ENS - Carta Mensal 536 - Outubro/Novembro 2020

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Ano LX • outubro/novembro • 2020 • n° 536

CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A

MENSAL Quem vive a caridade vive em Deus

O Pilar da Caridade página 12

O caminho da pós-pandemia página 10


Índice Editorial

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Super-Região

ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

Santíssima Virgem Maria, caminho escolhido por Deus....................................... 2 Viver dignamente a Missão..............................................................................4 Tema do ano: Capítulo VIII.............................................................................. 5 Jesus Cristo, Rei do universo. Cristo, Senhor da paz e da unidade ......................... 7 Tema do ano: Capítulo IX: Balanço...................................................................8 Festum Ominium Sanctorum ...........................................................................9

Correio da Eri

Iniciamos o caminho da pós-pandemia para uma “nova” normalidade.................10

Igreja Católica

O Pilar da Caridade....................................................................................... 12 Fiducia Christianorum resurrectio mortuorum; illam credentes, sumus ..................14 Palavra do Papa............................................................................................. 15

Raízes do Movimento

Triunfo da Caridade.......................................................................................16

Datas comemorativas

Os Direitos da Criança .................................................................................. 17 Discernimento para CRE: a importância desse serviço para o Movimento.............18 Vida de Casal e Santidade ..............................................................................19 As Equipes de Nossa Senhora aparecem em nossa vida no momento certo........... 20 Oração Conjugal em trânsito.......................................................................... 21 O amor mais forte que a morte ......................................................................22 Um chamado vocacional nas ENS ...................................................................23

Partilha e PCE

Regra de Vida .............................................................................................. 24 Uma Resposta ao Apelo do Senhor ..................................................................25 Considerações sobre o encarte “Casados de vida santa” ................................... 26

Formação

Na piedade e no temor do Senhor o casal cristão vive para Deus ......................... 28

Reflexão

Reuniões mensais via satélite... quem diria! .................................................... 29 A esperança cristã em tempo de isolamento social ........................................... 30

Contos e reflexões

A mochila e as pedras.....................................................................................32

no 536 outubro/ novembro 2020

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. ­Rejowski - Imagens: (Capa: Web) Pixabay / Can Stock Photos; Tiragem desta edição: 26.000 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3 o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Testemunho


EDITORIAL

Olá queridos equipistas, Iniciemos com a Oração de São ­B ernardo à Nossa querida Mãe: ­“Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, de que nunca se ouviu dizer que algum dos que recorreram à vossa proteção, imploraram a vossa assistência e clamaram por vosso socorro tenha sido por Vós desamparado” e lembremo-nos de que celebrar a solenidade de Cristo Rei é preparar para viver a vida a que fomos chamados, ou seja, a vida que Cristo viveu. No mês de outubro temos a importante missão de discernir à luz do Espírito Santo sobre quem será o CRE do ano seguinte. Para isso, vejam o artigo de Do Carmo e Paulo. Seguindo na linha dos compromissos equipistas, Vanessa e Rômulo nos recordam que em novembro deveremos fazer o balanço... será que produzimos os frutos que Nosso agricultor projetou no início deste ano? Como foi nossa evolução em relação à santidade em casal? O artigo do SCE da ERI, Pe. Ricardo Londoño, trata do caminho pós pandemia e apesar de nos interrogar sobre o que aconteceu dentro de nós e o que mudou em nosso relacionamento com Deus, com os outros e com a Casa Comum, nos permite ver e avançar em relação às possibilidades que foram descobertas... Nesta linha, temos ainda vários artigos de grande riqueza! Em relação à Diretriz da ação evangelizadora, Pe. Antônio Xavier diz que a caridade exige de nós a capacidade de agir, ou seja: fazer o bem a quem dele necessita e, de outro lado, Pe. Hélio Cordeiro nos situa sobre o dom da CM 536

piedade, como algo que nos impulsiona a viver com o coração voltado para Deus e para o próximo. O artigo sobre finados nos leva a compreender que as mudanças dolorosas que tivemos de incorporar só são possíveis através do mergulho profundo na fé e com a certeza do abraço confortador do Cristo Bom Pastor, que restaura, cuida e dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10, 11). Amigos, graças a Deus, em cada edição podemos contar com as histórias da vida real dos nossos irmãos, que nos encorajam rumo à santidade, mostrando que ser santo é possível a todos que buscam o Senhor e tentam se aperfeiçoar através dos PCEs. Sobre o itinerário de santidade em casal, Cristina e Flávio nos apontam as características necessárias. Assim fica mais fácil caminhar, não é? Então, amigos(as), esse é o nosso tempo de carregar pedras, conforme o conto “A mochila e as pedras”, com confiança e perseverança, pois sabemos que não estamos sós! E com as considerações do Pe. Franciel, concluímos: “Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus caminhos”. Boa leitura!

Débora e Marquinho CR Carta Mensal

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SUPER-REGIÃO

Santíssima Virgem Maria, caminho escolhido por Deus

Caríssimos equipistas, amados e amadas de Deus. Em uma oração à Santíssima Virgem, São Bernardo assim iniciava: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, de que nunca se ouviu dizer que algum dos que recorreram à vossa proteção, imploraram a vossa assistência e clamaram por vosso socorro tenha sido por Vós desamparado”. Verdadeiramente, as

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manifestações da presença de Maria em socorro da Igreja, dos seus fiéis e da humanidade inteira foram e são sempre atestadas por aqueles que as perceberam e delas alcançaram conforto, superação e vitória nas situações difíceis. Para nós é uma felicidade que o nosso Movimento, sendo cristocêntrico, reconheça a impossibilidade de aproximar-se da plenitude do mistério de Cristo sem o contato também com CM 536


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a Santíssima Virgem Maria. Ela foi o caminho que Deus escolheu para tornar-se próximo de nossa humanidade, compartilhando-a conosco. O Pai a escolheu como caminho da entrada de seu Filho na humanidade. O Espírito Santo a escolheu como seu Templo puríssimo, preservado desde a concepção da mancha do pecado original. Do alto da cruz, Cristo a escolheu para conceder à Igreja nascente uma presença feminina e materna. O Movimento também a escolheu como padroeira de cada equipe a ser formada, reunida como pequena ecclesia, para viver e manifestar a santidade na vida conjugal e a missão que decorre desta vida santificada no matrimônio para o bem da família, da Igreja e do mundo. Nestes meses, aproximamo-nos do mistério de Cristo através de duas solenidades: Jesus Cristo Rei do Universo (novembro) e Nossa Senhora da Conceição Aparecida (outubro). A solenidade de Jesus Cristo Rei lembra-nos a vitória definitiva de Cristo e de seu reinado, além da vitória daqueles que o seguem e fazem parte de seu povo (leigos e leigas). Em vista disto, vemos Maria como o caminho a ser trilhado para que vivamos plenamente no reinado de Cristo. Ela é modelo e também auxílio, como nos atesta a história do encontro da imagem nas águas do rio Paraíba. No momento de aflição, de necessidade e de medo, a aparição da imagem surge como uma resposta a uma pergunta não formulada (o que faremos?) e como um convite para entender que não estamos sozinhos nas aflições e angústias do tempo presente. CM 536

Deus lembra-se de nós e estende-nos seu auxílio, através das mediações que ele mesmo escolheu, dos seus anjos e dos seus santos. Contemplar a imagem de Aparecida faz a mente e o coração se recordarem do significado de ter uma mãe e de sua importância em nossa vida (até o Pai Eterno quis que seu Filho unigênito tivesse uma mãe na terra); faz a mente e o coração perceberem que existe amor e onde ele existe, Deus aí está; e que com a presença de Deus tudo muda, tudo se transforma, tudo se converte, tanto as mentes e os corações humanos como as realidades que os afetam. Assim, neste tempo, olhemos ainda mais para Maria, que tem tantos nomes e títulos, mas é uma só e única “Mãe e Medianeira nossa”. Celebremos a ação de Deus em Maria, aguardando aquilo que também Ele realizará em nós, tornando-nos participantes do seu reino.

D. Moacir Arantes SCE Super-Região

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Viver dignamente a Missão Olá queridos amigos! O mês de outubro, como todos sabem, é conhecido como o mês das Missões, que inicia no dia de Santa Terezinha do Menino Jesus, conhecida como padroeira das Missões. Para nós cristãos, a partir do nosso batismo recebemos a missão de evangelizar e levar adiante a palavra e os ensinamentos de Jesus. Nos dias de hoje essa missão fica bastante comprometida quando acabamos nos deixando envolver pelas tribulações que nos cercam. Em todos os cantos vemos violência, agressão, egoísmo, ganância, confrontos entre as pessoas causados pela concorrência do mercado de trabalho, diferenças políticas, etc. Para viver dignamente a missão a nós confiada precisamos da Doçura e da Mansidão sugeridas pelo Apóstolo Paulo na carta aos Colossenses 3, 12-14. “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternura e compaixão,bondade,humildade,doçura (mansidão), paciência, suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, também vós deveis perdoar. E, acima de tudo, revestir-se de amor, que é o auge da perfeição”. Na reunião virtual da ERI realizada entre os dias 30 de agosto a 5 de setembro refletimos através das pistas dadas pelo Pe. Ricardo Londoño SCE da ERI esta passagem da carta de Paulo, onde todos os dias, no início de cada reunião, vimos a partir de suas colocações o quanto estas atitudes são necessárias para nossa vida e principalmente quando assumimos a responsabilidade de missionários de Jesus.

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Quando Paulo fala Revesti-vos, ele nos pede que assumamos essas atitudes como uma veste, uma roupagem que a partir do momento que a assumimos, nos tornamos como Jesus. “A mansidão nos permite deixar os outros se aproximarem, a entrarem em nossa vida, fazerem parte dela e contribuírem com ela. Os casais precisam de mansidão para deixarem um colocar a mão na vida do outro, pois o que era meu, no matrimônio tornou-se nosso... o corpo da esposa é o corpo do marido, a felicidade do marido é a alegria da esposa, a tristeza dos filhos é o sofrimento dos pais. Deixar colocar a mão na vida financeira, afetiva, espiritual. Quem não é manso torna-se rebelde e até violento. É um desafio desenvolver confiança suficiente para nos entregarmos e nos deixarmos conduzir tanto por Deus, como também por quem nos acompanha. Precisamos viver a mansidão diante do Movimento e da Igreja, pois Deus age na vida dos casais através deles. Precisamos ser mansos para entrar com cuidado na vida e na história do outro quando vamos em missão” (Dom Moacir Arantes). Este mês também é muito especial para nós pois comemoramos o mês da nossa Padroeira do Brasil,Nossa SenhoraAparecida.Que ela possa,então,interceder por todos nós,seus filhos, para que possamos nos vestir destas atitudes necessárias para seguir e anunciar os ensinamentos de seu filho Jesus. Amém! Vamos em frente com muito entusiasmo... Lu e Nelson CR Super-Região CM 536


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Tema do ano: Capítulo VIII Espiritualidade conjugal: contribuição específica das ENS para a santidade do casal Quando somos batizados, temos a Graça de ser chamados filhos de Deus. No sacramento do matrimônio nos unimos àquela(e) com quem vamos dividir, por toda vida, as nossas alegrias, tristezas, sucessos e devemos fazer a partir desta decisão uma caminhada a dois. Quando os casais começam sua caminhada nas ENS e até mesmo antes, para aqueles que iniciam nas Experiências Comunitárias já existe um direcionamento. Os casais terão oportunidade de vivenciar momentos de oração, de diálogo e da Escuta da Palavra de Deus, como preparação ou base para posteriormente ingressarem nas ENS. Durante a Pilotagem, além dos pontos apresentados na Experiência Comunitária, paulatinamente serão apresentados os PCEs, mês a mês, como ferramentas de conversão e crescimento de forma segura, respeitando os limites individuais e a condição do casal. Cada cônjuge tem seu momento de oração, tem o seu tempo e o

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Alegrar-se pela Espiritualidade Conjugal. Comprometer-se com a vivência do Carisma, Reconhecer a importância do Sacramento da Ordem e do Acompanhamento Espiritual.

É Deus que transforma os corações para, juntos, vivenciarem o amor a Deus e ao próximo seu jeito de buscar a Deus, portanto a sua espiritualidade. Aos poucos, esta espiritualidade individual passa a ser do casal! Os dois com os mesmos objetivos e pensamentos comuns se unem em busca de Deus, que é amor, que é Luz, que é o bem maior. É Deus que transforma os corações para, juntos, vivenciarem o amor a Deus e ao próximo. Este amor se manifesta no cuidado um com o outro, no carinho, na preocupação e no zelo, ou seja, nas pequenas coisas, nos pequenos gestos... ­Assim, rezar juntos, rezar um pelo outro, participar da Santa Missa juntos, comungar a Santa Eucaristia, meditar a palavras e buscar a todo instante a vontade de Deus são caminhos que levam o casal à santidade. 6

O casal equipista tem um objetivo: caminhar para Cristo, em Cristo e por Cristo, juntos. O objetivo é se santificar juntos, um ajudando o outro, um levantando o outro nos momentos de fragilidade e de queda! Com certeza unidos chegarão à santidade. Atualmente, devemos ser firmes para não nos afastarmos do caminho. Precisamos ter fé e muita perseverança na caminhada. O casal equipista tem a graça de contar com a ajuda de um Sacerdote ou Acompanhante Espiritual em sua caminhada espiritual. Tudo são bênçãos derramadas na vida de todo casal que permanece nas Equipes de Nossa Senhora. Que nesta caminhada os casais sejam iluminados por nossa boa Mãe Maria. Que Ela proteja todos, em busca da santidade.

Maria e Amâncio CRP NE II CM 536


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Jesus Cristo, Senhor da paz e da unidade A Igreja se reveste de plena alegria ao celebrar solenemente o Cristo, Rei da reconciliação, Rei do perdão e Rei que veio para servir. Reconhecendo que Jesus é Rei, cremos que com ele Deus manifestou plenamente a realização do homem. Não há ação do homem que não esteja sob o juízo de Deus. Não pode haver lugar na história sem relação com Deus por meio de Jesus. A doutrina do senhorio de Cristo nos ensina ainda que a vida a que somos chamados é a mesma que viveu Jesus Cristo: vida de serviço aos irmãos. Vivendo-a confessamos seu senhorio e nos tornamos como Ele, homens de paz e de reconciliação. No reinado de Cristo aprendemos a nos reconciliar com Deus e com o irmão. Cristo é Rei, porque perdoando e morrendo na cruz para remissão dos pecados, cria uma nova unidade entre os homens. Assim, aprendemos neste reinado a vivência do perdão, para que perdoando o nosso próximo possamos também merecer de Deus o perdão. O reinado de Jesus é também um forte apelo para que aprendamos dele, a mansidão e a humildade para assim servir ao próximo como o próprio Jesus ensinou aos seus discípulos: “Eu vim para servir, e não para ser servido”(Mt 20,28), e dar a vida pelas ovelhas(Jo 10,11). Em dois momentos de sua vida Jesus manifesta o seu reinado: ao entrar em Jerusalém, como um Rei pobre, montado em um jumento emprestado, e ser humilhado na paixão, revestido com o manto de púrpura e coroa de CM 536

espinhos; e ao morrer despido, com o peito transpassado na cruz. Rei da paz e Rei do amor sem limites até a morte. A realeza de Jesus é a realeza do amor incondicional de Deus por toda humanidade. A solenidade de Jesus Cristo, Rei do universo, é uma grande oportunidade que nos proporciona reconhecer que na cruz de Cristo o poder dominador e opressor foi definitivamente derrotado. “Por duas Chagas nós fomos curados” (Is 53,5b). Nos faz compreender também que o seu reinado não se dá na glória, e nas honrarias deste mundo, mas na totalidade da entrega e morte na cruz, ele dá a vida pela salvação de todos. Esta solenidade foi instituída na liturgia da Igreja em 1925 pelo Papa São Pio XI. É celebrada no último domingo do Ano Litúrgico, ou seja, entre os dias 20 e 26 de novembro. O objetivo desta festa, é despertar no ser humano um desejo de viver os valores mais elevados, isto é, os valores do reino inaugurado por Jesus. Que pela graça de Deus possamos permitir que Cristo reine plenamente em nossa alma e em seu coração.

Frei Paulo Sérgio SCEP NE II

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SUPER-REGIÃO

Tema do ano: Capítulo IX BALANÇO Todos os anos o Movimento nos convida a realizar no mês de novembro o Balanço da nossa caminhada equipista. É uma grande oportunidade de compartilhar e revisar o nosso caminho de santidade pessoal e de casal vivido ao longo do ano. No tema deste ano fomos todos convidados a ser santos, e aprendemos que a santidade está nas pequenas coisas, nos pequenos gestos diários de amor. São João Paulo II nos diz que: “Quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia.” Temos que renovar nosso compromisso de amar sem medidas a cada novo dia que começa. Em nossa reunião de balanço iremos refletir sobre a parábola da figueira que apesar de plantada no meio de uma vinha, um lugar privilegiado, depois de crescida continuava a não produzir frutos. Fazendo um paralelo entre a parábola da figueira e nossa caminhada equipista: A figueira somos todos nós que tivemos a graça de sermos plantados nesta grande vinha que são as Equipes de Nossa Senhora. Nas equipes, recebemos todos os adubos necessários para que possamos dar frutos, que são nossos PCEs, Formações, Reuniões Formais, Informais, Mutirões.... E por que muitas vezes, ao final do ano, casais e algumas equipes não dão os frutos esperados pelo “Agricultor Jesus Cristo?” Pe. Caffarel, em um texto denominado “Cansei-me para encontrar Deus”, que está no nosso livro tema, nos alerta para

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as equipes e casais que perderam o entusiasmo inicial. Ele nos diz: “Se o entusiasmo cristão estiver afrouxando em vossa equipe, entre os seus membros, não será porque se perdeu o espírito da descoberta? Para descobrir, é preciso procurar; para procurar, é preciso ter o desejo de encontrar, para desejar encontrar, é preciso que se creia que existe alguma coisa a encontrar.” E finaliza dizendo: “Acreditais que existe ainda alguma coisa por encontrar, ou sois como aqueles cristãos que, tendo assistido a algumas conferências e participado de alguns retiros, se contentam com aquilo que ouviram?”. Precisamos voltar às fontes e rescobrir o nosso Carisma Fundador. Não devemos nos contentar em apenas viver a vida da nossa equipe, transformando-a em uma ilha. Temos que avançar para águas mais profundas e descobrir que além da nossa equipe existe um Movimento lindo e que ao fazermos parte dele temos o compromisso e o dever de viver segundo as suas orientações. Agradecemos a Deus Pai, dono da nossa vinha que todos os anos nos dá oportunidade de realizarmos o balanço de nossa caminhada equipista, para iniciarmos um novo ano com o compromisso de percorremos um caminho de santidade, nem mais, nem menos.

Vanessa e Rômulo CRP – NE I CM 536


SUPER-REGIÃO

Festum Ominium Sanctorum (Festa de Todos os Santos)

Esse é o nome que o latim nos deixou por herança para lembrarmos aqueles homens e mulheres que assumiram as ações de Cristo Jesus, por meio do batismo, na ordem da Criação: “Façamos o Homem segundo a nossa imagem e segundo a nossa semelhança” (Gn 1,26). Deus ­Trindade é o autor da santificação humana. ­Deu-nos a razão, para que pudéssemos entender o quanto ele quis precisar de nós (Karl ­Rahner, teólogo). O início dessa festa foi no século IV para homenagear os mártires, na Antioquia, no primeiro domingo após Pentecostes. O Papa Gregório IV oficializa em 1º de novembro do ano 835. No Primeiro Testamento, da libertação do povo da escravidão no Egito, ao longo do caminho da história da salvação, Deus fala a Moisés: “Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,1-2). Deus reforça a Aliança da Criação; a essência da humanidade, que deve trazer em si a essência da divindade, a santidade. Deus é Santo! No Segundo Testamento,os apóstolos de Jesus reafirmam a santidade de Deus, e, por sua vez, reafirmam também o querer de Deus à santidade do Homem: “Sede santos, como o vosso Pai celeste é santo” (Mt 5,48).Lembremos que este capítulo 5 de Mateus,é o célebre capítulo das Bem-Aventuranças.Mateus nos apresenta realidades não fáceis para alcançar a santidade; contudo,enfatiza: “­ Bem-Aventurados – Felizes são...” Pedro, na sua primeira carta, exorta a todos aqueles que seguem à Jesus a CM 536

tomar o seu exemplo, como chamados e escolhidos para darem testemunhos da maneira como vivem: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede vós também santos,em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1,15). Os santos canonizados pela Igreja assumiram essa exortação do apóstolo para as suas vidas. As ENS, por meio da vida de Pe. Henri Caffarel, atendendo ao pedido daqueles primeiros casais,apresenta ao mundo um carisma centralizado em Cristo Evangelho vivo, para dar ao matrimônio uma Espiritualidade Conjugal que visa a santidade. São os santos de hoje que,em meio a tantos outros, no seu dia a dia, representam o martirológio do Sim assumido com os sacramentos do batismo e do matrimônio. Que são tantas vezes crucificados por meio de comentários ofensivos por valorizarem ainda a aliança matrimonial querida por Deus.Que são estigmatizados por devotarem suas vidas a uma busca de oração contínua quando lutam por seus cônjuges e filhos,que parecem ter perdido o sentido da vida e dos valores. A Festa de Todos os Santos, além do reconhecimento das virtudes de todos aqueles homens e mulheres canonizados, é também uma festa de todos nós, como antecipação da glória de Deus, no que devemos ser, em vida, propagadores do amor, da verdade-justiça e da comunhão-aliança. Pe. Fábio José Costa, fsa SCE – Província NE I

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CORREIO DA ERI

Iniciamos o caminho da pós-pandemia para uma “nova” normalidade

Queridos membros das ENS: Passamos alguns meses de incertezas, dúvidas, precauções, preocupações, angústias. Temos vivido imersos na realidade virtual, transformamos nossos hábitos e costumes com respeito às celebrações sacramentais, experimentamos uma relativa participação em cerimônias e reuniões sem presença física nos espaços. Em muitos lugares, ainda não é possível ir à igreja e, em outros, a possibilidade é restrita e requer a observância de turnos, distâncias e muito pouco contato físico com outras pessoas. Muitas de nossas atividades comuns

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definitivamente mudaram e teremos que construir a “normalidade”. Pela nossa vida espiritual, pela nossa participação eucarística, por tudo aquilo que, ao longo de nossas vidas, estávamos habituados a fazer e a viver, é necessário agora algo novo, algo diferente, algo transformado. É possível que no transcorrer dos dias, semanas e meses de quarentena, de confinamento, de prevenção e corresponsabilidade, tenhamos sido capazes de nos perguntar muito séria e serenamente qual é verdadeiramente a essência de nossa vida cristã e de nossa espiritualidade. Tivemos que mudar paradigmas e algumas CM 536


CORREIO DA ERI

É possível que no transcorrer dos dias, semanas e meses de quarentena, de confinamento, de prevenção e corresponsabilidade, tenhamos sido capazes de nos perguntar muito séria e serenamente qual é verdadeiramente a essência de nossa vida cristã e de nossa espiritualidade convicções; tivemos que rever nossas crenças e afirmações; pudemos também encontrar novos caminhos e maneiras de viver. Agora, pouco a pouco, abre-se a possibilidade de voltar às igrejas e celebração.As telas são deixadas um pouco de lado para olhar para os irmãos cara a cara e trocar algumas palavras, gestos e sorrisos. Com medo, com prevenção, mas com imensa alegria! O que aconteceu dentro de nós? O que mudou em nosso relacionamento com Deus, com os outros, com a Casa Comum? Olhemos para nossa espiritualidade e para nossa vivência eucarística. O que nos trouxe a virtualidade na oração, no encontro, no diálogo, no compromisso? Acreditamos que estamos saindo do confinamento com novas ferramentas, novos desafios, novos olhares? Existe em nós a disponibilidade para um compromisso responsável com o sofrimento, os abandonados à beira do caminho, aqueles que imploram misericórdia ou CM 536

aqueles que, sem manifestá-la, estão sedentos de compaixão? Voltar à comunhão eucarística é reconhecer o Corpo de Cristo no corpo sofredor dos irmãos. Voltar aos templos e locais habituais de culto é reencontrar nos espaços convites aos cuidados da criação colocada em nossas mãos administradoras. Reunir-nos fisicamente com nossos entes queridos é olhar novamente para a precariedade da existência e a fragilidade de quem somos e, claro, aproveitar a nova oportunidade de continuar caminhando. Como? De que forma? Aqui está um desafio que nos interpela e nos chama! Peçamos a Deus a capacidade de não sermos inferiores à nossa vocação e ao nosso destino.

Pe. Ricardo Londoño SCE ERI

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IGREJA CATÓLICA

O Pilar da Caridade “Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é consumado” (1Jo 4,12)

Na continuidade dos pilares estabelecidos nas Diretrizes para a Ação Evangelizadora na Igreja, apresentaremos o terceiro pilar,a caridade.Caridade e amor são utilizados como sinônimos dentro da Sagrada Escritura por influência da língua latina. No entanto, existem algumas diferenças entre as palavras seja em nosso uso habitual,seja na sua utilização histórica.Amor descreve melhor a dimensão subjetiva, aquilo que sente interiormente, que nos impulsiona a

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agir, iniciando como um sentimento e depois comprometendo o coração.Caridade é utilizada em sentido mais objetivo,seria o amor quando se transforma em ação.Esta ação amorosa,entendida como caridade, é direcionada a quem possui alguma carência, uma necessidade, algo que não poderia ou lhe seria difícil realizar sozinho. Caridade, assim, é o amor demonstrado em ato suprindo a necessidade,material ou espiritual,de alguém.Uma pergunta poderia emergir: CM 536


IGREJA CATÓLICA

é possível amar sem ter atitudes? Embora as atitudes sejam o testemunho do amor, para serem autênticas, elas fazem parte de um segundo momento. Existem situações em que o amor não produz atos diretos por não dispor dos meios, assim funciona inclusive com as pessoas que possuem certas doenças, pessoas presas etc.Um exemplo é o perdão, que é um gesto de amor, mas não é caridade em sentido estrito. O amor é possível a todos, já a caridade depende muito da situação particular em que cada um se encontra. Assim, este pilar não se refere a sermos capazes de amar, que já é pressuposto, e sim a nossa capacidade de fazer algum bem a quem dele necessita. Neste tempo de pandemia temos muitas iniciativas de caridade que nos mostram a necessidade de ajudar quem sofre mais que nós. Esta preocupação vem desde a origem da Igreja, relembrada por Paulo em seu encontro com Pedro em Jerusalém (Gl 2,10). No entanto, as diretrizes apresentam uma forma de caridade que se dirige a nosso Movimento de forma direta: “Priorizar as ações com as famílias e com os jovens, como resposta concreta aos sínodos da família (2014 e 2015) e da juventude (2018). Esta forma de caridade discreta é talvez nossa maior necessidade, sustentar e animar as famílias e os jovens, que um dia serão famílias, para que sejam sal da terra e luz do mundo. Ajudá-los a superar momentos de crise, fazer com que a esperança jamais ceda lugar ao desespero, equilibrar com

nosso bom testemunho de vida, a realidades difíceis e sofridas de tantos matrimônios em nosso tempo. Como o amor impõe prioridade, não podemos descuidar dos mais próximos antes de nos lançarmos na direção dos mais distantes, sendo sempre bom estar atento àqueles que a providência de Deus aproxima de nós para que cuidemos. Uma das belas coisas que me encantaram no Movimento foi essa capacidade de dilatar as famílias, criando vínculos em nossas equipes que muitas vezes superam os vínculos de sangue, seja no amor, seja no compromisso de uns com os outros. Essa caridade cativante é uma grande marca do Movimento,e com certeza nossa prioridade. Casais santos que santificam outros casais pela presença e pelo testemunho, quando é possível. Santidade é como a beleza, ninguém possui defesa contra ela. Nesse sentido termino com uma frase de grande escritor russo,Dostoiévski,utilizada pelo Papa João Paulo II em sua carta aos artistas (1999): “A beleza salvará o mundo”. Deus abençoe a todos.

Padre Antonio Xavier Eq. 101 C – Região BSB I Província Centro-Oeste

* Obras consultadas: 1. Missal, Romano, p. 667; 2. Missal Cotidiano, p. 1754-1755; 3. Altaner-Stuiber, Patrologia, EP, 1995, p.394-404. CM 536

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IGREJA CATÓLICA

Fiducia Christianorum resurrectio mortuorum; illam credentes, sumus “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos”1 Fomos surpreendidos extraordinariamente por um vírus que, como um vento forte, fez-nos já celebrar o dia de finados com tanta robusticidade de fé ou em profunda fraqueza espiritual em cada manhã, tarde, noite, madrugada ao longo deste ano... quantas experiências profundas de dor e fé! Que vendaval agitou nossos corações, visitou nossos lares e invadiu nosso cotidiano. Contudo, de igual modo o Espírito Santo em sua dinamicidade visitou-nos por meio de tantos momentos oferecidos pelo nosso Movimento: formações, terços, reuniões preparatórias e formais, e até informais, foram nos ajudando fazer deste processo um itinerário profundo para a santidade. Esse caminho feito ajuda-nos a pensar em como vivenciarmos este tempo de fé em que muitos de nós ainda estamos vivenciando o luto de uma separação “inesperada” e literalmente “separados”, sem despedidas,proximidade,presença física a até o tocar, olhar e poder dar o último adeus. Diante de tal realidade em que fomos tocados profundamente,crer na ressurreição dos mortos é um elemento essencial para a renovação da nossa fé. Pelo batismo,já somos sacramentalmente “mortos com Cristo” para vivermos uma vida nova,e se morremos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a Ele.Quantos irmãos nossos fizeram esta experiência silenciosa,dolorosa, contudo plena de fé, de abandono 1.

e de sentido, mesmo sem entenderem o porquê sofriam, na fé deram sentido e partiram,e crendo na fé que professaram enfrentaram seu calvário na alma, utilizando respiradores, deitados nas macas, dentro das UTI’s, corredores, e até sem nenhuma assistência hospitalar dentro dos seus lares, pela fé gritaram silenciosamente: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23, 46). “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu!” (Lc 24,39). É dia de experimentarmos pela fé a graça da “Ressureição do coração”, mesmo dirigindo atenciosamente, com toda a piedade e gratidão nossas orações, e por meio de gestos de cuidado: nas intenções das missas, flores, velas como carinhosamente anualmente fazemos. Esse ano é necessário sentirmos a força, a graça e a presença do Ressuscitado conosco, olharmos com os olhos da fé, que as marcas da Paixão impressas em Jesus, é o caminho seguro onde devemos direcionar o nosso olhar, e na profundidade da nossa dor que é desperta pela saudade deixarmo-nos ser visitados pelo grande dom do Ressuscitado: a Paz! (Jo 20, 19). Por fim,celebrar este ano os fiéis defuntos deverá ser um mergulho profundo de fé, e de igual modo um abraço confortador do Cristo Bom Pastor que restaura, cuida e dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10, 11). Pe. Anderson Luiz S. dos Santos SCE - Região CE I

Tertuliano, Res.,1,1.

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IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa Enamorados de Deus em unidade

Na homilia na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (29/6/2020) o Papa Francisco clamou por “Enamorados de Deus”, como esses dois apóstolos ao anunciarem Jesus. Ora, disso nós entendemos. O Padre Caffarel nos quer “Buscadores de Deus”1.Ele “acreditou no amor humano, particularmente no amor entre um homem e uma mulher. Via nisso um reflexo do Amor de Deus”2 e desejou: “Ó se houvesse pelo mundo afora casais que realmente se amam, realmente felizes, realmente cristãos, o rosto deste mundo seria realmente mudado”3. Sendo enamorados no Amor de Deus,somos Enamorados de Deus e, como fruto do matrimônio santamente vivido, assim podemos anunciar Jesus. O Papa Francisco, na mesma homilia, refletiu sobre a unidade, “um princípio que se ativa com a oração, porque a oração permite ao Espírito Santo intervir, abrir à esperança, encurtar as distâncias, manter-nos juntos nas dificuldades” [...] “Só a oração desata as algemas, como a Pedro; só a oração deixa livre o caminho para a unidade.” Valiosa orientação aos que buscamos a unidade como força para nossa mística. Rezamos o Magnificat todos os dias, a nossa oração da unidade, com a família,

com a equipe, com o Movimento, com a Igreja, com Nossa Senhora, com Jesus! A Carta de Fátima nos exorta à união com a Igreja, quando diz que “hoje mais do que nunca as Equipes de Nossa Senhora têm um papel concreto e um dever que devemos assumir”4, ­referindo-se à nossa ação no mundo. Assim como cuidamos da unidade no Movimento,seguindo os “Pontos Fundamentais para a Unidade”5,nos dedicamos à unidade com a Igreja, pois “o Movimento está plenamente inserido e integrado à Igreja”6, seja atuando missionariamente na comunidade católica,como nos convidou o Santo Padre, no encontro com os CRRs7, em 10/9/2015,seja integrado à vida da Igreja, como na Oração Litúrgica de nossa Reunião Mensal,“quando rezamos em unidade com todo o povo de Deus”8. Senhor, concede-nos a unidade da Igreja e de nosso Movimento.

Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém-BA

CM 524 – Abril/2019, pág. 13; 2. Carlo e Maria-Carla Volpini na apresentação de Profeta do Matrimônio”. pág. 3; 3. Pe. Caffarel, Profeta do Matrimônio. pág. 59; 4. CM 519 – Setembro/2018. pág. 20; 5. Carisma, Mística e Espiritualidade. pág.3; 6. A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora. pág.41; 7. CM 495 – Dezembro/2015. pág 16; 8. Maria Regina e Carlos Eduardo Heise, Memórias & Histórias. pág. 79 1.

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RAÍZES DO MOVIMENTO

Triunfo da Caridade

É necessário que a caridade fraterna se desenvolva sem cessar nas vossas equipes. Quando alguns casais se exercitam no auxílio mútuo e no amor fraterno, pouco a pouco o seu coração se engrandece. E, gradualmente, o seu amor conquista a casa, o bairro, o país... até alcançar as paragens mais longínquas. Construir uma igreja é importante: dia e noite o Cristo eucarístico terá nela a sua morada. Para a cristandade, não é menos necessário possuir equipes de caridade: é uma outra maneira de fazer com que Cristo esteja presente no meio dos homens. “Onde se encontra o amor fraterno,aí está Deus”, canta a liturgia da Quinta-Feira Santa. “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, promete Jesus Cristo,Eu estarei presente no meio deles”. Presença de Cristo é por isso presença da Igreja. Onde há cristãos que se amam, aí está a Igreja. Sob condição, no entanto, de que esta pequena comunidade queira, ela própria, estar presente na Igreja a serviço da Igreja.

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O poder de intercessão dos cristãos, quando estão unidos, é de uma eficácia extraordinária: “Se dois dentre vós se juntarem na terra para pedir alguma coisa, em verdade eles o conseguirão de meu Pai que está nos céus”. O amor fraterno é de uma fecundidade excepcional. À sua volta o mal retrai-se e o deserto floresce. Um pároco dos subúrbios dizia-me: “Quando uma rua de minha paróquia está demasiado contaminada, peço a casais cristãos para virem instalar-se nela e darem apenas o testemunho do seu amor fraterno.Ao fim de seis meses,os moradores da rua respiram um novo ar”. Uma comunidade fraterna é uma mensagem de Deus aos homens. Sua mensagem mais importante, aquela que revela a vida íntima de Deus, sua vida trinitária. Não há discurso sobre Deus mais eloquente e persuasivo do que o espetáculo de cristãos que “são um” como o Pai e o Filho são Um. Não há nada que dê maior glória a Deus do que cristãos unidos. É a grande obra-prima da graça divina. Deus põe aí as suas complacências, descobre nisso um reflexo da sua vida trinitária. “Os céus cantam a glória de Deus”, o amor fraterno canta o Amor eterno. Seja isto, pois, a vossa, grande preocupação: fazer da vossa equipe UM TRIUNFO DA CARIDADE. HENRI CAFFAREL Colaboração de: Mª Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. Mãe de Deus e Nossa Piracicaba-SP CM 536


DATAS COMEMORATIVAS

Os Direitos da Criança

No ritmo da cantoria A gente se desafia Mexer em nossas lembranças. Lembrar-se do que fazia E de como se sentia Quando a gente era criança.

Cada um tem o seu jeito E todos têm o direito De dar sua opinião. Eu sou um homem agora, Pra mim a criança de outrora Tinha mais educação.

O desafio está posto Cada um tem o seu gosto E defende o que diz. Não quero ser saudosista Mas no meu ponto de vista A gente era mais feliz.

Eu já fui um catequista E hoje como equipista Esta missão e alcança. No passado ou no presente É obrigação da gente Cuidar de nossas crianças.

A lei era a do coração Todos nos davam atenção Enchiam-nos de cuidados. Com conselhos e carinhos Apresentavam os caminhos Às crianças do passado.

Não me sinto saudosista Sou apenas um cordelista Semeando a esperança. Também não sou repentista Mas eu sou um equipista Em defesa da criança.

Nossa lei era mais didática Nós aprendíamos na prática A amar e ser amados. Antes de falar em direito Praticava-se o respeito Na educação do passado. CM 536

Ana e Jorge Eq. 6 – N. S. da Assunção Setor Ceará Centro A Quixadá-CE

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DATAS DO MOVIMENTO

Discernimento para CRE: a importância desse serviço para o Movimento

A nossa vida é um CHAMADO para entrega e abandono nas mãos do Pai para O SERVIR, como para toda vocação, o apelo de Deus ao casal cristão acompanhado por uma missão a exercer um serviço. Um chamado através do serviço para viver um grande amor. E dentro do próprio Movimento das Equipes de Nossa Senhora em sua estrutura proporciona possibilidades a SERVIR. Por isto, são realizados os DISCERNIMENTOS, escolha sob o olhar de Deus e no mistério do Sopro do Espírito Santo, um casal é escolhido para ser Casal Responsável de Equipe, a cada ano, que consiste em amar, animar e dar vida à equipe de base, encorajando e reforçando os esforços de seus membros em relação a esta pequena comunidade a fim de que a ajuda mútua seja efetiva e cada um se sinta verdadeiramente aceito, reconhecido e amado. É importante que todos os casais da equipe passem por esta responsabilidade, pois assumir este serviço os faz

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crescer como pessoa e também como casal. O Papa Francisco insiste em nos chamar a praticar “A Arte de Acompanhar”,nos caminhos do aperfeiçoamento,promovendo tomada de decisão para ação.P ­ adre ­Caffarel aprovava uma ação conectada na fonte divina,pelo amor de Deus e deste amor brota a graça que é dada ao CRE que o fortifica quando “tomar posição unido a Cristo”,é assim que se opera a transformação do casal para o ajudar a melhor discernir e agir, daí brota a força missionária do casal, tornando sua equipe em uma comunidade de amor. Por outro lado, o CRE vincula a equipe ao Setor,informando os casais de sua equipe sobre a vida do Movimento, ­encorajando-os a participar ativamente nas reuniões organizadas nos diferentes níveis, e assim, num Espírito de Fé e leal espírito de disciplina,serão os mediadores naquele ano entre a base e os demais níveis do Movimento para o fortalecimento e a manutenção do espírito de unidade que inspirou o Movimento, propondo-nos cada vez mais um compromisso fundado na estabilidade do amor. Que Nossa Senhora abençoe os Casais Responsáveis de todas as equipes. Do Carmo e Paulo CRR PE II Província NE II CM 536


DATAS DO MOVIMENTO

Vida de Casal e Santidade Casados há 23 anos e com dois filhos. Nos conhecemos bastante jovens e começamos a namorar em julho de 1989... Já faz tempo, não é mesmo? E como conseguimos nos manter unidos por tanto tempo nesse mundo tão descartável e cheio de tentações? Nascidos em famílias cristãs, católicas, muito cedo tivemos a presença da Igreja em nossas vidas, mas sem nenhum compromisso maior que não fosse a participação nas missas dominicais, orientação cristã dos filhos (sacramentos) e orações pessoais. Sempre soubemos e sentimos que Deus nos havia preparado um para o outro. Apesar de sermos bastante diferentes em muitos aspectos, temos muita sintonia e afinidade alimentadas pelo amor diário. Mas faltava algo... Entramos nas ENS em agosto de 2013 e logo percebemos que as orientações e a metodologia proposta pelo Pe. Caffarel iam nos permitindo vivenciar momentos de transformação no diálogo conjugal e familiar. Passamos a rezar juntos e a ouvir a prece um do outro, fortalecendo nossa união em casal e nossa relação com Deus. Nos aprofundamos na Escuta da Palavra, alimento diário que orienta e guia nosso dia a dia. Aos poucos fomos conhecendo melhor as obras do Pe. Caffarel e a riqueza de sua mensagem e o testemunho de outros casais nos ensinavam quão especial era ter a vida focada em Cristo! Na verdade, entendemos que quando nos dispomos a ser instrumentos em Suas mãos, Ele CM 536

Passamos a rezar juntos e a ouvir a prece um do outro, fortalecendo nossa união em casal e nossa relação com Deus

nos concede muito mais que aquilo que ofertamos. Somos gratos a Deus por nos permitir acordar todos os dias e sentir que caminhamos lado a lado, cientes de que a maior missão que Ele nos confiou foi levar um ao outro à santidade. Ser santo não significa algo extraordinário e inatingível... Estamos longe da perfeição, nossas falhas e fraquezas humanas são os motivos que nos fazem perceber que precisamos estar na permanente busca d’Ele... as dificuldades nos moldam para sermos, a cada dia, pessoas melhores. A santidade está nos pequenos gestos que nos fazem crescer em maturidade espiritual. Confiantes que Ele é nosso farol e aliado à sabedoria do Espírito Santo seguimos firmes e conscientes de Sua presença leve e constante em nossas vidas. Alrieta e Vicente Eq. 4 - N. S. das Graças Setor Sobral A

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DATAS DO MOVIMENTO

As Equipes de Nossa Senhora aparecem em nossa vida no momento certo... É com grande alegria que partilhamos nosso testemunho de amor e de fé cristã. Casados há quase 32 anos, e em meados de 2017 nosso contato com as ENS. Naquela época, nossa família passava por diversas atribulações: Marcos havia descoberto uma doença crônica a qual deveria aprender a conviver com os cuidados que nada tinham consonância com os hábitos corriqueiros; na empresa da família, diversas desavenças aconteciam constantemente, e o diálogo apaziguador era raridade. Ele se escondia muitas vezes na bebida para não falar sobre o que sentia ou pensava. Eu (Da Guia) atravessava conturbações na minha família, com irmãos e minha mãe já idosa e debilitada. Em meio a tudo isso, surge o convite para conhecer as ENS, e uma pergunta nos inquietava: Seria esse o momento para iniciar nossa caminhada nas ENS? Mas o tempo de Deus não é o nosso tempo. O convite veio por intermédio da nossa filha e genro (equipistas) e firmado com o nosso “sim” após visita do CRS, Cassia e Júnior. A partir dali, não imaginávamos que iríamos viver momentos tão importantes e transformadores. Fomos muito bem acolhidos, e tivemos a importante colaboração do casal piloto Lígia e Gustavo. Os PCEs nos ensinavam dia após dia, a viver a espiritualidade conjugal, a sermos pessoas melhores, e a ter discernimento para lidar com as adversidades do

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cotidiano. Não havia mais problemas que superassem a nossa vontade de viver o matrimônio, a família e a nossa rotina cristã. No final de 2018, mais uma surpresa: fomos escolhidos para ser CRE no ano seguinte. Novamente a dúvida nos rodeava. Iríamos ter condições de assumir a missão? Não éramos muito imaturos no Movimento? Seria esse o momento? Chegamos a pensar em desistir. Mas Deus prepara tudo: nossa filha e genro também foram escolhidos CRE da equipe que fazem parte. Ajudamo-nos, nos demos forças e perseveramos na missão. Hoje, temos a missão de ser equipistas e de viver as maravilhas que o Movimento nos proporciona, e afirmamos que não nos vemos sem as ENS. Redescobrimos o amor de Deus em nosso lar, em nosso casamento, em nossa família e aprendemos a lidar com serenidade com as adversidades da vida. E nos enche de alegria saber que nossos dois filhos, genro e nora também nos acompanham na caminhada cristã. Por fim, não há melhor definição para nós senão um trecho da oração ­Magnificat: “O poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome”.

Da Guia e Marcos Eq. 07 N. S. dos Remédios Setor Acari-RN CM 536


TESTEMUNHO

Oração durante o caminho para o trabalho Sempre encontramos dificuldade para rezarmos juntos devido à correria do dia a dia e com três filhos. Encontrar um momento propício, sem que eles interferissem... eis o desafio! Foi então que decidimos fazer as orações dentro do carro, todas as manhãs, na ida para o trabalho. Começando bem o nosso dia. A partir daí tudo foi se transformando em nossa vida, percebemos que tudo estava muito bem entre nós dois, mas nossos filhos estavam dando muito trabalho e isso, de certa forma, nos afetava! Daí tivemos a ideia de inseri-los nas orações. Colocamos em prática a oração em família! Percebemos, a partir de então, que a nossa vida se transformou. As dificuldades de relacionamento entre nós e eles foram transformadas em alegria. Passamos a viver dias de muitas graças, aprendendo a sermos mais compreensivos uns com os outros e a nos amarmos mais. O mais interessante é que achávamos que eles não iriam se interessar por este momento, entretanto eis a grande surpresa, além de aceitarem ainda se empolgam na hora da partilha. Cada um tem seu momento de orar, partilhar, ouvir e isso fez nossos filhos crescerem espiritualmente a ponto de o mais velho decidir entrar no Ministério Jovem da RCC. Hoje eles fazem questão de estar envolvidos em algum serviço da igreja, CM 536

sabem partilhar o Evangelho e nos enchem de orgulho com os dons que temos recebido, fruto da nossa fidelidade aos PCEs. No último dia de cada mês, a família se reúne para ver quais foram os pontos fortes e os fracos daquele mês e programar o próximo. Assim, passamos a identificar melhor as necessidades deles e onde estamos errando e o que podemos fazer para melhorarmos. Passamos a ter uma conversa mais aberta e compreensiva. Eles ainda não têm idade para fazer parte do Movimento, mas não vemos a hora de também eles desfrutarem da graça de serem equipistas. Família que reza unida permanece unida! Cris e Nando Eq. 12 - N. S. de Lourdes Setor C - RNI - RN

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TESTEMUNHO

O amor mais forte que a morte Agora compreendo melhor aquele trecho da Oração pela Canonização do Padre Henri Caffarel! Antes, porém, uma citação do nosso fundador sobre uma santa que convivi: “ Um santo não é... como muita gente imagina, uma espécie de campeão que realiza proezas de virtudes ou façanhas espirituais 5-17/3/. É, em primeiro lugar, um homem seduzido por Deus. E que entrega a Deus toda a sua vida” (Pe. Caffarel) Reflexões de um esposo: Minha querida Adeilda (13/5/1975 – 17/3/2020) cresceu em um sítio no município de Pão de Açúcar-AL. Ela teve sempre apreço por esse lugar. Quando as dificuldades da vida na cidade a queriam sufocar, era ao velho sítio que retornava em busca de sossego e paz. Sertaneja, forte, trabalhou desde criança. Filha de agricultores, conseguiu estudar as séries iniciais. Na adolescência teve que sair de casa para trabalhar de doméstica. Trabalhou em Palmeira dos Índios-AL e depois em São Paulo-SP. Após retornar de SP, minha querida conseguiu novo “emprego” na sua cidade natal. Foi aqui que nos conhecemos e pude ver a luta de classe no seu lado mais desumano: patrões cheios de direitos e empregados sobrecarregados de obrigações. Trabalhando e estudando, Adeilda terminou o ensino médio e nos casamos. Com família pra cuidar, Minha Querida ingressou na faculdade: fez graduação e pós-graduação e passou em concurso público para professora. Quanta luta! Iniciou a profissão na zona rural: distância da família e transporte precário. Tivemos dois filhos, agora uma neta.

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Exageradamente carinhosa com os filhos e comigo,Adeilda cuidou e me amou até o fim. As ENS foram para ela (nós) uma segunda família! Foram praticamente 9 anos de Movimento e missão nos dando muitos amigos: padres, freira, irmãos(ãs) equipistas. Na missão, um fato simples e marcante: nossa viagem de avião a São Paulo! Aquela menina do interior realizou o sonho de voar. Enquanto eu quase tremia de medo, ela fez questão de ir à janela “sentir caminhar sobre as nuvens”, como ela disse. O tempo nas ENS foi concomitante ao período em que conviveu com o câncer de mama. Amor e dor se alternavam ou se entrelaçavam, porém até o último momento Minha Guerreira não perdeu a fé. Sempre com a Bíblia ou o terço ao lado, queria estar com Deus. Agradeço a Deus por me ter dado uma tão grande Mulher!!! E termino com a mensagem: “O amor mais forte que a morte”. Nessa orientação conjugal se reconhece a marca do Pe. Caffarel, que ajudou as viúvas fundadoras a anunciar, meditar e viver a intuição do amor mais forte que a morte...” (O Padre Caffarel: Das Equipes de Nossa Senhora à Casa de Oração, 2011, p.100). Concluindo com Papa Francisco: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor... nos doentes... Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus...” (GE 7). Veloso da Adeilda Eq. N. S. da Saúde, Pão de Açúcar-AL CM 536


TESTEMUNHO

Um chamado vocacional nas ENS Segundo o apóstolo Paulo, “todo sumo sacerdote, escolhido entre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas que dizem respeito a Deus” (Hb 5,1). A carta paulina resgata o caráter humano na vocação sacerdotal. Portanto, aquele que vem dos homens e está a serviço dos homens, imitando Jesus Cristo no anúncio do Evangelho. Dessa forma, o menino que nasceu em Três Corações, cidade no sul de Minas Gerais; o adolescente inserido na comunidade paroquial que amadureceu nos sacramentos e aprendeu com os diversos desafios pastorais; e o jovem seminarista que acreditou nas dimensões da formação traduzem o único Flávio Henrique, aquele que veio do povo e se colocou a serviço dele. Todavia, essa caminhada vocacional com dimensões temporais se transforma quando resgata a imagem familiar. Isso porque existe ainda o único filho da Cristina e do Adilson. Um casal singelo e perseverante, que a vinte e poucos anos decidiu viver com adesão de coração, o carisma e a mística das Equipes de Nossa Senhora. Assim, o filho do casal equipista aprendeu com os PCEs, pois sentiu a necessidade de rezar assiduamente a Palavra de Deus e traduzi-la regando sua vida espiritual. O filho do casal equipista cresceu com a ENS Aparecida, e com ela experimentou a verdadeira amizade. CM 536

E, por fim, assumiu o desafiador trabalho de acompanhante espiritual. Desse modo, o convite à vida sacerdotal acontece de diversas maneiras, porém com a singular intenção de colocar o jovem a serviço da Igreja e do mundo. O meu chamado vocacional se reforça com a ordenação diaconal que se aproxima. Peço que permaneçamos rezando ao Servo de Deus Padre Caffarel, para que continue suscitando vocações para Cristo. Flávio Henrique Ribeiro Seminarista Eq. N.S. do Santíssimo Sacramento Eq. N.S. Desatadora dos Nós Três Corações-MG

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PARTILHA E PCE

Regra de Vida “O reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo, embora seja a menor entre todas as sementes, quando cresce torna-se uma das maiores plantas e atinge a altura de uma árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos” (Mt 13, 31-32). Assim se alicerça a Regra de Vida, que deve ser um Ponto Concreto de Esforço a nascer no coração de cada equipista. Ela serve para melhorarmos a nossa resposta ao Amor de Deus, para melhorarmos a nós mesmos e a nossa relação com os outros. O nosso crescimento humano e espiritual com a regra de vida deve ser como um grão de mostarda da parábola, onde devemos começar devagar e ir crescendo gradativamente até irradiarmos a nossa espiritualidade a todos, de uma forma que leve outros equipistas a buscarem o cumprimento dos PCEs, e em especial, a Regra de Vida, que deverá se tornar uma árvore frondosa, pois o Senhor Jesus Cristo se refere ao grão de mostarda fazendo menção à nossa fé, que devemos sempre estar em crescimento constante. A oração e o diálogo são alimentos para que nossa árvore fique cada vez mais frondosa. Não devemos encarar a regra de vida como um fardo, pois assim não iremos conseguir cumpri-la, mas devemos nos alicerçar começando devagar, um passo de cada vez. Devemos deixar florescer em nós esta semente e com o passar do tempo se tornará algo maravilhoso e prazeroso

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de se viver. Não devemos desistir nas primeiras dificuldades de realizar este PCE, pois, para crescermos, às vezes nos exige um pouco de sacrifício. Uma árvore, mesmo que sofra alguns danos da natureza, isso não a impede de crescer sempre. “A Mística das Equipes, para ser viva e duradoura, exige uma regra. Mística e regra, como a alma e o corpo, não se podem dispensar uma à outra: a mística deve ser a alma da regra; a regra, o suporte e a salvaguarda da mística” (Pe. Henri Caffarel, Carta das ENS, 1947) A Regra de Vida, portanto, é a oportunidade de rever constantemente a nossa vida, uma chance de transformação diária, onde nela encontramos nosso ponto de equilíbrio, aprendemos a discernir e caminhar juntos, rumo à santidade, sempre com foco naquilo que é verdadeiramente essencial, deixando florescer em nossos corações a vontade de Deus. Esta semente, tão pequena, plantada e regada com muito amor, mudou nossas vidas. A Paz de Cristo e o Amor de Maria a todos. Hildegard e Ody CRR - PE III – Província NE II CM 536


PARTILHA E PCE

Uma Resposta ao Apelo do Senhor Nas equipes há 16 anos e hoje pensamos no caminho feito. Abertos à ação do Espírito Santo, permitimos nos conhecer, viver os PCEs e crescer no amor conjugal através dessas atitudes. Assim, a Regra de Vida é para nós uma ferramenta eficaz para crescer no amor a Deus e ao outro. Muitas vezes é um PCE esquecido e considerado de difícil vivência, pois exige um olhar para dentro e o esforço maior para responder ao apelo do Senhor. Por meio dele, nos avaliamos e damos passos para nossa vocação. Aperfeiçoamos talentos ou corrigimos defeitos e podemos vivê-lo de forma individual, conjugal ou em equipe. São determinações pequenas, precisas e práticas que farão diferença na formação do ser cristão. Guardadas as proporções, podemos comparar a ação deste PCE como quando vivemos o jejum e atingimos o domínio próprio. Por exemplo: • Estabelecer a meta de fazer um elogio sincero por dia; • Guardar 30 minutos da noite para conversa familiar; • Aprender a agradecer; • Se afastar do celular na convivência em casa; • Se permitir ouvir antes de falar ou deixar de ser tão rabugento. Pequenas coisas que nos tocam, cada CM 536

um vivendo no seu ritmo. Vem forte no coração a Regra de Vida que faz dar passos para viver a harmonia com o cônjuge. Tantas vezes chateados por algo que o outro fez e nos obrigamos a aproximar, acolher, fazer carinho, conversar, quebrar de algum modo a barreira construída pela desavença conjugal. Às vezes, nos sentindo cheios de razão, é preciso respirar fundo ao decidir ir ao encontro do outro. São progressos simples que nos fazem mais felizes. Lembramos daquele dito popular que diz “é melhor ser feliz que ter razão”. É para o bem da família. Para que medir forças? Rogamos a Deus que possamos aproveitar a graça deste PCE, definir e praticá-lo da melhor forma. Que primeiro nos encontremos com Ele e deixemos que revele o que espera de nós. Depois, nos sentindo amados, conseguiremos ser mais exigentes conosco e transformaremos nossas vidas em busca da santidade. Ora, na caminhada não viveremos um progresso contínuo, teremos que recomeçar, por isso é preciso criar novas regras, reavaliar nossa prática e seguir adiante. Sigamos! Que maravilha é saber que temos um grande intercessor no Céu. Aquele que disse “façamos o caminho juntos” rogará por nós! Rossandra e Charles CRS – Setor D Natal-RN

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PARTILHA E PCE

Considerações sobre o encarte “Casados de vida santa” Sejam felizes: o Senhor aguarda este louvor, e os que os cercam, esse testemunho (Pe, Caffarel)

É com muita felicidade que partilhamos nossa experiência com o Encarte Especial Casados de vida santa que nós, casais equipistas, tivemos oportunidade de estudar, paralelamente, ao tema do ano “Casal Santo: alegria da Igreja, testemunho para o mundo”. Quando estudamos cada capítulo do tema do ano, associando-o à leitura da história de cada casal sugerido no 26

encarte, vimos que ambos estavam intrinsecamente interligados, nos mostrando que o desafio de viver uma vida santa não é algo utópico ou distante dos desafios da nossa época. Somos chamados a ser santos nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, em cada palavra e em todo lugar. A experiência de cada casal apresentado no encarte nos mostrou o matrimônio como um caminho natural da santidade, onde cada um pode viver a experiência de amor a Deus e ao cônjuge. Desse modo, todos nos mostraram que a santidade não é estar separado do mundo ou da realidade em que vivemos. Ao contrário, ser santos é transformar essa realidade. “Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder” (1 Ped 1, 15). Além disso, alguns pontos, em especial, nos chamaram muito a atenção durante a leitura do encarte: 1. Em todos os relatos, encontramos casais ou cônjuges que tinham uma experiência íntima com Deus, através dos sacramentos CM 536


PARTILHA E PCE

A experiência de cada casal apresentado no encarte nos mostrou o matrimônio como um caminho natural da santidade, onde cada um pode viver a experiência de amor a Deus e ao cônjuge. e da vivência profunda da oração, assim como nos ensinava o Padre Caffarel: “A fonte do amor cristão não está no coração do homem. Ela está em Deus”. Isso nos faz concluir que quanto mais buscamos a Deus, mais amamos nosso cônjuge e estaremos mais próximo de viver a nossa vocação em plenitude; 2. Todos expressavam a caridade e a misericórdia para com o próximo, e, em alguns momentos, esse próximo foi aquele mais próximo: o cônjuge, que caminha em ritmos diferentes e que precisa desse mesmo amor que ofertamos a outros irmãos; 3. Todos tiveram o desejo de cuidar da missão que lhes foi confiada, compreendendo que o ato de cuidar necessita de tempo, amor e dedicação e se concretiza no olhar amoroso para com Deus e para com todos os que nos rodeiam. Desse modo, podemos pensar o CM 536

cuidado como uma oportunidade de conversão para nós e para aqueles que naquele momento fazem parte da nossa busca pela santidade; 4. Todas as histórias nos levam a concluir que não devemos esperar ser santos apenas quando nos aposentarmos, os filhos crescerem, arranjarmos um trabalho melhor ou quando o tempo nos ofereça melhores condições de vida. Somos desafiados a ser santos hoje, e por essa razão não devemos deixar a graça passar. A partir de tão rica leitura, concluímos que devemos pedir a graça da santificação todos os dias, reconhecendo que somos frágeis, porém chamados a viver com autenticidade nossa missão, que é testemunhar o amor conjugal, em todas as circunstâncias que a vida nos apresente. Cristina e Flávio Eq. N. S. Rainha dos Apóstolos Campina Grande-PB

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FORMAÇÃO

Na piedade e no temor do Senhor o casal cristão vive para Deus O dom da piedade nos impulsiona a viver com um coração voltado para Deus e para o próximo. É um dom que forma o coração do homem para nutrir sentimentos de compreensão,tolerância e perdão. Virtudes tão necessárias à vida matrimonial.Um casal piedoso é aquele cuja vida está inclinada para Deus, bem como inclinados a amar incondicionalmente e sem reservas o seu cônjuge. Os casais piedosos não se permitem fechar no círculo das suas próprias preocupações. São abertos à ação de Deus em suas vidas, ao mesmo tempo que se abrem para o serviço do próximo. O dom da piedade dá ao casal a consciência de que Deus não é um apêndice nas suas vidas, mas uma necessidade, que se busca suprir com a oração, com o cuidado mútuo, com vida sacramental assídua, sobretudo a eucaristia e a confissão. O dom da piedade gera no casal cristão uma abertura de coração para Deus, de um para com o outro e para com o próximo. Uma abertura que liberta o casal de toda dureza de coração, de toda indiferença. Este dom infunde no coração dos cônjuges uma nova capacidade de amar à maneira do coração de Jesus Cristo. A este amor desinteressado se soma o dom do temor de Deus, que não se confunde com o medo. O temor de Deus se relaciona com o amor não com o medo. Um amor que arrasta o casal cristão para viver santamente a

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sua vocação matrimonial, de um modo que seja agradável a Deus. O casal temente a Deus é aquele que se reconhece humildemente necessitado de conversão, de reconciliação. Que se deixa mover pelo arrependimento sincero diante dos próprios pecados. Que procura se mover na vida não pelo medo de Deus, nem pela indiferença para com Ele. Mas que deixa mover-se pelo amor de Deus, que é fonte de reconciliação e salvação. Um casal temente a Deus sabe reconhecer que sua união matrimonial não é uma mera aventura humana. Mas um autêntico caminho de conversão e santificação a três: esposo, esposa e Cristo. Por isso não teme pedir perdão, não teme reconhecer-se necessitado de reconciliação. Movido por este santo temor de Deus os cônjuges cristãos fogem do pecado e procuram insistentemente crescer nas virtudes, no amor mútuo, na fidelidade, na castidade, na mansidão,na humildade,na serenidade. Por fim, o dom da piedade e o dom do temor de Deus formam o casal cristão para uma autêntica vivência da Espiritualidade Conjugal. Pautada numa vida inclinada para Deus e para o próximo, bem como numa sincera abertura de coração à conversão e ao arrependimento. Próprias de quem confia não em suas próprias forças, mas no amor de Deus, que tudo transforma e salva. Pe. Hélio Cordeiro E-mail: cordeiro-80@hotmail.com CM 536


REFLEXÃO

Reuniões Mensais via satélite... quem diria! Estamos envolvidos nessa situação inédita, vivendo esse ano em sistema de inversões. Deus queira que seja tempo de graça e descobertas também. Por que não? O Deus de todas as horas... dá seus sinais. Sempre é tempo de Graça. A espiritualidade cristã, e a apreendida na ENS, nos faz resilientes, não deixa que as limitações impositivas da realidade desviem nossa força e nossa esperança. Um basta ao medo imaginário que acossa a muitos. Deste meu observatório percebo muitas pessoas, casais também, sentindo que “estamos vivendo menos”. Será verdade ou única saída? Não percebo a realidade deste modo. Sim, este tempo é PRECÁRIO, desnuda nossas precariedades pessoais e relacionais. A palavra me remete a um entendimento semântico, pois se trata de um vocábulo da língua latina, de onde vem nosso português. Em latim PRECARE é rezar. O termo PRECARIUM, derivado do verbo, como particípio, é o destino do que é frágil. Ah, sim, somos frágeis, não há como negar, nem fingindo. Assim, a espiritualidade cristã e dos casados no Senhor se constrói mesmo na precariedade frágil que um casal,qualquer um,é.Dois amantes frágeis,cheios do desejo e da promessa de darem certo. Pura graça, um sonho a se concretizar... pelo empenho que sabe perdoar e recomeçar. Esta fragilidade desperta para o dom do Espírito, que é a fortaleza, mas ao estilo de Jesus! Estilo Páscoa: aprendendo a desapegar-se, a morrer... podar... frutificar. Expressamente é mistério da cruz, da semente na terra boa. Pura doação feita na confiança, que nos faz recomeçar não poucas vezes. CM 536

Então, fazer deste agora um tempo de graça é sabedoria de quem confia no Senhor. Fé ardente. Sabedoria que está na pertinência das perguntas que neste agora fazemos uns aos outros, às vezes lastimando, mas perguntas que até então estavam distantes de nós todos. E chegamos com o Papa Francisco a nos dar conta do seguinte: não é a pandemia que nos adoece; nós já estávamos doentes. A doença dos estilos de vida comandados pelo império do render, vencer, na pressa, sem lugar para conversa e diálogo (em casa), trilhando pistas de ódio, cheios de ressentimentos e preconceitos. Vivendo comodamente nas desigualdades... a ponto de negar a realidade. A ponto de achar que defender o direito de todos e nos interessar pelos pequenos e empobrecidos seja heresia comunista! Estávamos em um país polarizado na dissonância... Permaneceremos? QUAIS PERGUNTAS AS EQUIPES SE TÊM FEITO NESTES ENCONTROS,PERGUNTAS SOBRE A REALIDADE QUE SE VIVE? Desejo que a pergunta fundamental que lhes cabe seja: tem sido este tempo uma graça para melhor modular o viver,o tempo de maneira mais coerente com a Fé, a ponto de a vida em família se tornar profecia alternativa às desordens amorosas reinantes? Meus queridos,desejo-lhes no prosseguimento destes encontros redescobrirem o Deus da ternura,da misericórdia,da presença redentora em tempos de cativeiro.A vida como libertação para um novo estilo de peregrinar neste planeta Terra. SHALOM a todos, minha bênção. Pe. Dalton Barros SCE Eq. 38 Setor E Região Minas I

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REFLEXÃO

A esperança cristã em tempo de isolamento social

Na sociedade contemporânea as relações humanas estão em crise, a civilização está dominada pelos valores de exclusão, em que cada pessoa pensa em satisfazer seus interesses pessoais, esquecendo-se do bem comum. Diante dessa realidade é necessária a implantação de uma comunidade regimentada pelo amor verdadeiro, mas para isto 30

é preciso que haja uma conversão nas atitudes do homem, tomando assim consciência da necessidade do outro. Porém, se antes falávamos que o homem estava vivendo um profundo distanciamento em suas relações interpessoais, a realidade atual não é diferente. A humanidade continua clamando por um novo modo de agir. Hoje mais do CM 536


REFLEXÃO

que nunca não podemos continuar como estávamos, é preciso mudar nossas atitudes para vivermos melhor no mundo. Atualmente estamos passando por momentos difíceis.A sociedade precisa se adaptar a um novo momento, pois se antes ficávamos envolvidos por inúmeras atividades, de tal forma que não tínhamos tempo nem para nós mesmos, agora estamos sofrendo um ataque de um inimigo que não podemos ver, o qual a sociedade científica batizou de Covid-19. Diante do novo inimigo muitas perguntas surgem: o que faremos? Como será o futuro? O novo inimigo nos intimida, já que não sabemos quais armas usar. Contudo, perante as incertezas o que nos resta é nos proteger do inimigo. Podemos dizer que se antes não tínhamos tempo para ficar em casa, agora o que mais escutamos é a frase: “fiquem em casa”. O novo vírus fez do isolamento a melhor atitude para evitar o contágio. Vivemos um momento tenso, visto que enfrentamos algo desconhecido. Hoje precisamos ter esperança para enfrentar as adversidades que surgem em nossa frente. Sabemos que quando acreditamos que teremos um futuro melhor, menos seremos atingidos pela angústia. Quando temos em nós o sentimento religioso, é mais provável que permaneçamos com esperança de dias melhores. A religião ¹.

pode ajudar a superar as dificuldades, uma vez que para os crentes é mais fácil superar os desafios, já que são confortados pela fé. A espiritualidade cristã requer uma adesão que leva o indivíduo a assumir uma nova postura, pois a vida cristã demanda viver de acordo com os ensinamentos de Cristo. O cristão é convidado a imitar a vida e as ações de Jesus, dando testemunho entre os homens. O sofrimento terreno ganha um novo sentido na espiritualidade cristã, porque o cristão deve unir suas dores à dor de Cristo crucificado, na esperança de que junto com ele será glorificado. A esperança cristã nos conduz para o futuro do reino de Deus, onde não haverá mais dor nem sofrimento. Por isso, podemos dizer que a espiritualidade cristã nos ajuda a superar os desafios que encontramos em tempo de isolamento social. Para o cristão o isolamento social não significa estar sozinho. A fé cristã une cada um no mesmo amor, formando uma única família que permanece unida em Cristo. A espiritualidade cristã faz com que o indivíduo enfrente os problemas com a esperança que alcançará a vitória, e que um dia receberá a recompensa da salvação. Silvano Domingos Nascimento¹ AE do Setor B Natal-RN

Licenciado em Filosofia pela FAHS e cursando Teologia no Seminário de São Pedro da Arquidiocese de Natal. E-mail: silvanodomingos753@gmail.com.

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CONTOS E REFLEXÕES

A mochila e as pedras Um fervoroso devoto estava atravessando uma fase muito penosa de sua vida,com graves problemas de saúde em família e sérias dificuldades financeiras. Por isso rezava diariamente pedindo que o livrassem de tamanhas atribulações. Um dia, enquanto fazia suas preces, um anjo lhe apareceu, trazendo-lhe uma mochila e a seguinte mensagem: O Senhor se compadeceu da sua situação e lhe manda dizer que é para você colocar nesta mochila o máximo de pedras que conseguir, e carregá-la com você, em suas costas, por um ano, sem tirá-la por um instante sequer. Manda também lhe dizer que, se você fizer isso, no final desse tempo, ao abrir a mochila, terá uma grande alegria. E desapareceu, deixando o homem bastante confuso e revoltado. “Como pode o Senhor brincar comigo dessa maneira? Eu oro sem cessar, pedindo a Sua ajuda, e Ele me manda carregar pedras? Já não me bastam os tormentos e provações que estou vivendo?”, pensava o devoto. Mas, ao contar para sua mulher a estranha ordem que recebera do Senhor,ela lhe disse que talvez fosse prudente seguir as determinações dos Céus, e concluiu dizendo: Deus sempre sabe o que faz... O homem estava decidido a não fazer o que o Senhor lhe ordenara, mas, por via das dúvidas, resolveu cumpri-la em parte, após ouvir a recomendação da sua mulher.Assim, colocou duas pedras

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pequenas dentro da mochila e carregou-a nas costas por longos doze meses. Findo esse tempo,na data marcada,mal se contendo de tanta curiosidade, abriu a mochila conforme as ordens do Senhor e descobriu que as duas pedras que carregara nas costas por um ano inteiro tinham se transformado em pepitas de ouro... apenas duas pequenas pepitas. Todos os episódios que vivemos na vida, inclusive os piores e mais duros de se suportar, são sempre extraordinárias e maravilhosas fontes de crescimento. Temendo a dor, a maioria se recusa a enfrentar desafios e partir para novas direções, a sair do lugar comum, da mesmice de sempre. Temendo o peso e o cansaço, a maioria faz tudo para evitar situações novas, embaraçosas, que envolvam qualquer tipo de conflito. Mas aqueles que encaram para valer as situações que a vida propõe, aqueles que resolvem “carregar as pedras”, ao invés de evitá-las, negá-las ou esquivar-se delas, esses alcançam a plenitude do viver e transformam, com o tempo, o peso das pedras que transportaram em peso de sabedoria. Como está sua mochila? Autor desconhecido Colaboração de: Lázara e Edison Eq. 2 A – Goiânia - Região Goiás Centro Goiânia-GO CM 536


NOTÍCIAS

BODAS DE PRATA

29 julho

2020 Yolanda e Saulo N.S. do Patrocinio Sobral-CE

29 julho

2020 Alessandra e Jorge N.S. de Guadalupe Sobral-CE

01 julho

2020 Rosileny e Mauro

N.S. Rainha dos Apóstolos Belém-PA

08 abril

2020 Luciene e Vitor N.S. Mãe Rainha Alfenas-MG

20 maio

2020 Walquiria e Vinícius N.S. Mãe dos Homens Pesqueira-PE

02

setembro 2020 Iza e Gênio

N.S. das Graças Abaetetuba-PA CM 536

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setembro 2020 Graciete e Fernando N.S. do Sorriso Belém-PA

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março 2020 Elizangela e Laércio N.S. das Graças Quixadá-CE

27 maio

2020 Givanilda e Silvano N.S. das Graças Chã Grande-PE

22 julho

2020 Titita (Elisene) e Carlinhos N.S. das Graças Barbacena-MG

17

junho 2020 Miriam e Fábio N.S. de Lourdes Pouso Alegre-MG

02

setembro 2020 Sandra e Adoniram

N.S. Mãe da Divina Providência Goiania-GO

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BODAS DE OURO

18 julho

23 julho

2020 Sandra e Jaime

2020

N.S. Rainha dos Apóstolos Belém-PA

05

Sandra e Bento N.S. Rosa Mística Nova Friburgo-RJ

março 2020 Maria Aparecida e Adalberto N.S. Rosa Mística José Bonifácio-SP

11

julho 2020

09 maio

Ana e Gomes N.S. da Medalha Milagrosa Natal-RN

2020 Beth e Sérgio

N.S. Medianeira de Todas as Graças Porto Alegre-RS

07 julho

11

julho 2020

2020 Vânia e Carlos Alberto N.S. Rainha da Paz Belo Horizonte-MG

Denise e Laércio Moritz N.S. do Perpétuo Socorro Gaspar-SC

BODAS DE DIAMANTE

07 maio

26

2020 Rosa Maria e João Carlos

dezembro 2020 Zani e Manoel

N.S. Auxiliadora - Santos-SP

N.S. do Amparo - Porto Alegre-RS

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JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES

10

março 2020

Eq. N.S. Divina Pastora Brasília-DF

JUBILEU DE OURO DAS EQUIPES

28 junho 2020

Eq. N.S. Rainha da Paz Blumenau-SC

ANIVERSÁRIO DE SCE - JUBILEU DE PRATA

07

janeiro 2020

Padre Luiz Inácio Flach Camaquã-RS

ANIVERSÁRIO DE SCE - JUBILEU DE OURO

18

julho 2020

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Padre Olivo Porto Alegre-RS

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VOLTA AO PAI

Luiz Carlos da Regina Pullin

04.10.2019 N.S. Auxiliadora Limeira-SP José Odécio da Nadai

06.09.2020 N.S. Aparecida Limeira-SP

Vinícius Ribeiro da Cínthia

21.04.2020 N.S. de Fátima Palmas-TO

Francisco Dantas da Francisquinha

17.05.2020

N.S. Desatadora dos Nós Natal-RN

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Raimundo Cavalcanti da Lourdes

23.08.2020

N.S. das Montanhas Pesqueira-PE Mário Borguesam da Lourdes

22.08.2020

N.S. das Graças Assis-SP Ir. Maria Pia Burcicki

20.05.2020 N.S. Imaculada Conceição Rio Verde-GO

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MEDITANDO EM EQUIPE

A vida conjugal se compreende em Deus e a partir de Deus A Palavra de Deus - “Portanto, quem ouve estas minhas pala- - “Maridos, amai as vossas mulheres, como vras e as põe em prática é como um homem Cristo também amou a Igreja e se entregou sensato, que construiu sua casa sobre a ro- por ela.” (Ef 5,25) cha.” Mt 7,24

Reflexão - As ENS têm como característica fundamental cuidar da espiritualidade da vida conjugal. É um Movimento que olha para o casal, não apenas para o indivíduo. Enriquecer e fazer frutificar a espiritualidade conjugal é nosso objetivo. Desde o momento em que os cônjuges deixaram suas casas para viverem o matrimônio, são uma só carne. Pensar a vida conjugal, refletir sobre este dom, é a maior contribuição que podemos oferecer à Igreja. - O casal, a partir do matrimônio, é convidado a viver sua vida no Espírito Santo. Cultivar sua espiritualidade é viver o matrimônio orientado para Deus, edificar a vida a dois na rocha que é Cristo. Cristo é o Alfa e o Ômega da vida conjugal, perfaz toda a vida do casal, é Aquele que uniu homem e mulher numa só carne e os sustenta na busca pela santidade, é o Fim último da vida a dois,a razão pela qual ambos se unem.

A espiritualidade conjugal se baseia no vínculo contraído no dia do matrimônio,vivenciado no cotidiano,tendo como fundamento o amor de Deus derramado sobre o casal. Assim,“o amor conjugal precisa ser anúncio explícito do amor apaixonado de Deus pela humanidade”. - Uma espiritualidade que não é cultivada, adoece, enfraquece e morre. O fracasso de inúmeros matrimônios tem como causa a falta de referência a Deus e não se alimentar da vida divina. Como você tem cuidado de sua Espiritualidade Conjugal? Tem vivido um profundo relacionamento com Deus ou apenas permanecido na superficialidade? Tem alimentado a espiritualidade do seu matrimônio com a Palavra de Deus, Eucaristia, oração conjugal e meditação pessoal? O Espírito é dinâmico, por isso a espiritualidade precisa ser exercitada.

Oração espontânea - Estamos na iminência de terminar este ano, bem atípico devido à pandemia. Mas isso não é motivo para esfriar ou regredir na fé. Deus espera muito de nós. Proponho a vocês a seguinte experiência espiritual: escolher uma manhã, já deixando marcado na agenda, ir

para um lugar afastado (ex.: uma chácara) ou em sua própria casa, tirar uma manhã para estar com Deus. Realizar uma profunda Lectio Divina, fazer o Dever de Sentar-se e reservar tempo para a meditação pessoal e em casal.

Oração Litúrgica Salmo 127 1. Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus caminhos. 2. Poderás viver, então, do trabalho de tuas mãos, serás feliz e terás bem-estar. 3. Tua mulher será em teu lar como uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de oliveira. 4. Assim será abençoado aquele que teme

o Senhor. 5. De Sião te abençoe o Senhor para que em todos os dias de tua vida gozes da prosperidade de Jerusalém. 6. E para que possas ver os filhos dos teus filhos. Reine a paz em Israel! Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal


ORAÇÃO EM TEMPO

DE PANDEMIA

Ó Deus, cujo único filho carregava o peso do sofrimento humano para nossa salvação, ouça as orações de sua Igreja em favor dos nossos irmãos e irmãs doentes e nos liberte de todo o mal neste tempo de tormento. Abra nossos ouvidos e nossos corações para a voz de seu filho que diz: não tenhas medo, pois eu estou sempre com vocês. Abençoe todos os médicos e

enfermeiros, pesquisadores e servidores públicos, para fazer o que é certo, e muita fé para suportar este tempo de pandemia. Que possamos nos reunir muitas vezes para louvar seu nome no coração de sua Igreja, libertados de toda a angústia e confiantes em sua misericórdia. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Av. Paulista, 352 - cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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