Gazeta Rural nº 395

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Boticas prepara XXIV Feira Gastronómica do Porco

05 Rota Dão & Petiscos está de regresso em mais de 60 restaurantes da Rota Dão & Petiscos em mais de 60 restaurantes da região Mais de 60 restaurantes da região aderiram à Rota Dão & Petiscos, uma iniciativa da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR do Dão). Após o sucesso da primeira edição a Rota repete-se este ano para promover os vinhos e os restaurantes da região. Ficha técnica Ano XVIII | N.º 395

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Luís Cruz

Sede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

região

06 Há “Sabores do Campo à Mesa” em 22 restaurantes de Vila Franca de Xira

08 Feira do Míscaro em Sátão “é uma aposta ganha”

10 Constância promove Festival do Javali e os produtos locais

12 Rural Castanea promove a castanha e outros produtos de Vinhais

14 Castanha de Vinhais está atrasada e pode ser bom para a produção 16 Feira da Castanha para “incentivar a economia local” de Valpaços 18 Festa do Castanheiro de Marvão homenageia agricultores locais 20 Há castanha e outros sabores de montanha em Folgosinho

22 Festival ‘mostrou’ o Vinho da Madeira e a gastronomia local

24 Pastel de castanha Quinas é referência gastronómica no concelho do Sabugal

25 Sabugal tem projeto tecnológico para monitorização de castanheiros

26 Instabilidade do clima está a afetar a produção de mel na região Centro do país

30 Plataforma online quer valorizar a Maçã Bravo de Esmolfe

31 Município de Viana do Castelo garantiu certificação nacional da “Torta de Viana”

33 Festival Gastronómico “Vila Viçosa à Mesa” é dedicado à caça 34 Sabugal debate “Desafios da transição energética”

37 Festival Internacional de Balonismo vai decorrer em Coruche 38 Há ‘Vinhos & Sabores’ da Beira Interior em Pinhel



Marcada para o fim de semana de 6 a 9 de Janeiro de 2022

Boticas prepara XXIV Feira Gastronómica do Porco Está marcada para o fim de semana de 6 a 9 de Janeiro de 2022 a XXIV Feira Gastronómica do Porco, certame que anualmente abre o ciclo de eventos dedicados ao fumeiro e aos produtos regionais da região do Barroso.

A decisão foi tomada após reunião entre a Câmara de Boticas e os produtores de fumeiro que participam na Feira Gastronómica do Porco, a fim de acertar pormenores relativos à edição 2022 do evento, que se realizará no Pavilhão Multiusos de Boticas. À semelhança do que aconteceu em 2020, o evento terá novamente a duração de quatro dias, decorrendo de quinta-feira a domingo, e realizar-se-á segundo as recomendações emanadas pelas Autoridades de Saúde, no âmbito da Covid-19. O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, fez o balanço da última edição da feira que, devido à pandemia, decorreu apenas em formato online, através da plataforma digital BoticasTem (www.boticastem.pt). O autarca agradeceu a recetividade dos produtores na adesão à iniciativa promovida pelo Município, em conjunto com a Mais Boticas - Associação Empresarial Botiquense, e

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que serviu, acima de tudo, para ajudar os produtores a escoarem o fumeiro e enchidos produzidos para a feira. Tendo em conta o sucesso de vendas alcançado, a plataforma online estará em funcionamento também na próxima Feira do Porco, de forma a facilitar a compra àqueles que pretendam adquirir produtos do Concelho de Boticas a partir de qualquer parte do país ou até mesmo do estrangeiro. “Queremos que a vigésima quarta edição da Feira do Porco corra da melhor forma possível e que traga merecido retorno financeiro aos produtores de fumeiro e à economia local. Em 2022, como complemento à feira presencial, também estará em funcionamento a plataforma BoticasTem”, referiu Fernando Queiroga. O autarca acrescentou ainda que “a qualidade já é a imagem de marca da Feira do Porco de Boticas, por isso continuamos focados em promover a nossa terra, atrair mais visitantes e divulgar a essência dos nossos produtos endógenos, contando, para tal, com o importante contributo dos produtores de fumeiro”. O presidente da Câmara de Boticas acrescentou também que a autarquia vai continuar a comparticipar os custos relativos ao abate dos porcos destinados ao certame, desde que este seja realizado no Matadouro Regional do Barroso.

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 Email: novelgrafica1@gmail.com


Iniciativa realiza-se de 1 a 30 de Novembro

Rota Dão & Petiscos está de regresso em mais de 60 restaurantes da região Mais de 60 restaurantes da região aderiram à Rota Dão & Petiscos, uma iniciativa da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR do Dão). Após o sucesso da primeira edição a Rota repete-se este ano para promover os vinhos e os restaurantes da região.

Com o objetivo de valorizar os estabelecimentos de restauração da Região Demarcada do Dão e promover a gastronomia e o vinho do Dão, a Rota Dão & Petiscos está de regresso para a segunda edição. A iniciativa da CVR do Dão vai realizar-se em mais de 60 restaurantes aderentes da região entre 1 e 30 de Novembro. Assim, cada ponto de venda aderente irá promover um menu composto por um petisco à escolha e um copo de vinho do Dão por 4,50 euros. “Esta iniciativa aconteceu pela primeira vez no ano passado, de forma a promover os vinhos e a restauração num ano atípico, uma vez que o canal horeca é muito importante para os produtores. A Rota Dão & Petiscos foi um sucesso e, por isso, passou a fazer parte do nosso calendário de ações para promover os vinhos do Dão”, explica o presidente da CVR do Dão, Arlindo Cunha. Esta iniciativa é ideal para quem não resiste a um petisco harmonizado com um vinho da região e quem aderir ainda pode ganhar prémios, tal como aconteceu no ano passado. Para os clientes que se quiserem habilitar a ganhar têm de partilhar uma fotografia, do menu, do copo no Facebook ou Instagram com a hashtag #vinhosdodao e o nome do estabelecimento, e fica imediatamente habilitado ao sorteio dos seguintes prémios: O primeiro é uma estadia para duas pessoas, em regime de meia pensão no Hotel Quinta do Medronheiro e três garrafas de vinho Dão; o segundo um almoço ou jantar, para duas pessoas, no restaurante Mesa de Lemos - galardoado com uma Estrela Michelin em Viseu - e três garrafas de vinho do Dão; o terceiro prémio são seis garrafas de vinho do Dão. Os três prémios serão entregues às fotografias com maior número de gostos entre as duas redes sociais. A CVR Dão está a promover esta iniciativa em parceria com a Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (AHRESP), a Cave Lusa e a Viseu Marca. A lista de restaurantes aderentes pode ser consultada no site cvrdao.pt/rotadaopetiscos.

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Campanha decorre durante o mês de Novembro

Há “Sabores do Campo à Mesa” em 22 restaurantes de Vila Franca de Xira Numa iniciativa da Câmara de Vila Franca de Xira, vai decorrer durante o mês de Novembro a Campanha de Gastronomia “Sabores do Campo à Mesa”. Este evento conta com a participação de 22 restaurante que vão destacar pratos com tradição e história neste concelho ribatejano. Entre os pratos que os visitantes podem degustar, destaque para a Canja à Vila-Franquense, uma marca registada pela Câmara Municipal; o Torricado com Bacalhau Assado e os pratos de coelho, pela tradição da caça nas zonas mais rurais. A apresentação deste evento gastronómico ficou marcada pelo presença do “Franxiro”, o doce oficial do concelho, que resultou de um concurso lançado pelo município e que teve como vencedores os alunos do curso profissional de cozinha e pastelaria da Escola Secundária do Forte da Casa. Também os vinhos produzidos pelo município na Quinta da Subserra, os ‘Encostas de Xira’ tinto e branco, são propostos para acompanhamento dos diferentes pratos nos restaurantes aderentes. Na apresentação da iniciativa foram dados a provar as novas colheitas, nomeadamente os monovarietais Arinto e Touriga Nacional. “Temos muito orgulho no patamar de excelência e prestígio que os nossos vinhos já atingiram, não regateámos esforços para chegar a este nível e esperamos que assim continue”, afirmou Alberto Mesquita. Na vindima deste ano foram colhidas 14 toneladas de uvas brancas (mais 2 que em 2020) e 36,5 toneladas de uvas tintas (mais 13 que em 2020), que de resultou uma produção de 9.500 litros de vinho branco e 28 mil litros de vinho tinto.

Iniciativa decorre em 22 restaurantes participantes Na Campanha de Gastronomia “Sabores do Campo à 6

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Mesa” participam 22 restaurantes, distribuídos por Alhandra, Alverca, Calhandriz, Forte da Casa, São João dos Montes, Vialonga e Vila Franca de Xira, que propõem as suas versões destas receitas tradicionais. Mantendo a genuinidade dos ingredientes, numa ou outra roupagem, o conjunto dos sabores encerra um valoroso património. O Torricado e a substancial Canja à Vila-Franquense remetem-nos para a vivência campestre; o coelho para a caça fora da zona urbana e o desfecho de um reconfortante comer de tacho. Para acompanhar estes pratos da cozinha de conforto, os visitantes terão oportunidade de provar o vinho de produção exclusivamente Municipal, o ‘Encostas de Xira’, proveniente de uvas das vinhas da Quinta de Subserra, que a autarquia associa a esta campanha, integrando a carta dos restaurantes participantes e que harmonizam os pratos propostos para esta época de Outono. Os monovarietais Arinto ligam bem com o Torricado com Bacalhau Assado e o Touriga Nacional realça o potencial de um Coelho à Caçador ou, por exemplo, de um Escabeche de Coelho. Para aliar outras experiências à boa gastronomia, são oito os parceiros nesta iniciativa que proporcionam durante o mês de Novembro (mediante fatura e/ou cupão do folheto no âmbito da desta iniciativa) descontos em produtos, atividades e alojamento, representativos dos recursos e da variada oferta do Município. Os interessados podem consultar os estabelecimentos que se associam, as condições dos parceiros e traçar o seu roteiro. Deste modo, fica o convite para uma viagem por sabores que o concelho de Vila Franca de Xira mantem vivos, através de mais uma campanha de gastronomia, à qual os interessados podem sempre acrescentar um passeio pelo Tejo, uma visita à biblioteca Fábrica das Palavras ou a uma exposição no Museu do Neo-Realismo, uma saudável caminhada pelos caminhos ribeirinhos, entre tantas outras possibilidades.


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Diz Alexandre Vaz, presidente da Câmara

A Feira do Míscaro é uma aposta ganha” no concelho de Sátão

O Lardo de São Bernardo, em Sátão, recebe no fim de semana de 5 e 6 de Novembro a XIV Feira do Míscaro, evento que promove um produto com grande relevância, nesta altura do ano, no concelho. A “Capital do Míscaro” vai proporcional dois dias de muito animação, com inúmeras atividades, uma prova de míscaros, um magusto e a atuação da Rebeca, a meio da tarde de domingo. O presidente da Câmara de Sátão salienta que a Feira do Míscaro “é uma aposta ganha”. Alexandre Vaz diz que “já há bastante míscaro, pelo que acredita, depois da não realização do evento em 2020 devido à pandemia, que este será um “certame atrativo”, atendendo às muitas solicitações que tem chegado à autarquia, não só de expositores, mas também de pessoas interessados em adquirir este tão afamado produto. Gazeta Rural (GR: A Feira do Míscaro regressa este ano? Alexandre Vaz (AV): Tivemos um 8

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ano sem Feira do Míscaro, pelas razões conhecidas. Vamos ter uma feira nos moldes anteriores, pelo menos assim o esperamos. A avaliar pelas inscrições que temos para expositores, julgo que teremos um certame atrativo, como foi em 2019. A feira vai decorrer no sábado e domingo. No primeiro dia haverá a abertura da feira, pelas 16,30 horas, e à noite a banda The Brothers animará todos quantos estiveram no recinto. Domingo será o grande dia, com inúmeras atividades, como uma prova de míscaros, um magusto e a atuação da Rebeca, para animar a nossa feira. Esperamos que muitas pessoas nos visitem. O míscaro continua a ser muito apreciado e nós vemos isso pelos pedidos que recebemos de pessoas que os querem comprar aqui no concelho. Pensamos que a Feira do Míscaro é uma aposta ganha. Vamos na décima quarta edição e esperamos que a feira deste ano não será inferior às anteriores, apesar de termos ultrapassado um período difícil, de pandemia, mas, acreditamos, será uma grande edição, com muitos visitantes, promovendo um produto endógeno do nosso concelho. Será uma grande festa também para

dar a conhecer o melhor que o nosso concelho tem para oferecer. GR: Já há muito míscaro? AV: Já há bastante míscaro. Já fizemos algumas provas. Tivemos um grande evento, realizado na Quinta da Taboadella, com os sabores da terra, entre os quais o nosso míscaro. GR: Este é um produto que ‘marca’ o concelho. Em que medida o concelho ‘vai atrás’ desse produto? AV: Permita-me voltar um pouco atrás e olhar para o início deste trajeto, que tem sido a Feira do Míscaro. Quando pensamos na realização deste evento não quisemos ser diferentes só porque sim. Pertencemos à Região Demarcada do Vinho do Dão e temos muito bom vinho. A Quinta da Taboadella, em Silvã de Cima, adquirida pela Família Amorim, é hoje uma referência do que de melhor se faz na região e no país, não só na produção de vinhos, mas também com um conceito de enoturismo diferenciador. No concelho de Sátão poderíamos ter pensado numa Feira do Vinho, numa Feira do Queijo, mas quisemos


uma coisa diferente, daí termos criado este certame à volta do míscaro. Respondendo à sua pergunta, o Sátão vai atrás da Feira do Míscaro para dar mais visibilidade ao concelho, promovendo o território e as coisas boas que por cá temos. GR: A Quinta da Taboadella é hoje o ex-libris do concelho? AV: É, sem dúvida. Tem hoje uma adega do melhor que há em Portugal, pelos investimentos que foram feitos na sua recuperação, pela abertura que tem para quem os visita, pois têm sempre a funcionar uma loja com vinhos e outros produtos endógenos da nossa região. Por tudo isso, temos que olhar para a Taboadella como um ponto muito importante no enoturismo e um polo de atração do nosso concelho. Disse isto há dias. Quando promovemos o vinho, estamos a divulgar a nossa cultura e o nosso património. Neste campo, a Taboadella veio dar um salto grande nesta área para o concelho de Sátão. Contudo, penso que ainda é muito cedo. A Taboadella é conhecida há muitos anos, há séculos mesmo, pois já no tempo dos romanos ali se produzia vinho. Foi renovada e requalificada há pouco tempo, mas, acredito, vai contribuir decisivamente para que o concelho de Sátão seja mais conhecido. O evento que lá realizámos recentemente, poderíamos tê-lo feito noutra qualquer localidade, mas escolhemos a Silvã de Cima, e a Quinta da Taboadella, por todas as razões que atrás enunciei. GR: Os dados preliminares do Sensos deste ano mostram que a desertificação do interior continua. São investimentos como o que foi feito na Taboadella que podem atrair gente a estas regiões? AV: Um dos problemas do interior, e talvez o mais grave, é a desertificação. A atração de pessoas a estes territórios pode ser feita através dos autarcas, que muito têm trabalho e lutado nesse sentido. Contudo, isso só pode resultar com a colaboração da Administração Central. Esta tem que criar incentivos e proporcionar acessibilidades que permitam a fácil mobilidade das pessoas. Se assim não for o país vai continuar a ‘cair’ para o litoral. Os autarcas, sozinhos, por mais que tentem, por mais que se esforcem, não vão conseguir resolver esta questão. Obviamente que a Quinta da Taboadella, para além da produção de vinhos de grande qualidade, é, sem dúvida, um polo de atração de gente ao concelho. Isso faz mexer a nossa economia e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida das nossas gentes. Isto é o que um autarca deve ansiar para a população do seu concelho. Para inverter o ciclo de desertificação que tem assolado o interior nas últimas décadas é necessário que o poder central olhe de outra forma para estas regiões. As pessoas que insistem, e resistem, em viver no interior têm os mesmos direitos, pelo que é necessário que lhe dêem as mesmas condições de quem vive no litoral e nas grandes cidades. Um exemplo prático são as áreas de acolhimento empresarial. Se a Administração Central quisesse, era possível que muitas empresas que hoje se instalam no litoral, o fizessem no interior. Bastava haver melhores acessos. Com isso o território ficaria melhor ‘distribuído’. www.gazetarural.com

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De 6 a 14 de Novembro, em sete restaurante do concelho

Constância promove Festival do Javali e os produtos locais Constância “tem as suas iguarias gastronómicas ligadas às características do seu território” Depois de se ter realizado em 2019, devido à pandemia não foi possível realizar o Festival do Javali em 2020. O evento regressa esta ano, depois dos “bons resultados” alcançados na primeira edição. 10

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Com este evento, a autarquia de Constância pretende promover um produto que marca a sua presença no território, bem como atrair visitantes ao concelho, num período em que se inicia a denominada época baixa para o turismo. O presidente da Câmara de Constância, em entrevista à Gazeta Rural, espera que este festival “traga muita gente aos restaurantes do concelho, o que será uma mais-valia para todo o tecido económico do nosso território”. Sérgio Oliveira diz que este evento se insere na estratégia do município, que aposta na atração de pessoas ao seu território. Gazeta Rural (GR): Depois de lançado em 2019, com bons resultados, que expectativa tem para a edição deste ano? Sérgio Oliveira (SO): À semelhança do que aconteceu na primeira edição,

esperamos que esta segunda edição, dinamizado pelo Município e pelos restaurantes aderentes, traga muita gente aos restaurantes e consequentemente ao concelho, o que será uma mais-valia não só para a restauração como para todo o tecido económico do nosso território. GR: Para quem não conhece, que pratos, tendo a carne de javali como ingrediente, os visitantes podem encontrar? SO: Nos sete restaurantes aderentes, os visitantes poderão encontrar lombinho de javali com mel, ameixa e vinho do Porto, javali estufado com ervas aromáticas, caril de javali, javali estufado em molho de caju e frutos secos, o piano e a batuta, costelinhas de javali em redução de molho de ameixa, ensopado de javali, cataplana de javali, empanada de javali, pica-pau de javali, carne


assada de javali em molho de laranja e mel, costeletas de javali grelhadas com migas e batata frita. GR: Que outras iguarias gastronómicas o concelho oferece? SO: O concelho tem as suas iguarias muito ligadas às características do próprio território. Em Constância os diferentes tipos de peixe do rio são os ingredientes por excelência de diversos pratos de peixe que integram a nossa gastronomia, tais como o peixe frito, a açorda de ovas, a fataça, o sável, a lampreia, as enguias, entre outros que fazem do peixe dos nossos rios verdadeiros reis dos nossos cardápios. Nas freguesias de Montalvo e de Santa Margarida da Coutada, ambas mais ligadas à terra e à agricultura, merecem destaque as migas tradicionais, a sopa de couve com feijão e os pratos de carne tais como os que são confecionados com borrego. Falando de gastronomia não podemos esquecer a nossa doçaria, desta-

cando os Queijinhos do Céu, como o doce tradicional do concelho. GR: O turismo gastronómico é hoje um produto muito procurado. A gastronomia é uma aposta na atração de gente ao concelho e, dessa forma, dinamizar a economia local? SO: Sem dúvida, que o turismo gastronómico é um produto muito procurado e que tem sempre efeitos muito positivos nas economias dos territórios. Por isso, o Município promoveu pela primeira vez, em 2019, o Festival da Fataça e o Festival do Javali. Infelizmente, devido à pandemia não foi possível realizar as edições de 2020, nem a edição de 2021 do Festival da Fataça. Mas agora, estamos de volta para dar continuidade, entre outros eventos, aos dois festivais visando valorizar os nossos produtos endógenos, as artes culinárias e os saberes ancestrais como elementos de um património intangível e testemunho da nossa identidade cultural.

Valorizar os produtos endógenos, as artes culinárias e os saberes ancestrais do concelho é o objetivo do Município de Constância com a realização do II Festival do Javali. Este evento gastronómico vai decorrer de 6 a 14 de Novembro em sete restaurantes do concelho.

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De 5 a 7 de Novembro, no Parque de Exposições

Castanha e outros produtos da terra estão em destaque na Rural Castanea em Vinhais O Parque de Exposições de Vinhais vai receber a edição 2021 da Rural Castanea - Festa da Castanha, que terá lugar de 5 a 7 de Novembro. O recinto vai receber 165 expositores, 75 dos quais no Pavilhão Municipal e os restantes no exterior do recinto. A Rural Castanea promove um dos mais importantes produtos económicos do concelho de Vinhais, um dos maiores produtores nacionais de castanha. No programa destaque para as Jornadas Técnicas do Castanheiro, da Apicultura, Suinicultura e Micologia e os diversos concursos. No plano de animação, Zé Amaro é o cabeça de cartaz, que animará a noite do segundo dia do evento. 12

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“A Festa da Castanha é cada vez mais uma montra das colheitas de Outono” Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Vinhais tem “expectativas são muito positivas” para a edição deste ano, num evento que volta a receber milhares de pessoas. Luis Fernandes diz que “as pessoas estão com ‘vontade’ de visitarem a Feira”, para além de haver “uma grande procura por parte dos expositores”. Gazeta Rural (GR): Tendo em conta o último ano e meio, que expectativas tem para esta edição da Rural Castanea? Luis Fernandes (GR): As expectativas são muito positivas e sentimo-nos muito felizes por podermos realizar a

Festa da Castanha presencialmente. Estamos a voltar, lentamente, à normalidade. As pessoas estão com ‘vontade’ de visitarem a Feira e, por outro lado, temos notado uma grande procura por parte dos expositores. Neste caso, a procura é maior do que a oferta, isto é, não temos espaço disponível para tantos expositores. GR: O que mais destaca no programa da edição deste ano? LF: O programa é muito variado. Pretendemos não só divulgar a castanha, um produto importante para a economia do nosso concelho, mas também promover a parte científica relacionada com o setor agrícola. Durante os três dias vão realizar-se Jornadas Técnicas do Castanheiro, da Apicultura, Suinicultura e Micologia.


Para além destas iniciativas, destaco o programa “Aqui Portugal”, da RTP, (no sábado, 6 de Novembro, a partir das 11 horas) e os vários Concursos (Castanha, Mel e Doçaria com Castanha), Demonstrações Culinárias, Chegas de Touros de Raça Mirandesa, Montaria ao Javali, Demonstração Equestre e Arte a Cavalo. Para além disso, haverá animação musical, sempre importante nestes eventos. A XVI Rural Castanea contará com Zé Amaro que promete animar a noite de sábado. GR: A Rural Castanea é também uma mostra de outros produtos da terra. Como reagiu o setor primário do concelho nos últimos dois anos em face da pandemia? LF: Este certame é cada vez mais uma montra das colheitas de Outono onde a rainha é a castanha. A pandemia, que assolou o mundo nos dois últimos anos, prejudicou vários setores e ainda que também tenha prejudicado o setor agrícola, considero ter sido o que menos sofreu. Neste âmbito, a Câmara de Vinhais implementou várias medidas no sentido de apoiar aqueles que vivem do setor primário. São exemplos disso a comparticipação dos medicamentos utilizados para a terapêutica de bovinos, ovinos, caprinos e suínos assistidos no Piquete Veterinário; assegurar a desparasitação gratuita de todos os animais de interesse pecuário (em coordenação com a OPP); redução da taxa de abate no Matadouro de Vinhais, o que permitiu aos talhantes comprarem os animais no concelho de Vinhais, ao mesmo tempo que os criadores aumentassem o número de venda. Destaco também a criação da plataforma online de venda de fumeiro. GR: Como antevê a campanha da castanha deste ano no concelho? LF: Está ligeiramente atrasada, em relação aos anos anteriores. Quanto à produção, neste momento, ainda é cedo para prevermos a quantidade de castanha existente. GR: Há regiões onde há alguns problemas com um fungo que está a afetar a qualidade da castanha. Qual a situação no concelho? LF: No concelho, infelizmente, o fungo já foi detetado, mas ainda não tem grande significado. Estamos atentos e a monitorizar esta situação, em conjunto com as entidades científicas que nos apoiam ao nível as doenças

do castanheiro, como a ABOREA, IPB, UTAD, entre outras. GR: Tem havido aumento na área de soutos no concelho ou a produção está estabilizada? LF: Tem havido um crescimento na área dos soutos, uma vez que as plantações têm aumentado, principalmente pela faixa etária mais jovem, que tem demonstrado particular interesse pelos castanheiros. Em relação à pro-

dução, esta depende de vários fatores, sendo que a questão das doenças traz sempre constrangimentos a este nível. GR: Quais os principais mercados para a castanha de Vinhas? LF: Grande parte da nossa castanha tem como destino a Itália e o Brasil. No entanto, há sempre disponibilidade para outros mercados, dependendo da quantidade e qualidade da castanha. www.gazetarural.com

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Segundo Abel Pereira, da associação florestal Arbórea

Castanha de Vinhais está atrasada e pode ser bom para a produção

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A campanha da castanha está atrasada no concelho de Vinhais, um dos maiores produtores nacionais, o que pode ser bom para a produção este ano, segundo revelou uma das associações ligada ao setor.

Quanto mais demorar, mais caro pode ser o preço pago ao produtor, o que significa que, independentemente da quantidade, o atraso é “das melhores notícias para a produção”, segundo Abel Pereira, da associação florestal Arbórea. “Não há previsões, apenas um único dado que está atrasada e que pode ser bom para a produção, uma campanha atrasada”, declarou o dirigente. O concelho de Vinhais colhe cerca de oito mil toneladas de castanha e, num ano bom, fatura entre 12 a 15 milhões de euros, sendo que uma faturação anual abaixo dos 10 milhões de euros é considerada “um mau ano”, segundo os responsáveis locais. Neste concelho há dois mil produtores com realidades distintas, alguns a faturaram 500 euros e outros entre cem a 150 mil euros por campanha, todavia a castanha é a principal fonte de rendimento deste concelho com menos de oito mil habitantes. Desde meados de Setembro que já se apanha castanha nesta região da chamada Terra Fria Transmontana, porém a campanha ainda não começou em força porque o desenvolvimento do fruto está atrasado. “É sempre bom nós não termos uma campanha muito evoluída até aos Santos, até ao São Martinho, isto pela razão que, havendo aqui uma procura maior do que a oferta, pode eventualmente ser mais simpático para a produção”, explicou o presidente da Arborea. A campanha deste ano deve prolongar-se até Dezembro, mas, tal como não faz previsões sobre a produtividade, Abel Pereira também ressalva que tudo depende das condições meteorológicas. “Pode, por exemplo, haver uma chuvada durante o próximo fim de semana em que 40% ou 50% da castanha cai e que a campanha acabe mais depressa, mas é sempre tudo sempre muito relativo”, ilustrou. O concelho de Vinhais tem todas as variedades de castanha e há 16 anos que faz uma feira anual, a coincidir com a campanha para promover o produto que se destaca nas colheitas de Outono. A castanha é a principal fonte de rendimento do concelho onde “praticamente todas as famílias têm ali na castanha uma forma de obter alguma ajuda em termos económicos”, como destacou o presidente da Câmara, Luís Fernandes. “Felizmente as plantações de castanheiro estão a aumentar e cada vez mais jovens apostam nesta e noutras culturas e é um facto que cada vez mais a castanha tem aqui uma importância muito grande”, acrescentou.


Semana Gastronómica da Caça, Pesca & Castanha até 7 de Novembro

Há “Sabores de Outono” em 18 restaurantes de Bragança Os “Sabores de Outono” dão o mote à Semana Gastronómica da Caça, Pesca & Castanha, que decorre em Bragança até 7 de Novembro. No total, são 18 restaurantes que se associaram à iniciativa, onde é possível degustar, e desfrutar, de uma gastronomia tipicamente outonal, rica em sabores e saberes ancestrais.

Pratos à base de caça, pesca e castanha vão estar, assim, na mesa dos brigantinos e dos turistas, com o objetivo de contribuir para a promoção e preservação do património cinegético e endógeno, valorizando três dos setores mais importantes para a economia do concelho. “Bragança é o maior produtor nacional de castanha, com um impacto económico na ordem dos 100 milhões de euros”, destacou o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias. A Semana Gastronómica da Caça, Pesca & Castanha conta com a participação de 18 estabelecimentos, que disponibilizam menus entre os 15 e os 35 euros/pessoa.

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De 5 e 7 de Novembro, no concelho de Valpaços

Feira da Castanha regressa para “incentivar a economia local” de Carrazedo Montenegro A Feira da Castanha Judia de Carrazedo Montenegro, no concelho de Valpaços, regressa entre 5 e 7 de Novembro, após um ano de ausência, para “incentivar a economia local” e dar montra aos produtores, destacou a autarquia. “Este certame serve como uma montra dos produtos regionais e locais. Acreditamos que é uma forma de incentivar a economia local e alavancar os produtores do concelho”, realçou a vereadora da Câmara de Valpaços, no distrito de Vila Real, Teresa Pavão.

A vila de Carrazedo Montenegro acolhe a vigésima quarta edição da Feira da Castanha Judia, depois de não se ter realizado em 2020 devido à pandemia de covid-19. Para Teresa Pavão, o concelho tem “vivido momentos de verdadeira resiliência e aprendizagem” ao ter que se “adaptar e criar condições” durante a pandemia. “É nestes momentos, de feira, que o trabalho de um ano deve ser mostrado, valorizado e reconhecido. Queremos que sirvam para dignificar a região, alavancar a economia e reconhecer e engrandecer o trabalho ao longo do ano”, apontou durante a conferência de imprensa de apresentação da feira. A vereadora da autarquia de Valpaços lembrou também que a agricultura “não tem uma dimensão fácil” porque contam com “o certo e o incerto”, dando como exemplo as variações ao nível da produção de castanha. O Pavilhão Rota da Castanha vai acolher 65 expositores, sendo que destes 50 são de produtores locais que terão vários produtos à venda como castanha, derivados da castanha 16

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e ainda o folar de Valpaços, azeite, vinhos, mel, compotas ou frutos secos. “A nível regional e nacional os nossos agricultores têm do melhor para oferecer.” A Feira da Castanha Judia de Carrazedo Montenegro, organizada entre a autarquia de Valpaços, junta de freguesia local e Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHTB), terá ainda actividades culturais como animação musical, desportivas, como caçada ao javali ou caminhada pelos soutos, e gastronómica. Um dos momentos altos do certame será a abertura de um bolo de castanha com 600 quilos que será distribuído por todos os visitantes, acrescentou. Também o presidente da Junta de Freguesia de Carrazedo Montenegro e Curros, António Costa, destacou a importância da feira para os produtores locais, mas apontou que ainda há “muito mais para fazer” com o “ouro” daquela região. “Desde iogurtes, compota de castanha, cerveja de castanha, pode fazer-se de tudo o que é bom com a castanha. Isto é um produto de qualidade”, frisou. António Costa lançou o desafio aos produtores para que não pensem apenas em apanhar castanha e vender, mas que façam outro tipo de actividades económicas com o fruto. “Andamos em obra na zona industrial, onde vão ser criados 32 lotes e vai ser uma mais-valia para a nossa freguesia e concelho. Desafiava esses agricultores e comerciantes a aderirem e instalarem-se lá”, salientou. Devido à pandemia de covid-19, a organização vai adequar o espaço às normas de Direcção Geral de Saúde. Teresa Pavão salientou que é esperada uma grande afluência de visitantes e que o principal cuidado será no local previsto para as actuações musicais ou de animação, numa tenda exterior ao pavilhão. “Caso o tempo o permita, estas actividades serão realizadas totalmente ao ar livre para assegurar uma maior separação entre as pessoas”, frisou a vereadora da Câmara de Valpaços.


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Nos dias 13 e 14 de Novembro

Festa do Castanheiro de Marvão homenageia os agricultores e atrai pessoas ao concelho Nos dias 13 e 14 de Novembro, o Município de Marvão promove a XXXVII Festa do Castanheiro Feira da Castanha. Com a realização deste certame a autarquia pretende homenagear o castanheiro, uma espécie endógena da região, bem como a castanha.

“O objetivo deste certame é trazer pessoas a Marvão e animar a economia local” 18

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Os visitantes vão encontrar na Feira da Castanha magustos; mercado de produtos locais, artesanato; tasquinhas e muita animação de rua. Paralelamente a este certame, realiza-se, entre os dias 6 e 21 de Novembro, a Quinzena Gastronómica da Castanha, que decorre nos restaurantes aderentes do concelho. O presidente da Câmara de Marvão, em entrevista à Gazeta Rural, diz que vivemos “um ano diferente” e que “é altura de começar a ‘abrir’ os eventos”. Luis Vitorino salienta que o objetivo da Festa do Castanheiro - Feira da Castanha “é atrair pessoas a Marvão e animar a economia local”. Gazeta Rural (GR): Que antevisão

faz da Feira do Castanheiro? Luis Vitorino (LV): É um ano diferente. Estamos a tentar ultrapassar a crise provocada pelo Covid 19. É altura de começar a ‘abrir’ os eventos, a fazê-los de outra forma, porque a economia não pode parar e a lavoura também precisa de escoar os produtos. É com esse intuito que fazemos esta feira, que é para os produtores, locais e regionais, para quem trabalha na fileira da castanha e, de uma forma geral, para ajudar todos quantos trabalham no mundo rural a escoarem as suas produções agrícolas, como a castanha, os frutos secos, o vinho e outros produtos. O objetivo deste certame é trazer pessoas a Marvão, animar a economia local, a restauração e a hotelaria, que


necessita destes eventos, numa altura em que precisa de fluxos financeiros, para suportar todas as despesas, bem como a quantidade de impostos com que estamos sobrecarregados. Os nossos empresários precisam de ter liquidez para suportar as despesas e manter os postos de trabalho, tão importantes nesta região. GR: Quando diz “fazê-la de outra forma”, a que se refere? LV: Estamos a levar a cabo um evento num período em que a pandemia ainda não acabou, pelo que temos que cumprir as regras que a DGS impõe. Vamos introduzir algumas alterações na edição deste ano. Por exemplo, não vamos ter os concertos dentro da tenda e a feira é apenas para expositores do concelho. A área da restauração é também aberta aos restaurantes locais. Para além disso, não vamos cobrar nada a ninguém, de forma que este evento ajude a economia local. Esta feira visa dar um impulso económico aos nossos empresários, que merecem o nosso respeito, pois passaram momentos muito difíceis com a pande-

mia, ao longo do último ano e meio.

a torna diferente.

GR: Como está o setor do castanheiro no concelho? Havia alguns problemas com os soutos. A situação está ultrapassada? LV: Não. O município, há alguns anos, fez candidaturas para as podas dos soutos. Neste momento temos um campo experimental com as variedades que existem na DOP Marvão, como a Bárea e a Clarinha. No entanto, as alterações climáticas que estamos a atravessar, bem como as dinâmicas deste ‘novo’ tempo, há doenças que se continuam a agudizar nos castanheiros e temos que estudar medidas. Vamos fazer uma candidatura ao PRR, no sentido de ajudar os produtores a ultrapassar estas questões. Os castanheiros fazem parte desta paisagem singular, que é Marvão, bem como desta região, pois tem um valor paisagístico e cultural muito importante. Marvão sem castanheiros não atrai turistas. Quem vem a esta região gosta de ver o mosaico verde que os castanheiros, misturados com os carvalhos e os sobreiros, dão a esta paisagem, que

GR: Como está o setor primário do concelho? LV: A agricultura não pára e continua a desenvolver as suas atividades. O concelho de Marvão não tem só castanha. Temos pecuária, olival, vinha, floresta, entre outras. A agricultura do concelho continua a lutar pela sua sobrevivência, apesar de estarmos hoje a viver um problema, que é transversal, e que é a subida dos fatores de produção, que estão muito caros, e as pessoas que trabalham a terra estão a viver momentos de muitas dificuldades. Basta olhar para os preços dos combustíveis, dos adubos, das rações. Estes dois últimos tiveram subidas na ordem dos 50%, o que torna o trabalho e a subsistência dos agricultores muito difíceis. Isto vai ter repercussões maiores daqui a alguns meses. Se esta situação não for ultrapassada rapidamente e não houver medidas de apoio do Governo central, a lavoura vai atravessar um período deveras complicado.

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Nos dias 5, 6 e 7 de Novembro, no concelho de Gouveia

Há castanha e outros sabores de montanha em Folgosinho Folgosinho será, durante três dias, o cenário desta festa de Outono, realizada em torno da castanha, produto endógeno de relevância no território, associado à experiência gastronómica de aldeia. As ruas desta aldeia de montanha serão decoradas com os motivos da época e instalações feitas com objetos tradicionais e identitários da região, nomeadamente aquelas que ligam o Adro de Viriato, praça central da aldeia e local habitual de encontro das suas gentes, à Avenida do Emigrante, local onde se irá realizar esta edição das Festa da Castanha.

Este é um certame gastronómico, realizado em torno da castanha, com venda direta deste fruto e de outros produtos gastronómicos que têm a castanha como ingrediente. Conta também com outras atividades ligadas à gastronomia, como realização de magustos comunitários, experiências gastronómicas de montanha proporcionadas pela restauração local, showcookings, oficinas gastronómicas e um concurso de doçaria. Irá também proporcionar aos visitantes outras experiências de conhecimento e atividades realizadas em torno das te20

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A Festa da Castanha - Sabores de Montanha irá realizar-se de 5 a 7 de Novembro, na aldeia de Folgosinho, inserida no âmbito do plano de animação da Rede de Aldeias de Montanha.

máticas de montanha, como saídas de campo, workshops, seminários, plantações e atividades desportivas. Contará ainda com animação e espetáculos musicais promovidos por coletividades locais e uma exposição etnográfica promovida pelo Rancho Folclórico Cancioneiro de Folgosinho. A Festa da Castanha irá assumir também um cunho ambiental e sustentável, condicionando o uso de plástico e privilegiando a reutilização e utilização de materiais biodegradáveis. O evento é organizado pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), pelo Município de Gouveia e pela Junta de Freguesia de Folgosinho, contando com o apoio de outras entidades locais como a Associação de Baldios de Folgosinho, a Folgonatur, a Associação Lar de Folgosinho, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Folgosinho, o Rancho Folclórico Cancioneiro de Folgosinho, o Grupo de Concertinas de Folgosinho (Harmonia Divertida – Associação), a Comissão de Festas em Honra da Nossa Senhora do Socorro 2022, o Clube de Caça e Pesca de Folgosinho e a Associação Cultural e Recreativa da Casa do Povo de Folgosinho.


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Na bonita Avenida do Mar, no Funchal

Festival ‘mostrou’ o Vinho da Madeira e a gastronomia local A Praça do Povo, na bonita Avenida do Mar, no Funchal, acolheu mais uma edição do ‘Madeira Wine Festival’, que ‘mostrou’ e deu a provar os vinhos de onze produtores madeirenses.

O acolhedor e funcional recinto disponibilizava à entrada um copo - mediante um depósito de três euros recuperado com a devolução - que proporcionou aos turistas nacionais e estrangeiros, mas também aos madeirenses, a escolha dos vinhos (tranquilos e generosos Madeira) a saborear nos stands, com uma oferta onde predominavam os vinhos brancos, mas também alguns tintos, a contrariar a ideia feita de que a Madeira é ‘terra só de vinhos brancos’. Efetivamente, há uma grande evolução nos vinhos tranquilos produzidos nesta ilha, com bons resultados em propostas de rosés, excelente evolução na produção de brancos, nomeadamente na casta verdelho e os tintos a prometer bons resultados se lhes derem tempo para evoluir. 22

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A acompanhar os vinhos, a oferta gastronómica harmonizou na perfeição. Destaque para as iguarias madeirenses e uma excelente seleção de grupos musicais, que muito contribuíram para a apreciação global da experiência, muito positiva, a avaliar pelos comentários elogiosos que se ouviam.

‘The Chefs’ O Chef Miguel Silva, convidado para o último fim-de-semana do certame, levou à Pérola do Atlântico uma ementa ‘inspirada’ no Ribatejo, sua região de origem, que ‘casou’ com produtos madeirenses. Para a entrada foi apresentado um ‘Torricado com Peixe-espada preto e molho de escabeche’, como prato principal o ‘Arroz de Toiro confecionado em lume de lenha, em panela de ferro suspensa na burra’ e para sobremesa o tradicional ‘Pampilho’ um doce que homenageia os campinos, acompanhado por Mousse e polpa de Manga da Fajã dos Padres,


salpicadas de crocante de pistáchios, adornados com microflores comestíveis. A primeira apresentação deste menú aconteceu no almoço de sábado, na Quinta Barbusano, localizada em S. Vicente e com serviço de refeições e provas de vinho, em local de onde se avista uma paisagem espetacular. Para cada uma das três componentes da refeição foram servidos para a entrada o Rosé Tinta Negra/Aragonês 2017, para o prato principal o Touriga Nacional/Aragonês 2017, com estágio de 12 meses em Carvalho Francês, e para a sobremesa o branco Barbusano Barricas Verdelho 2016 DOP Madeirense. No jantar que encerrou este certame do Festival do Vinho da Madeira, a confeção da ementa contou com a colaboração do Chef Alberto Aveiro e a degustação com um conjunto de vinhos representativos de todos os produtores presentes no ‘Madeira Wine Lounge’ cuja apresentação e propostas de

harmonização contou com a enóloga Rubina Vieira que, ao vasto conhecimento e dedicação (amor?) aos vinhos desta ilha, acrescentou uma singular capacidade de comunicação.

Madeira Rural Integrado no Festival do Vinho da Madeira, este ano excecionalmente a decorrer em Outubro, o ‘Madeira Wine Festival’ foi organizado pela Madeira Rural, uma associação de desenvolvimento e promoção de turismo rural que conta atualmente com mais de quatro dezenas de associados na área do alojamento e 33 parceiros com atividades de arlivre. O Madeira Rural tem página de facebook (Madeira Rural) e site com o seguinte endereço: http://www.madeirarural.com

Amílcar Malhó – Jornal de Sabores

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Nome surge associado ao castelo

Pastel de castanha “Quinas” é referência gastronómica no concelho do Sabugal

O pastel de castanha “Quinas”, confecionado por três produtores do Sabugal, é uma referência gastronómica concelhia procurada por residentes e por naturais do território que vivem em outros pontos do país e no estrangeiro.

O doce foi apresentado pela Câmara do Sabugal, no dia 10 de Novembro de 2016, por ocasião do feriado municipal, no seguimento de um desafio lançado ao chefe Rui Cerveira, que possui um restaurante na aldeia de Casteleiro, naquele concelho. Segundo Amadeu Neves, vereador com o pelouro do Turismo na autarquia do Sabugal, o “Quinas” surgiu com o objetivo de rentabilizar a castanha produzida localmente. “Nós desafiámos o único chefe a laborar, na altura, no concelho, que era o Rui Cerveira, do Casteleiro, da Casa Esquila, e ele foi-nos apresentando algumas alternativas de pastel. Lembro-me que experimentámos e provámos mais de uma dúzia de tentativas, até que chegámos a esta solução. Para além de ter castanha, quisemos que fosse desenvolvido com o máximo de produtos endógenos”, lembrou o autarca. O vereador disse que o pastel, cuja receita é cedida pelo seu autor aos interessados na confeção, já foi produzido por quatro pasteleiros do concelho, mas atualmente apenas é fabricado por três (nas aldeias de Casteleiro, Sortelha e Foios). O nome “Quinas” surge associado ao castelo do Sabugal, que é o único do país que possui uma torre com cinco quinas. De acordo com aquele responsável, o pastel já funciona como um verdadeiro “embaixador gastronómico” concelhio, sendo a sua comercialização efetuada ao longo do ano, mas “o seu auge de venda” acontece anualmente durante a realização do “Sabugal Presépio”, um evento que acontece na época do Natal.

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Amadeu Neves reconhece que o projeto resultou, embora a autarquia pretenda que aumente o número de produtores e que a sua comercialização possa ser feita em espaços turísticos municipais, a par de outros produtos endógenos. O chefe Rui Cerveira, disse que, no âmbito do desafio lançado pelo município do Sabugal para que fosse criado “um pastel identitário do concelho”, teve a preocupação de conceber um produto “de grande qualidade, utilizando apenas os ingredientes da região”, como azeite, castanhas e ovos. “Nós tentámos criar um pastel que fosse guloso, ou seja, que uma pessoa conseguisse comer facilmente um, e, se possível, ir ao segundo. Um pastel que fosse equilibrado, que fosse leve e que fosse algo cremoso, que tivesse o sabor a castanha, mas que não descurasse o lado guloso”, contou. O responsável fez “à volta de 23 variações diferentes” e o “Quinas” escolhido foi uma das últimas opções, tendo-se afirmado, logo no dia da apresentação, como “um sucesso”. O pastel, que é vendido localmente e também enviado aos consumidores por encomenda, “tem sido um sucesso”. “Já enviámos, do restaurante que possui na aldeia de Casteleiro, um bocadinho para todo o lado. Já enviámos para a Suíça, para Lisboa, para França várias vezes, para o Porto, também várias vezes, e Leiria. Pelos Santos [Dia de Finados], no final do ano e na Páscoa é quando temos os nossos picos de produção e quando as pessoas pedem mais o `Quinas`”, disse. Segundo Rui Cerveira, o objetivo é “ampliar” o número de produtores do pastel típico do Sabugal, porque “o produto tem qualidade e é vendável”. O “Quinas” é vendido, em média, a um euro a unidade e a caixa de cinco unidades, por cinco euros. O município do Sabugal fornece aos produtores caixas de cartão próprias para o pastel, com a forma de pentágono, onde é possível acondicionar cinco unidades.


Sistema está em funcionamento nas localidades de Fóios e Soito

Sabugal tem projeto tecnológico para monitorização de castanheiros

O Município do Sabugal está a executar um projeto tecnológico que possibilita que investigadores e produtores locais possam monitorizar o estado fitossanitário dos castanheiros. “Com uma vertente amplamente tecnológica e desenhada para a realidade do concelho do Sabugal, incidindo na cultura do castanheiro, o projeto consiste na instalação de sensores que fornecem em tempo real um conjunto de dados que servem de base a investigadores e produtores locais para monitorizar o estado fitossanitário dos castanheiros”, refere a autarquia do Sabugal em comunicado.

Segundo a fonte, o sistema de monitorização de soutos está em funcionamento desde o início do mês de Setembro nas localidades de Fóios e Soito, “dada a representatividade da cultura do castanheiro nestas duas freguesias”. O projeto denominado “Educar para conhecer, proteger e monitorizar os castanheiros através da tecnologia ‘IoT’ (‘Internet of Things’)”, corresponde à estratégia municipal “que se pretende promotora da valorização da fileira da castanha”. Nesse âmbito, o Município do Sabugal lembra que, em parceria com o laboratório colaborativo InnovPlantProtect, viu aprovada a candidatura no decorrer do aviso “Apoiar

uma nova cultura ambiental”, no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020 – “Proteger a vida terrestre”, do Fundo Ambiental. “O objetivo é aumentar a visibilidade e perceção pública do valor do património natural e dos serviços de ecossistemas definido na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030)”, lembra. No caso do Sabugal, segundo a nota, “foi dada ênfase especial à promoção de uma nova cultura ambiental que integra em simultâneo tecnologia ‘IoT’ e educação tradicional”. “Como resultado, este projeto introduz uma forma de ‘educação 4.0’ baseada na gestão sustentável do castanheiro, na valorização dos serviços ecossistémicos e na proteção contra doenças”, remata. Nos últimos anos, o município do Sabugal, onde existem cerca de 600 hectares de soutos, tem apostado na fileira da castanha. Em 1988, a autarquia celebrou um protocolo com a Direção Regional da Agricultura da Beira Interior para disponibilização de uma área para instalação de um Campo Experimental e de Produção de Material Vegetativo, tendo sido criado o Campo Experimental da Colónia Agrícola de Martim Rei (criada em 1936 pela então Junta de Colonização Interna do Ministério da Agricultura e que entrou em declínio em 1974), onde instalou um viveiro de castanheiros e outro de avelãs.

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A par da proliferação da vespa asiática

Instabilidade do clima está a afetar a produção de mel no Centro do país Ao clima irregular, que não atinge por igual todos os municípios da região, juntam-se a proliferação da vespa velutina, predadora de abelhas e outros insetos, os custos de produção e o impacto dos incêndios no coberto vegetal, entre outros fatores. Se o Estado não tomar medidas de apoio direto à produção, por colmeia, a apicultura entra em declínio”, alerta a diretora executiva da Lousãmel - Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, Ana Paula Sançana. Devido aos ataques da também designada vespa asiática, que vieram somar-se à infestação das colmeias pela varroa, um ácaro que dizima as colónias de abelhas, “são agora muitos os encargos”, afirma. O maneio precisa cada vez de mais cuidados, para não perdermos os efetivos”, adianta Ana Paula Sançana, ao enfatizar que a vespa velutina “traz muitos problemas”. Idêntica opinião tem Tiago Valdeira João, que possui 300 colmeias na Sertã, distrito de Castelo Branco. A apicultura é dos negócios mais instáveis que existem. Muitos fatores podem influenciar a abelha e o próprio clima não é certo”, refere. Tiago João, de 28 anos, iniciou em 2018 um projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que deveria terminar em 2023, mas que foi prolongado até 2024, na sequência da pandemia da covid-19. O apicultor reconhece que “as dificuldades surgem sempre”, mas recusa uma visão pessimista do seu trabalho. Este ano, já tive alguma quantidade de mel”, após três anos a apostar no “desdobramento dos enxames” tendo em vista cumprir a meta das 300 colmeias, que estão distribuídas por nove apiários, entre Sertã e Proença-a-Nova. Na região demarcada do mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, gerida pela Lousãmel, as manchas de urze, cuja flor determina as caracterís-

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ticas deste produto natural, têm diminuído por causa dos fogos e da propagação das espécies invasoras. A qualidade do mel DOP não está em causa. O problema é a quantidade”, assegura Ana Paula Sançana, segundo a qual “há apicultores desmotivados com o aumento dos encargos fixos e que acabam por sair do processo de certificação”. O presidente da Lousãmel, António Carvalho, confirma o atual panorama do mel DOP Serra da Lousã. Desde os incêndios de 2017, tem sido uma desgraça, com quantidades muito pequenas para a procura que temos. Este ano foi ainda pior do que 2020”, lamenta. Para António Carvalho, tal tendência “tem a ver igualmente com as alterações climáticas e com a grande concentração de colmeias” na Serra da Lousã. O dirigente, todavia, deposita “esperança nalguns jovens apicultores que têm aparecido e com mais entusiasmo”. Não temos tido anos favoráveis. Antes, o clima era muito mais regular”, sublinha, por sua vez, Luís Estêvão, presidente da Pampimel - Cooperativa de Apicultores e Produtores de Medronho de Pampilhosa da Serra. As áreas de urze “têm vindo a diminuir” neste concelho montanhoso do interior, onde predominam os apiários familiares. Os grandes produtores vão adaptar-se. Os pequenos pagam para produzir mel, não fazem contas, enquanto os médios terão muitas dificuldades em sobreviver”, prevê Luís Estêvão. Em Pinhel, Pedro Fernandes, de 36 anos, prossegue uma atividade familiar que já vinha do avô. “Não adianta nada ser pessimista quanto ao futuro”, defende. A empresa, que também se dedica ao turismo rural, possui mil colmeias nos concelhos de Pinhel e Trancoso, distrito da Guarda, e Penedono, distrito de Viseu. A velutina interfere “muito pouco” nas quantidades de mel obtidas na zona, diz. Esta atividade não é linear”, aceita, para admitir que, na Beira Alta, o principal inimigo dos apiários “tem sido a instabilidade climática”.


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Apresentação decorreu no Centro de Investigação Agrícola em Sevilha

UPL criou nova unidade global de negócio dedicada à proteção natural das plantas A UPL apresentou, em Sevilha, a sua nova unidade de negócio global dedicada à proteção natural das plantas: NPP - Natural Plant Protection. A ambição da empresa é duplicar o volume de negócios e ser líder de mercado em biosoluções a nível mundial até 2025.

NPP - Natural Plant Protection é uma insígnia “chapéu” que passa a englobar todo o portfólio de soluções naturais e tecnologias de base biológica da UPL, bem como a sua rede de centros de investigação e desenvolvimento a nível mundial. O vasto portfólio de soluções NPP dá resposta aos desafios atuais que os agricultores enfrentam - stress abiótico das culturas, saúde do solo, resíduos e gestão de resistências - para produzir alimentos de forma rentável e sustentável. “NPP é a resposta da UPL à necessidade de colocar a sustentabilidade no centro do sistema alimentar. Faremos isso usando as nossas soluções com micro-poderes para gerar macro-impacto na agricultura”, afirmou Fabio Toretta, Chief Operating Officer da NPP. O portfólio NPP integra soluções naturais para controlo de pragas, doenças e infestantes - feromonas, microrganismos, vírus e bactérias benéficos, extratos de plantas e óleos essenciais, bionematodicidas, bioadjuvantes, extratos de algas marinhas – e para estímulo da saúde das plantas e do solo – micorrizas, rizobactérias, bioestimulantes e condicionadores de solo. 28

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No mercado português já estão disponíveis algumas das soluções que integram o portfólio NPP, nomeadamente, os bioestimulantes Goëmar Goactiv, um filtrado de algas Ascophyllum nodosum, que ativa a fisiologia das plantas; ou o biofungicida Vacciplant, à base de Laminarina, uma componente natural extraída da alga marinha Laminaria digitata, eficaz no controlo de míldio, oídio e pedrado. Outro dos blockbusters do portfólio NPP é o Zeba, um condicionador de solos que aumenta a capacidade de retenção de água, ajudando a reduzir entre 25% a 40% o consumo de água na rega. Zeba estará brevemente à venda em Portugal. “Estima-se que o mercado global das biosoluções atingirá os 10 mil milhões de dólares em 2025 e nós na UPL acreditamos que podemos liderar esta revolução agrícola com a nova unidade de negócio NPP”, afirmou Fabio Toretta, relevando que a ambição da UPL é duplicar o volume de negócios em biosoluções, atingindo os mil milhões de dólares até 2025. Um dos pontos fortes da unidade de negócio NPP é a capacidade da UPL em levar a inovação aos quatro cantos do mundo, aprendendo com as necessidades de um mercado de modo a agilizar a transferência de inovação para outros mercados. O portfólio de soluções NPP será enriquecido de forma ágil nos próximos anos, através de parcerias com outras empresas e através de I&D de novos produtos nos centros de investigação e estações experimentais da UPL a nível global.


Reduzir emissões de CO2 em um gigatonelada até 2040 A nova unidade de negócio NPP está enquadrada na estratégia da UPL de reinventar a sustentabilidade na agricultura, no âmbito da qual apresentou o compromisso ‘Gigaton Challenge’, com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em um gigatonelada até 2040. O ‘Gigaton Challenge’ criará novos créditos de carbono para incentivar e apoiar os agricultores a adotar práticas sustentáveis e regenerativas que contribuirão para retirar da atmosfera CO2 equivalente à soma das emissões anuais de Itália, França e Reino Unido. Na primeira fase, até 2024, o projeto vai incidir em um milhão de hectares, no Brasil, Argentina, Índia e EUA e alguns países europeus, e à medida que for alargado terá impacto em mais de 100 milhões de hectares em todo o mundo, o equivalente a 100 milhões de campos de futebol. A UPL lançou este compromisso em parceria com Fundação da FIFA- Federação Internacional de Futebol, no dia 11 de Outubro, em São Paulo, no Brasil. “O ‘Gigaton Challenge’ dá corpo ao nosso propósito OpenAg e a unidade de negócio NPP é vital neste compromisso. Estabelecemos uma parceria com a FIFA porque os futebolistas são heróis para muitos agricultores e têm o poder de os inspirar, demonstrando-lhes que são os únicos capazes de sequestrar carbono da atmosfera através das plantas e têm o poder de ajudar a reequilibrar o Planeta”, explicou Carlos Pellicer, Global Chief Operating Officer da UPL. A apresentação da NPP e do ‘Gigaton Challenge’ ao mercado europeu decorreu no Centro de Investigação Agrícola da UPL em Bujalmoro, Sevilha, onde são realizados ensaios de campo para validar a eficácia de produtos para proteção das plantas e tratamento de sementes, antes da sua entrada nos mercados europeu e mundial. Este moderno centro de experimentação conta com 22 hectares em campo aberto e 6000 m² em estufa, realizando por ano cerca de 450 ensaios em diversas culturas permanentes e extensivas.

Fornecedora global de produtos e soluções agrícolas sustentáveis A UPL Ltd. é uma fornecedora global de produtos e soluções agrícolas sustentáveis, com um volume de negócios anual superiores a 5,2 mil milhões de dólares. É uma empresa gerida por objetivos. Através da OpenAg™, a UPL está concentrada em acelerar o progresso do sistema alimentar. “Estamos a construir uma rede que está a reinventar a sustentabilidade, redefinindo a forma como toda uma indústria pensa e trabalha - aberta a novas ideias, inovação e novas respostas, à medida que nos esforçamos por cumprir a nossa missão de tornar cada produto alimentar mais sustentável. Sendo uma das maiores empresas mundiais de soluções agrícolas, o nosso robusto portfólio é constituído por soluções biológicas e convencionais de proteção de culturas, com mais de 14.000 registos de patente. Estamos presentes em mais de 130 países, representados por mais de 10.000 colaboradores em todo o mundo”. Para mais informações sobre o portfólio da UPL integrado de soluções em toda a cadeia de valor alimentar, incluindo sementes, pós-colheita, bem como serviços materiais e digitais, pode consultar o site upl-ltd.com/pt e siga-nos no Twitter, Instagram e Facebook. www.gazetarural.com

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Objetivo é reduzir a cadeia de comercialização e valorizar o produto

Plataforma online quer valorizar a Maçã Bravo de Esmolfe O Centro Estratégico de Inovação Territorial (CEIT) vai lançar uma plataforma online para a maçã Bravo de Esmolfe, de forma a valorizar o produtor e o produto, que tem propriedades benéficas na saúde.

“O objectivo do projecto é unir esforços para que todos consigamos projectar este produto além-fronteiras. Para além da promoção da própria maçã, queremos apoiar na investigação e criação de subprodutos complementares que reduzam a sazonalidade do produto”, contou Cristóvão Monteiro. Para a criação de subprodutos decorrem “ainda auscultações junto de entidades” e também com “a entidade gestora da certificação da maçã Bravo de Esmolfe”, mas, para já, está prevista a “criação e estruturação de experiências turísticas” em Penalva do Castelo. “Hoje, o consumidor está diferente e procura muito os destinos de baixa densidade que proporcionem experiências em comunhão com a natureza, e esta região permite isso de forma extraordinária e não podemos esquecer que Penalva do Castelo é o berço oficial da maçã Bravo de Esmolfe”, apontou. Com esta plataforma online, que deverá ser lançada “no próximo ano, por altura da campanha da maçã, pretende-se também “reduzir a cadeia de comercialização e, com isso, o produtor sai mais valorizado”. “Uma das preocupações que nos levou a criar esta plataforma é a valorização do produtor. As grandes distribuidoras acabam por arrecadar grande parte do lucro e o produtor acaba por ser prejudicado em 30

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algumas situações e quando o produtor recebe pouco pela matéria-prima também tem pouco para investir em novas produções e numa nova escala”, defendeu. Neste sentido, Cristóvão Monteiro destacou a “valorização do produtor, que é a base desta cadeia de valor para que, a longo prazo, se possa posicionar a maçã Bravo de Esmolfe como um produto diferenciador e distintivo”. “Isto para que consigamos acrescentar valor ao produtor para estimular este aumento de produção e de escala, embora, por outro lado, esta pouca produção também nos permite posicionar o produto de outra forma, porque quando a oferta é pouca o valor do produto também aumenta na perspectiva de que o produto é bom e há procura neste produto”, acrescentou. Cristóvão Monteiro sublinhou as “características absolutamente diferenciadoras” da maçã Bravo de Esmolfe que “é única no mundo e já estão mais que demonstrados em estudos científicos as propriedades benéficas desta maçã”. “Benefícios na diabetes, no controlo de peso, na saúde cardiovascular, na melhoria das funções respiratórias e até na protecção contra o cancro. E o nosso papel é acima de tudo, mais do que criar uma plataforma ‘online’ de promoção, criar uma plataforma de cooperação entre todos os elementos da cadeia de valor da maçã Bravo de Esmolfe”, explicou. O CEIT é uma entidade privada que nasceu em 2020, com sede em Penalva do Castelo, que trabalha com “várias regiões do país” em “vários serviços e projectos, no sentido de valorizar os territórios e os produtos endógenos”.


Enquanto referência da doçaria tradicional do concelho

Município de Viana do Castelo garantiu certificação nacional da “Torta de Viana” O Município de Viana do Castelo garantiu a certificação da “Torta de Viana”, num processo que teve como objetivos preservar e promover o doce e a receita deste produto tradicional vianense, gerando confiança no consumidor.

A certificação representou um investimento realizado no âmbito de uma Candidatura das Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, do Ave e do Cávado, no contexto da atribuição do Galardão da Região Europeia da Gastronomia ao Minho, e surgiu da necessidade de preservar a receita tradicional. A certificação incluiu a elaboração de um caderno de especificações e ações de capacitação e de acompanhamento às pastelarias aderentes ao processo de certificação. A “Torta de Viana - Receita Tradicional de Viana do Castelo” é também, agora, uma marca nacional registada pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), sendo o Município de Viana do Castelo a entidade detentora da marca. A certificação da “Torta de Viana” surgiu da necessidade de preservar a receita tradicional de um doce que tem associado a si o nome de Viana do Castelo, identificando as suas caraterísticas, de modo a valorizar e promover este produto endógeno e, ao mesmo tempo, permitir diferenciar a “Torta de Viana”, dando a garantia e confiança ao consumidor que está a consumir um produto local com qualidade reconhecida, com a receita original que existe desde o século XVI. A marca está, assim, registada e protegida com o número de registo 667701, e é composta por um logótipo, símbolo e a respectiva assinatura. A receita da Torta de Viana terá sido oriunda do Convento de Santa Ana de Viana do Castelo, em 1505. As primeiras freiras eram Clarissas e teriam vindo do Mosteiro de Vila do Conde onde já eram renomadas artistas doceiras. Esta torta era um doce importante, apenas preparado para ocasiões especiais, também conhecido com “Torta Real”.

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CURTAS Concursos Nacionais no CNEMA em Novembro O Centro Nacional de Exposições, em Santarém, volta a receber Concursos Nacionais de Produtos Tradicionais Portugueses durante o mês de Novembro. Estas provas realizam-se em conjunto com a Qualifica/oriGIn Portugal – que assume a respetiva Direção. Estas iniciativas têm como objetivo estimular a produção de qualidade, dar a conhecer os melhores produtos nas diferentes regiões do país, incentivar o seu consumo, promover o encontro de produtores, empresas, técnicos e apreciadores. Com a realização destas atividades o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas pretende premiar, promover, valorizar e divulgar a qualidade, especificidade e a diversidade dos produtos portugueses.

Festival da Castanha de Arouca adiado para o primeiro fim-de-semana de Novembro O Festival da Castanha de Arouca foi adiado para o primeiro fim-de-semana de 5 a 7 de Novembro. Mantém-se na íntegra a programação prevista, com exceção do concerto da Bárbara Tinoco que decorrerá na sexta-feira, 5 de Novembro, pelas 22,30 horas, junto ao espaço da feira quinzenal e o concerto “Chulada da Ponte Velha”, que terá lugar no sábado, 6 de Novembro, pelas 22,30 horas, junto do espaço da feira quinzenal também. Organizado pela Câmara Municipal de Arouca em conjunto com a Associação Florestal Entre Douro e Vouga, a Associação Geoparque Arouca (AGA) e a Casa do Povo de Arouca, o Festival da Castanha pretende celebrar o castanheiro e a castanha e outros frutos secos do concelho, promovendo a sua produção e incentivando o seu uso na gastronomia regional.

Fins de Semana Gastronómicos do Arroz Carolino do Sado O programa “Palmela - Experiências com Sabor!” conta, este ano, com uma estreia: o Fim de Semana Gastronómicos do Arroz Carolino do Sado, que vai decorrer de 5 a 7 de Novembro, em 10 estabelecimentos de restauração do concelho. O arroz produzido na região vai ser o ingrediente principal de apetecíveis pratos de carne e peixe e os restaurantes participantes vão ainda apresentar as mais deliciosas versões do tradicional arroz-doce. Os Fins de Semana Gastronómicos do Arroz Carolino do Sado integram o calendário anual do programa “Palmela - Experiências com Sabor!”, promovido pela Câmara de Palmela e pela Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal. 32

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ESAC dá formação sobre extração de óleos essenciais A Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) promove, no próximo dia 13 de Novembro, o curso de formação de curta duração “Processos de Extração de Óleos Essenciais e suas Aplicações”. Destinada ao público em geral, o curso tem uma duração total de 8 horas, distribuídas por 4 horas de componente teórica e igual número de horas de componente prática, sendo o custo, que compreende a taxa de inscrição e o certificado de participação, de 65,00€. Sandra Santos e Filipe Melo são os formadores. A data limite para inscrição é 10 de Novembro. O formulário de inscrição e informação detalhada sobre o curso está disponível em http://portal.esac.pt/portal/ portal/ingresso/cursosdecurtaduracao. Para informações adicionais, os interessados devem contactar para o e-mail formacao@esac.pt.

Município do Sabugal organiza evento dedicado à fotografia de natureza O município do Sabugal, no distrito da Guarda, vai organizar, em Novembro, o evento Naturcôa – Imagem, Natureza e Património, que possui “uma forte componente de imagem, fotografia e cinema de natureza e vida selvagem”. O evento vai decorrer nos dias 13 e 14 de Novembro e inclui conferências, ‘workshops’, um ciclo de cinema e um passeio pelo concelho do Sabugal. “À semelhança de 2019 - após o interregno de 2020 - o Naturcôa pretende manter-se fiel a si próprio e ser mais do que um evento de fotografia de natureza”, refere a organização em comunicado. Segundo a mesma fonte, a iniciativa que tem “a natureza como pano de fundo e a imagem como catalisador” possui “uma forte componente de imagem, fotografia e cinema de natureza e vida selvagem”.

UE reconhece Fogaça da Feira como IGP A Comissão Europeia reconheceu a denominação “Fogaça da Feira” como Indicação Geográfica Protegida (IGP), tendo sido registada ao abrigo do Regulamento (UE) 2016/930 de 1 de Junho de 2016, da Comissão, relativo à inscrição de uma denominação no registo das denominações de origem protegidas e das indicações geográficas protegidas, publicado em JOUE L155 de 14/06 concedendo proteção do nome “Feira” para este produto em todo o território europeu.


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De 11 a 13 de Novembro, no Pavilhão Multiusos ExpoSabugal

Sabugal debate “Desafios da transição energética” em Feira das Tecnologias para a Energia O município do Sabugal vai organizar, de 11 a 13 de Novembro, a quinta edição da ENERTECH - Feira das Tecnologias para a Energia, com o tema “Desafios da transição energética”. Segundo a autarquia do Sabugal, presidida por Vítor Proença, a feira vai decorrer no Pavilhão Multiusos ExpoSabugal e é “marcadamente tecnológica, direcionada para o setor das energias renováveis, tecnologias e eficiência energética”.

“A ENERTECH – Feira das Tecnologias para a Energia pretende, a cada edição, dar a conhecer o que de melhor se produz na área das energias, da sustentabilidade ambiental e da inovação tecnológica”, refere a fonte em comunicado. De acordo com a organização, o evento anual é “um espaço de partilha de conhecimentos, catalisador de negócios e de parcerias estratégicas, mas também um local a pensar em toda a família, com um conjunto diversificado de iniciativas para todas as idades”. O programa da edição deste ano destaca uma aula de sapiência com o cientista Carvalho Rodrigues, comissário da ENERTECH, no dia 11 de Novembro, pelas 10,30 horas. Estão também programadas conferências sobre “Serviços, ecossistema e sustentabilidade” (11 de Novembro, 16 horas), “Biomassa e gestão florestal” (12 de Novembro, 10,30 horas) e “Desafios da transição energética” (14 horas). No decorrer do evento haverá demonstrações de equipamentos, ‘workshops’ de sensibilização ambiental e um espa34

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ço de divulgação científica (com possibilidade de promoção de encontros bilaterais). Em paralelo, durante os três dias da feira, vai decorrer um mercado da terra “made in Sabugal”, que será “uma montra para exposição e venda de produtos e de artesanato local”, assim como um espaço dedicado aos mais novos, momentos musicais e uma caminhada, entre outras atividades. Na animação musical estão programados concertos dos grupos “Prós e Contras” (pelas 20 horas do dia 11 de Novembro) e “Volta e Meia” (pelas 20 horas do dia 12 de Novembro). A quinta edição da ENERTECH - Feira das Tecnologias para a Energia do Sabugal, no distrito da Guarda, abre as portas pelas 13 horas do dia 11 de Novembro (quinta-feira) e termina pelas 20 horas do dia 13 (sábado). A organização da ENERTECH é da responsabilidade do município do Sabugal, em parceria com a ADES - Associação Empresarial do Sabugal, a ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior, os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e da Guarda e a Universidade da Beira Interior (Covilhã). A feira não se realizou no ano passado devido à pandemia de covid-19, mas na data em que iria decorrer, no mês de Outubro, a organização assinalou o momento e promoveu uma conferência ‘online’ sobre “Inovação e futuro energético”. Este ano, o certame regressa ao formato físico, garantindo os promotores que “cumpre todas as normas emanadas pela Direção-Geral da Saúde”.


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A 13 e 14 de Novembro, em Oliveira do Hospital

ÚLTIMA HORA

Feira do Porco e do Enchido volta a “dar vida” à Lage Grande de Meruge Meruge, no concelho de Oliveira do Hospital, volta a receber a Feira do Porco e do Enchido. A Lage Grande e o Terreiro do Santo esperam a visita de alguns milhares de pessoas, depois do interregno provocado pela pandemia. O evento, que vai na décima oitava edição, vai receber os tradicionais expositores e artesão, mas também vários grupos e artistas que dão vida, cor e o ambiente singular à Feira do Porco e do Enchido.

“Este certame nasceu para evidenciar o papel dos “porqueiros” (negociantes de porcos) no desenvolvimento económico da Freguesia de Meruge e para enaltecer a excelência dos enchidos (Chouriças de Carne, Morcelas, Farinheiras e Chouriças de Bofes) aqui amanhados por mãos artífices de mulheres. Produtos artesanais, que dão fama à Freguesia e gostoso prazer aos inumeráveis apreciadores destas iguarias”, refere a freguesia de Meruje em comunicado, acrescentando que “pela sua genuinidade, pureza cultural e paisagística, a feira afirmou-se como o mais vernáculo e atractivo cartaz etnográfico, lúdico e gastronómico da Beira-Serra. Os visitantes do evento poderão adquirir os enchidos e outros produtos da terra, bem como artesanato diverso. Os amantes da cozinha tradicional podem deliciar-se com os primores do património gastronómico local, como o “Arroz de Suã”, o “Porco no Espeto com Arroz de Feijão”, entre outras propostas gastronómicas.

De 6 de Novembro a 5 de Dezembro

Vila Nova da Barquinha promove a mostra gastronómica “À mesa com azeite” De 6 de Novembro a 5 de Dezembro, Vila Nova da Barquinha promove pelo vigésimo primeiro ano consecutivo a mostra gastronómica “À mesa com azeite”. A edição de 2021 conta com a participação de nove restaurantes.

A iniciativa da Câmara Municipal tem como objetivo diversificar a oferta turística, como complemento de visitação aos muitos atrativos, homenageando em simultâneo este ingrediente emblemático na história do concelho, em tempos um imenso e generoso olival que fornecia matéria-prima para alimentar a laboração de cerca de duas dezenas de lagares. Desde há seculos presentes na paisagem das terras de Vila Nova da Barquinha, as oliveiras e os seus frutos negros integram desde sempre a heráldica do Município, fator demonstrativo da sua importância na economia local. A degustação do azeite à mesa é a melhor forma de preservar esta memória. Durante um mês, os restaurantes aderentes dão o azeite a provar como entrada e servem pratos como Petingas no forno, Polvo à Lagareiro, Sopa de couve e muitas outras receitas que têm no azeite um denominador comum. Na edição deste ano há também a possibilidade de fazer visitas guiadas ao Lagar do Casalinho, na Praia do Ribatejo, que podem ser agendadas através do telefone 919929393. Participam nesta iniciativa os restaurantes: Almourol, A Carroça, Café Estrela, O Remo, Ribeirinho, Sabores do Parque, Stop, Tasquinha da Adélia e Trindade. 36

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De 9 a 14 de Novembro

Coruche é o ‘palco’ do Festival Internacional de Balonismo A Vila de Coruche vai receber, de 9 a 14 de Novembro, quarta edição do Flutuar by Cepsa - Festival Internacional de Balonismo, evento coorganizado pela Windpassenger e a Câmara Municipal.

O evento prevê trazer a Portugal diversas equipas de balonismo de várias nacionalidades, com participação de balões de formato convencional e de forma especial. O festival terá direção técnica de Guido Van Der Velden dos Santos, piloto da Windpassenger. Com a ambição reforçada de se tornar uma referência nacional e internacional ao longo dos próximos anos, o festival promete oferecer uma agenda repleta de surpresas e bons momentos para toda a família ao longo de seis dias. Coruche localiza-se num território que oferece excelentes condições para a prática do balonismo, possuindo uma paisagem diversa caracterizada pela presença de imponentes áreas de Floresta de Montado, do Rio Sorraia - um afluente do Rio Tejo, o rio de maior dimensão que vindo de Espanha divide Portugal - e do Vale Agrícola do Sorraia - chamado localmente de “Lezíria Ribatejana” - , uma das mais férteis áreas agrícolas de Portugal onde se produzem anualmente toneladas de milho e arroz de elevada qualidade. No território que está destinado aos voos de balão de ar quente durante o Festival destaca-se a Floresta de Montado. Este tipo de floresta, que pode ser encontrada unicamente nos territórios da bacia do Mediterrânio, está, segundo as Nações Unidas (UN) e a World Wild Fund for Nature (WWF), na base de um dos 35 ecossistemas mundiais mais importantes para a conservação da biodiversidade, estando equiparado à Amazónia, à savana africana ou ao Bornéu. É um habitat natural para espécies de plantas e aves, mamíferos, répteis e anfíbios. É destas florestas, precisamente da árvore “Sobreiro”, que

é extraída a cortiça, um incrível produto natural, comumente encontrado como vedante de vinho através da rolha. A produção mundial de cortiça é de 340 mil toneladas por ano, das quais 55% são oriundas de Portugal. A extração da cortiça é um processo controlado que não requer o abate dos sobreiros, pelo contrário, contribui para a sua regeneração. É a indústria da cortiça que viabiliza a continuidade da Floresta de Montado, ao contribuir para a manutenção das florestas e das populações que dependem delas. Uma estimativa recente prevê que só em Portugal, onde existe a maior área mundial de montado, a cortiça explorável seja suficiente para satisfazer a procura do mercado durante os próximos 100 anos. Em média, em Coruche, onde existem várias unidades industriais de processamento de cortiça, são produzidas quase 7 milhões de rolhas por dia, que são depois exportadas diariamente para todo o mundo. Coruche é igualmente um território com passado e história. Não é conhecido ao certo quando a população de Coruche se estabeleceu, mas existem vários achados arqueológicos que comprovam a presença humana desde o Paleolítico. Coruche recebe o seu primeiro foral como “Vila de Coruche” por D. Afonso Henriques em 26 de Maio de 1182, segundo o modelo do foral de Évora, confirmado por D. Sancho I, em 1189, e por D. Afonso II, em 1218, mantendo-se até D. Manuel, quando este, no século XVI, procede à reforma dos forais. Este importante documento veio estabelecer um concelho e regulamentar a sua administração, fronteiras e privilégios. Por tudo o que representa, Coruche é um território que inspira confiança, cultura, inovação e desenvolvimento, preservando as características rurais e a enorme paixão pela natureza. Por isso, o convite para que visite o Flutuar by Cepsa - IV Festiva Internacional de Balonismo Coruche é irrecusável. www.gazetarural.com

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De 19 a 21 de Novembro, no Centro Logístico

Há ‘Vinhos & Sabores’ da Beira Interior no Centro Logístico de Pinhel A cidade de Pinhel vai receber, de 19 a 21 de Novembro, a 6.ª edição do certame Beira Interior – Vinhos & Sabores, que pretende divulgar os vinhos e a gastronomia da região. A apresentação da sexta edição do “Beira Interior – Vinhos & Sabores” e da 1ª edição do “País das Maravilhas” teve lugar nas Casas do Côro, empreendimento turístico localizado em Marialva e também um dos produtores de vinho que marcará presença no certame promovido pelo Município de Pinhel.

O evento, organizado pelo município de Pinhel e pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), que tem sede na cidade da Guarda, regressa este ano depois de uma pausa forçada, em 2020, devido à pandemia. Segundo as entidades promotoras, que hoje apresentaram o programa do evento na Aldeia Histórica de Marialva, no concelho de Mêda, distrito da Guarda, o certame também integra a iniciativa “País das Maravilhas”, promovida em parceria com o projeto “7 Maravilhas de Portugal”. O Beira Interior – Vinhos & Sabores vai ter lugar no Centro Logístico de Pinhel e, a par do Salão de Vinhos e Sabores, haverá provas comentadas de vinhos, degustações de produtos locais, ‘showcookings’, um seminário, uma área de restauração e animação musical. O certame contará com a participação de cerca de 30 produtores de vinhos e, no setor dos sabores (enchidos, queijo, mel, frutos secos, doces e compotas, doçaria tradicional, entre outros), com “uma representação de todos os 20 municípios que compõem a CVRBI”, segundo o presidente da 38

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CVRBI, Rodolfo Queirós. O presidente do município de Pinhel, Rui Ventura, disse na conferência de imprensa que a iniciativa também inclui o concurso de vinhos “Escolha da Imprensa” e a entrega de prémios do XVI Concurso Internacional de Vinhos VinDouro – VinDuero. Estão também programadas duas atividades paralelas: o 5.º Raid TT Vinhos da Beira Interior (promovido pelo Clube Escape Livre, de 20 a 21 de Novembro, com cerca de 100 participantes) e a Maratona BTT 2021 – Pinhel Cidade do Vinho 2020-2022 (uma iniciativa do município de Pinhel, a realizar no 21 de Novembro, com mais de 200 participantes). “Neste fim de semana vai acontecer muita coisa no nosso concelho, que mais uma vez vai contribuir para toda a região”, disse o autarca de Pinhel. Rui Ventura vaticina que o Beira Interior – Vinhos & Sabores “vai marcar” o final de ano na região. Ainda de acordo com o autarca, o concelho de Pinhel é o maior produtor de vinho da área da CVRBI, lembrando que este ano, só a Adega Cooperativa local recebeu “mais de 18,5 milhões de quilos de uvas”. A CVRBI tem sede na cidade da Guarda, no Solar do Vinho, e abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, que correspondem a uma área de 20 municípios, onde se contabilizam cerca de cinco mil viticultores. Na área da CVRBI, com perto de 16 mil hectares de vinhas e uma grande variedade de castas (destacando-se as brancas Síria, Arinto e Fonte Cal e as tintas Tinta Roriz, Rufete, Touriga Nacional, Trincadeira e Jaen), existem cerca de 60 produtores de vinho, sendo quatro adegas cooperativas e os restantes produtores particulares.


ÚLTIMA HORA Até 7 de Novembro, nos restaurantes aderentes

Festival Gastronómico “Vila Viçosa à Mesa” é dedicado à caça Decorre até 7 de Novembro, a Semana da Caça, evento integrado no Festival Gastronómico “Vila Viçosa à Mesa”. O Outono é, por excelência, “a época da comida de conforto e de carne de caça” e esta semana gastronómica “para além de celebrar a excelência cinegética do concelho de Vila Viçosa, distingue os costumes da estação, elevando a gastronomia associada ao produto caça”. Os apreciadores poderão degustar num dos restaurantes de Vila Viçosa, aderentes a esta iniciativa, receitas de caça variada, das quais destacamos o Magret de pato, a feijoada de javali, o lombo de veado com molho de cogumelos e a perna de javali no forno com puré de maçã e geleia de framboesa. Os restaurantes aderentes são o Adega 7160, Café Restaurante Florbela Espanca, Os Cucos, Ouro Branco, Pousada Convento Vila Viçosa, Restauração, Safari e Taverna dos Conjurados.

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Há ‘Vinhos & Sabores’ da Beira Interior em Pinhel

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Festival Internacional de Balonismo vai decorrer em Coruche

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Sabugal debate “Desafios da transição energética”

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Município de Viana do Castelo garantiu certificação nacional da “Torta

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Pastel de castanha Quinas é referência gastronómica no concelho do Sabugal

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Festival ‘mostrou’ o Vinho da Madeira e a gastronomia local

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Plataforma online quer valorizar a Maçã Bravo de Esmolfe

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Instabilidade do clima está a afetar a produção de mel na região Centro do país

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Sabugal tem projeto tecnológico para monitorização de castanheiros

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Há castanha e outros sabores de montanha em Folgosinho

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Festa do Castanheiro de Marvão homenageia agricultores locais

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Feira do Míscaro em Sátão “é uma aposta ganha”

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Rural Castanea promove a castanha e outros produtos de Vinhais

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Feira da Castanha para “incentivar a economia local” de Valpaços

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Constância promove Festival do Javali e os produtos locais

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Boticas prepara XXIV Feira Gastronómica do Porco

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Há “Sabores do Campo à Mesa” em 22 restaurantes de Vila Franca de Xira

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Castanha de Vinhais está atrasada e pode ser bom para a produção

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Rota Dão & Petiscos está de regresso em mais de 60 restaurantes da região

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