Projeto Arquitetônico para estaleiro Escola no Museu da Vila Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí
põe um museu mais inclusivo no qual o território, a cidadania e a comunidade são os principais atores sociais. O curador é a própria comunidade, de forma participativa. Há a mobilização de saberes e narrativas construídas a partir de encontros. O que não significa que devamos abandonar totalmente a tradição, mas trazer para o conhecimento da comunidade o reconhecimento do que é o patrimônio cultural tradicional e juntos ressignificar para construir novas narrativas e novos saberes. O Ecomuseu, no caso deste estudo no contexto do Projeto Matriz Ecomuseu Delta do Parnaíba, de característica descentralizada e polinuclear, tem esse caráter de uma museologia de inovação social. O Ecomuseu pode se apresentar em diversas formas e estruturas, ter o território como espaço museológico, como alguns espaços urbanos (núcleos) no território, a exemplo edificações sem uso social ou terrenos vazios, os já citados vazios urbanos, a fim de colaborar no reconhecimento e ressignificação de patrimônios. Para Rivière (2015, p. 191): Un ecomuseo es un instrumento que un poder público y una población conciben, fabrican y explotan continuamente. Dicho poder, con los expertos, las facilidades, los recursos que él le proporciona. Dicha población, según sus aspiraciones, su cultura, sus facultades de aproximación. Un espejo en el que esa población se mira, para reconocerse en él, donde busca la explicación del territorio al que está unido, junto al de las poblaciones que la han precedido, en la discontinuidad o la continuidad de las generaciones. Un espejo que esa población presenta a sus huéspedes, para hacerse comprender mejor, en el respeto a sus trabajos, sus comportamientos, su intimidad.
Ao oferecermos uso social a um espaço vazio em um território, estamos a desenvolver processos museológicos inovadores. Ocupar vazios e espaços públicos é estratégico na requalificação urbana, também conhecida, a partir do discurso de Jaime Lerner, como acupuntura urbana (LERNER, 2011 ), que pode ser uma aliada para pensarmos as estruturas voltadas para a gestão dos patrimônios na vila-bairro local deste estudo. Promover a inovação social com a criação de um equipamento arquitetônico, com a estratégia da acupuntura urbana, nos aproxima do ideal de uma museologia de inovação social. Cada etapa do processo de construção da ideia com a participação da comunidade a ser beneficiada. A estratégia da acupuntura urbana faz uma analogia à tradicional terapia oriental, na qual se realizam determinados procedimentos em pontos específicos do corpo e com isso se melhora o sistema interligado do organismo vivo. Arquitetos e urbanistas compreendem os territórios e as relações das pessoas com o espaço urbano, como organismos vivos, em constante mutação e interferência.
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