JornalCana 333 (Dezembro 2021)

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INDUSTRIAL

Dezembro 2021

Usinas investem em ferramentas de medição e acompanhamento online Tecnologia auxilia na definição de estratégias para otimizar a recepção, preparo e extração da cana

Sensores, redutores, medidores e ferramentas de software que avaliam um conjunto de informações em tem− po real, são as armas que as usinas estão utilizando para otimizar o processo de recepção, preparo e extração da cana. O assunto foi tema da Quarta Estratégica do JornalCana, realizado no dia 10 de novembro, que contou com a partici− pação de Fábio Godinho, diretor da Pro−Systemas Automação Industrial, Douglas Mariani, engenheiro químico sênior, especialista de aplicação da So− teica e Rafael Purcena Borges, coor− denador de extração da SJC Bioener− gia URD − Usina Rio Dourado. Sob o patrocínio das empresas BioCon, Pro−Systemas e S−PAA− Soteica, o webinar “SINATUB − Re− cepção, Preparo e Extração” teve a condução do jornalista Alessandro Reis, do JornalCana. Segundo o engenheiro Douglas Mariani, da Soteica, responsável pela ferramenta S−PAA,“tudo começa com a triangulação da moenda que define a relação de fibra, rotação e moagem, que é ajustada em tempo real pelo SPAA e a partir destas informações a gente pas− sa o observar todo processo. Segundo ele, o diferencial do S−PAA, é que ele olha a qualidade da cana e a capacida− de de absorção de caldo e processa− mento, calculando a vazão e embebi− ção em tempo real, permitindo operar com máxima eficiência. Mariani informou que atualmente

os volumes gerenciados pelo S−PAA incluem mais de 68 plantas industriais, que processam 110 milhões de ton/ca− na e produzem 5,5 bilhões de litros de etanol/safra, 160 milhões sacas açú− car/safra, e 8,2 GWh/ano de energia, com retorno médio de R$ 2.800.000,00 por projeto. Marini explica que o software per− mite um amplo controle de todo o processo. Desde a definição da vazão com base em embebição % fibra defi− nida pela usina (avalia a qualidade da matéria prima (fibra e POL da cana); avaliação da extração em tempo real (umidade e POL do bagaço); avaliação do balanço de caldo tratamento. Nas destilarias o S−PAA tem o objetivo de estabilizar o fluxo de caldo desde a moenda até o mosto, definir a vazão de embebição, mantendo a esta− bilidade do fluxo que leva a maior ca− pacidade de processamento. Temos a capacidade de implemen− tar várias estratégias, explica Marini. “Com o NIR extração é possível en− tender a variabilidade da fibra da cana e adequar o controle do conjunto a ela, antes mesmo do seu processamento. O

S−PAA também calcula o balanço de massa da moenda e define a faixa de rotação que se pode buscar, estabilizan− do todo o processo levando a uma ex− tração maior.” Fábio Godinho, diretor da Pro− Systemas Automação Industrial, em− presa que desde 2004, atua no merca− do de fabricação de equipamentos pa− ra automação, com sede em Ribeirão Preto − SP, para a área de embebição, sugere a implementação de duas variá− veis importantes no processo: o deslo− camento de rolo e a análise da umida− de do bagaço online. Com a implementação de equipa− mentos como o sensor de analisador de umidade online PS−UM03. "Um equipamento bem robusto, não temos até aqui nenhum histórico de desgaste. Indicamos a instalação destes sensores, tanto na bica de saída da moenda co− mo na chapa após o pente do último terno da moenda. Esse equipamento também tem si− do utilizado para a medição de umida− de da biomassa em caldeiras, tanto pa− ra bagaço como para cavaco, e tem tra− zido bons resultados proporcionando

Fábio Godinho

Fábio Godinho

Rafael Purcena Borges

um controle mais fino na combustão da caldeira”, disse Godinho. Rafael Purcena Borges, da SJC Bioenergia, apresentou o conjunto de ações determinantes para a evolução da capacidade de moagem na unidade Rio Dourado, que saiu de um difusor de 12 mil para chegar a 17 mil toneladas, um aumento de 5.800 na moagem. A unidade conta com um Difusor Sermatec 9,9m x 60m, com capacida− de nominal de 12.000 TCD e Moen− da Simisa 90". Em 2014 a unidade tinha uma moagem de 13.206,56 ton. Em 2015 com a implementação do check list operacional on−line, subiu para 14.114,38 ton. De 2016 a 2018 as ações incluíram: elevação da altura do col− chão, implantação de dois motores de média 3.000CV, aumento de um passe da rosca afofadora, que ficou com 5 passes, adição de um conjunto redutor na esteira de borracha e um conjunto redutor na esteira de arraste, nova triangulação da moenda e camisa alta drenagem e utilização de medidor de vibração online SKF. “Em 2019, iniciamos com treina− mentos operacionais mensais, adequa− ção na altura do tambor alimentador e implementação do S−PAA, que iniciou controlando o gerador de energia, e agora controla também a embebição e vazão de caldo.Também adotamos dois redutores 3G full na moenda e medi− dores de vibração online KFC e esta− mos com 17.041,40 toneladas”, contou. Como principal ponto para a efi− ciência em extração, Borges destacou o monitoramento da Open Cell; Embe− bição % Fibra; Temperatura do difusor e monitorar a vazão de caldo. “Todo esse quarteto trabalha junto”, disse.


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