Revista Kéramica n.º 368 Janeiro / Fevereiro 2021

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Transição Energética

AS RENOVÁVEIS NO AUMENTO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA CERÂMICA NACIONAL

p o r Pe d r o Am a r a l Jo r g e , P r e si de n te d a D i r e çã o d a A PR E N

Pedro Amaral Jorge

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Presidente da Direção da APREN

O objetivo da neutralidade carbónica em 2050 encontra-se totalmente justificado do ponto de vista ambiental, dando origem ao principal projeto global da humanidade: o de criar as infraestruturas e modelos de sociedade de consumo que origine mudanças no comportamento dos cidadãos como forma de evitar e/ou mitigar o efeito das alterações climáticas no planeta e no quotidiano das pessoas. Os comportamentos de consumo dos cidadãos e do setor público, de acordo com estudos recentes, irão exigir que as empresas lhes ofereçam produtos e serviços ambientalmente sustentáveis. As empresas irão ter aqui um desafio de equilibrar a sua competitividade económica com as pre-

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ferências e exigências dos consumidores. O próximo passo das empresas neste paradigma será, muito provavelmente, a conquista de quota de mercado com a rendibilidade mínima exigida para posteriormente crescerem em rentabilidade do seu equity. Para além destes comportamentos, com a implementação do Pacto Ecológico Europeu, é espectável que os preços da tonelada de CO2 atinjam já em 2030 valores acima dos 60€/ton e que o sistema de emissões seja alargado ao setor industrial. Como tem sido também muito debatido e se encontra técnica e economicamente comprovado, o setor com a maior contribuição para a redução das emissões GEE /CO2 equivalentes na década 20-30 será o energético, através da incorporação de fontes renováveis produção de electricidade e calor. O que se verifica há já alguns anos, com ainda mais incidência atualmente, é que os custos de produção de eletricidade (LCOE) são inferiores ao preços médios do mercado grossista ibérico, como se pôde observar nos preços obtidos no leilão de solar fotovoltaico realizado em 2020 em Portugal, e o leilão de eólica e fotovoltaico realizado em Espanha em janeiro de 2021. Daqui se conclui que a forma mais custo-eficaz de reduzir as emissões oriundas dos consumos e usos de energia é através da eletrificação dos mesmos, gerando essa eletricidade a partir de fontes renováveis (a chamada eletrificação direta). Onde a eletrificação direta não é custo-eficaz ou sequer ambientalmente sustentável, há que recorrer à eletrificação indireta, ou seja, à produção de um combustível, como o H2

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