Conexão 2.0 - O TRABALHO É SAGRADO

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Imagine

Texto Jessica Manfrim Design Fábio Fernandes

... as missões cristãs sem a

colonização TERRA DE SANTA CRUZ, 1549. Dois homens e uma missão entrelaçada: Tomé de Souza, primeiro governador­ geral da colônia, e Manuel da Nóbrega, padre jesuíta que chefiou a primeira missão para converter os indígenas ao catolicismo. Juntos, eles representam a força política e religiosa dos invasores para manter a posse da terra, de­ senvolver um comércio rentável para a metrópole portu­ guesa e construir uma sociedade colonial nos moldes do cristianismo europeu. Estado e Igreja formavam a unidade civilizadora para um Novo Mundo selvagem e pagão. Essa união entre a fé católica e os reis portugueses ficou ainda mais forte no

período da Contrarreforma, a tentativa do papado de conter o avanço protestante e garantir as terras que estavam sob o domínio de nações católicas. Isso incluía colônias como o Brasil, para onde os portugueses trouxeram também sua religião. Nos séculos 16 e 17, o protestantismo tentou atracar em terras brasileiras, com os franceses calvinistas no Rio de Janeiro (1555-1565) e os holandeses em Salvador (1624-1625) e Pernambuco (1630-1654). Porém, os protes­ tantes só criariam raízes no Brasil na segunda metade do século 19, quando migraram para cá, também com uma visão civilizadora. Entenda como foi esse processo.

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abr-jun

2020

© Andrey Kuzmin; © Morphart; © Shalyapina | Adobe Stock

CRU

Z E ESPADA Hoje o Brasil é um país laic o, diferentem período coloni ente do al, quando ha via uma relig Naquela époc ião oficial. a, Portugal e a Igreja Catól um acordo co ica tinham nhecido como padroado régi qual o papado o, no delegava ao re i português a de gerenciar tarefa e financiar as atividades da território bras igreja no ileiro, incluind o as missões tas. Mesmo co dos jesuím algumas m odificações, es durou até a pr se pacto oclamação da república. Contudo, na pr ática, o contro le estatal sobr religião foi lim ea itado pela Com panhia de Jesu tinha grande s, que influência no governo portug Brasil Colonia uês. No l, as grandes ordens religio quistaram po sas conder e autonom ia ao se tornar prietárias de em proextensas área s de empreend agrícola e de imento mineração, al ém da particip tráfico de escr ação no avos. Nesse contex to, a evangeliz ação de indíge negros acabou nas e tendo dupla fu nção: ensinar diência aos pr a obeeceitos religio sos e ao gove nial. Essa sim rno colobiose entre a cruz e a espa moldando a ec da acabou onomia e a so ciedade brasile séculos. ira por

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