Revista Abigraf 309

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R E V I S TA

I S S N 0103•57 2 X

A R T E & I N D Ú S T R I A G R Á F I C A • A N O X L V I • J U L / S E T 2 0 2 1 • N º- 3 0 9

Como driblar a limitada oferta nas linhas de financiamento de equipamentos e bens de capital para sua atualização tecnológica

Setor gráfico presta suas últimas homenagens ao eterno presidente Max Schrappe, líder carismático, sereno, agregador e conciliador

Está na hora de olhar o mercado com nova mentalidade e ver que o material impresso deve estar conjugado com outros serviços




ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br Presidente da Abigraf Nacional: Sidney Anversa Victor Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci Gerente Geral: Wagner J. Silva Conselho Editorial: Denise Monteiro, Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Sidney Anversa Victor, Tânia Galluzzi e Wagner J. Silva Elaboração: Gramani Editora Eireli Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3887.1515 E-mail: editoracg@gmail.com Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Evanildo da Silveira e Tânia Galluzzi (MTb 26.897) Colaboradores: Conrad Mendoza Jr., Hamilton Terni Costa, Roberto Nogueira Ferreira e Raymond Trad Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52 Papel do miolo: Lumistar 105 g/m², da BO Paper Enobrecimento da Capa: laminação, verniz e aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil – GreenPacking Impressão e acabamento: Referência Gráfica Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf

Memória (Série Apenas Pintura), óleo sobre tela, 130 × 100 cm, 1995

REVISTA ABIGRAF

Artista plástico, pintor e desenhista, Alfredo Aquino é também autor e editor de livros de Arte e de Literatura. Começou sua carreira em 1973, como editor de capas do Círculo do Livro, muitas delas premiadas no Brasil e no exterior (Graphis e Modern Publicity). Fez suas primeiras mostras individuais no Museu de Arte de São Paulo (Masp) com os desenhos de Os Sertões, em 1977, e com desenhos de autoria (Retratos do Povo de Lugar), em 1978. Sua primeira mostra de pinturas ocorreu em 1982 no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e depois, em 1984, uma grande mostra no Masp, a convite de Pietro Maria Bardi. Expôs em museus e centros culturais em São Paulo, Rio Grande Sul e outros Estados. Participou de Circuitos Sesc de Arte em várias cidades brasileiras. Realizou sete individuais em Paris. Como escritor, publicou livros de Arte e prosa ficcional. Como editor (Edições Ardotempo), produz livros para autores significativos. Publicou toda a obra de Aldyr Garcia Schlee e livros de Mariana Ianelli, Ignácio de Loyola Brandão, Cleonice Bourscheid, Maria Carpi, Pedro Gonzaga, Siron Franco, Laure Limongi, Gilberto Perin, Paulo Rosa e muitos outros. Livros que foram finalistas do Prêmio Jabuti, vencedores diversas vezes do Prêmio Açorianos de Literatura (RS), alguns com prêmios importantes no exterior.

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O legado de Max Schrappe O setor gráfico se despede de um de seus principais protagonistas, falecido no início de setembro. Companheiros e amigos lembram dos momentos vividos ao lado de Max Schrappe, reconstruindo a trajetória do empresário e líder setorial.

Apoio Institucional

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Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

Maré de plásticos 4

FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

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ALFREDO AQUINO O artista da capa

Artigo da Drupa discute a difícil questão do lixo plástico no Oceano Pacífico. Consumidores, indústrias e governos estão dispostos a agir, mas parecem aguardar um dos lados dar o primeiro passo.


Fespa Digital Printing

A impressão têxtil e o envelopamento devem ser as estrelas da feira, de acordo com Alexandre Keese, diretor do evento. Ele ressalta a expansão dessas técnicas e as mudanças necessárias para aproveitá-las.

Leitura acelera abertura de lojas

Presente em 21 Estados, a Livraria Leitura pretende encerrar 2021 comemorando a inauguração de 17 novas unidades. A rede, a maior do Brasil, está de olho nas cidades com mais de 300 mil habitantes.

A busca pelo crédito

Raymond Trad, diretor da Afeigraf, fala sobre os entraves e as opções das linhas de crédito para a indústria gráfica brasileira. As alternativas vão do arrendamento mercantil, passando pelo consórcio, até às fintechs.

Olhar atento e curioso

Nesta edição, Hamilton Costa convida o leitor a olhar o mercado com outros olhos, a tirar o foco do produto e passá-lo para as dores dos clientes, permitindo a criação de novos serviços.

O olhar de Rogério Reis

Exposição e livro saúdam o trabalho do fotojornalista Rogério Reis, cronista do cotidiano carioca. Publicado pelo Instituto Olga Kos e impresso pela Ipsis, a obra traz um recorte dos quase 40 anos de atividade do fotógrafo.

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Arte da cartografia

Tecnologia como meio de acesso à arte. Esse é o mote do projeto The Age of Discovery. Encabeçado pela Koenig & Bauer, que reuniu na produção de um mapa o artista Francisco Stein e a gráfica Emibra.

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CONTEÚDO EDITORIAL Editorial/Sidney Anversa Victor ...................6 Plásticos em Oceanos/Conrad Mendoza ...36 Rotativa ....................................................8 Podcast/Ondas Impressas .......................40 Entrevista/Alexandre Keese......................16 Afeigraf/ExpoPrint & ConverExpo 2022 .....41 Memória/Max Schrappe ..........................18 Andipa/20 Anos ......................................42 Livraria Leitura ........................................24 Conexão Brasília/Roberto N. Ferreira ........43 Cartografia .............................................26 Deinking/Rogério Gomes .........................44 Economia/Raymond Trad .........................28 Fotografia/Rogério Reis ...........................46 Resíduos Sólidos/Druck Chemie ...............30 Memória/Plácido Loriggio ........................49 Gestão/Hamilton Terni Costa ....................32 Mensagem/João Scortecci ......................50 julho /setembro 2021

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EDITORIAL

vencermos ra a p e v a h -c ra v la a p a é o Uniã fico as dificuldades do setor grá

nal, mais do que io ac N af gr bi A da to en om Neste novo m e o gráfico precisa. qu e rt po su o os m re se a, nc nu

equipe, ó assim, como uma grande E s o r na tor tidos. me r vencer: unidos e comprome os Sinto-me um privileg iado po em uir seg con te nal. Diariamen Abigraf presidente da Abigraf Nacio nova fase. Um recomeço da a um É de — e sotaques os mais do que tenho conhecido pessoas — nal. Marcante, pois desejam cio Na ias tór his as itas io para os todo canto do Brasil e são mu nunca ser o suporte necessár s reformas de superação que me enchem gráficos de todo o País. Na e as, que de admiração. O brasileiro, tributárias e administrativ s dar todo Como uma especialmente o gráfico desse tanto aguardamos, queremo hador entender grande equipe, país, é extremamente batal o apoio e ajudar o gráfico a delas. conseguiremos e esperançoso. E essas são as mudanças e se beneficiar do durante vencer: unidos e características realmente Assim como estamos fazen ba nessa comprometidos. imprescindíveis, pois são a pandemia. Que o setor sai em contar. muitos os desaf ios do setor. nossa gestão que tem com qu e A cultura do dig ital, as Vamos juntos! Com trabalho o ssa resiliência dif iculdades extremas com a. Acreditando sempre na no nç fia con s sto po im a cadeia, do nosso setor! câmbio, que impactam toda na valorização e progresso e em ia, em nd pa to da altíssimos e o enfrentamen se sanitária, temos sidney@congraf.com.br que, além de lidar com a cri r lha ba tra lta icu dif s no uma inf lação que tanto ura, são apenas com uma margem justa e seg nossa rotina. mais alguns percalços nessa ses que nos Certamente, há ainda as cri o nos assustam. pegam de surpresa, mas nã stáculos em nossa Já ultrapassamos muitos ob riência é valiosa. trajetória e essa vasta expe is essa batalha. Estamos preparados para ma as as diretorias Internamente, reunimos tod em apontamentos das Regionais para que fizess pilamos reclamações sobre as dores do setor, com fica está encarregado Bra sileira da Indústria Grá Presidente da Associação e sugestões. Agora, cada um s. ria vas de melho (Abigraf Nacional) de trazer soluções e alternati

Sidney A nversa V ictor

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Heidelberg apresentou na China a nova Speedmaster CX 104

A memória de Umberto Giannobile foi homenageada pela Abiea, com a presença (E/D) da filha, Camila, e da viúva, Raquel, através do presidente William D’Vas e do vice-presidente Guido Raccah

A Heidelberg apresentou seu

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para uma ótima qualidade e promais recente lançamento, a dutividade. Funções adicionais Speedmaster CX 104, ao vivo, na também estão disponíveis para exposição China Print, de 23 a clientes que procuram aumen27 de junho, em Beijing, e tam- tar ainda mais o desempenho da bém online, no evento digital si- unidade de tinta/molha, especialmultâneo “It’s Showtime”. Com mente na impressão UV. Todas as a nova impressora, de formato funções podem ser intuitivamen104, a fabricante alemã assegu- te operadas na própria unidade ra aos clientes de impressão co- de verniz e muitas outras também mercial, de embalagens e de eti- podem ser controladas eficientequetas, acesso à mais moderna mente e ajustadas remotamente a tecnologia de impressão offset partir do Press Center XL-3. plana com uma excelente rela“A produção em série da ção custo-benefício. Ao sele cio- Speedmaster CX 104 já começou nar versões de equipamentos, os e todos os interessados em encoclientes se be ne fi ciam da esca- mendar a nova impressora, em labilidade do sistema, que se ex- qualquer lugar do mundo, podem pande até a funcionalidade Push fazê-lo”, afirma Florian Franken, to Stop, e das configurações cus- gerente de Produto da Heidelberg. tomizadas com até 15 unidades www.heidelberg.com.br de impressão/verniz. Um dos destaques da Speed mas ter CX 104 é sua nova unidade de verniz. Ela se baseia na tecnologia XL, que concentra o foco em uma operação simplificada, um acerto mais rápido e uma melhora ainda maior na aplicação do verniz. Já a unidade de tinta/ molha no novo equi- Nova unidade de verniz, com conceito baseado pamento é orientada na tecnologia XL REVISTA ABIGR AF

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Prêmio da Abiea recebe nome de Umberto Giannobile

Foram divulgados no dia 5 de

agosto os vencedores do 7º Prêmio Brasileiro de Excelência em Etiquetas e Rótulos Autoadesivos Umberto Giannobile que, a partir desta edição, passa a levar o nome do ex-presidente da Abiea, falecido em 27 de dezembro do ano passado. Durante a realização de cerimônia online, em razão das restrições de contato impostas pela pandemia, o atual presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Etiquetas e Rótulos Adesivos, William D’Vas, ressaltou a importância de Umberto Giannobile no desenvolvimento do mercado, tanto na liderança da asso ciação quanto no papel de empresário, homenageando a sua memória nas pes soas da viúva Raquel e da filha Camila, presentes ao ato. Neste ano, o Prêmio teve a participação de empresas do Sul, Sudeste e Nordeste, com o número recorde de 154 trabalhos inscritos nas suas 13 cate go rias: Bebidas, Produtos Alimentícios, Cosméticos e Cuidados Pessoais, Far ma cêu tico, Higiene/Limpeza, Industrial, Flexo Traço, Flexo Cromia, Offset

Cromia, Impressão Digital Cromia, Impressão Combinada Cromia, Sleeves e Segurança. O julgamento foi efetuado por uma comissão de jurados sele cionados pela Asso ciação Brasileira de Tecnologia Gráfica, entidade responsável pela coor de na ção técnica do Prêmio. Ao contrário das edições anteriores, todos os três primeiros colocados de cada categoria, e não apenas o vencedor, receberam troféus.

PRÊMIOS CONQUISTADOS Aaron: 1 Ouro, 1 Bronze ◆ Automação: 2 Ouros, 1 Prata, 2 Bronzes ◆ Contiplan: 1 Ouro, 1 Prata ◆ Damver: 1 Bronze ◆ Grupo Serwir: 1 Ouro ◆ Indemetal: 2 Ouros, 2 Pratas ◆ Label Beer: 4 Ouros, 2 Pratas, 4 Bronzes ◆ Mack Color: 1 Prata ◆ Malires: 1 Ouro, 3 Pratas, 4 Bronzes ◆ Printek: 3 Pratas ◆ Promtec: 1 Ouro ◆ Rototek: 1 Bronze www.abiea.org.br


Perfeito mesmo após 500 milhões de impressos.

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Nova Bobst Expertfold 110 A3 oferece mais produtividade Novo gerente para negócios internacionais na Ibema

Com o propósito de ampliar sua presença no ex terior, a fabricante de papel-cartão Ibema, que já vende seus produtos para 25 países, anunciou Leonardo Reis, paulista de 32 anos, como gerente de Negócios Internacionais e Distribuição. Há dois anos na empresa, o profissional deixou a posição de gerente nacional de Venda Direta e assumiu a nova função no dia 1º de julho para comandar a expansão da empresa ao redor do mundo, via es cri tó rios pró prios e representações, acumulando ainda

a liderança do canal de Distribuição no Brasil, reportando-se ao diretor comercial Julio Jubert Cauby Guimarães. “Nosso novo plano de investimentos tem por objetivo consolidar a performance da Ibema nos mercados internacionais em que já atuamos de forma regular, com destaque para Argentina, Paraguai, Reino Unido, Portugal e Espanha. Além disso, queremos expandir a presença em regiões estratégicas da nossa fronteira Atlântica, onde temos mais competitividade de frete: Europa Ocidental, costa oes te da África e todo o continente americano”, informa Leo nardo. Atualmente, as vendas externas representam um quarto do faturamento da companhia. BU E N O S A I R E S – As novas ações internacionais da Ibema começam com a abertura de escritório na capital da Argentina, primeira sede comercial da empresa em outro país, com pessoal local. www.ibema.com.br

No início de julho, a Bobst anunciou a nova versão multifuncional da sua dobradeira-coladeira Expertfold 110, o modelo A3, assegurando maior versatilidade e maiores benefícios em economia de tempo para convertedores de embalagens. Com a incorporação de novos módulos dedicados integrados para produzir caixas de fundo automático e de 4 e 6 cantos, as trocas de trabalho de um tipo de caixa para outro são simplificadas e mais rápidas. Até agora, a linha incluía versões em que o mesmo módulo é usado para cada tipo de caixa, o que faz com que as trocas demorem mais porque a maioria das ferramentas e transportadores precisam ser trocados. Com a versão Expertfold A3, os novos módulos dedicados tornam as trocas mais simples e, assim, as reduzem significativamente.

Novos módulos dedicados da Expertfold 110 A3 simplificam e reduzem as trocas

Pierre Binggeli, diretor da linha de Produtos Dobradeiras-Coladeiras da empresa, enfatiza: “A Bobst está levando a versatilidade e eficiência da produção a um nível ainda mais alto com esta nova versão da Expertfold 110. Os tempos de preparo são reduzidos em 80%, diminuindo drasticamente os tempos de troca e otimizando o tempo de atividade, que é uma grande vantagem ao lidar com tiragens curtas. A Expertfold oferece uma velocidade de produção de caixas de até 450 metros por minuto e, ao operar caixas de 4 cantos, pode produzir até meio milhão de caixas por dia”. www.bobst.com

Parceria da X-Rite com a Calibrite Photo Solutions Foi comunicada pela X-Rite a

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transição de todo o seu port fólio de fotos e vídeos para a Calibrite, empresa recém-formada dedicada a atender aos serviços de gerenciamento de cores dos mercados globais de fotos, vídeo e criação de conteúdo. Mediante essa parceria, a Calibrite irá colaborar no desenvolvimento de produtos e assumir o controle global direto da distribuição e REVISTA ABIGR AF

marketing das soluções fotográficas da X-Rite, seguindo com a tecnologia da tradicional marca. A PARCERIA – Por décadas, a XRite liderou o mercado de produtos de ge ren cia men to de cores para foto e vídeo e desenvolveu vários produtos, incluindo target de cores e dispositivos de calibração. Como parte de mudança estratégica, decidiu que esse mercado seria melhor

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atendido por meio de um parceiro voltado exclusivamente às necessidades dos profissionais. Foi constituída então a Calibrite, por um grupo de investidores que trabalharam com a X-Rite nos mercados de foto e vídeo por mais de 20 anos, para dar continuidade ao fornecimento de soluções aos fotógrafos, cineastas, designers e criadores de conteúdo. Dentro

dessa nova estrutura, os dispositivos i1Display e i1Studio da X-Rite e toda a gama de targets de cor ColorChecker serão agora re no mea dos como Calibrite ColorChecker. Além disso, a Calibrite dará suporte global a todos os clientes existentes de foto e vídeo da X-Rite, honrando as garantias de produtos anteriormente vendidos. www.calibrite.com



Paulo de Tarso Arantes Vida pautada pela integridade

Nascido em Igarapava, SP, no

Michael Finger, porta-voz do conselho diretivo da Technotrans SE

Transformação corporativa na Technotrans Em linha com a estratégia “Future ­Ready 2025” do grupo, a Techno­ trans SE está dando passos importantes na transformação corporativa ini­cia­da no final de 2020: as empresas GWK GmbH e a Reisner GmbH serão fundidas sob o novo nome de Technotrans So­ lu­tions GmbH. A KLH GmbH deixará de ter esse nome, sendo absorvida pela Technotrans SE. Já a Termotek GmbH passará a se chamar Techno­trans Systems GmbH. O objetivo de todas essas mudanças em andamento é apresentar uma imagem corporativa

Produção acelerada no setor de árvores cultivadas Os indicadores divulgados na

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edição nº 66 do boletim Ce­ná­rios Ibá, informativo da As­so­cia­ção Brasileira de Árvores, mostram aceleração no ritmo de produção do setor brasileiro de árvores cultivadas no segundo trimestre de

uniforme de todo o grupo, sob o guarda-chuva da marca Technotrans. O grupo pretende utilizar as com­p e­tên­cias e conhecimentos consolidados das vá­rias empresas, bem como as si­ner­gias resultantes, para reforçar sua posição de liderança em tecnologia no campo de soluções de ge­ren­cia­men­to térmico. Todas as fábricas permanecerão totalmente operacionais. “Finalizaremos as fusões no início de 2022, completando assim a etapa mais significativa na história da Technotrans, aumentando sua competitividade por meio de uma organização robusta e de um port­fó­lio bem definido de produtos e tec­no­lo­gias”, declara Mi­chael Finger, porta-voz do conselho diretivo da Technotrans SE.

dia 7 de março de 1946, Paulo de Tarso Arantes faleceu na capital paulista em 22 de agosto deste ano, aos 75 anos, vitimado por problemas car­día­cos. Com formação técnica em equipamentos industriais, Paulo tornou-se um pro­f is­sio­nal conhecido no mercado, atuan­do na Autêntica, Univen, Petrograf e, finalmente, na Fotobras, onde estava há mais de 16 anos e era o gerente na­cio­nal de Vendas, com foco tanto em clien­tes diretos como também nas filiais da empresa. Os diretores da Fotobras, José Wady Debes e ­Elias Way, tinham nele, mais do que um colaborador, um verdadeiro amigo e conselheiro. Consternado com a sua perda, José Wady relata que Paulo de Tarso criou laços na empresa que extrapolavam meramente o pro­fis­sio­nal e que, sempre apaixonado pelo que fazia, dedicava-se à empresa como se esta fosse sua. “Ele era muito respeitado tanto pelos clien­tes como pelos colegas de trabalho, não só pelo conhecimento

dos produtos e da empresa mas também pela acessibilidade e educação com que tratava a todos, indistintamente”, afirma José. Paulo de Tarso foi ainda diretor de Sistemas Gráficos da As­so­cia­ção Brasileira da Indústria de Ma­te­rial Fotográfico e de Imagem, Abimfi, na qual representava a Fotobras. Casado há quase 45 anos com Gelsa, pai amoroso e presente, Paulo de Tarso deixou os filhos Thia­go e Andréa, aos quais sempre se dedicou integralmente. Admirado pela sua sabedoria, amava a família, o trabalho e a carreira que escolheu. Foi um apaixonado, em todos os sentidos, principalmente pela área gráfica.

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2021. Na comparação ao mesmo pe­río­do do ano an­te­rior, houve avanços na fabricação de celulose (+8,9%), papel-cartão (+13,2%), papel para imprimir & escrever (43,4%), além de um salto de 66,8% nas vendas domésticas de painéis de madeira. EXPORTAÇÕES – De janeiro a junho, as exportações de produtos da indústria de base florestal atingiram US$ 4,1 bilhões, sendo US$ 3,2 bilhões com celulose, US$ 829 milhões com papel e US$ 160 milhões com painéis de madeira. A China seguiu como

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o principal mercado da celulose na­cio­nal, adquirindo US$ 1,4 bilhão do produto. Para a América Latina, foram US$ 493 milhões em papel e US$ 92 milhões em painéis de madeira. PRODUÇÃO E VENDAS – Transcrevemos, em seguida, os números do boletim relativos ao desempenho do setor de árvores plantadas para o pe­río­do de janeiro a junho de 2021, comparados a igual pe­río­do de 2020. No primeiro semestre deste ano, a produção de celulose chegou a 11,1 milhões de

toneladas, avanço de 8,5%. Papel-cartão, comumente utilizado em embalagens para entregas via delivery ou embalagens para alimentos e re­mé­dios, im­ pul­sio­na­do pela pandemia, cresceu 11,2%. As vendas domésticas de papel registraram no pe­río­ do 2,7 milhões de toneladas, um incremento de 11,4%. No mesmo pe­río­d o, as exportações de celulose somaram 7,8 milhões de toneladas e as de papel alcançaram 960 mil toneladas. www.iba.org


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55 ANOS. DE VIDA.


Manroland Sheetfed comemora 150 anos com recorde de pedidos

Durst traz impressoras Vanguard para o Brasil Fundada em 1871, em meio à co-

Por intermédio da Durst, está

memoração dos seus 150 anos, a fabricante alemã de impressoras offset planas Manroland Sheetfed registrou no mês de junho a entrada recorde de pedidos dos últimos dez anos. Em fevereiro, a empresa, acreditando em um melhor ambiente de ne gócios neste ano, já se antecipava ao aumento da demanda cancelando a carga horária reduzida, com isso, aumentando a produção na sua fábrica de Offenbach. De acordo com Peter Conrady, gerente de Vendas Globais da Manroland Sheet fed, “os motivos pela entrada bem alta de pedidos em junho, e para o ano até o momento, se devem a dois pontos: desde o início de 2021 temos

chegando ao País a linha de impressoras UV flatbed e rollto- roll da fabricante americana Vanguard, referência mundial em tecnologia e qualidade para a impressão em grandes formatos na área de comunicação visual. A novidade é o resultado da aquisição da Vanguard Printing Systems pela Durst, concretizada no ano passado. Com isso, além das linhas de equipamentos industriais inkjet UV tradicionalmente co mercia li za dos com a marca Durst, o mercado nacional passa a dispor de uma nova opção para investir em soluções intermediárias.

Toda impressora que sai da fábrica em 2021 está recebendo a logomarca comemorativa dos 150 anos da companhia

notado uma quantidade crescente de projetos tanto para as impressoras 700 como para as 900, já que as gráficas ao redor do mundo começaram a recuperar a confiança em novos investimentos após a Covid. Além disso, as impressoras offset planas Roland 700 Evo lu tion e a mais recente Roland 900 Evolution são tecnolo gias de ponta absolutas que oferecem vantagens comerciais significativas e nossos clientes reconhecem isso”.

PARCERIA – Si mul ta nea mente, a Durst anunciou a Alphaprint como novo canal de vendas para os equipamentos Vanguard no Brasil. Com a parceria, os clientes poderão contar com o suporte comercial da Alphaprint, uma das mais tradicionais distribuidoras de soluções gráficas da América Latina. O treinamento e a assistência técnica continuarão a ter toda a retaguarda da equipe da Durst Brasil. O mercado terá a oportunidade de conhecer em primeira mão a linha Vanguard na Fespa Brasil, evento que acontecerá de 20 a 23 de outubro no ExpoCenter Norte, em São Paulo. www.durst.com.br

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ENTREVISTA Por: Tânia Galluzzi

Alexandre Keese

Têxtil e envelopamento serão destaques na Fespa Digital Printing

N

esta edição conversamos com Alexandre Keese, diretor, entre outros eventos, da Fespa Brasil Digital Printing, voltada aos mercados de serigrafia, grandes formatos, estamparia digital e de vestuários, sinalização e sinalização digital. O executivo, que é um dos sócios da APS Eventos Corporativos, fala da relevância das feiras presenciais e da necessária mudança de postura das gráficas.

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Estamos às portas da Fespa Digital Printing 2021. Qual é a expectativa de vocês como organizadores? É extremamente positiva, ainda mais relem­ brando todo o histórico. Fomos a primeira feira a ser adiada no País, literalmente 12 horas antes da abertura, e seremos uma das primeiras fei­ ras a retomar as atividades. Estamos muito ani­ mados para pegar esse projeto que foi congela­ do de forma tão brusca e trazê­lo à vida. Além disso, estamos com um número expressivo de inscrições, acima de nossa expectativa.


Por que eu, que trabalho num dos segmentos cobertos pela Fespa, devo ir à feira? Primeiro porque a feira é uma plataforma in­ crível. Ela proporciona algo único, que não é subs tituído, pelo menos num primeiro mo­ mento, pelo evento vir tual. Uma feira presen­ cial consegue provocar reflexões durante um período determinado. No nosso caso, por qua­ tro dias a indústria vai se reunir em um mesmo local, apresentando novas tecnologias, máqui­ nas, fluxos de trabalho, substratos e aplicações. Teremos uma intensidade muito grande de in­ formação sendo gerada. Esses dados estão dis­ poníveis na internet, mas não com tal grau de imersão. Por exemplo, você não consegue ver uma impressão sendo feita ao vivo e, atraves­ sando um corredor, observar a mesma aplica­ ção a partir de uma tecnologia diferente, num outro substrato. Isso sem falar na análise de tendências e no networking. Independente dis­ so, a feira terá um caráter híbrido. Pela primei­ ra vez, as atividades rea lizadas no Expo Center Norte serão compartilhadas com o mundo online, mas não vejo uma substituição de modelos e sim uma complementaridade. Como você vê a participação de profissionais de criação, aqueles que especificam o produto impresso? A APS tem feito ações no sentido de atrair também esse público? O perfil do visitante da Fespa é o empresário gráfico. Mas estamos atrás desse outro públi­ co objetivando fomentar o mercado. O encan­ tamento com o impresso acontece no contato com o produto, como quando recebemos a Revista Abigraf e somos impactados pela capa. Daí a importância de levar o cliente da gráfica para dentro do ambiente da feira, para que ele veja o que o digital é capaz de fazer e, a partir dessa vivência, dê asas à criatividade. A Fespa, como instituição, faz diversos estudos de mercado. O que tem sido apontado pela entidade? O último estudo da Fespa foi feito antes da pan­ demia, indicando algumas tendências. A pri­ meira é que ainda existe otimismo. O empre­ sário gráfico continua a acreditar no setor, na geração de negócios. O estudo apontou tam­ bém uma mudança na demanda do cliente, no sentido da fragmentação dos pedidos. O volu­ me é mantido, porém de forma fracionada. Isso muda o perfil de trabalho. A gráfica deixa de ser uma indústria e passa a ser uma prestadora de serviço, que atende o cliente com um portfólio maior. Ela não vende mais impressão e sim solu­ ções. Uma gráfica que visitei antes da pandemia, por exemplo, havia implantado um sistema de gestão de banco de dados, assumindo a logís­ tica do cliente. Na rede Alphagraphics já é pos­ sível imprimir cartões de visita com rea lidade

aumentada que não se limita a apenas um có­ digo. Deixa­se de ser um fornecedor de impres­ são e passa­se a atuar como um fornecedor de soluções. Como aponta o estudo da Fespa, isso é viabi lizado pelo avanço tecnológico, tanto da automação do processo offset quanto da im­ pressão digital. Tenho de citar ainda a bola da vez, a impressão têxtil. Esse é o gancho para a próxima pergunta. Onde estão as oportunidades? Nesse mercado, menos de 5% do que é produzido está sendo impresso digitalmente. O têx­ til tem uma onda enorme para No mercado têxtil, menos surfar, e cresce na casa de dois de 5% do que é produzido dígitos há uns quatro anos. está sendo impresso Em favor da impressão digi­ digitalmente. Ele tem uma tal em tecido há uma defesa interessante, a sustentabilida­ onda enorme para surfar de, em função da redução no e cresce na casa de dois consumo de água proporcio­ dígitos há uns quatro anos. nada pela tecnologia digital. Em favor da impressão Outro segmento crescente é o de envelopamento. E não es­ digital em tecido há uma tou falando só de carros, mas defesa interessante, também de papéis de parede a sustentabilidade, personalizados, móveis cus­ em função da redução tomizados, enfim, decoração de interiores. do consumo de água

proporcionada pela digital

Estamos falando, porém, de tecnologia segmentos bem distantes da rea li da de de uma gráfica rápida, por exemplo. Como fazer essa migração? O primeiro passo é sair da manufatura para a prestação de serviço. É necessário mudar a cul­ tura da empresa. Em algumas situações é inte­ ressante até ter unidades de negócio dedicadas a segmentos específicos. Mesmo no mercado de impressão digital eu acho que tem muitas oportunidades não exploradas. Um exemplo: participei de um evento online promovido por uma gráfica e recebi o portifólio dela impresso. Uma peça linda, mostrando recursos e papéis, algo que era muito comum e que volta a ser feito. Finalizando, quais as dicas para quem está se preparando para visitar a Fespa Digital Printing? Entrar no site da feira, verificar os exposito­ res, as soluções, ver o mapa e traçar um rotei­ ro é importante. Mas vale muito a pena fazer uma reflexão interna. Qual é a maior dificul­ dade do seu negócio hoje? Identificando as pró prias demandas, o profis sional vai para a feira com um objetivo. Dessa forma, a con­ frontação das demandas com as soluções apre­ sentadas ganha uma dimensão muito maior. Várias portas se abrem.

FESPA BRASIL 2021 DIGITAL PRINTING 18 a 21 de outubro de 2021 Expo Center Norte, Pavilhão Azul, São Paulo SP Segunda a quinta-feira, das 13 às 20 horas www.fespabrasil.com.br A feira seguirá todos os protocolos de segurança contra a disseminação da covid-19 determinados pelo Plano São Paulo.

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MEMÓRIA

Max Schrappe,

nosso eterno presidente

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Max Schrappe foi um dos mais marcantes líderes da indústria gráfica brasileira e latino-americana. Como poucos, soube unir simplicidade, firmeza e habilidade no relacionamento com seus pares e opositores, além da grande capacidade de agregar pessoas.

o dia 5 de setembro, faleceu em Curitiba, Max Heinz Gunther Schrappe. O ex poente do setor foi vítima de problemas cardiorrespiratórios aos 88 anos. Filho de Oscar Schrappe Sobrinho, ti­ nha como herança o comando de uma das pio­ neiras no segmento de embalagens no Brasil, a Impressora Paranaense. Fundada em 1888 em Curitiba, passando grada­ tivamente às mãos da litografia Max Schrappe & Companhia a partir de 1912, chegou a ter 1.400 funcionários e quatro fábricas na década de 1990, sendo vendida para a Dixie Toga em 1996. Após a faculdade, em 1954 Max foi para a Alemanha como estagiário de um fabricante de máquinas e depois em gráficas locais. De volta, sua primeira missão na Paranaense foi pes­ quisar se a impressão com anilina, que se popularizaria como flexografia, poderia se desenvolver no Brasil. Max passou por vários setores da empresa e, no início da década de 1960, os sócios decidiram que era hora de instalar uma fi lial em São Paulo. A unidade, porém, não ia bem, e Oscar Schrappe man­ dou o filho para dar um jeito no negócio. O plano era Max ficar seis meses no escritório e na fábrica em Osasco. Ele nunca mais deixou a cidade. Despontava aí uma das principais características do empreendedor: a habilidade de agregar pessoas. “Um homem é um homem em qualquer si­ tuação, independente da função que exerça, e tem de ser res­ peitado e elogiado quando faz as coisas bem­feitas”, afirmou Max em 2009, à seção História Viva da Revista Abigraf. De um escritório de vendas, a Paranaense em São Paulo caminhou para uma nova planta fabril. A militância associa­ tiva começou bem antes disso. “Meu pai participava do sindi­ cato no Paraná e recomendou que eu fizesse o mesmo em São Paulo, sobretudo porque aqui eu era um ilustre desconhecido.” Max começou a frequentar o Sindicato das Indústrias Gráfi­ cas no Estado de São Paulo. Participou ativamente da orga­ nização do Congresso de Águas de Lindóia, em 1965, onde formatou­se uma nova entidade, a Abigraf. Entre as inúmeras rea lizações de Max Schrappe no coman­ do das entidades (veja na página ao lado artigo de homenagem dos dirigentes do Sistema Abigraf/Sindigraf-SP) está a remodelação da Revista Abigraf. “A revista foi um dos principais instrumentos para a Abigraf se tornar conhecida fora do setor gráfico, junto à classe política e aos formadores de opinião, abrindo portas para nossas reivindicações”, contou Max à publicação em 2009. Max deixa os irmãos Karin e Werner, a esposa Solange, os filhos Deborah, Oscar, Carmen e Marcia, todos da primeira esposa, Ruth (já falecida), e sete netos.


Max Heinz Gunther Schrappe 11/12/1932 – 5/9/2021

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eu espírito associativista, sua vontade de fazer diferente e sua visão empreen­ dedora o tornaram o eterno presidente da Abigraf. Max Schrappe era sempre reco­ nhecido por seu legado à frente de todas as entidades da indústria. Não entrava no jogo para perder, não tinha medo de mu­ dar e, com isso, conquistou um exército de admiradores por onde passou. Era casado e pai de quatro filhos, des­ cendente de uma família que há quatro ge­ rações atua no setor gráfico. Ao longo de sua carreira como industrial, destacam­se a firmeza com que tratava de assuntos que dependem de governos, a habilidade no re­ lacionamento com entidades representati­ vas de trabalhadores e os excelentes resul­ tados obtidos na luta pela privatização dos serviços gráficos desenvolvidos pelo Esta­ do, o que lhe confere o profundo respeito de seus pares no setor e os diversos cargos e títulos recebidos. Cursou seus estudos universitários na Faculdade Novo Ateneu, na cidade de Curi­ tiba, PR . Nos anos de 1954 e 1955, estagiou na Alemanha, em fábricas de máquinas gráficas. Dominava fluentemente a língua alemã, além de comunicar­se nos idiomas inglês e espanhol. Enumerar todos os cargos que Max Schrappe ocupou ao longo da sua traje­ tória não caberia neste texto, mas, pela importância que tiveram, destacamos os principais. ❖ Schrappe atuou no Conselho Consulti­ vo da Câmara de Comércio e Indústria Brasil­Alemanha. ❖ Em reconhecimento ao seu interesse e luta pelo setor, foi eleito presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfi­ ca – Abigraf Regional São Paulo (1982/86), e, na sequência, presidente do Sindica­ to das Indús trias Gráficas no Estado de São Paulo, Sindigraf­SP, e da Abigraf Nacional, por vá rias gestões consecuti­ vas (1986/89, 1989/92, 1992/95, 1995/98 e 1998/2001). Exerceu, também por três gestões (1986/89, 1989/92 e 1992/95), a presidência do Conselho Diretor da As­ sociação Brasileira de Tecnologia Gráfi­ ca, ABTG, tendo sido vice­presidente nas gestões 1995/98 e 1998/2001. ❖ Foi agra cia do com o título “Ameri­ ca’s Man of the Year 89” pela Printing

As so cia tion of Florida, nos Estados Unidos, como o empresário gráfico das Américas que mais se destacou por ser­ viços em prol da indústria gráfica do continente americano. Em 1989, foi eleito diretor executivo do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Ciesp. No mesmo ano, graças ao empenho de Max, já presidente da Abi­ graf Nacional, juntamente com seu ami­ go e diretor da entidade, Pery Bomeisel, o Brasil sediou o IV Congresso Mundial da Indústria Gráfica. Em novembro de 1990, representou o Brasil, como delegado empregador do País, na III Reunião Mundial Técnica Tri­ partite para as Indústrias Gráficas, rea li­ zada pela Organização Inter nacional do Trabalho, OIT, em Genebra, Suíça, assu­ mindo a presidência geral na sessão ple­ nária de aprovação das conclusões e en­ cerramento dos trabalhos. O ano de 1990 registrou, ainda, sua posse como coor­ denador do Conselho Consultivo para as Áreas Gráfica, de Máquinas e Equi­ pamentos Gráficos e de Papel, Papelão e Celulose do Departamento Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Senai­SP. No ano de 1991, passou a integrar, por convite direto do Ministério da Econo­ mia, Fazenda e Planejamento, o Grupo 11 das Comissões Empresariais de Compe­ titividade, CEC, no âmbito do Programa de Competitividade Industrial. Assumiu, também, como membro do Conselho Te­ mático Permanente de Relações de Tra­ balho e Desenvolvimento Social da Con­ federação Nacional da Indústria, CNI. Por sua intensa participação na comu­ nidade gráfica como empresário, Schra­ ppe foi eleito sucessivamente, nos anos de 1985 a 1995, “Líder Empresa rial do Setor Gráfico”, pelo voto direto de to­ dos os empre sá rios brasileiros, no fó­ rum do jornal Gazeta Mercantil. Recebeu, em 1989 e 1995, o prêmio “Personalida­ de do Ano”, da Associação Nacional dos Homens de Vendas em Papel, Celulose e Derivados, Anave. Em 1993, foi eleito para a 1ª vice­presi­ dência da Fiesp/Ciesp, tendo sido, em 1995, reeleito para a gestão 1995/1998, sob a presidência de Carlos Eduardo

Moreira Ferreira. Com o afastamento deste para concorrer ao cargo de depu­ tado federal, assumiu em 1º de junho de 1998 a presidência interina das entida­ des. Em dezembro de 1995, foi empossa­ do como membro do Conselho Delibera­ tivo da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT­SP. ❖ Em fevereiro de 1996, foi eleito 2º vi­ ce­presidente da Associação Brasileira de Embalagem, Abre, em São Paulo, SP, cargo que ocupou até março de 2000. ❖ Até seu falecimento, foi vice­presidente e membro representante da Fiesp junto ao Conselho de Relações do Trabalho e De­ senvolvimento Social da Confederação Nacional da Indústria, CNI. ❖ Foi presidente do Conselho Regional do Senai­SP, eleito em outubro de 1998, ten­ do sido, ainda, membro da Comissão de Apoio Técnico Administrativo (Cata) do Senai Nacional. ❖ Em setembro de 1999, lançou seu livro “O Gargalo do Liberalismo”, editado pela Makron Books do Brasil, em que anali­ sa, por meio de 64 dos cerca de 900 arti­ gos de sua autoria publicados pela grande imprensa brasileira no período 1989/99, os fatos políticos e econômicos que mar­ caram a conjuntura do País na década antecedente. ❖ Em novembro de 1999, foi eleito vice­pre­ sidente da Confederação Latino­Ameri­ cana da Indústria Gráfica, Conlatingraf, e assumiu a presidência do Círculo Ibero­ ­Americano de Formação em Artes Grá­ ficas, Cifag, órgão responsável na entida­ de pelo desenvolvimento da capacitação e aperfeiçoamento técnico de instruto­ res e profissionais gráficos do continente. ❖ Em novembro de 2001, foi eleito pre­ sidente da Conlatingraf para a gestão 2001/2005. Só nos resta aqui, portanto, agradecer ao Max, por tudo que nos ensinou e nos dei­ xou como legado, e ratificar nosso compro­ misso de dar continuidade aos seus ensina­ mentos, que, sem dúvida nenhuma, tornam o nosso setor muito mais unido e forte. Sidney Anversa Victor, presidente da Abigraf Nacional Levi Ceregato, presidente do Sindigraf-SP João Scortecci, presidente da Abigraf-SP julho /setembro 2021

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Durante a posse na presidência da Conlatingraf, no Chile, em novembro de 2001, Max aparece entre (E/D): Carlos Laviano, secretário; Jaime Ojeda, diretor executivo, e Patricio Hurtado, ex-presidente, da Conlatingraf; Luiz Carlos Gioia, presidente da ABTG; e Juan Marinetti, presidente da associação gráfica chilena

Max e Pery Bomeisel exerceram papel decisivo para trazer ao Brasil o 4º Congresso Mundial da Indústria Gráfica, realizado em maio de 1989, no Rio de Janeiro, com absoluto sucesso

O empresário e bibliófilo José Mindlin entrega a Max o troféu de Líder Empresarial 1989, promovido pelo jornal Gazeta Mercantil. Na mesa (E/D), os industriais Antonio Ermírio de Moraes e Cláudio Bardella

Depoimentos “Max Schrappe foi, sem dúvidas, um dos prin- “Grande amigo e companheiro de muitos anos “Foi muito importante conhecer Max Schrapcipais líderes de toda a história da indústria nas entidades de classe, Max Schrappe, com pe e ter tido a oportunidade de conviver com gráfica brasileira. Dedicou sua vida ao setor, sua liderança, foi fundamental para uma ele como presidente da Abigraf Nacional. Foi e a ele devemos muitas de nossas conquistas. representação se torial crescente, levando- um líder para a indústria gráfica. Nós, da Convivi com ele durante anos, e muito apren- -o inclusive à presidência da Fiesp. Ele foi Abigraf-ES, aprendemos bastante com suas di por conta dessa convivência. Era um líder sempre agregador e conciliador. E, como lí- ações e pensamentos”. carismático, uma pessoa simples e um grande der, soube conduzir a todos no bom caminho. Tullio Samorini amigo. Fará muita falta para todos nós”. Descanse em paz, meu amigo. Sua luta foi Ex­presidente da Abigraf grande e vencedora”. Carlos Di Giorgio Sobrinho Regional Espírito Santo, Vitória/ES Membro do Conselho Fiscal da Abigraf Nacional, Rio de Janeiro/RJ

“Amigo Max, obrigado pelo aprendizado, muito aprendi na convivência contigo. Fostes exemplo a gerações de empresários gráficos, teu espírito de associativismo motivou inúmeros colegas a trabalharem pelas entidades gráficas, dentre estes eu próprio. Querido amigo até breve, serás lembrado pela eternidade”. Carlos Evandro Alves da Silva Ex­presidente da Abigraf/ Sindigraf­RS, Porto Alegre/RS

Hamilton Terni Costa Diretor da AN Consulting, São Paulo/SP

“Max Schrappe, o empresário da indústria editorial e gráfica, que serviu com amor as asso“Convivi com o saudoso amigo Max Schrappe, ciações empresariais do seu ramo, nos deixou um ser humano de primeiríssima qualidade, e o céu imprimiu mais uma estrela. Nossos a partir de , época em que começou a pre- caminhos se encontraram ao longo da vida. Max foi sempre uma alegria, sorriso fácil, sidir a Abigraf Nacional, o que sempre fez com uma bênção, uma palavra de alento aos amimaestria e competência. Com ele, participei do Congresso Mundial de Artes Gráficas, na Índia. gos. Suas lutas, no devido tempo, foram uma vitória de todos”. Conciliador, educadíssimo, afável. Que Deus reserve um lugar especial para ele lá no céu”. Walter Vicioni Gonçalves Josair Santos Bastos Presidente da Abigraf Regional Bahia, Salvador/BA

Deputado estadual, ex­diretor regional do Senai­ SP, São Paulo/SP

“Conheci Max Schrappe no final da década de “Max Schrappe foi um empresário de sucesso e . Sempre altivo e de fala mansa, foi quem “Max Schrappe foi um homem especial, desses com profundo conhecimento do setor. Pessoa abriu a oportunidade de agregar a mim, um que fazem parte de uma raça perigosamen- participativa e alegre, sempre pronto para novato da indústria gráfica. Inseriu o Brasil te em extinção: ético, inteligente, capaz, cul- encontrar soluções. Sem dúvida, a história na indústria gráfica mundial e liderou de for- to, elegante, bem-humorado e comprometido da nossa indústria gráfica não seria a mesma relevante a Conlatingraf, que depois tive ma sem a participação de Max e sua família, com valores. Sabia como ninguém praticar a honra de presidir. Max Schrappe deixou que muito contribuíram para o crescimento com sabedoria o entendimento, conciliar foi o sua marca indelével e relevante na indústria do setor. Um exemplo a ser seguido, deixando seu forte. A Terra está mais pobre, e o céu cada gráfica brasileira”. muitas saudades”. vez mais rico agora unindo Gutenberg e Max para imprimir liberdade, respeito e educação”. Fabio Arruda Mortara Cristovam Linero Sobrinho

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CEO da Two Sides Brasil e América Latina, São Paulo/SP

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Ricardo Viveiros Jornalista e escritor, São Paulo/SP

Ex­presidente da Abigraf Regional Paraná, Curitiba/PR


Schrappe observa o presidente da República Fernando Henrique Cardoso ao conceder o Prêmio de Direitos Humanos 1998, patrocinado pela Abigraf, a Ana Maria Mello, diretora da Associação de Amigos dos Autistas

No dia 1º de junho de 1998, Max assumiu a presidência da Fiesp/ Ciesp, substituindo Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que se licenciou para disputar o cargo de deputado federal

Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo, recebe, em abril de 2003, os dirigentes da Abigraf (E/D): Max Schrappe, Mário César Martins de Camargo e Flávio Marques Ferreira. Em pauta, o conflito fiscal ICMS × ISSQN

“Dedicado, responsável e incansável na sua “Para todos nós da indústria gráfica, o faleluta pelo desenvolvimento da indústria grá- cimento de Max Schrappe é motivo de um fica brasileira, Max Schrappe ficará para sem- forte e imenso sentimento de saudade. Copre na nossa memória como um grande líder rajoso, talentoso e inovador, serviu de inspido setor. Ele se foi, mas deixa um legado inesti- ração para mim e diversos empresários grámável e ensinamentos inspiradores para dar- ficos. Deixo aqui uma mensagem que deve ser mos continuidade ao seu trabalho e construir replicada para as novas gerações: ‘um granuma indústria gráfica cada vez mais forte”. de líder não nasce pronto, mas um grande líder não morre nunca’. Vida eterna, admirado Paulo Gonçalves Max Schrappe!”. Diretor­presidente e financeiro da Gonçalves Indústria Gráfica, Cajamar/SP

“Max era a imagem viva da Abigraf; eles se completavam!”. Marcone Reis Fagundes Ex­presidente da Abigraf­MG e do Sigemg, Belo Horizonte/MG

“Max era um cavalheiro. Sempre tinha algo de interessante para falar sobre a indústria gráfica. Escutá-lo era um privilégio”. Sidney Anversa Victor Presidente da Abigraf Nacional

“Conheci e convivi com o Max desde o início dos anos , vinculado à Tilibra na época. Na sequência, pela Tiliform, ele abraçou a Abraform, já entendendo a grandeza do guarda-chuva Abigraf. Convivemos também na Fiesp, onde eu participava pelo Ciesp de Bauru. O Max sempre foi um amigo doce, equilibrado, grande conhecedor e defensor da indústria gráfica. Não dava para não gostar. Vá com Deus, amigo!”. Ricardo Marques Coube Vice­presidente do Sindigraf­ SP, Bauru/SP

Cidnei Luiz Barozzi Vice­presidente Região Sul, da Abigraf Nacional, Chapecó/SC

“O longo tempo de convivência com o Max, no período em que estive na presidência do Conselho Diretivo, foi de grande aprendizado e admiração aos seus ideais. A Abigraf e todos nós devemos muito a ele”. Antonio Carlos de Araújo Navarro Ex­presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional (1992/1998), Brasília, DF

“O Conselho Diretivo da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica expressa seu mais profundo pesar pelo falecimento de Max Heinz Gunther Schrappe, ex-presidente da Conlatingraf no período de  a . Max Schrappe foi um grande líder setorial latino-americano, de espírito conciliador, que sempre soube harmonizar os diversos interesses (de governos, fornecedores e empresas) em benefício do desenvolvimento da indústria gráfica latino-americana. A Conlatingraf deseja a seus familiares e amigos que encontrem paz na resignação cristã e pede a todo o setor latino-americano que se una em oração pelo eterno descanso de sua alma”. Héctor Cordero Popoca Presidente da Conlatingraf

“Conheci Max através do Plácido Loriggio, “Muitas pessoas passam por esta vida sem seda Abril, e Alfried Plöger, da Melhoramen- rem muito notadas. Provavelmente por setos. Foi meu primeiro mentor, trabalhamos rem quietas, discretas sossegadas . . . Outras em sintonia entre  e , recuperamos têm uma passagem bastante marcante, por a ABTG e expandimos a Abigraf. Ele arqui- serem barulhentas, falantes ou também por suas virtudes e conhecimentos. Max, com caltetou a Abigraf moderna e vai juntar-se aos nossos líderes do passado, para ajudar a tipo- ma e exemplo de vida, era conciliador, colabografia do Céu na impressão da Bíblia, cujo pri- rador e muito atuante por onde passava. Que o Criador tenha um bom lugar para ele no meiro exemplar vimos juntos em Mainz, no mundo dos justos”. Museu Gutenberg”. Mario Cesar Martins de Camargo Ex­presidente da Abigraf Nacional (2001/2011), discípulo de Max Schrappe, Santo André/SP

Osvaldo Luciani Ex­membro do Conselho Fiscal da Abigraf Nacional, Blumenau/SC julho /setembro 2021

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À frente (E) aparecem Rubens Amat Ferreira, ex-presidente da Abigraf Nacional (1971/1980) e o presidente Max, em jantar com dirigentes da Conlatingraf, por ocasião do XI Congresso Latino-Americano da Indústria Gráfica, em Bariloche, Argentina. 5 de setembro de 1987

(E/D) Hamilton Terni Costa, presidente da ABTG; Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente licenciado da Fiesp; Max Schrappe, presidente da Fiesp e da Abigraf; e Mário César de Camargo, presidente da AbigrafSP preparam-se para retirar a fita simbólica da inauguração da nova sede própria da Abigraf/Sindigraf-SP, à Rua do Paraíso. Dirigindo-se aos convidados, Max afirma: “Esta nova casa é um verdadeiro símbolo das conquistas que o empresariado gráfico, ungido pelo associativismo, obteve ao longo de muitos anos de mobilização, trabalho, resistência e determinação”. 24 de junho de 1998

“Max Schrappe, ícone da indústria gráfica bra- “Nós, mineiros, bandeirantes de origem, re- “Lembro-me, como se tivesse sido ontem, do sileira, navegou por todas as ondas dos desen- gistramos que somos e seremos eternamen- momento em que conheci o Max. Foi numa volvimentos tecnológicos há mais de meio sé- te gratos ao nosso querido Max Schrappe, reunião na antiga sede da Abigraf, na Rua culo, sempre com otimismo e determinação. Anjo da Guarda e padrinho da indústria grá- Marquês de Itu, em maio de , quando conEle fez do as sociativismo — Abigraf/Sindi- fica nacional, por suas inestimáveis colabo- tratou a minha editora para fazer da Revista rações com foco no coletivo, sempre em busca Abigraf a publicação dos seus sonhos. Naquegraf/ABTG/Fiesp — a marca definitiva de sua da competitividade e preservação do nosso le momento eu ainda não tinha consciência da identidade. Seu legado sempre será lembrado capital humano, via educação, requalificação dimensão do grande ser humano e grande líe comemorado”. e produtividade”. der com quem eu passaria a conviver, a respeiLevi Ceregato tar e a admirar”. Luiz Carlos Dias de Oliveira Presidente do Sindigraf­ SP e vice­presidente da Fiesp, São Paulo/SP

Vice­presidente da Abigraf Regional Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Plinio Gramani Filho Editor da Revista Abigraf

“O Max foi e sempre será referência para a indústria gráfica nacional e internacional e dei- “A trajetória profis sional de Max Schrappe “Convivi com Max por mais de três décadas, vixa um legado importante. Sempre defendeu o fala por si, afinal ele foi presidente das mais venciando a grandeza de seu caráter, a elegânassociativismo para a união e a fortaleza do representativas entidades setoriais da in- cia de suas posturas, a nobreza de seus prosetor, bem como a unidade das pessoas, força dústria gráfica no Brasil e na América Latina, pósitos e a retidão de suas convicções. Como que mantém a Abigraf Nacional e isso se es- além de ter ocupado a presidência da Fiesp e empresário e líder classista sempre procurou tendeu à Conlatingraf. Ele foi um ser huma- do Ciesp. Mas, para quem o conheceu de perto, a conciliação de interesses e a equidade de reno incomparável, à frente do seu tempo, e nos fica a lembrança de um homem culto, elegante sultados, tudo permeando com uma ampla videu a direção e os caminhos a serem seguidos”. e conciliador, um grande realizador de vários são de mundo e um fino humor circunstancial”. projetos de interesse da indústria”. Julião Flaves Gaúna Adolpho Cyriaco Vice­presidente da Abigraf Nacional, Campo Grande/MS

Paulo Skaf Presidente da Fiesp e do Ciesp

“Gosto de escutar as histórias que contam do “Seu” Max. O seu legado, um marco de garra e luta, em prol da indústria gráfica”.

“O que mais me surpreendia em Max não era sua liderança firme e segura, suas histórias de lutas pela indústria gráfica ou seu compromisso com um Brasil melhor. O que eu mais admirava era como ele fazia tudo isso com alegria e humildade. Um exemplo de profissional e ser humano”.

João Scortecci Presidente da Abigraf Regional São Paulo, São Paulo/SP

Manoel Manteigas de Oliveira Ex­diretor da Escola Senai Theobaldo De Nigris, São Paulo/SP

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Superintendente do Sistema Abigraf/ Sindigraf no período 1986/2001



LIVROS Texto: Tânia Galluzzi

O vigor da Leitura

A maior rede de livrarias do Brasil intensifica crescimento e deve encerrar 2021 com 17 novas unidades.

O

segundo semestre começou positi­ vo para o mercado livreiro. De acordo com o 8º Painel do Varejo de Livros no Brasil, estudo rea lizado pela Nielsen BookScan e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Edito­ res de Livros, Snel, o comparativo entre o 8º pe­ 1 ríodo de 2021 e 2020 mostra um crescimento de 19,7% em volume e 26,1% em valor. Em núme­ ros absolutos, foram 3,77 milhões de exempla­ res vendidos, com uma receita de R$ 157,15 mi­ lhões, contra 3,15 milhões de exemplares e R$ 124,58 milhões faturados na mesma época no ano passado. A análise rea lizada pela GFK , em parceria com a Associação Nacional de Livrarias, ANL , também mostra um cenário favorável em rela­ ção ao varejo do livro. Os resultados mais re­ centes apontam que o volume cresceu 43% na 1 13.07 a 09.08.2020 x 19.07 a 15.08.2021

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Loja no Shopping Recife, no bairro Boa Viagem, Recife/PE

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comparação entre junho de 2021 e o mesmo mês do ano passado, enquanto o faturamento das livrarias aumentou 33%. É preciso lembrar que a base de compara­ ção é fraca e que o setor enfrenta dificuldades há décadas. A série histórica de uma outra pes­ quisa, igualmente patrocinada pelo Snel, em parceria com a CBL , a Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, apontou uma que­ da de 30% no faturamento total das editoras entre 2006 e 2020. Na contramão da crise, novas livrarias e edi­ toras têm surgido, assim como redes já consoli­ dadas seguem alargando sua cobertura geográ­ fica. É o caso da Livraria Leitura, que terminará o ano comemorando a abertura de 17 lojas. A Leitura é hoje a maior rede de livra rias com unidades físicas do país, com 84 pontos espalhados por 21 Estados. Em maio, a livraria, nascida em Belo Horizonte, em 1967, inaugurou


a 17ª loja da rede no Estado de São Paulo, a 7ª na capital. Até o final do ano serão mais qua­ tro na Bahia, uma no Recife, mais duas em São Paulo e uma nova loja em Fortaleza. A rede so­ mará então 94 unidades: 86 operando dentro de shoppings, cinco em aeropor tos/rodoviárias e três lojas de rua. A abertura de filiais começou na década de 1980. A partir dos anos de 1990, a estratégia pas­ sou a ser uma nova unidade por ano. Em 2000, a rede rompeu as divisas de Minas Gerais abrindo uma loja em Brasília. Mas se as metas seguem ambiciosas diante de um país que nos últimos quatro anos perdeu 2 4,6 milhões de leitores , os pés estão fincados no chão, como conta Marcus Telles, presiden­ te da Leitura. “Em 2015, 2016, elaboramos um plano de ajuste para melhorar nossos resulta­ dos, mantendo a abertura de lojas, porém fe­ chando as de baixa performance. Investimos em ganhos de eficiência, treinamento de equi­ pes e conseguimos reduzir o número de fun­ cionários.” Nos três anos seguintes, a Leitura manteve o ritmo de crescimento, inauguran­ do em média seis unidades por ano, e o crité­ rio de encerramento das não lucrativas. “Se o resultado não é bom no primeiro ano, identifi­ camos os problemas e procuramos corrigi­los. Caso a situação não se reverta, a loja é fechada”, complementa Marcus. A rede chegou a 2020 sem dívidas, pronta para aproveitar as oportunidades surgidas com os problemas enfrentados pela Saraiva e Cultu­ ra, e os irmãos Telles, detentores da Leitura, re­ solveram acelerar o passo, instalando 12 novos pontos e fechando dois. A marcha não diminuiu neste ano, com 17 lojas abertas e três encerradas. Marcus Telles credita o sucesso da Leitura a alguns fatores, sendo o primeiro deles a atrati­ vidade: layouts acolhedores e grande variedade de produtos. O livro continua como protagonis­ ta, respondendo por 60% da receita. O segun­ do quesito é a promoção de eventos. Antes da pandemia, a rede organizava mais de dois mil encontros por ano, entre lançamentos de livros, rodas de leitura, pocket shows e até espaços para jogos de tabuleiro. O investimento nas mídias sociais é também fator decisivo, bem como anúncios em rádio e TV nas cidades com maior número de unidades. 2 Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 5ª edição

Loja na Rua do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro/RJ

COMPARATIVO 8º PERÍODO – 2021 X 2020 2020

2021

VARIAÇÃO

3.148.321

3.767.394

19,66%

Valor

R$ 124.579.512,64

R$ 157.148.772,96

26,14%

ISBN

145.607

157.090

7,89%

Preço médio

R$ 39,57

R$ 41,71

5,41%

Desconto médio

23,81%

23,75%

– 0,06 p.p.

Volume

T. Mercado – Período 8: 2020 (13/07/2020 a 09/08/2020) x 2021 (19/07/2021 a 15/08/2021). Fonte: Nielsen | Nielsen BookScan

A gestão segue o modelo de sócios­gerentes. Empresa fami liar, a Leitura é administrada por seis dos 12 irmãos Telles. Funcionários que se destacam são convidados a serem sócios das unidades em que atuam, com participação que varia entre 10 e 49%. “Contando com eles, hoje somos 50 sócios”, diz Marcus. As principais van­ tagens do sistema são, segundo o livreiro, a tro­ ca de ex periências e a adequação da oferta de produtos às pecu liaridades regionais. E o plano é continuar crescendo, abrindo lo­ jas em cidades acima de 300 mil habitantes.

LEITURA www.leitura.com.br/

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Talento e tecnologia gráfica no resgate da arte da cartografia Mapa que exigiu do artista Francisco Stein mais de 300 horas de um trabalho dedicado e meticuloso, teve duas mil cópias de alta qualidade impressas em dez minutos pela Emibra, em equipamento da Koenig & Bauer. erdadeiras obras de arte. Essa é a melhor maneira para definir o tra­ balho de Francisco Stein. Seus mapas, feitos totalmente à mão, resultam da sua paixão por História e Geo­g ra­f ia, fazendo dele uma referência na modalidade. Cada mapa pode levar de 300 a 600 horas para ficar pronto. O mapa “The Age of Disco­ very”, feito pelo artista, resultou de um pro­ jeto idea­li­za­do pela Koe­nig & Bauer e rea­ li­za­do em parceria com a gráfica Emibra.

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(E/D) O artista Francisco Stein; Paulo Faria, diretor geral da Koenig & Bauer Brasil; e Danilo Braghiroli, CEO da Emibra, em frente à Rapida 105 que imprimiu o mapa

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A obra, digitalizada em alta resolução e im­ pressa em filme de po­liés­ter, o mesmo uti­ lizado no original, resulta em uma tela em fine art com poucas diferenças de nuan­ças em relação ao original. Trata-se da reprodução de um mapa de 1911, que conta a história das Grandes Na­ vegações entre o pe­r ío­do de 1340 a 1600. Nele, está retratada, por meio de contor­ nos, acidentes geo­g rá­f i­cos, figuras, dese­ nhos e textos, a história dos principais na­ vegadores na época das descobertas, como as via­gens de Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Cristóvão Colombo. INSPIRAÇÃO

Paulo Faria, diretor geral da Koe­nig & Bauer Brasil, relembra como nasceu o projeto: “Na­ vegando em uma rede so­cial, acabei assis­ tindo o vídeo do Francisco Stein sobre essa arte quase esquecida. Rapidamente fiz uma conexão com o trabalho que desenvolve­ mos na Koe­n ig & Bauer, companhia que tem a tradição de imprimir mapas há mais de 200 anos. Passou um filme na minha cabeça, lembrei-me da transição das ar­ tes gráficas para indústria gráfica e vi nes­ te projeto a possibilidade de resgatar e va­ lorizar a importância do artista e do meio impresso. Parei para pensar na importân­ cia da cartografia na vida das pes­soas atual­ men­te, que passaram a ter um hobby antigo com a impossibilidade de via­jar por causa

da pandemia. Muitos voltaram a co­le­cio­nar mapas e marcar com pins lugares que que­ rem visitar”. Dessa constatação surgiu o pro­ jeto, tendo a tecnologia gráfica da empresa como protagonista da acessibilidade à arte. Após ajustar com Francisco Stein a ela­ boração da arte, a Koe­nig & Bauer acertou parceria para a impressão dos mapas com a gráfica Emibra, localizada em Suzano (SP), que atua há mais de 47 anos produzindo embalagens em papel-cartão para os seg­ mentos de hi­g ie­ne pes­soal, alimentício e far ­m a­cêu­t i­co. “Recebemos o convite, en­ tendemos o belíssimo trabalho do artista na produção de mapas artesanais que con­ tam décadas de história e não po­de­r ía­mos ficar de fora deste evento. Fizemos questão de envolver instituições da nossa cidade, com a doa­ção desse ma­te­r ial para a Bi­blio­ te­ca Municipal de Suzano e para as ONGs que apoiamos”, ressaltou Danilo Braghi­ roli, CEO da Emibra. O papel utilizado foi cedido pela empresa Suzano. DOAÇÕES

A Koe­nig & Bauer entregou uma cópia fiel para a Bi­blio­te­c a Walter Wey, Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca de São Paulo; para 58 bi­blio­te­cas dos CEUs (Centro Edu­ca­cio­nal Unificado) da cidade de São Paulo; e para três instituições do município de Suzano: Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, As­ so­cia­ção de Assistência à Mulher, ao Ado­ lescente e à Crian­ça Esperança e à Casa de Gua­da­lu­pe As­so­cia­ção ­Emaús. KOENIG & BAUER www.koenig-bauer.com.br @koenigbauerbr

EMIBRA www.emibra.com.br @emibraembalagens


Buscando alinhar o nosso comprometimento socioambiental com nossas boas práticas produtivas, abraçamos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.

Por meio de iniciativas relacionadas aos temas, como: resíduos, consumo de água, preservação da biodiversidade, emissões atmosféricas, entre outras, contribuímos de forma direta e indireta, para atender alguns dos objetivos estabelecidos pelas ODS.

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ECONOMIA

Linhas de financiamento para atualização de tecnologia Raymond Trad

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Foto: pressfoto / br.freepik.com

ivemos hoje um cenário extre­ mamente complexo para as empresas brasileiras. No ambiente externo, um mundo com esperança renovada, que tenta aprender empiricamente como se adaptar ao enfraquecimento da pandemia da Covid­19, mas que também sofre com a ruptura nas ca­ deias de suprimentos e atravessa um novo momento de tensão geopolítica. No Brasil, esse cenário já desafiador é agra­ vado pela costumeira instabilidade política, a queda na renda, a moeda desvalorizada, a de­ manda ainda instável, a escassez de matérias­ primas e o retorno da alta inflação. O mercado gráfico, por sua vez, ainda lam­ be as feridas causadas pela pandemia em dife­ rentes graus, dependendo do foco principal da empresa. Como consequência, muitas das grá­ ficas vêm buscando oportunidades em novos

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negócios e diferentes segmentos, com o uso de novas tecnologias. Nesse sentido, a ExpoPrint 2022, que já se aproxima, tem o potencial de gerar muitos negócios, aproveitando o vácuo deixado pela não realização da Drupa em 2020 (substituída esse ano por uma versão virtual) e de tantas outras feiras do nosso setor. Entretanto, ao buscar novos horizontes, en­ contra­se uma outra pecu liaridade (ou dificul­ dade) inerente ao mercado brasileiro: a oferta limitada de financiamento para equipamentos e bens de capital. Muito em função do histórico de alta infla­ ção e juros ainda mais elevados, o empresário brasileiro sempre adotou uma postura mais con­ servadora em relação a crédito, muitas vezes fi­ nanciando projetos de modernização e expan­ são com capital próprio. Pelo outro lado, bancos e agentes financiadores costumavam ver mais


oportunidades em outros tipos de produtos fi­ nanceiros, mostrando também grande preo­cu­ pa­ção com os potenciais níveis de inadimplência. Por essas e outras razões, ainda se obser­ va uma postura bastante conservadora em boa parte das empresas do setor gráfico brasileiro. De fato, o endividamento pode trazer riscos à empresa. No entanto, se executado com o de­ vido planejamento, pode também acelerar o crescimento das atividades e trazer vantagens econômico-financeiras relevantes, como por exemplo o abatimento de custos e despesas da base de cálculo do imposto de renda. Ainda que o mercado de crédito brasileiro seja modesto quando comparado ao PIB e aos mercados de outros paí­ses, ele cresceu nos últi­ mos 15 anos. Vimos recentemente avanços im­ portantes para a promoção do crédito, como a redução dos depósitos com­pul­só­r ios, as me­l ho­ rias nos sistemas de garantia, o surgimento do cadastro positivo e, principalmente, o fomen­ to à competição. Isso tudo fez com que se tor­ nasse disponível para as empresas um leque mais amplo de alternativas de fi­nan­cia­men­to. O crédito direto à empresa para a aquisi­ ção de equipamentos segue sendo a modali­ dade mais simples. Na maior parte das vezes é necessária a apresentação de ga­ran­tias, que podem va­r iar desde o próprio equipamento até outros ativos da empresa e de seus pro­prie­ tá­r ios. As fontes de recursos também são múl­ tiplas, como linhas diretas de crédito, repasses de recursos de entidades e programas de desen­ volvimento (como o BNDES, fundos constitu­ cionais e outros programas regionais) e linhas de fi­nan­cia­men­to dedicadas a importação ou a bens com alto con­teú­do local. Já bem estabelecido no mercado, o arrenda­ mento mercantil (lea­sing) é uma opção interes­ sante, pela qual o arrendador retém a pro­prie­da­de do bem e concede ao arrendatário o direito de uso por determinado prazo e condições pre­ via­men­te acertados. Assim, essa operação tem como vantagem trazer já de partida a garantia do próprio bem. No arrendamento mercantil financeiro, o arrendatário tem a opção de ficar com o bem após o término do contrato, exer­ cendo uma opção de compra por um valor esta­ belecido. No arrendamento mercantil ope­ra­cio­ nal, o bem é devolvido ao arrendador no final do contrato. Em qualquer um dos casos, o va­ lor pago nas prestações pode ser deduzido da base de cálculo do imposto de renda da empresa, conforme seu regime de tributação.

Com características semelhantes às do ar­ rendamento mercantil aparece a opção do sim­ ples aluguel, através do qual o bem é locado me­d ian­te o pagamento de parcelas pe­r ió­d i­cas. O contrato pode ser prorrogado após seu término ou o bem é retornado ao locador. Por não transferirem a pro­prie­da­de dos bens para a empresa contratante, modelos de arren­ damento mercantil ou aluguel podem ser inte­ ressantes para equipamentos que atravessam rápidas evoluções tecnológicas. Muitas insti­ tuições financeiras têm se es­pe­cia­li­za­do nessas modalidades de fi­nan­cia­men­to. Recentemente, vimos também o ressurgi­ mento dos con­sór­cios como alternativa de cré­ dito para bens de capital. Empresas dedicadas e bancos comerciais vêm crian­do novas con­ dições e produtos para via­bi­li­z ar opções de fi­nan­cia­men­to. Seguindo, os pró­prios fabricantes ou seus agentes de venda (canais, distribuidores, re­ presentantes) por vezes oferecem linhas de fi­ nan­cia­men­to para seus clien­tes. Esses progra­ mas podem ser diretos ou indiretos, através de instituições financeiras parceiras. Por fim — e já pensando num futuro próxi­ mo —, temos as fintechs es­pe­cia­li­za­das em cré­ dito. Ainda muito focadas em pes­soas físicas ou então capital de giro para empresas, as fintechs adaptam-se rapidamente às oportunida­ des geradas no mercado brasileiro. Assim, não devem causar surpresa novas ini­cia­ti­vas volta­ das ao fi­nan­cia­men­to de bens e equipamentos. Qualquer que seja a alternativa a ser segui­ da, vale reforçar que toda operação de crédito se inicia na con­f ian­ça entre credor e devedor. Manter a empresa organizada e com demons­ trações financeiras atua­li­za­das é fundamental. Mas a simples troca de informações financei­ ras e o uso da tecnologia tendem a ser formas mais “­f rias” de re­la­cio­na­men­to. Em­pre­sá­r ios sempre unem conhecimento e paixão únicos por seus ne­gó­cios, então trazer os potenciais agentes fi­nan­cia­do­res para perto da empresa, de seu dia a dia e de seus planos para o futuro pode fazer muita diferença na análi­ se do crédito e nas condições a serem ofertadas. Afinal, além da disponibilidade, deve também haver a disposição para fi­nan­ciar.

Raymond Trad é diretor da Afeigraf e CEO da Comprint. rt@comprint.com.br

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RESÍDUOS SÓLIDOS Texto: Tânia Galluzzi

Uma década de PNRS Muito se avançou com a entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mas algumas travas ainda precisam ser removidas.

Eduardo Rodrigues Franklin, diretor da Druck Chemie

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N

o dia 2 de agosto, a Política Nacio­ nal de Resíduos Sólidos completou 11 anos. Todas as pessoas e empresas que geram resíduos sólidos estão sujeitas a ela. Por resíduos sólidos, a PNRS entende qualquer ma­ terial, substância ou objeto que será descartado, o que inclui resíduos de impressão como restos de tinta, adesivos e panos de limpeza. E cabe às gráficas fazerem a correta destinação de seus resíduos, sob pena de multa e até cassação de licença de funcionamento.. Ampla e moderna, a PNRS foi criada com a finalidade de diminuir a quantidade de re­ jeitos direcionada aos aterros e lixões. No seg­ mento gráfico, uma década de vigência da lei surtiu o efeito desejado, obrigando o empresá­ rio a encarar a gestão de resíduos como mais uma etapa de seu processo produtivo. Há até quem este­ ja conseguindo obter retor­ no financeiro da destinação correta de alguns resíduos, diminuindo os custos ad­ vindos desse procedimen­ to, como comenta Eduardo Rodrigues Franklin, diretor da Druck Chemie. Especia­ li zada em produtos quími­ cos para a indústria gráfica e outros setores, a empresa foi uma das primeiras a ofe­ recer o gerenciamento de re­ síduos ao setor em função da necessidade de rea lizar a logística reversa das embalagens de seus produtos. “Quando a grá­ fica aprende a segregar corretamente, a gestão fica mais simples e clara. Descobre­se também que nem todos os materiais devem ser conside­ rados resíduos, além de eventuais desperdícios na operação. Hoje, poucos são os resíduos sem valor.” Eduardo pondera, contudo, que volume é questão decisiva. Para micro e pequenas grá­ ficas, o retorno pode não justificar o controle da operação, e a opção é a contratação de empresas que recolham os rejeitos e cuidem da destinação.

NECESSIDADE DE UNIFICAÇÃO

Apesar dos avanços, o diretor da Druck Chemie afirma que ainda há entraves. O principal, na opinião dele, está na própria legislação. “Falta sinergia entre os órgãos reguladores. Por exem­ plo, o Cadri obedece aos parâmetros estabeleci­ dos pela norma ABNT NBR 10004, que classifica os resíduos sólidos quanto ao seu potencial de risco ao meio ambiente e à saúde pública. Já o MTR 1 segue as normas do Ibama. Isso sem fa­ lar nas diferenças entre os planos estaduais e municipais.” Documento obrigatório para todas as gráficas localizadas em São Paulo e de reno­ vação bienal, o Cadri é o Certificado de Movi­ mentação de Resíduos de Interesse Ambiental. Em outros Estados, é chamado de parecer téc­ nico. “Não defendo uma lei mais branda e sim a unificação das exigências e uma maior vida útil da documentação.” Outra questão levantada por Eduardo re­ fere­se à própria execução da lei. Segundo ele, só é fiscalizado aquele que faz a gestão de seus resíduos. “Quem não está cadastrado simples­ mente não existe aos olhos dos órgãos governa­ mentais, concorrendo deslealmente com quem está em dia. Estamos falando de uma lei puniti­ va e não de determinações voltadas à educação, à mudança cultural”, argumenta. E no caminho da consciência ambiental, de acordo com o executivo, ainda existe em par­ te da indústria a ausência de interesse da alta gerência de inserir a gestão das sobras do pro­ cesso produtivo nos sistemas de gerenciamen­ to da empresa. Para tanto, é preciso investir em um módulo específico para soft wares de ERP2 , o qual apontaria automaticamente o que é sobra e o que é resíduo. Felizmente, muitas gráficas já enxergam esse custo como um investimento, não só no bem­estar ambiental e social quanto na atratividade de suas marcas. 1 Manifesto de Transporte de Resíduos 2 Enterprise Resources Planning DRUCK CHEMIE www.druckchemie.com.br


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GESTÃO

A indústria gráfica tradicional está em xeque?

jcomp / br.freepik.com

Hamilton Terni Costa

Busque saídas. Há mais do que imaginamos.

N

ão há, evidentemente, indústria alguma que não tenha sido afetada pelas transformações demográfi­ cas, tecnológicas, sociais e ambien­ tais que o mundo vem passando nas últimas décadas e, em especial, nesta crise da Covid­19. A indústria gráfica não é, pois, exceção. O que acontece com ela, adicionalmente, é o im­ pacto que teve e continua tendo com a explosão da comunicação digital e a substituição de vá­ rios produtos impressos por aplicações digitais. E, tal como se imaginava no início da pandemia, isso se intensificou e tende a piorar. O que não significa de forma alguma que estamos falan­ do sobre o fim da impressão ou da própria in­ dústria. Ao contrário, como já escrevemos e palestramos inúmeras vezes em todos os can­ tos. As vantagens comparativas do material

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impresso continuam intactas: reação cognitiva ao tato como o impacto visual e tátil, até mes­ mo odor; a transmissão de con fiabi lidade; a concentração e melhor entendimento da leitu­ ra sem dispersão; o foco. O minuto de atenção que, bem aproveitado na criação, leva ao inte­ resse e pode ser o estimulador para a entrada no mundo digital para maior informação e/ou en­ tretenimento. Os códigos e aplicações que per­ mitem essa conexão entre o impresso e o mun­ do digital dão mais vida ao impresso e ressaltam essa sua importância no detonador do loop na comunicação e na ex periência do usuário. Mas há uma outra questão que está no dia a dia de muita gráfica hoje. Os negócios estão difíceis. Ponto. Claro que muito pela instabili­ dade do momento, pela chamada nova normali­ dade, que ainda não sabemos bem o que é, mas


que, enfim, atrapalha tudo. Desde as ruptu­ ras nas cadeias de suprimento que fizeram au­ mentar os custos dos materiais, dos fretes, dos insumos, até a volatilidade da demanda entre a recuperação da economia e as re­caí­d as com novas ondas da pandemia. Essa dificuldade não está só na questão econômica, mas há uma preo­cu­pa­ção sobre o nível de atividade e desempenho do setor de gráficas comerciais e a demanda por impres­ sos. Com isso, muitas gráficas buscam por al­ ternativas para manterem o negócio. Embala­ gem tem sido o caminho escolhido por vá­r ias delas e o meu último artigo tratou desse pon­ to e dessa transição. Neste aqui eu quero trazer alternativas para os que estão procurando ca­ minhos e novas oportunidades. Ainda que em mercados aparentemente desconectados — ou não — com a gráfica co­mer­cial, mas que podem trazer retornos bem interessantes. Para isso é preciso olhar o mercado com ou­ tros olhos, com outra cabeça, com outra men­ talidade. Pensar que o ma­te­r ial impresso deve estar conjugado com outros serviços que resol­ vam os problemas do clien­te. Apesar da redu­ ção de volumes, ainda há muitas oportunidades nos chamados mercados convencionais. Sempre podemos fazer as coisas de outro modo. Sem­ pre há a possibilidade de se c­ riar modelos de ne­ gócio dentro dos ne­gó­cios existentes. Ou mes­ mo pensar em mercados paralelos aos que sua empresa atua hoje, mas que podem abrir novos caminhos e resultados. Por exemplo — Que tal ajudar o seu clien­te a vender? Que tal c­ riar uma estrutura de tec­ nologia e de produção que permita colocar os produtos dos seus clien­tes mais perto dos seus consumidores e ainda por cima reduzindo cus­ tos de processos desses clien­tes? Es­pe­cial­men­ te em um mercado tra­di­cio­nal, como o de livros. Um mercado concorrido onde muitas gráficas de porte já fracassaram, es­pe­cial­men­te na pro­ dução de livros didáticos em que custo baixo e efi­ciên­cia são a base do negócio. Há, hoje, gráficas alia­das a editoras que não somente imprimem seus livros — a maioria sob demanda —, como os promovem em sites pró­ prios, vendem diretamente a li­v ra­r ias e os co­ locam dentro de marketplaces como Submarino, Magalu e outros. Rea­li­zam também operações de logística e entregam livros diretamente aos compradores. Um modelo que reduz o estoque das editoras, aumenta o giro, mantém catálo­ gos vivos e gera um modelo ganha-ganha a todo o elo da cadeia de produção.

É um modelo ba­sea­do em tecnologia e ca­ pacidade de produção digital com alta perfor­ mance. É o caso da Um Livro (https://www. umlivro.com.br). Em parceria com, dizem eles, mais de 40.000 editoras nacionais e interna­ cionais e uma das maiores abastecedoras de li­ vros da Amazon do Brasil. Usando as linhas de produção da Meta Brasil (https://www.metabrasil.com.br), ela possui mais de 4 milhões de livros em catálogo, sempre ativo, pois não há li­ vros esgotados. Mesmo porque são produzidos após sua venda. Um modelo parecido tem a Book 7 (https:// www.­book7.com.br), da PSI7, que vende livros de suas editoras parceiras, produtos pró­prios, uma es­pe­cia­li­za­ção em bí­blias personalizadas e edição de livros de novos autores. Tudo sob deman­ da. Mantém também ven­ das através de marketplaces É preciso olhar o e lojas online parceiras. mercado com outros São exemplos do uso olhos, com outra po­ten­cial da impressão di­ cabeça, com outra gital trazendo para zero o mentalidade. Pensar maior custo das editoras, que o material o estoque. E há va­r ia­ções impresso deve estar sobre esse modelo, empre­ conjugado com sas que trabalham na ges­ outros serviços tão de con­teú­do dos clien­ que resolvam os tes fazendo todo o processo problemas do de venda de livros e apos­ cliente. Apesar da tilas impressas para es­ colas e sistemas de ensi­ redução de volumes, no em franquias. Como a ainda há muitas Ipressnet (https://www. oportunidades nos ipressnet.com.br). chamados mercados Falando em impressão convencionais. digital e atendimento sob demanda, que tal um foco total em personalização? Um conjunto de produtos que podem ser to­ talmente personalizados e, de certa forma, co­ cria­dos pelos clien­tes? É a ideia do Zazzle, um site in­ter­na­cio­nal de venda de produtos perso­ nalizados (https://www.zazzle.com.br) que existe já faz um bom tempo e muitos devem conhecer. Não deixa de ser um marketplace de produtos personalizados. Há gráficas no Brasil com sites de produtos personalizados, via web to print, como a Foto Presente, da Alphagraphics Bela Vista (https:// www.fotopresente.com.br). Mas não deixa de ser uma ideia interessante a junção de algumas empresas para lançarem um site, como fizeram recentemente na Espanha 20 gráficas através do julho /setembro 2021  REVISTA ABIGR AF

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site Printai (https://www.printai.es). Um tra­ balho em conjunto, cobrindo o país e abrindo mercados. Uma ideia, não? Nesse sentido, por que não analisar mer­ cados paralelos ao gráfico, mas que estão apre­ sentando um crescimento expressivo? Como no caso da impressão de tecidos e em suas va­ ria­ções. Alguns birôs de impressão têm avan­ çado na impressão de tecidos sob demanda, de forma geral com sublimação. Também ofere­ cem impressão de roupa e de objetos de deco­ ração. Claro que é um mercado mais voltado a quem já está na área têxtil, por estar envolvi­ do com essa cadeia de pro­ dução e que não tem nada a ver com papel. Que tal ajudar Mas, vamos lá. Gráficas o seu cliente a comerciais há muito já avan­ vender? Que tal çaram para comunicação vi­ sual. Muitas de comunica­ criar uma estrutura ção vi­sual já avançaram para de tecnologia e de tecidos. Por que não consi­ produção que permita derar um novo negócio? colocar os produtos Dentro do mercado têx­ dos seus clientes til o uso da impressão di­ mais perto dos seus gital vem crescendo e má­ consumidores e ainda quinas de porte in­dus­t rial por cima reduzindo começam a ser instaladas custos de processos no Brasil. Mas há também desses clientes? o crescimento da impres­ Especialmente são direta em tecidos e em em um mercado roupas com equipamentos digitais em menor escala. tradicional, como Isso vem abrindo uma am­ o de livros. pla possibilidade de ofertas. Olhem o site da Tudu (https://www.tudu.com. br), que pertence ao Fabio Zausner, mesmo dono da Phoo­t o (https:// www.phoo­to.com.br). Faz a impressão de ca­ misetas com uma aposta vencedora na licença de grandes marcas como a Disney, Netflix e Hello Kitty. E ganhou um enorme impulso ao trabalhar com novos artistas e designers que ­criam suas coleções e as disponibilizam no site. Um sucesso. Importante: as camisetas são im­ pressas depois de compradas. Com isso a pos­ sibilidade de personalização é total, o que aju­ dou a atrair mais marcas e a estimular os novos artistas, além de menor imobilização em esto­ que. Lançado em julho de 2020, o site faturou R$ 1,7 milhão só no ano passado. É uma gráfi­ ca de camisetas ou uma estamparia? Isso im­ porta? Se declara uma startup de moda. É o que ela é, com base em impressão. REVISTA ABIGR AF  julho /setembro 2021

Ainda em tecidos, me chamaram a atenção dois sites internacionais nessa área. Um deles é o Quee­nie’s home (https://queenieshome.com). Um site voltado à decoração personalizada. Al­ mofadas, travesseiros, roupas de cama, toa­lhas e uma grande va­r ie­d a­de de itens que seguem a mesma filosofia da personalização. Os itens não existem no estoque. Podem ser se­le­cio­na­ dos por desenhos oferecidos ou cria­dos pelo pró­ prio comprador. Aprovados online, são produzi­ dos digitalmente sob demanda. Um sistema de web-to-print, mas voltado a tecidos. Tal qual o Motiflow (https://www.motiflow.com), para cria­ção de tecidos, pa­péis de parede e pa­péis de presente. Usando modelos prontos ou crian­do novos, ao gosto do clien­te. Um nicho, um foco, um negócio. Já que estou derivando para outros mer­ cados, porque não olhar outra aplicação que é crescente (e até crescentemente explosiva) em muitas ­­áreas? A de impressão 3D. Muito se tem falado nisso, se é parte ou não do mundo da impressão, já que é o que se chama de fabri­ cação aditiva, onde o objeto é cria­do em cama­ das superpostas com os mais diferentes tipos de materiais. Seja como for, e até por se cha­ mar impressão 3D, ela também vem ganhan­ do espaço em produções re­la­cio­na­d as a mate­ riais para ponto de venda e outras aplicações. Que chamam a atenção. E ne­gó­cios também podem ser cria­dos em torno disso. Como fez o amigo Ra­fael Pedreira, ex-professor do Senai, consultor técnico na área gráfica e que fundou a Design in Fill (https:// www.designinfill.com.br) para o desenvolvi­ mento de aplicações e soluções usando impres­ soras 3D. Um de seus maiores sucessos é o sim­ pático robô Ingrid, que trabalha em feiras, em recepções, movimentando-se e interagindo com o público. Muito interessante. Pois bem, seja em mercados gráficos tradi­ cionais, seja em mercados paralelos ou alterna­ tivos, as oportunidades ligadas à indústria de impressão con­ti­nuam vívidas e abertas. O que não podemos é esperar que as coisas voltem para o que era antes, quando o mundo já não é mais o mesmo. Dessa forma, temos que nos questionar e buscar outras saí­d as. Que existem, até mes­ mo dentro do próprio negócio a­ tual. Que tal buscá-las? Hamilton Terni Costa é diretor da AN Consulting hterni@anconsulting.com.br


Avenida Dr. Alberto Jackson Byington, 3015 06276-000 – Osasco, São Paulo, Brasil Tel.: 3659-4500 www.bmfgrafica.com.br


INTERNACIONAL

Mensagem da Ásia. É hora de fazer muito mais do que só falar da maré de plásticos nos oceanos

Texto: Conrad Mendoza Jr.

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Ilustração: upklyak / br.freepik.com

oluição por plásticos nos oceanos do mundo: a maioria de nós está pelo menos um pouco inteirada do problema. Talvez tenhamos visto fotos da Grande Mancha de Lixo do Ocea­ no Pacífico ou lido sobre pássaros marinhos engolindo detritos. Mas a questão ganhou nova urgência em 2018, especialmente em toda a Ásia, quando um mergulhador chamado Rich Horner postou no YouTube um vídeo dele nas águas de Bali, em uma área popular chamada Manta Point. A câ­ mera de Horner não capturou muitas das criatu­ ras comumente encontradas por lá. Em vez dis­ so, o que se viu foi ele nadando no que parecia

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ser uma galáxia subaquática sem fim de emba­ lagens coloridas de salgadinhos, sacolas e ou­ tros tipos de lixo suspensos na corrente. Uma imagem chocante, mostrando que a humani­ dade está tratando nossos preciosos ocea nos como um aterro sanitário. Depois que o vídeo de Horner viralizou, houve uma reação inicial por parte de empre­ sas de bens de consumo, governos e ONGs. Mas, como acontece com grande parte da resposta à poluição do plástico, tudo parecia um pouco ro­ tineiro, ou seja, marcar presença para demons­ trar preocupação pelo assunto. No final, isso não mudou nada em relação ao problema, que continuou como antes. Alguns meses depois,


uma sacola plástica de supermercado foi des­ coberta na Fossa das Ma­r ia­nas, a parte mais profunda do Pacífico. Como diretor de desenvolvimento de ne­gó­ cios da Avery Dennison, moro em Cingapura e via­jo pela re­g ião da Ásia-Pacífico a trabalho. Tenho observado o problema da poluição por plásticos da perspectiva de cidadão e consumi­ dor, assim como de um empresário que vende materiais, incluindo alguns feitos de plástico e muitos que são aplicados ao plástico. Aqui está o que eu sinto: estamos perdendo a corrida con­ tra a poluição por plásticos, e dramaticamente, na parte do mundo que chamo de lar. Em 2015, aO ­ cean Conservancy, citando a revista Scien­ ce, relatou que oito milhões de toneladas métri­ cas de plástico são despejadas nos ocea­nos do mundo todo ano, com mais da metade vindo da Indonésia, Filipinas, Tailândia, Viet­nã e China. A ONU Meio Am­bien­te concorda, observan­ do que 60 por cento de todo o plástico no ocea­ no vem de apenas seis paí­ses, todos eles da Ásia. Não é por total falta de tentativa. Mui­ tos consumidores em toda a Ásia estão pron­ tos para abandonar os plásticos descartáveis e ajudar a construir uma economia circular, na qual as embalagens de plástico são recicladas em novas embalagens e ficam fora do fluxo de re­sí­duos. Sei pelo meu trabalho com marcas de consumo que pesquisas mostram algo como 60 por cento dos consumidores que querem com­ prar produtos fabricados de forma sustentável, produtos que usem menos ma­te­r ial, reutilizem embalagens existentes e reciclem embalagens usadas (fonte: inc.com). Mas, atual­men­te, esses produtos con­t i­nuam tendo preços proibitivos para uma grande parcela da população na Ásia. Marcas e fabricantes têm dado passos na di­ reção certa. Muitos anun­cia­ram metas de sus­ tentabilidade que in­c luem compromissos para produzir mais embalagens recicláveis nos pró­ ximos anos. Vá­r ios estão inovando para ­criar embalagens que contenham mais plástico re­ ciclado ou evitem totalmente o uso do plásti­ co. Alguns estão fazendo parceria com ONGs. Mas, até agora, esses esforços não foram su­f i­ cien­tes para conter a maré de plásticos. Emba­ lagens plásticas sustentáveis con­ti­nuam sendo um produto de nicho, porque as marcas sabem que os consumidores na maior parte do mun­ do não podem pagar o custo mais alto que esse tipo de embalagem impõe. Enquanto isso, os governos da re­g ião Ásia­ -Pacífico oferecem uma verdadeira colcha de

retalhos na regulamentação que apoia a reci­ clagem significativa de plásticos em algumas ­­áreas, mas não em outras. O Japão, onde vivi (e separei meu lixo meticulosamente) por vá­rios anos, costuma ser considerado um modelo para a re­g ião. Outros paí­ses estão lutando para lidar com uma quantidade avassaladora de lixo plás­ tico e, um por um, os paí­ses da Ásia estão seguindo o exemplo da China ao proibir a aceitação de lixo estran­ Em 2018, o mergulhador geiro, forçando os paí­ses a encon­ trar suas pró­prias soluções. Para Rich Horner postou um muitos, o principal es­c oa­men­t o vídeo seu no YouTube, nos dias de hoje é o aterro sanitário. nadando nas águas de Em suma, governo, empre­ Bali, no que parecia ser sas e consumidores parecem estar uma galáxia subaquática olhando uns para os outros, dizen­ sem fim de embalagens do: “Vai você primeiro”. Mas, como coloridas de salgadinhos, o vídeo de Bali e inúmeras ima­ sacolas e outros tipos gens semelhantes nos lembram, de lixo. Uma imagem essa estratégia não está fun­cio­nan­ chocante, mostrando do. Todos nós — governos, marcas, que a humanidade está fornecedores e consumidores — de­ tratando os oceanos como vemos em­preen­der ações efetivas o quanto antes. um aterro sanitário. Até agora, governos e corpora­ ções têm deixado para o próprio mercado a responsabilidade de resolver o pro­ blema. Todos estão esperando pelo momento em que a maior demanda por embalagens sus­ tentáveis venha a gerar um volume alto o su­ fi­c ien­te para que os custos di­m i­nuam e que as embalagens ecológicas se tornem a regra, e não a exceção. Contudo, passados muitos anos, isso ainda não aconteceu e nossos ocea­nos es­ tão nos dizendo que não é possível esperar mais. Ninguém gosta de mais regulamentação, mas é evidente que, para ocorrer uma mudança significativa, os governos da Ásia, es­pe­cial­men­ te no nível local, precisam c­ riar leis e in­f raes­ tru­tu­ra que facilitem a reciclagem e limitem as embalagens de plástico de uso único. Grande parte do problema dos plásticos remonta à fal­ ta de sistemas su­f i­cien­tes de gestão de re­sí­duos nas localidades da Ásia, o que, acima de tudo, é um problema para o governo resolver. Paralelamente, marcas e fabricantes de ma­ teriais de embalagem devem trabalhar juntos para aumentar a quantidade de plásticos reci­ cláveis nas embalagens e incrementar o número de consumidores que as reciclam. É indispensá­ vel colaborar na redução do custo das embala­ gens sustentáveis, para que os consumidores em muitas partes do mundo, principalmente da julho /setembro 2021  REVISTA ABIGR AF

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e fi­nan­ciar empresas e in­f raes­tru­tu­ra que evi­ Ásia — onde a renda é baixa e o uso de plásticos tam o plástico oceâ­ni­co”, recebeu aporte signi­ descartáveis é alto — possam pagá-lo. Nesse sentido, já podem ser percebidas al­ ficativo de com­pa­n hias de bens de consumo e químicas. E corporações, organizações sem gumas ações promissoras. Marcas de consumo fins lucrativos e outros global, motivadas pela estão trabalhando jun­ crescente preo­c u­pa­ç ão tos como parte da Alian­ do consumidor, pelo es­ Todos estão esperando pelo ça dos Mares Livres de pectro de mais regula­ momento em que a maior Lixo, da ­Ocean Conser­ mentação e uma oca­sio­ vancy. Todas essas ações nal vergonha pública por demanda por embalagens são muito positivas. parte das ONG s, estão sustentáveis venha a gerar Ao mesmo tempo, patrocinando ini­cia­ti­vas um volume alto o suficiente como alguém da Ásia — de reciclagem e explo­ para que os custos rando embalagens alter­ onde a poluição do plás­ diminuam e as embalagens nativas. No ano passa­ tico oceâ­n i­c o é mais ecológicas se tornem a do, a ONU anunciou um terrível e impossível regra e não a exceção. Mas, de ignorar —, também projeto com o governo nossos oceanos estão nos da Sué­c ia e o Órgão de quero bradar: todos nós dizendo que não é possível Coor­de­na­ção dos Mares precisamos fazer mais e esperar mais. do Leste Asiá­t i­co para muito mais rápido! fortalecer a gestão de re­ Porém, como acele­ sí­duos no Sudeste Asiá­ rar o progresso do que ti­co. Uma empresa chamada Circulate Capital, está sendo feito? Como derrubar as barrei­ que se apresenta como “empre­ ras que ainda impedem o governo, empresas sa de gestão de inves­ e ONGs de colaborar de forma mais eficaz na timentos dedica­ busca desse objetivo? Como colocar nossa vas­ da a incubar ta capacidade inovadora para trabalhar a fim de nos livrarmos de embalagens de uso único e ­criar sistemas de ge­ren­cia­men­to de re­sí­duos em toda a Ásia, que possam lidar com os rios de plástico que literalmente f­ luem através de nossos paí­ses? Como as empresas podem tor­ nar essa questão uma prio­r i­da­de, não apenas em nome da boa cidadania corporativa, mas em nome da gestão de riscos e da via­bi­li­da­de de longo prazo de nossos ne­gó­cios? Como limpar nossos ocea­nos, dos quais todos, em todos os lugares, dependem, antes que seja tarde demais? Esses temas foram motivo de dis­ cussão em abril na Vir­tual.Drupa e con­ ti­nuam vivos onde quer que fornecedo­ res e clien­tes do nosso setor se reú­nam. Devemos acompanhar esses debates com ações rápidas, decisivas e significa­ tivas. Porque, se o vídeo de Rich Horner e as incontáveis toneladas de lixo que con­ ti­nuam se acumulando em nossos ocea­nos nos mostram alguma coisa, inegavelmente, apenas falar não é o su­f i­cien­te.

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Conrad Mendoza Jr. é diretor de Desenvolvimento de Negócios da Divisão de Rótulos e Materiais Gráficos da Avery Dennison


uma escolha natural Embalagens de papel, cartão e papelão são essenciais para minimizar os impactos ambientais, pois são recicláveis e feitas de matéria-prima renovável. Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, estimula a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, cartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.

Papel, cartão e papelão: uma ótima história ambiental para contar

LOVE

PAPER

twosides.org.br lovepaper.org.br


PODCAST

Caiu na rede Embalagens, gestão de resíduos, números do mercado editorial, adesivo líquido e a impressão secular foram temas abordados pelo Ondas Impressas entre junho e agosto.

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migração das gráficas generalistas para o mercado de embalagens foi o destaque do trimestre no podcast Ondas Impressas. O episódio 12, Embalagens, Vai Encarar? reuniu Ju liana Gonçalves, diretora da Gráfica Gonçalves, referência na produção de cartuchos, e Fábio Carvalho, diretor de Supply Chain, da Printi, que passou a oferecer embala­ gens para delivery de comida. Com eles, os ânco­ ras do programa, a jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa, conversam sobre os desafios e exigências de um segmento cheio de pecu liaridades e muito competitivo. “A gen­ te precisa buscar novos mercados, fomentar o uso de embalagens de uma forma diferente, mais nobre, mais sofisticada”, afirma Ju liana. Dois episódios tocaram no tema sustenta­ bilidade: Logística Reversa (EP8) e Gestão de Resíduos (EP9). No início de junho, o programa recebeu Rodrigo Oliveira, fundador da Green Mining, startup que une engenharia ambien­ tal e tecnologia para oferecer soluções de sus­ tentabilidade através da eficiência tecnoló­ gica. “A gente recupera só 2,3% do que se gera de resíduos no Brasil. A maior parte está indo para lixões, aterros, córregos, oceano”, explica Rodrigo no EP8. No episódio seguinte foi abordada a gestão dos rejeitos que sobram do processo produtivo. Eduardo Franklin, diretor, e Larissa Bonazzio, gerente comercial, ambos da Druck Chemie, descrevem o processo de coleta dos resíduos nas gráficas, a possibilidade da geração de re­ ceita a partir dos rejeitos, os desafios para a ade­ quação das pequenas empresas à legislação e o excesso de burocracia. O 10º episódio da segunda temporada agru­ pa dados sobre o mercado editorial brasileiro para traçar um panorama do setor. A base da discussão foi a divulgação da série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, 2006/2020, o lançamento da quinta

edição do livro Retratos da Leitura no Brasil e a pesquisa sobre conteúdo digital. Marcos da Vei­ ga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Snel, e Mariana Bueno, economista da Nielsen Book, ava liam os refle­ xos da pandemia no setor, como o crescimen­ to da participação das livrarias exclusivamente digitais e a compra de livros por impulso. Completam a grade dois episódios da Série Parcerias: EP 11, Adesivo Líquido, Novidade em Sinalização, e EP 13, Imprimindo o Mundo. Wal­ ter Willets, diretor da Alphagraphics Pinhei­ ros, detalha o produto desenvolvido e patentea­ do por sua equipe. O adesivo líquido é capaz de adesivar qualquer tipo de superfície, de concreto rústico a grama sintética. “O produto se adapta totalmente à superfície. Chamamos de adesivo líquido porque ele fica tão mole ao ser aplica­ do que o produto vai, como um líquido, procu­ rando as brechas, onde penetra”, explica Walter. E no dia 18 de agosto foi lançado o progra­ ma sobre o projeto The Age of Discovery (ver ma­ téria na página 26), capita neado pela Koenig & Bauer Brasil. Participam do podcast o artis­ ta Francisco Stein, responsável pela feitura do mapa, e Danilo Braghiroli, CEO da Emibra, grá­ fica que imprimiu dois mil exemplares da obra. O mapa retrata a história dos principais navega­ dores dos séculos XIV, XV e XVI. “A Emibra acre­ dita muito que o fato de apoiar os projetos cul­ turais e esportivos pode impulsionar o acesso à cultura”, comenta Danilo. Os episódios estão disponíveis nas princi­ pais plataformas de podcast: Spotify, Amazon Music, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer, Overcast, Castbox e Stitcher. ONDAS IMPRESSAS Site: ondasimpressas.buzzsprout.com E-mail: ondasimpressaspodcast@gmail.com Instagram: @ondasimpressas LinkedIn: Ondas Impressas


AFEIGRAF Texto: Tânia Galluzzi

Comece a se preparar para a ExpoPrint como a área com maior intenção de investimento por parte dos empresá rios gráficos, principalmente para acompanhar as demandas da impressão digital. Afora as novas tecnologias, a feira manterá o viés da disseminação do conhecimento. Várias iniciativas téc­ nicas gratuitas estão sendo programadas. São seminá­ rios, mesas de debate, orientações e atividades práticas, á meio ano do início da ExpoPrint & Conver­ reunindo organismos setoriais como a Confederação La­ Expo Latin America 2022, a expectativa cresce. tino­Americana da Indústria Gráfica, Conlatingraf, e o Centro de Educação de Cores, CEC Considerada a maior feira de impressão das Américas, a quin­ Brasil, da Associação Brasileira de ta edição adquire uma relevância Tecnologia Gráfica, ABTG. ainda maior em função do cenário Jorge Maldonado enfatiza tam­ atual, como ressalta Jorge Maldona­ bém a segurança no ambiente de do, diretor da Afeigraf e coordena­ exposição. Seguindo o decreto as­ dor do evento. “A pandemia provo­ sinado pelo prefeito de São Paulo, cou o cancelamento de muitas feiras Ricardo Nunes, no final de agosto, e a ExpoPrint será a primeira opor­ os visitantes terão de apresentar o tunidade para a apresentação dos passaporte da vacina, comprovan­ grandes lançamentos programados do a imunização contra a covid­19. para o ano passado”, afirma Maldo­ Além disso, todas as medidas para nado. De acordo com o executivo, ao evitar a disseminação do corona­ longo de 2020 os fabricantes inves­ vírus, como totens com álcool gel tiram ainda mais em pesquisa e de­ e sinalização de dis tancia mento senvolvimento, fortalecendo a inte­ Jorge Maldonado, diretor da Afeigraf e social, serão adotadas. coordenador da ExpoPrint & ConverExpo 2022 gração de todos os equipamentos, e A ExpoPrint é uma rea li zação a ExpoPrint mostrará essa evolução em primeira mão. da Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipa­ mentos e Insumos para a Indústria Gráfica, Afeigraf, e Outro trunfo da feira é o fato de reunir num mesmo espaço soluções para todos os segmentos da impressão, a ConverExpo, da Associação Brasileira Técnica de Fle­ do editorial à estamparia digital, passando pelos gran­ xografia, Abflexo­FTA /Brasil. A feira tem a organização des formatos, brindes, fotografia, até embalagens e ró­ e promoção da APS Eventos Corporativos. tulos. A visão de futuro per meará o Pavilhão Verde do A inscrição gratuita para visitação está aberta em Expo Center Norte entre os dias 5 e 9 de abril, a come­ www.expoprint.com.br/pt/visitar/cadastro. çar pelos soft wares essenciais para a automação máxi­ ma do processo. Eles vão aparecer também na gestão da cor, montagem de mockup e outras funções. Novas mídias, do papel aos filmes, antenadas com a questão da sustentabilidade e da economia circular estarão igualmente presentes, sem falar nas impres­ soras para todas as necessidades, tecnologias, tiragens EXPOPRINT & CONVEREXPO LATIN AMERICA 2022 e mercados. 5 a 9 de abril de 2022 A ExpoPrint & ConverExpo Latin America 2022 3ª a 6ª-feira: das 13h às 20h mostrará ainda como tornar a produção mais eficiente Sábado: das 10h às 17h ExpoCenter Norte e sem perdas com os sistemas de inspeção e acabamen­ Pavilhões Verde e Vermelho to. A pós­impressão deve ser um dos destaques. Pesqui­ São Paulo SP Brasil sa rea lizada pela Drupa em 2019 apontou o acabamento www.expoprint.com.br

O principal evento da impressão nas Américas abre as portas em abril de 2022, prometendo satisfazer o desejo dos profissionais do setor de encontrar soluções e discutir caminhos.

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DISTRIBUIDORES Texto: Tânia Galluzzi

Duas décadas de Andipa

Vitor Paulo de Andrade, presidente do Conselho Diretor

Entidade que representa as distribuidoras de papel celebra a data com vitórias e desafios.

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á 20 anos nascia um novo agente na cadeia produtiva do impresso. Em ju­ nho de 2001, cinco empresas se reuni­ ram para criar a Associação Nacional dos Distri­ buidores de Papel, Andipa. Ao gestar um órgão representativo do setor, o objetivo central era, como relembra Vitor Paulo de Andrade, presi­ dente do Conselho Diretor, colaborar com as discussões sobre o papel imune no sentido de melhor organizar o mercado. De acordo com o dirigente, historicamen­ te o papel imune — isento de impostos quan­ do usado na produção de livros, jornais e re­ vistas —, era comercia li zado por um número reduzido de distribuidoras, uma vez que a de­ manda se concentrava nas grandes editoras e jornais. Com o crescimento desse mercado co­ meçou a haver a pulverização da procura e da distribuição do papel, dificultando o controle da destinação da matéria­prima e facilitando o

IMPORTAÇÃO DE PAPÉIS – JANEIRO A MAIO (em mil toneladas) ■ 2019

■ 2020

■ 2021

44,4 41,1 37,0 31,7

31,3 27,5

23,6 18,4 19,7

19,4 13,4 4,9

*Couché

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8,0 2,5 2,2

Offset

4,2

1,3 0,1

LWC

MWC

*NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99. **Papel-cartão na NCM 4810.92.90.

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Jornal

**Cartão

Fonte: Comex Stat / MDIC. Elaboração: Andipa.

desvio de finalidade. A Andipa uniu­se, então, a outras entidades do setor na luta por uma re­ gulação clara e capaz de minimizar as fraudes. “Começamos propondo ao governo federal a exi­ gência de um cadastro para a obtenção de uma autorização específica para a compra e a venda de papel imune”, relembra Vitor. Como resultado do trabalho desenvolvi­ do pela Andipa, ao lado de outras instituições, a questão foi disciplinada. Uma vitória recen­ te da entidade é a prorrogação do prazo de re­ novação dos Registros Especiais de Controle de Papel Imune em função da pandemia, as­ sunto para o qual a Receita Federal já manifes­ tou concordância, faltando agora a publicação da nova instrução normativa. O problema não acabou, como ressalta Vitor. As distorções ain­ da ocorrem, motivando a Andipa a continuar buscando soluções. Em duas décadas, o mundo se transfor­ mou. Jornais e revistas encerraram suas ati­ vidades ou migraram totalmente para o di­ gital, tiragens foram reduzidas. Em paralelo, como assinala a jornalista Rosângela Valen­ te, responsável pelo NewsPaper, na 80ª edi­ ção do informativo da Andipa, o mercado brasileiro de papel assistiu a um período de consolidação na produção nacional, com in­ vestimentos focados em celulose e redução do número de distribuidoras. A pandemia trouxe novos desafios. Primei­ ro com a queda brusca, seguida de súbita eleva­ ção na demanda em meados de 2020 em função do aquecimento do segmento de embalagens. Logo depois, o mercado passou a sofrer com a escassez dos papéis para essa finalidade. A saí­ da natural, a importação, foi impactada pelo de­ sequilíbrio no mercado inter nacional, que pro­ vocou, no ano passado, a falta de contêineres e a elevação do frete. Neste ano, segundo levantamento da An­ dipa, as importações permanecem em baixa. De janeiro a maio, seis dos sete tipos de pa­ péis monitorados registraram diminuição na importação na comparação com anos anterio­ res. Apenas o papel­cartão teve elevação, com alta de 40%. Na outra ponta, as vendas domés­ ticas de papel cresceram nos quatro primeiros meses, superando 2019, com destaque para os insumos para embalagem. ANDIPA www.andipa.org.br


CONEXÃO BRASÍLIA

Joanna Marini

2022 – O que será de nossas vidas?

Roberto Nogueira Ferreira

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m outubro de 2020, assim me expres­ sei no primeiro parágrafo de texto escri­ to para a Revista Abigraf: Já próximo do fim, 2020 carrega para 2021 as incertezas de sempre, agravadas pelos efeitos sociais, políticos e econômicos derivados da pandemia da Covid-19, como nos evidenciam todos os meios de comunicação. Outubro de 2021 se aproxima e o olhar para 2022 evidencia um cenário econômico ainda mais sombrio. Com o agravante de ser ano elei­ toral. Para a indústria gráfica, eleições podem resultar em demandas profissionais, pois, ape­ sar da avassaladora presença das redes sociais, o papel impresso continua imbatível. Com base no pífio crescimento da econo­ mia em 2021, a Fundação Getulio Vargas proje­ ta crescimento de 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022. Ao levar em conta o crescimen­ to da inflação, a desvalorização cambial, a ma­ nutenção da dívida pública interna em níveis elevados, a expectativa de desemprego acima de 10% da PEA (População Economicamen­ te Ativa), endividamento das fa mí lias supe­ rior a 70%, o descontrole fiscal representado por gastos públicos crescentes, além dos juros em alta . . . não há como ser otimista em rela­ ção às expectativas quanto ao comportamento da economia em 2022.

Acresce­se a esse quadro o risco político, as instabilidades sociais, o descrédito inter nacio­ nal cada vez maior e a incapacidade de gerar po­ líticas públicas que estimulem a produção, com reflexos no crescimento da renda e do emprego. O Brasil, definitivamente, não é para ama­ dores. Exemplos recentes revelam a intenção go­ vernamental de promover alterações na legisla­ ção tributária, cujo foco, inconfessável, é elevar a arrecadação tributária exclusiva da União. Vá­ rios são os efeitos perversos perceptíveis, a des­ tacar o desestímulo ao investimento produtivo. E todos sabem que sem investimento não há produção nem consumo, sem consumo não há emprego e renda, e sem emprego e renda não se atende ao homem, meio e fim da ação política, e sem se atender ao homem, que sentido tem o exercício do Poder concedido pelo voto popular? Exercer o Poder simplesmente pelo Poder é o melhor caminho em direção ao nada, ou, pior, ao caos econômico e social. E os nossos homens públicos de todos os poderes, regiamente remu­ nerados pelos tributos que o setor empresarial e as pessoas físicas recolhem, se esmeram na arte da improdutividade, o que não é pouco, e se aprimoram no exercício de impor dificuldades a quem gera emprego e renda. No meio dessa tormenta, a indústria gráfi­ ca segue seu caminho, ainda triunfal, e assim deve ser porque a sua melhor representação, a razão de ser, é o papel, que os empresários grá­ ficos, idea listas e sonhadores, transformam em arte e documento, ambos indispensáveis à vida em sociedade. Se os governantes e as políticas públicas gestadas sob seus comandos não atrapalha­ rem, repito, a indústria gráfica continuará sem­ pre presente e atuante, gerando emprego e ren­ da e, mais que isso, tatuando o imaginário de quem sabe seu valor histórico e lúdico, além do econômico e social. Roberto Nogueira Ferreira é consultor da Abigraf Nacional em Brasília. roberto@rnconsultores.com.br julho /setembro 2021

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RECICLAGEM

Rogério Gomes

Será mesmo que o seu papel é

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ustentabilidade e economia circular são temas cada vez mais im­ portantes e urgentes em nossa socie­ dade, onde os recursos naturais ficam cada vez mais escassos e o cuidado com o meio am biente é fundamental para as próxi­ mas gerações. Nesse contexto, o papel tem sido muito bem­visto, pois trata­se de um produto totalmente baseado em matérias­ primas renováveis, além de ser considerado sustentável por sua “biodegradabi lidade” e “reciclabilidade”. Que o papel sem impressão é reciclável é um fato, mas será que o pa­ pel impresso é também sempre reciclável? A resposta é: nem sempre! Para que o papel possa ser adequada­ mente reciclado, primeiro é preciso que a tinta impressa seja retirada das fibras do papel (este processo se chama destinta­ mento, deinking), pois de outra forma mui­ tos resíduos aparentes de tintas ficarão visí­ veis no papel reciclado, diminuindo muito a sua qualidade. Diversos tipos de proces­ sos de destintamento são possíveis, porém os mais comuns são os de flutuação (flotation deinking) e o de lavagem (wash deinking). Nem todas as tintas são facilmente re­ tiradas das fibras do papel, podendo ser REVISTA ABIGR AF

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consideradas tintas deinkable. Normal­ mente, tintas que possuem formação de filme por ligação cruzada — como as do tipo electroink de impressoras digitais, a maioria das tintas UV e alguns vernizes — são fontes de resíduos de difícil retirada das fibras. Mesmo tintas offset convencio­ nais podem ser de difícil eliminação das fi­ bras de papel, dependendo de sua formula­ ção, devido a polimerização dos óleos que ocorre durante a secagem oxidativa (por exemplo: óleo de soja). As características dos papéis também têm importância na capacidade de se reti­ rar as tintas das suas fibras. Papéis revesti­ dos e não revestidos podem apresentar re­ sultados diferentes com as mesmas tintas. Vernizes diversos, por sua vez, também influenciam na capacidade de se reciclar os impressos. Assim como as tintas, os verni­ zes precisam ser retirados das fibras antes da reciclagem dos papéis. Portanto, não é porque o impresso foi envernizado que ele não é reciclável, mas da mesma forma nem todo impresso que não foi envernizado é necessariamente reciclável. As laminações e plastificações são um caso à parte, pois igualmente devem

ser separadas do papel antes do proces­ so de reciclagem dos papéis impressos, e este processo normalmente é bastante custoso e difícil. Mas, como garantir que os impressos podem ser reciclados? A fim de se assegurar que os impresso­ res estão produzindo impressos que futu­ ramente poderão ser reciclados, uma ava­ liação pode ser feita usando um teste de acordo com o Método Ingede 11. Este tes­ te é comprovado por décadas e é otimizado regularmente. Ele tornou­se a base da ava­ liação de acordo com as pontuações de des­ tintabilidade (deinkability) do Conselho Eu­ ropeu de Reciclagem de Papel (EPRC), usado para muitos rótulos ecológicos: no Blue An­ gel, para produtos impressos (RAL ­UZ 195, na Alemanha); no rótulo ecológico aus­ tríaco, para produtos impressos; no Nor­ dic Swan; no European Ecolabel e no Cradle to Cradle C2C. Sugerimos visitar a página http://pub.ingede.com/en/. Rogério Gomes é gerente de Serviços Técnicos / Sheetfed para o Brasil e Colômbia, da Hubergroup Brasil Tintas Gráficas. rogerio.gomes@hubergroup.com


ABIGRAF Nacional Associação Brasileira da Indústria Gráfica

Em 1965, surgiu a ABIGRAF Nacional para representar a Indústria Gráfica Brasileira, tornando o mercado mais competitivo. No decorrer dos anos, a entidade deu voz aos interesses do setor, aglutinou em torno de si empresas de diferentes portes e especializações gráficas, além de conquistar reconhecimento nacional e internacional. Fornecedores do setor podem fazer parte do nosso time. Já as gráficas podem se associar diretamente nas regionais presentes em vários estados.

Principais Frentes Política Frente Parlamentar | realiza ações para aproximar a comunicação entre o Poder Legislativo e o setor gráfico, bem como aperfeiçoar a legislação quanto aos interesses da indústria gráfica.

Dirigência no setor Grupo de Líderes | destinado a fortalecer o relacionamento e o ambiente de negócios da indústria por meio de debates de interesse do setor e da sociedade.

Premiações Os prêmios realizados visam o fortalecimento, a valorização e a excelência dos produtos gráficos. Prêmio Fernando Pini

ConcursoTheobaldo De Nigris Prêmios Regionais e Seccionais

O que Indústria Gráfica Brasileira faz para você? Dados Econômicos* Produção Industrial R$ 48,2 bilhões Exportações FOB - US$ 269,9 milhões Empregos Diretos 172.114 mil

Garante a educação com milhares de livros, cadernos e apostilas; movimenta a economia por meio de impressos como cartão de crédito, débito e papel moeda; expande fronteiras através dos passaportes; participa e protege o acesso à saúde cumprindo as mais exigentes normas internacionais na produção de embalagens e bulas; garante o acesso à informação.

Empresas Gráficas Representadas 17.671 mil Perfil da Indústria Gráfica Micro - 81,7% Pequeno - 15,5% Médio - 2,4% Grande - 0,4%

Associação Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional www.abigraf.org.br | abigraf@abigraf.org.br | 11 3232 4500

Fonte: IBGE / PIA, MDIC e MTE / (RAIS/CAGED). Elaboração: DECON / ABIGRAF. *Informação referente a 2019.


Rogério Reis

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F OTOG R A F I A

As histórias que a rua conta

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rofundamente ligado ao universo ca­r io­ca, Rogério Reis, 67 anos, traba­ lhou no Jornal do Brasil, O Globo e Veja, e desde 2000 é sócio da Tyba Agência Fotográfica. Com forte in­f luên­c ia da fotogra­ fia documental, Rogério produz desde a dé­ cada de 1980 diá­lo­gos sobre as questões urba­ nas da sua cidade, o Rio de Janeiro. Entre seus principais trabalhos estão sé­r ies como Surfistas de Trem (1988) e Ninguém é de Ninguém (2011– 2014), das quais vá­r ias imagens estão no novo livro. A obra, publicada pelo Instituto Olga

Kos, com edição dos irmãos João e Kiko Far­ kas, traz ainda cliques de personagens como Carlos Drummond de Andrade — cuja fotogra­ fia de 1982 na praia de Copacabana foi repro­ duzida em bronze como estátua e instalada no mesmo local onde a foto foi feita —, bem como cenas recentes da cidade, muitas inéditas. Além de dezenas de fotos, em preto e branco, o livro traz uma conversa cheia de cu­r io­si­da­des do ar­ tista com alguns de seus amigos, como o pró­ prio João Farkas e a artista e professora Mayara Rodrigues, rea­li­za­da em dezembro de 2020.

Acaba de ser lançado o livro Olho Nu, um recorte dos quase 40 anos de atividade do fotojornalista Rogério Reis. Texto: Tânia Galluzzi

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cien­tí­f i­cos para atender crian­ças, jovens e adul­ tos com de­f i­ciên­cia in­te­lec­tual, e pes­soas sem de­f i­ciên­cia em vulnerabilidade so­cial. “A cada livro que publicamos, um programa edu­ca­cio­ nal é elaborado, ba­sea­do no trabalho do artista e estendido a centenas de jovens que transfor­ mam esse estímulo em desenvolvimento pes­ soal e rea­li­za­ções de beleza comoventes, dando a eles uma rara sensação de vitória, de con­ quista, de rea­li­za­ção, de autoconfiança e esti­ ma”, define Olga Kos no início do livro. A obra está sendo vendida na loja do IOK , no Shopping West Plaza, na capital paulista.

O livro, impresso na Ipsis, foi lançado na abertura da exposição Rogério Reis, Registros da Inclusão, em cartaz no mês de setembro no MIS, Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Inspirada na série Na Lona (1987–2001), a mos­ tra apresenta o resultado das oficinas promovi­ das pelo Instituto Olga Kos. Fundado em 2007, o IOK é uma organização sem fins lucrativos, que desenvolve projetos artísticos, esportivos e

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MEMÓRIA

O setor se despede de Plácido Loriggio

No dia 9 de julho faleceu, em São Paulo, aos 89 anos, Plácido Loriggio, profissional que viveu intensamente a industrialização do setor, em vários momentos liderando tal movimento.

F

ormado em Engenharia Civil pela Esco­ la Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Sistemas Estrutu­ rais, Plácido Loriggio foi responsável pela mon­ tagem e qualidade do parque gráfico da Editora Abril — que chegou a ser o maior da América Lati­ na —, entre 1973 e 1998. De gerente geral da gráfi­ ca a vice­presidente do grupo Abril, Plácido se tor­ nou um dos agentes da transformação do parque fabril. “Quando comecei, as matrizes dos textos eram feitas de chumbo. Na pré­impressão tínha­ mos 350 artistas, que retocavam os filmes na unha.

Eu olhava aquilo tudo e dizia: ‘vocês são mágicos’”, contou Loriggio à Revista Abigraf em 2011. Quando Plácido deixou a Abril, a empresa era outra. De 3.500, o quadro funcional limitava­se a 1.500 profissionais, que produziam 20 vezes mais do que duas décadas antes, e a redação já havia sido transferida para o edifício na Marginal Pinheiros, cuja reforma foi liderada por Plácido. Por sua força e representatividade, a Abril di­ tava tendências. Uma das mais marcantes, lem­ brada pelo consultor Hamilton Costa, foi a adoção do processo de gravação direta das chapas. “A Abril deu um prazo para que as agências de publicida­ de passassem a enviar os anúncios em arquivos di­ gitais e não mais em fotolitos. Foi uma revolução no mercado dada a importância que eles tinham. O Plácido tinha esse arrojo”, relembra Hamilton. Os dois conviveram em vários períodos, sobre­ tudo em função da atuação de ambos na Associa­ ção Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG). Leva­ do à entidade no início da década de 1980 por Peter Rohl, na época funcionário da Abril, Loriggio inte­ grou um grupo de dirigentes que lutava pela difu­ são do conhecimento no setor. “Acompanhei o es­ forço dele pelo ensino superior na área gráfica. Ele chegou a fazer um acordo com a Politécnica para a estruturação de um curso, que durou algum tem­ po e pode ser entendido como um primeiro passo para o que se faz hoje no Senai”, afirma Hamilton. Plácido foi presidente do conselho diretivo da ABTG entre 1984 e 1986 e coordenador do grupo de nego­ ciações trabalhistas da Abigraf em 1985. Em 1996, indicado por Hamilton, então presidente da ABTG, tornou­se o primeiro superintendente do Organis­ mo de Normalização Setorial, o ONS27. “O Plácido tinha grande ascendência sobre o setor, muito por conta de seu apurado sentido de organização e pla­ nejamento. Ele era muito respeitado e considerado na Abril e no segmento gráfico.”

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MENSAGEM

dência si re p a n s ia d s o ir e m ri p m Os ce lo da Abigraf Regional São Pau

rmômetro de te o é ” as di s ro ei im pr em “c O período conhecido comogoverno, empresa ou entidade associativa. um gestor à frente de um

de foram iros dias na direção da entida me pri cem Os desconheça o motivo resultados e, mais do ensos, de muito trabalho, de A maioria das pessoas talvez int ou vo ati ent colaboração dos ato, repres o, gratif icantes! Ag radeço a tud e o sig nif icado histórico do e qu s seu s do time da casa tor o “balanço” principalmente, o apoio do e, res não, de se cobrar de um ges eto dir ete mente ao meu lho. A tradição rem eligência, adaptou-se pronta int com cem primeiros dias de traba e, qu erno de Napoleão o sociólogo e filósofo ilo prático e veloz. Relendo ao período de cem dias de gov est de 20 em , ris Pa ovo minhas retorno a Ralf Gustav Dahrendorf, ren o mã Bonaparte, quando de seu ale a um a, Elb ral. Gosto a do exílio em tão no trabalho coletivo e plu ges de as março de 1815, após sua fug ost ap eo. no Mar Mediterrân s. Aprende-se muito!” simpática ilhota localizada da máxima: “Erra-se meno às ou rad ag des der po setor e à indústria O retorno de Bonaparte ao As ameaças estruturais ao ao a eaç am a um víssimas — e entando continuam — graves ou gra a fic potências europeias, repres grá ovê rem a s ação do setor, . Determinado o mercado. A desindustrializ am ust equilíbrio político da reg ião ass e n díg itos, que de Wellingto onencial, a inf lação de dois exp go pre em lo do trono, liderados pelo Du des o s echt von Blücher, muito e, se não fosse pouco, pelo general Gebhard Leber a falta de insumos básicos or ad per im crise energética. osto ao os diante de uma iminente am dos países que tinham se op est ia str Áu e ia ça”. Para Rússia, Prúss nif icado da palavra “esperan sig do sto francês — como Inglaterra, Go e tima Coligação”, qu . Esperança — uma — formaram a chamada “Sé muitos, algo passivo e frágil ão, ent do, era sid o a fé e a caridade , con declarou guerra a Bonaparte s três virtudes teologais, com da a, rot der à -o do quem vê ”, levan a ferramenta essencial para um oficialmente, um “fora da lei é — de ha tal e deseja e, histórica Ba vel a realização daquilo qu ssí po o em 18 de junho de 1815, na com o íod rcou o fim do per boas e possíveis. Waterloo. Esse confronto ma sobretudo, confia em coisas de ão raç tau res a trabalho, oe Na sorte, à continuidade do dos cem dias de seu govern ão, ent , foi rte s. Bonapa Luís XV III ao trono francê com alma de Gutenberg! Helena, nta Sa de a ilh na vez sa novamente exilado, des 52 anos de idade. onde morreu em 1821, aos scortecci@g mail.com cem primeiros s no : im ass o sid tem , gia Por analo cisa, incondicionalmente, dias de trabalho, o gestor pre o. Encerra-se, mostrar e justif icar a que vei mado “período de também, oficialmente, o cha do é perdoado”. trégua”, da paciência, do “tu valeiros de Na carta que escrevi aos “Ca a posse, em 1º de Gutenberg”, quando de minh cia da Abigraf Regional junho de 2021, na presidên amente, o meu São Paulo, reg istrei, oportun uidade aos grupos plano de trabalho: dar contin erfeiçoar a comunicação empresariais, melhorar e ap e seus associados e da entidade com o mercado Prêmio Paulista de fica relançar, com glamour, o 3º Bra sileira da Indústria Grá ido à Presidente da Associação dev e, qu er, tzl Me iz ) Lu f-SP ca igra Excelência Gráfi Regional São Paulo (Ab dois anos fora do ar. epidemia de covid-19, ficou

J oão Scortecci

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