57ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 3 Ane Costa....................................................................................................26 Edilson Lima................................................................................................42 Leandro Bertoldo.......................................................................................52 Marcelo Brambilla......................................................................................59 Thiê Rock....................................................................................................72 PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Salão do livro de Nova York 2023........................................................20 Alberto Pereira..........................................................................................21 Ricardo Wayland......................................................................................22 Teresa Ximenez........................................................................................24 Rosa Maria Santos...................................................................................28 JAX..........................................................................................................45 Melchíades Montenegro..........................................................................48 Diana Balis.................................................................................................49 Irlene Bandeira..........................................................................................50 Marisa Luciana Alves...............................................................................51 Lígia Beltrão..............................................................................................56 Amélia Luz.................................................................................................58 Cristina Cimminiello...............................................................................62 Roberto Mello...........................................................................................63 Dimas Oliveira.........................................................................................66 Regina Souza Vieira.................................................................................68 Carlos Frederico Ferreira da Silva.....................................................69 Cleusa Margarida S. Pádua..................................................................70 Dr. Inácio José do Vale..............................................................................74 José Vieira..................................................................................................75 Tito Mellão Laraya....................................................................................76 ENTREVISTAS COLUNAS Solar de Poetas..........................................................................................34 Poetas Poveiros.........................................................................................37 Brasil capa Jô Ramos comemora 14 anos da ZL Books e 7 anos do Prêmio Literatura Clarice Lispector Pág. 16

Revista Divulga Escritor

Revista Literária da Lusofonia

Ano VIII

Nº 57

Edição de fevereiro de 2023

Publicação

Bimestral

Editora Responsável:

Shirley M. Cavalcante

DRT: 2664

Diagramação: EstampaPB

Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com

55 – 83 – 996161090

Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 57ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

Nesta edição, temos como destaque de capa a editora e escritora Jo Ramos, comemorando, entre tantos projetos, os 14 anos da ZL Books e 7 anos do Prêmio Literatura Clarice Lispector.

Composta por mais de 30 escritores contemporâneos, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA!

Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo.

Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 54.

Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos.

Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos:

Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal.

Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal.

Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal.

Obrigada, Manso Preto, director do Minho Digital, apoio em Portugal

Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil.

Obrigada, Nell Morato, apoio no Brasil.

Obrigada, Evandro, do Blog Atraentemente, apoio no Brasil.

Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas.

Obrigada, a todos participantes, que mantêm o projeto vivo!

Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI.

Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista, colaborativa, elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo.

DIVULGA ESCRITOR 4 DIVULGA ESCRITOR

Divulga Escritor

Você Escritor

Que pensa em publicar

Não importa em que área atue Editor no momento de selecionar

Vai escolher os livros melhores De comercializar.

Leve em consideração que o Editor

Na hora de editar

Vai escolher os autores

Que divulgam melhor o seu trabalho

Para então os seus livros, A publicação financiar.

O gestor de uma empresa, Na hora de aceitar, O convite do escritor Para o seu livro apoiar, Os colaboradores comprar, Vai logo no Google, facebook, Informações do escritor coletar.

Por isso escritor, Quanto mais e melhor divulgar, O seu trabalho literário, Maior chance de sucesso terás, E a sua carreira literária alavancar.

Você Escritor, Não deixe de divulgar, Entrevistas, resenhas, Artigos, textos, apresentações... Divulgar, divulgar, divulgar...

Mais uma dica Literária, Agora vamos lhe dá, Ter foco no público-alvo, É sempre um bom caminho, a realizar, Pois, assim selecionarás empresas, eventos... Identificarás os gestores, Com foco e determinação, O apoio você irá encontrar, Com palestras o livro apresentar.

Vem para o projeto Divulga Escritor

O seu livro divulgar, Entrevistas realizar, Textos apresentar, Amigos novos encontrar.

Te esperamos para juntos Cada vitória comemorar!

Vem com a Equipe Divulga Escritor, Que estará sempre por aqui, para juntos te divulgar!

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 5 novembro | 2022 5

Sobre a “Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia” por Dra. Alexandra Vieira de Almeida

Alexandra Vieira de Almeida

Escritora e Doutora em Literatura

Comparada (UERJ)

Link para acesso a edição da revista com destaque para matéria de capa com a Dra.

Alexandra https://issuu.com/smc5/docs/40_divulga_

escritor_revista_literar

O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.

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O que dizer de uma revista que tem poucos anos de vida e já é um sucesso, tanto nacional quanto internacionalmente? Estamos falando da Divulga Escritor, uma Revista que enobrece a literatura lusófona. Nascida em 2013, tendo Shirley M. Cavalcante como jornalista e coordenadora deste projeto múltiplo e eficaz, o periódico tem se destacado por seu estilo ímpar e inovador. Prezando a qualidade e o profissionalismo, a Revista é um polo aglutinador que se expande para novos horizontes, trazendo à tona novos talentos e projetos voltados para o mercado editorial.

A Revista desde seu nascimento preza pela elaboração de entrevistas especializadas, tendo como princípio conhecer, de antemão, o perfil do entrevistado. Assim, se torna mais pleno o domínio do foco almejado, com entrevistas bem elaboradas e questionadoras que revelam a beleza e especificidade do escritor divulgado. O foco divulgacional de cada profissional apresentado é conduzido com mestria pelas mãos eficientes de Shirley M Cavalcante, que com seu dom criativo e reflexivo, leva os entrevistados a se adentrarem no terreno de sua própria obra de modo magistral. A jornalista conhece como ninguém o domínio da palavra exata e essencial, não deixando nada a desejar aos grandes entrevistadores da grande mídia.

Mas não só de entrevistas que a Revista se vale para divulgar a verdadeira literatura. A Revista também divulga textos literários, tanto no gênero prosa, como no gênero da poesia. Assim, podemos encontrar um leque diversificado de textos, como artigos, contos, crônicas, e poemas, sendo apresentados em todas as edições da Revista. Ela não tem patrocínio. Como então ela sobrevive em meio às dificuldades e crises em que vivemos, sem nenhum apoio das grandes empresas ou veículos de divulgação ou do próprio Estado? Ela se vivifica por um retorno colaborativo, pela união, pela fraternidade entre os participantes da revista. Todos colaboram para que a revista aconteça e apareça na mídia, com grande sucesso.

E qual o grande retorno disto? A Revista é inteiramente gratuita. Isso mesmo. Para todos que acessam a internet, ela está disponível e bela como sempre, enobrecendo o trabalho destes profissionais admiráveis com grande destreza e importância. A Revista tem ampla divulgação em várias mídias, além de diversos apoios quando se fala em trabalhos personalizados por edição. Todas as edições da Divulga Escritor podem ser acessadas de forma gratuita. Este é o grande diferencial do periódico, uma publicação que se vale de sua maior importância em toda a lusofonia.

Portanto, Shirley M. Cavalcante é uma desbravadora de mares infinitos, trazendo à público a força e a garra de uma mulher que não para e oferece um trabalho de extrema qualidade e confiança. A jornalista é um exemplo para todos aqueles que querem alcançar o reconhecimento de um trabalho perfeito e inigualável.

A Revista Divulga Escritor tem verdadeiramente uma máxima importância, sendo a maior revista literária da lusofonia, divulgada e apreciada amplamente, tendo muitos seguidores. Vivas à Shirley M Cavalvante e seu trabalho esplendoroso.

Link para última edição da revista, a de N.46 no ISSUU

https://issuu.com/smc5/docs/46__divulga_escritor_revista_literaria_da_lusofoni

Outras edições no ISSUU

https://issuu.com/smc5

Serviços

Links para acesso gratuito a todas edições publicadas Revista: Site da Revista

http://www.divulgaescritor.com/revista/

Recanto das Letras - em PDF

http://www.recantodasletras.com.br/ autor_textos.php?id=185182&categoria=M&lista=ultimas

Almanaque Literário

http://www.almanaqueliterario.com/revista-literaria-da-lusofonia

Quem desejar participar é só encaminhar email para nosso editorial informando o que deseja divulgar na revista, apresentaremos proposta.

smccomunicacao@hotmail.com

Não temos a revista impressa.

Valores para participar da Revista

• Valor da página para PF - 50 reais ou 13 Euros (publicação de textos em versos e em prosa, como conto, crônicas.)

• Valor da página para PJ - 300 reais ou 70 Euros

• Valor para publicação de entrevista - 100 reais ou 25 Euros

• Capa - Negociação individual.

Promoção Divulgação de livro, sinopse, juntamente com imagem de capa do livro, R$30,00 (trinta reais).

Aguardamos seu contato!

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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam

“Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade.

Saudades eternas.”

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Homenagem a Margot Weide - In Memoriam

“Descobri tardiamente que tinha nos deixado, linda Margot. Agradecemos por todo o seu apoio e participação. Agradecemos por seu legado literário, que fica para gerações.

Saudades eternas.”

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www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 10 Quer ser o próximo entrevistado para Revista Literária da Lusofonia? Entre em contato com o nosso editorial, apresentaremos proposta: smccomunicacao@hotmail.com | 55 83 99616 1090 Você é o Aqui destaque
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www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 16 Escritora, Editora e Ativista Cultural Jô Ramos, comemora 14 anos da ZL Books e 7 anos do Prêmio Literatura Clarice Lispector Bem-vindo 2023!

Entrevista com a escritora, editora e ativista cultural

Jô Ramos

Jornalista com pós-graduação em Sociologia Urbana e Licenciatura em Letras, editora-chefe da Revista Lapa Legal Rio, diretora da ZL Comunicação e fundadora/coordenadora de projetos do Movimento Defesa da Mulher. Em 2012 lançou o livro Violência Contra Mulheres. Dê um Basta! e o livro A Mulher e Seus Direitos em 2013. Lançou seus livros na Suíça, França e Portugal e participou de feiras internacionais de livros em Torino (Itália) e em Genebra (Suíça) em 2013.

Realizou o 1º Encontro de Escritores Brasileiros e Portugueses em Lisboa, no dia 4 de janeiro 2014 e coordenou o Stand Brasil Mágico na Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia. Criou o Prêmio Literatura Clarice Lispector, os Salões de Livros de NY, Newark, Lisboa, Rio, Montreal, Berlim, Açores, Covilhã e Paris. Criou também, o Projeto Jovens Escritores que já lançou nove livros com textos de crianças e adolescentes do Brasil, EUA, Portugal, Moçambique, Angola, Ucrânia, Rússia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau..etc.

Lançou 10 livros em português, inglês, italiano e francês. Em 2023 vai realizar o Salão do Livro de Massachusetts-Framinghan.

Boa leitura!

Este livro infantil faz parte de uma série, que será lançada este ano, tendo como base a cultura nordestina brasileira vista sob o olhar de uma menina chamada JACI.

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Bem-vindo 2023!

Escritora , editora e ativista cultural Jõ Ramos, é um prazer tê-la conosco na 57ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos o que a motivou a trabalhar com edição de livros?

Jo Ramos - O prazer é meu começar o ano de 2023 ao lado de vocês. A motivação é fazer com que a produção de livros no Brasil seja apreciada, lida e publicada. Saber que o autor terá a chance de poder lançar seu próprio livro é fascinante. Daí a ideia de criar a Editora ZL Books.

Em 13 anos de ZL Books Editora, publicaram quantos livros?

Jo Ramos - Uma média de mais de 200 livros. O sucesso é enorme porque trabalhamos facilitando todos os processos de feitura do livro para que o autor possa ter seu sonho realizado.

Apresente-nos 10 titulos, e segmentos da obra, que foram publicados pela ZL Books.

Jo Ramos - Só da Antologia Escritores da Língua Portuguesa Bilingue foram 8 exemplares com traduções para inglês, francês, espanhol e alemão. Temos também os livros, Refugiados-Drama do Século XX e XXI com textos de grandes intelectuais brasileiros, o livro Paz, Ética e Ciência, Filhos do Mundo, Escrevendo e mais 5 livros todos do projeto Jovens Escritores, com textos de crianças de vários países sobre temas diversos. O livro Parnamirim - Base norte-americana nos Tropicos 1939-1945 - Uma História Inclusiva, livro de pesquisa. O romance A Menina do Cabelo Colorido, Misturando as Asas, livro de contos. O livro Em Letras e Vírgulas, crônicas. Os Melhores Poemas de 2016, com diversos autores. Jaci no Mundo dos Livros – Uma

Menina Nordestina, livro infantil e Como Você Está, livros de crônicas sobre a pandemia.

Além de editora, você trabalha promovendo a literatura em vários países por meio de eventos e prêmios literários, apresente-nos os principais projetos nesta área.

Jo Ramos - Sim, atuo realizando os salões de livros de Portugal, França, Canadá, Alemanha, EUA e Brasil. Além do Projeto Jovens Escritores e a Academia de Letras da América Latina – ALAL.

Além do prêmio Clarice Lispector, o que temos para 2023? Sabemos que são muitos projetos, apresente-nos os principais.

Jo Ramos - Além do Prêmio Literatura Clarice Lispector, teremos o Salão do Livro de New York e a posse dos acadêmicos da Academia de Letras da América Latina.

Além de editar, organizar e administrar diversos projetos, premiações, você está lançando dois livros, apresente-nos as obras.

Como Você Está? Todos desaparecem com o tempo – Este livro é uma reflexão sobre a pandemia, na voz de diversos personagens. É um rasgo de várias emoções, um retrato do Brasil e do mundo em um dos momentos mais delicados da humanidade.

Jaci no Mundo dos Livros – Uma menina nordestina – Este livro infantil faz parte de uma série, que será lançada este ano, tendo como base a cultura nordestina brasileira vista sob o olhar de uma menina chamada JACI.

Quem desejar como deve fazer para adquirir seus livros, e conhecer melhor seus projetos?

Jo Ramos - Tudo pode ser encontrado no site www.zlbooks.com.br

Como concilia vida pessoal, profissional com a escrita?

Jo Ramos - É um pouquinho difícil, mas, nada que não possa ser contornado. O segredo é a organização, separando horários e dias para cada coisa.

Quais seus próximos projetos literários?

Jo Ramos - É continuar escrevendo o segundo número da série Jaci no mundo dos livros - Uma menina nordestina, preparar os próximos salões de livros de Paris e Portugal e algumas surpresas que não posso contar, por enquanto.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora, editora e ativista cultural Jô Ramos. Agradecemos sua participação na 57ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Jo Ramos - Minha mensagem é que não deixem de ler nunca, principalmente, os novos autores, e que neste ano que se inicia cada um consiga realizar seus sonhos. A literatura é um sol na vida de quem ler. Obrigada e até a próxima.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato:

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smccomunicacao@hotmail.com

LIVROS DA AUTORA JÔ RAMOS

“Como Você Está? Todos Desaparecem com o Tempo”

Tentar explicar um planeta em surto não é das tarefas mais fáceis. Talvez, exija de nós um olhar benevolente e acolhedor que deixe de lado críticas estruturais e metódicas. Sim, há uma forma de olhar em um recorte temporal desta civilização, que isso se faz necessário.  As vozes são mais fortes que as estruturas banais de observação e análise estrutural de uma sociedade, e este tempo é agora, é hoje, tendo isso em vista que essas vozes se tornam gritos e por mais que se tente não ouvi-las fica cada vez mais inapropriado, inadequado e fora do eixo não fazê-lo. Dito isto, deixo-me surpreender e levar por cada palavra de agonia lida neste livro, me debruço sobre elas para garantir que serão acolhidas e guardadas como prova de um tempo de dor e de sofrimento no qual todos nós estamos de alguma forma, ali, representados. www.zlbooks.com.br

Jaci no Mundo dos Livros – Uma Menina Nordestina

A idéia de realizar este projeto é colocar em destaque as manifestações culturais nordestinas. Neste primeiro volume a autora fala sobre o Pastoril, visto sobre a ótica infantil. A história toda será contada pela personagem Jaci, uma menina nordestina, nascida na cidade de Recife-Pernambuco. Nos próximos livros teremos outros exemplos da rica cultura do norte e nordeste brasileiro.

www.zlbooks.com.br

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Bem-vindo 2023!

SALÃO DO LIVRO DE NOVA YORK 2023

Enviem seus livros

O Brasil está explorando novas maneiras de fazer parte do mundo — através de nossas ideias, tradições e cultura. Assim como as pessoas desenvolvem novos modos de expressão e de relações com os outros, as nações também criam uma imagem, uma personalidade. Se a imagem composta que está sendo projetada é atraente, ela servirá como um farol e seduzirá visitantes, investidores e visionários, por isso, nós escritores e pessoas ligadas à literatura, temos o dever de avançar nos debates e nas motivações culturais.

IMPORTANTE: Autores podem enviar até 10 livros. Faremos a exposição e a venda.

PAGAMENTO DA INSCRIÇÃO

O pagamento da participação deverá ser realizado na conta abaixo citada ou pelo sistema Western Union para quem mora no exterior. Os dados serão enviados por e-mail para quem solicitar.

VENDAS

Sugere-se ao autor/editor que envie preço razoável de seu livro.

Os livros sofrerão o câmbio para serem vendidos em euro.

O valor pago ao autor/editor é de 70% do valor da venda, caso o autor não compareça ao evento.

O pagamento se fará por depósito bancário na conta do autor (posteriormente solicitada) em prazo de 45 a 60 dias após o término do salão.

LIVROS NÃO VENDIDOS

Três opções são oferecidas aos autores/editores:

1-No último dia do Salão, receberem de nossa equipe os seus livros para que possam levá-los.

2-Fazer doação para alguma biblioteca ou associações locais.

3-No caso de retorno dos livros, o mesmo será realizado por conta do autor/editor. Se o mesmo não desejar arcar com as despesas de envio para retorno dos livros, os mesmos serão considerados doação para a ZL Comunicação que poderá dispor dos mesmos como desejar. Não serão retornados livros para nenhum endereço que não seja o de residência do autor ou sede da editora.

Nosso e-mail: zlbooks11@@gmail.com

Produtora Executiva Jô Ramos

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Bem-vindo 2023!

Quando se escreve um livro é para estacionar os pântanos em local adequado. Remar nos neurónios construções infames. Digerir o tráfego dos deuses que desfilam pela cidade. Observar como os corpos são meros instrumentos do capitalismo. Ou, ainda, relações apresentadas com panoramas altos, em breve, favelas cercando as cordas vocais. Podemos desmentir Adamastor quando este ousa intrometer-se nas nossas fábulas vitalícias. São infindáveis as temáticas que uma obra pode abranger. Mas nenhum livro deve seguir um plano para alcançar qualquer distinção.

“Neve Interior” obteve o Prémio Literatura Clarice Lispector 2022 (Poesia). Foi concebido como um mapa de inquietações. É uma honra ver o meu nome ligado à autora de A Paixão segundo G. H., Perto do Coração Selvagem, Um Sopro de Vida. Nada disto tinha sido possível, se Jô Ramos (Escritora/Jornalista) não idealizasse o projecto em 2016 numa parceria com a editora ZL Books. O seu árduo labor tem como objectivo contribuir para a renovação do meio literário, dar visibilidade a diversos géneros, romper com o círculo vicioso dos que promovem a cultura institucional. É de louvar a preocupação em

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

O ESCRITOR ALBERTO PEREIRA

PRÉMIO LITERATURA CLARICE LISPECTOR 2022

(MELHOR LIVRO DE POESIA – NEVE INTERIOR)

ESCRITOR – ALBERTO PEREIRA

ESTACIONAR PÂNTANOS

expandir a iniciativa aos países de língua portuguesa. Além do alargamento geográfico que me permitiu este momento grandioso, as sucessivas edições homenagearam Carolina Maria de Jesus, Cora Carolina, Adélia Prado e Clarice Lispector. Voltando ao âmago do livro, “Neve Interior” vai delineando a impermanência. No princípio tudo nos parece um tenor dilatando a benignidade. Frágil a teologia da lama. O sagrado sem artroses. Mais tarde, a arritmia da vertigem. O infatigável desmembramento das harpas. Os corpos num debate árido. Não conseguimos colapsar a ambiguidade. Jaime Rocha (Escritor/Dramaturgo) retrata bem a irresolução em que nos situamos: levamos na mochila os sonhos de Homero, o desespero de Goya, a loucura de Nietzsche, provamos do fruto de Adão, sofremos com Prometeu e ansiamos ser Pégaso, Ulisses, Filoctetes, desejamos ser atenienses e espartanos ao mesmo tempo. É por subestimarmos a queda que destas páginas emergem múltiplas perguntas. Será o homem a ditadura da imaginação? Como se resgata a idade em que as constelações se moviam descalças como Isadora Duncan? Pode um corpo interpelar o último concerto do oxigénio? As relações

humanas são um bárbaro perímetro onde só consentimos dopamina. A sociedade não está preparada para o desabamento das mitologias. Cioran é certeiro na avaliação da obscuridade: amaríamos o caos, mas temos medo das suas luzes. “Neve Interior” afasta-se das teses obtusas que tentam apenas o apogeu. Tudo muda. Bloom, inesquecível personagem de James Joyce. Actualmente, substância ilícita que oferta a alucinação de se voar com um fertilizante. É certo: as leis da Física evaporam a errática psicose. António Carlos Cortez (Escritor/ Ensaísta) percorre com seu exímio prefácio o sentido primacial deste livro: Um mundo doente, anquilosado, feito de arestas, de gumes, isto é, com imagens e palavras próprias desse mundo, dele retiradas e dadas ao leitor numa bandeja não de ouro, mas de ferro, feita, pois, do peso do real. Quem a receba verá o material de que é feita, o chumbo que nessa travessa é servido. “Neve Interior” pretende cancelar as ilusões, pois nenhum arco-íris é imune à asfixia. O meu agradecimento à Jô Ramos, júri, Edições Húmus e a todos os que passaram pela minha vida. Alberto Pereira

Este texto foi escrito ao abrigo da antiga ortografia

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Bem-vindo 2023!

A minha trajetória de caminhada para realização do sonho de ter o meu primeiro livro publicado começou durante a crise sanitária causada pelo COVID-19. Por consequência daquele período desolador tivemos que permanecer um longo tempo em casa, em isolamento, buscando a prevenção da minha saúde e de todos da minha Família. Assim, tivemos que nos adaptar a está nova realidade de vida; procurando alternativas para tentar minimizar os prejuízos que afetaram toda a classe artística durante a Pandemia, em 2021. Logo, em meio este cenário caótico foi que surgiu à oportunidade para a publicação do meu primeiro livro infantojuvenil a partir do Edital nº 09/2021 SECMA

– CONEXÃO CULTURAL – LITERATURA, sendo está uma das políticas publicas enquanto ações emergenciais do Governo do Estado do Maranhão, que teve como finalidade amenizar as consequências da Pandemia causada pelo CORONAVIRUS no setor cultural em agosto de 2021. Então, fizemos a inscrição de uma obra totalmente autoral de dramaturgia musical descolonial apresentando para a produção de um livro infantojuvenil com a proposta de projeto - A Fábula dos Papagaios. Eu lembro que fiquei aguardando por três me-

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR RICARDO WAYLAND

O Meu Primeiro Livro Publicado – “A Fábula dos Papagaios”

ses esperando muito ansioso pelo resultado da aceitação do projeto. Portanto, quando o projeto do livro foi aprovado aquele instante foi um momento de pura felicidade. Contudo, tivemos pouco tempo para produção do livro: a revisão do texto; criações das ilustrações e composições das canções musicais. Isto é, o processo de produção do livro durou três meses; sendo que o ponto de partida dessa caminhada começou no mês de outubro e tinha prazo parar terminar no mês de dezembro de 2021. Então, finalizei o texto; desenhei 14 ilustrações; compus 6 canções musicais; a apresentação da obra foi feita pelo meu saudoso amigo o Professor Luiz Phelipe Andrés e a revisão do texto pelo sua filha, Christiana Murad Andrés. Desse modo, a publicação do meu primeiro livro foi realizada pela EDITORA ZL BOOKS, do Rio de Janeiro que ganhou a proposta de produção do livro; por cumprir todos os requisitos exigidos no edital para a produção geral do livro – A Fábula dos Papagaios. Assim sendo, a Editora ZL Books trabalhou de maneira impecável com toda a sua e Equipe de profissionais talentosos, com longa experiência na área editorial que entregou como resultado final uma maravilhosa obra de literatura

infantojuvenil, o livro – A Fábula dos Papagaios. Dessa maneira, eu serei eternamente grato, a Editora ZL books, a Produtora Editorial, Jô Ramos, e a Produtora Gráfica e Diagramadora, Bianca Teodoro pelo excelente trabalho; além de proporcionar a felicidade de poder finalmente materializar o sonho de conseguir ter o meu primeiro livro publicado. Então, quando eu recebi os livros via Correios eu sentir uma grande emoção. Agora o sonho de ter pela primeira vez uma obra dramatúrgica musical descolonial publicada tinha se tonado pura realidade! Enfim, consegui publicar o meu primeiro livro infantojuvenil - A Fábula dos Papagaios, sendo lançado pela Editora ZL Books, contendo 88 paginas, com tiragem de 500 exemplares em dezembro de 2021. Por fim, realizamos pré-lançamento do livro na UV IEMA Estaleiro Escola Professor Luiz Phelipe Andrés durante as comemorações da Semana Mundial do Meio Ambiente, em 03 junho de 2022. Atualmente, o livro A Fábula dos Papagaios entrará no seu primeiro evento literário ao participar da 15ª Feira do Livro de São Luís que está realizado pela Prefeitura Municipal de São Luís do Maranhão entre os dias 05 a 10 de dezembro 2022.

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Bem-vindo 2023!

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA TERESA XIMENEZ

A PARTILHA DA LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DA ESCRITA

A escrita é, por assim dizer, um processo de partilha em torno do qual se forma uma comunidade. Falamos, neste caso, de uma comunidade de língua portuguesa, de uma partilha que reúne vários povos dispersos pelo mundo, enquanto falantes de língua portuguesa, mas também de um universo mais restrito, o da Escola, enquanto lugar de vivências, de experiências e, sobretudo, de uma língua que aqui se encontram e comunicam. Nessa intricada teia multicultural, a língua assume um papel de coesão fundamental entre jovens oriundos das mais distantes zonas geográficas do mundo que diariamente a partilham enquanto comunidade multicultural.

Neste novo aniversário que a editora ZL Books celebra, ocorre-nos recordar alguns projectos de parceria entre Brasil e Portugal em que partilhámos esta língua que, atravessando oceanos, nos reúne num só universo comunicativo. Através do incentivo ao diálogo entre jovens oriundos de várias dimensões culturais distintas, bem como da promoção de encontros e feiras do livro entre autores e escritores falantes de língua portuguesa, esta editora criou um espaço fundamental à língua portuguesa.

A experiência de ensinar Filosofia numa Escola Portuguesa multicultural, a Escola Secundária Dr.Azevedo Neves, onde se sentam lado a lado alunos oriundos de pa-

íses tão diferentes como Índia, Paquistão, Nepal, Gana, Cabo-Verde, Senegal, Guiné, São Tomé e Príncipe, Ucrânia, Angola, Moçambique, China, Rússia, Brasil, Cuba, Venezuela e Portugal, entre outros, permite-nos perceber a importância da comunicação veiculada numa língua que a todos reúne, neste caso, a língua Portuguesa. Desafiados a participar num projecto interessantíssimo da ZL Books, o Projecto Jovens Escritores, criado pela escritora e jornalista Jô Ramos, os jovens da nossa Escola participaram com entusiasmo através de textos relacionados com a disciplina de Filosofia e com as grandes temáticas contemporâneas. Reflexo das suas preocupações,

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Teresa Ximenez – professora de Filosofia – Lisboa (Portugal), Dezembro de 2022
Bem-vindo 2023!

bem como das suas experiências, rupturas a nível social e cultural provocadas pela sua deslocação geográfica, deram voz a grandes desafios da nossa contemporaneidade.

O primeiro Livro publicado com textos destes alunos, Filhos do mundo, em 2018, o quarto lançamento do Projecto Jovens Escritores, permitiu o empenhamento de jovens desmotivados a abordar questões que os preocupavam, como os direitos do Homem, os direitos da mulheres, racismo e violência. Surgiu na sequência de uma palestra de Jô Ramos na Escola, em Novembro de 2016, sobre os direitos das mulheres. Dos textos escritos pelos alunos, ressalta a preocupação com a sua contemporaneidade, com os dilemas e problemas que diariamente enfrentam e que são, essencialmente, problemas da sua sociedade e da sua época, numa vivência de um mundo em profunda e célere modificação.

Alguns anos depois, numa época atravessada por novos problemas, como o surgimento de uma pandemia antes desconhecida, de guerras, de polémicas em torno de vacinas e desafios da ciência, surgiu nova participação da nossa Escola neste projecto. Desta feita, o tema orientador dos textos dos alunos foi Ética e Ciência – os desafios que a Ética coloca à Ciência, oitavo livro do Projecto Jovens Escritores.

Corria o ano de 2021 e entre confinamentos, aulas à distância e um isolamento dos jovens em relação à sua habitual vivência e comunicação entre pares, os textos foram escritos e adiada a sua publicação por diversas ocasiões, devido a proibições de viagens e de reuniões alargadas. Finalmente, em Julho de 2022 foi possível fazer o lançamento do livro em Lisboa. Neste livro, os textos dos alunos reflectem uma vivência diferente e a sua extrema preocupação com o mundo desigual que os rodeia e que diariamente lhes lança novos desafios. Assim, não só a polémica das vacinas e dos confinamentos e outras proibições, como também problemáticas ligadas à religião, veganismo, direitos dos animais e responsabilidade ética em geral, tornaram este livro num momento particularmente importante da vida destes alunos. Simultaneamente e por abordar temas abordados nas disciplinas dos últimos anos do ensino secundário português, este livro marcou um lugar importante na Escola. Para além desta experiência extremamente gratificante, a nossa colaboração com a ZL Books também se pautou pela participação individual com textos, contos e poesias publicados em várias Antologias colectivas. Em 2017, grande parte desses textos publicados em Antologias pela ZL Books bem

como alguns outros inéditos, foram reunidos num livro, Em Letras e Vírgulas, lançado no Rio de Janeiro e posteriormente em Lisboa nesse mesmo ano. Este título reuniu textos díspares na sua forma, alternando entre pequenos contos, poesias e textos temáticos. Da experiência da escrita ressurge a criação de universos interpretativos distintos, através de experiências vividas e imaginadas. Neste livro, a experiência de alguns anos no Oriente mistura-se com a força da matriz europeia, da saudade tão portuguesa dos azuis do mar, esse mar que nos une e nos separa de outros povos e que, tal como a língua portuguesa, tem uma enorme força de coesão ao aproximar-nos do nosso falar comum.

Dos vários encontros entre escritores falantes de língua portuguesa e da promoção desta língua através de feiras internacionais do livro, a ZL Books criou um espaço de diálogo e de divulgação da nossa língua no mundo. Língua partilhada por comunidades muito diferentes e espalhadas geograficamente pelos cinco continentes, é através dela e com ela que se unem estes povos que um dia viram chegar os navegantes, atravessando mares azuis de espuma esbranquiçada, ao sabor dos ventos e das correntes também elas da imaginação que a todos une num lugar comum chamado Terra.

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Considero a saga uma história sobre como a Eva muda uma cidade inteira e a vida de quem mora lá. Ela é uma força da natureza, um tornado. E tornados as vezes causam ruínas…”

Entrevista com a Escritora

Ane Costa

Aos sete anos, Ane Costa escreveu a história da boneca curiosa Lilica que saía da casa de bonecas para ver o mundo. Mais tarde, inspirada por fanfics, a fascinação pela escrita continuou. Tornou-se uma leitora ávida, faminta por histórias que a fizessem sentir todos os sentimentos do mundo. Ingressou na faculdade para estudar línguas e literaturas. A paixão pela literatura (tanto brasileira quanto estrangeira) guiou-a para um mestrado em literatura inglesa e um doutorado (em andamento) na universidade de Purdue nos Estados Unidos. Seu livro de estreia, Eva. Vanguarda, traz muito da sua trajetória como imigrante.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Ane Costa é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?

Ane Costa - Conto histórias desde que comecei a falar — e foi bem cedo, inclusive, aos 6 meses de idade. Escrevo desde que aprendi a escrever, crio personagens desde então também. Então acho que não teve um momento na vida em que eu quis ser algo diferente de escritora. Fiz faculdade de Letras porque era o mais perto que podia chegar de ser escritor na minha época, e acabei indo para o ensino de literatura — que eu amo. Tenho diversos livros preferidos, mas basicamente amo tudo que Machado, Guimarães, Toni Morrison e Jamaica Kincaid escreveram. Escrevo desde ficção, a poesia, e música — qualquer coisa que o momento pede.

O que a inspirou a escrever “Eva, Vanguarda”?

Ane Costa - Desde que virei adolescente, queria ir estudar fora do Brasil. Acho que Eva nasceu ali — de uma vontade de ir morar fora do Brasil. Quando estava no meu primeiro intercâmbio, eu escrevi o primeiro livro da saga tal qual ele é hoje. É quando considero que a história nasceu de verdade, embora eu tivesse outras versões dela já escrita. Hoje em dia moro nos Estados Unidos, onde leciono Literatura em uma universidade americana,

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e tudo que vivo na minha trajetória de imigrante acaba me influenciando na escrita da série, e de todos os meus livros.

Desde o inicio tinha projeto para escrever uma saga, ou o projeto veio surgindo enquanto escrevia o enredo que compõe a obra?

Ane Costa - O livro sempre foi uma saga, a ideia sempre foi contar os 4 anos da graduação da Eva na universidade de Vienna (uma universidade fictícia). Eu comecei a história sabendo onde ela iria chegar, e acho que não tem como escrever saga de outro jeito. Pelo menos para mim, é essencial ter todos os livros já esquematizados e saber como vai terminar.

A Saga será composta de quantas edições? Apresente-nos o projeto.

Ane Costa - O primeiro livro se chama “Eva. Vanguarda”, e se foca na dificuldade da Eva de estabelecer relações no trabalho, na faculdade, e no âmbito social. Mas também mostra como ela fica cada vez mais resiliente com os desafios. O livro dois, “Eva. Anfibologia,” traz uma Eva mais fechada, que precisa lidar com ansiedade e novos desafios. O livro três e quatro (último) vão fe-

char a série e muita coisa ainda vai rolar. Não vou contar os nomes, mas posso adiantar que está cheio de emoções.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Eva, Vanguarda”?

Ane Costa - Considero a saga uma história sobre como a Eva muda uma cidade inteira e a vida de quem mora lá. Ela é uma força da natureza, um tornado. E tornados as vezes causam ruínas…

Apresente-nos 3 motivos para ler o livro.

Ane Costa - Um livro com representatividade racial, orientação sexual e que fala de empoderamento feminino, que vai te fazer dar risada, ficar indignado, e também ficar de coração quentinho. Acho que foi mais de três, hein?

Quais critérios estão sendo usado para escolha dos títulos, incluindo toda a série.

Ane Costa - Os títulos trazem o nome da personagem e o tema do livro. Vanguarda era sobre como a Eva é diferente da cidade e como ela é muitas vezes mal interpretada. Mas também mostra que ela pode mudar algumas coisas que estão erradas em Vienna. Já Anfibologia traz a contradição como tema principal. E tem contradição maior do que a contradição do amor? Os livros 3 e 4 já tem nome, mas eu não vou contar agora!

Onde podemos comprar o seu livro?

Ane Costa - O ebook está disponível na Amazon e Kindle Unlimited. Já os físicos podem ser adquiridos nos market places online.

Abaixo site para mai informações: https://anecosta.com/eva-vanguarda/

Quais os seus próximos projetos literários?

Ane Costa - Acabar a saga Eva e tem mais livro vindo aí, inclusive

um livro mais técnico, que vai falar muito sobre a criação da saga Eva.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da literatura?

Ane Costa - Eu ainda sonho em ver a Eva roteirizada, acho que seria maravilhoso. Mas vamos um passo de cada vez. Por agora, agradeço a cada um que embarca no universo Eva.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ane Costa. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Ane Costa - Deixo aqui o meu muito obrigado e o convite para conhecer a saga! Vem que você vai se divertir com as maluquices da Eva.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato:

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smccomunicacao@hotmail.com

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

Ano Novo, o renovar da Esperança

Era a véspera do Ano Novo e a mãe andava atarefada na cozinha, a preparar a ceia, com todos aqueles doces tradicionais de que tanto gostava. Como sempre, nada podia faltar à mesa naquele dia. Seria importante que nada viesse perturbá-lo, doutro modo, quando os filhos e outros familiares começassem a chegar das suas tarefas, não ia ser lá muito agradável não estar disponível para lhes dar atenção.

Mariana era ainda uma mulher jovem, com os seus trinta anos. Apesar disso, tinha já no seu rol cinco filhos. Por isso, tinha de cuidar dos trabalhos domésticos, enquanto o marido se encarregava de providenciar o sustento para o lar. E a sua tarefa no lar não era fácil. Educar, ensinar boas maneiras, cuidar da casa cozinhar, tratar das roupas dos filhos e do marido, além das suas, enfim, uma panóplia de trabalhos que pareciam nunca chegar ao fim.

Manuel, o seu marido, era funcionário público, e esforçava-se no seu trabalho o quanto podia para trazer o dinheiro suficiente para sustento do lar. Para isso, tinha que recorrer tantas vezes a trabalho extraordinário que sempre lhe proporcionava mais algum rendimento.

Ano após ano, nestas ocasiões de festa, Natal e Ano Novo, ela esforçava-se para que à hora certa não faltassem as batatas com bacalhau e todas as doçarias tão enraizadas nas tradições da família. Enquanto se mantinha ocupada no seu recato a prepará-las, os filhos entretinham-se a decorar a seu gosto paredes e a mesa. É certo que já não havia aquela azáfama de partir pinhões e avelãs, os tempos são outros, e por isso, entretinham-se a ver um ou outro filme da televisão ou mesmo do clube de vídeo, a ver passar as horas até que chegasse a hora da ceia. Às vezes, lá ouviam o apelo da mãe:

- Guida, minha princesinha, Vem-me ajudar, por favor, Traz-me aquela colherinha Da gaveta, meu amor.

Portem-se bem, meus filhinhos, Tenho muito que fazer Vejam filmes caladinhos E eu preparo o comer.

Obrigado, filha minha, Põe um olho no menino, E vais ver se a avozinha Está bem no seu cantinho.

No fim do ano, é assim, Sente mais a nostalgia, Vai à varanda, ao jardim, Como em busca de alegria.

Recorda os ente-queridos Que não estão entre nós E os tempos esquecidos Vividos com seus avós.

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 28 Bem-vindo 2023!

Guidinha era a mais velha dos cinco irmãos, tinha agora dez anos de idade. Tarefas cumpridas, regressou à sala para ter mão nos irrequietos manos que encontra muito compenetrados a assistir a um filme que o pai tinha alugado no cineclube para esse dia. Aconchegou-se como pode naquela amalgama de gente, bem ao lado das irmãs, sentadas no tapete fofo estendido junto ao sofá. Julinho, o irmão mais novo, esse dormia regalado no seu berço. Marquito, Luluzinha e Mariazinha, de olhos bem arregalados, não desviavam a atenção do enorme ecrã de cores vivas cheio de magia. Foi então que viram surgir aquele simpático velhinho de barbas brancas, muito mal agasalhado e descalço, que estava sentado numa velha poltrona desconchavada ali, junto da porta da rua, numa casa muito velha e meio desbaratada pelo tempo.

Guidinha aproximou-se do pequeno ecrã a fim de melhor apreciar aquele simpático personagem, como se quisesse tocá-lo. Este parecia lamentar a sua sorte. Afinal, tinha a consciência que faltavam poucas horas para o fim do seu reinado de doze longos e penosos meses, cinquenta e duas semanas de azáfama, trezentos e sessenta e cinco dias de labuta durante vinte e quatro horas ininterruptas em cada um deles. Quantos minutos, milhões de segundos. Ufff, o fim aproximava-se. Não sabia se estava triste porque o fim se aproximava, se estava feliz porque o martírio estava prestes a terminar. Ele sabia que ao fim e ao cabo, sempre houve momentos menos atribulados, quiçá, de alegria. Mas no conjunto… um pesadelo. Guidinha olhava com vontade de conversar:

Guidinha se aproximou

Foi um momento mágico, o tempo parecia ter parado. Naquele momento, toda a sala se transformou. Os olhares das crianças entrecruzavam-se com espanto. O velhinho olhou bem no fundo de seus olhos e disse:

- Sentem-se de novo no tapete. Vou contar-vos uma história. Sempre que chega um novo ano, toda a gente se enche dum entusiasmo desmesurado, as pessoas fazem projetos, esperam um ano pleno de saúde, de prosperidade, e sonham, sonham! Parece entrarem num conto de fadas. Mas com o passar do tempo, o ano não vai ser diferente dos demais, porventura, será pior que o anterior.

- Psiiiuuuu, olá, meu velhinho, Porque te sentes aflito?

- É tão manso, coitadinhoRespondia-lhe o Marquito.

O nosso velho, admirado, Sem saber quem lhe falava, Olhava para todo o lado E a cabeça coçava.

- Estou mesmo a ficar senil, Já começo a ouvir coisas!E olhava o céu de anil Entre essas coisas e loisas.

E no grande ecrã bateu. O velhinho ouviu, olhou, Logo que se apercebeu.

- Olá, vens falar comigo?

Oh, são tantas as crianças!

- Queremos estar contigo

E encher-te de esperanças.

E nessa televisão

Logo se abre uma portinha

O velhinho estende a mão

E salta para a salinha

Os meninos, encantados, Sem saberem que dizer, Olhavam embasbacados Quando o viram aparecer.

- Como te chamas, velhinho? De onde vens? Tens filhos? E netinhos? Sabes que és muito parecido com o meu avozinho! Se calhar até o conheces! A minha mãe diz que ele partiu foi fazer uma viagem e que vai demorar muitos anos para voltar! Eu acho que ele jamais vai voltar! Ele estava muito esquecido, perdia-se com facilidade! Se calhar foi a algum lado e não sabe voltar para casa! Diz-me será que o viste por aí, por onde andaste?

- Tem calma, menino, uma pergunta de cada vez! – clamou o velhinho.

- Marquito, acalma-te, miúdo – interrompeu Guidinha - dá tempo ao nosso velhinho. – e virando-se para o ancião dos dias :

- Não o leves a mal, o Marquito é muito curioso. A mãezinha bem lhe diz que seja mais calmo,

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 29 Bem-vindo 2023!

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

mas não vale a pena, ele parece não ter emenda. O nosso pai vai dizendo que ele acalma quando crescer, que quando era menino, também era assim, mas… Cá por mim, não costumo ser muito curiosa, mas sinto uma certa vontade de saber algumas coisas. Diz-me, quem és tu e como conseguiste saltar pelo ecrã da televisão? Ele não está partido, pois não?

E, curiosa, pelo sim ou pelo não, aproximou-se da TV e com as suas pequeninas mãos começou a tateá-lo. E de repente, zás, enquanto o diabo esfregava um olho, viu-se a entrar ela mesmo no televisor pelo pequeno orifício ainda aberto à espera do retorno do velhinho.

- Guidinha- gritavam os irmãos em alta voz.

Mas era tarde, já não conseguiam ver Guidinha.

Logo, o velhinho segurou fortemente as mãozitas das outras três crianças e arrastou-as para o buraquinho, ainda aberto, à sua espera. E lá foram todos numa aventura para o desconhecido.

- Onde estará a GuidinhaPerguntava o bom velhinhoE a chorar, Mariazinha, Já procurava o caminho.

- Como dizer à Mãezinha? Que a mana desapareceu?

- Calma! – disse LuluzinhaCertamente, alguém a viu.

- Qual o caminho a seguir?

Teremos que a encontrar! E o velho disse a sorrir: Vamos, deve ali estar!

É o meu jardim em flor! Há fragâncias pelo ar, Uma dádiva de amor E a primavera a chegar.

- Ainda estamos em janeiro, Passa pouco do Natal, Só depois vem fevereiro Um mês muito especial.

O aniversário dela

Que vai ter lugar a festa, Guidinha vai ser a estrela, Não há festa como esta.

Saltemos este primeiro E outros meses de frio E depois, no ano inteiro, Sempre há novo desafio.

O tempo ia-se passando e ei-los em fevereiro. Foi então que encontraram a Guidinha a brincar com dois gatinhos fofos que não se cansavam de ronronar à sua volta.

- Como era bom se também pudéssemos brincar com eles! Que paisagem maravilhosa! Luluzinha e Marquito correram pelo caminho estreito, um pouco escorregadio pelas geadas de fevereiro. Estava frio e caía a neve, mas as crianças nem o sentiam. Imaginavam que do outro lado do mundo havia lugares em que abundava o calor.

Foi então que o velhinho lhes disse:

- Deem as mãos e mão as soltem, vou-vos levar a dar uma volta pelo mundo, a percorrer os doze meses do ano.

- Lá vamos nesta viagem, Crianças, deem as mãos, Precisamos de coragem Para aprender a lição.

Coisas bonitas vão ver, Outras, vos farão pensar, O melhor é aprender Porque as coisas vão mudar.

Co’a terra a ficar doente, As consequências a chegar, Porque um muito prepotente Vai tudo isto alterar.

Mas vós, presente e futuro, Ouvi com muita atenção, Vosso coração tão puro Pode ser a solução.

De mãozinhas apertadas, Com muito, muito labor, Fareis com pequenos nadas Um mundo cheio de amor.

Espalhareis alegria

E muita compreensão

E ao nascer de um novo dia Vence a força da razão.

E ei-los a voar pelas alturas a contemplar a beleza das paisagens. Aqui e ali, zonas devastadas pela guerra pelo poder e a ganância dos

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 30 Bem-vindo 2023!

senhores do mundo, crianças que choram com medo, fome, sede e frio, quiçá, sem família, abandonadas.

Aqui e ali um jardim em flor, o sol que brilha, campos e vales verdejantes… e outras crianças que sorriem alegres, livres para apreciar tal dádiva dos céus.

De repente, uma negra nuvem descarrega no solo águas poluídas sobre jardins e pomares, animais que correm assustados, espavoridos…. e tudo ficou cinzento e sem cor, sem vida.

Ouve-se um estridente grito. Era Guidinha, que quase largava as mãos do velhinho e do pequeno Marquito, que chorava sem conseguir conter as lágrimas. Cada bágoa derramada, carregadas com amor e de ternura, regenerava, agora toda aquela devastação… e de novo surgiu a paisagem imaculada sob o olhar daquelas crianças tão puras.

Continuaram a sua viagem e logo avistaram o oceano, aquela vastidão de água muito azul, cujos peixes saltitavam contentes. Pareceu-lhes ver ao longe uma sereia que galgava o oceano e lhes acenava tão feliz.

- O que é aquilo ali? - perguntou Ritinha, apontando na direção dum enorme petroleiro que, ancorado em pleno mar, derramava sobre ele toneladas de petróleo bruto, enquanto lavavam despreocupados os porões do navio. E logo o mar se transformou num enorme charco emporcalhado. Peixes, focas e animais marinhos vinham à superfície em busca de socorro, socorro que

não mais iriam encontrar. E os seus corpos jaziam agora sobre as negras e poluídas águas. Guidinha olhou o velhinho e perguntou?

– Quem és tu homem velhinho? Porque nos fazes ver coisas que eram lindas transformarem-se num espaço triste e moribundo?

- Não sou mais do que o tempo, meus queridos.

- Sei que somos ainda crianças, sei que o futuro estás nas nossas mãos, mas quando chegarmos à idade adulta, o que poderemos fazer se nos entregarem o Planeta Terra arruinado, quase sem vida?

- Antes de vos poder responder, vamos descer. Então, vos direi o que tendes a fazer, como proceder para tentar remediar tamanhos estragos, agora, parte do vosso quotidiano.

Quando chegaram ao solo, viram-se de novo no seu lar, onde a avó Francisca continuava a observar o jardim, a mãe continuava na azafama da cozinha, o pequeno Julinho dormia, tudo voltava ao normal, como se o tempo não tivesse passado. Então, o velhinho fixou os seus olhos e disparou:

- Eu sou o tempo, um ano prestes a findar, a dar lugar a novo período, mais jovem e que nasce cheio de esperança. É assim cada ano que chega. No entanto, cada dia que passa, cresce a arrogância, a ganância… e o planeta Terra a este ritmo, não vai aguentar muito tempo. De tudo o que vos disse, tentem

lembrar-se e comecem a mudança, hoje. Olhem ao redor e quando bateram as doze badaladas, é a vossa vez de agir. Gritem, alertem, exijam e mostrem aos que vivem ao redor que o planeta é também vosso.

Façam deste ano um ano mais alegre e feliz. A vida começa agora. Se o meu percurso foi pesaroso e triste, esqueçam-no, que seja um incentivo a que este seja melhor. Que a Esperança possa raiar em cada um de vós e que possam ser um estimulo para que o amanhã seja para todos mais risonho e feliz...

As crianças entreolhavam-se com espanto mas do seu olhar transparecia uma réstia de esperança.

Levantaram-se, dirigiram-se à cozinha e beijaram a mãe que, feliz e surpreendida, os abraçou com ternura.

A Campainha tocou.

- Mãezinha, disse Guidinha - vou abrir a porta, devem ser os nossos primos e tios que chegaram. E eram mesmo. Logo, a criançada trocou sorrisos e abraços. E logo Guidinha começou a falar-lhes sobre os seus planos para o novo ano, manifestando a sua grande esperança para ele, e manifestando o propósito de, com o apoio de todos, transformar o tempo que então se abrir em momentos de felicidade, durante o qual todos haveriam de envidar esforços para que a terra que nos rodeia se transforme num lugar aprazível, onde possa prevalecer a esperança, a paz e o amor.

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 31 Bem-vindo 2023!

EM DESTAQUE LIVRO

“12 CONTOS DE NATAL” – ROSA MARIA SANTOS

12 contos de Natal reúne doze histórias lindas sobre a temática que envolve a magia do Natal. O primeiro conto fala-nos da vida de duas irmãs gémeas, Sarita e Salomé, que perderam a mãe quando nasceram e o pai, perdido de desgosto, partiu para um país distante, entregando as meninas ao cuidado da avó. Sarita crescia alegre e sadia. Já Salomé, a irmã, não se podia dizer o mesmo.

Quando se aproximava o dia do seu aniversário, o dia de Natal, Sarita pediu a Jesus que trouxesse uma muito especial para a sua irmã. Será que o seu desejo seria concretizado?

Leia As Prendinhas do Menino, o primeiro conto entre 12 Contos que fazem parte do Livro «Doze Contos de Natal», um livro a não perder

O livro está publicado em e-book em:

https://issuu.com/rosammrs

https://issuu.com/rosammrs/docs/doze-contos-de-natal-ebook

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 32 Bem-vindo 2023!

Chin chin,

2023

Soou a meia noite. Ao longe, o mar Investe contra as rochas, furioso. E oiço a velha ronca que ao roncar Alerta para um tempo impetuoso.

Não vejo agora estrelas pelo céu! Ao meu redor há mantos de negror Que invadem esse espaço que era meu E o tempo me roubou com despudor.

Passou-se a meia noite. As badaladas Soaram pelo ar, cadenciadas, Nos sinos lá da Igreja, junto à estrada.

E ao pensar na vida à minha frente, Não vou sentir agora um mar de gente A festejar por toda a madrugada!

José Sepúlveda

Tempo de Esperança

Fim de ano... Aferimos a balança: No braço esquerdo, o saldo negativo... Periclitante... aguarda-se a bonança... E no direito, um frágil positivo...

Movidos pelo amor e a esperança, Buscamos novo rumo, outro sentido... Seguimos com coragem, confiança, A viajar num sonho imenso e vivo...

A paz, o pão, saúde, educação, Justiça, mais emprego, habitação E muita confiança no porvir...

Se ao navegar a nau andar perdida, Então, daremos rumo à nossa vida Bem certos que a bonança há de surgir!

José Sepúlveda

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 34 Bem-vindo 2023!
José Sepúlveda

Tempo Novo

Tic-tac... são ponteiros esquecidos Que insistem no seu tempo anunciar O fim de um ciclo. Os tempos já vividos Partiram para nunca mais voltar.

Tac-tac… Nos cuidados intensivos Um coração insiste em não parar E ali, do seu império dos sentidos, Ao mundo intenta vida anunciar.

No limiar de um tempo sem ser tempo, Deixa que pulse em nós o sentimento De um despertar repleto de ilusões.

Um ciclo novo, um tempo de mudança Que vai chegar vestido de esperança, Qual força viva em nossos corações

José Sepúlveda

A máquina do tempo

A máquina do tempo que não para Passou à minha porta e num instante Tentou ficar, mas quase se escancara Ao tropeçar no meu caminho errante.

Depois, lutou comigo cara a cara No curso duma longa caminhada E foi contando o tempo, coisa rara, Seguindo os passos meus desenfreada.

E num momento para. Então, se agita, Olhou para o relógio e viu, aflita, O tempo que no tempo se esgotou!

Volveu seus olhos. Logo, no caminho, Apenas viu a água do moinho

Correr p’ró mar... Mas nunca mais voltou!

José Sepúlveda

No Culminar do Ano

Corro p’ra trás na máquina do tempo E tento desvendar tempo passado, Percorro mês a mês cada momento E sinto-me sozinho, abandonado.

E enquanto peregrino, o sentimento Que fica desse tempo que vivi Provoca nostalgia e desalento Porque, passado o tempo, me perdi.

Se as horas dessas longas madrugadas Passadas em vigília, atormentadas, Fizeram que nascesse a poesia,

Na máquina do tempo que corri Noite após noite, foi que descobri Que a vida é o renascer de cada dia!

José Sepúlveda

Um novo tempo

Cinquenta e duas portas se fecharam Na máquina do tempo. Doravante, As doze badaladas que soaram Lançadas são ao vento num instante.

Trezentas e sessenta e cinco se abrem Em tempos de esperança e de alegria; Em cada, vinte e quatro que não sabem As bênçãos que são nossas num só dia.

Miríades de estrelas em ação, Instantes desta peregrinação Que moldam com rigor os gestos meus.

Num tempo sem ter tempo, pequenino, Enfrento os desatinos do destino Seguindo pela areia os passos Seus

José Sepúlveda

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 35 Bem-vindo 2023!

EM DESTAQUE LIVRO

“O SAL DA TERRA”– JOSÉ SEPÚLVEDA

No percurso da nossa caminhada, há sempre pessoas que nos marcam pelas pegadas que deixaram ou vão deixando pelo caminho e que as transformam no Sal da Terra que vai temperando a nossa vida ao longo do tempo.

Assim foram para mim os personagens de quem falo neste livro, que quero homenagear como exemplos que ajudam a edificar o meu carater e me deixam lições que não irei esquecer.

Cada pequena história é seguida de singelo poema em forma de singela homenagem que aqui deixo registado como testemunho da minha gratidão.

O livro está publicado em e-book em: https://issuu.com/correiasepulveda https://issuu.com/correiasepulveda/docs/o_ sal_da_terra_8b1875329a5402

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 36 Bem-vindo 2023!

2023 Tempo de Esperança

De lá do alto, o toque do shofar Congrega o povo para a sinagoga; Um novo período vai chegar, O tempo no seu tempo se renova.

A luz da esperança anda no ar, Em toda a parte, a gente se desdobra E intenta neste tempo singular Ultrapassar a longa e dura prova.

A estrela d’ alva brilha lá no alto E apela ao nosso corpo em sobressalto, Ao fim de um longo tempo em aflição.

Muda-se o tempo, muda-se a vontade, Agora e sempre, a voz da liberdade Se faz presente em cada coração.

E Se Ele vier?

Trezentos e sessenta e cinco dias Passaram sem que déssemos por isso, Momentos de tristezas, alegrias, Num campo pantanoso, movediço.

E nesse suceder de pandemias Ninguém ousou quebrar o seu enguiço Oriundo das ocultas heresias Que gerem este mundo em reboliço.

A Alpha, a Beta, a Delta, a Ómicron São peças dum xadrez que dão o tom A esse culto oculto, irracional.

Num caminhar incerto, peregrino, Apenas a influência do Divino Nos pode libertar do vil metal!

Novo Ano

A noite está escura, cor de breu Na rua, um velhinho caminhar

Com insistência, olho para o céu

Enquanto oiço o sino badalar

Um novo dia agora, vai nascer

P’la porta principal nos vai entrar

Não teme ver o velho ano morrer

Agora, é a sua vez de triunfar

A juventude toda em correria

Champanhe em cada mão p’ra festejar

E a fanfarra cheia de harmonia

Pela manhã não para de tocar

Um novo ano em todo o seu fulgor

Cantigas, algazarra e alegria

O velho que renova a sua dor

Sem esperança, neste novo dia

O fim de curso para um ano inteiro De dúvidas, de sonhos, incertezas

Um novo surgirá neste janeiro Com chamas mais viçosas, mais acesas

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 37 Bem-vindo 2023!
José Sepúlveda José Sepúlveda Rosa Maria Santos

Feliz Ano 2023

Tchim, tchim, dois mil e vinte e três!

As doze badaladas já soaram

Nos sinos lá da torre da igreja

No mundo inteiro, todos auguraram

Um novo e feliz ano. Que assim seja.

Tchim tchim. Por fim, chegou a hora

P’ra desejar ao mundo a boa entrada

Um novo ano vai chegar agora, Quando chegar, enfim, a madrugada.

Dois mil e vinte chega com grandeza, Foguetes hão de colorir o céu, Na nossa mente, apenas a incerteza

Do que nos vai chegar além do véu.

Em cada olhar há réstias de esperança

Em cada coração, tanta harmonia, E prosseguimos com a confiança

De um novo ano cheio de alegria.

Saibamos vê-lo com sabedoria, Com muito amor, em paz, fraternidade, Lancemo-nos então num dia-a-dia

Que traga para nós felicidade.

Rosa Maria Santos

MUNDO NOVO

Um mundo comandado por dispersos sentimentos de afeto, vigilante sem medida ao que nos é mais íntimo, um mundo em que foi abolida a paisagem de sentimentos humanos profundos...

Resta o deserto do espaço aberto a novos mundos...onde aguardamos o nascer das estrelas e com elas respirarmos a paisagem do amor, num novo mundo de afetos adormecidos...que serão renascidos da esperança que o silêncio adormeceu no riso enigmático das esferas adormecidas… do Universo.! MARY HORTA

Fim de Ano

“Ano Novo especial, Para todos em geral “

Mais um ano que passou, Chegou ao fim acabou, Mas muita gente sofreu, Com o que aconteceu, Houve agente que perdeu, Outra gente até ganhou.

Agora é alegria, Festejar até ser dia, E esquecer o passado, Foguetes por todo lado, Novo ano festejado, Este tempo é de magia.

Vão ficando para a história, Outros na nossa memória, Alegre feliz e contente, Devia estar toda a gente, A tristeza alguém a sente, O fim não é de vitória.

Gavetas cheias de anos, Onde se arrumam panos, Vivências e emoções, Algumas desilusões, Apertam os corações, Esses ilustres fulanos.

Todos os anos é assim, Recebam todos de mim, Um carinho especial, Se um beijinho é normal, Forte abraço a Portugal, Este ano chegou ao fim

Armindo Gonçalves

“BENVINDO ANO NOVO”

Benvindo ano novo

Adeus ó ano velho

Traz alegria ao povo Leva lá esse fedelho

Não quero repetição

Um ano pra esquecer

Só espero que o irmão

Seja um bem querer

Que seja bem diferente

Pra alegrar esta gente

Traz saúde, paz e amor

Algum dinheiro faz jeito

Não traga mais a dor

Que magoa aqui no peito

Renovar a esperança

Vir repleto de sonhos

Que nos traga a bonança

E deixe por lá os escolhos

Já chega de dissabores Deixe-nos com os amores

Ano de perdas e sofrimento Ele soube pôr-nos à prova Renovarmos sentimentos Dêem-nos uma alma nova…

MAGDA BRAZINHA.

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 38
Bem-vindo 2023!

Velha Agenda

Chegou o momento de fechar a velha agenda

Mas ainda assim tenho receio

De um fumo de desesperança no horizonte.

Cansei-me das palavras

Que por lá escrevi, Cansei-me de contar os dias, Um a um,

Onde contamos o vazio e a resignação

Da distancia e do silencio lá fora, Do ruido dentro do coração

Que sempre bateu na esperança, De tudo findar.

Por isso fecho a velha agenda

E mesmo com medo, Enfrento os novos dias com resiliência de ser feliz.

Catarina Dinis Pinto

ANO NOVO

Mas um ano que se foi Novo ano nascer sorrindo

Como uma criança a pular Acontecimentos passaram Coisas novas a esperar

Aconchegos amigos ficam

No coração a pulsar

Expectativa vida nova Esperança ao conquistar

Saúde, paz, harmonia

Desejos do bem a se multiplicar

Deus canta um lindo canto

Ano de plena paz nós traz

Vem carregado de esperança

Muita saúde e realizações

Alegria sonhos encantados

Nasce um ano feliz

Deus solta foguetes

De amor paz e liberdade.

Tânia M de J B de Melo

PASSAGEM DE ANO

Um ano se passou. Tanto ficou por fazer, O sonho...

Que não se alcançou, As horas perdidas

Sem sentido e agrado, As vidas sofridas

Sem desagravo

A solidão de noites frias, As metas que tracei

E nunca alcancei, As batalhas perdidas

Que não procurei, As noites escuras

E duras, que não amei, E tanta...tanta coisa, Que só eu sei!

E... No meio desta verdade

Muita coisa boa ficou!

Um sorriso à meia tarde, Um pôr do sol, no horizonte, Uma carícia um desejo

Um suave sorriso na fronte, A delícia de um beijo

O conforto de um abraço, O contemplar com enleio

O que me está próximo, Minha família, meu esteio!

Luís Filipe Coimbra (direitos reservados)

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Bem-vindo 2023!

Feliz Ano Novo!

Cada segundo é uma volta

E nas voltas do minuto, Mais sessenta a hora solta

Em mais vinte e três loucas

Um dia que nos fecha as bocas.

Em sete dá-nos a semana, Corridos por cinquenta e duas, Com mais uma ou duas luas, Nas fases a esfera não engana, Faz de novo correr o pano

Pra fechar mais um ano.

Cada ano que se encerra

Muito de nós carrega…

O muito que deixámos

Ou que nos acompanhe

É pretexto pró champanhe.

Uma volta dada pelo ovo

Põe-nos no ponto de partida

Somadas mais voltas na vida.

Respiramos fundo: Aaaah…

Sorrimos a todo o mundo

E damos Vivas ao Ano Novo!!!!

BALANÇO

Foram meses, foram dias, foram horas, foram tempos em que nos tempos me perdi e reencontrei, foram tempos em que a vida me ensinou o que guardar, o que aprimorar, o que rejeitar, o que dar, o que retribuir... Foram tempos de mudanças, de fins e recomeços, tempos de mergulhar na intimidade da alma e distinguir entre impulsos do ego e orientações da essência...

Foram meses, foram dias, foram horas... foi um ano... Um ano de trabalho interno, de enfrentar fantasmas, de anular preconceitos, de reconhecer no outro os meus defeitos, de descobrir a unidade no emaranhado dos preconceitos, no aparente desmoronar da vida... pelo choque de conceitos e preceitos...

Foram meses, foram dias, foi um ano, foram tempos de horas paradas, tempos de horas agitadas de turbulências fragmentadas... fazendo-me crer e sentir que só eu sou a responsável pelo desenrolar da minha vida.

Maria La-Salete Sá

Ano Velho Ano Novo!

Ai ano findo que estás de partida Vai, depressa não te arrependas, lá Espero o ver o céu azul desta vida, Esquecer o tormento que não voltará.

E chegou momento esperado, por segundos contado é meia noite, vamos lá todos brindar, há felicidade no ar há alegria, sentimentos autênticos, são momentos reina o amor, existem abraços, promessas sem terminar...

Momentos, simplesmente pequenos momentos momentos que ficam guardados em mil silêncios recordações para uma eternidade no coração momentos, memórias, eternos pensamentos momentos, alegria, amor imensos sentimentos...

Maria José

Ano Novo a chegar, mas vem feliz, Vem abençoar a terra de tanta dor Nesta data linda que espero e quis, Aquecer corações com todo o calor.

Que em todas as casas haja magia Que em todos os Povos da Terra, O Novo Ano chegue com a alegria, Esperança que nos corações encerra

A todos os meus amigos queridos Nesta data e época linda nos diz, Magia, festas e sonhos vividos, E para todos desejo um Ano Feliz!

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“Momentos e sentimentos”
Bem-vindo 2023!

ANO VELHO: INFAME E SOEZ!

. O teu fim está a chegar

E todos vamos brindar

Quando abalares de vez

Partes sem deixar saudades

Pois superaste as maldades

Foste infame e soez

.

FELIZ ANO NOVO 2023

Voo mágico

Fecho os olhos e deixo o vento solitário passar Mais um momento assinalado no calendário a celebrar

Acaricia a face e segreda em assobio ao apurado ouvido

Vira o ano num rodopio que te leva abraçado nas asas comigo

E assim vou numa ventania que me alegra e desafia

Esvoaçante num bailado pelo jardim cuidado da fantasia

Não tenho medo de qualquer instante de revolução turbulento

Vou vagueando com o coração e me entrego ao sentimento

Tenho asas que os sonhos e magias me oferecem

Memórias guardadas e lições, para que os meus pés não tropecem

Aconchegos afectivos envolventes que me aquecem

Tenho asas transparentes que me elevam ao céu divino

Entregam a protecção que preciso para o caminho

Por isso sigo sem direcção porque há quem domine o meu destino

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

.

Trouxeste contigo a guerra

A doença em toda a terra

Fizeste a fome aumentar

Sais pela porta pequena

Pois ninguém de ti tem pena

Só esperam ver-te abalar

És velho, sim, mas maldoso

Causaste danos por gozo

Mas vais partir sem glória

Não passas dum Zé-Ninguém

Hoje ninguém te quer bem

Não podes cantar vitória

No amanhã temos esperança

Aguardando uma mudança

Que os teus erros corrija

Que o ANO NOVO ao chegar

Seja forte pra lidar Com qualquer um que transija

.

Será árdua essa missão

De vencer a corrupção

Findar a fome e a guerra Com fé vamos saudá-lo

E nesse encargo ajudá-lo

Pois muito trabalho o espera!

Que todos, sem excepção

Como prova de união

De copo ao alto, brindemos

Por um mundo solidário

Contra o poder arbitrário

Provando que não cedemos!

“Alentejano e Poeta”

Augusto Molarinho de Andrade

“Todos os Direitos Reservados”

27 de Dezembro de 2022

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Bem-vindo 2023!

Entrevista com o Escritor

Edilson Lima

Edilson Gomes de Lima nascido em São Paulo, desde a infância escreve e tirava boas notas na escola nos textos e números, com gosto pela álgebra e geometria descritiva. O autor Edilson Gomes de Lima tem formação acadêmica e técnica, mesmo assim tendo passado pelo desemprego por grandes períodos devido a desindustrialização do país. Sempre lendo literaturas dos mais variados temas e assuntos ligados a cultura. Fã de livros físicos em papel, digitais e quadrinhos.

Boa leitura!

Escritor Edilson Gomes de Lima, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Dispensados pelo excesso de contingente”?

Edilson Lima - É um prazer participar dessa excelente publicação. A inspiração foi devido ao observar o desemprego em massa e incessante que assola alguns países de forma persistente, enquanto ao mesmo tempo há tanta concentração de renda, acreditei ser necessário gerar um estudo sobre essa arquitetura da opressão que é o desemprego. Ao mesmo tempo que me veio a inspiração veio juntamente a lembrança da dispensa militar e as causas da justificativa. Assim, de forma associativa, o título veio antes do livro, curiosamente, a primeira vez

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Um dos pontos chave do livro é a reflexão sobre a economia atual, embora não seja uma obra sobre economia em si, mas sobre a atualidade, com foco em evidenciar o emprego e o desemprego e os meios de produção.”

que isso ocorreu em meus livros. Assim nasceu a obra “Dispensados pelo excesso de contingente - a era do desemprego e das oportunidades pela ciência, engenharia e inovações”?

Após inspiração, como se deu o processo para a escrita, pesquisas, tempo, até ficar pronto para edição, e publicação do livro?

Edilson Lima - A inspiração ocorreu após observar o meu próprio desemprego, e sem perspectivas,

resolvi escrever sobre a arquitetura das causas do desemprego, após um ano analisando as causas da desindustrialização. O tempo de elaboração desse novo livro foi médio, em média todo o processo levou entre 2,5 e 3 anos para estar disponível, antes foi feito um cronograma e etapas. A inspiração foi pela observação e tentativa de se idealizar possibilidades contra a arquitetura nefasta do desemprego. Ao observar o desemprego em massa para

compreender a sua arquitetura e a realidade econômica dos bairros, e o topo da produção mundial, e a comparação entre esses dois extremos resultou nessa obra. Em uma tentativa de evidenciar a arquitetura que gera o desemprego, resultando em um livro interessante e complexo. Assim como um cruzamento movimentado, onde há milhares de variáveis conectadas ou não, mas fazendo parte daquele ambiente, é nesta linha que a obra trabalha, in-

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tegrando para apresentar a visão do todo, e seus problemas, soluções e possibilidades. É um livro sobre negócios, engenharia, futuro, atualidade, administração e perspectivas, com foco no retorno das pequenas fábricas. Um livro que foi escrito para todos os públicos interessados em atualidades, e acessível, logo não foi usado cálculos ou formulações excessivas, sendo fácil de ler, aprender e refletir, ou seja, um livro agradável e reflexivo.

Apresente-nos “Dispensados pelo excesso de contingente”

Edilson Lima - Esse novo livro recém-lançado surgiu de um cálculo de balanço entre o desemprego e o urbanismo adotado, essa ideia surgiu quando cursava arquitetura e urbanismo ao observar a desindustrialização descontrolada, e para expor a hipótese das fábricas de fundo de quintal como balanço a desindustrialização junto a reflexões sobre a atualidade e foco na arquitetura do emprego e do desemprego.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária?

Edilson Lima - Como é um livro que tentou desenhar a arquitetura e causas do emprego e desemprego, a ideia foi de tentar provar a hipótese de que sem indústrias a diversidade econômica não é suficiente para termos crescimento econômico consistente e sair da estagnação econômica. Portanto, só a diversidade econômica não resolve o problema, só o minimiza.

Quais os principais tópicos abordados?

Edilson Lima - Posso resumir que é provar a tese de que sem indústrias a diversidade econômica não é suficiente para termos crescimento econômico consistente e sair da estagnação econômica, e consequentemente eliminar a opressão

do desemprego persistente. O livro é bem diversificado e tentou abordar a economia popular, artesanal e técnica, como uma possibilidade para reverter a desindustrialização, destacando o conceito antigo de fábricas de fundo de quintal, o artesanato técnico, uma cultura de produção importante, e setores em geral de manufatura e transformação em qualquer tamanho. O livro aborda vários temas de forma popular e fácil de entender, a incluir assuntos ligados a economia, engenharia, negócios, possibilidades e demais temas. Destacando a diversidade de negócios e o papel das empresas de manufatura e transformação.

A quem indica leitura?

Edilson Lima - A todo público interessado em literatura sobre atualidades e assuntos contemporâneos, especialmente que se refere ao desemprego, empregos, a indústrias e ciência.

O que mais o atrai nesta obra literária?

Edilson Lima - Um dos pontos chave do livro é a reflexão sobre a economia atual, embora não seja uma obra sobre economia em si, mas sobre a atualidade, com foco em evidenciar o emprego e o desemprego e os meios de produção. Como exemplo, cidades onde se priorizou moradias, eliminando todos os meios produtivos, enforcando a situação econômica e a economia que gera empregos de qualidade, deixando milhares sem empregos, enquanto poucos concentraram renda com patrimonialismo.

Onde podemos comprar o seu livro?

Edilson Lima - O livro já se encontra a venda nas melhores livrarias e excelentes lojas que operam no setor literário. O livro encontra-se a disposição em modelo físico e digital a Angola, Brasil, Cabo Verde,

Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Não perca tempo, adquira já o seu exemplar.

Quais os seus próximos projetos literários?

Edilson Lima - Como recentemente provei do desemprego, aproveitei esse tempo para uma iniciar um novo trabalho literário, mas ainda não há previsão de conclusão. Na realidade são dois, um em inglês e outro em português que em breve estarão disponíveis. Em questão, esses novos trabalhos estejam sendo elaborado para tentar com um viés um pouco técnico, mas sem deixar de agradar o leitor pela organização e capricho.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Edilson Gomes de Lima. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Edilson Lima - Algo que aprendi como escritor é que a leitura faz parte da saúde mental, como na academia de ginastica vamos para melhorar a parte estrutural do corpo, a leitura ajuda a mente a trabalhar e a pensar por novos pontos de vista, tal como um exercício, e treinando a mente a aprender a ver pelo ponto de vista dos outros o mundo, o que se torna um ativo para a saúde mental. Com livros estamos sempre aprendendo e viajando mais para sermos pessoas melhores na sociedade.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato:

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smccomunicacao@hotmail.com

FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX)

Nascido no Rio de Janeiro, 2/6/1952

Diplomata aposentado. Bacharel em Direito (UFRJ); Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA

Autor de Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do JAX (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos...(2019), Illuminare, RS; Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Para um Menino, Nada É Difícil?, Flamingo, SP/Lisboa (2021); De Volta a Ibitinema (com novas histórias na bagagem), Astrolábio, SP/Lisboa (2022).

Participou de antologias das editoras Assis, Illuminare, Palavra é Arte, Recanto das Letras, ArteCultural, Chiado

Books, Scortecci e do Círculo Literário do Clube Naval.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JACQUES MAGALHÃES – JAX

PRAXEDES DESCOBRE COMO É A MORTE

A morte ainda assombra muita gente. Tanto faz ser rico ou pobre, velho ou jovem, carola ou ateu. Ninguém quer deixar a vida sem mais uma rodada de chope com os amigos, sem comprar o carro novo, sem fazer outra fezinha na loteria. Para esticar a vida mais um pouco, qualquer cidadão fica feliz até em pagar conta no dia seguinte.

Há quem goste de matutar sobre a morte e os que se preparam para o dia de diversas maneiras: rezando, praticando o bem, curtindo adoidado, providenciando seguros de vida e organizando-se para não deixar pendências.

Tampouco faltam os que se põem a imaginar como será a etapa pós-morte.

Praxedes não se enquadra nessas categorias. Raras vezes se preocupou em refletir sobre o assunto. No que lhe resta de catolicismo, acredita simplesmente na sobrevivência da alma quando o corpo parar de funcionar. Ademais, como sempre confiou em sua grande capacidade de organização e método, está seguro de que deixará tudo na mais perfeita ordem no momento em que chegue sua hora. Quer dizer, assim foi até que ele se sentiu mal dois dias atrás e precisou hospitalizar-se (outro evento felizmente raro ao longo de sua existência).

Desta feita, porém, seu caso é sério. Os médicos que o atendem avaliam, com louvável sinceridade, que ele não terá muito tempo de vida.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JACQUES MAGALHÃES – JAX

O paciente recebe o diagnóstico com serenidade. Viveu bastante, desfrutou de muitas alegrias, sente-se gratificado na justa medida. Lamenta apenas pela esposa, amante e amiga de tantos anos que certamente sofrerá. Somam cinquenta e seis anos de casados, um privilégio, segundo ambos. Praxedes recorda a bela festa que fizeram para celebrar as Bodas de Ouro.

Curioso como a celebração parece haver sido ontem. Conjectura que, quando alguém está feliz, as recordações retornam à memória como se fossem fatos recentes. Por outro lado, quem experimenta a tristeza e a melancolia tende a ver longe, no passado remoto, as lembranças de ocasiões alvissareiras.

Satisfeito com mais um interessante raciocínio a que che-

ga, move os olhos instintivamente à procura da agenda onde tem o hábito de anotar suas meditações. Claro que ela não pode estar ali. Nem ele possui condições de escrever com tantos tubos e penduricalhos em seus braços. Resigna-se em guardar a reflexão e partilhá-la com a mulher logo que se reencontrem. Ela poderá tomar nota e, desde que coincida com tal pensamento, até ajudar a elaborá-lo melhor. Não será a primeira vez que ela colabore com suas anotações... embora possa ser a última, lamenta-se o paciente terminal.

As forças querem abandoná-lo. Praxedes tenta imaginar como será a morte de fato. Supõe que deixará de pensar (talvez sua atividade favorita, que pena!). Se

a suposta alma existir, no entanto, que sensação ficará? Terá tempo de perambular pelo ar, avistar os vivos que permanecem? Guardará memórias?

Depara-se com um caminho florido que leva ao alto da encosta. Enquanto sobe, não experimenta cansaço. Ouve música suave durante o percurso, mas sem identificar se seria clássica ou popular. De toda forma, melodia agradável, do gênero que ele aprecia. Ao chegar ao cume, descortina bela paisagem, variada e colorida como certos cenários que viu e coloriu na infância. Pássaros e pessoas sorridentes passeiam pelos arredores. A entrada de uma enfermeira desperta-o. Com que então aquele possível paraíso havia sido mero sonho e ele ainda permanece

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no mundo dos vivos. Ou dos semimortos. Afinal, sempre lhe parecera que boa parte da humanidade pode classificar-se entre os vivos e os mortos. Fraco do jeito que se encontra, ele passa a integrar essa parcela, meio cá, meio lá.

Volta a sentir sono. Alguns amigos tinham a mania de dizer que a melhor maneira de morrer seria dormindo. Até parecia que haviam tido a experiência para exibir tamanha convicção. Passará ele a dar-lhes razão?

A luz parece diminuir cada vez mais.

Praxedes vê-se em meio ao breu. Tudo escuro e silencioso. Entende serenamente que se aproxima o momento de ir-se.

Despede-se em pensamento da querida esposa e dos melhores amigos. Se, quando criança, demonstrara medo do escuro, agora não. Aquela escuridão contribui para acalmá-lo e preparar-se para o futuro desconhecido. Lembra-se de passadas festas-surpresa em que o ambiente repentinamente se iluminava ao som de risos e aplausos.

Vem a sensação de estar dentro d’água. Sim, seus movimentos, por menores que sejam, agitam o líquido ao seu redor.

A escuridão afigura-se bem familiar. Praxedes passou por isso antes. A água começa a escorrer na direção de pequeno orifício luminoso. À medida que ouve sons

indistintos, quase murmúrios, ele percebe o que ocorre. Sua transição para a morte converte-se no caminho do parto. O moribundo em breve irá renascer. Na Natureza, inclusive na natureza humana, nada se perde, tudo se transforma.

Praxedes exulta ante a perspectiva do seu renascimento. Vem-lhe à mente a reflexão do célebre Charles Chaplin de que o ser humano deveria nascer velho e rejuvenescer aos poucos, de modo a vir a aproveitar todo o conhecimento acumulado no auge da energia da mocidade.

Com ele, a história será um tanto diferente, mas igualmente vantajosa, já que ele renascerá com a experiência adquirida na vida que ora se encerra. Aí chega o novo Praxedes, capacitado a desfrutar melhor da próxima existência, graças à sua memória de tantas situações que vivenciou e de tantas pessoas que conheceu. Quem sabe não se animará a exercer outra profissão?

O orifício e a luz exterior aumentam. O bebê sente a pressão forte na cabeça para sair da genitora.

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Após as providências de hábito, o médico coloca o recém-nascido no colo da mãe.

- Vai chamar-se João Luís, ela comunica alegremente.

- Lindo nome, elogia o médico. Levado ao berçário, o menino enfrenta o desafio de estar fora do útero. Sem histórias. Sem memória. Com todo um mundo para descobrir.

Outras histórias do Praxedes, disponíveis em meios virtuais:

Praxedes e o Inseto NãoIdentificado - Revista Literária da Lusofonia 52, jul 2022

Praxedes, sua Empregada e a Ordem Suprema - RL da Lusofonia

26, abr/mai 2017

Pequeno Grande Vigia - Recanto das Letras (autores/JAX), nov 2017

O Ladrão de Escorrega - Revista

Fênix/Logos 30, mar 2018

Em livro:

Nessa Hora Não Dá pra FalarJAX, De Volta a Ibitinema (com novas histórias na bagagem), ed. Astrolábio, 2022.

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Setembro 2022.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR MELCHÍADES MONTENEGRO

Não pensei que seria tão gratificante escrever sobre a própria vida. Durante estes muitos meses em que primeiro escrevi a mão em cadernos e depois quando consegui “domar” o computador, graças a minha filha Ludmilla, passei a registrar nele minhas recordações, para a 1ª edição.

Quando então passei a “viajar no tempo”. Emoções reais penetraram na minha alma como se tivesse o privilégio de viver novamente minha vida. Consegui neste exercício de escrita registrar, além da infância, peculiaridades que deixaram de existir neste 3º Milênio: tipos de

alimentação e bebidas; formas de brincadeiras infantis; músicas, comerciais radiofônicos, pedintes de esmolas; locomoção urbana; vendedores ambulantes e principalmente um mundo sem televisão, celular e internet.

Do ”admirável mundo novo” (*) de agora, prefiro o velho mundo da minha infância: “Da camisa aberto o peito, - Pés descalços, braços nus”(**) solto nas ruas e quintais sentindo no rosto o “vento virgem de poluição”. (***)

(*) Aldous Huxley (**) Casimiro de Abreu (***) Zuleide Duarte.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA DIANA BALIS

SER POETA

“É ser livre de amarras”

“O Museu foi queimando as obras Do fogo que me arde! Comemoramos a Co dependência. Somos nós os bobos da corte... Sorrimos Via Independência.”

“Quero as frutas e (colher) liberdade. Onde viveu o meu pé de romã (amor)? Vê tempestade e mudança de clima!”

Poeta “Diana Balis” é pseudônimo de Gisele Sant’ Ana Lemos. Psicóloga, compositora e CEO da Balis Editora.   Lança em 2023 o seu 5º. livro de poemas, USO FRUTO. Email:dianabalis@gmail.com

www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 49

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA IRLENE BANDEIRA

AUTORA INDEPENDENTE – IRLENE R BANDEIRA

Autora independente - Nascida em Passos, nas Minas Gerais. A intuição é minha instrutora em todos os momentos. Saber ouvir, silenciar as minhas falas, apreciar e respeitar a chegada de cada personagem e sua história, sentir a cada momento da construção, as lutas e vitórias dos protagonistas da trama. Colocar o personagem vivo na vida do leitor, despertando a compreensão dos fatos narrados. Desenvolver uma trajetória com sabedoria é um desafio a cada página, é preciso ter sensibilidade, viajar com os personagens, buscando o equilíbrio entre a razão e a emoção.

OBRAS - eBooks

RENATO O MENINO DO SINO

Renato descobriu a vida secreta de seu pai, e mesmo diante de tanta decepção sentiu-se atraído pela cidade. A autoridade de seu pai o dominava e obrigado a mentir, fez um acordo de silêncio na intenção de proteger sua mãe. Sem mais suportar tanta mentira, decidiu abandonar a tenda em que viviam em busca de uma nova vida, para ele e sua mãe. Após algum tempo o vício e a vida fácil dificultaram o caminho de volta, o sofrimento foi inevitável e ganhou as ruas como morada, mas o que ele não sabia, era que mesmo distante o verdadeiro amor o libertava a todo momento.

SITE:

https://clubedeautores.com.br/livro/renato-o-menino-do-sino https://www.amazon.com.br/dp/B06XBLVT6L

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA MARISA LUCIANA ALVES

Marisa Luciana Alves nasceu em 1976, em Vinhais (Bragança, Portugal), e foi a vencedora do 3.º Concurso Literário “Receitas Secretas” da Papel D’Arroz Editora (2014). Descobriu a escrita casualmente, apesar de escrever, desde tenra idade, nos papéis mais improváveis. Gosta de estar rodeada da Natureza, a sua grande inspiração na escrita. É autora de 6 livros e coautora de 40 coletâneas. Participa em revistas digitais com os seus textos (poemas, ensaios, contos e crítica literária) e orienta sessões de escrita criativa nas escolas onde leciona.

Pelos trilhos do Orgulho

Chegou o Outono. Os pássaros entram num silêncio devastador, as folhas caem, as árvores ficam despidas. Também eu, chegada ao Outono da minha vida, sinto-me como a estação do ano. Outono feita de pele, me calo; em mim caem ideias pré-concebidas como se de folhas se tratassem e, qual árvore, dispo-me de sentimentos inúteis, que só me desgastam. Um deles é o orgulho, que se instala nas nossas vidas como um intruso que, apesar de não ser convidado a entrar, se recusa a sair.

Vivemos a vida almejando algo: ter algo, comprar algo, vender algo, SER algo. Porém, tantas vezes nesta curta vida os nossos planos e objetivos são desmoronados pelo orgulho. É ele que, vezes a fio, nos proíbe ou coíbe de fazer o que queremos. É ele que amiúde trava as palavras que gostaríamos de dizer a alguém que magoamos. Mas também é ele que não nos deixa aceitar o pedido de desculpas daquela pessoa que tanto estimamos e que já significou muito na nossa vida. Ele é a prevalência da razão em detrimento do coração.

Por orgulho, tantas famílias estão desfeitas, tantos casamentos foram destruídos, tantos amores

“O orgulho devora a si mesmo” William Shakespeare afastados… Do mesmo modo, por orgulho, alguns familiares digladiam-se por um pedaço de terra, como se os terrenos fossem mais valiosos do que a própria vida; os amigos deixam de o ser; os colegas optam por afastar-se.

Indubitavelmente, o orgulho faz parte da natureza humana, assim como a persistência no mesmo. É ele que impede que, por vezes, a pessoa admita os seus próprios erros. É esse mesmo sentimento que obstrui o pedido de ajuda ou até a aceitação da mesma.

Quantas vezes a nossa mente nos indica o caminho para mudarmos de atitude e perante a situação nos calamos, nos aquietamos e não permitimos mudar? Nessa não-atitude reside o crescimento da nossa angústia e da nossa amargura.

Mea culpa”, penso. Mas será a culpa apenas minha? Queremos procurá-la dentro de nós quando em certas situações ela está no Outro e não no Eu.

Gastamos o tempo inutilmente, com frivolidades, com vaidades, com egoísmos e mesmo quando achamos que estamos a aproveitá-lo nem sempre o fazemos. Damos valor ao materialismo, à aquisição de bens e

propriedades, quando, afinal, um dia partimos e o que era nosso por direito deixa de o ser. Descuramos tanto na vida em prol do orgulho!

Com o passar do tempo, com a experiência da vida e as vivências que esta nos proporciona, por um lado, vamos aprendendo que de nada serve impor a nossa vontade ao outro e que é cansativo ser orgulhoso o tempo todo. Por outro lado, concluímos que a vida é curta para tanto orgulho e que a nossa passagem terrena deve servir para aprendermos a sermos nós sem estarmos na sombra de quem nos rodeia, para aprendermos na tentativa de melhorarmos a nós e aos outros no perdão; para aprendermos que devemos crescer na aceitação do que não podemos mudar. Hoje, neste outono da minha vida, vivo no desapego de situações que não me acrescentam nada e, apesar de acarretar comigo sentimentos de vazio, difíceis de preencher, o vaticínio é de que, com a ajuda do tempo, esses serão ocupados pela calma. Após ter percorrido os trilhos do orgulho e ter tentado lutar contra ele, pergunto “Valerá a pena preencher o coração com um sentimento tão egoísta?”.

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Entrevista com o Escritor

Leandro Bertoldo

Leandro Bertoldo cursou as faculdades de Física (1981) e de Direito (2004) na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Profissionalmente é Chefe de Seção Judiciário, Oficial Maior e Coordenador de Estagiários do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Por vocação é consultor, instrutor bíblico, apologista, cientista em exatas, pesquisador em história, conferencista e prolífico escritor, ativo desde 1976. Até o momento proferiu mais de 2.500 palestras sacras, relacionadas a estudos bíblicos. Publicou 97 livros, num total de 18.600 páginas impressas, com 38.000 exemplares distribuídos.

Sua produção apresenta diferentes segmentos e gêneros textuais, abrangendo pesquisas originais nas áreas da Física, Matemática, Química, Teologia, História, Biografia e Poesia. Seus livros são conhecidos em todo o Brasil e fora dele (EUA, Portugal, Espanha e Itália).

Boa leitura!

Igreja Adventista é destaque em livro do autor Leandro Bertoldo

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Leandro Bertoldo, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?

Leandro Bertoldo - Muito obrigado Shirley Cavalcante por esta oportunidade tão especial. Como sempre, é uma grande honra participar novamente na Divulga Escritor.

Posso dizer que a minha carreira literária começou na minha infância, quando acompanhei a minha mãe num velório. Diante do caixão, pela primeira vez, tomei consciência de que as pessoas morrem. A partir de então, comecei a refletir sobre a morte e pude perceber que vou morrer e ser esquecido. Será como se nunca tivesse existido. Então decidi deixar

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O meu propósito consistiu em dar destaque especial à formação da igreja adventista de Vila Ré, levando sua história institucional para o foco central do livro. Com isso, o assunto tornou-se mais objetivo aos olhos dos leitores.”

a minha marca no mundo, provando a minha existência. Compreendi que deveria imortalizar o meu nome como um pesquisador e escritor. A partir de então, essa seria a minha principal missão e meu ideal de vida. Quando ingressei no curso ginasial, ainda em minha adolescência, senti a necessidade de libertar a minha mente e comecei a escrever algumas poesias, inventar códigos secretos e produzir algumas observações de ciências. No curso colegial pude escrever um livro em cinco volumes discorrendo sobre a minha teoria da elasticidade. No mesmo período, escrevi alguns artigos desenvolvendo várias teorias sobre temas da Física Clássica. Nos anos seguintes escrevi dezenas de livros sobre as minhas pesquisas em Física, Matemática e Química. Terminada a fase de exatas, comecei pesquisar e escrever livros sobre os mais variados assuntos bíblicos, resultando em mais de três dezenas de livros publicados. Em 2018, mudei novamente o foco e passei a fazer pesquisas e escrever livros de história e biografias.

O que o motivou a escrever mais de 90 livros, como foram surgindo?

Leandro Bertoldo - Minha motivação para pesquisar e escrever foi relatada na pergunta anterior: imortalidade. Além disso, desde a minha infância, sempre tive um senso de missão e propósito de vida, que é o desejo de escrever e deixar um legado para o mundo. Não sei dizer em poucas palavras como cada um dos meus livros foram surgindo, o que sei é que quando termino um livro, já tem outro

martelando em minha mente. Então, pelo simples prazer da novidade, começo a pesquisar e escrever o novo livro. Cada livro materializa meus sonhos, minha força de trabalho, meu desenvolvimento intelectual, emocional e espiritual, bem como a minha vida.

Conte-nos, como surgiu “O Resgate da História Adventista da Vila Ré (1932-1988)”?

Leandro Bertoldo - A ideia para escrever o livro “O Resgate da História Adventista de Vila Ré (19321988)”, surgiu no final de 2018, quando o meu amigo Vanderley Veigas Passere começou a relatar algumas histórias fascinantes sobre o pioneirismo de sua família na igreja adventista de Vila Ré. Em poucas semanas, comecei a cogitar na possibilidade de escrever uma biografia sobre a conversão e pioneirismo do avô do Vander-

ley Veigas Passere. Logo, senti a necessidade de conhecer a história da igreja adventista de Vila Ré para contextualizar alguns fatos históricos à biografia. Entrei em contato com a pesquisadora Lidionete Costa de Souza, autora de uma apostila contendo os fatos históricos da igreja de Vila Ré em ordem cronológica. Durante as conversar, revelei que estava disposto a escrever um livro sobre a história da igreja de Vila Ré, desde que ela estivesse de acordo e fornecesse as fontes primárias pesquisadas. Lidionete ficou bastante interessada. Entretanto, acrescentou que, a autorização para ceder o material dependeria da decisão da comissão da igreja de Vila Ré, onde ela apresentaria a referida proposta. Não muito depois, fui informado que a proposta foi aprovada e o livro começou a ser escrito.

Apresente-nos o processo para escrita do livro, de acordo com alguns dos tópicos apresentados na obra. Leandro Bertoldo - Vou apresentar o processo da escrita do livro em seu aspecto geral. Primeiro foram formadas duas equipes de pesquisadores. Uma em Vila Ré, liderada por Lidionete Costa de Souza e outra em Mogi das Cruzes, liderada por Leandro Bertoldo. Os membros das equipes foram entrevistados e contribuíram trazendo informações, documentos e fotografias. Lidionete Costa de Souza realizou pesquisas em milhares de páginas das atas da antiga Associação Paulista, da antiga Associação Paulista Leste, da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Vila Ré, em revistas, periódicos adventistas e livros

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de biografias. Também fez dezenas de entrevistas pessoais com os pioneiros e seus familiares.

Leandro Bertoldo também realizou abundante quantidade de pesquisas inéditas na “internet”, jornais, revistas adventistas, periódicos seculares e documentos de acervos particulares. Também partiu para o trabalho de campo, entrevistando vários parentes dos pioneiros da igreja adventista de Vila Ré. Lidionete Costa de Souza e Leandro Bertoldo colocaram os eventos por eles coletados em ordem cronológica. Em seguida, o escritor reuniu os fatos esparsos cronologicamente e os reescreveu em ordem lógica-progressiva formando os capítulos temáticos do livro.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura dessa obra literária?

Leandro Bertoldo - Os objetivos a serem alcançados por meio do livro “O Resgate da História Adventista de Vila Ré (1932-1988)”, são vários. Primeiro, consiste em prestar um tributo aos pioneiros da igreja adventista de Vila Ré. Segundo, permitir que as novas gerações possam apreciar a herança e identidade adventista. Terceiro, deixar para as gerações vindouras o registro da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Vila Ré. Quarto, incitar os membros da igreja a serem proativos, espelhando-se no exemplo deixado pelos pioneiros. Quinto, estimular outros pesquisadores a escreverem a história de suas respectivas igrejas. O sexto objetivo do livro consiste em fornecer material histórico para outros pesquisadores.

Apresente-nos a obra

Leandro Bertoldo - O livro intitulado “O Resgate da História Adventista de Vila Ré (1932–1988)”, foi publicado pela Editora Litteris, no final do segundo semestre de 2022,

com uma tiragem limitada a mil exemplares. Numa linguagem direta, clara e objetiva exposta em mais de 800 páginas, o autor conduz o leitor a uma jornada histórica, resgatando fatos, informações oficiais, depoimentos pessoais, fotografia de época e relatos sobre os pioneiros que forjaram a igreja adventista de Vila Ré durante o século XX. A publicação aborda os principais fatos relacionados ao movimento milerita, discorre sobre a origem da Igreja Adventista na América do Norte e culmina com a chegada e desenvolvimento da mensagem adventista no bairro de Vila Ré. Trata-se da história de uma igreja bem-sucedida instalada na casa de sua fundadora Paschoalina Alfano que, ao abrir suas portas pela primeira vez em 1932, tinha como missão de espalhar a mensagem adventista aos moradores do bairro de Vila Ré. O livro identifica os pioneiros adventistas, que trabalharam em Vila Ré. Revela como o primeiro templo adventista foi adquirido dos metodistas. Discorre sobre a chegada de novas famílias adventistas para o bairro. Mostra como ocorreu a aquisição do terreno onde foi construída a Escola Primária Adventista e o novo Templo Adventista de Vila Ré. Proporciona a biografia dos pastores que administraram a igreja de Vila Ré. O leitor poderá apreciar duas centenas de fotos históricas do bairro, dos pioneiros, da igreja, poderá ainda analisar algumas cópias de documentos oficiais, bem como conhecer um pouco mais a respeito da história dessa diligente igreja.

Além de “O Resgate da História Adventista da Vila Ré (19321988)” você publicou “Capítulos Seletos - História da Igreja Adventista de Vila Ré” Apresente-nos está segunda obra sobre a Igreja Adventista de Vila Ré.

Leandro Bertoldo - Este livro é

uma versão compacta constituída por capítulos selecionados da minha obra de grande porte intitulada “O Resgate da História Adventista de Vila Ré 1932-1988”. Apresenta uma investigação sobre a vida de Paschoalina Alfano e discorre sobre a história da igreja adventista de Vila Ré desde sua origem, quando na primavera de 1932, Paschoalina Alfano funda em sua casa Escola Sabatina Filial composta por seis pioneiros. Seus esforços são bem sucedidos. Em 1941, Paschoalina Alfano consegue levar a Associação Paulista a comprar um templo inativo da igreja metodista. Em 1953, a Associação Paulista contribui na compra de um terreno na Rua Carlos Maria Steimberg, 75. Em 1957, o grupo transforma-se em igreja organizada. Em 1961, o ancião Armando Oliveira da Silva e o diácono Francisco Ângelo Nunes edificam um salão nos fundos do novo terreno.

Em 1963 é organizada a Escola Adventista Primária de Vila Ré (1963–1969). Em 1964 é inaugurado o novo Templo Adventista de Vila Ré. Em 1968, Vila Ré torna-se sede de distrito formado pelas igrejas e grupos de Vila Ré, Itaquera, Cidade Líder, Parada XV de Novembro e Guaianazes.

A igreja de Vila Ré funda os grupos pioneiros de Vila São Francisco (1966), Vila Granada (1968), Vila Nhocuné (1969), Jardim Coimbra (1975), Cidade A. E. Carvalho (1979) e Conjunto Anchieta (1982).

O que diferencia “O Resgate da História Adventista da Vila Ré (1932-1988)” de “Capítulos Seletos - História da Igreja Adventista de Vila Ré”?

Leandro Bertoldo - O livro “Capítulos Seletos - História da Igreja Adventista de Vila Ré” é uma versão condensada em 400 páginas da minha obra de grande porte intitulada “O Resgate da História Ad-

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ventista de Vila Ré (1932-1988)” de 800 páginas. Para reduzir a extensão do trabalho original, foi necessário apenas selecionar, recortar e colar apenas os capítulos mais relevantes, que focavam a instauração da igreja adventista de Vila Ré. O meu propósito consistiu em dar destaque especial à formação da igreja adventista de Vila Ré, levando sua história institucional para o foco central do livro. Com isso, o assunto tornou-se mais objetivo aos olhos dos leitores.

Onde podemos comprar os seus livros?

Leandro Bertoldo - Todas as minhas publicações estão disponíveis em dezenas de plataformas digitais e livrarias nacionais e internacionais: Litteris Editora, Clube de Autores, Bibliomundi, Perse, Bookess, Mesa do Editor, BookMundo, Livrorama, Bubok, Xinxii, Kindle Direct Publishing, Kobo Writing Life, Uiclap, E-Pub, Scriv, Amazon, Livraria Cultura, Mercado Livre, Estante Virtual, Americanas.com, Submarino, Chiado Books, Store streetlib, Google Play e Apple. Link para compra no Clube de Autores: https://clubedeautores.com.br/ books/search?where=books&what=leandro+bertoldo

Quais os seus principais objetivos a serem alcançados por meio da arte literária?

Leandro Bertoldo - Meus objetivos são os melhores possíveis. Consistem em deixar um bom legado para o mundo, transformar a vida dos meus leitores, contribuir com a cultura, estimular as pesquisas e os estudos sobre os assuntos abordados nos meus livros.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Leandro Bertoldo. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Re-

vista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Leandro Bertoldo - Sou muito grato pela oportunidade de participar na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. É um momento marcante, que jamais será esquecido. Espero que os nossos queridos amigos leitores apreciem as entrevistas e, caso tenham interesse, divulguem e adquirem a literatura

dos nossos escritores. Mais uma vez, muito obrigado pela oportunidade de marcar presença nesta revista tão singular.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato:

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smccomunicacao@hotmail.com

Lígia Beltrão, nascida em Tupã - SP em 12 de março de 1957, filha de pais pernambucanos, logo voltamos para nossa terra onde cresci na cidade de Garanhuns. Casei e fui morar em Recife, depois Olinda e praia de Pau Amarelo. Mãe de dois filhos, Fabíola e Fábio Alexandre, avó de quatro netos. Após alguns anos viúva voltei a casar com um português poeta e cantor e há sete anos moro em Coimbra, Portugal. Desde muito cedo caminho pela poesia, contos e crônicas. Tendo poesias premiadas em alguns concursos nacionais e internacionais que figuram em livros. Participei dos Poemários de Portugal em 2015 e em 2016. Tenho um livro de crônicas escrito em 2016, com dois amigos, reconhecidos escritores brasileiros. Sou cronista de um jornal em Pernambuco – Brasil, e também publico crônicas no Diário de Coimbra. Colunista do Divulga Escritor desde fevereiro de 2014 e participações também na Revista Literária da Lusofonia.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LÍGIA BELTRÃO

O último tio avô

Olhos azuis e sorriso terno. Falar manso, de quem sabe dizer com carinho o que quer. Tímido como um menino encabulado, mas de cabelos branquinhos, como o algodão imaculado do meu tempo de menina. Lembranças felizes de uma infância com os primos e tios e os seus sorrisos de aprovação à vida. Parecido ao seu irmão, meu avô materno, Manoel André. O sorriso terno lembrava a minha bisavó, Dona Josefa chamada carinhosamente de Té, sua mãe.

Trazia o cheiro do sítio, onde vivi em pequena, onde ele nasceu e cresceu impregnado na pele queimada de sol fazendo-o corado. Até parecia que ainda plantava roça e colhia, e batia o feijão seco para ensacar e descansar, de prato cheio por um bom tempo.

A sua mulher, Natália, de língua afiada e palavras inexistentes no vocabulário normal, mas de uma

risada rouca e barulhenta mostrando o dente de ouro a luzir na frente da boca, havia partido num dia desses, num último gemido do dia. Nem sei de que se foi, pois estava longe cuidando da vida, necessidade esta, que com o tempo afasta as pessoas.

Deixou o eco da sua voz a perguntar-me coisas, seguida daquela gargalhada ruidosa de quem zombava dos que não entendiam o seu palavreado diferente e único, pois só ela sabia o significado do que dizia, porém com gestos e mãos rodopiando no ar, também nos fazia entender a tudo e a rirmos junto com ela, com a compreensão que o amor pelo outro nos proporciona. Certamente ele ouvia a voz dela pelos aposentos da casa, o que o fazia sentir-se menos só. Os filhos crescidos cuidavam da própria vida, mas davam-lhe com presteza a atenção que um pai carece. Já

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tinha sofrido a perda de um filho jovem, e mais ainda teve a vida destemperada pelo caminho vicioso e nocivo que este tomara.

Como era o seu filho protegeu-o de ter o corpo devorado pelos cães, quando pereceu no pó barrento da estrada que dava a casa, onde o paiol estava tinto de sangue guardando o seu último gesto de defesa, antes de sair cambaleando, feito um bêbado tentando equilibrar-se no nada, até cair com a paz da morte, no cenário que o viu brincar na inocência da infância.

Enterrou o filho desgraçado, que até a mãe renegou, cuspindo de lado depois de soltar a baforada do cigarro de palha, vício de há muito, companheiro dos seus momentos de introspecção, e ignorando a dor que sofrera para o infeliz nascer, resmunga: “Maldito”! Era tão novo e já tinha dado tanto desgosto... “esse não pode ser o meu filho”! Dizia ela entredentes; “Ninguém ensinou esse peste a ser ruim”... Falou. Olhar perdido no vazio. Infinito a perder de vista. O pai ouviu sem ter o que dizer. Ele próprio era tão correto. Tão bom. Aonde teria errado?

Engoliu o soluço e saiu. Era preciso enterrar o filho.

Só ele e o coveiro estavam ali, naquele silencio doído, vendo a cova ser coberta de terra. Nenhuma flor para testemunhar a sua tristeza e depois morrer murcha, abandonada na quentura dos dias. Nos seus ouvidos zunia o barulho dos tiros que ouviu. Foram muitos. Não deu pra contar. Só o suspiro de um pai sofrido que cumpriu a sua missão até o fim. Saiu curvado carregando o peso daquela vergonha. O tempo passara e parecia ter apagado toda a dor. Nunca mais falaram o nome daquele que era o seu filho mais novo. Anos depois venceu um câncer. Maldita doença que parece estar na moda! Pega todo mundo. Não escolhe. Chacoalha mesmo com a vida dos outros. Era forte. Vai ver foi criado à base da maxixada da mãe, para dar gosto ao feijão com farinha de mandioca. Era a comida de matuto, cheia de sustância, daquele tempo de luta numa terra seca. Todos os outros sete irmãos já tinham partido. A mulher também. Fazer

o quê, agora que os filhos criados cuidavam da própria vida? Tinha que continuar a ser duro. Cortava os cabelos dos outros e fazia barbas como ninguém. Ofício que Deus lhe destinou para ganhar o pão na cidade onde foi morar. Foi o melhor barbeiro que pode.

Os dias eram iguais como duas cabeças de fósforo. Suspirava e aceitava a vida, até que calado partiu. Não se despediu de ninguém. Quando ela chega assim não dá tempo nada. Noventa e sete anos e uma vida de lutas. Tio Roberto antes de fechar os olhos ouviu a mulher chamando os nomes que só ela sabia chamar. Ouviu latido de cães. Lembrou-se da sua mãe carinhosa. Ele viu os rostos dos filhos, um por um, passarem diante dos seus olhos baços, até mesmo aquele infeliz que lhe fez baixar os olhos de tanta vergonha. Finalmente ficou só e descansou de tanta vida.

Recebi a notícia. Duas lágrimas desceram pelo meu rosto trazendo lembranças que atravessaram o tempo e chegaram ao meu coração.

Tudo faz parte da vida... Até a morte.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA AMÉLIA LUZ

CONTO TRAIÇÂO

E se Machado de Assis soubesse?

Dom Casmurro caiu em profundo silêncio, olhar pesado, trêmulo, corpo estirado na cadeira como se nunca mais se levantaria dali. Chorou, absolveu Capitu, pediu-lhe perdão em desespero. O dia passou lento e dali ele não se levantou, petrificado. Ante a realidade que só agora chega a seus conhecimentos. Quanto arrependimento!

“olhos de ressaca/ De ressaca? Cigana oblíqua e dissimulada? Essas palavras incorporava-as como verdadeiras e incontestáveis. Pudesse ele ter revelações além-tumulares para uma nova proposta de diálogo com Capitu. Olhá-la, segurar-lhes as mãos, voltar ao muro onde escreveram jovens os seus nomes com um prego, unidos pelo amor. Perceber a sua fragilidade feminina e suplicar-lhe mil vezes perdão. Capitu descansava das dores da vida. Jamais ouviria a sua voz, as suas risadas, o arrastar leve das suas chinelas, a menina que vivia nela, espontânea menina/adolescente/mulher ora submissa ora autoritária mas sempre à espera do esposo e dedicada ao filho e ao lar.

Dom Casmurro/Otelo cometeu o pecado de acusar Capitu/ Desdêmona como adúltera, traidora, vulgar e dissimulada. Con-

denou-se como juiz de si mesmo e martirizou-se. Recebeu a pena imposta em profunda tristeza. Noite, alta noite, sozinho e na mesma posição num vasto interrogatório.

De repente descobre-se novamente no mesmo Bentinho obsessivo e imaturo de antes: o ciúme volta a atormentar lhe. Sem a ideia da traição o que restaria dele? Alimentar-se-ia de que? Foi então que um novo pensamento maligno voltou a perturbar a sua mente. Deu um forte soco na mesa, reagiu, saiu da prostração questionando-se.

Antes entendera que as semelhanças entre o menino Ezequiel e Escobar eram cabíveis pelos laços de sangue e não pela suposta traição da esposa.

Agora, novamente no plano das incertezas surpreende-se com uma nova e terrível acusação. Capitu, o casamento insosso, tantos anos sem filhos, uma gravidez que surge de repente após tanta espera. Seria ele estéril e Capitu concebera, sem saber dos laços de sangue, gerando um filho do próprio cunhado?

Na verdade quando mudou o foco da sua ansiedade mórbida tendo em mãos a confirmação da lealdade da esposa sentiu-se um trapo, incapaz de continuar a viver. De que

se alimentaria nas horas de solidão? Justamente por isso volta ao caminho das pesadas acusações, ainda mais graves: Capitu tivera um caso com o cunhado e gerara um filho. Ezequiel seria então seu sobrinho/ enteado? Enclausurou-se. Lamentou ter saído do Seminário. Se um dia fugira da clausura religiosa hoje por opção prefere esconder-se do mundo perdido nas suas suspeitas e acusações. Como provar? O que provar? Por que provar? Se todos descansam em seus jazigos. Não há como fugir dos fatos que criamos.

E Dom Casmurro lembra a teoria do maestro: “a vida é uma ópera”.

“Deus teria escrito o libreto da peça. Satanás levou o libreto para o inferno e compôs a partitura pedindo autorização a Deus para partilhar a autoria e montar o espetáculo. Deus aceita, mas lhe confere o planeta terra para os seus ensaios.”

Disso resulta:

• “DEUS É O POETA.

• SATANÁS O MAESTRO

• SHEAKESPEARE UM MERO PLAGIADOR.

• DOM CASMURRO MIRA-SE NO PLAGIADOR, ACEITA A TEORIA DO MAESTRO E RESOLVE ENSAIÁ-LA NA SUA

VIDA PASSADA.” NO PLANETA TERRA.

Antes tivesse voltado à História dos Subúrbios!

Certamente, O agregado José Dias, o amaríssimo, pois gostava de superlativos, de onde estivesse suspiraria aliviado confessando ao amigo Dr. Santiago a fidelidade que tivera ao levar às costas o peso de tão grave segredo tentando aliviar as penas que a presença de Escobar trouxera à família de Dona Glória.

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Entrevista com o Escritor

Marcelo Brambilla

Marcelo Brambilla, nascido em Descalvado, no interior do Estado de São Paulo, é filho de Olympio Brambilla e Nide Scomparin Brambilla, sendo o caçula de três irmãos. Apaixonado pelos esportes, desde muito pequeno sonhava em ser piloto de motovelocidade. Dedicou-se ao basquetebol, até iniciar a carreira de Professor de Educação Física aos 19 anos. Trabalha na Rede Estadual do Estado de São Paulo desde 1989 e na Rede Sesi-SP desde 2011. Foi Professor da Prefeitura Municipal de Descalvado de 1998 até 2011 e Assistente Técnico de Basquetebol do YMCA - Oak Park, IL em 1996. Adora as viagens de moto sem destino, conhecendo novas paisagens, bons vinhos e aventuras.

Boa leitura!

Escritor Marcelo Brambilla, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “O Segredo de Spalla”?

Marcelo Brambilla - O desejo de escrever veio durante a pandemia. Impedido de realizar as tão aguardadas viagens de moto, surgiu a ideia de escrever um livro, inicialmente de forma despretensiosa. O projeto logo deixou de ser um sonho e foi passado para o computador, que virou um companheiro diário. De repente a história ganhou proporções que extrapolaram o que caberia em apenas um livro, dando origem a trilogia intitulada O Segredo de Spalla. No começo relutei em mostrar o que havia escrito e enviar para alguma editora, até mostrar a uma pessoa que me incentivou a enviar para alguns editores. Foi uma grata surpresa ter as obras aceitas pelas editoras, o que me permitiu optar pela Editora Ases da Literatura de Portugal. Entre a escrita, envio, revisão e publicação dos dois primeiros livros foram dezesseis meses. Hoje aguardo ansiosamente pela chegada do terceiro, que está em fase final de edição, enquanto escrevo o quarto e desenvolvo os projetos para os próximos livros.

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O livro se enquadra no realismo fantástico, com muito suspense, ação e é claro muito romance. Mas, trata também de outras temáticas, trazendo de uma forma leve o debate sobre os mais variados tipos de preconceitos, reforçando a importância dos valores morais.”

Em que momento surgiu a série, ou seja, desde o inicio a história foi dividida em partes, ou a necessidade da série surgiu enquanto escrevia o enredo que compõe a trama?

Marcelo Brambilla - Em minha mente a história sempre teve um começo, um meio em um final. Entretanto, durante o desenvolvimento da história surgiram muitos fatos que não poderiam ficar de fora, assim como o surgimento de novos personagens que mereciam ter mais tempo na história. Todos os personagens ganharam vida e uma força incrível, colocando-os não como coadjuvantes, mas em posição de destaque dentro da história. Dessa forma a história tornou-se uma lenda e uma viagem através do tempo e espaço,

Quais as principais temáticas estão sendo abordadas em “O Segredo de Spalla”?

Marcelo Brambilla - A trilogia toda tem muitos momentos especiais, que exalam sentimentos e emoções, principalmente nas partidas e reencontros do casal protagonista. Assim, como as histórias de alguns personagens, que deveriam ser coadjuvantes, mas ganharam seus momentos de destaque. Em O Segredo de Spalla, o primeiro livro, tem vários pontos marcantes como a história da professora africana, a mãe de Buhba, pois revela uma realidade triste e esperançosa ao mesmo tempo. O romance entre Tommy e Carol é uma história que vai prender os leitores. O Segredo de Spalla: O reencontro traz momentos marcantes do romance em algumas passagens pelo mundo terreno, desvendando a verdade sobre a Segunda Guerra Mundial e a Batalha de Little Bighorn. O terceiro livro traz as revelações do Segredo de Spalla.

O livro se enquadra no realismo fantástico, com muito suspense, ação e é claro muito romance. Mas, trata também de outras temáticas, trazendo de uma forma leve o debate sobre os mais variados tipos de preconceitos, reforçando a importância dos valores morais.

Apresente-nos a Série

O Segredo de Spalla – A Lenda

O Segredo de Spalla é contada por Buhba, um jovem pobre da República Democrática do Congo, que tem a sua vida transformada após conhecer Tommy, um piloto de motovelocidade, aficionado por velocidade, e Carol, uma renomada maestrina, que tem a música em sua alma, um dom divino. O casal vive várias encarnações ao longo dos séculos, tentando desvendar o segredo de uma imposição divina que lhes promove encontros terrenos e desencontros espirituais. Eles carregam as marcas do Toque de Deus em seus ombros, marcando o reencontro do casal no plano ter-

reno, que é breve, mas envolto em uma paixão avassaladora. Procurados incansavelmente por organizações religiosas e governantes alucinados pelo poder, a verdade sobre grandes guerras e batalhas da história da humanidade é esclarecida. É uma história eletrizante, do começo ao fim, com os protagonistas travando batalhas dentro e fora das pistas, com encarnações de espíritos maus, impulsionados pela inveja e cobiça aos poderes de Deus. Em meio às conquistas e derrotas, existe a busca incansável pela evolução espiritual e pela aproximação à Deus, onde os valores morais formam uma nova trindade baseada no respeito, honra e dignidade. A polêmica é criada quando organizações religiosas, governos e outros poderosos tentam se aproximar de Spalla para chegar até o verdadeiro Deus.

O Segredo de Spalla: O Reencontro – Carol, recuperada do transplante, volta a trabalhar com sua orquestra na Áustria. Enquanto isso, Buhba recebe a visita de Tommy, pois apenas ele consegue o contato no plano espiritual, e a partir desse momento, começa a escrever o livro O Segredo de Spalla, que irá ajudá-los em um futuro reencontro. Suas vidas passadas são marcadas pelo intenso amor, pela entrega e pela trágica separação em meio às maiores guerras e batalhas da história da humanidade, onde o maior objetivo era chegar até Spalla e, consequentemente, ao encontro com Deus. Tommy conta detalhes de suas vidas ao lado de Carol, vividas como uma professora enfrentando nazistas na Segunda Guerra Mundial, uma índia contra o exército americanos na Batalha de Little Bighorn e como a amável

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vendedora de Scarborough Fair, enfrentando o poderoso Lord Crowel. As turnês da orquestra, trazem as composições de Carol, marcando os períodos da evolução humana, o respeito à natureza e todos os seres vivos, partindo da melancolia para alegria. Perseguida pelo Alto Clero, é obrigada a fugir novamente para a Olaria, onde tem dejavus de seu passado na Segunda Guerra, sempre protegida pelas Mães de Spalla, pelos anjos, por Adele e por Tommy.

O Segredo de Spalla: Revelações - Ali é um menino recém nascido em meio à guerra do Iêmen que precisa ser resgatado e essa é uma missão muito importante para Buhba. Sob o sol do deserto, espera pelo momento de novamente reencontrar Spalla. O suspense e intensas emoções marcam o início da vida de Olívia Austrália, quando reconhece os seus dons e percebe que o seu destino pressupõe uma intervenção divina. O novo reencontro entre Ali e Olívia acontece em meio às batalhas entre os seres de luz e das sombras. O livro mais eletrizante da série é marcado pelas revelações que acontecem a cada instante.

O que mais o encanta na série?

Marcelo Brambilla - Acredito que as pessoas que lerem irão se encantar pela força dos personagens. São muitos personagens que parecem se negar a aceitar o papel de coadjuvantes, buscando seu momento de destaque. As emoções estão soltas em todas as partes dos livros da série, nos casais, nas relações de amizade, familiares e com os animais. Aliás, a participação deles também é muito destacada e vai ser difícil não se apaixonar por eles.

Onde podemos comprar os seus livros?

Marcelo Brambilla - Os livros podem ser comprados autografados diretamente com o autor. Pela amazon nos links: O Segredo de Spalla https://p-nt-www-amazon-com-br-kalias.amazon. com.br/O-Segredo-de-Spalla/ dp/6584796019 O Segredo de Spalla: o reencontro https://www.amazon.com.br/Segredo-Spalla-Reencontro/dp/6584796027/ref=asc_ df_6584796027/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=581934698281&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=918829378763109446&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1031605&hvtargid=pla-1843726014911&psc=1 Nas maiores lojas de compras online.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da arte literária?

Marcelo Brambilla - Quero de al-

guma forma deixar marcado a minha luta de incentivo à leitura e que seja através de livros que possam estar nas bibliotecas das escolas, sendo lidos em todas as idades.

Quais os seus próximos projetos literários?

Marcelo Brambilla - O terceiro livro deverá ser lançado ainda em fevereiro. O quarto livro da série, O Segredo de Spalla: Lilith já está na metade. Quero também escrever um Romance Policial e um livro e depois quero escrever um livro que seja um pouco mais descontraído, uma comédia para descontrair um pouco. Todos já têm uma ideia central, um ponto de partida.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Marcelo Brambilla. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Marcelo Brambilla - Gostaria muito de agradecer a oportunidade e a parceria com a Editora Ases da Literatura, de Portugal, que acreditou no meu sonho e no projeto, tornando realidade. quero de alguma forma deixar um legado de incentivo à leitura e à escrita. Achava fantástico a população em geral de Chicago lendo no metrô, nos ônibus e nos cafés. Assim como acho triste as livrarias e bibliotecas fechando muitas portas aqui no Brasil. Precisamos incentivar a leitura como exemplo.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta. Contato:

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smccomunicacao@hotmail.com

- Você está olhando para esse envelope há exatos dez minutos. Por que não abre e acaba com esse suspense?

- Você está me vigiando? O que há com você?

- Laura eu me importo muito com você e vi quando o boy lhe entregou esse envelope. Conheço-a há tempo suficiente para saber de quem é e também que ela vai lhe trazer um grande aborrecimento.

- Não exagere Paulo, essa carta me trouxe lembranças, situações que demorei muito para compreender, que ficaram guardadas lá no fundo do meu inconsciente. E se pode- se dizer isso, no fundo do meu coração.

- Então abra, já que trouxe lembranças, talvez cure de vez as feridas.

- Talvez! Mas não vou fazê-lo aqui. Não quero você bisbilhotando a minha vida. Vou para casa e amanhã conversaremos.

No dia seguinte como de hábito, Paulo esperou por Laura na entrada do prédio em que trabalhavam. Observava-a como um cão farejador, na expectativa de encontrar alguma emoção. Vendo sua aflição, Laura perguntou:

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA CRISTINA CIMMINIELLO

A carta

- Paulo o que é isso? Nos conhecemos a tantos anos e você está me olhando como se eu estivesse com uma doença contagiosa. Tudo isso por curiosidade?

- Você está enganada Laura, estou preocupado com você. Sei quem mandou a carta e o quanto ele a fez sofrer. Por isso estou aqui esperando-a para saber o que ele quer agora.

Laura respirou fundo e disse calmamente:

- Explicar porque me deixou naquela noite.

- Depois de todo esse tempo? Você não vai aceitar as explicações dele vai?

- Paulo eu nem terminei de falar, o que há com você?

- Você não percebe não é? Eu estou aqui todos os dias a sua espera e você não me vê. Procuro você em todos os lugares e você não consegue me enxergar não é mesmo? Sou um idiota, com certeza você vai aceitar as explicações e recebê-lo de volta.

Laura olhava-o boquiaberta:

- Por que você nunca me falou dos seus sentimentos? Sempre me fez acreditar que não queria compromisso. Agora me acusa de não entendê-lo? Tudo por causa de uma

carta que você nem sabe o que contém?

- Laura eu amo você há muito tempo. Sempre tive medo de revelar-lhe meus sentimentos por medo de ser rejeitado. Sei o quanto ele era importante para você.

- Então se eu não tivesse recebido aquela carta você jamais se declararia?

Paulo sentiu-se ruborizar e apenas sacudiu a cabeça.

- Meu Deus Paulo, quanto tempo perdido. Estamos juntos praticamente todos os dias e separados por uma dúvida sua. Você devia confiar mais em si mesmo e entender que uma carta muitas vezes serve apenas para solucionar um vazio do passado. Uma situação não resolvida. Nada além disso.

- Laura me sinto um adolescente pego numa travessura. Por favor me dê uma nova chance, me permita amá-la como eu sempre sonhei.

- Com uma condição.

- Todas as que você impuser.

- Nunca mais falaremos sobre o passado.

Paulo sorriu e beijou-a ternamente. Abraçados seguiram para mais um dia de trabalho, enquanto a carta permanecia fechada dentro da bolsa de Laura.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ROBERTO MELLO

Duelo

A tristeza, a amargura, o vazio, compõem o manto da insatisfação que o cavaleiro solitário arrasta ao longo do seu dia a dia. A jornada que lhe fora atribuída transforma segundos em horas fatídicas e penosas que assaltam, sem piedade, seu espírito, sua alma, seu eu.

Que este sonho faça-se materializar; Que minha vida torne a agradar.

Agora, apenas o silêncio e o vento. Seu olhar de abandono torna-se caçador ao ouvir uma réplica a ecoar entre as robustas árvores.

Qual encantamento admoesta teu nobre coração, cavaleiro das sombras?

Ele olha ao redor; conclui como algo imaginário e insiste:

A solidão proveniente de guerras Arrebata sentimentos de outrora

Transformando sonhos em secas terras Sem o sabor doce de uma ardente aurora.

Atento a alguma resposta, nada escuta. Seus olhos procuram por algo indescritível, entretanto, constata a inexistência de qualquer vida próxima a ele. E replica:

Vejo o horizonte resplandecer a minha frente Nada posso fazer, também nada a negar Entristecido dessa vida; torno-me ausente, Até mesmo ao modo de respirar.

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Um

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR ROBERTO MELLO

Finaliza com suspiro. Uma e outra lágrima desliza pelas cicatrizes profundas em seu rosto. E ouve a voz majestosa que responde: Insatisfação tenaz arrebata tua alma Duelas perdido como um nada Questiona a si e porque te calas? Imploras ajuda sem nenhuma calma. Aquiete teu coração, nobre cavaleiro das sombras! Aceite teu duelo com mansidão Desfrute do instante com a razão Sem se perder pela emoção.

O cavaleiro se acomoda junto ao poderoso carvalho que desenha sombras em seu entorno. Então, o guerreiro já cansado pelas infinitas labutas e contendas, se harmoniza com a delicada brisa que o acaricia junto à face.

Agora, ele de olhos cerrados e aparência descontraída, transmite a ideia de que a própria alma aproveita o ensejo e se desnuda diante do frescor sublime que o acalenta.

O minuto torna-se infinito ao som de lindas melodias de pássaros que habitam naquelas folhagens. Após vagar pelos labirintos secretos do próprio eu, ele se ergue, se afasta um pouco daquela nobre árvore, abre os braços, levanta a cabeça com o olhar fixo na direção do céu e pergunta:

Quem argumenta aos meus questionamentos? Quem propõe tal prerrogativa para minha recusa? Quem discorda sem tentar me entender? Quem propõe aceitação ao meu dia a dia?

Ao pronunciar tais palavras, ajoelha-se.

A seguir, encosta sua testa à terra coberta de folhas secas. Alguns segundos depois, estende seus braços. As mãos mergulham naquele profundo tapete floral que ali repousa. Folha a folha, os dedos as resgatam apertando-as com força.

Finalmente, desabafa um grito de pavor e revolta que ecoa em todas as direções.

Alguns segundos de silêncio.

Permanece atento ao mínimo som. E nada ouve. E nada enxerga além do seu campo visual. Ergue-se, ajeita sua espada e segue em direção ao seu fiel companheiro.

Seu corcel negro com olhar tímido e humilde apenas o observa.

O homem valoroso se aproxima do belo animal, toma-o pela rédea e começa a lhe fazer afagos. Nisso, atenta para as dicções que invadem de forma abrupta sua zona de conforto.

Encontrarás em teu grito a possível solução às tuas questões?

Então, resolutamente afirmo:

Fadigar-te-á diante de tal indecisão

Teu crepúsculo inibirá tua ação

Revoltado causará intriga ao teu nobre coração.

Perdes tempo reclamando ao teu dia a dia Tua nobreza é medida pela sua irritação

Aceite suas batalhas com toda sua energia

E assim, na brevidade de um instante, ouvirás uma suntuosa canção.

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O cavaleiro atribulado pelas vozes que adentram sua humilde consciência, fita o horizonte arbustivo em posição contemplativa e profere:

E quem escuta minhas indagações?

E quem analisa meus lamentos?

E quem responde com palavras apaziguadoras?

E se vós, que solenemente afirmas dessa maneira, Então, desconheces meus duelos secretos ornados pelas falsas verdades.

Ele, inquieto, anda em círculos e observa a origem das respostas. Sem exalar qualquer suspiro profundo, evita o pisar sobre as folhas secas que repousam a sua volta.

Procura total silencio desejando captar a origem de seu desafiador.

Ainda com os olhos abrilhantados, busca compreensão visual que justifique tamanha experiência.

Tem ciência de algumas Leis do Universo, contudo carrega indagações quanto à constatação. Enquanto aguarda a voz argumentadora, andarilha no traçado da figura geométrica imaginária sobre as folhas.

O registro de suas pegadas aflora um círculo.

Desembainha sua espada com a mão direita, coloca a ponta no centro do círculo. Logo depois, traça uma linha do centro até a borda demarcatória do limite da circunferência por ele criada com os pés. A seguir, aviva a envoltória da circunferência. Nisso, percebe o raio do círculo. Ele se admira com a figura que resplandece diante de seus olhos. Ainda assim, fita ao seu redor demonstrando curiosidade em saber quem o revidara. Então, prossegue com outros verbetes.

Aqui estou ao centro deste círculo

Envolvido em meus questionamentos

E sem respostas do meu Eu.

Assim sendo, encontrar-me-ei no limite da visão interna, E ouvirei respostas que tanto procuro

Para ultrapassar o limite de minha limitação.

Desconheço a fundo, a insondável profundidade de minha alma. Será um corredor sombrio como ponte?

E ao atravessá-la?

Libertar-me-ei dos pesadelos que me açoitam?

E outra resposta: Engana-te cavaleiro por tal conclusão. Busca compreensão sem nenhuma devoção

A tua mente conclui por fatos do imaginário Sem ao menos perceber ou entender Que estás preso a própria indagação.

E assim, ele conclui: Sendo de bom grado, continuarei minha jornada sob outra visão. Ele ajusta a sela do seu corcel, segura a rédea, monta e retoma a cavalgar em direção ao Leste.

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Depois de cerca de 50 anos afastado do teatro, Dimas Oliveira, jornalista, memorialista e especialista em cinema, voltou aos palcos em 2022. Ele se integrou ao Movimento de Artes Aprisco (Maap) e agora faz teatro cristão.

Primeiro, em parceria com Paty Brito, Dimas fez uma adaptação da passagem do Evangelho de João que trata da Sant Ceia com “Um Grão de Trigo”, peça teatral em dois atos, levada ao palco da Aprisco Church, na noite do Domingo de Páscoa, 17 de abril. Dirigido por Paty Brito, Dimas interpretou Judas, contracenando com Nei Nascimento (Jesus) e outros 11 intérpretes dos apóstolos.

A encenação da Santa Ceia, relevante na montagem do momento emocionante e enlevante da vida de Cristo com seus discípulos, superou todas as expectativas do público que lotou o espaço. Foi um memorial da Ceia do Senhor para que a Igreja recorde continuamente o sacrifício vicário de Cristo na cruz em favor de todos.

Um grão de trigo é apenas um grão de trigo. Mas, assim como Jesus o grão de trigo quando cai na terra necessita primeiro morrer para depois gerar a vida que abençoará a quem dele comer. Sem a morte do trigo não existirá a vida.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR DIMAS OLIVEIRA

Dimas Oliveira nas veredas do teatro cristão

Segundo a diretora Paty Brito, a encenação teve como objetivo reproduzir um momento da vida de Cristo com seus discípulos, a Santa Ceia. “Traz o entendimento de que o plano da salvação é através de Jesus, para todos aqueles que creem em seu nome possam ser salvos e ter um novo nascimento, uma nova vida”.

Depois, Dimas Oliveira atuou como narrador da peça “O Peregrino: O Destino Final”, texto de Matheus Moura, adaptado do clássico da literatura cristã, “O Peregrino”, de John Bunyan, escrito há mais de 130 anos, em 1890, que foi encenada uma semana antes do Natal, na Aprisco Church, em 18 de dezembro de 2022. O próprio Matheus Moura protagoniza o personagem Cristão.

Com essa peça, depois do monólogo “Cristão”, apresentado em março, e de “O Caminho do Peregrino”, em junho, a trilogia se completou.

A peça sintetiza sobre o caminho da salvação, que é estreito e difícil. É a história de Cristão, um homem em necessidade que entendeu que precisa de Nosso Senhor Jesus para transformar sua vida.

Assim, uma alegoria da vida de um peregrino, personagem que enfrenta uma caminhada da Ci-

dade da Destruição para a Cidade Celestial em trajetória de perigos e maldades e também de esperança e boa vontade.

Para este novo ano, Dimas Oliveira pretende adaptar a parábola d’O Filho Pródigo, contida no livro de Lucas 15: 11 a 32.

Era uma vez Geraldo Lima, autor do livro “O Teatro em Feira de Santana”, lançado em 25 de setembro de 2015, foi quem incentivou Dimas Oliveira a participar do movimento teatral de Feira de Santana. Corria o ano de 1967, mesmo período em que ele começou a escrever sobre cinema para o jornal “Situação” - colunas publicadas até 1970 compõem o livro “cinema demais” de sua autoria, lançado em 2014.

Primeiro, ele acompanhou os ensaios de “Só o Faraó Tem Alma”, de Silveira Sampaio, direção de Raymundo Pinto, com Antonia Veloso, Antonio Brasilino, José Carlos Teixeira, Luciano Ribeiro, Gilberto Duarte e Geraldo Lima. Fez parte do coro, que em voz-off dizia em várias cenas: “Nós queremos almas, nós queremos almas”. Foi encenada em março daquele ano no palco do Cine Santanópolis.

Ainda em 1967, participou como contra-regra da peça infantil “Dona Patinha Vai Ser Miss”, de

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Artur Maia, encenada pelo Meta-Scafs, com direção de Deolindo Checcucci, e elenco formado por Antonia Veloso, Aliomar Simas, Alvaceli Silva, Marcus Superbus, entre outros.

Naquele mesmo ano, foi sonoplasta da encenação de “Os Justos”; do argelino Albert Camus, no palco da Rádio Cultura. Com os dedos fazia o som das patas de cavalos de uma carruagem que chegava.

1967 foi um ano profícuo em montagens do Meta-Scafs, que também montou do pernambucano Nelson Rodrigues a peça “Viúva, Porém Honesta”, com direção de Nemésio Garcia, na qual Dimas Oliveira fez o personagem Dr. Lambreta, contracenando ao lado de nomes como os de Mary Barbosa, Gildarte Ramos, Alvaceli Silva, Letícia Regia, Geraldo Lima, mais os falecidos Aliomar Simas, Egberto Costa e Luiz Artur.

Com direção de Antonio Miranda, chegou a ensaiar a peça infantil “O Patinho Preto”, como o Pato Amarelo. Quando Hosannah Leite substituiu Miranda nos ensaios ele acabou saindo da montagem. A peça foi encenada no Cine Santanópolis.

Outra peça infantil, que ele atuou na parte técnica foi “A Árvore Que Andava”, de Oscar Von Pfuhl, direção de Antonio Miranda, encenada no Cine Santanópolis em novembro de 1968, com Luciano Ribeiro, Leticia Régia, Geraldo Lima, Aliomar Simas e Luiz Artur.

Em 29 de janeiro de 1971, participou do elenco da peça “Cleóputo”, de Antonio Miranda, que inaugurou o Teatro Margarida Ribeiro, na rua Carlos Gomes, ao lado de Mary Barbosa, Aliomar Simas, Geraldo Lima, José Brandão e Naron Vasconcelos. No mesmo ano, em setembro, estava no elenco da

peça que fechou o espaço, “Ezuma”, também inventado por Antonio Miranda, junto com Geraldo Lima, Ideval Alves, Naron Vasconcelos, Renato Silvestre e outros. Foi o último espetáculo a ser apresentado no local, na noite de um domingo. Na segunda-feira seguinte, o teto do espaço estava no chão.

Em 1975, Dimas dirigiu a peça infantil “Margarida do Castelo”, de Nilda Maria Quadros, para o Grupo de Arte Teatral do Sesi (Gart-Sesi), encenada em espaço do Centro João Marinho Falcão, no Cruzeiro. No elenco, Cezar Ubaldo, Loide Augusta, Maria Luiza Mascarenhas, Antonio Cerqueira, Luís Aguiar e Ruth Gusmão.

No mesmo período, também dirigiu e atuou na peça “O Hóspede Esperado”, encenada na Igreja Presbiteriana. Foi sua primeira participação no teatro cristão.

Ainda com relação ao teatro, ele escreveu textos de apresentação - ou não - em programas de várias peças. Também foi bilheteiro, porteiro e carregou cenário do local de ensaio, a Escola de Música, para local de apresentação, o Cine Santanópolis.

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Dimas Oliveira como Judas em “Um Grão de Trigo” (Foto: Larissa Carmo) Dimas com Paty Brito: Parceria no teatro cristão Dimas Oliveira como narrador em “O Peregrino: O Destino Final” (Foto: Milena Batista) No palco como Dr. Lambreta (ao centro) em “Viúva, Porém Honesta”

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA REGINA SOUZA VIEIRA

NOVO ANO

Está em branco a primeira folha

De um livro que me cabe escrever

Eis a responsabilidade de uma escritora

Cuja caneta é a sua grande ditadora

De emoções e de sua vontade de vencer

Ainda em branco a primeira folha

Já pela manhã pautada de experiência

Guarda trezentas e sessenta seis de vivência

Porque o até agora não foi nada

Do muito em lagrimas e risos que virão

Este livro só tem ainda título: ANO NOVO

Desfolhando-o, só vejo maravilhas

Esperanças, fé, coragem e delícias

Neste novo começar as mesmas filhas

Que a inspiração dita e,ditando, se folatelece

Na força, na fé que temos para viver,

Que o meu livro se paute de alegrias

Se houver sofrimentos, que nesses momentos

Eu veja, eu sinta a mão do amigo

E que seja com a sua guia que eu

Trace neste novo livro os meus experimentos

INOCENTE

Ah, como eu queria

Fazer tudo ao contrario

Nascer velho e voltar

Ano a ano a ser menina

Talvez nascesse sem família

Mas ganharia nos anos que passassem

Pessoas amigas, queridas, me cercando Matutaria minhas ideias

Passaria rindo, mais madura buscando Amizades válidas, leituras construtivas

Pessoas dignas deste mim que me habitasse;

Talvez nem me arrependesse nem sofresse

Por amizades dedicadas à toa

Mas teria tempo para refazer os erros

Para não errar tão burramente

E tempo para correr no quintal Como na infancia, alegremente

Nasceria como velha, sozinha

Mas dia a dia, ano a ano

Minha casa se encheria de gente

E, ao contrario de triste, eu morreria

Rindo, brincando, chupando bala, Inocente!

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Biografia: Carlos

Frederico Ferreira da Silva: Docente de Português e Literatura com 3 Especializações, Jornalista e Compositor. Possui 15 obras e Coautor em 53 coletâneas. Editor do Boletim Ibérico.

Membro: Literarte, ALPAS.21, ALAF, AMBA, Academia de Letras de Teófilo Otoni, Núcleo de Letras e Artes de Lisboa e de Buenos Aires. @ carlosfredericoescritor

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR

CARLOS FREDERICO FERREIRA DA SILVA

HETEROVIDA

Um dado a mais na pessoa ou um caso além do Pessoa? Na heterovida irradiada e inalada, no Cancioneiro, Caeiro e na rima. Desvairado, alado e esquecido sonho Um ontem jamais por ter sido ou ao menos ido a passagem do sim ao fim na Paulicéia o encontro do são e o Todo na Ilíada. Um caso a parte neste sol que arde um pegar de assalto sem pensar, só sentir e estar a configurar o amor que está por vir cantar, versar o teu sorriso de puro lume, aludir.

Carlos Frederico Ferreira da Silva in.: Vozes de Mih´Alma (BA: Editora Mondrongo, 2017).

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA CLEUSA MARGARIDA S. PÁDUA

FALANDO DE AMOR

O amor é peça rara, que não se vê a olho nu Procura morada entre os autênticos, não aceita genéricos

Não depende daquele que o escolhe, mas sim daquele a quem ele escolher

O amor transpassa todo entendimento e sabedoria

O amor suporta o sofrimento, e é aliado do tempo

Possuí uma poção infalível contra qualquer mal e tem o poder de cura.

O Amor é doutorado em maravilhas

O amor não exige grau de escolaridade e nem tempo de experiência.

O amor é uma fonte inexplicável, simplesmente acontece.

Nunca te levará a um tribunal, ou te deixará ser conduzido a uma cela de prisão.

O amor não trabalha com valores, não se vende e nem se compra.

O amor não tem parte com o poder

O amor nunca espalha, sua principal meta é juntar.

O amor não se confunde, não se ilude e não se engana.

O amor anda em direção contrária da paixão e é um dardo inflamado para ilusão

O amor por onde passa deixa um legado e seu nome para sempre será lembrado

O amor não tem idade, não se preocupa com a aparência, mas seleciona um bom coração.

O AMOR não é seita, convenção e muito menos religião

O amor não se explica, não se vê, apenas se sente e suas obras são magnificas

Quem alcançou o amor incansavelmente o testifica, pois seus feitos são eternos.

Portanto recuse imitações, o amor tem marca registrada, seu criador patenteou

É a maior ordem celestial em caráter mundial e seu nome e pseudônimo é simplesmente

“AMOR” – A Maior Ordem Romântica

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Entrevista com o jornalista e produtor editorial

Thiê Rock

Thiê Rock é jornalista formado pela Facha, músico há mais de 20 anos. Trabalhou como editor de Livros na editora ZL Books. Hoje, trabalha na Alta Books. Canta na banda de rock Lion Heart há 18 anos, com 5 CDs lançados. O mais recente, “O Ferro do Escorpião”, saiu em junho.

Na editora Alta Books, coordena a popular série Para Leigos, biografias de grandes artistas mundiais e lança livros de best-sellers internacionais e autores nacionais de peso.

Na ZL Books, lançou contos, poesia, ficção e antologias bilíngue, além do Projeto Jovens Escritores.

Boa leitura!

Roqueiro e influencer, Thiê Rock se destaca como editor da Alta Books

Por

Cavalcante (SMC)

Roqueiro, influencer e editor de livros Thiê Rock, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu o gosto pela música, em especial o Rock?

Thiê Rock - Olá! O prazer é meu. O gosto pela música e pelo rock surgiu ainda garoto quando vi pela televisão o Rock in Rio 2 e as edições do Hollywood Rock do início dos anos 1990. Disse para mim mesmo: é isso que quero para minha vida!

O que mais o atrai neste estilo musical?

Thiê Rock - O carisma dos músicos, a presença de palco, o visual extravagante e as músicas envolventes que fazem multidões cantar, dançar e se divertir.

Apresente-nos alguns trabalhos/projetos desenvolvidos no meio musical.

Thiê Rock - Sou vocalista da banda Lion Heart há 20 anos. Nosso último álbum foi “O Ferro do Escorpião”. Vocês podem conferir tudo sobre a Lion em nosso site: www.lionheart.com.br

Também sou produtor e idealizador do “Rock na Praia”, um even-

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Uma prova concreta de como consigo unir as duas áreas é a quantidade de livros musicais ou sobre músicos que já consegui lançar. Certamente, vem muito mais por aí!”

to de rock feito em frente ao mar de Copacabana, de graça para o público, em que eu discoteco durante horas e levo entretenimento de forma acessível e com uma bela paisagem. Onde tem rock, entretenimento, gosto de participar e ser ativo nesse ramo cultural. Nos últimos anos me destaquei como influencer e faço vídeos semanais que trabalham a autoestima dos seguidores utilizando jargões das músicas da Lion Heart. Isso abriu um novo caminho de trabalho para mim, e atualmente muitas empresas me contratam para vídeos de publicidade e fãs me contratam para vídeos personalizados.

Em que momento deu início a sua carreira como Editor?

Thiê Rock - Em 2011, quando entrei para a Editora Alta Books. Eu já era formado em Jornalismo e tinha passado por outras áreas da Comunicação, mas foi trabalhando com livros que realmente me encontrei e atingi uma estabilidade.

Apresente-nos alguns trabalhos editados pela Alta Books e pela Zl Books.

Thiê Rock - Na Alta Books eu sou responsável pela versão brasileira da série For Dummies, a série de livros mais vendida do mundo, que leva o nome de Para Leigos por aqui. Além disso, já editei livros de autores internacionais best-sellers como Jordan Peterson e David Brooks, além de personalidades nacionais de destaque como Rosana Jatobá e Heródoto Barbeiro. No momento, estou produzindo biografias de artistas como Prince, Paul Stanley, Kurt Cobain, Debbie Harry, Tina Turner e Demi Moore. Na Zl Books, trabalhei com antologias bilíngue, que ajudam o autor independente a entrar no mercado editorial e a divulgar seu trabalho no exterior. Também trabalhei com o Projeto Jovens Escritores, que dá voz ao estudante, muitas vezes de origem humilde. Ele tem a chance de lançar seu texto em salões de livro internacionais e, caso seja considerado o melhor texto do Projeto, participar

de forma presencial. É uma editora que fomenta sonhos através da literatura. Sigam o trabalho da Zl e da Jô Ramos, pois é realmente sensacional.

Quais os próximos projetos a serem desenvolvidos?

Thiê Rock - A vontade é lançar mais biografias e estabelecer uma base forte desse segmento na Alta Books. E, claro, aproveitar o momento positivo do mercado para produzir ainda mais Para Leigos e livros nos segmentos Alta Life (autoajuda, de forma geral) e Alta Cult (estudos mais profundos, e assuntos como política, economia e sociologia).

Estás lançando no Brasil biografias de roqueiros famosos no mundo. Apresente-nos este belíssimo projeto, destacando exemplo de quem já vem se destacando por meio dos trabalhos realizados.

Thiê Rock - Estou lançando no Brasil a autobiografia fantástica do Prince, o segundo livro do Paul Stanley (vocalista do Kiss), a biografia do Kurt Cobain escrita por Danny Goldberg (antigo manager do Nirvana), a autobiografia da Debbie Harry (lendária vocalista do Blondie) e o último livro da Tina Turner, que tem uma pegada espiritualista. Mas as biografias não se resumem ao rock. Fiz, por exemplo, a da Demi Moore, estrela de cinema que protagonizou filmes inesquecíveis como Ghost e Striptease.

Quem desejar, como deve proceder para participar?

Thiê Rock - No momento, o projeto é voltado para versões nacionais de biografias de estrelas consagradas mundialmente.

A área literária e a música andam interligadas. Comente como as duas áreas vêm se destacando em sua carreira.

Thiê Rock - Cultura sempre fez parte do meu cotidiano. Seja com música ou com livros, amo estar inserido no contexto artístico de uma forma geral. Uma prova concreta de como consigo unir as duas áreas é a quanti-

dade de livros musicais ou sobre músicos que já consegui lançar. Certamente, vem muito mais por aí!

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o roqueiro, dj, influencer e editor Thiê Rock. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Thiê Rock - Acredite em você, dê o melhor, trabalhe duro e os resultados chegarão. Somos mutáveis, temos muitas habilidades e possibilidades. Basta ter foco e coragem para colocar tudo em prática e atingir os sonhos. Um grande abraço e obrigado pelo espaço.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da literatura Quer ser entrevistado?

Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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www.divulgaescritor.com | Fevereiro | 2023 DIVULGA ESCRITOR 74
ESPECIAL COM O ESCRITOR DR. INÁCIO JOSÉ DO VALE
PARTICIPAÇÃO

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR JOSÉ VIEIRA

POVO BRASILEIRO

Otário é o povo brasileiro

Seja o rico abastado ou

O pobre sem dinheiro

Todos sem exceção

Vota pra eleger

Seu próprio ladrão

São políticos desonestos

Perpetuados no poder

Pelo voto do cidadão.

Lhes roubam os sonhos

E até alimentação

Recursos da saúde

Também da educação

Tudo vai para o ralo, Ou se melhor eu falo

Vai para o bolso do ladrão.

São todos desonestos?

Ah! Isso não.

Mas o que deveria ser regra

Virou exceção.

Um político honesto

É visto como imbecil

Se não entra no esquema, Não se encaixa no covil, Tem que sair do sistema

E não dizer o que viu.

Se dividiram em esquerda e direita, Centro ou centrão, Se acomoda e se ajeita

No chamado acordão

Que abrange todos os partidos

Ainda que oposição, Estão todos à espreita

Após cada eleição, Chegam todos de mansinho

Para extorquir a população.

O cordeiro logo se transforma

Em ave de rapina, raposa ou leão, Se alimenta de propina

Em quase toda situação.

São bestas-feras que devoram

Todos os sonhos da nação.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

Análise crítica do livro “O grão de areia”, de Tito Mellão Laraya

Por Alexandra Vieira de Almeida, Doutora em Literatura Comparada (UERJ)

Neste livro de Tito Mellão Laraya, o próprio título indica uma possibilidade de preenchimento, de transbordamento, já que algo tão minúsculo como o grão representa uma grandiosidade, transformando algo doloroso em uma pérola. Algo menor se revela numa coisa sublime. E é desta forma que a narrativa do autor se vivifica. Um texto breve, que relata algo corriqueiro, os meandros do trabalho jurídico, do desejo, em atmosfera artística. Mais adiante, na narrativa, o grão de areia se transforma em intimidade, desejo, não é algo apenas ligado à realidade do mar, abissal, mas da vida, que ganha ares de sublimidade, devido à comparação em que o autor faz entre sua relação amorosa e o fato científico. A intimidade de um momento se transforma em obra, o grão de areia inicial é trabalhado na relação entre dois seres. Tudo que é mostrado no início da narrativa de forma reflexiva se transforma em “ato” na passagem

do grão de areia e a paixão entre ambos. Logo no início do livro, temos algo incomum como se traduz a narrativa ao longo dos capítulos. Temos um prefácio original que não é em forma de prosa, mas na forma poética. Uma poética densa, reflexiva que não se pagina na água parada do esquecimento, mas na memória de mares envolventes, que revelam pérolas em meio ao abismo. A Kívia a quem ele se refere no prefácio não poderia ser a possível narradora ficcional do livro que envia o livro para o editor? Ou é um livro dedicado à Kívia, o amor da vida do narrador? Esta dubiedade é rica. O livro joga com a própria ambiguidade do literário, o autor cria ricamente a dúvida no leitor, que poderia ser sanada pelo verso “Mas é o que sei fazer”, referindo-se a ele. Mas isto não poderia ser um jogo de despistamento para enredar o jogo na malha ficcional do texto, mostrando, ao mesmo tempo, o jogo do amor que faz a fusão, alternâncias e oscilações entre Francisco e sua endereçada amada? O paralelismo nome do autor/

nome do personagem Francisco poderia criar a atmosfera de um texto autobiográfico, mas que pelas lacunas, oscilações, reflexões e ambiguidades, ferem o princípio da realidade para se deter na ficcionalidade do texto, mais ainda exemplificada no exemplo acima entre amante e amada. Na narrativa por aqui estudada, os personagens não são planos, para usar a terminologia de E.M. Forster, pois não são previsíveis, modificam-se ao longo da narrativa, são paradoxais e complexos, sem um acabamento perfeito. Este teórico, em Aspectos do romance, usa o nome de “redondos” para se referir a estes personagens que não se enquadram num esquema fechado e programado. Os personagens em “O grão de areia” são paradoxais, interrogativos, cínicos, irônicos, são múltiplos, não apresentam uma essência una e indivisível, mas vários eus dentro de um mesmo ser. Por exemplo, Francisco é apresentado como alguém sensível que aprova a arte e ao mesmo tempo tão preocupado com o dinheiro, mas até mesmo esta situação não é estável, ela se modifica, como veremos no final do livro. As oscilações de personalidade não percorrem apenas no fio tênue do conteúdo da narrativa, também explodem lindamente na forma como o autor trabalha seu texto, pois conteúdo e forma se mesclam de forma paralela e unida, fazendo de seu texto uma fonte de conhecimento perene. Une poesia e prosa. A primeira parte é um texto reflexivo, com digressões, questões. A segunda parte causa um choque no leitor, pois causa uma ruptura com a forma inicial e se adentra na narrativa tradicional com a contação de uma história bem amarrada. A

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primeira parte é mais livre. Embora a segunda parte siga o percurso de uma narrativa usual, veremos este mesmo jogo de oscilações que vence o marasmo de um texto corriqueiro com início, meio e fim.

A vivência é ficcionalizada neste romance atípico que escapa do primado do real pelo transbordamento deste mesmo limite do real. O autor utiliza a vida como material poético. Goethe numa carta a Schiller já tinha dito que “o poeta é poeta por saturação da experiência”. É por este agravamento do real, sua saturação, que Francisco extrapola a simples vivência com a “experiência” do ficcional. Como o narrador diz na primeira parte da sua narrativa: “Até hoje não sei se escrevo poesia, verso, prosa poética ou o quê, só que sou um poeta, pois vivo com um pé na realidade, outro na ilusão e a cabeça buscando a perfeição”. Por isto, não seria a visão dela, Kívia, mostrando a relação entre os dois, criando personagens ficcionais a partir de fatos? Ou ele mesmo, ser real, Francisco cria a narrativa para jogar com o real em excesso, produzindo, ao contrário, seu afastamento, criando o rico paradoxo entre o que é real e imaginado, o sonho e a vigília?

Outro paradoxo essencial nesta obra de Francisco (pois seu texto é rico nesta imagem literária) é entre o sentir e pensar, que aparece tão fortemente na primeira parte, de forma teórica e reflexiva, quanto na segunda parte, na forma da contação de uma história, na relação entre Francisco e Cláudia. O paradoxo é também formal. Se na primeira parte, temos um romance-tese sobre os sentimentos e os pensamentos, na segunda parte, isto é

transformado em ato, pelas ações que percorrem o eixo da narrativa-história. Romance-tese/romance-ato, as duas faces da moeda nobre do livro de Laraya. Em Tito, o sentir e o pensar se exprimem através da mescla entre poesia e prosa, em que ambas utilizam os dois recursos de formas intercambiáveis: “Entreguei a ela ontem uma frase deste livro”. Aqui não poderia haver uma estratégia do narrador ao referir isto como um ato de fingir? Pois a troca do amor entre ambos é tão grande, eles são tão identificados, que ela se transforma em narradora e ele em espectador e vice-versa. O poema no livro que fala na relação entre o sentir e pensar bem resume a essência de seu livro, o cerne que constrói a estrutura de seu pensar-sentir. Tal recurso leva-me a pensar em um dos heterônimos de Fernando Pessoa, Alberto Caieiro, o mestre, que na ideologia de seus versos estava presente a fusão com a natureza, o sentir e não o pensar como sentido da existência. Num dos versos de Alberto Caieiro, ele disse que “pensar é estar doente dos olhos”. Mas, por outro lado, num verso do mesmo heterônimo, temos “Há metafísica bastante em não pensar em nada”. É esta ambiguidade de Pessoa que vemos enredada em todo livro de Laraya, pois se o narrador tenta estrategicamente negar o pensar pela positivação do sentir, há muita filosofia na sua própria negação, pois Francisco está refletindo sobre

o pensar, como no verso de Caieiro, mostrando o paradoxo entre o sentir e o pensar, que se complementam em uma unidade encantadora. O narrador diz: “Cada vez que penso ou imponho dificuldades e as venço sinto-me assim, por isso, o meu escrever é repleto de nuances, de armadilhas, de dificuldades: como meu viver!”. Neste sentido, o texto deste autor não se quer facilitador para o leitor, é paradoxal, cheio de artimanhas, dificuldades, armadilhas. Há um texto de Mario Quintana, “Pausa”, que explica bem esta artimanha do próprio ficcional tão bem elaborada por Tito aqui. Quintana explica que o objetivo do autor é propor enigmas ao leitor. O texto não tem que ser facilitador, mas complexificar as questões. Na escolha mesmo do amor temos os matizes entre os tons afetivos e as realidades cruas, tanto na primeira parte quanto na segunda.

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A narrativa-tese inicial versa sobre a vida, a arte em geral e mostra o paralelismo entre o cotidiano ligado à natureza e o artístico. O autor faz uma linda comparação entre o fato apenas natural do grão de areia e a criação do incômodo criando a pérola e a arte, pois no processo criativo o artista passa pela dor, pelo desconforto, pela imperfeição e insegurança para atingir a sublimidade de uma obra. Portanto, novamente, aqui, a beleza do paradoxo entre o real e o ficcional. A criação surge da negação, da falta. A mescla entre o narrativo e o lírico, principalmente na primeira parte revela que a reflexão, a tese pode conter a delicadeza, como na incrível imagem-metáfora do grão de areia formando a pérola. Também, temos aqui, por que não a poesia-tese, complementando a prosa reflexiva: “A ilusão transforma/ A dor em beleza?”

A segunda parte do livro começa como uma narrativa psicológica, mostrando como atua a mente ansiosa do personagem. Como a narrativa é em terceira pessoa, o narrador se adentra na mente de Francisco. A insegurança da espera é inexistente, há hipóteses, conjecturas que são trabalhadas no pensar do personagem. A espera é dele e não do tempo real, pois ele foi atendido exatamente na hora combinada. A angústia da espera está em Francisco e não no outro, não é algo externo e sim interno. Por isto, a força da estrutura psi-

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO MELLÃO LARAYA

cológica do texto. Ele sempre se sentia numa eterna espera, como estará presente ao longo da narrativa. Inicialmente, temos o formalismo da situação. A pessoa que ele vai conhecer é uma doutora advogada, “uma bela mulher de idade incerta”. O narrador joga com a falta de precisão nas caracterizações, o que cria um ambiente rico, pois se o narrador é onisciente, em terceira pessoa, por que esta falta de detalhes? Justamente porque o narrador se fragmenta nas personagens, tomando aspectos pessoais do ser. A ambiguidade é crescente no livro, ela se adequa de acordo com estados de ânimo das personagens. Dessa forma, temos uma narrativa-psicológica-lírica que canta poeticamente estes estados de alma. Muito interessantes são as descrições do narrador, revelando novamente aqui, um texto pleno de paradoxos, pois o ambiente destoava do formalismo da personagem. As peças e móveis do escritório da advogada apresentam falsificações baratas. O objeto descrito não é autêntico. E, assim, será que o sujeito é autêntico ou está preso às convenções falsas? O narrador deixa no ar esta importante questão, sugerida pelas descrições do ambiente e do interior das personagens. O reino das oscilações, dos movimentos de vai e vem perpassam a narrativa, que alterna entre a formalidade das convenções e a informalidade das relações, principalmente na esfera da afetividade como veremos

mais adiante. A incerteza do personagem principal se choca com a certeza do narrador em terceira pessoa? Aqui se cria uma dinâmica rica e complexa. Da insegurança da personagem surge a segurança que acalma a partir do vício, o “cigarro e seus artifícios”.

O início da narrativa é sem diálogos, os pensamentos e as falas são embutidos internamente de forma indireta sem indicar com precisão, sem descrições detalhadas das falas. Temos visões gerais, sem explicar com especificidade. Eles dizem um ao outro sem o diálogo direto, usual. Depois de um tempo, começa o diálogo em discurso direto com travessão. Há diálogos entre aspas e outros com travessão, às vezes nem aparecem, pois são internalizados nas personagens. O autor alterna as formas de expressar as falas e pensamentos das pessoas. O objetivo do autor é criar um desnível, algo dissonante que quebra com a estrutura de uma narrativa tradicional, toda fechada e programada de acordo com o padrão textual. Estes desníveis refletem as contradições das personagens, que não são inteiras, mas fragmentadas. Sua narrativa não é inteira, é feita lindamente de dobras que se dialogam entre si. O mundo mesmo da profissão é ricamente explorado, mas se mostra desconhecido para o personagem Francisco. A forma como o narrador conduz o texto com traços da personalidade da personagem é criterioso, apesar das dissonâncias.

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O que ele mostra no seu texto, não são apenas os meandros do reino jurídico, mas, antes de tudo, seres humanos, que lidam com o que não pode ser medido pela lógica matemática, o “imponderável”, o que não pode ser medido pelo tempo exato nem pela plenitude total. Francisco lida com isto no início da narrativa, nem ele, nem nós leitores, sabemos do êxito ou do fracasso das situações descritas. Isto encanta Francisco. A imprecisão da vida remete-me mais uma vez aos versos de Fernando Pessoa, que ele retoma do imaginário dos navegadores: “Navegar é preciso,/viver não é preciso”. O tom de mistério da narrativa é incrível, o narrador aguça a curiosidade do leitor. O narrador seduz o leitor de tal forma que este não quer parar de ler a narrativa. Há um jorro, um arrebatamento; e isto é o mesmo que Francisco faz com relação à Cláudia, a doutora advogada, o personagem joga com as diferentes formas de leitura com relação a ela no seu jogo erótico. Ele considera a personagem amada como a possível leitora dele também e não é isto o que fazemos o tempo todo nas nossas relações cotidianas. É uma realidade que o livro mostra, a realidade como livro.

Estas hesitações são inquietantes, instigam o imaginário do leitor. Francisco tem uma desilusão com a proposta, com o serviço que ele terá que fazer no meio jurídico, como advogado. A apreensão inicial de Francisco, a rejeição devido a pouca possibilidade de lucro, leva-o, por outro lado à atração pelo

caso, “o novo e inusitado do negócio” que poderia ter repercussão em reportagens de jornal. O personagem principal é levado pelo jogo do texto, este estado de espírito dele reflete este lado divertido, lúdico, o próprio universo literário, fazendo de sua narrativa uma obra metalinguística como um todo que dialoga com a manobra do texto. Mas quando Francisco está tocando Bach no seu instrumento musical e o telefone toca, temos uma ironia do narrador com relação ao cotidiano, que interfere neste espaço lúdico, ou seja, coisas triviais da vida, que parecem sem importância em contraponto com a arte. Estes valiosos paradoxos mostram que a obra, aqui por mim apresentada, tem desníveis entre o formal e o informal, o impessoal e o pessoal, pois depois de certo tempo as pessoas são nomeadas, vestem a roupagem da intimidade. Quando Francisco e Claúdia conversam sobre o trabalho, o tom é formal, que se modifica logo após, quando vão jantar no apartamento dele, utilizando-se da informalidade e descontração. No mundo do jogo erótico, este é agradável, enquanto o universo do trabalho causa repulsa. O jogo prazer/erotismo/arte se contrapõe ao mundo do trabalho/hábito/labuta. Antes do jantar, Francisco a chama de Dra, na esfera do trabalho, mas no jantar a chama de Cláudia, revelando estas contradições. Francisco é sagaz, sedutor, inteligente, delimita bem o território dele.

Outra característica formidável que o autor utiliza para explicar as situações que transcorrem no livro é o uso de citações de grandes escritores, como Goethe, Dante, Shakespeare, mostrando o conhecimento da tradição na sua obra. O gosto pelo erudito que a arte requer. Ele utiliza Dante para revelar certo tom destoante da comicidade em meio à formalidade e ao tom sério da situação descrita. Como Machado de Assis, que utilizava muitas citações para criar um deslocamento entre o texto citado e a descrição narrativa, o narrador aqui cria uma pausa necessária, como na música, para não cansar o leitor e fazê-lo desfrutar da tática do texto. A pausa no meio da narrativa serve para o narrador fazer suas reflexões e temos aqui na segunda parte que conta uma história, uma retomada da primeira parte, o romance-tese, demonstrando que Tito não quer um texto puro, sem contaminações, partes estanques entre si, mas o hibridismo entre as partes, que se contaminam e se adentram uma na outra, pois a primeira parte também se apresenta o viés de uma história contada. Francisco mostra que o sonho não pode fugir da realidade, tem que ser seu complemento, seu desdobramento. O tom de mistério e enigma com que o narrador conduz sua narrativa cria um belo livro que deve ser lido por gerações atuais e posteriores. Portanto, seu livro é complexo, revela a força do literário em toda sua extensão.

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