MEDIAÇÃO EM PANDEMIA: AS PLANTAS NO DIGITAL Não foram poucos os desafios vivenciados durante a pandemia que nos lançaram em um contexto de trabalho completamente diferente do que se praticava até então, levando-nos a repensar e rever as experiências que tínhamos de mediação cultural em museus e exposições de arte. A migração para o digital é um dos desafios que discutimos neste texto a partir da experimentação da Educativa Museu Nacional, ao longo de 2021. Também refletimos sobre a prática da mediação tendo as plantas como referência principal para a pesquisa e produção compartilhada de conhecimentos com os públicos. Nada disso teria sido possível sem a existência e funcionamento dos fundos públicos de políticas culturais, neste caso, do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), um mecanismo de apoio direto a pessoas físicas e jurídicas, que gera trabalho e renda para diferentes agentes da cultura. Num momento em que a taxa de pessoas ocupadas no setor cultural brasileiro registrou queda de 11,2% em 2020 relativamente a 2019, acompanhada de redução da participação do setor no total de ocupados no país de 5,8% para 5,6%, conforme pesquisa do IBGE13, a importância dos fundos públicos é ainda mais reforçada. No caso da Educativa Museu Nacional, o financiamento de um programa educativo proposto por agentes que não fazem parte da estrutura do Museu constitui por si só uma inovação conceitual em termos de políticas culturais, permitindo que projetos de mediação cultural possam se desenvolver como uma linguagem específica, de forma interdependente, a partir das suas próprias questões e não mais como um simples serviço adicionado a outras instâncias da produção cultural.
13. Estadão. Cultura encolheu em 2020 e deixou de empregar 700 mil pessoas no Brasil, 08 dez. 2021. Disponível em <https://bit.ly/3dDORRF>. Acesso em 10 dez. 2021. 189