Revista Escada - Edição 44

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ção de mestres e doutores para a atuação no mercado. Somos um país que vende commodity, ou seja, não temos nada que seja, de fato, tecnologicamente diferenciado. Essa é uma grande caminhada que estamos fazendo no sentido de possibilitar, nessa reforma do ensino superior, esse lado do Brasil. As universidades têm que olhar mais para fora dos seus muros. Mas devo ressaltar que as empresas também não têm o costume de ir atrás de tecnologia, de recorrer à academia. Nos países desenvolvidos, onde as companhias procuram novas soluções? Nas universidades. No momento em que a empresa busca, ela estimula a academia. O governo também deveria fazer o seu papel, com mais apoio a agências como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para que empreendam junto ao mercado. O governo deve ser o principal interessado.

Qual é o papel da participação popular na busca pela evolução do ensino superior no Brasil? Essa pergunta é muito interessante. Nós estamos passando por uma crise de recursos para a ciência. O governo cortou quase R$ 700 milhões para a nossa área, e o problema é que a sociedade não toma conhecimento. Nós, universidades, precisamos fazer da ciência algo mais presente na vida das pessoas, mais palpável, algo que a dona de casa veja, que o empreendedor perceba que sem ciência ele não poderá crescer. Não temos, no Brasil, uma consciência sobre a importância da ciência, do quão insubstituível ela é. Talvez agora, com a pandemia, com o avanço da imunização, as pessoas possam compreender.

“É preciso redirecionar a formação de mestres e doutores para a atuação no mercado.”

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