Perspectivas de gênero na discografia dos Mutantes (1968-1976)

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INTRODUÇÃO

O momento presente quando da escrita dessas linhas data, tomados alguns meses como margem de erro, do aniversário de quarenta anos da estréia da banda como figuras midiáticas, e de seu contato maciço com um grande público que tinha acesso a essas mídias – televisão, discos, fitas, jornais. Concomitantemente, é comemorado também o aniversário de 40 anos do movimento conhecido como Tropicalismo, ou Tropicália. Estas datas serviram como ganchos para que admiradores destas obras e/ou autores e autoras que acreditam que elas ainda são grandes referências para produções artísticas contemporâneas pudessem revê-las e revisitá-las em diversos veículos: televisão, jornais e discos, como há quarenta anos atrás, mas também em espaços a que antes elas não pertenciam, como trabalhos acadêmicos e internet, além da presença da banda e de seus colegas de movimento em mídias estrangeiras. Neste contexto, os Mutantes figuram em uma posição de grande destaque, devido principalmente ao polêmico retorno da banda aos palcos ocorrido na Inglaterra após quase 30 anos de inatividade. Estão prestes a se tornar assunto de vídeo-documentário1 – cujo trailer já está na Internet, que vem sendo o principal meio de divulgação da maioria das bandas de rock. E, veja só: o documentário não é brasileiro. Está sendo realizado nos Estados Unidos. Publicações que de alguma maneira abordem o tema “Mutantes” (ou temas diretamente relacionados ou que incluem a banda, como “Tropicália”, “Rock

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“Bread And Circuses”, sendo realizado pela produtora estadunidense American Girl.

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