da aparelhagem musical da banda (ostentada na contracapa do LP anterior, “Jardim Elétrico”, em uma foto que a dispõe ao lado de seus orgulhosos proprietários), ou refiram-se a um sentimento de não inclusão, de ser “alienígenas” no meio social em que se encontram. - Sérgio tem seu peito aberto e seu coração exposto, e dele saem headphones que ele escuta. Uma leitura fácil é de que essa imagem representa que a música vêm do coração, imagem poética que ressalta uma sensibilidade artística por parte do músico. De toda forma, sendo a música uma maneira de expressão e um campo discursivo, esta imagem sugere que estes discursos musicais são feitos “de coração”, ou seja, com sinceridade, honestidade, constituindo uma performance de gênero “sincera”. - As fotos da contracapa identificam cada um dos membros individualmente. Isso acaba por reforçar a identidade individual de cada membro, não apresentando-os somente como parte de um todo, a banda – curiosamente, este seria o último lançamento trazendo nome da banda em que estes membros estão reunidos. No lançamento seguinte sob o nome Mutantes, apenas Sérgio está presente entre os membros dessa formação, ao passo que os lançamentos seguintes de Rita e Arnaldo trazem apenas seus nomes na capa. - O título do disco faz referência à banda. Os álbuns anteriores, chamados “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” e “Jardim Elétrico” remetem-se a canções presentes no disco, mas neste caso a banda foi auto-referente ao escolher o título do LP, que também é o título de uma das canções – a mais longa. Esta auto-referência pode ser lida como uma auto-afirmação, no sentido de que eles são assunto de suas próprias músicas e discos. De todo modo, a auto-referência é uma afirmação consciente de que
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