Projeto Arquitetônico para estaleiro Escola no Museu da Vila Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí
e relatório do Projeto Por entre Rio e Mar [Delta do Parnaíba - Piauí], das professoras Áurea Pinheiro e Cássia Moura. Percebemos nesses estudos, a importância de um olhar especial para as embarcações e suas técnicas de construção artesanais, a significativa perda desse patrimônio cultural imaterial. O Inventário foi atividade de 15 mestrandos sob a orientação das referidas professoras. Cada mestrando foi responsável por identificar um pescador e documentar a embarcação (canoa) e os artefatos de pesca usados no cotidiano do ofício, totalizando 15 pescadores e embarcações. A metodologia usada foi a pesquisa social aplicada e qualitativa, com métodos e técnicas da etnografia e da história oral, as orientações do Manual de Aplicação do INRC – Inventário Nacional de Referências Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. Nos relatórios do Inventário estão as referências teóricas, fichas com informações técnicas, tesauro, medidas dos objetos, técnicas construtivas, materiais usados, entrevistas, memórias, histórias etc. (Cf.: Repositório Digital do ECOMUDE). No Repositório Digital do ECOMUDE sob a gestão do PPGAPM em parceria com o Projeto Tainacan encontramos a base teórico-prática deste trabalho, partimos para a coleta das informações contidas nos relatórios, o que inclui as embarcações inventariadas, parte do acervo operacional do ECOMUDE. Em 2018 uma das embarcações do acervo operacional foi adquirida pelo MUV e passou a ser parte do acervo institucional, portanto, ao longo da pesquisa necessitamos compreender os procedimentos do ECOMUDE e MUV. Com os estudos bibliográficos e de campo buscamos uma compreensão técnica das artes de pesca, construção de embarcações e modelismo naval. Como resultados fizemos estudos preliminares, desenhos técnicos e maquetes (eletrônicas e físicas em madeira) de uma canoa, a partir das informações disponíveis naquele Inventário e Tesauro, bem como o contato direto com os pescadores e construtores locais. Recorremos à metodologia usada por Andrés (1998), “[...] para familiarizar todos os integrantes da equipe com a linguagem [...], adotamos o estudo da ‘anatomia’ da embarcação [...]”. Durante essa etapa, que consideramos como parte de uma imersão no território, nos valemos também da história oral, com a realização de entrevistas temáticas. Nesse percurso, descobrimos memórias interessantes como as histórias da “Canoa Vovó”, narrada por um dos contadores de histórias locais, o Senhor Antônio da Laura. A história daquela embarcação nos orientou em pontos da pesquisa e reafirmou a importância da documentação, dos inventários participativos para a salvaguarda dos patrimônios, o que inclui o patrimônio imaterial. A Canoa do Senhor Antonio da Laura, a Canoa da Vovó, foi doada por ele para o MUV. Essa embarcação está a ser usada nas aulas de conservação e restauro do PPGAPM, que ocorrem no MUV, e estará totalmente recuperada até o segundo semestre de 2021. O contato direto 51