MEMÓRIA
Max Schrappe,
nosso eterno presidente
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Max Schrappe foi um dos mais marcantes líderes da indústria gráfica brasileira e latino-americana. Como poucos, soube unir simplicidade, firmeza e habilidade no relacionamento com seus pares e opositores, além da grande capacidade de agregar pessoas.
o dia 5 de setembro, faleceu em Curitiba, Max Heinz Gunther Schrappe. O ex poente do setor foi vítima de problemas cardiorrespiratórios aos 88 anos. Filho de Oscar Schrappe Sobrinho, ti nha como herança o comando de uma das pio neiras no segmento de embalagens no Brasil, a Impressora Paranaense. Fundada em 1888 em Curitiba, passando grada tivamente às mãos da litografia Max Schrappe & Companhia a partir de 1912, chegou a ter 1.400 funcionários e quatro fábricas na década de 1990, sendo vendida para a Dixie Toga em 1996. Após a faculdade, em 1954 Max foi para a Alemanha como estagiário de um fabricante de máquinas e depois em gráficas locais. De volta, sua primeira missão na Paranaense foi pes quisar se a impressão com anilina, que se popularizaria como flexografia, poderia se desenvolver no Brasil. Max passou por vários setores da empresa e, no início da década de 1960, os sócios decidiram que era hora de instalar uma fi lial em São Paulo. A unidade, porém, não ia bem, e Oscar Schrappe man dou o filho para dar um jeito no negócio. O plano era Max ficar seis meses no escritório e na fábrica em Osasco. Ele nunca mais deixou a cidade. Despontava aí uma das principais características do empreendedor: a habilidade de agregar pessoas. “Um homem é um homem em qualquer si tuação, independente da função que exerça, e tem de ser res peitado e elogiado quando faz as coisas bemfeitas”, afirmou Max em 2009, à seção História Viva da Revista Abigraf. De um escritório de vendas, a Paranaense em São Paulo caminhou para uma nova planta fabril. A militância associa tiva começou bem antes disso. “Meu pai participava do sindi cato no Paraná e recomendou que eu fizesse o mesmo em São Paulo, sobretudo porque aqui eu era um ilustre desconhecido.” Max começou a frequentar o Sindicato das Indústrias Gráfi cas no Estado de São Paulo. Participou ativamente da orga nização do Congresso de Águas de Lindóia, em 1965, onde formatouse uma nova entidade, a Abigraf. Entre as inúmeras rea lizações de Max Schrappe no coman do das entidades (veja na página ao lado artigo de homenagem dos dirigentes do Sistema Abigraf/Sindigraf-SP) está a remodelação da Revista Abigraf. “A revista foi um dos principais instrumentos para a Abigraf se tornar conhecida fora do setor gráfico, junto à classe política e aos formadores de opinião, abrindo portas para nossas reivindicações”, contou Max à publicação em 2009. Max deixa os irmãos Karin e Werner, a esposa Solange, os filhos Deborah, Oscar, Carmen e Marcia, todos da primeira esposa, Ruth (já falecida), e sete netos.