REVISTA PANIFICAÇÃO BRASILEIRA ED.121

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livros

TEMPO DE ISOLAMENTO REVENDO PRODUÇÕES DE LIVROS O tempo de isolamento social tem sido muito intenso com a produção das lives: CONVERSANDO COM AS PADARIAS, produzindo artigos para a REVISTA PANIFICAÇÃO BRASILEIRA e as revistas do food service, escrevendo um novo livro e concluindo outro. No meio de tudo isso, resolvi revisitar alguns dos livros que escrevi, em especial os relacionados aos fatos históricos da panificação brasileira. Essa revisitação me ajudou a produzir o texto a seguir, onde apresento detalhes colhidos dos livros já publicados e um pouco dois novos livros que em breve estarão disponíveis. Por Augusto Cezar de Almeida

As padarias disponibilizam o alimento universal, o pão que é um alimento de preço acessível, nutritivo e saudável. Estes podem estar presentes na mesa de todas as classes sociais, os diversos tipos de pães, desde os mais baratos e populares até os mais sofisticados. O pão diferente do que acontecia no Mundo Antigo e na Idade Média, pode ser encontrado muito mais facilmente. O que as padarias fornecem oriundo do trigo até chegar ao pão tem diversos papeis na história da humanidade: o pão alimento, o pão como moeda, o pão nas religiões, o pão e sua relação com o poder, o pão e suas influencias e uso na política, o pão e o circo, o pão e a cultura dos povos. Esse enfim, o pão universal, o pão de todos, o “pão nosso de cada dia”.

A EVOLUÇÃO - PÃO NOS PRIMÓRDIOS E NA ANTIGUIDADE

A HISTÓRIA DA PANIFICAÇÃO BRASILEIRA A FANTÁSTICA HISTÓRIA DO PÃO E DA EVOLUÇÃO DAS PADARIAS NO BRASIL

AUGUSTO CEZAR DE ALMEIDA NETO

Livro: A História da Panificação Brasileira – a fantástica história do pão e da evolução das padarias no Brasil Esse livro é o único no Brasil sobre o tema. Traz um 46

Revista Panificação Brasileira

enfoque da panificação desde a terra irmã, Portugal e as influências que essa sofreu, até a estruturação e funcionamento da panificação brasileira. O livro tem 320 páginas e foram necessários 9 anos para ser concluído.

FIXAÇÃO A TERRA Deixando de vagar como nômade, o homem passou a se dedicar à agricultura, trazendo um forte processo de evoluções na forma de conviver, sobreviver e se alimentar. A luta pela busca de alimentos através da caça, tinha suas dificuldades, quando ele descobriu que alguns grãos que cresciam soltos pela natureza podiam ser plantados e cultivados, foi uma alternativa para se estabelecer. Vários tipos de grãos, entre eles, a aveia, a cevada, o sorgo e, claro, o trigo foram sendo conhecidos. Esses eram o chamamos de “grãos selvagens” que, ao longo dos séculos, foram se modificando. Diferentes povos, desde a pré-história até o Mundo Antigo, utilizaram esses grãos para a alimentação diretamente, ou fazendo uma espécie de mingau, ou cozinhando um tipo de bolo não levedado, não era o pão como conhecemos.

A GRANDE TRANSFORMAÇÃO Mas foi há mais ou menos 6 mil anos que os egípcios descobriram, sem querer, a fermentação do trigo, descobrindo, desta forma, o pão. Os egípcios rapidamente aprimoraram as receitas do pão, modificando-as e criando diferentes formas, sabores e usos. Desde a sua descoberta até hoje, o pão sempre esteve ligado à vida do homem tanto como alimento quanto como símbolo econômico, político, religioso, artístico e cultural. No Egito, o pão era o alimento básico. Os pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Durante séculos, os celeiros eram de propriedade dos governantes, que mantinham domínio dos cereais e do pão. Os faraós tinham sua própria padaria, a padaria real (que era, inclusive, enterrada com eles). Os egípcios eram


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