H 357
Entrevista com
Peter Bogdanovich concedida a Patrícia Rebello em 10 de maio de 2011
Patrícia Rebello: O que o levou a Hichcock? O que o trouxe às entrevistas feitas com ele no começo dos anos 1960? Um filme, um personagem ou uma cena especial, por exemplo? Peter Bogdanovich: Aconteceu desta maneira: eu estava morando em Nova York. Tinha acabado de dirigir uma peça off-Broadway, e estávamos nos preparando para outra, e escrevendo coisas aqui e ali. E eu tive uma atribuição, dada pela Harper’s Magazine, de ir a Hollywood fazer um artigo sobre a condição em que se encontrava a arte por lá, em 1961. Então, fui a Los Angeles por duas semanas e entrevistei todo mundo, e uma das pessoas que eu mais queria conhecer era Alfred Hitchcock. E o conheci. Eu acho que o jeito que eu cheguei nele foi bastante fácil e interessante. O dramaturgo americano Clifford Odets era um grande fã de Cary Grant. E eu tinha escrito uma peça para Clifford Odets em Nova York. Então, quando fui para Los Angeles, Clifford Odets me apresentou a Cary Grant, e eu disse: “Cary, eu gostaria de me encontrar com Hitchcock”, e ele disse: “Vou telefonar para ele”. E Cary telefonou e disse: “Tem um cara aqui e ele quer te conhecer. Ele está escrevendo um artigo e ele costuma ser bacana comigo”. Então, eu fui e encontrei