Um Percurso sobre arte e cultura em MS
Capítulo Segundo: “Trago
comigo todas as lendas boróras A grandeza de minha raça Fala nos meus cinco sentidos”
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ecordo que, durante o período escolar, em meados dos anos 1990, a temática da arte pré-histórica referia-se, via de regra, aos vestígios de utensílios daquele período em solo europeu; ao Bisão da gruta de Altamira, na Espanha, e a pinturas rupestres na Caverna de Chauvet, de Vallon-Pont-d’Arc na França, com cerca de 32 mil anos. As referências às pinturas rupestres brasileiras só surgiram nos livros didáticos de minha irmã caçula por volta do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, com referências desse tipo de arte em regiões do Estado do Piauí. Assim, a arte rupestre e os vestígios do homem pré-histórico local ficavam apagados, embora haja no Estado uma série de tratados sobre o assunto.
Pré-História Integrante do livro Ensaios Farpados: Arte E Cultura No Pantanal E No Cerrado, organizado por Ivan Russef, Marcelo Marinho e Paulo Sérgio Nolasco dos Santos e publicada em 2004 pela editora UCDB, o artigo Arqueologia do Brasil Pré-Colonial: O Povoamento No Pantanal E No Cerrado, da doutora em arqueologia pela Universidade de São Paulo, USP, Emília Mariko Kashimoto, explica que as artes rupestres encontradas em diversos sítios arqueológicos do Estado — lugares que se estendem até mais de um quilômetro e onde foram encontrados vestígios de atividade humana antiga indicam a presença de povos pré-históricos na região há cerca de 10.000 anos. Segundo Rodrigo Aguiar e Keny Lima, pesquisadores da UFGD, datações por carbono 14 revelaram períodos distintos de ocupação humana dentro do atual Mato Grosso do Sul. Os grupos mais antigos correspondem a caçadores nômades mais adaptados ao ambiente de savana que, no Estado, podem chegar a até 11 Do
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