USINAS
Janeiro 2021
é fato determinante para saber se a empresa vai ter sucesso ou não. “Nós temos um alvo de 14 toneladas de açúcar por hectare e esse é nosso ho− rizonte”, ressalta. Segundo ainda o diretor, a região de atuação da usina, no noroeste mi− neiro, principalmente o Vale Paracatu, conta com boa temperatura, alta lu− minosidade, topografia plana, solos ar− gilosos e boa fertilidade. “Mas temos um período que é seco, muito defini− do e que todo ano a gente tem, por isso é que já estamos preparados para isso com nossa irrigação. E aí quando chove, nós temos os barramentos ar− tificiais que enchem na época da chu− va e a gente utiliza na época da seca. Não chegamos a fazer uma irrigação plena, mas sim um complemento da necessidade hídrica”, explica. Payne comentou “Vamos evoluir em cima do sequeiro, entendemos que o pivô tem maior produtividade mas também altos custos, utilizando varie− dades melhor adaptadas, torta de filtro plantada no sulco, e com uma boa ir− rigação de salvamento o sequeiro tem boa viabilidade econômica. E nós pre− tendemos evoluir na produtividade, principalmente dos sequeiros, até por− que é nossa maior parcela”, justificou. “Nós já fechamos esse ano com 99 toneladas de cana por hectare (TCH) e 13 toneladas de açúcar por hectare (TAH). Com foco muito grande na agrícola atingiremos 105 de TCH e 14 TAH, nessa evolução vamos com− plementando a indústria de acordo com aumento da cana”, disse. “Nosso objetivo é perpetuar a empresa financeiramente e economi− camente saudável, contribuindo posi− tivamente para nossos acionistas, inte− grantes e parceiros/vizinhos de agri− cultura que foram e serão sempre fundamentais nesse processo”, alegou. Segundo o diretor, apesar da in− dústria da companhia ser moderna e eficiente, não tem muita escala, o que deve ocorrer a partir de uma moagem
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Diretores da DVPA e representantes dos acionistas: Henrique Dias Cambraia (Família Dias), Tomas Payne e Thomas Otto Hueller (Família Vieira)"
acima de 2 milhões. “Nós temos uma maneira bem enxuta e simples na condução do negócio, que chamo ca− rinhosamente de sistema “fazendão”, contou. Além do baixo custo, ele disse que são também muito ágeis. “Se a ideia é boa, no dia seguinte a gente está fa− zendo, não tem conversa. Somos em três diretores, o que dá muita agilida− de na boa condução do negócio. A gente se entende muito bem, tem uma boa sinergia e consegue tocar bem isso. Somos um “fazendão”, mas um “fazendão” que tem agricultura 4.0. Nosso plantio, a adubação e a pulverização são feitas com piloto automático, ou seja, com muita tec− nologia embarcada, e na indústria não é diferente, vem evoluindo cada vez mais”, comentou.
Tecnologia e mão de obra O Parque Industrial da DVPA es− tá instalado numa área de cerca de
38.000 m², na Fazenda Boa Esperan− ça. “A gente já é 4.0 na agrícola. Ago− ra vamos ser também na indústria com a aquisição da plataforma S−PAA, que vai nos ajudar bastante na gestão de ajuste fino e no timing de resposta. Aqui é assim eu apresento o projeto de manhã e se for bom a tarde a gente já está fazendo”, assegura Payne. De acordo com ele, é preciso evo− luir também em produtividade. “Fe− chamos agora uma safra de 770 tone− ladas por máquina dia, é um bom ín− dice, mas ainda temos muito e evoluir. Para isso, precisamos ter as informações como ferramenta de gestão, ou seja, não adianta só registrar os dados, é preciso ter gestão sobre esses dados”, disse. Com cerca de 900 integrantes, a usina conta com 11% do seu quadro formado por mulheres e segundo Payne, deve continuar investindo na formação técnica e ampliação da par− ticipação feminina no quadro de in− tegrantes. “Acho que o trabalho feminino é diferenciado. Ele traz mais respeito
dentro do ambiente de trabalho, mais equilíbrio e elas são mais detalhistas.” elucidou.
sustentabilidade Para Thomas Payne, o setor su− croenergético vem passando por uma grande transformação. “A primeira vez que ouvi falar em RenovaBio, pensei vem aí mais uma certificação só para impedir produção, impedir exportação, como tantas que a gente vê nesse país afora. Mas o Renova− Bio foi um negócio extremamente bem−feito com a inclusão das nego− ciações na B3, disse. “Você pega um setor, que na pri− meira e segunda décadas era conheci− do pelos “coronéis de engenho”, e depois do ano 2.000 passou a ser vis− to como empresas que vendem pres− tação de serviço ambiental. Então é aquela coisa, eu vou dormir pensando assim: hoje eu contribuí para o meio ambiente. Não tem coisa mais impac− tante e agradável nesse mundo”, fina− liza Payne.