reportagem SALÃO NACIONAL DO TRANSPORTE
REGRESSO À NORMALIDADE POSSÍVEL O Expocentro voltou a receber mais uma edição do Salão Nacional do Transporte naquele que foi o regresso a uma normalidade possível, atendendo ao contexto pós-pandémico TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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pós um interregno de dois anos devido à pandemia do COVID-19, os pavilhões do Centro de Exposições de Pombal voltaram a receber mais uma edição - a quinta - do Salão Nacional do Transporte. Organizado pela ANTRAM (Associação Nacional de Transpor tes Públicos Rodoviários de Mercadorias), o evento assume-se como um espaço de networking e convívio associativo que procura partilhar novos produtos e serviços com os profissionais do setor do transporte rodoviário. A adesão do público foi significativa. Prova disso era o parque de estacionamento cheio de automóveis e o pavilhão repleto de pessoas, que finalmente podem reunir, conviver sem ser necessária a utilização obrigatória de máscaras faciais. Em termos de números, Pedro Polónio, presidente da ANTRAM, adiantou que se tratou da melhor edição de sempre, já que passaram pelo Expocentro cerca de dez mil pessoas ao longo dos três dias de um evento que se dirige sobretudo aos pequenos e médios empresários do setor do transporte rodoviário de mercadorias, assim como aos motoristas e seus familiares, que tiveram a oportunidade de tomar contacto com os mais recentes produtos e serviços que estão disponíveis para o setor. Em abono da verdade nem terá sido bem assim nesta edição de 2022, podendo dizer-se que se tratou mais de um regresso a uma normalidade possível, já que a indústria automóvel atravessa uma tempesta-
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TURBO COMERCIAIS JUNHO/JULHO 2022
de perfeita. Após os constragimentos do COVID-19 que provocaram a paragem das fábricas, assistiu-se à crise dos semicondutores - cuja produção foi parcialmente afecta a outros setores de atividade como a indústria da eletrónica de consumo e ainda está longe de acabar - e, como cereja em cima do bolo, veio a invasão da Ucrânia, país onde eram produzidos muitos componentes. Como consequência muitas fábricas tiveram de abrandar a produção e mesmo parar, o que se está a traduzir no aumento dos prazos de entrega de veículos novos, que pode ir de seis meses, nos casos mais otimistas, até mais de um ano.
MENOS UNIDADES EXPOSTAS
Naturalmente que esta situação também teve reflexo neste certame do Pombal, onde a maioria das marcas de camiões - DAF, Mercedes-Benz, Renault Trucks, Scania, Volvo - tinham apenas uma unidade no seu stand e, nalguns casos, nem eram as novidades mais recentes, mas apenas as possíveis. Houve também casos em que as unidades expostas já tinham sido vendidas e os clientes fizeram o favor que fossem para o salão. A MAN, por sua vez, nem sequer compareceu porque não tem unidades para entrega nos próximos meses. As principais exceções eram a Ford Trucks, com três unidades no seu espaço, incluindo duas da gama F-Max e uma terceira da gama de estrada com 1848 T, e a Iveco, com dois veículos da gama S-Way. A marca italiana procurou, acima de tudo, fazer a diferença e levou até Pombal duas
A quinta edição do Salão Nacional do Transporte foi a melhor de sempre, tendo passado cerca de dez mil pessoas pelos pavilhões do Expocentro de Pombal