Um Percurso sobre arte e cultura em MS
“Só Amor, Paixão e Aventura Nos Seduz à Senda da Guerra” Capítulo Quinto:
E
ra uma manhã comum de aula em 1999. A professora Lourdes aplicava sua matéria de Literatura para a sala. Os grupos formados por colegas a um canto da porta ouviam a professora compartilhando assuntos comezinhos entre si, dissimuladamente. Os assentados na frente a ouviam com atenção, os do meio quase não escutavam, conversando entre si em um muxoxo constante que a obrigava a chamarlhes atenção intermitentemente. Os do fundo seguiam o mesmo caminho, embora mais contidos. O meu grupo, assentado em seis carteiras juntadas de dois em dois a partir da mesa da professora, permanecia concentrado na explicação quando alguém bateu à porta: — Professora... A prefeitura mandou um ônibus. Você poderia escolher dois dos alunos mais comportados e desenvolvidos na disciplina para ir até o teatro? —, explicou, sucinta, a coordenadora pedagógica Veronice Rossato. turma:
Lourdes voltou-se para a sala, correndo os olhos na
— Geovani e Elaní. Vocês podem ir. —, disse a professora, voltando-se para o meu grupo. Assim, um tanto acanhado, levantei-me com Elaní e retiramo-nos, com nossos pertences. Na entrada da escola, encontramos um ônibus da aviação Andorinha estacionado onde outros alunos de outras salas, selecionados em duplas entravam em busca de acento. Era a segunda vez que eu recebia essa oportunidade. Na primeira vez havia assistido a um show de Geraldo Espíndola, com seu repertório de polca rock. O que seria agora? Indagava-me, ao lado de Elaní. O fim do mistério chegou meia hora após, quando, depois de um engano, o motorista que havia se dirigido ao palácio da Cultura no Parque dos Poderes, mudou de rota e estacionou em frente ao Centro Cultural José Otávio Guizo onde, junto aos outros alunos, Elaní e eu fomos encaminhados ao Teatro Aracy Do
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