Quais são os principais problemas a serem solucionados na educação superior brasileira atualmente? Essa universidade hierárquica, com gente que manda e que obedece, deve mudar. Precisamos de uma mudança no corpo da instituição sob o ponto de vista administrativo. O professor também tem que estar em constante atualização. Outro aspecto é a questão do conteúdo. O mundo está exigindo habilidades cognitivas, soft skills, voltadas à formação de pessoas autônomas. É preciso que o aluno passe por uma formação integral, que contemple senso crítico, resiliência, espiritualidade, empreendedorismo.
momento, estamos consultando a sociedade por meio de debates e convidando entidades para discutir os temas para, em seguida, propor um novo ensino superior. Uma das propostas contempla a importância de alinhamento da produção científica às necessidades de cada região do país. O sr. acredita que, por conta da pandemia, as pesquisas realizadas no ensino superior devem ganhar mais importância? Nós produzimos muita ciência – e ciência boa. Publicamos bastante. O Brasil publica por ano cerca de 80, 90 mil artigos em revistas indexadas, mas não transformamos isso em bem-estar, em riqueza. É preciso redirecionar a forma-
Durante sua gestão à frente do Crub, quais foram as principais propostas, projetos e iniciativas? O Crub congrega todos os tipos de universidades – públicas federais, estaduais, comunitárias, privadas com e sem fins lucrativos –, o que significa que temos na mão todo o universo do ensino superior brasileiro. Nós unificamos as representações nessa gestão, para que pudéssemos ter um olhar comum, um Norte, e vamos propor um novo projeto para o país. O nosso ensino superior é de 1968, quando foi feita a última reforma. Está na hora da mudança. Neste
“Com a pandemia, o estudante se tornou um indivíduo crítico, protagonista de sua formação. O grande desafio é visualizar que universidade teremos no pós-pandemia. ”
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