enquanto espero
poesia para tempos difĂceis
enquanto espero Curadoria
Marcelo Aceti
poesia para tempos difĂceis
Índice 11
Escrever Enquanto Espero (apresentação)
15
A vida em suspenso
17
Baú de esperas
Marcelo Aceti
Hudson Pereira Cecília Rogers
19 Só...
Patricia Bahiense
21 Muda
Rodrigo Santos
23
O silêncio do dia Ana Paula Souza
25 Vazio
Cristina Godoy
27 Confortável D’Araújo
29
A Morte
31
Em casa
33
O medo de ter medo
Artur Laizo Daniela Laubé Edilson Leão
35 Saudade
Ewertton Rocha
37 Abismo
Maria Ignez do Carmo Olivieri
39 Silencie
Iracilda Maria Costa
41
Do isolamento à reflexão
43
Demais saudade
Max Marcelo
Paulinho Freitas
45
Vida normal nunca mais
47
As saudades da vida
Rosalina Lopes Pires Fialho Jéssica Cardoso
49 Resiliência
Ana Carla André
51
Sol+Escuridão: Solidão
53
A única certeza
55
Vinte de setembro
Carolina Marçal André Galvão
Anthony Portes
57 Isolamento Vaz Vitória
59 61
Bom dia
Caio Quintes Cláudia Martins de Aguiar
63
Esta não é uma poesia sobre amor
65
Ainda que na dor
67
Uma canção que nos aquece na solidão
69
Porquê de flores
71
Um homem que adiou os seus sonhos
73
Te trouxe poesia, vó
75
Aprecie o pelejar
77
Enquanto Espero
79
Tempus Fugit
Genivaldo Costa
Giovana Fernandes Leite Heverson Souza e Costa Jean Duarte
John C Golding Léo Martins
Luana Schrader Marcelo Aceti
Rodrigo Santos
81 Desencontros
Luiz Henrique dos Santos Marinho
83 Vazios
Marco Aurelio Souza
85
Soneto da isolação Luana Schrader
87 Alado
Cristina Godoy
89 Irreversibilidade
Neuza de Brito Carneiro
91
Qual a Importância?
93
Somos todos livros
95
Sempre seu
Rafael Vespasiano Roberto Schima Carlos Garcia
97 Pranto
Fernando Carvalho
99
Acredite no amor José Rothardi
101 Solidão
Markus D.J. Frazao
103
Comum cidadão
105
Desatino da alma
Glaucio Santos D’Araújo
107 Decisão
Artur Laizo
109
A pedra de Drummond Daniela Laubé
111 Flores
Ewertton Rocha
113 Volúpia
Iracilda Maria Costa
115
Minha terra
Jéssica Cardoso
117
Arte Desfeita
119
A uma porta da saudade
121
Macro Lar
Marisa Ribas Fael Uchoa Fael Uchoa
123 Amo-te Durão
125
Circunstância de um acaso previsível
127
Não acaba
129
Desça de seu pedestal
131
Nos Portões da Noite
133
Temos nosso próprio tempo
Vitor Sergio
Luiz Henrique dos Santos Marinho Rosalina Lopes Pires Fialho Rafael Vespasiano
Jady Pereira Medina
135 Madrugada
Patricia Bahiense
137 Coronavírus
Elair Cerqueira Costa
139
Prescrição para uso contínuo de felicidade por via oral
141
Fuga na Arte
143
Quando a pandemia passar
145
Nada faz mais sentido
Sulamita Marques Rose Show
Lourildo Costa Denise Doro
147 Transmutar Ana Cava
149
Tempo errado
151
No cais de onde nunca parto
Marcio Martinello Sanches Nathália Rinaldi
escrever enquanto espero Apresentação
Marcelo Aceti curador
Escrever Enquanto Espero Os últimos meses puseram à prova muitos dos nossos limites. Nossa perseverança, nossa esperança, nossas prioridades... Nossa paciência, nossa resiliência... nossa sanidade. Com as vidas espremidas e sufocadas entre a porta e a janela, isolados dentro de nós mesmos, ensimesmados, testamos a cada dia os frágeis e débeis limites que nos mantém de alguma forma presos em nós, firmes no chão. Passado o susto, entre o pânico e o torpor, fomos, passo a passo, aprendendo no caminho a lidar com as crises, a viver as perdas, a caminhar no inconstante equilíbrio da corda bamba da vida, equilibrando-nos no fio da navalha de números e nomes e sintomas e medidas desmedidas para lidar com o impensável. E, dia após dia, perda após perda, número por cima de número, nomes e letras embaralhadas em nossas cabeças... um grito! Um sufocado grito mudo muda o branco do papel fazendo arte. Fazendo sua fraca e indispensável parte, verso a verso, a poesia rasga o peito do poeta e parte... em busca de uma voz que dê sentido a tudo aquilo que temos sentido. Assim, nessas poucas palavras sem sentido, sinto que cada um de nós deixou aqui, nas páginas deste livro, alguns, somente alguns, dos muitos nós das nossas gargantas, sementes férteis das nossas dores regadas pelo sal das muitas lágrimas derramadas por nós e pelos nossos. Que nossos versos brotem, cresçam, ganhem corpo e frutifiquem, deixando pelo caminho tortuoso que passamos frondosas árvores de esperança, de firmeza, de fé e amor... que nossa poesia faça sombra para os passos dos que vierem depois de nós. Boa leitura!
Marcelo Aceti 11
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enquanto espero
A vida em suspenso Hudson Pereira
De repente, uma sexta-feira sem avisos Em três dias nada mais funciona Eu, que sou dado a improvisos, que sempre fiz tudo de véspera me flagro apreensivo diante da paralisação como se a vida, agora em férias, me ordenasse uma inevitável recessão Tivesse eu tido a chance de programar a temporada não me encontraria agora num monólogo improvisado como quem busca a luz de um spot que pifou De repente, outro domingo e eu não acordo mais cedo nem produzo, apenas continuo dia após dia esperando o momento de tudo ser posto no seu devido lugar.
Hudson Pereira é um poeta carioca. Participante ativo de saraus no Rio de Janeiro, foi finalista do 8° Prêmio UFF de Literatura na categoria poesia. É autor do livro Café Expresso e outros poemas (2016).
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Baú de esperas Cecília Rogers
Nos brinquedos amontoados No baú de esperas Deixo escorrer a saudade Na bola maluca No carrinho de montar No helicóptero de empurrar Burum burum burum Sai você fantasiando Mundos inalcançáveis Inundando a casa De afetos impensáveis Tudo trancado No baú de esperas Onde transbordam Minhas lágrimas Onde repouso o olhar Na bola parada No carrinho guardado À espera De sua mãozinha que conduz De seu sorriso que ilumina A casa A vida Agora Pausada.
Cecília Rogers nasceu e reside em Niterói. Mestre em Literatura Portuguesa (UFF), publicou o livro Ardia a poesia em Maria (Ed. Pachamama, 2018) e participou do Fanzine Alfarrábios XIV (Armazém de Quinquilharias e Utopias, junho de 2020).
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Só... Patricia Bahiense
Só mente na solidão Só aguardo uma libertação Só quero uma alegria Só almejo estar bem, um dia Só penso no mundo lá fora Só quero ser feliz agora Só vejo uma direção Só desejo um coração Só no céu alcanço as estrelas Só o sol ilumina o horizonte Só o tempo cura feridas Só assim seguiremos de cabeça erguida Só a sabedoria mostra a verdade Só a experiência traz a maturidade Só a vivência mostra o conhecer Só a vida faz crescer! Só! Só estou Só fiquei Só vivi Só me lembrarei Só um dia Só esquecerei Só... Patricia Bahiense é escritora, professora e contadora de histórias. 19
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Muda Rodrigo Santos
A casa muda Cheia de ausência Reclama você. Já é outra casa Cega de encantos Pois já não te vê A casa muda Se torna uma cela Convento sombrio Lâmpadas caladas Nenhuma janela Morrendo de frio A casa muda Não deixa endereço Para a posta restante. Mesa não recolhida, Alegria de dias idos, Felicidade de antes. A casa muda O desespero surdo E a esperança míope Mutilada da paciência Enquanto você não volta Estado de sítio.
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Muda a casa, Mudam os ventos que a varriam E as vontades de preenchimento De incômodos solitários A esperar por você Que não escuta, e nem vem.
Rodrigo Santos é autor dos livros de poesia Máscaras sobre Rostos Descarnados e Brechó de Almas, e dos romances Mágoa e Macumba, além de figurar em mais de uma dezena de coletâneas no Brasil e no mundo. É um dos criadores do evento multicultural Uma Noite na Taverna, vencedor do Prêmio Flup 2012.
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enquanto espero
O silêncio do dia Ana Paula Souza
Não ouço os carros, buzinas, vozes Não ouço a vida Não ouço o dia Não sinto a noite Só silencio ecoa. Silêncio que penetra mais que as vozes do palco mundo Silencio da dor Não me silencie Eu grito Em silêncio Me escutas? Eu clamo a voz da minha alma.
Ana Paula Souza é advogada, mestre em Direito e entusiasta do direito, da arte e da literatura.
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Vazio Cristina Godoy
Em tempos difíceis em que milhares de pessoas morrem todos os dias... É o momento das pessoas se unirem, se ajudarem, desenvolver empatia... Mas tudo que vejo é a humanidade doente: egoísmo, descaso, agressões... Está escancarada a verdadeira essência do ser humano A esperança vai minando, a cada dia um pouco... O coração partido, sem ânimo... Porém a Fé me mantém de pé para seguir em frente... Por vezes uma sensação de vazio invade meu íntimo, sem chão... De mãos atadas, os sonhos perdem espaço para a realidade nua e crua... A desconfiança, a arrogância, a verdade por trás das máscaras... As pessoas estão revelando sua essência... Sonhos sendo desfeitos, a realidade é evidente, cruel... Nada é perfeito! A vida exposta no universo virtual não convence mais... Utopia! A realidade desmascarada, endurece os sentires Vivemos no olho do furacão, estamos perdendo chão... Quero pisar, mas não vejo a terra, só o vazio...
Cristina Godoy tem 46 anos. Graduada em Nutrição, atua como Agente de Saúde do município de São Paulo.
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Confortável D’Araújo
Em sua carcaça inerte, o espírito repousa. No conforto do assento do sofá da sala, a TV rouba-lhe o tempo. O computador acalenta seus ensejos. A esperança é morta. O sonho nem nasceu. Mas a vida ainda pulsa, ali, junto àquele corpo inerte, que só espera a morte.
Antônio de Araújo Silva é escritor, poeta, naturopata e Mestre em Reiki, nascido na Cidade de Ouricuri, no sertão de Pernambuco.
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A Morte Artur Laizo
A morte espreita quieta na noite tão fria Enquanto a chuva molha o mundo ao seu redor Não há ninguém que possa andar com alegria Porque a escuridão teima em distribuir dor… A morte de roupagem negra e tão sombria Não escolhe lugar, e por onde ela for Levará destruição, perdas, louca sangria Como uma ave de agouro intenso e grande rancor. A morte passa e lenta e fria vai jogando As suas garras esguias sofrimento causando Sem olhar qual pessoa deixou de existir. É por isso que nunca devemos deixar De procurar viver bem, devemos amar Devemos procurar c’a morte reprimir.
Artur Laizo é escritor e médico de Juiz de Fora. Cirurgião geral, é também professor da Faculdade de Medicina da UNIPAC-JF. Autor da série A Mansão do Rio Vermelho, Laizo é presidente da LEIAJF, membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete.
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Em casa Daniela Laubé
Eu, em enlace eterno, entre “entretantos” e exatidão errando estatísticas enquanto espero erradicar essa extrema expiação embarcando em emboscada emocionalmente embargada Mundo mudando multidões morrendo máscaras multiplicando mídia maçante misturando medos manobras mentais, meu mirante Crepúsculo castanho casas celebrando crianças correndo cura capitalista com curva crescendo consumindo conquistas Alma, álcool, água acalmando ansiedades acenamos aprisionados aplaudimos apaixonados atropelamos as amenidades assim, acolhemos angústias Sanitizamos sonhos, somos solidários simplesmente seguimos sem sair, sem sol, sem sal 31
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sabe-se só sobre solidão só sons, sinais, solavancos Assim acordamos, assim adormecemos, assim abraçamos afastados, apartados, amando agora, aguardando amanhã
Daniela Laubé é de Belo Horizonte, MG.
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O medo de ter medo Edilson Leão
Hoje o medo me dá medo Que chego até a ter medo De sentir medo. Eles transmitem o medo. Me dão medo! Este é o principal enredo. A aflição está no ar, Na rádio, jornal e TV mas pode crer Que a doutrina diz: “Quem tem medo não tem fé”. Apesar de que para alguns é na base do: “Seja lá o que Deus quiser”. Meu medo não se trata daquele Em que o cantor dizia: “Foi por medo de avião” ... Porém hoje não posso nem segurar a sua mão. Mas, meu medo não se resume apenas Como se na entrada brusca do ladrão pelo portão, Nem medo da explosão da panela de pressão. Meu medo é da pressão mesmo! Me dá medo de não ter mais tempo De me confessar diante do vigário, E não poder revelar meu segredo ora escrito Naquele velho diário. Meu medo não é da minha própria sombra e sim Das pessoas que me assombram. E por isso, me escondo na escuridão Na esperança de encontrar a fada madrinha Aquela mesma da varinha de condão Me trazendo a solução. Edilson Leão é professor, pós-graduado em Metodologia e Didática do Ensino Superior, Técnico em Agricultura, Pedagogo, Escritor e Analista Judiciário.
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Saudade Ewertton Rocha
É de longe O que mais aflige E por mais que eu me monte Mesmo assim ainda me agredi É uma espécie de dor na alma Que quanto mais grita Mais te cala Que sempre em toda viagem Vem na mala E faz com que outra emoção Se torne rala E mesmo sendo esse assunto Do poeta, a fala Parece que ela não se abala Mas se fortalece, cresce e aparece Escapa de todas as preces E deixa a pessoa prestes Ao momento em que enlouquece E a sanidade enfim, se perde A cada: “Adeus”, me acompanha E não descansa De ali estar A cada toque Em cada lugar Em cada olhar Sempre me faz lembrar
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poesia para tempos difíceis
Daquele olhar... Do seu olhar E por mais que ela doa Faz sempre em evidência estar O quão forte é o amor Que tenho por ti E ele puro Só por si A importância que você tem, Só você tem, Meu bem, Pois é só de ti Que me lembro do acordar ao dormir É só em ti Que vejo razão pra sempre sorrir E seguir É só em ti Que encontro forças para lutar Com a saudade E a ansiedade E plenamente esperar O momento de te reencontrar
Ewertton Rocha Vital tem dezoito anos, é estudante universitário de Matemática e sempre teve um grande amor pelo mundo das palavras.
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Abismo Maria Ignez do Carmo Olivieri
Em meio à felicidade, ela invade. Silenciosa, arrasadora ansiedade. Traz angústia, insegurança, dor e medos. É sombria, dominante e fria. Preenche espaços, enfraquece a alma. Invade o corpo, domina dia a dia. Traz o futuro com morada no presente, que já ferido pelo passado, chora. As noites tornam-se mais noites, sem estrelas, sem lua, sem descanso. Dias sombrios, tristes noites de abandono. O corpo treme, a alma chora e o coração dispara até que venha um amanhecer transformado em luz, trazendo promessas divinas de liberdade. A esperança renasce, a fé nos fortalece e essa força, como laços, vai levando ao infinito, o pânico, o medo, a ansiedade.
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Silencie Iracilda Maria Costa
No silêncio as letras deslizam no papel. Unem-se e formam palavras. As palavras são escudos e as letras amigas O silêncio é espelho! Atente- se aos detalhes do “eu”. É no silêncio, momento de abrir a voz do coração. O silêncio é diálogo. Diálogo consigo. Abra a voz da razão pondere cada situação. O silêncio é amigo fiel, balsamo que acolhe. A voz que fala e você escuta. Ele sabe mitigar as palavras. Silêncio, silencie! Ele é capaz de responder as suas inquietudes. O silêncio expressa poesia, não machuca o outro com arma de egoísmo, individualismo ou palavras. Silêncio, silencie! Ele acalma a alma, traz reflexão e razão...
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poesia para tempos difíceis
Há muitos barulhos dentro das pessoas. Silêncio, silencie! E você, se reencontra.
Iracilda Maria Costa é professora graduada em Letras Português pela Universidade de Pernambuco e pós-graduada pelo IBEPEX - PR. Em 2004, publicou o texto A Vida da Palavra a revista Mundo Jovem.
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Do isolamento à reflexão Max Marcelo
De repente a luz se apagou A reclusão tomou conta das nossas vidas E o que era simples, tornou-se complicado. Cheio de normas, de silêncio, de sentimento de perdão. E a oração caminhou para o sentido mais edificante do ser E eu que estava perdido me encontrei frente ao medo Ao medo do desconhecido lá fora Medo de tocar, medo de abraçar, medo olhar. Olhar o futuro que passa lentamente À reclusão filosófica de um tempo não mais promissor E onde está a máscara da verdade? Está presente na ocultação do sorriso largo que não vem Medo da gente, medo do invisível, medo de ser humano. E a resposta às dúvidas frequentes são poucas São aquelas que ao mesmo tempo não respondem Aquelas que o homem não tem ciência. Queria gritar, queria dançar, queria cantar... Mas como queria... Mas como, mas como, neste vazio de minha existência vã? Como neste momento em que o medo se torna amigo da escuridão? E assim na reclusão do meu ser me pergunto Para vai tudo isso? Para onde os homens irão? A resposta a estas incógnitas estão no vácuo Estão no medo de ser, na vida e na complexidade das coisas. Ao que se fecham os dizeres da terra, os momentos do chão. Quando sabemos que somente o céu está aberto A receber aqueles que se encontram no isolamento da existência perambulante Do vazio, do medo de existir...
Max Marcelo Silva de Oliveira tem 40 anos, é professor, membro da Academia Corintiana de Letras e já publicou em diversas coletâneas.
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Demais saudade Paulinho Freitas
Saudade daquele tempo, Saudade daquele dia, Saudade do momento, Do carinho que fazia. Saudade que traz lamento Pra minha alma que esfria Saudade quando é saudade É dor saudade, não alivia. É beijo pela metade, Abraço que não sentia É amor que queima e arde No peito, mas não devia. Proibido, não devido, Meu deus! Espero o dia De novo te ver despida Ó luz que me alumia!
Paulinho Freitas é compositor, cantor, escritor e poeta gonçalense. Diretor cultural e vice-presidente da Ala de Compositores do G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra, é também membro do movimento cultural de sambas inéditos Samba na Fonte.
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Vida normal nunca mais Rosalina Lopes Pires Fialho
Depois que essa terrível e devastadora pandemia passar, Diminuirei o meu ritmo de vida, irei bem mais devagar. Nada mais no mundo será do mesmo jeito que era antes, A nossa rotina de vida se modificou em instantes. Vamos olhar para o próximo com mais respeito, Entendendo que todos têm também seus defeitos. Daremos valor ao que realmente vale a pena, A saúde é o requisito básico para uma vida plena. O patrão saberá que a empresa não existe sem funcionários, E que os trabalhadores merecem ter melhores salários. O mundo mais unido na busca incessante pela cura, Sabendo que não há potência mundial totalmente segura. Dedicaremos mais tempo ao lazer em família, Ouvindo com atenção o que diz sua esposa e sua filha. Teremos um novo olhar sobre a pobreza no mundo, As desigualdades sociais geram sofrimentos profundos. Descobriremos que de nada serve tanta ganância, Pois essa pandemia pôs em cheque nossa arrogância. Despertaremos para uma nova e diferente realidade, Descobrindo novos talentos em meio às dificuldades. Constataremos que o lugar mais lindo do mundo é o nosso lar, Consumidores mais conscientes e da mãe natureza iremos cuidar. Valorizando os professores e o papel crucial da família e da escola, Pois sem a Família e a Educação a nossa sociedade não decola.
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poesia para tempos difíceis
Descobriremos que a maior miséria não reside nas favelas, Pois são a soberba e a ignorância as nossas piores mazelas. Conheceremos a relevância de seguirmos bons exemplos, E que nem sempre os líderes espirituais estão nos templos. Depois que toda essa avassaladora pandemia passar, Quero o meu precioso tempo melhor aproveitar. Olhar a vida com mais amor e dar atenção para meu interior, Extirpar o pessimismo e cultivar avidamente o bom humor. Nada mais será como era antes da pandemia, O sentimento mais nobre será a empatia. A nossa vida mudou abrupta e drasticamente, E uma nova rotina se instaura lentamente.
Rosalina Lopes Pires Fialho nasceu em Ponte Nova - MG, em 1975. Graduada em Ciências Contábeis e Pedagogia, é professora na Rede Municipal de Educação de Rio Claro - SP, e já teve obras premiadas em concursos literários locais e nacionais.
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As saudades da vida Jéssica Cardoso
Sinto saudades do ir e vir, da rotina que passava despercebida das reuniões com os amigos fossem em casa, na escola, no shopping... nos acasos da vida. Saudades de prazeres simples dividir uma pizza risadas com quem se ama. Saudades dos altos e baixos. Saudades até do que me cansava, O que eu não fazia ideia da falta que sentiria, Saudades do contato com outras pessoas Colecionar experiências… Saudades até do singelo, De coisas antes nem percebidas mas hoje tão valorizadas. Tempos difíceis vêm para nos ensinar a apreciar as coisas boas da vida. Saudades de viver a vida como ela deve ser vivida.
Jéssica Cardoso dos Santos nasceu no dia 26 de julho de 2003. Sempre encantada por palavras e histórias, assim que começou a ler e escrever não parou mais.
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Resiliência Ana Carla André
Desfaço-me Refaço-me, me iludo Procuro os segredos Mais secretos do meu mundo Busco um mundo melhor Melhor seria o amor? O amor em plena escassez Então, desfaleço de vez? Eis! a esperança chegou?! Às vezes, procuro um afago Não posso te abraçar... Abraço-te com os meus olhos, Distância Abraçar a um metro e meio de distância É a nova forma de amar? Veja! Há um sol que brilha no céu À noite, surge o luar, mas um dia De chuva, uma noite de fel te impedem De continuar? E se nos adaptarmos às vicissitudes da vida? Seremos a nossa própria evolução? E que tal evoluir agora mesmo ajudando o teu irmão? Haverá um enlace das mãos Tirando as pedras do caminho, Pois tudo fica melhor quando não estamos sozinhos. Mas, se ficar só for a opção do dia Então aprenda a ser feliz com sua própria companhia.
Ana Carla André é nordestina do interior do Ceará, mas atualmente reside em Bauru-SP. Tem poemas publicados em um jornal local e em diversas antologias.
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Sol+Escuridão: Solidão Carolina Marçal
Incertezas. Medo. Solidão. Um vazio tão cheio de nada que transborda e sufoca. Se transforma em palavra. Talvez, o amor possa me salvar, mas viver o amor sem a pessoa amada por perto É tão cruel quanto estar sozinho
Carolina Marçal é Campo Grande, RJ.
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A única certeza André Galvão Chegamos à vida condenados à morte, limite insuperável da existência. Mas nem isso consegue ensinar a tantos espalhados por aí que a vida precisa ser vivida intensamente, mas leve, serena, como alguém que acomoda da chuva, na sua casa, seus amigos e aproveita cada minuto da sua presença, dividindo momentos, sorrisos e coisas, ouvindo e partilhando ideias, respeitando o outro em sua liberdade. Então, surge um vírus ou uma guerra que a tudo e todos ressignifica, empurrando para a angústia, para a saudade de ter vivido até mesmo o que não viveu e explode a tão dolorida lição que certamente não será aprendida de que a vida é um dom precioso para ser enaltecido e preservado e acima, de tudo, vivido. Mesmo com a pungente certeza da irremediável sentença de morte.
André Galvão é membro da Associação Nacional de Escritores, da Academia Independente de Letras e associado ao NALAP (Núcleo de Artes e Letras de Portugal). Publicou os livros A Travessia das Eras (Penalux, 2018) e O Coronelismo na Literatura: Espaços de Poder (UFRB, 2018).
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Vinte de setembro Anthony Portes
Revés Faltou o verdadeiro jogo. Apostei poucas fichas nas cartas mais baixas. Queria comemorar o que não é prêmio, mas dá felicidade instantânea. Mentira Acreditei no que não devia Fui estranho a mim mesmo e me despedi Corri ao contrário, e me afastei do que era certo. Arrependimento. Olho o que poderia ser E o que não deveria ter E tenho respirado este sentimento inútil Palavras Me faltam como faltam motivos Me engasgam como me engasga o desafeto Me iludem como seu sorriso nas manhãs de segunda. Falta. Falta qualquer coisa que me faça ir pra frente Qualquer coisa larápia que me roube sorrisos Qualquer coisa que eu desista de ser isto Cantaria Ouviria todas as músicas do Caetano, Jobim e qualquer lixo MPB Escreveria todas as cartas de amor em teu nome E ainda assim sobrariam coisas boas pra se contar Corpo Teu corpo, desejo súbito de lhe ter nos braços Sentir o cheiro do teu pescoço e o sabor dos teus lábios Do encaixe perfeito das mãos, do encontro do teu sorriso. Alma Calejei a minha, durante esses anos, escrevi nela histórias. Sujei o brilho dela de vinho barato, limpei com vodca. Agora esfrego essas manchas em silêncio, em paz. 55
poesia para tempos difíceis
Amor Ainda que eu me engane e me iluda Mesmo que eu enxergue nos meus olhos a verdade. Amor sempre será o que move este mundo e este corpo sedento por felicidade Cor As das tuas unhas, dos teus sorrisos e esta que mancha teu punho. Esta que você pinta, imprime e traça no coração. É a cor dos teus olhos que apaixona que inverte o meu mundo. Você Que passa horas a contemplar o nada Que deprime minhas frustradas tentativas de alegrias Queima viva o cigarro já apagado, a chama que fere sem existir. Horizonte Infinito de azul, montes e morros e gramas e nuvem. O futuro logo ali depois da esquina dois mil Entre os prédios, floresce linda e perfeita a flor na varanda do 15° andar. Teu Apenas teu, o sorriso que toma conta do rosto inteiro. Lábios, que de beijo, paixão e batom vermelho é teu. Entre as vidas que vivi, esta é a melhor.
André Galvão é membro da Associação Nacional de Escritores, da Academia Independente de Letras e associado ao NALAP (Núcleo de Artes e Letras de Portugal). Publicou os livros A Travessia das Eras (Penalux, 2018) e O Coronelismo na Literatura: Espaços de Poder (UFRB, 2018).
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Isolamento Vaz Vitória
Vivemos neste isolamento, Que nos alterou o comportamento, A vida social foi alterada, A economia foi abalada, Sentimos um sentimento, Bem fundo e profundo, Vindo de dentro, Que nos quebra o alento, Seu nome é nada. Um nada redutor, Mas que tem de ser vencido, É preciso arranjar capacidade, É necessária imensa vontade, Para nos autoconstruir, Sim, porque o caminho, Pode ser devagarinho, Mas o sentido, é em frente.
Vaz Vitória é o pseudônimo do autor Augusto Filipe Gomes da Silva Gonçalves, de Penafiel, Portugal.
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enquanto espero
Bom dia Caio Quintes
Mesas revestidas de anotações Papéis são cobertas para minhas ideias Exageros que escuto sobre produtividade Mediocridade direcionada em segundos. Calo-me antes que a minha língua seja a vilã Muitos ideais para lábios frágeis que se cortam e ressecam. Por isso uso os olhos, e converso apenas via silêncio Mas como mostrar seriedade Se não estamos juntos O alimento da brasa do sentimento é o encontro, o toque, o cheiro... a realidade. Sinto falta, desejo. Sinto raiva, tristeza. Meu dia é dia. Nem bom, nem péssimo, só é apenas mais um. O que faço com ele, todas as paredes da minha casa já sabem. Amante, talvez. Foragido que escondo debaixo da cama, quem sabe. Plenitude é guloseima para doentes Quem está em sã consciência deve ser louco A inércia é uma vergonha, e a culpa é companheira da indesejada. Não quero viver, não mais desse jeito Também não quero assustar ninguém com minhas palavras fortes e soltas Morte é uma delas, todos tem medo em citar a qualquer momento. Mas vivem mortos de saudades, de tristezas, de cansaços, de tudo, de sempre. É o que dizem.
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poesia para tempos difíceis
Pois eu gosto imprevisível E é por isso que vivo todo dia. Agora devo estar em repleta alucinação no meu escritório Sonhando acordado com as paisagens que não vi durantes anos Relembrando memórias perdidas Alvorecendo com o Sol todas as madrugadas em claro Ter um bom dia, seria um bom recomeço Mas o que há de mau em ter apenas um Aquele que posso transformar, em questão de segundos, na felicidade. Desde que seja meu, posso dividir com quem for E nisso, eu consigo fazê-lo em um ótimo e inesquecível momento vivo. Naquele bom dia que tive.
Caio Quintes tem dezesseis anos e mora em São Gonçalo, RJ. Bailarino clássico, já participou de diversos festivais de poesias.
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enquanto espero Cláudia Martins de Aguiar O tempo é agora. Agora é tempo de amar, de criar, olhar para dentro. Entrar em contato com minha mais pura essência. Reconhecer minhas sombras. Acolhê-las. Encarar todos os meus defeitos e reconhecer minhas qualidades. Honrar meus antepassados e reconhecer em mim suas mais verdadeiras características. É tempo de empatia, sem comparações. De entender que não sou melhor que ninguém. De relembrar e reviver antigos dons, esquecidos no desenrolar da vida. É tempo de apreciar. Apreciar uma dança feita com o coração. Apreciar uma música que me desperta emoção. Apreciar uma leitura edificante e desenvolver a escrita como forma de desabafo.
Cláudia Martins de Aguiar é do Rio de Janeiro, RJ.
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enquanto espero
Esta não é uma poesia sobre amor Genivaldo Costa
Esta não é poesia sobre amor. Não, não é sobre você. Esta não é uma poesia sobre como eu chorei por você. Ou sobre todas as vezes que você me decepcionou. Esta é uma poesia sobre como eu estou depois disso tudo. Sobre como eu consegui superar tudo mesmo que eu tenha ficado sem um coração. Esta é uma poesia sobre como eu virei o meu próprio amigo. Esta é uma poesia sobre como eu me tornei meu próprio abrigo. Hoje eu acordei dançando sozinho com aquela música aleatória da minha playlist. Hoje eu acordei me perguntando porque eu escrevi tanta coisa sobre você. Você não merece nem viver. Então não, esta não é mais uma poesia sobre amor. Não adianta me mandar mensagens. Eu não irei te responder. Não adianta me ligar. Eu não quero mais escutar você. Hoje eu acordei cantando com os pássaros. Conversando com meus gatos. E não, esta não é uma poesia sobre amor. É uma poesia sobre como eu superei você. E todas as minhas noites não são mais solitárias. Porque eu conheci alguém que me ama de verdade. Fica dançando comigo até tarde. É incrível como estar só te leva a novos lugares.
Genivaldo Costa tem 20 anos e reside em Feira de Santana, BA.
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Ainda que na dor Giovana Fernandes Leite
Ainda que na dor De si mesmo você pense em desistir Não se atreva a terminar com sua vida Você é forte e vai resistir Ainda que a dor Tente te derrubar Diante das aflições da vida Persista em levantar Ainda que na dor Você não veja mais esperança Continue no temporal Virão dias de bonança Ainda que a dor Sufoque seu coração Não se esqueça dos seus sonhos, Seus planos, sua paixão Ainda que a dor Tente lhe ferir Mesmo com o coração ferido Se desafie a sorrir Ainda que a dor Deixe-lhe com cicatrizes Prometa abandoná-las E a viver dias felizes
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poesia para tempos difíceis
Ainda que a dor Não te deixe pensar com clareza Lembre-se que tudo passa A vida é passageira A dor é difícil, Difícil de suportar Acredite na sua força E nunca pare de lutar Virão dias de muitas alegrias Ainda que as coisas estejam ruins Pois essa é a recompensa daqueles Que ainda que na dor, lutam até o fim.
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enquanto espero
Uma canção que nos aquece na solidão Heverson Souza e Costa
Mesmo que você esteja distante, Quando eu puder novamente olhar nos seus olhos, E tocar o seu rosto, vou perguntar: Você já teve a sensação De que nada foi em vão? Quando acordo a cada manhã, Tenho um momento Para olhar no espelho Para encontrar uma pessoa Que ao abrir os olhos Se perde na escuridão Mas tudo já passou? Não é tão fácil Superar esse medo no silêncio da noite Faltam certezas Que aqueçam os nossos corações Você já viu o pôr do sol atravessando o oceano? O universo se revelando Em cada sensação? E quem disse Que deve haver lógica na emoção? E mesmo que nesses dias a escuridão Tome forma no meu coração Haverá a lembrança dos seus olhos A solidão dos nossos sorrisos Que nos une em cada dimensão
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poesia para tempos difíceis
Então, respiro o ar de cada manhã Escuto solitário a mesma canção Busco nas mudanças alguma razão E tudo isso me faz acreditar Que toda essa dor não foi simplesmente em vão.
Heverson Souza e Costa é bacharel em Direito, mas deixou a carreira jurídica depois de advogar por quinze anos para se dedicar às suas maiores paixões: os idiomas, as viagens e a literatura.
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Porquê de flores Jean Duarte
O Desamor levou João à floricultura; juntos pediram um buquê de rosas só talos, com espinhos carmesim, pra presente. João casou-os com água na mesa. Enamorando tamanho dilema; puxou papel e cadeira sorriu por amor à caneta, botou botões em poemas.
Jean Duarte cresceu em Itajaí, SC. Vêm de uma vida dedicada ao skate, sendo skatista profissional desde 2006.
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Um homem que adiou os seus sonhos John C Golding
Viveu como se não houvesse vivido, Abatido, direcionado, guiado, dirigido, Pelas conveniências e rotinas, oprimido, Esperando a hora, Que de tanto esperar, se fez no agora, No encarcerar de seu próprio calabouço, A alma, Então, desmama, Desarma, Desaba, Desalma, De sentidos, desejos e vontades, Desprovido, Sem emoções, desplanejado e definido, No que contém, Descontido, Verbalizado no infinitivo, Num pretérito imperfeito, desfuturado, Coagido, Sem conteúdo, discreto, ferido. Eu ouço, O lamento contido, a seu tempo, Já era, Já se foi o momento.
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Se fez desapego pelo que nĂŁo lhe aprouve, Sim, o tempo, Ah, o tempo, meu amigo, Simplesmente, Um homem que adiou os seus sonhos, Pra nunca mais.
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Te trouxe poesia, vó Léo Martins
Me aproximei de ti Mesmo vivendo nesse tempo de distancia A Senhora com tanta idade Em seu rosto estava um lindo sorriso de criança A quarentena me permitiu ficar em casa Me protegendo para que não viesse adoecer Com isso eu pude ter o privilégio De estar contigo nos últimos dias do seu viver As pessoas estão distantes A saudade aumenta Algumas coisas até nos causam revolta A minha saudade tem nome e sobrenome Um lugar marcado no céu Só não tem a passagem de volta Quando nasci, A senhora cuidou de mim Me deu banho, comida, me ajudou a andar Quando cresci, eu cuidei de ti Te dei banho, carinho, te ajudava a lentamente caminhar O Alzheimer já tinha levado a sua identidade A Senhora não sabia mais seu nome, nem o nome do seu amor Mas nós nunca esquecemos a sua história Muito menos esquecemos o seu valor Eu respondia todos os nomes pelo qual era chamado Nem um deles era o meu de fato, e digo Que já não era mais lembrado como neto Mas sempre ouvia da sua boca: “Esse rapaz é muito meu amigo”
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Fiquei muito tempo ao seu lado Já que estamos trancados e não temos lugar para ir Até me lembrei que quando eu era pequeno Eu só dormia segurando a sua mão E a senhora já idosa Alguns dias me pediu para segurar a sua mão para dormir Suas frases pareciam um dicionário antigo Já não tinha mais todas as palavras Os seus olhos pareciam de outra dimensão Sempre abertos e distantes Enxergavam muito além do que a gente enxergava Seus movimentos já eram limitados Seus ossos frágeis Sua pele fina
Leonardo Martins Costa é de Niterói, RJ. Nascido em 1995, formado em psicologia, escreve para a página Delirios Da Alma no Instagram.
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Aprecie o pelejar Luana Schrader
Eram tempos difíceis para sonhadores, Amélie Poulain dizia em melodia e eu perdurava a melancolia que insistia em me alastrar. Passarinhos cantavam e me contavam, a dor iria acabar e a luz iria reinar na beleza do pelejar. Não temas e não desistas, o sol não tardará e a tristeza lhe deixará. Siga com o coração e aprecie a redenção.
Luana Schrader, 26 anos, é escritora e publica sua obra no perfil @luanaschrader.
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Enquanto Espero Marcelo Aceti
Que fazer enquanto espero? delibero mais um dia Quem diria... enumero nada, zero, apatia Heresia! - considero Noite fria eu supero o que eu quero?! poesia...
Marcelo Aceti é escritor, músico e poeta. Publicou os livros de poesia sete palavras sobre nada... ou quase tudo!, Acetetos e Tempoesia, os infantis Porque, afinal, essa festa é Natal? e O que é que tem dentro desse ovo? e o romance P.S. depois de tudo.
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Tempus Fugit Rodrigo Santos
Acendo mais uma taça, Bebo mais um cigarro À espera de um amanhã Que não virá. O tempo perdeu a contagem, A vergonha, o recato; Os dentes se atropelam, Dias acavalados. O mal que nunca perdura, A noite que nunca se finda: Isso tudo é balela, agora, Pra vender livro ruim de poesia. Trancafiados na alvenaria, Emoldurados em janelas, Caboclos na encruzilhada Sentindo saudades do mato. Não há mais nenhum fio tênue Que nos separa da loucura. Cada qual, um Simão Bacamarte, Fazendo pão, yoga e lives vazias. Aquele convívio com pares - ímpares em sua essência – Escondia a sua pior companhia: Só agora você se vê.
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Foi preciso sofrer uma praga De proporções bíblicas Para você aprender a se amar. De novo.
Rodrigo Santos é autor dos livros de poesia Máscaras sobre Rostos Descarnados e Brechó de Almas, e dos romances Mágoa e Macumba, além de figurar em mais de uma dezena de coletâneas no Brasil e no mundo. É um dos criadores do evento multicultural Uma Noite na Taverna, vencedor do Prêmio Flup 2012.
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Desencontros Luiz Henrique dos Santos Marinho
Eram amigos até que na tensão daquele dia não viu, não cumprimentou o amigo e outro pensou PALHAÇO! e nunca mais se falaram. Eram amantes se separam em suas solidões desejavam voltar mas ninguém deu o passo inicial e nunca mais se encontraram. Eram pai e filho ofenderam um ao outro não perdoaram o pai só reencontrou o filho morto. Por ranço por orgulho por vaidade quanto não-reencontro.
Luiz Henrique dos Santos Marinho é do Rio de Janeiro, RJ.
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Vazios Marco Aurelio Souza
Tento parecer uma pessoa forte Porém, não é essa a imagem que vejo ao me olhar no espelho A verdade é que eu sou incompleto E eu sou tão frágil como o vidro E basta uma queda para que eu vire estilhaços Às vezes, sinto que a minha paz é lançada em um foguete para o espaço E que a alegria é furtada de meu sorriso e de meu coração Sinto um vazio dentro de mim que é escuro e frio Haverá um fim para ele? Haverá algo que o conserte? Que o preencha? Preciso de calor, de verdade e de inspiração Quero tocar o solo com os pés nus Sem medo de me machucar Sentindo cada textura E a vida que nele há Alguém que me leve para as montanhas Para lá do alto apreciar a vista Para perdermos o fôlego juntos E nos sentirmos tão seguros como uma fortaleza Alguém que faça de seu sorriso O sol para os dias mais sombrios E de seu abraço o melhor abrigo que eu poderia ter Onde estará esse alguém? Qual o caminho que terei de percorrer para encontrar esse amor? Preciso de uma bússola para me guiar e me manter no caminho Pois os desvios não fazem parte do plano Assim, irei caminhar de mãos dadas com a esperança Até o dia em que a felicidade bater em minha janela E como o sol que se põe Ser o meu ponto final
Marco Aurelio Souza é universitário, músico e amante da gastronomia.
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Soneto da isolação Luana Schrader
Vivendo na angústia do isolamento Tempo efêmero e apressado escorre pelas minhas mãos suadas, trêmulas e desconcertadas. Gritos sufocados no âmago, Pensamento apressurado e embaralhado Boca seca e coração acelerado, já não sustentam mais tal confusão. Todos gritam “Ele não” Mas isso não exclui o caixão Vidas se foram em vão, E já não voltarão. Ansiando calma e poesia. Já não sabemos ao certo o que será, Mas nada mais como outrora Nos resta perseverar e aturar.
Luana Schrader, 26 anos, é escritora e publica sua obra no perfil @luanaschrader.
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Alado Cristina Godoy
De onde vem? A sede de voar... Consciente de mim mesma, da minha inércia Buscando em meu íntimo, a força, o impulso... Em minh’alma, num torvelinho de sentires, é arrebatador... A sede de liberdade impregnada de asas em movimento prestes a me erguer Apenas o querer invade a alma Ainda me faltam forças para prosseguir... Coragem para me lançar do alto, alçar voos e seguir rumo ao sublime encanto dos céus. Sinto-me como um pássaro a debater-se no interior de uma gaiola... Mas a esperança ressurge das entranhas de minh’alma, como flor de Lótus a brotar do lodo. Em busca da imensidão afora, sinto acesa a luz da liberdade, sinto a singela alvura das nuvens, sinto os vales verdejantes e a suavidade da brisa... Sinto o Sol aquecendo minh’alma no anseio de tornar os sentires em uma sublime história escrita pela pena da liberdade. Luto em conflitos internos em busca deste Universo Alçar voos em direção à vida! Que as asas me conduzam à essência do meu ser...
Cristina Godoy tem 46 anos. Graduada em Nutrição, atua como Agente de Saúde do município de São Paulo.
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Irreversibilidade Neuza de Brito Carneiro
A verdade não é pálida Nem anda amedrontada. Antes, é firme e vibrante. Ela não se esconde, não tem medos, não precisa de defesas Muito menos defensores. Antes, ela machuca e confronta Aquilo que lhe vem de encontro. Exposta ao tempo Permanece irreversível. Quem poderá refutá-la? Ela pode trazer paz ou guerras Empunhando a bandeira da imparcialidade. O que é, foi e será (Já foi dito na antiguidade.) Aprenda-se a lição E aquietem-se os corações.
Neuza de Brito Carneiro nasceu em Feira de Santana, BA. Septuagenária, somente ao aposentar-se passou a publicar suas obras. Pertence a várias academias de Letras, dentre elas a Academia de Letras e Artes de Feira de Santana.
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Qual a Importância? Rafael Vespasiano
Do alto, helicópteros sobrevoam as ruas desertas de medo, Dos arranha-céus muitos observam a desgraça nas calçadas Povoadas de seres humanos desesperados de fome e de... Vida, Pessoas na realidade tão desprovidas de qualquer vital essência. A vitalidade de tudo e de todos é consumida na luta infausta de digerir Uma carne carcomida de vermes... putrefação tão cara às nossas reais [existências. Nessa podre e execrável travessia humana por um Cosmos, Que para transitar nele não é necessário Amor, mas só Ódio de termos [sidos paridos. Viajando ao redor deste Caos sem sair dos nossos quartos, Percebemos que nada disso tem um significado em si, Apenas um sentido de que se do Nada partimos para o Nada voltaremos, Muito felizes ao perceber que a maior importância da Vida é a Morte E talvez o vice-versa também seja válido... Mas para que, realmente, importam tais reflexões metafísicas, se nem [sabemos O que iremos comer logo mais?...
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Somos todos livros Roberto Schima
Quantas linhas a história de uma vida pode ter? Quantos parágrafos? Quantos capítulos? Muitas coisas poderão ser escritas, às vezes apagadas, ou, então, reescritas, buscando-se cinzelar a forma, enfeitar o conteúdo, aprimorar o vernáculo e rebuscar a superfície. Cantoneiras e florão. Nervuras, gravuras, iluminuras. Somos todos livros errantes na imensa biblioteca do Existir. Penso nos milhares e milhares de volumes que se perderam para sempre, muito além de qualquer memória, amnesiadas da História, a exemplo da destruição daquele legendário centro de saber em Alexandria. Volumes primorosos, papiros mais simples, tabuletas de argila, inscrições em obeliscos. Folhas e folhas perdidas na borrasca do esquecimento. Somos todos livros. Com ou sem leitores, com ou sem importância, não deixaremos de sê-los. Contudo, para além das linhas, parágrafos, capítulos e floreios, indago-me um pouquinho mais além. 93
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Ao menos, creio eu. Sim, penso, num aceno vagaroso de cabeça. Oh, analfabeto a fingir tudo compreender! Segredos de um olhar que não se deixou ler, por trás de pálpebras cerradas cujo mundo procurou reter. Alfarrábios fechados, trancados, chaves perdidas em almas fendidas. Penso sobre aquilo que ficou e fica nas entrelinhas, nas nuances, no que poderia ter sido escrito, mas que permaneceu incólume na ponta calada de uma pena, no palimpsesto do silêncio. Ah, tramas infinitas que de miríade de vidas poderiam ser escritas!
Roberto Schima é de Salto, SP.
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Sempre seu Carlos Garcia
Eu tive sentir tive querer tive prazer tive você depois de tudo Para que? Por que? Distância, insegurança, martírio, depois do delírio, do amar, depois de você, só existe você. Com você alegria, chama, calor intenso. Sem você, se foi... Para que? Por que? De vez ou apenas por um momento? Um dia volta, revolta. Tirou...tiraram ela daqui, de mim, dela mesma. Por que ? para que? Apagar? Esperar? Tirar de vez da vida? Do pensamento? Apagar o sentimento? Era forte, dava norte, Para ela e para mim. Golpe mortal, arrasou. O desejo passou ou arrefeceu? Apagou? Existe ainda nela...em mim? Ela escuta ainda a voz do seu coração pois é a única verdade e pode afastar a tempestade. Ouve, não fuja, não resolve nada. Se partir vai chorar. Distância de nada vai ajudar. Para que se enganar, achar que terminou a historia...ainda não. Você pode não querer mas o corpo e a alma tem memória. Ventos fortes abalaram mas não derrubaram, os alicerces são fortes. Raízes profundas, embora as interferências imundas tenham atrapalhado. Sofro eu, sofre você. Algozes somos de nosso amor, de nosso prazer. Para que se afastar, por que não mudar da história o final, fazer algo diferente, esquecer tudo em torno da gente e olhar somente para frente, para o que a gente sente. 95
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EU TE AMO... e quem ama, perdoa, entende e é paciente. Aconteça o que acontecer estarei aqui do mesmo jeito que você deixou: sempre seu.
Carlos Garcia é paulista radicado em Recife. Policial Civil e instrutor da Academia de Polícia de Pernambuco, é formado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em Coordenação Pedagógica pela Faculdade Maurício de Nassau.
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Pranto Fernando Carvalho
Acordo e contemplo o sol escaldante! Sinto-me a dor pungente e suplico ao Deus Criador. A solidão, a amarga noite passada em claro e a amargura de alma me faz prantear em oculto!!! Logo grito ao vento: socorro! Ao cair da tarde com o sol se desfalecendo no poente oro copiosamente por esta pandemia. Milhares de vidas descem a sepultura. Contemplo vidas em busca de amor, refúgio e fortaleza. Usando máscaras e álcool gel me sinto desconsolado. Vou para a quarentena, Me curvo ao pé da cruz de Cristo Jesus e logo nEle encontro refrigério!!! Sua voz branda e repassada de harmoniosa ternura fala ao meu nobre e compungido coração! E continuo adorando O Deus Criador em espírito e em verdade!!!
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Acredite no amor José Rothardi
Em alguns momentos ressinto-me Noutros, dissolvo-me a pensar Multiplicando as minhas escolhas Nas asas da verdade caminhar Agarro-me aos ecos dos sentires Sinto-me desaguando em mim Enquanto minha mente flutua A voar em labirintos profundos Entre a liberdade perene do ser Resignado flertar com a gratidão São verdades que trago nos pulsares Estou morrendo através das noites Nas poesias que vibram em mim Acaso ouves meus lamentos noturnos
José Rothadi nasceu em 1961 em São Paulo. Escritor e poeta, é graduado em Pedagogia pela UNIFESP. Tem diversas publicações em antologias.
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Solidão Markus D.J. Frazao
Quando a solidão vem. Me faz me sentir um. Me leva a todo lugar E ao mesmo tempo a lugar nenhum. Uma nuvem negra no meu céu azul. Ela vem E beija meu rosto. Nesse instante me sinto o melhor do Mundo. Mesmo que seja por um segundo. Não sei quando ela vem. Se eu soubesse me prepararia bem. Acenderia uma fogueira E agasalharia meu meu coração. Com luvas nas mão esperaria A frieza da solidão. Não tenho certeza Do que ela fez comigo. mas de uma coisa eu sei. Me fez procurar abrigo.
Marcos Diniz de Jesus Frazao nasceu em Coroatá - MA. Estudante de Engenharia Civil, tem 24 anos de idade e escrevo desde os dez.
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Comum cidadão Glaucio Santos
Repentinamente o mundo inteiro parou. Do Oriente ao Ocidente a vida humana mudou. De seres sociáveis, o tempo todo ativos, Tornamo-nos cativos por um patógeno desconhecido. Inicialmente parecia impensado Ver em pleno verão nosso povo isolado. Renunciando toda a sua afetuosidade, Limitando-se a confrontar diariamente a saudade. A sociedade brasileira tão afeita a festas Passou a observar o mundo externo pelas frestas Das portas e janelas na esperança de atender A visita de alguém que lhe pudesse esclarecer. Nesse momento tão penoso e cheio de incertezas Quando deteríamos essa força da natureza? Os pais e mães viram agravar sua situação, Visto que ensinar os filhos não era sua aptidão. Mas por amor a educação deram seu melhor ao lecionar E aprenderam na prática sobre educação domiciliar. Contudo, perguntas povoam a mente do comum cidadão “Se isso se prolongar muito, como vou ganhar o pão?”, “O estado de fato me protege a luz da ciência Ou simplesmente apostou em medidas de imprudência?”. Respostas a esse respeito talvez nunca virão, Pois, ao sabor dos ventos se vive a vida de comum cidadão.
Glaucio é profissional de TI e reside em Boston, EUA, com sua esposa e filha.
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Desatino da alma D’Araújo
A poesia em mim. A poesia em ti. A frieza da alma. A felicidade a postos. O acalento do desejo. O avassalo das horas. Os segundos findos. A corda sobre o pescoço do tempo. O unguento de um triste viver. E a vida pulsando desesperadamente, esperando um fim que lhe caiba bem.
Antônio de Araújo Silva é escritor, poeta, naturopata e Mestre em Reiki, nascido na Cidade de Ouricuri, no sertão de Pernambuco.
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Decisão Artur Laizo
Tenho eu que decidir entre a vida ou morte Terei o poder supremo de fazer parar E escolher por aquele a quem faltou sorte Se encontra no escuro vale seu caminhar? Terei eu tamanha força p’ra natureza Mudar ou causar algum alento sem dor Terei em mãos o poder de manter beleza Onde o breu da poderosa tudo matou? Não tenho forças, vontade ou simples desejo De tocar com minhas mãos e soprar um beijo Com extrema energia, fazer reviver O que há muito segue a passo lento o caminho Da evolução derradeira. E sempre sozinho O homem caminhará até escurecer.
Artur Laizo é escritor e médico de Juiz de Fora. Cirurgião geral, é também professor da Faculdade de Medicina da UNIPAC-JF. Autor da série A Mansão do Rio Vermelho, Laizo é presidente da LEIAJF, membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete.
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A pedra de Drummond Daniela Laubé
No meio do caminho tinha um vírus tinha um vírus no meio do caminho tinha um vírus no meio do caminho tinha um vírus Nunca me esquecerei desse confinamento na vida de minhas esquinas tão abandonadas nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha um vírus Se Drummond estivesse aqui, será que assim chamaria a pedra angular da pandemia? Nunca me traduziu tão bem a pedra de sua poesia...
Daniela Laubé é de Belo Horizonte, MG.
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Flores Ewertton Rocha
Belas, cheirosas e frágeis Só por existirem, amáveis Com graciosidade e charme incontestáveis Admiradas por toda humanidade Mas, meu amor, Nem a mais bela flor Tem em si tanta paixão Quanto seu namorado Em seu coração, Nem é tão hipnotizante Quanto seu sorriso Que apaga tudo ao redor E sem dó Arrebata os sentidos Tidos ou induzidos Lembra de todos os momentos vividos Esquece os sofridos E revive os felizes... Do primeiro olhar, Primeiro abraço, Primeiro beijo, Primeiro sorriso a me nocautear E mesmo sem se vangloriar Tende a me impactar. De forma natural Faz com que nenhum dia seja mal Pois melhora qualquer situação Até ameniza a saudade Que na maldade Vem crescendo muito Mas não mais que a minha vontade De matar essa saudade 111
poesia para tempos difíceis
Desse momento tão mágico Que seu sorriso me traz Que por segundos me faz capaz De sonhar o real E realizar o sonho De, outra vez te beijar E presencialmente te amar E enfim matar O que vem me matando A saudade de tê-la ao meu lado.
Ewertton Rocha Vital tem dezoito anos, é estudante universitário de Matemática e sempre teve um grande amor pelo mundo das palavras.
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Volúpia Iracilda Maria Costa
Jardins floriam É tempo primaveril Pétalas prateadas caíam do céu. - O que é, o que foi? O sol rechonchudo e imponente diz: - Milagre, é o pulsar da vida! Os anjinhos tocavam bela sinfonia, A melodia do amor: Canção, para Sofia. É noite... Surge a lua. Piscando os olhinhos Gotículas prateadas Desciam, formando imenso tapete À espera da sabedoria. Espera cegonha, elegante bico Envolto em círculos multicores Grande cortejo Com poesia. A frente, estrela guia No centro do círculo colorido A menina linda. Linda menina, Sofia, Ladeada de amor Traz a sapiência de viver e de amar
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poesia para tempos difíceis
Vidas de cores, Luzes, estrelas, Sol, lua, música Projeto pensado É a moldura da foto de Sofia. Sofia, candura, Pura, Volúpia do amor.
Iracilda Maria Costa é professora graduada em Letras Português pela Universidade de Pernambuco e pós-graduada pelo IBEPEX - PR. Em 2004, publicou o texto A Vida da Palavra a revista Mundo Jovem.
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Minha terra Jéssica Cardoso
Minha terra um dia teve palmeiras, Onde cantava o sabiá, Hoje tem choros de mães que não chegam até lá. Nosso céu tem mais de cem mil estrelas, Nossos cemitérios têm mais flores, Nossos bosques não tem mais vidas, Nesse país sem amores. Em cismar ,sozinha, sem governo, Não encontro prazer eu cá; Minha terra não tem mais palmeiras, Nem o canto do sabiá. Minha terra vê horrores, Dos quais não posso imaginar; Em cismar, sozinha, sem governo, Não encontro prazer eu cá; Minha terra não tem mais palmeiras, Nem o canto do sabiá. Não permita Deus que morramos, Sem que novamente possamos respirar, Sem que desfrutemos dos primores Que um dia encontramos por cá, Sem que ainda aviste as palmeiras, Onde volta a cantar o sabiá.
Jéssica Cardoso dos Santos nasceu no dia 26 de julho de 2003. Sempre encantada por palavras e histórias, assim que começou a ler e escrever não parou mais.
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Arte Desfeita Marisa Ribas
Seria o fim dos tempos? Um vírus danoso e oculto assombra a humanidade em odioso insulto. Arte desfeita nas ruas, folhas secas no chão parece que toda a vida em todos os cantos foi em vão. Um mundo perdido no cinza as mordaças escondem a dor em lugar do riso e da alegria restam as trevas e o temor Sobrevive a humanidade e surgem em todas as cidades anjos de luz… trazem nas mãos o alento esperança de benignidade.
Marisa Ribas é escritora e professora, dedicando seu tempo a observar o mundo e escrever poesia, contos e crônicas.
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A uma porta da saudade Fael Uchoa
Essa porta que não abre Para liberar tanta saudade Soltar o nó que não desata De sermos nós uma só casa Vem, me beija, passa essa porta Que aqui jaz a tal saudade Que mal foi viva e vai ser morta.
Fael Uchoa é um escritor carioca. Em 2017 criou sua página @mar_poesias e participou de diversos concursos literários.
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Macro Lar Fael Uchoa
A sala já virou nosso quarto No tal aperto de nós e o berço O sofá serve como um abraço No labirinto de toys e tropeço Tantas as bocas e tão poucas O fogão já sucumbe a vazão As vozes tão roucas e loucas O bebê que tagarela de montão Futebol? Só na piscina de bolinha Que em instante virará restaurante Macro lar, da cidade formiguinha Num horizonte que parece distante Janelão é a alma daquele mundo Entra calor, frio, inseto, o que for É nossa ideia de lá, nesse nosso lar Mini e acolhedor, enorme de amor.
Fael Uchoa é um escritor carioca. Em 2017 criou sua página @mar_poesias e participou de diversos concursos literários.
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Amo-te Durão
Desorganiza o meu ser quando ele desperta Leva a acabrunhar o destemido atleta Sobe a temperatura e derruba a pressão Remove montanhas e almeja união. Este sentimento sempre que é despertado Requer atenção, necessita de cuidados A sua frequência é superior ao padrão Desarruma as batidas do meu coração. Se esse sentimento não for correspondido Sei que meu coração corre muito perigo Dessa vez é capaz de ele não suportar Outra reprovação no quesito amar. Tanta fascinação, cometi um pecado Um bilhete mandei antes de revisado Para minha surpresa ocorreu o melhor Com a sua correção hoje somos um só. Com cuidado e atenção ele foi respondido “’Te amo’ quando parte de quem não é querido Estraga a poesia, despedaça o português Estou perdida! Que emoção! É a primeira vez”.
Durão é o pseudônimo de Valmir Alves Silva, escritor nascido no Rio de Janeiro em 12 de outubro de 1966. Escreveu seu primeiro poema aos 53 anos.
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Circunstância de um acaso previsível Vitor Sergio
Qual a mais bela comunicação? Quais técnicas usar? A de grande eloquência? Com adjacência e cadência? Não... Não é aquela recheada de técnicas de oratória em vigência por convivência. Não é aquela em que se usa termos pomposos com veemência por prepotência, Nem... Nem aquela que há perguntas retóricas de aparência e com frequência. Nem piadas/interações com displicência e até com inconveniência. Ou... Ou desculpas excessivas por negligências e indulgências. Ou posicionamento corporal retratando a independência e a aderência. Muitos menos... Muitos menos esbanjar competência por aparência. Muitos menos decorar a produção por prudência, dando consistência. A mais bela comunicação, de eloquência e grandiloquência é aquela que atinge a alma e se eterniza em conhecimento por coerência e pertinência. Mas, como fazer isso sem indulgência e incoerência? Escrevendo com a alma, usando, assim, da transparência e da vivência impregnando de conhecimento por consequência em sua essência.
Vitor Sergio de Almeida é mineiro. Doutor em educação, é graduado em Letras, Jornalismo e Pedagogia, atuando nas três áreas como professor, jornalista e pesquisador.
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Não acaba Luiz Henrique dos Santos Marinho
Vácuo, Espaço ocupa por coisa alguma Nenhuma coisa não-existência Será que um dia terei paz de vácuo? Mas se sou vácuo Não tenho nada Não tenho paz Nunca existi.
Luiz Henrique dos Santos Marinho é do Rio de Janeiro, RJ.
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Desça de seu pedestal Rosalina Lopes Pires Fialho
A condição de sermos reles mortais, Deveria nos fazer menos arrogantes, O fim chega e nos tiram dos pedestais. Na jornada terrena somos meros viajantes. Essa doença terrível nos fez parar e refletir, Uma chance de evoluir como seres humanos, Não seremos como antes da doença surgir. Seres frágeis tentando esquivar do mundo insano. Desça logo deste seu ilusório pedestal, De nada adiantou todo seu status e dinheiro, Olhe sua pequenez diante de um vírus letal. Ninguém está imune ao dia derradeiro. Toda aparente condição e estabilidade, Toda sua ilusória solidez e segurança, A vida pôs em xeque sua superioridade. Caiu por terra toda sua altivez e arrogância.
Rosalina Lopes Pires Fialho nasceu em Ponte Nova - MG, em 1975. Graduada em Ciências Contábeis e Pedagogia, é professora na Rede Municipal de Educação de Rio Claro - SP, e já teve obras premiadas em concursos literários locais e nacionais.
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Nos Portões da Noite Rafael Vespasiano
Trilhos, trens, seres solitários... O ferroviário põe a roda do mundo para girar, As suas locomotivas sonham, passageiros devaneando, Nos portões da noite, sem luar, poucos transeuntes em seu vai-e-vem melancólico, Pensam nas esposas que ficaram em suas casas, Imaginam as amantes a encontrar na próxima estação, E a roda do mundo a girar promove uma desordem nos Destinos de cada um... Soturno, um caminhante a girar ao Acaso sua própria roda, Ao redor de uma estação qualquer, Vai ao encontro do que deseja... Apitos ensandecidos... Fatalidade. Mas as rodas das locomotivas continuam a girar, o mudo tem de continuar... Nos portões da noite, ainda sem luar, um corpo espatifado nos trilhos da ferrovia, Com seus sonhos estúpidos já dilacerados há tanto tempo pela engrenagem [do mundo, O trem passou por cima de todas as quimeras já frustradas a incontáveis anos, Daquele que outrora caminhava com os seus... Nos portões da noite, sem lua alguma por companheira, Peregrinava tão acabrunhado, tão pária de tudo e de todos, O Acaso, o fortuito marcou seu Destino... E o ferroviário continua a pôr a roda do mundo para girar...
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Temos nosso próprio tempo Jady Pereira Medina
Quanto tempo mais você aguenta? Quanto tempo você acha que consegue aguentar? Quanto tempo você acha que ainda tem? Quanto tempo você acha que algo ruim pode durar? Quanto tempo para tudo melhorar? Quanto tempo temos? Antes que nosso tempo acabe? Antes de pensar em responder ou encontrar qualquer resposta para essas perguntas, Lembre-se que você pode perder o único tempo, precioso, que ainda tem, tentando fazer isso. Não existe resposta para tudo, não existe solução para tudo, realmente. E isto, não é tão ruim assim. Ninguém sabe quanto tempo, o tempo tem. Você nunca vai saber quanto tempo você tem, afinal. Mas sabe que enquanto está respirando, ou lendo este texto, você ainda tem tempo. Para fazer o melhor que você pode com o tempo que ainda tem. O sol ainda brilha, abra a janela, deixe a luz entrar, se cuide, cuide dos seus, ame e deixe amar.
Jady Pereira Medina tem 26 anos e é professora.
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Madrugada Patricia Bahiense
Ouvi um barulho O que seria? Ouço passos Não tem ninguém em casa Pego a lanterna A pilha está fraca As paredes estão frias Minhas mãos as tocam Continuo a percorrer Mas não sei mais o que fazer Estou sozinho Ninguém por perto O barulho continua E meu coração aperta Desço as escadas A janela está aberta Me deparo com um gato Puxa vida Ora essa?! Que susto tomei Achei que fosse alguém Invadindo o meu espaço Numa longa noite A procura de um abraço O frio continua Subo as escadas A madrugada avança E na mente as lembranças Tentarei dormir Não há mais barulho Só um coração vazio Com uma sensação ruim E uma saudade sem fim Patricia Bahiense é escritora, professora de Artes e contadora de histórias.
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Coronavírus Elair Cerqueira Costa
Já enfrentei e venci Tantos desafios nessa vida Hoje, aqui em casa Lá fora, inimigo invisível Mais uma luta enfrentando Com fé irei vencer A humanidade precisava disso Dar uma parada, pensar Após esse isolamento forçado Nosso planeta será melhor Amor de novo comandará A paz voltará a reinar!
Elair Cerqueira Costa é de Aguaí, SP.
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Prescrição para uso contínuo de felicidade por via oral Sulamita Marques
Use bem sua felicidade, menina. Mastigue-a por mais de 20 vezes a colherada. Ajuda na digestão. Sinta-a desmanchando na boca, deslizando na língua. Ajuda a perceber o verdadeiro sabor. Aqueça-a antes de ingerir. Felicidade morna não alimenta. Felicidade só se come vorazmente, ainda quente, queimando os beiços, a gengiva, o teto da boca, a língua, a sua alma. Coma muito, se estufe! Pode ser qualquer tanto, só não pode pouco. E não perca nem um cadinho. Felicidade não se larga. Felicidade não se excreta. Redigere. Digere todo dia e adiciona novo conteúdo. Porque felicidade se consome rápido, menina. Quando se vê, já foi embora. Evaporou pelos poros. Virou energia pro corpo, pra alma e pro sistema nervoso central.
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Então coma felicidade, moçada juvenil. Coma, vocês todos também. Comam todo dia. Porque a deficiência nutricional de felicidade te deprecia, te enfraquece. Mata bem rápido cada unidade dentro de um ser. Felicidade é combustível da vida. Sem perceber você se vicia. Querer por completo, aproveitar o dia, isso tudo te fará muito bem.
Sulamita Marques é bióloga, mestre em Ecologia, acadêmica em Artes Plásticas e doutoranda em Ecologia. Tem diversas publicações científicas, cartas, crônicas e poesia.
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Fuga na Arte Rose Show
No abismo de uma temporada Insólita! Em obscura chuvarada Ininterrupta! Sono fugiu em tenebrosa madrugada Receoso! Pranteio notícia inesperada Corrupta!
Imploro ao meu interior Desejo! Que desalgeme meu pavor Reação! Para alquimiar esta dor Mágica! Que exale borrifadas de amor Renovação! Eis que emana uma luz Sonho! Protegendo o desejo que conduz Encarte! O que a mente produz Sabedoria! Ao ímpeto que seduz Arte!
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Afluência entre imagem e poesia Criatividade! Busco fórmula que reinicia Partida! A um novo dia em pintoria Reconstrução! A um ser que felicia! Vida!
Rose Show nasceu no Afuá - PA. Professora, folclorista, cantora, compositora, consultora temática para grupos culturais, poeta, locutora, mestre de cerimônia, teatróloga, artesã e palestrante, publicou duas edições do Livro Professora Rose e Seus Alunos Que Amam a Natureza e participou de várias antologias poéticas.
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Quando a pandemia passar Lourildo Costa
Quando a pandemia passar, Quero encavalgar Em seus cabelos esvoaçados, Abrir um sorriso dos seus dentes alvejados. Quando a pandemia passar, Quero lhe identificar Pelo bálsamo da sua pele morena, Sentir o aroma da sua boca pequena. Quando a pandemia passar, De relance quero mirar Os seus lábios de lavanda, Olhar dentro dos olhos em tua face branda. Quando a pandemia passar, Quero ouvir sua voz como brisa a ressoar; Sentir o cheiro da sua epiderme serena, Por onde correm, em fios, lágrimas de alfazema. Quando a pandemia passar, Quero seguir seus passos, como um pônei a cavaloar; Acordar o sol, fazer piruetas no ar.... - Quando a pandemia passar.
Lourildo Costa é acadêmico da AVL, da AELB e membro do Grêmio Barramansense de Letras. Formado em Letras e Direito, é autor dos livros Pelos Quatro Cantos: Contos; Pelos Quatro Cantos: Crônicas; As Drogas e o Aniquilamento da Sociedade; O Padrão Bíblico para a Família e Os Frutos de Minh’alma.
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Nada faz mais sentido Denise Doro
É difícil viver sem você uma dor que não passa, me invade e tudo faz com que eu me cale dando lugar as lágrimas de saudade. Isolada, com medo de contrair, algo grave que me impeça de sair viver os sonhos que juntos tivemos em seus braços demonstrar meus sentimentos. Até quando? _Eu me pergunto. Ficarei na incerteza de te tocar e vibrar com o seu toque, me entregar sem hesitar. E sentir o máximo de prazer de ser sua e também te ter unindo nossos corpos e saber que essa união irá permanecer. O desejo não me deixa descansar, tenho viajado nos pensamentos infindos neles me vejo vibrando e sorrindo e você declarando me amar.
Denise Doro é professora, pedagoga, poeta e contista de Juiz de Fora. Integrante da LEIAJF, publicou os livros Soltando as Amarras e O Jogo da Vida, além das diversas antologias da qual participou.
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Transmutar Ana Cava
Convide sua fé para dançar. Harmoniza sua saúde. Cinde momentos maus e vê quanta vida alimenta seus instantes. Rodopia leve de rosto colado com a esperança... Respira… lembra que o tempo segue seu fluxo ofertando novos convites e tudo há de estar novamente bem para viver novos passos.
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Tempo errado Marcio Martinello Sanches
Há urgência nas faces assustadas São necessários remédios e até respiradores Para suprir um oxigênio que falta. Não. Ainda não estamos em Marte, Aquele planeta saudável. Mas o céu parece se aproximar de alguns, Mesmo com aeronaves congestionando o solo, Para desespero dos que insistem em cavar; Talvez tentando esconder a vida que já não existe. Estou ao seu lado e não reconheço seu olhar, Menos ainda seu cheiro Até sua voz parece diferente desprotegida do escudo plástico. Fizemos escolhas, quando haviam opções E agora há lamentos e uma só direção Lágrimas escorrem para o interior, inundam o coração - desespero Porque a face secou, nas sombras do mais árido deserto.
Marcio Martinello Sanches nasceu em Bauru, SP, mas atualmente mora em Brasília, DF. É autor do livro de poesia Passagem para trás.
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No cais de onde nunca parto Nathália Rinaldi No cais de onde nunca parto A maresia dos dias Fernando Pessoa subo e desço o cais meus passos são como os de todos que por ali passam: já foi e já voltou muitas vezes conheço este cais até de olhos fechados e me movimento assim livremente: sem medo ouço os apitos e meu coração reage aos silêncios, meu coração também reage não sei se sei quem sou não sei que partes de mim ficaram pelo caminho não sei quanto tempo o tempo tem para me dar a maresia é um confinamento de vai e vem que não sai do lugar as fumaças não são suficientes e às vezes ficamos verdes a realeza só vejo passar - ocupada em ser realeza observo menos do que sou observada aqui, a imagem antecipa o ser e eu continuo sem partir nas poucas artes, mergulho com intensidade nado, busco, desejo e às vezes me perco tudo para sobreviver ao marasmo dos dias no cais.
Nathália Rinaldi é petropolitana. Graduada em Letras e pós-graduada em literatura brasileira pela UERJ, é professora e oferece oficinas poéticas. 151
Publicando Poetas
Livros de poesia são, muitas vezes, vistos pelas casas editoriais como obras mais complexas de serem trabalhadas junto ao público leitor, seja pelo laborioso processo de edição, algo que requer todo um cuidado na sua preparação e tato ao revisar e interferir no preparo final do texto, seja, em alguns casos, pelo baixo potencial de venda nas prateleiras. No entanto, a partir da experiência de mais de trinta anos ao lado de escritores e poetas, os editores da Litteris, sob o selo da Editora Courier Brasil, afiançam que nossos livros de poesia terão esta minuciosa atenção, algo que você precisa e merece! Acreditamos que a poesia deva ser abordada de uma forma própria, pois tem um público muito singular. Acreditamos que a poesia deva ser publicada e trabalhada em uma relação de proximidade e diálogo entre editora, autor e, consequentemente, o leitor. Acreditamos, enfim, que um livro de poemas fechado na estante ainda não é poesia... claro que não! Foi pensando nisso, que a Litteris Editora abraçou esta ousada proposta e deu vida à Editora Courier Brasil.