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para facilitar as decisões de seus clientes. (SEVCENKO; NOVAIS, 1998, p. 602)
No Brasil, um star system abrasileirado teve seu representante mais significativo no Departamento de Publicidade da Vera Cruz. Os estúdios da Vera Cruz abarrotavam as redações das revistas de fãs com releases, fotografias e instantâneos das filmagens. Enviavam também informações sobre suas produções e projetos futuros. Porém, a produção de filmes pelas produtoras locais não gerava grandes ganhos, e as revistas invariavelmente acabavam publicando mais conteúdo vindo do star system hollywoodiano intercalado de material de release ou notas sociais relacionadas a produtoras cinematográficas brasileiras, como a Vera Cruz e a Atlântida. Figura 6. O Cangaceiro (1953) de Lima Barreto, e cartaz de Aldemir Martins
De 1949 a 1954, a Vera Cruz realizou 22 filmes de longa-metragem. Apesar de ter durado pouco, a qualidade técnica e artística marcou época, os filmes ganharam prêmios internacionais e comprovaram a viabilidade do cinema brasileiro. Mas o sonho de uma grande indústria cinematográfica durou poucos anos. Em 1954, a Companhia Vera Cruz entrou em declínio. Entre os motivos de sua decadência está a ausência de um sistema próprio de distribuição. Distribuidores e exibidores – Colúmbia e Universal – ficavam com mais de 60% da arrecadação. Havia ainda a dificuldade de colocar o filme brasileiro no competitivo mercado internacional. A companhia sofreu, também, a concorrência desigual com os filmes estrangeiros no Brasil. (JORGE, 2004)