). EM13CHS502: Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais (Competência 5).

Leitura Professor, ao encerrar a atividade de pré-leitura, você pode sugerir aos alunos que reflitam sobre estas outras duas questões: • Uma comunicação eficaz pode ajudar a resolver conflitos, no âmbito das relações humanas? • As tecnologias são alternativas eficientes, neste aspecto? HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS401: Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos (Competência 4).

Outras Habilidades HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP28: Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão (Competências 3 e 7 - Campo das práticas de estudo e pesquisa). EM13LP46: Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica (Competência 6 - Campo artístico-literário).

Este momento é ideal para indicar a leitura da obra Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa para a turma. Os estudantes estarão envolvidos e movidos pelos questionamentos anteriores e estarão diante de um texto que trata correlatamente destas questões. Ao fazer a indicação de leitura, é muito importante apresentar a obra fisicamente para a turma e combinar um tempo hábil para esta boa leitura. Durante o período em que estiverem lendo a obra, o acompanhamento, estímulo e mediação do professor é fundamental. Então, procure saber quais são as impressões dos estudantes sobre a obra, instigue-os a continuar lendo, por exemplo, destacando cenas da peça. 22

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Pós-leitura Professor, finalizada a leitura de Romieta e Julieu, é hora de partir para a realização de ações que contribuam ainda mais para a fruição do texto lido pelos estudantes, com desdobramentos práticos, coletivos e de grande alcance, fruto de um trabalho transdisciplinar.

Atividade 1: Análise comparativa No momento de pré-leitura, abrimos três grandes campos para ação: 1) dos relacionamentos interpessoais; 2) da comunicação entre as pessoas; e 3) das tecnologias na vida das pessoas. Então, neste momento, algumas questões podem ser retomadas no contexto de Romieta e Julieu, para promover uma análise comparativa, em meio oral, numa roda de conversa com a turma, das versões de Romeu e Julieta que estamos trabalhando: uma tradução, uma adaptação fílmica e uma adaptação tecnológica. Estas são algumas questões para nortear a análise: • O que há em comum nas relações sociais estabelecidas entre as personagens? • Houve algum problema de comunicação nas interações das personagens das narrativas em estudo? • Há alguma identidade desses problemas e relações com a vida real? • Qual o papel das tecnologias em Romieta e Julieu? • Qual poderia ser uma alternativa saudável para resolução do conflito vivido pelo jovem casal?

HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS401: Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos (Competência 4). EM13CHS403: Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos. (Competência 4).

Outras Habilidades HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP03: Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades (Competência 1 - Todos os campos de atuação social). EM13LP50: Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se retroalimentam (Competência 6 - Campo artístico-literário).

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Atividade 2: Contexto histórico Para conduzir os estudantes a uma compreensão aprofundada sobre as relações sociais, indicamos falar sobre o período em que a obra original foi escrita. Em seguida, sobre o período em que estamos vivendo, relacionando os modos de organização da sociedade, em épocas diferentes, com os tipos de relacionamentos sociais estabelecidos. Ao conduzir os estudantes a compreenderem e compararem épocas da história mundial, os professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas estarão contribuindo, especialmente, para o desenvolvimento das competências específica 1 e 4 da área em questão, conforme BNCC. HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS102: Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos (Competência 1). EM13CHS104: Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço (Competência 1). EM13CHS401: Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos (Competência 4). EM13CHS403: Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos (Competência 4). EM13CHS605: Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo (Competência 6).

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A Inglaterra de Shakespeare O dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) viveu em um período marcado pela presença da forte e polêmica personalidade da rainha Isabel I (1558-1603), que governou a Inglaterra por 45 anos. Esse período é considerado a Era de Ouro da história inglesa. É o auge do Renascimento naquele país, com os maiores destaques para a literatura e a poesia. Entretanto, foi uma época fortemente marcada pelo patriarcalismo, sistema de organização da sociendade em torno da supremacia do homem sobre a mulher, o que influenciava todas as relações sociais, políticas e religiosas que vigoravam na época. Este contexto reflete na trama vivida por Romeu e Julieta, que focaliza o amor proibido entre dois jovens de famílias rivais, que se passa em Verona, na Itália. Todavia, a narrativa torna-se mais significativa por denunciar a hipocrisia nas convenções sociais, os interesses econômicos e a guerra pelo poder. Esses elementos criam a atmofera de intolerância que condena o sentimento de amor dos protagonistas. No laboratório de informática da escola, por meio de dispositivos móveis ou até em material impresso, o professor pode indicar aos alunos a leitura do texto intitulado “Renascimento”, disponível neste link: https:// www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/renascimento.htm. Após a leitura, poderá promover uma discussão com a turma, a fim de levantar as características da Idade Média e do Renascimento, buscando traçar diferenciações entre os períodos. No âmbito desta discussão, o professor pode fazer os seguintes questionamentos: • Como as artes, as filosofias e as ciências estavam durante a Idade Média? • Há controvérsia ao afirmar a existência de um Renascimento? • Que aspectos destas épocas têm reflexo em nossos dias atuais?

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O Brasil de hoje O Brasil é um país de cultura hierárquica (DaMatta, 2010, p. 24), injusto, desigual e violento, encontrando-se em processo histórico-social incompleto de modernização, oriundo de matriz aristocrático-familística (DaMatta, 2017, p. 100), e, portanto, marcado pela precariedade, ineficiência e descaso pelo que é público, pela negação de direitos e por uma cultura de violência (Carvalho, 2016). O que a historiografia, a sociologia e a antropologia brasileiras vêm constatando em seus estudos é que a modernização brasileira é marcada por fortes crises em face da dialética que movimenta sua estrutura sociocultural, entre modernidade e tradição (DaMatta, 1986, p. 19). (BITTAR, 2018, p. 11-28) Esse é o trecho inicial do artigo intitulado “Democracia e políticas públicas de direitos humanos: a situação atual do Brasil”, de Eduardo C. B. Bittar, publicado na Revista USP. No artigo, Bittar traça um panorama da realidade brasileira à luz da Declaração Universal dos Direitos Humanos, fazendo um contraponto com as políticas públicas desenvolvidas no Brasil e dados sociais publicados em pesquisas e relatórios oficiais. Na conclusão de seu texto, o autor afirma que “há uma realidade brasileira moderna (urbana, trabalhadora, ecológica, democrática, igualitária, liberal e da cidadania) que se choca com uma realidade brasileira antiga (latifundiária, escravista, monocultora, hierárquica, conservadora, machista e negadora de direitos)”. (BITTAR, 2018) Professor, você pode se basear neste artigo para explorar a temática ou até lê-lo com seus alunos, em um momento de leitura e discussão coletiva sobre o texto. Essa ação pode levar os educandos à construção de uma visão crítica sobre o cenário brasileiro atual. O artigo pode ser acessado por meio deste link: https://jornal.usp.br/revistausp/democracia-e-politicaspublicas-de-direitos-humanos-a-situacao-atual-do-brasil/ Em seguida, mostrar como o contexto social real pode ter refletido na criação das obras e, consequentemente, no modo como são estabelecidas as relações sociais entre as personagens. Um dos pontos a ser destacado, a nosso ver, é o quanto o patriarcalismo está nas bases destas relações e suas nuances nos dias de hoje. O texto literário tem o poder de escancarar o perfil de uma sociedade e de sensibilizar as pessoas a se engajarem em mudanças.

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Atividade 3: Fruição Ao ser transformada em uma história do século XXI, Ana Elisa Ribeiro faz uma adaptação do tempo, da linguagem, dos recursos, dos modos como as personagens diziam e faziam as coisas, incorporando as tecnologias digitais nesta nova versão de Romeu e Julieta, dando vida a Romieta e Julieu. Ao dar este salto no tempo, pode parecer uma esquisitisse manter as bases do patriarcado, as tradições e convenções, a rivalidade e a guerra pelo poder daquela época de Shakespeare. Ou nem soa estranho? Será por quê? Na peça, por exemplo, no ato II, cena II, Romeu vai até o jardim dos Capuleto e fala com a sua amada, que se encontra na sacada: “Zomba da dor quem nunca foi ferido”, traduzido na tecnotragédia de Ribeiro em: “Dureza a gente ter de se odiar se amando tanto”. As palavras da personagem denotam o contexto da época e podem ser compreendidas como uma apelo à empatia pelo casal apaixonado. A situação vivida por essas personagens pode não ser tão distante do que nossos jovens vivenciam nos dias de hoje, em que o individualismo, a intolerância, o preconceito e o capital imperam socialmente. Ana Elisa Ribeiro, antenada a tudo isso, faz uma provocação necessária, logo nas páginas iniciais de Romieta e Julieu: Essa guerra era antiga. E daí? O que os dois tinham com isso? Foi-se o tempo em que os jovens não dialogavam com os pais, não é? Ou ainda não? Bem, paciência então. Depois dessa trombada meio de propósito, vejam só o que aconteceu... e cuidado: é uma tragédia. (p. 23)

Então, dando continuidade ao trabalho, propomos usar a arte para nos ajudar a pensar sobre questões que remetem a problematização das relações humanas, a partir da abordagem da capacidade da empatia. “A empatia não é unicamente uma compreensão racional do lugar do outro – ela implica também uma conexão que se dá no nível emocional e pessoal. Nesse sentido, é importante que a escola seja um ambiente de convivência entre pessoas bem diversas” (CUPERTINO, 2016), onde a empatia seja uma prática corrente nas relações vivenciadas no ambiente de aprendizado, para que ecoem em nossas relações sociais amplamente. Nesta perspectiva, damos sequência ao trabalho transdisciplianar, agora, com foco no desenvolvimeto da empatia, uma das dez Competências Gerais da Educação Básica definidas na BNCC (2018), que consiste em Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. (BNCC, 2018, p. 10). 27

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Neste contexto, sugerimos que você apresente o Museu da Empatia e sua exposição Caminhando em seus sapatos para seus alunos, a qual pode ser acessada neste link https://www.intermuseus.org.br/museu-daempatia O Museu da Empatia é um espaço interativo e de experiências dedicado a desenvolver a capacidade humana de olhar o mundo pelos olhos de outras pessoas. A empatia tem potencial de transformar nossas relações interpessoais, inspirar mudanças de atitude e contribuir para o enfrentamento de desafios globais como preconceito, conflitos e desigualdade. Em sua primeira edição no Brasil, o Museu da Empatia foi instalado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em 2017. Esta experiência foi oportunizada pelo Intermuseus, uma associação civil sem fins lucrativos (OSCIP).

Professor, depois de conhecerem esta proposta, você pode convidar seus alunos a vivenciarem essa experiência, no site Empatia On-line, que conta com a versão digital do Museu da Empatia já instalado em São Paulo. Para viver esta expriência, é necessário acessar o site: https://empatiaonline.org/ Para engrandecer esta vivência, você pode conduzir os estudantes na criação e organização de um Museu Escolar da Empatia. Há várias possibilidades de releitura desta proposta da Intermuseus. O essencial é engajar os educandos e promover um processo de planejamento, criação e implantação do Museu, que contemple formas de interação, especificidades das visitas, acompanhamento e avaliação dos resultados, aprimoramento e continuidade do projeto. O Museu Escolar da Empatia pode ser construído a partir da curadoria de diferentes gêneros textuais, impressos ou digitais, e de objetos. Por exemplo, professor, você pode orientar a turma a escrever cartas com relatos sobre si e os estudantes podem motivar a comunidade escolar a fazer o mesmo, seguindo um roteiro básico: escolher um aspecto sobre si mesmo 28

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para compartilhar com alguém. Pode ser uma vivência, um sentimento, um desejo, uma característica, um hábito que permita ao leitor conhecer um pouco sobre o sujeito-autor, sua essência, sua vida. Além da coleta de relatos e/ou objetos, seria oportuno estabelecer um espaço na escola para ambientação do Museu, no caso de implantação de museu físico, um espaço externo. Nele, os estudantes poderiam grafitar nos muros, paredes ou até em placas de madeira decorativas algumas frases simbólicas identificadas nas cartas, bem como citações e ou imagens que remetam à empatia. Neste espaço, a turma poderia construir uma grande caixa de correio ou um grande envelope para as pessoas depositarem suas cartas, dentro de um período estimulado ou até em fluxo contínuo. Este espaço poderia ficar aberto à experienciação contínua de visitantes. Cultivar um jardim neste local e colocar música instrumental no ambiente também são posssibilidades que tornariam a experiência ainda mais profunda para os visitantes. Os estudantes, além de produtores, curadores e organizadores do Museu, também poderiam exercer atividades de mediação com o público visitante, em determinados momentos, apresentando o Museu. Este trabalho também pode ser desenvolvido em ambiente digital, como foi feito com a instalação Caminhando em seus sapatos (https://empatiaonline.org/) e, também, como ocorre no Museu da Pessoa (https://museudapessoa.org/). Neste ambiente, os discentes terão a oportunidade de realizar outras práticas comunicativas, possibilitadas pelo uso da internet e de aparelhos eletrônicos, como computadores, celulares, tablets e afins, das quais emergem os gêneros textuais digitais, marcados pela multiplicidade de semioses: imagens, sons, texto escrito (cf. MARCUSCHI, 2004). Construção e administração de websites e weblogs, produção de narrativas em formato de podcast ou em vídeo, uso de GIFs; interações por meio de chat, WhatsApp, e-mail; e criação e uso de redes sociais, dentre outros, podem ser articulados na construção do Museu Escolar da Empatia, na modalidade digital.

Nesta abordagem complementar, buscamos, a partir da obra ficcional, compreender o contexto social da época que é refletido na trama, situá-lo em nossos dias e problematizar as relações humanas estabelecidadas no século XXI, por meio da experiência e participação artística transformadora. É um tabalho transdisciplinar muito potente! 29

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HABILIDADES DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS EM13MAT201: Propor ou participar de ações adequadas às demandas da região, preferencialmente para sua comunidade, envolvendo medições e cálculos de perímetro, de área, de volume, de capacidade ou de massa (Competência 2).

HABILIDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS EM13CHS106: Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (Competência 1).

Outras Habilidades HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS EM13LGG101: Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos (Competência 1). EM13LGG104: Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social (Competência 1). EM13LGG105: Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, desenvolvendo diferentes modos de participação e intervenção social (Competência 1). EM13LGG301: Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos (Competência 3). EM13LGG602: Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade (Competência 6). EM13LGG604: Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas (Competência 6). EM13LGG701: Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos (Competência 7).

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM13LP11: Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos (Competência 7 - Todos os Campos de atuação social). EM13LP15: Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio-histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir. (Competência 1 e 3 - Todos os campos da vida social). EM13LP27: Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de discussões, campanhas e debates, produzindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental (Competência 3 - Campo de atuação na vida pública).

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Aprofundamento Nesta seção, apresentamos a você, professor, subsídios que possam propiciar o aprofundamento no trato com a obra Romieta e Julieu. William Shakespeare William Shakespeare (1564-1616) nasceu na pequena cidade de Stratford-Upon-Avon, na Inglaterra, filho de John Shakespeare e de Mary Arden. Seu pai foi um comerciante bem-sucedido e tinha influência política na cidade. Entretanto, viveu um declínio econômico na época em que o poeta ainda era adolescente. A biografia de Shakespeare é permeada de polêmicas e dúvidas. Mas sua genialidade artístico-literário é mundialmente reconhecida. Suas obras permanecem vivas até os dias de hoje e são traduzidas e adaptadas para teatro, televisão, cinema e literatura, talvez, porque são espelhos do que somos, do que vivemos e/ou queremos denunciar. O autor e sua obra também são objetos de estudos, pesquisas e debates contínuos. Em homenagem aos 400 anos de sua morte, o British Council, organização internacional do Reino Unido para relações culturais e educacionais nas áreas de língua inglesa, organizou o Shakespeare Lives 2016, celebração da vida e da obra de William Shakespeare. Este material audiovisual pode ser acessado neste link: https://youtu.be/c-5sSsXvlpo

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Ana Elisa Ribeiro Ana Elisa nasceu em 1975, em Belo Horizonte, capital das Minas Gerais. Desde pequenina, ela tem uma paixão visceral pela leitura literária e há bastante tempo gosta, convive e estuda as tecnologias digitais. Daí vem seu gosto por reescrever grandes história à luz das tecnologias, como fez com a clássica história de amor shakespeareana, nos presenteando com Romieta e Julieu: tecnotragédia amorosa, obra que está no centro das propostas deste material. Ela é escritora atuante há mais de duas décadas e é autora de vários livros, infantis e infantojuvenis, além de poesia, conto e crônica. É uma autora contemporânea, viva em todos os sentidos da palavra. Ana tem uma atividade profissional assombrosa e é bastante ativa nas redes. Em seu site (https://anadigital.pro.br/), além de encontrar informações sobre a autora, você pode usufruir de um material relevante no campo das linguagens e tecnologias, dos estudos da edição e da literatura, entre outros.

O teatro Em 1962, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) instituiu o Dia Mundial do Teatro, que é celebrado, desde então, em 27 de março. O teatro pode ser considerado uma forma de arte, de entretenimento, de representação do outro e do mundo, de refletir sobre a existência humana e também um ato político e de resistência. Ao longo da história, o teatro vem sobrevivendo às guerras, à censura, à falta de recursos, e continua vivo. Resistindo! Em 2010, a atriz britânica Dame Judi Dench foi convidada pela UNESCO para escrever a mensagem oficial da Instituição em comemoração ao Dia Mundial do Teatro. Este é um trecho do texto da atriz, que nos mostra a potência do teatro: O Dia Mundial do Teatro é uma oportunidade para celebrar o Teatro nas suas múltiplas formas. O Teatro é uma fonte de divertimento e de inspiração e tem a capacidade de unificar as numerosas populações e culturas existentes no mundo. Mas é mais do que isso e também oferece oportunidades para educar e informar. O Teatro é feito por todo o mundo e nem sempre nos espaços tradicionais de teatro. Os espectáculos (sic.) podem acontecer em uma pequena aldeia de África, no sopé de uma montanha da Arménia, em uma pequena ilha do Pacífico. Só precisa de um espaço e de público. O Teatro tem o dom de nos fazer sorrir, de nos fazer chorar, mas também deve fazer-nos pensar e reflectir (sic.).

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O Teatro faz-se com trabalho de equipa (sic.). Vêem-se os actores (sic.), mas existe um conjunto extraordinário de pessoas que não é visto. Elas são tão importantes como os actores (sic.) e são as suas competências diversas e específicas que permitem que o espectáculo (sic.) aconteça. Devem receber parte do triunfo e sucesso que se espera obter. O dia 27 de Março é a data oficial do Dia Mundial do Teatro. Mas todos os dias deviam ser considerados, de maneiras diferentes, como um dia de Teatro, pois temos a responsabilidade de continuar essa tradição de divertimento, de educação e de edificação dos nossos públicos, sem os quais nós não poderíamos existir. (MENSAGEM do Dia Mundial do Teatro, 2010)

Professor, estes vídeos contribuirão bastante para compreensão do teatro no Brasil e no mundo, e podem ser usados em sala de aula: • Franko Figueiredo I – Diretor de Teatro em Londres: Figueiredo é um dos pioneiros do Teatro Brasileiro em Londres. Neste vídeo, ele conta a trajetória entre a Bahia e a capital da Inglaterra. Link de acesso: https://youtu.be/z-AkHKh_Jes • Franko Figueiredo II – Diretor de Teatro Brasileiro: O diretor de teatro Franko Figueiredo fala sobre a fundação da Companhia de Teatro StoneCrabs. Link de acesso: https://youtu.be/DmDIu--nc90 • Teatro Brasileiro – Origem e Mudanças: Panorama do teatro brasileiro a partir do início do século XX. Link de acesso: https:// youtu.be/BRMbW6BqkNc

O texto teatral Qual é a diferença entre peça de teatro e filme? A peça de teatro é comumente encenada ao vivo, sem edições, embora seja uma prática que conte com memorização e ensaios prévios. Os atores contracenam diretamente para a plateia, o que torna a atividade mais prática e dinâmica. O cinema, por outro lado, além de contar com os processos de memorização e ensaios, é gravado e editado, sendo apresentado ao público somente o produto final tratado. É relevante destacar que a atuação em ambas as ações ocorre de modo diferente, em função do contexto de produção e recepção, como, por exemplo, a imposição de voz. Uma peça teatral pode ser considerada essencialmente uma forma de expressão literária, pois visa tocar e provocar seu público por meio das palavras. Ao ser encenada, os atores assumem suas personagens e interagem entre si e com o público, na construção da teia narrativa. Em seu Dicionário de gêneros textuais, Costa (2008, p. 146) diz que “a maneira como as coisas são ditas permite ao leitor fazer inferências sobre as características de 33

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cada personagem e compreender os conflitos da trama”. Por isso, o diálogo é o elemento determinante da ação dramática. Cenário, efeitos de luz e som, representação física dos personagens, figurino, maquiagem, gestos, movimento, entre outros elementos, são agregados às “palavras”, dando vida ao espetáculo de teatro. Na peça escrita, esses elementos são sinalizados nas rubricas destacadas no corpo da peça, a fim de indicar quem está falando e de descrever o cenário, figurino, o ambiente ou a situação antes de cada ato. Em ambas as modalidades, os acontecimentos são desenrolados em determinado(s) tempo(s) e espaço(s). Os textos teatrais comumente são classificados como tragédia ou comédia, e são organizados em atos e cenas.

Para mais detalhes sobre o texto teatral, sugerimos estes materiais: • Gênero Dramático – Brasil Escola: Nesta videoaula, são abordadas as características do gênero dramático, seu contexto histórico e a importância desse gênero para a compreensão do texto teatral. A aula pode ser acessada por meio deste link: https://youtu. be/04u7rF5h3Fw • Texto Teatral – Brasil Escola: Nesta aula digital, temos a discussão sobre a diferença entre o texto teatral e os demais textos literários. A aula pode ser acessada por meio deste link: https://youtu.be/ EDZGmPM9shI

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Sugestões de referências complementares Professor, nesta seção, trazemos indicações de diversas fontes que podem dialogar e enriquecer a leitura da obra Romieta e Julieu, ampliando os trabalhos em desenvolvimento com seus alunos.

Filmes Tanna, direção de Martin Butler e Bentley Dean, 2015, duração: 104 min. Inspirado em Romeu e Julieta, o longa-metragem Tanna conta a história do amor impossível entre Dain e Wawa. A trama se passa em uma remota sociedade tribal, onde a jovem Wawa se apaixona por Dain, mas é oferecida em noivado em uma oferta de paz a outra tribo. Desesperados, os jovens vivem o dilema entre fugir e ser felizes juntos ou zelar pelo futuro de sua tribo. Romeu + julieta, direção de Baz Luhrmann, 1996, duração: 120 min. Romeo + Juliet é um filme norte-americano de 1996, um drama romântico dirigido por Baz Luhrmann, baseado na obra homônima de Shakespeare, porém ambientada em um espaço contemporâneo fictício, que recebeu o nome de Verona Beach. Leonardo DiCaprio representa Romeu e Claire Danes, a bela Julieta, que vivem um amor profundo, embora a rivalidade existente entre suas famílias. Maré, nossa história de amor, direção de Lúcia Murat, 2008, duração: 104 min. Maré, nossa história de amor é um filme brasileiro que se passa na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Conta a história de Analídia, filha de um dos chefes do tráfico, que está preso, e Jonatha, MC da comunidade e também irmão de Dudu, que disputa o poder com o pai de Analídia. O sonho de Jonatha é gravar um CD, mas ele reluta em aceitar a proposta de Dudu para financiar sua produção, já que o dinheiro viria do tráfico. Jonatha e Analídia vivem em famílias rivais e se apaixonam ao se conheceram no grupo de dança da comunidade. Este local se torna, para o casal apaixonado, um refúgio para o amor, a arte, o sonho e a possibilidade de uma vida longe do crime. A pura verdade, direção de Kenneth Branagh, 2019, duração: 101 min. A pura verdade se passa em 1613, época em que Shakespeare era considerado o maior escritor de sua era. No entanto, um desastre acontece: o teatro The Globe é incendiado. O local era o preferido do dramaturgo. Depois disso, o célebre escritor se aposenta e retorna para Stratford, sua cidade natal. A volta para o ambiente de sua conturbada infância provoca no escritor profundas reflexões sobre as relações familiares estabelecidas 35

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ao longo de sua vida. O dramaturgo relembra a morte de seu filho de apenas onze anos e questiona seus erros e acertos no desempenho do papel de pai e marido em meio ao frenesi do seu sucesso.

Espetáculos teatrais gravados Romeu e Julieta, de Charles Gounod (2016) Em homenagem a William Shakespeare, por ocasião dos 400 anos de sua morte, a Fundação Clóvis Salgado encenou a versão operística de Romeu e Julieta, composta pelo francês Charles-François Gounod. A história da paixão proibida entre dois jovens de famílias rivais, originalmente ambientada na cidade de Verona, Itália, foi transportada para a Era Vitoriana, com nuances de contemporaneidade, pelas mãos do diretor cênico Pablo Maritano e do regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, conforme informações obtidas no Canal do Programa Harmonia, na plataforma do YouTube. A gravação audiovisual da peça tem duração de 147 min e pode ser acessada por meio deste link https://youtu.be/mFdswwpp76c Romeu e Julieta, Grupo Galpão no Globe Theatre (2012) Para comemorar os 30 anos do Galpão, grande companhia de teatro mineira, o grupo remontou a peça Romeu e Julieta, apresentada, entre outros, no Globe Theatre, em Londres, em um festival com grupos de teatro de 37 países, encenando peças de William Shakespeare, cada um em sua língua. A peça tem concepção e direção geral de Gabriel Villela, duração de 98 min e sua gravação em vídeo pode ser apreciada por meio do link https://youtu.be/pNvTDEplX0o Cena do musical Romeu & Julieta (2018) Romeu e Julieta virou um musical. As músicas da cantora Marisa Monte narram as cenas do espetáculo, que mescla modernidade e clássico, tem linguagem menos rebuscada e aposta na diversidade, sobretudo, ao apresentar uma Julieta negra. A concepção e a direção são de Guilherme Leme Garcia, com adaptação e roteiro musical de Gustavo Gasparini e Eduardo Rieche. O musical tem 120 min de duração. Algumas de suas cenas podem ser vistas por meio da plataforma YouTube. Esta cena tem duração de 6min14s e pode ser conferida neste link: https://youtu.be/d708-_zOSz8

Museus Museu de Relacionamentos Terminados O Museu guarda histórias de amores fracassados do mundo inteiro. É um espaço público, físico e virtual, criado com o objetivo de valorizar e compartilhar histórias de desgosto e posses simbólicas. O Museu croata conta com um acervo cada vez maior de itens que revelam lembranças de 36

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relacionamentos passados, acompanhados por uma história pessoal anônima. “Ao contrário das instruções de autoajuda ‘destrutivas’ para a recuperação da dor e da perda, o Museu oferece a chance de superar um colapso emocional por meio da criatividade – contribuindo para sua coleção universal”, como explicitado na seção “sobre o Museu”, de seu site. O Museu pode ser acessado por meio deste link: https://brokenships.com/ O Museu Casa di Giulietta O Museu Casa di Giulietta tem sua sede na casa onde supostamente viveu a família Dal Cappello, desde o século XIII. É parte de um complexo medieval que foi alvo de inúmeras intervenções de restauro e reestruturação, ao longo dos séculos, tendo tido diversos proprietários. O Museu guarda elementos e objetos que remontam a trágica história e encanta com suas exposições. O Museu pode ser acessado virtualmente por este site: https:// casadigiulietta.comune.verona.it/nqcontent.cfm?a_id=42703 MUSEHUM – Museu das Comunicações e Humanidades MUSEHUM conta a história do desenvolvimento tecnológico das comunicações sob a ótica das relações humanas. O Espaço pode ser acessado física ou digitalmente. Em ambas as modalidades, oferece experiências únicas para cada visitante, por meio de novas plataformas de conteúdo e interação, fazendo uso de tecnologias como realidade virtual, telas sensíveis ao toque, fotografia digital, celular, jogos e outros. A proposta do Museu é fazer com que o visitante se sinta parte do museu, criando um elo entre passado e futuro, memória e tendências para provocar reflexão sobre o impacto das comunicações no desenvolvimento da humanidade. A sede do Museu fica no bairro Flamengo, no Rio de Janeiro/RJ. Seu acervo digital pode ser acessado por meio deste link: https://oifuturo.org.br/ espacos/musehum/

Site Vontade de viajar O professor de geografia pode usar esse e outros sites para conduzir a turma a uma visita virtual a Verona, na Itália, para que os estudantes possam conhecer a cidade de Romeu e Julieta e os lugares que inspiraram a história. O site citado pode ser encontrado neste link: https://vontadedeviajar. com/romeu-e-julieta-verona-italia/ O Google Earth, programa de computador que apresenta o globo terrestre em um modelo tridimensional, também pode ser um recurso interessante para explorar estes locais.

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Bibliografia comentada Professor, nesta seção, apresentamos as referências mobilizadas para a elaboração deste material, acrescidas de comentários a respeito de cada título. BITTAR, Eduardo C. B. Democracia e políticas públicas de direitos humanos: a situação atual do Brasil. Revista USP, São Paulo, n. 119, p. 11-28, out.-dez. 2018. A RevistaUSP é uma publicação da Superintendência de Comunicação Social (SCS) da Universidade de São Paulo (USP). O número 119, relativo ao trimestre outubro/novembro/dezembro do ano de 2018, é dedicado à temática dos “Direitos Humanos” e contou com a organização do professor Paulo Endo. Nesta edição, podemos encontrar o artigo referenciado. BORGES, Jorge Luís. Borges, oral & sete noites. Tradução de Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. Esta obra reune duas conferências proferidas pelo genial autor argentino Jorge Luís Borges sobre alguns de seus temas preferidos, como o tempo, a poesia, a imortalidade e a cabala. Neste volume, em meio a tantas reflexões pessoais sobre motivos enciclopédicos, um dos mais belos textos é “O livro”, que, para o autor, é o instrumento mais assombroso que o homem criou, porque “o livro é uma extensão da memória e da imaginação”. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília, MEC/CONSED/ UNDIME, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site. Pdf>. Acesso em 20 de dezembro de 2020. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2012. Este livro procura mostrar possibilidades de reformulação, fortalecimento e ampliação do estímulo à leitura no Ensino Básico para além das práticas usuais. Cosson aborda a relação entre literatura e educação, propõe a construção de uma comunidade de leitores nas salas de aula e sugere oficinas para o professor adaptar seu trabalho ao letramento literário.

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COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. A obra de Sérgio Roberto Costa é um importante instrumento para estudantes e profissionais da área de Linguagens. A obra é constituída por verbetes que apresentam uma conceituação sobre diversos gêneros de texto, caracterizados e exemplificados, com princípios teóricos e práticos claros para o trabalho em sala de aula. CUPERTINO, Maria Amélia M. Empatia na discórdia. In: INSTITUTO Alana. A importância da empatia na educação. Rio de Janeiro: Todotipo Editorial, 2016. Disponível em: https://escolastransformadoras.com.br/wp-content/ uploads/2016/11/PUBLICACAO_EMPATIA_v6_dupla.pdf. Acesso em: 9 jan. 2021. Esta obra digital é composta por nove artigos que têm sua origem na roda de conversa sobre empatia, organizada pelas Escolas Transformadoras, em 2016. A obra trata da importância da empatia como um valor e como uma competência que deve ser aprendida e cultivada na escola e nos demais espaços de convivência dos sujeitos. Os autores destacam que, no Brasil, há poucos estudos e publicações sobre a relevância da empatia na formação de crianças e jovens e asseguram que o tema precisa ganhar espaço e importância na agenda educacional brasileira.

MARCUSCHI, Luiz Antonio; XAVIER, Antônio Carlos (org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. As novas tecnologias propiciam outras possibilidades de interação e estão presentes no cotidiano da sociedade em geral. A escola, portanto, não tem como ficar de fora, mesmo que haja alguns obstáculos. Nesta obra, publicada no momento em que as tecnologias estavam se tornando essencias no dia a dia das pessoas, Marcuschi e Xavier já observavam e estudavam os impactos desta era em nossas interações e, sobretudo, nos processo de ensino-aprendizagem da língua na escola e fora dela. Há obras mais recentes sobre o assunto. Entretanto, esta ainda é uma ótima referência. MENSAGEM do Dia Mundial do Teatro 2010 por Dame Judi Dench. Disponível em: http://pancadademoliere.blogspot.com/2010/03/mensagemdo-dia-mundial-do-teatro-2010.html?m=1 Acesso em: 15 jan. 2021. Pancada de Molière é o blog oficial da Companhia Teatral do Chiado, de Lisboa, Portugal. Em 2010, no Dia Mundial do Teatro, o blog publicou uma mensagem da atriz britânica Dame Judi Dench em comemoração a data. 39

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MOTA, Vladimir de Oliva Mota. Belas-artes, paixão e imaginação na educação estética de Voltaire. Recôncavo: Revista de História da UNIABEU, v. 10, n. 16, jan.-jun. 2019. Disponível em: <https://revista.uniabeu.edu.br/index. php/reconcavo/article/download/3834/pdf>. Acesso em: 9 jan. 2021. No resumo deste artigo científico, publicado na Revista Recôncavo, temos esta síntese: “o problema aqui é o de identificar, no pensamento voltairiano, a especificidade do seu uso das belas-artes com o fim de formar o caráter moral da humanidade. Por que as belas-artes são a sua arma de combate? Para isso, é necessário estabelecer o vínculo entre as paixões e a imaginação no pensamento de Voltaire, para, em seguida, responder à questão ‘por que educação estética?’”. PROUST, Marcel. Sobre a leitura. Tradução de Carlos Vogt. 2. ed. Campinas, SP: Pontes, 1991. Na obra Sobre a leitura, Proust considera a leitura um ato psicológico, exercício individual, amizade, distração, gosto, divertimento, viagem, disciplina curativa, estímulo, que tem o poder de aguçar a imaginação, consolidar pensamentos, promover transformações e suprimir as angústias. Trata-se de uma visão interessante do ato de ler fundamentado pelas paixões.

ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. (org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. Multiletramentos na escola é uma obra inovadora, tanto pelo conteúdo quanto pela forma de abordagem. A obra reune resultados de pesquisas de estudantes de cursos de pós-graduação stricto sensu, pesquisadores e professores da educação básica da rede pública e da rede privada de ensino. A discussão focaliza os novos modos de ler e de escrever advindos das mudanças sociais e tecnológicas atuais, que precisam fazer parte do contexto da escola, embora seja um desafio para os professores. No sumário da obra, temos a indicação de “conteúdo digital gratuito” complementar no site da editora Parábola, o que pode expressar uma tendência atual e tem forte elo com a discussão colocada. 40

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SECRETARIA de Saúde do Estado da Bahia. OMS alerta: Suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos. 2020. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/2020/09/10/oms-alerta-suicidio-e-a-3acausa-de-morte-de-jovens-brasileiros-entre-15-e-29-anos/ Acesso em: 28 jan. 2001). Inspirada pela campanha Setembro Amarelo, mês da prevenção ao suicídio, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia aborda a questão do suicídio entre os jovens brasileiros e suas causas. SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado da Letras, 2004. Esta obra reúne uma coletânea de artigos de Schneuwly, Dolz e colaboradores, traduzidos e organizados por Rojo e Cordeiro, cuja análise centra-se no texto como “a base do ensino-aprendizagem de língua portuguesa” (p. 7). É uma obra muito relevante para fundamentar o trabalho com as linguagens, em especial a Língua Portuguesa na Educação Básica.

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Material digital elaborado por Renata Amaral de Matos Rocha Renata Amaral de Matos Rocha é doutora em Estudos Linguísticos pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua como professora e pesquisadora do Núcleo de Letras, no Centro Pedagógico (CP) da Escola de Educação Básica e Profissional da UFMG. No CP-UFMG, atua, na esfera do ensino, na educação básica e na formação inicial e continuada de professores; na pesquisa, desenvolve uma investigação sobre Metodologias Ativas no Ensino de Língua Portuguesa e outra no campo da educação antirracista, intitulada Reconstruindo o Mundo: por ações antirracistas. Conteúdo baseado na obra Romieta e Julieu: Tecnotragédia amorosa, da autora Ana Elisa Ribeiro, com ilustrações e projeto gráfico de Marcelo Drummond e Marconi Drummond.

CRÉDITOS DO MATERIAL DIGITAL Editor: Rafael Borges de Andrade Supervisão pedagógica: Maria Zoé Rios Fonseca Assistente editorial, preparação de texto e revisão: Olívia Almeida Ilustrações: Marcelo Drummond e Marconi Drummond Diagramação: Mário Vinícius Silva / Alexandre Alves Créditos das imagens utilizadas nas colagens digitais (Registros fotográficos do muro da Casa di Giulietta, em Verona, Itália): 4kclips / 123RF; Anastasia traveller / Alamy Stock Photo; Elena Odareeva / Alamy Stock Photo; Ivan Smuk / Alamy Stock Photo; Jeffrey Argent / Alamy Stock Photo; Philipp Zechner / Alamy Stock Photo; Steven Milne / Alamy Stock Photo; vkstudio / Alamy Stock Photo. Imagem de capa do livro Romieta e Julieu: Tecnotragédia amorosa: Alfred Schauhuber / imageBROKER / Alamy Stock Photo RHJ Livros LTDA. Rua Helium, 119 – Nova Floresta – Belo Horizonte – MG – CEP: 31140-280 Telefone: (31) 3334-1566 editorarhj@rhjlivros.com.br www.rhjlivros.com.br


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