Turbo Comerciais # 36

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PROFISSIONAL

NOVIDADES

#36 DEZEMBRO 2019

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

2,90€ (CONT.)

500 KM

AU TO NO MIA

FORD TR ANSIT

CUSTOM PHEV

ELETRIFICAÇÃO INÉDITA

“SHUTTLES” EM FRENTE-A-FRENTE RENAULT TRAFIC

PEUGEOT TRAVELLER

BUS GRAND LUXE 2.0 DCI 145 CV

ACTIVE STANDARD 1.5 BLUEHDI 120 CV

FORD TRUCKS

ENTRADA NA EUROPA POR PORTUGAL DAVID CARLOS

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL

ENSAIO

CITROËN BERLINGO 1.5 BLUEHDI 7 L.

“VENDAS GERIDAS DIRETAMENTE PELA MARCA”



PROFISSIONAL

NOVIDADES

SUMÁRIO

APÓS-VENDA

#36

DEZEMBRO 2019

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NOVIDADES

SERVIÇOS

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06 Ford Transit Custom PHEV 14 Fiat Tipo Van 18 Hidrogénio chega aos comerciais da Renault

19 Iveco Daily 20 Conversões Mercedes e Opel FRENTE-A-FRENTE

26 Peugeot Traveller vs.

Renault Trafic Bus Grand Luxe ENSAIOS

32 Citroën Berlingo 7 lugares 36 Toyota Hilux MLM PERSPETIVA

44 David Carlos, MAN Portugal

NOVIDADES PESADOS

48 Ford Trucks 50 Scania AXL AFTERMARKET

65 Transmissão Ecolife da ZF

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES SELO DE CAPA MONROE VERSO DE CAPA MAN 5 RENAULT 9 IVECO 13 FORD HYBRID 17 WOLF OILS VCC TUDOR EXIDE CC MERCEDES TRUCKS

DEZEMBRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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EDITORIAL PROFISSIONAL

NOVIDADES

NA LIDERANÇA DA LIMPEZA

B

asta passar os olhos, mesmo que de forma fugaz, por esta edição da TURBO COMERCIAIS para se perceber que este é um setor da mobilidade, seja no campo dos comerciais ligeiros ou dos pesados, que está a ficar um passo à frente dos automóveis de passageiros no que às alternativas limpas diz respeito. Em todas as áreas e em todos os “tamanhos” começam a aparecer e até a banalizar-se ofertas mais amigas do ambiente, numa miríade como não se vê nos veículos de passageiros. Há elétricos puros, híbridos “plug-in”, a Ford estreia na Transit Custom o conceito de elétrico com extensor de autonomia, já se banalizou o recuso ao gás natural, seja no seu estado gasoso ou liquefeito e agora até o hidrogénio está a entrar em força: nos autocarros pode nem ser novidade, mas é sempre interessante ver uma empresa como a CaetanoBus abraçar aquela que será a tecnologia de futuro; mais curioso e sintomático é ver uma marca como a Renault escolher dois veículos comerciais para entrar no que será a futura “sociedade do hidrogénio”. No fundo, faz até sentido que estas tecnologias tenham desenvolvimento e aplicação mais rápidos nos veículos comerciais. Porque são, afinal, as mesmas que foram desenvolvidas para os ligeiros de passageiros, mas que encontram aqui maior desafogo de espaço para a sua instalação, face aos constrangimentos das dimensões compactas dos automóveis. Além disso, a própria utilização de muitos dos veículos comerciais – em especial os de distribuição em perímetro urbano – vem mesmo a calhar para uma motorização de zero emissões, como a elétrica. Resta, portanto, ultrapassar alguns preconceitos e uma certa resistência à mudança para que as mentalidades fiquem mais recetivas às tecnologias da mobilidade limpa. Neste particular, foi muito interessante a experiência feita por uma empresa nacional (a Logic) com um furgão elétrico, com resultados muitíssimo positivos, em especial a nível de custos! Porque, agora que entrou em vigor a norma Euro 6d Temp, muito mais restritiva, as tecnologias limpas de mobilidade irão acolher cada vez mais interessados. E, neste aspeto, poderemos até assistir a um desenvolvimento tão ou mais rápido entre os veículos comerciais do que nos automóveis de passageiros!

SÉRGIO VEIGA EDITOR CHEFE

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE Av. Tomaz Ribeiro 129 Sala 12 2790-466 Queijas ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A 2635-542 RINCHOA TELEFONES 211 919 875/6 E-MAIL TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE SÉRGIO VEIGA sergioveiga@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO secretariado@turbo.pt COLABORADORES PEDRO MONTENEGRO PARCERIAS APVGN CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP IMPRESSÃO LIDERGRAF, ARTES GRÁFICAS, SA. RUA DO GALHANO, N.º 15 4480-089 VILA DO CONDE, PORTUGAL lidergraf@lidergraf.pt DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 5000 EXEMPLARES Registo ERC nº 127204 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS


renault.pt


NOVIDADES

FORD TRANSIT CUSTOM PHEV

MARATONISTA ELÉTRICA A Ford Transit Custom PHEV é movida por um motor elétrico de 126 cv, mas faz 500 km graças ao extensor de autonomia a gasolina. Solução inédita entre comerciais e que permitiu manter volume e capacidade de carga das outras Custom TEXTO SÉRGIO VEIGA

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Ford aposta numa solução tecnológica diferente e inédita para a garantia de entregas “limpas” na denominada “última milha”, propondo a sua Transit Custom na versão Plug-In Hybrid (PHEV) com boa autonomia em modo elétrico e a mesma capacidade de carga das variantes com motorização diesel. Liberdade acrescida de movimentação nalguns centros urbanos mais “apertados” em termos de emissões ou de ruído em horário noturno, a que acrescenta inultrapassável suavidade de condução e interessantes preocupações enquanto veículo de trabalho. Na verdade, esta Transit Custom PHEV não é bem um híbrido “plug-in” como aqueles a que estamos habituados – motor a gasolina a “puxar”, auxiliado por um elétrico –, sendo mais concretamente um veículo elétrico com extensor de autonomia, conceito original entre os veículos comerciais. Ou seja, a tração é sempre feita pelo motor elétrico de 126 cv e 355 Nm, o único que está fisicamente ligado às rodas dianteiras. O motor 1.0 Ecoboost serve apenas como gerador (não tem ligação às rodas), alimentando a bateria de iões de lítio de 13,6 kWh de capacidade. Totalmente carregada, a bateria permite uma autonomia no modo elétrico de 56 km no ciclo NEDC ou de 48,8 km em cidade, no mais realista ciclo WLTP. Bateria carregada (4,3 horas numa banal tomada de 10 A ou 2,7 horas num posto de carregamento de

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

rua) e depósito de gasolina de 54 litros cheio, a autonomia da Transit Custom PHEV atinge os 500 km. O engenhoso “empacotamento” de todo o sistema permitiu manter não só volume e capacidade de carga da Transit Custom, mas também o peso controlado. Porque saiu um grande e pesado motor diesel e, em especial, toda a caixa de velocidades, agora há apenas uma compacta transmissão de uma única velocidade. A bateria ocupa o espaço que antes era do grande depósito de gasóleo (sob o piso de carga), ficando a gasolina no anterior reservatório do AdBlue, enquanto motor elétrico e 1.0 Ecoboost cabem sob o capot. Assim, a Transit Custom PHEV, apenas disponível na carroçaria L1H1, oferece 6,0 m3 de volume de carga e 1130 kg de capacidade de carga máxima. A experiência de condução da Transit Custom PHEV permitiu-nos descobrir uma versão de utilização particularmente agradável, pela forma como o motor elétrico responde com força e rapidez à pressão no acelerador. É verdade que, quando o motor a gasolina cumpre a sua função de gerador, nem sempre o som parece corresponder ao “input” que aplicamos no acelerador, mas é só uma questão de hábito. Se a Ford anuncia, para esta versão, um consumo médio de 2,7 l/100 km, a nossa experiência real (com vários quilómetros de autoestrada que não ajudam os PHEV) ficou-se pelos 2,9 l/100 km… mas nos primeiros 60 km, em que beneficiámos de cerca de 40 km no modo elétrico. Ao fim de 100 km em ritmo despreocupado, o consumo estava nos 5,9 l/100 km.


DEZEMBRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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NOVIDADES

FORD TRANSIT CUSTOM PHEV

TRANSIT RENOVADA E COM VERSÃO "MILD HYBRID"

Esta Transit Custom PHEV possui quatro modos de condução, além da posição L da caixa de velocidades, em que aumenta a regeneração da energia de travagem: EV Auto deixa o sistema gerir a forma otimizada de funcionamento; EV Now “obriga” ao modo 100% elétrico, desde que a bateria tenha carga; EV Later faz com que o motor a gasolina mantenha estável a carga da bateria para quando for necessária; e EV Charge força um pouco mais o motor a gasolina para aumentar a carga da bateria. A tomada para o recarregamento está situada no lado esquerdo do para-choques dianteiro. A Ford Transit Custom PHEV tem chegada ao mercado nacional prevista para março-abril do próximo ano, prometendo baixos custos de utilização e manutenção até mais barata que a das versões diesel! Pouco depois do lançamento aparecerão duas novidades particularmente interessantes num veículo de trabalho e com possibilidade de ser montadas em viaturas já adquiridas: o sistema de “geofencing” que consegue detetar zonas dos centros urbanos em que só possam circular veículos sem emissões, colocando automaticamente a Transit no modo EV, evitando multas e baixando o “stress” do condutor; e o “pack” Epower que permite usar a energia da bateria para alimentar ferramentas ou lanternas até 6 kW de potência. Versatilidade extra a reforçar os argumentos desta “première” da Ford nos veículos comerciais, ao lançar um furgão elétrico com extensor de autonomia! /

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

TUDO IGUAL... Graças ao excelente "empacotamento" do sistema híbrido, a Transit Custom PHEV oferece o mesmo volume e capacidade de carga das variantes com motor diesel

126

CV

MOTOR ELÉTRICO

500 AUTONOMIA

2,7 L/100 KM

70

G/KM CO2

KM

Para manter o crescimento que vem conhecendo nos comerciais, a Ford atualizou também a Transit. Não se trata apenas de um “lavar de cara”, já que são 4600 novos componentes, com destaque para o interior que tem agora um “design” mais parecido com o da Transit Custom e ganha novos espaços de arrumação. A Transit passou também por uma cura de emagrecimento, perdendo 80 kg nas versões de tração traseira e 48 kg nas de tração dianteira. O que permitiu aumentar a capacidade de carga da Transit em 80 kg (1418 kg na variante L2H2), para uma capacidade de reboque de 3500 kg. Mas uma das mais importantes novidades (e que já está à venda) é a versão EcoBlue Hybrid que recorre à tecnologia de 48 V para, com maior capacidade de regeneração de energia de travagem, alcançar maior eficiência do diesel 2.0 EcoBlue que recebe uma nova versão de 185 cv. A redução dos

consumos é da ordem dos 3%, chegando aos 8% em condução urbana, pela ajuda que a energia armazenada dá ao diesel nos momentos de aceleração, no funcionamento mais eficiente do sistema start-stop e na alimentação dos vários sistemas elétricos a bordo. Na próxima primavera, a Transit poderá contar com nova caixa automática de dez velocidades. Para já, tem as mais recentes tecnologias de assistência à condução, como a vigilância do ângulo morto, manutenção na faixa, alerta de pré-colisão com deteção de peões, cruise control ativo com reconhecimento de sinais ou assistência ao estacionamento. Além, claro, do Ford Sync 3 com comandos por voz e de elevado grau de conectividade, nomeadamente através do Ford Pass Pro que transforma a Transit num “hot spot wifi” para um máximo de dez dispositivos!



NOTÍCIAS

COMERCIAIS

NISSAN E-NV200

PRESTAÇÕES SATISFAZEM LOGIC

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operação em condições reais de um veículo comercial elétrico superou as expectativas da Logic, empresa especializada em logística e distribuição, que realizou um teste exaustivo, durante três meses, com um Nissan e-NV200. Nesse período, o veículo percorreu mais de dez mil quilómetros, tendo efetuado 880 entregas e transportado mais de 22 toneladas de encomendas a clientes particulares e empresariais. O furgão elétrico foi sujeito a condições de utilização normais, não tendo sido feito qualquer ajuste ou poupança na carga transportada, nos

trajetos nem no número de quilómetros efetuados diariamente. O Nissan e-NV200 percorreu, em média, cerca de 130 quilómetros por dia, realizando 16 entregas. Em períodos de maior fluxo chegou a efetuar 24 entregas diárias e a percorrer 230 quilómetros com uma única carga de bateria, valor ainda assim inferior à autonomia de 301 quilómetros anunciada pela Nissan. Por esse motivo nunca foi necessário efetuar uma carga rápida na rede pública. O carregamento da bateria do furgão elétrico foi sempre realizado em período noturno, numa “wallbox” instalada nas instalações da Logic.

PEUGEOT BOXER

PROTÓTIPO DE AUTOCARAVANA 4X4

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Peugeot apresentou no Salão de Veículos de Recreio, que decorreu em Le Bourget, o protótipo de uma transformação especial do Boxer em autocaravana. O Boxer 4x4 Concept possui um sistema de tração integral desenvolvido pela Dangel, pneus específicos e uma maior altura ao solo, permitindo incursões em fora de estrada. Em termos de imagem, a carroçaria foi objeto de uma personalização específica

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

que inclui uma decoração exterior numa conjugação de verde “wanderlust”, menta, cinza Alcântara greval e branco mineral natural. Como autocaravana dispõe de uma área habitável com dez metros quadrados e está equipada para receber até três pessoas. O veículo também está preparado para transportar uma bicicleta elétrica Peugeot eM02 FS Powertube num suporte instalado na traseira e uma canoa por cima do tejadilho.

“Com este teste, percebemos, e foi uma agradável surpresa, que conseguíamos reduzir 4,5 toneladas/ano nas emissões de CO2 , o que faz uma grande diferença na diminuição da pegada ecológica da Logic”, sublinha Isabel Viçoso, administradora da Logic. “Além disso, esta experiência demonstrou que conseguíamos uma poupança efetiva de 4500 euros nos custos de utilização com a Nissan e-NV200, tanto nos gastos com combustível, como nas manutenções e até nos tempos de imobilização. Não tenho dúvidas de que este vai ser mesmo o futuro para este tipo de entregas.” /


CRAFTER SUSTÉM VENDAS DA VOLKSWAGEN MERCEDES EVITO TOURER

ENCOMENDA DE 80 UNIDADES PARA A HOLANDA

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empresa holandesa Willemsen-de Koning encomendou 80 unidades do Mercedes-Benz eVito Tourer ao distribuidor da marca alemã. Os veículos destinam-se a ser utilizados no transporte de grupos nas cidades de Utrecht e Roterdão, designadamente nas deslocações de alunos para as escolas, substituindo veículos anteriormente utilizados com motores de combustão. Com o eVito Tourer, a Willemsende Koning, especializada em serviço de táxi, transporte escolar e transporte de passageiros em zonas urbanas, contribui para melhorar a qualidade do ar na cidade de Utrecht, que possui a mais elevada densidade de pontos de car-

regamento para veículos elétricos na Holanda, oferecendo as condições ideais para a introdução de uma frota elétrica. Equipado com uma bateria com capacidade de 41 kWh, o Mercedes-Benz eVito proporciona uma autonomia entre 156 km e 186 km. Esgotado o nível de carga da bateria é possível recuperar a sua capacidade total em cerca de seis horas. O sistema de tração inclui um motor elétrico com uma potência de 85 kW e um binário de 295 Nm. A instalação da bateria por baixo da carroçaria possibilita a disponibilização de um generoso espaço interior com um máximo de oito bancos para os passageiros e um nono para o condutor. /

AUTONOMIA DE 220 KM

ABT APRESENTOU E-CADDY EM FRANKFURT

A

ABT, especializada na preparação/transformação de veículos de marcas do Grupo Volkswagen, desenvolveu uma versão elétrica do Caddy, transformada a partir da variante longa (Maxi). Proposto como furgão de mercadorias com volume útil de carga de 4,2 m3 e capacidade de carga de 625 kg ou veículo de passageiros com cinco lugares, o ABT E-Caddy recebeu um motor elétrico que desenvolve uma potência de 82 kW e um binário de 200 Nm, alimentado por uma bateria com uma capacidade de 37,4 kWh. A autonomia anunciada é de 220 km. O carregamento pode ser efetuado num posto de carga rápido com tomada CCS, demorando menos de uma hora a recuperar a capacidade total da

bateria. Para não comprometer a autonomia, a velocidade máxima está limitada eletronicamente a 120 km/h.

As vendas da Volkswagen Veículos Comerciais nos primeiros nove meses de 2019 totalizaram 369.850 unidades em todo o Mundo, um valor próximo das 371.800 unidades alcançadas em igual período de 2018. A gama Crafter continua a demonstrar elevado potencial de crescimento, com um aumento de 30% cento nas vendas. As restantes gamas registaram uma diminuição na procura. O mercado da Europa Ocidental continua a ser o mais importante para a marca alemã com vendas de 257.100 unidades. Por países, a Alemanha lidera com 96.300 unidades comercializadas.

COMERCIAIS OPEL COM NOVA LIDERANÇA O Grupo PSA nomeou Pascal Martens para o cargo de diretor de veículos comerciais ligeiros da Opel e da Vauxhall, sucedendo a Tobias Stöver, nomeado diretor de marketing da Peugeot Alemanha. O novo responsável tem um vasta experiência internacional no setor automóvel. Desde 2016 desempenhava as funções de diretor de vendas e apósvenda da Opel / Vauxhall na Europa. Será de referir que este belga iniciou a sua carreira na General Motors em Portugal no ano de 1994 e possui pós-graduação pela Lisbon School of Economics & Management.

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NOTÍCIAS

COMERCIAIS NISSAN

RENOVAÇÃO DOS NV300 E NV400

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s gamas de veículos comerciais médios e grandes da Nissan – NV300 e NV400 – receberam um conjunto de atualizações destinadas a melhorar o conforto, a segurança e diminuir as emissões. Entre as principais novidades destaque para as novas motorizações diesel que permitem cumprir a norma Euro 6d-TEMP. O NV300 recebeu um novo motor de dois litros que é proposto em níveis de potência de 120 cv, 145 cv e 170 cv. As duas motorizações mais elevadas podem ser associadas a uma nova caixa de velocidades de dupla embraiagem que oferece um maior conforto ao utilizador, graças a uma aceleração mais suave, enquanto os valres dos consumos de combustível também melhoraram. O NV400, por sua vez, recebe uma evolução do motor diesel de 2,3 litros com tecnologia biturbo, sendo proposto em níveis de potência de 135 cv, 150 cv e 180 cv. A duas últimas motorizações também podem ser associadas a uma caixa de velocidades automatizada. A nível de interiores também houve evoluções, mais no NV400 que no NV300. O co-

mercial de grandes dimensões da Nissan passa a apresentar um painel de bordo totalmente revisto, com uma imagem mais

“premium”, novos compartimentos para arrumações e um novo sistema de infoentretenimento com ecrã tátil de sete polegadas. /

MAN ETGE

TRÊS APLICAÇÕES EM PARIS

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DHL Express France, a Geodis e a SNCF Réseau integraram o MAN eTGE nas frotas para conseguirem atingir os seus objetivos climáticos. Os veículos estão a ser operados na cidade de Paris. O eTGE da DHL Express transporta encomendas na primeira e última milha no nono distrito da capital francesa. Por seu lado, a SNCF Réseau está a utilizar o veículo comercial elétrico da MAN para transportar equipamentos de via e técnicos entre as oficinas das estações de Gare de Lyon e da Gare d´Est e os locais das intervenções. O operador logístico global Geodis também conta com este furgão elétrico com peso bruto de 3,5 toneladas na distribuição urbana na capital francesa. Equipado com um motor elétrico de 100 kW (136 cv) e bateria com uma capacidade de 35,8

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

GRUPO PSA ELETRIFICA COMERCIAIS MÉDIOS

kWh, o MAN eTGE está disponível na versão de chassis médio e tecto, que oferece um volume útil de carga de 10,7 m3 e uma carga útil de 950 kg. Em condições de operação urbana e suburbana, o eTGE alcança uma autonomia realista entre 120 km e 140 km, embora a sua autonomia oficial de acordo com o novo ciclo de testes WLTP seja de 114 km.

Os comerciais médios do Grupo PSA – Peugeot Expert, Citroën Jumpy e Opel/ /Vauxhall Vivaro – vão ter versões elétricas a partir de 2020. Estes modelos serão propostos com baterias de 50 kWh e 75 kWh, que oferecem autonomias de 200 km ou 300 km, respetivamente. A nova geração de comerciais compactos do Grupo PSA foi desenvolvida com base na plataforma multi-energia EMP2, que está preparada para oferecer mobilidade com emissões zero a particulares (versões de passageiros) e empresas (comerciais ligeiros).



NOVIDADES

FIAT TIPO VAN

DE REGRESSO AOS "DERIVADOS"! Com base na carroçaria de cinco portas do Tipo, a Fiat Professional propõe um comercial derivado de ligeiros com motorização diesel de 95 cv

A

TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

Fiat Professional regressou ao segmento dos derivados de ligeiros com o lançamento do novo Tipo Van, equipado com motor diesel 1.3 MultiJet de 95 cv com start-stop que cumpre a norma de emissões Euro 6d-TEMP.

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

A oferta da marca italiana insere-se num segmento que não abunda no mercado nacional, embora as vendas anuais representem cerca de três mil unidades (dados de 2018). Com o lançamento do novo Tipo Van, a Fiat Professional procura responder às necessidades das empresas portuguesas, propondo uma viatura comercial de dois lugares baseada na carroçaria de cinco portas que se encontra disponível em dois níveis de equipamento – Base e Pack

Pro – para assegurar o melhor compromisso entre conforto e preço. A versão de acesso do Tipo Van conta com autorrádio Bluetooth, ar condicionado, sensores de estacionamento traseiro, espelhos elétricos, chapeleira, roda sobressalente, vidros escurecidos, sistema de assistência nos arranques em subidas, dois airbags. Já a versão Pack Pro acresce uma consola central com ecrã tátil de cinco polegadas que inclui sistema de navega-


PRÁTICO Com o Tipo Van, a Fiat Professional propõe uma solução prática de distribuição urbana, com volume de carga de 1,4 m3

ção, jantes em liga leve de 16 polegadas, cruise control e volante em pele. Entre as opções disponíveis destaque para o sistema de ar condicionado automático, os faróis de nevoeiro, os apoios de braço ou a regulação em altura do banco do passageiro. Com um comprimento exterior de 4,36 metros, largura de 1,97 metros e altura de 1,49 metros, o Tipo Van apresenta as dimensões adequadas que facilitam as movimentações em cidade, permitindo ainda a realização de trajetos mais longos. A sua generosa bagageira possui um comprimento de 1,45 metros e oferece um volume útil de carga de 1,4 m3 . O compartimento de carga possui revestimento em alcatifa e encontra-se separado do habitáculo através de uma divisória metálica com uma grade na parte superior.

MOTOR DIESEL MAIS EFICIENTE No capítulo mecânico, o Tipo Van recebe um motor diesel de 1248 cc (1.3 MultiJet), com tecnologia Start & Stop, que desenvolve uma potência de 95 cv e um binário de 200 Nm. A transmissão é assegurada por caixa manual de cinco velocidades. O consumo médio anunciado pela marca é de 3,7 l/100 km e as emissões de dióxido de carbono de 99 gramas por quilómetro. Mantendo a cilindrada e a potência do motor anterior, este bloco cumpre a exigente norma Euro 6d-TEMP, destacando-se por ser mais eficiente do ponto de vista ambiental devido a uma menor emissão de óxidos de azoto (NOx). Em média, os motores diesel Euro 6d-TEMP emitem menos 76% de NOx do que os anteriores Euro 6b e menos 85% do que os Euro 5.

No lançamento do novo Tipo Van, a Fiat Professional promove uma campanha promocional para permitir a aquisição deste derivado de ligeiro por valores a partir de 15.400 euros (mais IVA), sem financiamento e excluindo as despesas de legalização e transporte. Está igualmente disponível a opção da modalidade de crédito “ballon”, com financiamento FCA Capital e sem entrada inicial, que garante uma renda mensal de 225 euros durante um prazo de 97 meses e prestação final de 3823 euros. O Tipo Van encontra-se disponível para entrega imediata, com garantia de quatro anos ou de 120 mil quilómetros. Como está homologado como veículo comercial, as empresas usufruem de benefícios fiscais, designadamente a dedução do IVA e a isenção de tributação autónoma. /

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NOVIDADES

COMERCIAIS

FIAT TALENTO

PRIMEIRA ATUALIZAÇÃO

Motores diesel de dois litros, interiores revistos e mais funções de conectividade são as principais alterações introduzidas no Fiat Talento

A

proveitando a entrada em vigor da norma de emissões Euro6d-Temp, a Fiat Professional procedeu a uma atualização do modelo Talento, que se insere no segmento de comerciais de média dimensão. Entre as novidades destaque para o motor diesel EcoJet de 2,0 litros, que oferece uma melhoria de 11% no consumo de combustível em comparação com o bloco anterior de 1,6 litros, disponibilizando ainda mais potência e binário. Proposto nas versões de 120 cv, 145 cv e 170 cv, o novo EcoJet está equipado com um turbocompressor de geometria variável que proporciona maior suavidade a baixos regimes e melhores prestações, com reflexos positivos ao nível da eficiência e dos custos de utilização. Graças à unidade de comando eletrónico, o turbocompressor consegue adaptar a sua dinâmica ao regime de rotação do motor e ao estilo de condução para garantir sempre uma sobrealimentação correta. Além disso, o novo motor conta com a tecnologia de re-

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dução catalítica seletiva (SCR) para minimizar as emissões de NOx, ao injetar AdBlue nos gases de escape. A gama de motores do Talento é complementada por uma unidade compacta 1.6 EcoJet Turbo de 95 cv com S&S, também com turbo de geometria variável e tecnologia SCR.

O interior da cabina do Talento também foi revisto, com a adoção de novos revestimentos Black para criar um ambiente elegante e funcional, que inclui ainda vários compartimentos para arrumações (90 litros no total). Em opção está disponível a solução “Mobile Office”, que compreende um banco central reclinável, dotado de uma mesa rebatível e uma abertura na traseira com um compartimento de arrumação e uma bolsa para guardar documentos. O novo Talento recebe ainda um sistema de infotainment com ecrã tátil de sete polegadas, compatível com Apple CarPlay e Android Auto. Dotado de entrada USB e sintonizador de rádio DAB, o sistema oferece a função de navegação e tecnologia Bluetooth para utilização mãos-livres de um telemóvel. Com base em dois comprimentos de carroçaria, duas alturas de teto e duas distâncias entre-eixos, a gama é propostas nos derivativos furgão de mercadorias, combi de passageiros, chassis-cabina e chassis-plataforma. No caso do furgão de mercadorias estão disponíveis volumes úteis de carga de 5,2 aos 8,6 m3 , capacidades de carga até 1266 kg e pesos brutos dos 2800 kg aos 3050 kg. /



NOVIDADES

COMERCIAIS

RENAULT

HYDROGEN REFORÇA GAMA Z.E. Para aumentar a autonomia do Kangoo Z.E. e do Master Z.E., a Renault vai introduzir novas versões com célula de combustível, denominadas Hydrogen

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oferta da gama de comerciais ligeiros elétricos da Renault va i ser reforçada com a introdução do Kangoo Z.E. Hydrogen e Master Z.E. Hydrogen, que estarão disponíveis no final de 2019 e meados de 2020, respetivamente. Os veículos recebem uma célula de combustível “range extender” com potência elétrica e térmica de 10 kW, que permite aumentar a autonomia total para mais de 350 quilómetros contra os 120 km e 230 km do Master Z.E. e Kangoo Z.E., respetivamente. Estas opções fuel-cell dos comerciais ligeiros elétricos da Renault começaram a ser desenvolvidas em 2014, no âmbito de uma parceria com a Symbio, filial do Grupo Michelin, especializada na tecnologia da pilha de combus-

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tível. Mais de 200 Kangoo Z.E., com bateria de 22 kWh, foram equipados com a transformação de extensão de autonomia da célula de combustível a hidrogénio. Os trabalhos possibilitaram a melhoria do desempenho e a diminuição dos custos da tecnologia, assim como a obtenção de dados concretos e conclusivos sobre a utilização da solução hidrogénio no âmbito das frotas. O Master Z.E. Hydrogen e o Kangoo Z.E. Hydrogen beneficiaram da experiência adquirida e da complementaridade do novo grupo motor elétrico/bateria, com uma evolução da célula de combustível a hidrogénio da Symbio. O hidrogénio é armazenado num depósito de alta pressão, de 74 litros/1,7 kg no Kangoo, e em dois reservatórios de 53 litros/2,1 kg no Master. O custo de cada quilograma de hidrogénio é de aproximadamente 15 euros. A célula de combustível converte o hidrogénio

e o oxigénio em água, criando uma corrente elétrica que é fornecida à bateria e, depois, ao motor. A célula de combustível arranca automaticamente quando a capacidade de carga da bateria está a 80 por cento, de forma a manter e a carregar a bateria. Quando o nível de carga for inferior a 2% é possível utilizar apenas a célula para produzir a energia necessária para rodar a baixa velocidade e em percursos reduzidos. A operação de abastecimento do hidrogénio demora entre cinco e dez minutos, estando disponíveis duas opções de recarga: 350 e 700 bar. O Kangoo Z.E. Hydrogen recebe uma célula de combustível de 10 kW (5 kW elétrico e 5 kW térmico), permitindo acrescentar 29,7 kWh aos 30 kWh da bateria do Kangoo Z.E.. O Master Z.E. Hydrogen, por sua vez, também está dotado de um célula de combustível de 10 kW, disponibilizando mais 56 kWh do que a bateria de 33 kWh do Master Z.E../


IVECO

NOVA DAILY EM PORTUGAL A nova gama Daily da Iveco já se encontra em comercialização em Portugal. A primeira apresentação decorreu em Leiria, organizada pela Ferreira & Filhos

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primeira apresentação nacional da nova gama Daily da Iveco decorreu no kartódromo de Leiria, num evento organizado pela Ferreira & Filhos, concessionária da marca para os distritos de Leiria e Coimbra. A ação contou com a presença de mais de 200 pessoas, incluindo quadros da Iveco Portugal. “Ser pioneiro no mercado no segmento Daily constitui um enorme prazer para a Ferreira & Filhos”, referiu Nuno Ferreira, CEO da empresa de Leiria. “Ter a Iveco como nosso parceiro e aqui presente só nos transmite confiança para continuar a fazer o nosso trabalho, dia após dia”. Referência no segmento de veículos comerciais ligeiros com peso bruto de 3500 quilos, com uma quota de mercado de 20%, a gama Daily foi renovada para cumprir os limites da nova norma de emissões Euro 6d-TEMP. Os respon-

sáveis da Iveco aproveitaram essa atualização para melhorar os padrões de vida a bordo, a experiência de condução e introduziram novos sistemas de assistência e segurança. A gama Daily continua disponível com motores diesel de 2,3 litros e 3,0 litros, que oferecem níveis de potência dos 116 cv aos 210 cv. O bloco de 2,3 litros é proposto em versões Euro 6D Light Duty (116 cv, 136 cv e 156 cv) e Euro VID Heavy Duty (136 e 156 cv), contribuindo para um aumento da eficiência em associação com um novo turbo de geometria variável, uma direção assistida elétrica, um alternador de 200 A, uma nova grelha e o sistema Start & Stop. Segundo a Iveco, estas soluções permitem reduzir o consumo de combustível até dez por cento. O bloco de 3,0 litros, por sua vez, só está disponível em versões Euro VID Heavy Duty em níveis de potência de 160 cv, 180 cv e 210 cv (diesel) e 136 cv (gás natural comprimido). Relativamente à geração anterior, a poupança de condução pode chegar aos 3,5%.

Para apoiar o condutor, a nova Daily recebe alguns reforços tecnológicos, com destaque para o travão de estacionamento elétrico, o modo City, controlo de pressão de pneus, sistema ABS com City Brake, cruise control adaptativo, assistente de vento lateral, controlo de pendente e tração plus, assistente de trânsito lento, assistente de saída de faixa, sensor automático de luz e chuva. /

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NOVIDADES

MERCEDES-BENZ VANS

TRANSFORMAÇÕES ESPECIAIS Para complementar a sua oferta e responder a necessidades específicas, a Mercedes-Benz Vans e os seus parceiros certificados propõem várias transformações "chave na mão"

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

Mercedes-Benz Vans e alguns dos seus carroçadores certificados apresentaram 34 transformações de veículos que permitem responder às necessidades de nove setores diferentes: distribuição, assistência, transporte de pessoas, mobilidade reduzida, autocaravanismo, correio expresso, construção, emergência, salvamento e municípios, outras indústrias. O espectro vai desde veículos basculantes para construção civil até ao miniautocarro para transporte de convidados para um casamento. O trabalho desenvolvido pela marca e pelos carroçadores teve como base os grandes desafios levantados pela digitalização, eletrificação e sustentabilidade. Por exemplo, a procura de veículos de distribuição de produtos alimentares apresenta um elevado potencial.

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Todavia, o transporte de produtos sensíveis à temperatura exige a otimização do uso do espaço de carga e da sua refrigeração, uma vez que estes bens podem obrigar à existência de diferentes temperaturas de armazenamento. O veículo também deve estar preparado para ser integrado na cadeia logística da forma mais eficiente possível. Além disso, os clientes finais neste segmento valorizam significativamente a sustentabilidade e a redução das emissões de dióxido de carbono. Entre os exemplos de veículos para este setor encontram-se dois para a distribuição de produtos alimentares, concebidos pela Mercedes-Benz Vans e pela Kerstner, com base no eVito. O veículo possui tração elétrica e um sistema frio operado eletricamente, permitindo a distribuição de alimentos com emissões zero. Uma das caraterísticas inovadoras consiste no sistema de refrigeração ligado ao sistema elétrico do veículo para mi-

nimizar a necessidade de baterias adicionais. Para o setor de assistência e reparação, a Bott e a Sortimo conceberam dois veículos baseados no furgão Mercedes-Benz Sprinter 314 CDI, que oferecem soluções de arrumação flexíveis e versáteis para o compartimento de carga, permitindo o transporte seguro de ferramentas e outros materiais em armários construídos para o efeito. TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E LAZER Para o transporte de passageiros foram reveladas algumas soluções baseadas no Mercedes-Benz 516 CDI ou no Mercedes-Benz 416 CDI, incluindo o Sprinter City 75 para serviço público urbano, o Sprinter Tourist Wedding ou o Tourist Ultimate – ambos carroçados pela Luidor com vidros duplos panorâmicos bancos ajustáveis lateralmente e reclináveis para serviços de turismo. Ou o Sprinter School Bus 18+1 da Arobus para transporte escolar.


SOLUÇÕES À MEDIDA A oferta de transformações da Mercedes-Benz Vans inclui miniautocarros ou veículos com caixa basculante, baseados no Sprinter, ou furgões frigoríficos elétricos

Para pessoas com restrições de mobilidade, a Mercedes-Benz Vans e os seus parceiros disponibilizam um conjunto de soluções, com base nos modelos Vito e Sprinter, que permitem transportar passageiros em cadeiras de rodas em condições de total segurança, graças a fixações instaladas no piso. O acesso é facilitado por plataformas elevatórias. A AMF-Bruns desenvolveu uma transformação baseada no Sprinter Tourer 316 CDI que permite transportar até seis passageiros e uma outra elétrica, a partir do eVito com sistema de proteção para cadeiras de rodas e bancos rebatíveis/amovíveis na última fila. Igualmente importante é o segmento das autocaravanas que tem vindo a registar um crescimento consistente nos últimos dez anos. Na Europa foram matriculadas 125 mil unidades em 2018, enquanto nos Estados Unidos – o maior mercado do mundo para este tipo de viaturas – esse número atingiu 1,4 milhões. A mais

recente geração do Mercedes-Benz Sprinter já vem preparada para este tipo de transformação e, pela primeira vez, está disponível uma versão de cabeça tractora, estando todos os componentes (cadeia cinemática, depósito de combustível e auxiliares) localizados à frente do pilar B, junto à cabina. A estrutura e o eixo traseiro são instalados separadamente e ligados à cabeça tratora. Com base no Sprinter 418 CDI desta nova variante, o carroçador Frankia-GP desenvolveu a autocaravana NEO que possui uma carroçaria construída com materiais leves mas resistentes, incluindo uma estrutura ThermoProctect em alumínio e um teto em GRP (poliéster reforçado a fibra de vidro). TRANSPORTE EXPRESSO O crescimento do comércio online teve como consequência um aumento das entregas porta-a-porta e do transporte expresso. Para otimizar a eficiência operacional, os veículos têm de

oferecer as melhores condições em termos de ambiente de trabalho na cabina, assim como de facilidade nas operações de carga e descarga. A Mercedes-Benz Vans e os seus parceiros certificados revelaram algumas transformações baseadas no Mercedes-Benz Sprinter, que oferecem várias soluções, desde cabina-cama aerodinâmica (SkyCab da Lamar), passando por uma caixa de carga com lona lateral e abertura traseira (Cargo Solution Lightstar da Junge Fahrzeugebau), um compartimento de carga por cima da cabina (Luton Van da VFS) ou uma porta mais larga com visibilidade melhorada no lado do passageiro (P45+ da Spier). Para o segmento da construção, a oferta compreende básculas laterais com caixa de carga em alumínio da JPM, baseada no Sprinter, um chassis-cabina dupla com caixa basculante da Meiller ou mesmo uma versão da pick-up Class X, com paredes laterais e piso preparados para cargas de maiores dimensões. /

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NOVIDADES

OPEL MOVANO

PARA TODAS AS TAREFAS A nova gama Movano conta com um vasto leque de transformações efetuadas, ao abrigo de parcerias com a Opel, por empresas especializadas e certificadas pela marca germânica

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

ma das apostas estratégicas da Opel para a sua gama de veículos comerciais passa pela disponibilização de um leque alargado de produto, que não inclui só veículos completos de fábrica, mas também transformações “chave na mão” efetuadas por empresas especializadas e certificadas pela marca. Na nova gama Movano, a Opel continua a disponibilizar soluções para todas as tarefas, desde o transporte de cargas pesadas para um estaleiro de construção até à deslocação de uma dúzia de pessoas num serviço "shuttle" para um aeroporto. Com base em quatro comprimentos de carro-

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çaria, três alturas de tecto, peso bruto até 4,5 toneladas, volume útil máximo de carga de 22 m3 ou lotação até 17 passageiros, a terceira geração do Opel Movano está preparada para responder a todos os tipos de tarefas. Quer se trate de um furgão, de um veículo com caixa basculante ou de um minibus, todas as variantes do Movano partilham eficientes motores diesel com tecnologia BiTurbo, elevado nível de equipamento desde a versão base, conectividade total e uma relação preço-equipamento bastante competitiva. O Movano furgão constitui uma base para um vasto conjunto de conversões que permitem a sua operação como veículo versátil de distribuição urbana com peso bruto de 2,8 toneladas, tração dianteira, comprimento de 5,04 metros, volume útil de 8,6 m3 e capacidade de


CHAVE NA MÃO Para os mais diversos setores, a Opel e os seus parceiros propõem um vasto conjunto de transformações, incluindo furgões de grande volume, veículos basculantes ou minibuses

carga de 847 quilogramas. A versão de maiores dimensões, com comprimento de 6,84 metros em combinação com um peso bruto de 4,5 toneladas e um volume útil de carga de 17 m3, está vocacionada para o transporte de grandes volumes. Para uma utilização mista – passageiros e carga – o Movano com cabina prolongada pode albergar até sete ocupantes, estando disponível em três comprimentos de carroçaria. O Opel Movano também pode assumir funções no transporte de passageiros, quer seja como minibus para a deslocação de uma equipa de futebol a um torneio num fim de semana ou como veículo de transporte público. Em função do comprimento da carroçaria, a lotação total vai de nove até 17 lugares, permitindo assegurar a deslocação dos titulares e dos suplentes da equipa. EQUIPAMENTO Por sua vez, o Movano Chassis-Cabina é proposto com pesos bruto de 3,5 ou 4,5 toneladas, tração dianteira ou traseira, rodado traseiro simples ou duplo, cabina simples, dupla ou plataforma. A sua estrutura está preparada para receber vários tipos de carroçarias, como uma caixa basculante simples, uma caixa basculante lateral ou uma carroçaria fechada. As versões chassis-cabina do Movano podem receber um nível de equipamento de série bastante completo: assistente de ventos laterais, luzes diurnas em LED, fecho centralizado, rádio com interface Bluetooth e ligação USB. Em opção, a Opel disponibiliza modernos dispo-

sitivos como o alerta de ângulo morto – uma estreia neste modelo – uma câmara traseira que apresenta imagens da envolvente traseira do veículo. Outro equipamento de segurança que também integra a oferta do Movano é o assistente de manutenção na faixa de rodagem. A cabina do novo Movano oferece um ambiente de trabalho confortável e conectado que inclui bancos com bom apoio lombar para condutor e ocupantes, assim como um total de 22 compartimentos opcionais para guardar objetos, totalizando 104 litros de espaço adicional. O porta-luvas FlexTray, localizado no lado do passageiro, abre-se como um pequeno armário e oferece uma capacidade de 10,5 litros. Igualmente novo é o sistema de infotainment Navi 50 IntelliLink Pro, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, que compreende um ecrã tátil de sete polegadas. No capítulo mecânico, o Movano recebe motores diesel de 2,3 litros BiTurbo que oferecem mais potência (dos 131 cv aos 180 cv) e binário que os anteriores, mas são também mais eficientes em termos de consumo de combustível. Os clientes podem optar por tração dianteira e traseira, e por transmissões manuais de seis velocidades ou uma caixa automatizada. Os motores diesel cumprem a norma Euro6d-TEMP (ligeiros) e Euro VId (pesados), que entrou em vigor em setembro. Além da tração dianteira, as variantes “Heavy Duty” do Movano estão disponíveis, em opção, com tração traseira e nalgumas versões com tração integral. /

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REPORTAGEM

CONVENÇÃO RENAULT PRÓ+

LIDERANÇA ASSENTE EM REDE PROFISSIONAL A rede profissional e dedicada Renault Pró+ foi um dos pilares dos dez anos de liderança consecutiva da marca francesa nos comerciais ligeiros TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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ais de 200 pessoas estiveram presentes na Convenção Renault Pró+ em Vila Franca de Xira que não só assinalou o décimo aniversário da marca especialista do Grupo Renault para clientes profissionais, como também uma década de liderança consecutiva da Renault no mercado de veículos comerciais ligeiros em Portugal. “O Grupo Renault foi o primeiro a lançar uma marca especializada para clientes profissionais com um serviço tão completo, que vai desde a consultoria especializada com equipas dedicadas na venda até ao acompanhamento durante a vida útil do produto”, afirmou Fabrice Crevola, administrador-delegado da Renault Portugal. “Atualmente, a nossa rede é constituída por 17 centros Renault Pró+, que asseguram 96% das nossas vendas de veículos comerciais ligeiros”, adianta o responsável, complementada por 774 pontos de comercialização e assistência espalhados pelo País, incluindo agentes e reparadores autorizados”. O administrador-delegado da Renault Portugal sublinhou que o trabalho efetuado de profissionalização da rede contribuiu decisivamente para a obtenção de uma vantagem significativa face à concorrência. “Isso permitiu-nos alcançar a liderança de mercado e no ano passado a Renault obteve a melhor quota de sempre nos comerciais ligeiros”, refere o responsável. Por sua vez, Ricardo Silva, diretor de vendas a frotas Renault Portugal, não tem dúvidas em afirmar que a marca Renault Pró+ trouxe o profissionalismo e a abordagem ao mercado que permitiu à Renault ter uma performance sustentada e constante nos últimos dez anos. “A Renault Pró+ é uma solução de profissional para profissional que permitiu a criação de uma marca de proximidade com os nossos clientes”, afirma. “Queremos ter nas nossas concessões equipas dedicadas não só ao acompanhamento

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da venda mas também no decorrer da vida útil do produto”, garante Ricardo Silva. “Temos uma gama vasta adaptada às necessidades dos nossos clientes, desde o pequeno comerciante à grande frota. Somos uma organização dinâmica, ativa e pró-ativa, que procura encontrar soluções exigidas pelo mercado”. A Renault Pró+ é uma marca que contém 12 promessas fundamentais, incluindo uma rede dedicada, equipas especializadas de venda e após-venda, horários alargados, veículos transformados disponíveis para ensaio ou de substituição”. Para o sucesso da Renault em Portugal contribuiu igualmente a disponibilização de uma oferta bastante completa, com 63 carroçarias, 298 versões, 483 opções e dez tipos de transformações. “Com a sua diversidade de produto, a Renault tem uma presença muito forte e é líder em praticamente todos os segmentos de mercado de comerciais ligeiros, com uma taxa de penetração de 21,7%”, refere Ricardo Lopes, diretor de marketing da Renault Portugal. Nos derivados de ligeiro, que representam apenas 5% do total do mercado, a quota da Renault é de 79,6%. Nos restantes segmentos, a marca francesa detém uma taxa de penetração significativa: pequenos furgões, com 22,0%; furgões médios, com 20,9%; furgões grandes, com 19,2%; chassis-cabina, com 17,2%. No que se refere a transformações, a oferta da Renault compreende três opções: catálogo, com encomenda transmitida à marca e transformação efetuada por um parceiro nos produtos Bus, Grande Volume e 4x4; por medida através da Renault Tech, incluindo veículos

“A NOSSA GAMA É A MAIS COMPLETA DO MERCADO, COM 63 CARROÇARIAS, 298 VERSÕES, 483 OPÇÕES E DEZ TIPOS DE TRANSFORMAÇÕES” Fabrice Crevola, administrador delegado da Renault Portugal


adaptados para transporte de pessoas de mobilidade reduzida ou com cabina prolongada; transformações locais efetuadas por empresas selecionados pelo cliente e certificadas pela marca. As transformações locais compreendem veículos de emergência e socorro, transporte coletivo de pessoas, transporte de pessoas de mobilidade reduzida, veículos de caixa fechada rígida, construção civil, isotérmicos, vendas, transporte de animais, transformações interiores. A Convenção Renault Pró+ serviu igualmente para a apresentação à rede das novas Trafic e Master. As principais alterações ao nível de estilo exterior e interior foram destacadas

pelo próprio diretor de design do programa de veículos comerciais ligeiros da Renault, Louis Morasse. Relativamente à gama Trafic, as principais novidades consistiram na introdução de um novo motor diesel de dois litros e de uma caixa de velocidades automática. A oferta também foi alargada com a estreia na gama de uma versão chassis-cabina e pela reintrodução da Trafic SpaceClass para o transporte Premium de passageiros. No total, a gama Trafic passa a ser constituída, de fábrica, por 96 versões e 125 opções. Por sua vez, a Master, que é proposta em 184 versões e 260 opções, viu a sua oferta ser reforçada com novos equipamentos, casos do

“ESTAMOS A CELEBRAR OS DEZ ANOS DE RENAULT PRÓ+, UMA SOLUÇÃO DE PROFISSIONAL PARA PROFISSIONAL” Ricardo Silva, diretor de vendas a frotas Renault Portugal

assistente de ventos laterais, o sistema de assistência à visão traseira, o sistema de travagem de emergência ativa, o sistema de ajuda estacionamento traseiro e dianteiro, alerta de ângulo morto. /

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FRENTE-A-FRENTE

TRANSPORTE PASSAGEIROS

DESLOCAÇÕES EM GRANDE Para o transporte de grupos, o Peugeot Traveller e o novo Renault Trafic Bus são duas interessantes e bem equipadas propostas, num segmento que tem registado uma elevada procura TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS CARLOS PEDROSA

RENAULT TRAFIC BUS GRAND LUXE 2.0 DCI 145 CV 53.333€

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ace à quebra de vendas dos monovolumes tradicionais, as marcas estão a apostar na disponibilização de veículos mais bem equipados e de maiores dimensões, baseados em modelos comerciais. Mas que oferecem melhores níveis de habitabilidade, versatilidade e conforto para utilização profissional ou particular. Por outro lado, o crescimento da atividade turística levou ao aumento da procura desta tipologia de viaturas, otimizadas para proporcionar maior conforto e espaço. Num segmento dominado pelas marcas alemãs – Volkswagen Transporter Kombi / Multivan e

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Mercedes-Benz Vito Tourer – a oferta tem vindo a aumentar e a ser renovada, para conseguir dar resposta ao crescimento da procura. Duas das marcas que têm vindo a apostar nesta tipologia de viaturas são a Peugeot e a Renault, as protagonistas do frente a frente desta edição, ainda que em versões de dimensões distintas dos modelos Traveller (standard) e nova Trafic Bus (longa), apenas por questões logísticas. As versões diretamente comparáveis apresentam um comprimento de 4,95 metros (Traveller Standard) e 4,99 metros (Trafic curta) ou de 5,30 metros e 5,40 metros nas variantes longas. O Peugeot está disponível numa única altura de tecto de 1,90 metros, enquanto o Renault é proposto com teto normal, com 1,97 metros.

Estas dimensões exteriores permitem aceder à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos. Ambos os modelos adotam os códigos de identidade das respetivas marcas: o Traveller, com a grelha vertical – dominada ao centro pelo leão da marca – as luzes diurnas em LED e os faróis embutidos na carroçaria; o novo Trafic, com a mais recente assinatura luminosa da Renault em forma de C, faróis Full LED e uma grelha mais proeminente com o losango em destaque. A versão ensaiada do Traveller conta com o nível de equipamento Active, que oferece uma lotação para oito ocupantes, numa configuração 2+3+3, que inclui bancos independentes com regulação longitudinal e encostos recli-


PEUGEOT TRAVELLER ACTIVE STANDARD 1.5 BLUEHDI 120 CV 43.380€ (44.680€)

náveis individualmente. Os bancos da segunda e da terceira filas possuem rebatimento numa proporção 2/3 e 1/3. As mesas do tipo avião nas costas dos bancos da primeira fila, as cortinas de proteção do sol na segunda fila e o espelho de conversação/vigilância de crianças fazem parte do equipamento de série. Os bancos traseiros estão assentes sobre calhas, permitindo o ajuste em função do número de passageiros a transportar ou das bagagens. O acesso é efetuado por uma porta lateral deslizante e o rebatimento total do primeiro banco facilita a entrada e saída dos passageiros, designadamente à terceira fila. O Trafic Bus Grand Luxe, por sua vez, permite receber nove ocupantes, numa configuração

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FRENTE-A-FRENTE

TRANSPORTE PASSAGEIROS

DUAS PORTAS LATERAIS O acesso ao Trafic pode ser efetuado por duas portas laterais deslizantes. Os bancos, no entanto, são fixos. A bagageira desta versão longa é bastante generosa

3+3+3. Os bancos são fixos e o acesso à fila do meio pode ser efetuada por duas portas laterais deslizantes. A acessibilidade à terceira fila, por sua vez, é assegurada apenas pelo lado direito, uma vez que o banco do lado esquerdo é fixo e não rebate, ao contrário daquele situado no lado oposto que, no entanto, poderia ter um ângulo de rebatimento mais generoso. A diferença de 45 centímetros no comprimento exterior das viaturas ensaiadas tem como reflexo natural a disponibilização de uma bagageira de maior capacidade no Renault, que é de 1,8 m3 com os bancos em posição normal, contra os 0,6 m3 no Peugeot. Este último dispõe de bancos deslizantes em calhas, permitindo regular longitudinalmente o espaço para bagagens, penalizando, no entanto, a habitabilidade. Os bancos da terceira fila também reba-

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tem por completo, criando um espaço plano, ganhando-se em espaço para bagagens, à custa dos lugares. Os bancos do Renault, por seu lado, são fixos, assim como as costas. EQUIPAMENTO Em termos de imagem interior, os dois modelos apresentam um design moderno, mais sofisticado e requintado no Traveller do que no Trafic. Os materiais usados no habitáculo estão adequados ao uso intensivo que estes veículos costumam ter. Também a montagem se apresenta em bom plano, assim como a ergonomia. O tablier do Peugeot possui uma implantação totalmente desenvolvida na horizontal, enquanto o posto de condução oferece um painel de instrumentos digital e um volante multifunções. A consola central integra um ecrã tátil de sete

polegadas, funcional e de fácil interação, que permite o acesso ao rádio, sistema de navegação, configurações do veículo. No nível de equipamento Active, o ar condicionado bizona, com comando e saídas independentes no compartimento dos passageiros é de série, assim como os retrovisores exteriores elétricos e aquecidos ou o Visio Park (câmara de visão traseira com vista aérea 180º, com ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro e sistema de vigilância do ângulo morto). Já habitáculo do Renault foi modernizado para melhorar a experiência de condução e dos passageiros, designadamente ao nível do tablier que passou a incluir pormenores em cromado acetinado nas saídas da ventilação, no enquadramento da consola central, nos comandos da consola central, na alavanca da caixa de veloci-


MAIOR MODULARIDADE O Traveller dispõe apenas de uma porta lateral, mas os bancos são independentes e podem ser rebatidos. A capacidade da bagageira é reduzida

dades (que possui um novo punho) e nos manómetros. O interior recebeu ainda uma nova combinação de cores “Cinzento Carbono” que se prolonga aos painéis das portas. A consola central recebe uma nova solução multimédia R-Link, que permite o acesso ao rádio, ao sistema de navegação ou às configurações do veículo. A unidade ensaiada contava com ar condicionado com saídas independentes para o compartimento dos passageiros e regulação autónoma, acesso sem chave . Em ambos os modelos é possível obter com facilidade uma boa posição de condução e a maior altura ao solo garante uma boa visibilidade do exterior e das condições de trânsito. Os espelhos exteriores asseguram igualmente excelentes condições de visibilidade, ajudados pelo campo duplo no caso do Trafic e da

vigilância de ângulo morto no Traveller. Para facilitar as manobras, ambos contam com câmara de marcha-atrás, associada a radares de estacionamento traseiro. Para auxiliar a condução, ambas as unidades estavam equipadas com cruise control e limitador de velocidade, além do sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (opção). Espaços para arrumações, abertos ou fechados, não faltam em ambos os modelos, mas o Renault leva clara vantagem, graças ao compartimento de 54 litros sob o banco duplo do passageiro dianteiro. MECÂNICA No capítulo mecânico, os protagonistas deste frente a frente contam com motorizações diesel com tecnologia Start&Stop: 1.5 BlueHDi (1499

cc), com 120 cv no Peugeot, e 2.0 dCi (1997 cc), com 145 cv no Renault. Ambos são sobrealimentados e estão associados a caixas manuais de seis velocidades. O motor 1.5 BlueHDi revelou-se equilibrado, suave, e agradável de utilizar acima das 2000 rpm, surpreendendo pelo consumo de combustível de 8,1 l/100 km, não obstante um peso em vazio do veículo de 1925 kg. O Trafic, por sua vez, recebeu o novo motor diesel de dois litros que substitui o anterior de 1,6 litros para cumprir a norma de emissões Euro 6d-TEMP. Equipado com um turbocompressor de geometria variável, este propulsor denotou sempre disponibilidade de potência e binário, sendo rápido a subir de regime e a responder às solicitações do acelerador. Para otimizar o consumo de combustível está disponível um modo Eco

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– que limita as prestações do motor – mas, mesmo assim, o computador da unidade ensaiada apresentou um valor de 9,2 l/100 km, o que também se explica pelo maior peso em vazio (2101 kg). Ambos os modelos receberam suspensões preparadas para garantir o máximo de conforto dos ocupantes, mas nem sempre conseguem digerir com eficácia as irregularidades dos maus pisos, algo que se nota mais no Peugeot do que no Renault. Quanto ao preço, o Traveller Active Standard com motor 1.5 BlueHDi 120 está disponível a partir de 43.380 euros, mas o seu preço pode subir para os 44.680 euros da unidade ensaiada com a inclusão de opcionais como o Peugeot Connect Box (250 euros), o sistema de navega-

ção com reconhecimento de sinais de trânsito e função Mirror Screen Peugeot Connect NAV 3D (300 euros) ou o Pack AFIL, que inclui o sistema de alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem (600 euros) ou o volante em couro multifunções (150 euros). Em termos de custos de exploração em autoestrada, o Peugeot oferece a vantagem de estar classificado como Classe 1, desde que em associação com um contrato de Via Verde. O Trafic Bus Grand Luxe 2.0 dCi 145 é proposto por 53.333 euros, incluindo já 2062 euros em opções (pintura opaca, vidros laterais extraescurecidos, pack navegação R-Link, porta lateral esquerda com vidro). Entre o seu equipamento de série destaque para o ar condicionado com saídas independentes, o sistema de

ajuda ao estacionamento com câmara, cartão mãos-livres. Os protagonistas deste frente a frente oferecem um generoso equipamento de série e asseguram deslocações aos ocupantes com todo o conforto. Pelos seus custos de operação, imagem interior e exterior, posição de condução elevada e se não for necessário transportar elevada quantidade de bagagem com oito ocupantes, o Traveller Active Standard apresenta-se como a solução mais interessante. Todavia, para viagens mais longas em autoestrada com maior número de ocupantes e mais bagagem, o Trafic Bus Grand Luxe leva vantagem, graças a um motor mais potente. Todavia, o seu custo de investimento é mais elevado e paga sempre Classe 2 nas autoestradas./

RENAULT TRAFIC BUS GRAND LUXE 2.0 DCI 145

PEUGEOT TRAVELLER ACTIVE STANDARD 1.5 BLUEHDI 120

PREÇO 53.333 € MOTOR 4 CIL.; 1997 CC; 145 CV; 3500 RPM BINÁRIO 350 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man COMP./LARG./ALT. 5,40/1,96/1,97 M CONSUMO 5,4 L/100 KM (Teste: 9,2 L/100 KM) EMISSÕES CO2 182 G/KM IUC 258,78€

PREÇO 43.380 € (44.680 €) MOTOR 4 CIL.; 1499 CC; 120 CV; 3500 RPM BINÁRIO 300 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man COMP./LARG./ALT. 4,96/1,92/1,90 M CONSUMO 6,4 L/100 KM (Teste: 8,1 L/100 KM) EMISSÕES CO2 167 G/KM IUC 181,25€

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EQUIPAMENTO Fecho centralizado com comando, ABS com EBV, airbag dianteiro condutor e passageiro, controlo eletrónico de estabilidade, Extended Grip, auxiliar de arranque em subida, sistema de ajuda ao estacionamento traseiro com câmara, sensores de chuva e luminosidade, regulador de velocidade, luzes diurnas LED, sistema de recuperação de energia na desaceleração, ar condicionado manual dianteiro e traseiro (só frio), cartão mãos-livres, vidros e espelhos elétricos, volante em couro, rádio media NAV 3.0 com USB.

MOTOR BAGAGEIRA ACESSO TERCEIRA FILA OPCIONAIS

EQUIPAMENTO Ar condicionado bi-zona, cortinas para-sol nos vidros laterais da segunda fila, pack visibilidade, porta lateral direita deslizante, rádio mp3 com ecrã tátil, Bluetooth, mirror screen, entrada USB e comandos sob o volante, portão traseiro vidrado, retrovisores exteriores elétricos e aquecidos, faróis de nevoeiro dianteiros, Visio Park (câmara visão traseira com vista áerea 180º, ajuda ao estacionamento traseiro, sistema de vigilância do ângulo morto), ESP e auxiliar de arranque em subida.

CLASSE 1 VIA VERDE CONSUMO BAGAGEIRA OPÇÕES



ENSAIO

CITROËN BERLINGO XL 1.5 BLUEHDI S&S 130 SHINE XTR 7 LUG

VERSÃO XL Com mais 35 cm de comprimento que a versão M, o Berlingo XL pode transportar entre cinco e sete passageiros. O Pack XTR apresenta apontamentos específicos

LONGO COM SETE LUGARES A oferta do Citroën Berlingo passou a contar com versões de chassis longo e sete lugares que combinam habitabilidade extra e volume da bagageira

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

ela primeira vez em mais de duas décadas, a versão de passageiros do Berlingo é proposta numa variante longa (XL), que permite transportar cinco ou sete ocupantes. Este novo derivativo foi projetado para dar uma nova resposta às pretensões de particulares e empresas, que procuram uma solução que permita combinar habitabilidade e volume de bagageira em função das suas necessidades. Para operações que exijam o transporte de um maior número de passageiros e um reduzido volume de bagagens, a versão de sete lugares do Berlingo XL pode constituir uma alternativa racional em termos de racionalização de custos.

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Relativamente ao Berlingo M, a carroçaria do XL foi alongada em 35 centímetros para os 4,75 metros e a distância entre-eixos também cresceu 19 centímetros, dos 2,78 metros para os 2,97 metros. Isto permitiu oferecer uma elevada habitabilidade e modularidade, mesmo na variante de sete lugares, disponível, em opção, numa configuração de 2+3+2. Os bancos da segunda fila são individuais, oferecendo um espaço generoso para os joelhos dos passageiros. Os dois bancos da terceira fila estão montados sobre calhas e oferecem uma regulação de 13 cm, permitindo privilegiar a habitabilidade ou a capacidade da bagageira: se a lotação for completa, o volume útil é mínimo; se viajarem apenas cinco pessoas já é possível rebater a última fila de bancos, obtendo-se uma bagageira de dimensões bastante generosas.

O acesso ao compartimento dos passageiros é assegurado por duas portas laterais deslizantes, dotadas de sistema de abertura fácil e vidros elétricos (solução pouco habitual neste tipo de viaturas). O habitáculo é moderno e espaçoso, surpreendendo pelo seu design trabalhado em horizontalidade para garantir a disponibilização de vários lugares de arrumação e o acesso direto aos comandos do ar condicionado ou do travão de estacionamento elétrico. O ambiente interior do Berlingo oferece várias possibilidades de personalização de materiais e revestimentos, incluindo o Verde Wild da unidade ensaiada e inerente ao Pack XTR, que se distingue pelo seu tecido verde line, integrando, ao nível das costas dos bancos, uma banda colorida laranja, em contraste com o motivo riscado verde


kaki, o qual evoca a ganga dos jeans. Uma alça Lama (cinza claro) à direita do painel de bordo com costuras laranja evoca o C4 Cactus e contrasta com a decoração do painel de bordo verde resada. MOTOR BLUEHDI DE 130 CV A unidade ensaiada correspondia ao nível de equipamento Shine que inclui ar condicionado automático, limpa pára-brisas automático, faróis automáticos, vidros escurecidos na segunda e terceira filas de bancos, óculo trasei-

ro de abrir e quatro vidros elétricos, travão de estacionamento elétrico, sistema multimédia com ecrã tátil de oito polegadas, ESP. A lista de opcionais é extensa e a unidade ensaiada estava “carregada” de extras: volante em cabedal com comandos integrados, Pack Crianças (espelho de vigilância e cortinas laterais); Pack Connect NAV (Navegação 3D com kit mãos livres Bluetooth); Pack Safety Plus (mudança automática dos faróis, reconhecimento dos painéis de velocidade e informação e Active Safety Brake), ajuda ao estacionamento traseiro com câmara de visão 180º. A nível mecânico, esta versão é proposta com o motor turbodiesel de 1,5 litros com 130 cv, caixa manual de seis velocidades e sistema Start-Stop. As prestações estão longe de ser brilhantes em termos de aceleração e recuperações, penalizadas por um peso em vazio de quase 1,7 toneladas. O consumo de combustível de 4,5 l/100 km anunciados pelo construtor também está longe dos 6,7 l/100 km registados pelo computador de bordo durante o ensaio em condições normais de utilização. No que se refere ao preço, o Berlingo XL 1.5 BlueHDi S&S 130 Shine XTR 7 Lugares é proposto por 33.348 euros, já com opcionais. Um dos seus argumentos consiste na sua classificação como Classe 1 (com Via Verde), permitindo uma melhor rendibilização dos custos de operação, graças ao maior número de pessoas transportadas por viagem, desde que o volume de bagagens seja reduzido. /

4,75

M

COMPRIMENTO TOTAL

7

LUGARES

130

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

6

VELOCIDADES

CITROËN BERLINGO XL 1.5 BLUEHDI S&S 130 SHINE XTR PREÇO 33.348€ MOTOR 4 CIL.; 1499 CC; 130 CV; 3750 RPM BINÁRIO 300 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man PESO 1699 KG COMP./LARG./ALT. 4,75/1,85/1,84 m CONSUMO 4,5 l/100 km (6,7 l/100 km*) EMISSÕES 128 G/KM IUC 181,25€ *As nossas medições

CLASSE 1 C/ VIA VERDE HABITABILIDADE BAGAGEIRA COM SETE LUGARES/CONSUMO

DEZEMBRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

FORD RANGER RAPTOR 2.0 TDCI 4X4

À IMAGEM DA F150 Com design inspirado na F150 Raptor, motor de 213 cv, suspensão oriunda da competição, a Ranger Raptor está pronta para todos os desafios TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

C

om base na versão de cabina dupla da pick-up Ranger, a Ford Performance desenvolveu uma variante especial deste modelo, inspirada na congénere norte-americana F150 Raptor, que se assume como o seu topo de gama. A Ranger Raptor distingue-se não só por apresentar uma imagem mais radical, mas também por oferecer um nível de equipamento bastante completo, onde tudo é de série com exceção da pintura metalizada (508 euros) e dos autocolantes Raptor (915 euros). Com um comprimento total de 5,39 metros, esta pick-up tem mais 4,4 centímetros que a versão convencional de cabina dupla, mas também é mais larga (16,8 centímetros), o que se deve não só ao aumento das vias, mas

34

TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

também à introdução de guarda-lamas alargados. A suspensão foi revista, com a adoção de amortecedores com um maior curso. Em consequência, a altura ao solo aumentou 5,2 centímetros. Em termos de imagem exterior, a Ranger Raptor diferencia-se claramente do modelo base, graças à sua grelha dianteira inspirada na F150 Raptor, dominando o espaço entre os faróis de xénon de alta densidade e as barras de proteção montadas no pára-choques dianteiro, que também possui novos faróis de nevoeiro em LED e condutas de ar funcionais, do tipo cortina, que otimizam o fluxo aerodinâmico ao longo da carroçaria. Os guarda-lamas dianteiros são construídos em material compósito para resistirem aos danos decorrentes da condução em fora de estrada, além de possibilitarem um maior curso

da suspensão e pneus de grandes dimensões na medida 285/70R17 da BF Goodrich. Os estribos laterais foram concebidos para evitar a projeção de pedras na traseira e dispõem de pontos de drenagem para evitar a acumulação de areia, lama e neve. Para enfrentar as condições mais difíceis em fora de estrada, a Ranger Raptor apresenta uma distância ao solo de 28,3 cm e 85 cm de passagem a vau, um ângulo de ataque de 32,5º e ângulos de rampa e saída de 24º. Para anular os efeitos de objetos ou obstáculos em fora de estrada, a Ranger Raptor está protegida por uma chapa em aço de alta resistência, com 2,3 mm de espessura, na zona inferior. CAIXA AUTOMÁTICA Em termos mecânicos, a Ranger Raptor recebe um motor de quatro cilindros em li-


213

CV

8,9

L/100 KM

POTÊNCIA MÁXIMA

CONSUMO ANUNCIADO

3130

KG

PESO BRUTO

2500

KG

CAPACIDADE REBOQUE

nha de 2,0 litros biturbo – Ford EcoBlue que foi “preparado” para desenvolver uma potência máxima de 213 cv e um binário de 500 Nm entre as 1500 rpm e as 2500 rpm. A associação a uma caixa automática de dez velocidades (a mesma da F150 Raptor e do Mustang) permite retirar todo o partido do motor e ultrapassar com demasiada facilidade os limites legais de velocidade. Em fora de estrada, a combinação entre motor e transmissão permite aproveitar toda a disponibilidade de binário para superar a maioria das situações. No que se refere ao consumo de combustível, o computador de bordo indicou um valor médio de 10,7 l/100 km durante o ensaio, um valor acima dos 8,9 l/100 km anunciados pela marca. Surpreendente pela positiva é também o conforto a bordo e em todos os tipos de pisos, que se deve a uma suspensão inspirada na competição e preparada para enfrentar os terrenos mais duros a elevada velocidade. Um contributo precioso é assegurado pelos amortecedores FOX, com sistema ativo (Position Sensitive Damping) e um maior curso atrás e à frente, que permite superar as condições mais extremas em fora de estrada, bem como menores forças em utilizações mais moderadas, aumentando o conforto em estrada. O reverso da medalha é a diminuição

da capacidade útil de carga para 620 quilos. A Ranger Raptor vem equipada com o sistema de gestão do terreno (TMS), que permite selecionar através de comandos no volante seis modos distintos condução - Normal, Sport, Erva, Gravilha, Neve, Lama e Areia – bem como um modo exclusivo off-road baja para uma intensa experiência de todo-o-terreno. Os diferentes modos de tracção são selecionados através de um comando giratório. Além do exterior também do interior da Raptor se diferencia da restante gama, assumindo-se como a versão de topo da gama Ranger. Os bancos possuem revestimento e pele com a designação Raptor. O painel de instrumentos é específico, assim como o volante (com detalhes a vermelho) que conta com patilhas de grandes dimensões em metal. O equipamento de conforto e segurança também é bastante completo, incluindo sistema de comunicação e entretenimento Ford SYNC 3, ecrã tátil de oito polegadas, modem integrado a bordo (FordPass Connect), ar condicionado automático, câmara de visão traseira, controlo em descida, controlo automático de velocidade adaptativo, assistência à pré-colisão, sistema de manutenção na faixa de rodagem, entre outros. Quanto ao preço, a Ranger Raptor é proposta a partir de 63.936 euros. /

FORD RANGER RAPTOR 2.0 TDCI 4X4 PREÇO 63.936€ MOTOR 4 CIL; 1996 CC; 213 CV; 3750 RPM BINÁRIO 500 NM TRANSMISSÃO 4WD; 10 VEL Aut PESO 2585 KG COMP./LARG./ALT. 5,36/1,86/1,87 M CONSUMO 8,9 (10,7*) L/100 KM EMISSÕES CO2 281 G/KM (WLTP) *As nossas medições

IMAGEM MOTOR CONSUMO CARGA ÚTIL

DEZEMBRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

TOYOTA HILUX MLM PREMIUM EDITION

NÍVEL SUPERIOR A Premium Edition passa a ser a versão de topo da gama Hilux, oferecendo uma imagem específica, equipamento completo e caixa automática TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

P

ara responder a uma concorrência que oferece um nível de equipamento mais completo nas suas pick-up - Mercedes-Benz Classe X, Volkswagen Amarok, Nissan Navara ou mesmo a Ford Ranger Raptor - a Toyota lançou uma versão topo de gama da Hilux, que recebeu a designação MLM ou Premium Edition. Disponível apenas na versão de Cabina Dupla 4x4, com cinco ou três lugares, diferencia-se da restante gama Hilux por apresentar uma imagem exterior com apontamentos exclusivos, designadamente uma grelha frontal mais alta e rectangular, com rebordo cromado, a que se juntam acabamentos na cor preta e cinza escuro, na zona circundante dois faróis de nevoeiro. As proteções inferiores (dianteira e traseira), os puxadores das portas, os espelhos retrovisores, as jantes de liga leve maquinadas de 18 polegadas, os faróis em LED são outros elementos exclusivos desta Premium Edition. Os acabamentos em preto estão igualmente presentes num interior de uma cabina que oferece materiais de qualidade e o rigor de construção típico da Toyota. Perceção reforçada pelos detalhes do painel de instrumentos em cromado e pelas inserções em “piano black” no tablier, nas quartelas das portas, no volante e na zona envolvente da alavanca da caixa de velocidades automática. O habitáculo é espaçoso e a posição de condução elevada, garantindo um bom domínio da estrada e das condições do trânsito. O equipamento de série também é mais completo que nas versões Trial e Tracker, incluindo bancos em pele – reguláveis eletricamente à frente e aquecidos –, ar condicionado automático ou sistema Smart Entry & Start. O painel de instrumentos apresenta fundo branco e ecrã multinformações de 4,2 polegadas com uma animação exclusiva quando é ligada a ignição. O volante em pele multifunções permite aceder ao computador de bordo, regular o sistema de som, assim como ligar e desligar o

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

cruise control. A consola central é dominada pelo ecrã do sistema multimedia Toyota Touch 2 com ecrã de sete polegadas. A nível mecânico, a Hilux Premium Edition recebe o já conhecido motor diesel de 2,4 litros de 150 cv, associado a uma caixa automática de seis velocidades. O elevado binário de 400 Nm entre as 1600 e as 2000 rpm garante uma utilização agradável num veículo que pesa em vazio mais de 2,2 toneladas, mas a transmissão automática poderia ser mais rápida nas passagens de caixa. Em função do tipo de condução existem dois modos disponíveis: Eco e Power. Caso seja necessário efetuar percursos em fora de estrada pode engrenar-se a tracção integral ou as baixas com recurso a um comando giratório junto à alavanca da caixa automática. As suas aptidões em fora de estrada são garantidas por uma altura mínima ao solo de 29,3 cm, um ângulo de ataque de 31º e de saída de 26º. Igualmente disponível nesta versão está o sistema de controlo de assistência em descida (DAC), assim como o bloqueio de diferencial. Em termos de consumos, o computador de bordo registou uma média de 9,8 l/100 km durante um ensaio, valor acima dos 7,8 l/100 km anunciados pela marca. Referência para a suspensão que se revelou pouco confortável em maus pisos e em vazio, o que se deve ao esquema tradicional de eixo rígido para não sacrificar a capacidade de carga mínima de uma tonelada. Para apoiar a condução, o utilizador conta com assistentes como a câmara traseira (útil num veículo com 5,3 metros de comprimento), o sistema de pré-colisão com deteção diurna e noturna de peões (e ainda deteção diurna de ciclistas), alerta de saída da faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito e cruise control adaptativo. No que se refere ao preço, a Hilux MLM Premium Edition é proposta por 49.442 euros, valor competitivo, atendendo a que já conta com caixa automática, embora a potência do motor seja inferior às dos principais concorrentes com o mesmo tipo de transmissão. /


150

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

7,8

L/100 KM

CONSUMO ANUNCIADO

3210

KG

PESO BRUTO

3200

KG

CAPACIDADE REBOQUE

TOYOTA HILUX MLM PREMIUM EDITION CD 2.4 D-4D 150 CV PREÇO 49.442 € MOTOR 4 cil.; 2.393; 150 CV; 3400 RPM TRANSMISSÃO 4WD; 6 VEL Auto PESO 2205 KG COMP./LARG./ALT. 5,33/1,85/1,81 M CONSUMO 7,8 (9,8*) L/100 KM EMISSÕES CO2 204 G/KM IUC 53,00 € *As nossas medições

EQUIPAMENTO QUALIDADE CONSTRUÇÃO CAIXA AUTOMÁTICA POTÊNCIA

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ENSAIO

MAN TGE FURGÃO STANDARD TETO ALTO 3.180

À MEDIDA DAS FROTAS Com motor 2.0 TDI de 170 cv e nível de equipamento aceitável, o TGE Furgão Standard cumpre os requisitos das frotas de média e grande dimensão TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

L

ançado no último trimestre de 2017, o comercial ligeiro de grandes dimensões da MAN está a registar uma boa aceitação por parte dos operadores portugueses. Isso deve-se não só à oferta de uma gama bastante completa como também a um serviço de assistência típico de uma marca de camiões que transmite a confiança necessária aos clientes para apostarem num modelo proposto em vários tipos de carroçaria (furgões de mercadorias, chassis-cabina simples e dupla, combis de passageiros) e várias distâncias entre-eixos, assim como comprimentos exteriores e alturas de teto. Apesar de sair da mesma linha de montagem da Volkswagen Crafter, o MAN TGE procura ter uma identidade própria para se diferenciar e impor no mercado. O principal traço distintivo consiste na grelha do radiador que inclui o logótipo da marca e o leão. As portas traseiras incluem igualmente elementos alusivos à MAN. Uma das versões mais procuradas pelos operadores portugueses é o furgão de mercadorias, com chassis standard, tecto alto e tração dianteira. Com um comprimento exterior de 5,98 metros e uma altura de 2,59 metros oferece um volume útil de 11,3 m3 , graças à combinação de um compartimento de carga com 3,45 metros de comprimento, 1,83 metros de largura (1,03 metros entre as cavas das rodas) e uma altura de 1,96 metros. O plano de carga está a 57 cm do solo. A acessibilidade à área da carga é assegurada por duas portas traseiras assimétricas e por uma generosa porta lateral deslizante. Para ga-

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rantir o transporte em segurança da carga estão disponíveis seis olhais de amarração. Com o objetivo de evitar danos no interior, as paredes laterais e as portas da unidade ensaiada estão protegidas com painéis em madeira, enquanto o piso também possui revestimento. EQUIPAMENTO Q.B. A cabina da versão ensaiada oferece uma lotação para três ocupantes, com banco individual para o condutor e duplo para o acompanhante. O interior apresenta materiais de qualidade e um bom nível de construção, destacando-se ainda pelo espaço disponibilizado aos utilizadores. O desenho do painel de bordo apresenta uma disposição horizontal, encontrando-se dividido em três zonas funcionais: compartimento fechado no lado do passageiro, consola central que inclui um rádio Bluetooth e posto de condução. O banco do condutor é ajustável, assim como a coluna da direção. O volante multifunções é específico da MAN, assim como a animação exclusiva quando se liga a ignição. A posição de condução elevada e os espelhos exteriores de campo duplo garantem uma boa visibilidade da estrada e das condições de trânsito. Espaços para guardar objetos não faltam na cabina do MAN TGE, incluindo compartimentos por baixo do banco duplo do passageiro ou por cima do pára-brisas. Por outro lado, as costas do banco central podem ser transformadas numa prática mesa de apoio. Em termos de equipamento, a unidade ensaiada oferece uma dotação de série ajustada em função da procura, designadamente ar condicionado, rádio Bluetooth, airbag passageiro, assistente de ventos laterais, assisten-


5,98

M

COMPRIMENTO

11,3

M3

VOLUME ÚTIL

177

CV

MOTOR

te de travagem de emergência (Front Assist) e cruise control, assistente de arranque em subida. O teto alto e o volante multifunções são opcionais propostos por 1056 euros. No capítulo mecânico, a unidade ensaiada contava com a motorização 2.0 TDI de 177 cv que, em combinação com uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades, oferece elevado binário a baixos regimes, assim como uma rápida subida de rotação e grande elasticidade. Os consumos não são muito penalizados para um veículo que pesa em vazio mais de 2,2 toneladas, com o computador de bordo a indicar uma média combinada de 7,9 l/100 km. Em regime urbano, este valor pode subir para os 8,6 l/100 km. O MAN TGE Furgão Standard 3.180 está disponível com um preço de venda ao público a partir de 38.023 euros, oferecendo um nível de equipamento não muito completo, mas, ainda assim, aceitável, e um dos motores mais potentes do segmento./

7,0

L/100 KM

CONSUMO

MAN TGE FURGÃO STANDARD TETO ALTO 3.180 PREÇO 38.023€ (IVA incluído, unidade ensaiada) MOTOR 4 CIL; 1968 CC; 177 CV; 3.600 RPM BINÁRIO 410 NM TRANSMISSÃO DIANTEIRA, 6 VEL. Man PESO 2.137 KG COMP./LARG./ALT 5,98/2,04/2,59 M CONSUMO 7,0 (7,9*) L/100 KM EMISSÕES CO2 184 G/KM IUC 53,00€ *As nossas medições

MOTOR CONSUMOS OPCIONAIS PREÇO

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REPORTAGEM

CONGRESSO ANTRAM

ACORDOS E LEGISLAÇÃO O acordo com os sindicatos e a superação dos constrangimentos ao setor estiveram em destaque no 19.º Congresso da ANTRAM TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

validação do acordo de trabalho negociado com os motoristas pelos membros da Associação Nacional de Tra nspor tes Públicos Rodoviários de M e r c a dor i a s (ANTRAM) vai ficar para a história como um dos pontos mais marcantes do seu 19.º Congresso que se realizou no Centro de Congressos de Tróia. O acordo estabelece uma atualização de 11,1% na tabela salarial dos motoristas de pesados e nas principais cláusulas pecuniárias em, pelo menos, 4%. O novo contrato coletivo de trabalho autonomiza os capítulos relativos ao transporte nacional, ao internacional/ibérico e às matérias perigosas. O novo contrato prevê ainda o pagamento de todo o tempo de trabalho, incluindo o da disponibilidade. O 19.º Congresso da ANTRAM contou com a presença de António Mendes, presidente da Câmara Municipal de Grândola, na sessão de abertura, seguindo-se o primeiro painel, denominado “Transporte Rodoviário de Mercadorias – ultrapassar constrangimentos”. Neste painel foram discutidos os desafios futuros para a mobilidade europeia e do panorama europeu em matéria de transportes. O Pacote da Mobilidade, que estabelece o novo regulamento europeu para o transporte rodoviário de mercadorias, foi um dos assuntos abordados, designadamente a extensão do processo legislativo, que já vai em três anos. O diploma vai introduzir alterações significativas relativamente ao normativo legal atualmente em vigor, nomeadamente em matérias como às condições de acesso ao mercado e à atividade de transporte rodoviário internacional de mercadorias, incluindo a regulação da cabotagem, a aplicação das regras do destacamento dos trabalhadores no transporte

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internacional e a melhoria das condições sociais dos motoristas (tempos e condições de condução e repouso). A eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar, que integra a Comissão Parlamentar de Transportes e Turismo, explicou aos associados da ANTRAM que a complexidade na aprovação do processo legislativo, que envolve várias instituições da União Europeia – Parlamento Europeu, Comissão de Transportes e Conselho Europeu – “não permite criar leis de forma célere e simples”. A morosidade do processo legislativo não deixou de ser criticada pelo presidente da ANTRAM, Gustavo Paulo Duarte, referindo que “três anos é tempo demais!” Por sua vez, Ramón Valdivia, diretor-geral da ASTIC (uma das congéneres espanholas da ANTRAM), defendeu a adoção de uma “legislação europeia clara e simples para não dar azo a interpretações diferentes”, dando como exemplo o descanso semanal regular dos motoristas nas cabinas dos camiões, que deu origem a uma enorme controvérsia, acabando esta prática por ser proibida pelo Tribunal de Justiça. O diretor-geral da ASTIC pediu ainda regras estáveis em todo o espaço europeu. A propósito da descarbonização e da entrada de veículos em zonas de baixas emissões referiu não ser aceitável que um transportador “tenha de utilizar um camião elétrico para fazer entregas em Lisboa e que em Setúbal tenha de recorrer a um camião a gás natural para fazer o mesmo trabalho”. Sobre este assunto, Pedro Polónio, vice-presidente da ANTRAM, entende que falta “ouvir as empresas de transportes”, acrescentando que são “discriminadas porque são poluidoras”. Opinião diferente tem José Mourinho Marcelo, do IMT, que garantiu a existência de contactos regulares com as empresas de transportes a propósito do Pacote da Mobilidade. “Temos tentado envolver todas as associações nas res-

ESTREIA EM TRÓIA O 19.º Congresso da ANTRAM decorreu em Tróia e as marcas revelaram novidades


postas que temos vindo a dar às instituições europeias, designadamente ao nível da cabotagem e do repouso semanal”. O quadro do regulador português sublinha que “é um processo que já demora há muito tempo e ainda não se consegue ver a luz ao fundo do túnel”. FORTE PRESENÇA DAS MARCAS Como já é tradicional nestes eventos da ANTRAM, quase todas as marcas que comercializam pesados em Portugal, à exceção da Fuso e da Isuzu, estiveram presentes, procurando estar próximas dos seus clientes. Este

ano até houve uma estreia, a Ford Trucks, que não perdeu a oportunidade para dar a conhecer o Ford F-Max, o “Camião Internacional do Ano 2019”. A Iveco, por sua vez, também escolheu este evento para fazer a apresentação nacional do seu novo modelo de longo curso – S-Way – que vem substituir o Stralis. A assinatura do primeiro contrato foi igualmente levada a cabo à margem do evento. A MAN Truck & Bus Portugal apostou na gama pesada, com a exposição de duas unidades da gama TGX, e também na ligeira com a estreia nacional da versão elétrica do

comercial TGE, que esteve disponível para pequenos ensaios dinâmicos por parte dos congressistas. Na Scania e na Volvo Trucks, o foco esteve na tecnologia do gás natural liquefeito, com os modelos R 410 GNL e FH 460 LNG, respetivamente. A Mercedes-Benz fez-se representar pelo seu campeão de vendas Actros na versão Edition 1, enquanto a Renault Trucks tinha em exposição uma unidade da série especial T High Sport Racing. A DAF Trucks, através do seu concessionário ACRV, levou até Tróia uma unidade do XF Super Space Cab. /

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REPORTAGEM

WCONNECTA 2019

ENCONTRAR PARCEIROS A TODA A VELOCIDADE! Não há melhor local para encontrar parceiros de transporte de cargas! Em rápidas reuniões, milhares de negócios são postos de pé, muitos camiões se “enchem” de fretes e, em escassos minutos, faz-se o trabalho de muitos meses. É esse o segredo do sucesso da WConnecta! TEXTO SÉRGIO VEIGA

É

já o evento de referência para quem tem cargas para transportar encontrar quem o possa fazer. Ou para quem tem camiões encontrar cargas para levar ou “apenas” para completar os percursos em vazio, aumentando a rentabilidade de cada viagem. A WConnecta 2019 teve lugar em Barcelona, durante os dias conturbados na cidade catalã, mas nem isso afastou cerca de 700 profissionais do transporte e 260 empresas do evento agora com o selo do Grupo Alpega que agrega 70 mil empresas conectadas em rede, para que as rotas sejam mais eficientes. Embora tenha sido o primeiro ano da WConnecta aberto a clientes das outras bolsas de carga da Alpega (123Cargo/Bursa e Teleroute) e não em exclusivo à Wtransnet, na sequência da compra desta última pelo grupo francês, o esquema de funcionamento não se alterou. Tudo começa pelo “Speed Networking”, série de reuniões com um máximo de sete minutos durante duas sessões de hora e meia, em regime de rotação acelerada e em que são feitos um máximo de contactos exploratórios. Ao todo foram 5980! Reuniões já mais avançadas e previamente marcadas têm lugar na “Cargo Area” (houve cerca de 900), havendo ainda uma área de “Business Meeting Point” para encontros também com marcação e onde praticamente já se fecham negócios. “Queremos fornecer ferramentas às empresas transportadoras, é o que fazemos aqui e nas nossas plataformas”, explicou Fabrice Douteaud, chefe de operações para as bolsas de carga do Grupo Alpega. “Mais de 70 mil empresas de transportes usam as nossas ferramentas, além das três bolsas de carga que fazem parte do nosso grupo, com um total de 80 mil cargas por dia”. Há pouco mais de um ano

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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019

o Grupo Alpega comprou a Wtransnet (muito forte em Portugal e Espanha) que se tornou a sua terceira bolsa de carga. “Neste último ano trabalhámos para integrar a Wtransnet e esse processo está praticamente concluído para darmos as melhores opções aos nossos clientes. Queremos ser a melhor rede de transportes europeia, não necessariamente a maior, mas a melhor. Para isso vamos apreendendo os pontos fortes de cada uma das nossas bolsas de carga e, no caso da Wtransnet, é claramente a segurança”. TEMORES DE RETRAÇÃO Foi também por via dessa aquisição que o Grupo Alpega ficou à frente da WConnecta que ganhou agora um âmbito maior, por integrar todas as suas bolsas de carga. Por isso não está ainda definido onde se realizará a 11.ª edição, podendo ser mais no centro da Europa… “A WConnecta é a essência das bolsas de carga e o seu 10.º aniversário é a prova de que o conceito funciona”, referiu Verónica Rodriguez, diretora de marketing da WConnecta. “Porque, numa manhã, as empresas conseguem fazer um trabalho que poderia demorar meses a ser feito de forma tradicional”. Essa é uma das características que atrai empresas portuguesas, com a delegação lusa a

COM A AQUISIÇÃO DA WTRANSNET, O GRUPO ALPEGA PASSOU A INTEGRAR TODAS AS SUAS BOLSAS DE CARGA - 123CARGO/BURSA E TELEROUTE - NO WCONNECTA

ser das maiores, juntamente com as de Itália e Polónia, das que chegaram dos vinte países de fora de Espanha. Rui Toscano, da UETrans, empresa da região de Lisboa (Vialonga) já com trinta anos e repetente na WConnecta, explicou-nos as razões da… insistência: “Viemos conhecer mais parceiros, procurar novas soluções e sentir o que está a acontecer com o mercado. A edição do ano passado correu tão bem que decidimos voltar e conseguimos, de novo, muitas entrevistas e contactos. Este modelo é muito bom porque falamos com as pessoas que queremos e com pessoas com que não esperávamos, mas que, por vezes, nos obrigam a arranjar novas soluções, como nos sucedeu com uns colegas da Polónia”. A UETrans faz grupagem para toda a Europa e os seus responsáveis mostraram-se receosos pelo ambiente de alguma retração… “Percebemos que, afinal, as nossas preocupações em relação a este sector são iguais às dos espanhóis, franceses, italianos, polacos, é algo transversal a toda a Europa: há menos cargas e a confiança é menor, são preocupações comuns. Cabe-nos inventar novas soluções e encontrar os parceiros certos para isso”. Já Ricardo Alves, da Faria Alves Lda, estreou-se na WConnecta, mas mostrava-se satisfeito após uma manhã frutuosa no “Speed Networking”: “Vim para recolher uma série de contactos com transportadores e transitários que, com o trabalho que farei de seguida, espero que deem frutos. Parece que vamos ter negócios… Mas o mercado está cada vez mais complicado. Vim aqui na expectativa de encontrar algo que no futuro me permita pensar de forma mais positiva, para uma empresa familiar e pequena como a minha. Há muita concorrência e muitos ‘players’ no mercado, o que faz com que, enquanto os custos sobem, o preço a que se consegue vender o quilómetro seja cada vez mais baixo…”. /


RAPIDEZ A vantagem do "speed networking" é pôr clientes e transportadores em múltiplos contactos, em reuniões que se caraterizam pela rapidez, não demorando mais de sete minutos!

DEZEMBRO 2019 TURBO COMERCIAIS

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PERSPETIVA

MAN TRUCK & BUS

DAVID CARLOS COUNTRY MANAGER MAN TRUCK & BUS PORTUGAL

“VENDAS SÃO AGORA GERIDAS PELA MARCA” Com o objetivo de assegurar uma maior proximidade com o cliente, a MAN Truck & Bus Portugal assumiu a gestão direta das vendas na região sul, continuando o seu concessionário a assegurar o serviço de após-venda TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

MAN Truck & Bus Portugal procedeu a uma alteração na sua rede de distribuição em Portugal que entrou em vigor no início de novembro. A marca passou a ser responsável pelas vendas diretas aos clientes na região sul, enquanto o concessionário se dedica exclusivamente ao serviço de assistência após-venda. “As alterações inserem-se num plano estratégico desenvolvido pela marca que passa por uma maior proximidade aos seus clientes”, explica David Carlos, country manager da MAN Truck & Bus Portugal. “Com todas as evoluções registadas no negócio de veículos comerciais em termos de unidades comercializadas e de volume de serviços associados à venda sentimos a necessidade de efetuar esta reestruturação, cumprindo um dos desígnios da marca que é estar mais próxima dos seus clientes”, adianta o country manager da MAN. Em termos operacionais, a MAN Truck & Bus Portugal passa a assegurar as vendas na região sul do País, de Leiria até ao Algarve, alargando a cobertura geográfica direta, uma vez que, até agora, já tinha responsabilidade pela comercialização de veículos na região centro, isto é, de Leiria até ao Porto. Por sua vez, o concessionário Hydraplan, que tinha vendas e após-venda, passou a dedicar-se exclusivamente ao após-venda, nas suas oficinas de Alverca e Loulé. A comercialização de veículos na região norte continua a ser feita pelo concessionário TAR Braga. “Esse vai ser o único concessionário de vendas e após-venda da marca em Portugal Continental”, afirma David Carlos. “Desde o início de novembro que a rede se dedica exclusivamente ao após- venda, cabendo à marca a gestão direta das vendas”, acrescenta.

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“Para a MAN Truck & Bus Portugal, este é um passo muito importante, que obriga a uma profunda transformação estrutural da própria organização. Tivemos de fazer tudo de novo como contratar pessoas e montar toda uma rede comercial para estarmos mais próximos dos clientes”, refere David Carlos. PREPARAR O FUTURO A dimensão do mercado nacional e a introdução de novas soluções tecnológicas que exigem a transmissão de informação ao cliente de forma mais rápida são alguns dos motivos apontados para esta alteração na estrutura da marca no nosso país. “Se pensarmos num fabricante tradicional faz todo o sentido que a distribuição seja efetuada pela rede de concessionários. Contudo, como estamos num mercado muito pequeno e extremamente competitivo, consideramos que podemos proporcionar mais valor ao negócio, sendo nós a comercializar diretamente as viaturas”, adianta David Carlos, country manager da MAN Truck & Bus Portugal. Para o cliente, a principal vantagem desta alteração está relacionada com a possibilidade de toda a informação relativa às inovações tecnológicas e de produto poderem ser transmitidas diretamente pelos consultores comerciais. “O nosso objetivo é encurtar o caminho entre a marca e o transportador, especialmente numa altura em que se aposta muito na conectividade e na telemática. Tudo isto tem de ser 'passado' aos nossos clientes porque o negócio atualmente consiste na venda da viatura e dos serviços associados”, adianta David Carlos. A eletromobilidade e o lançamento de produtos tecnologicamente mais avançados são outros dos factores que levaram a MAN Truck & Bus Portugal a avançar com a esta alteração da sua rede de distribuição. “Consideramos que a


abordagem ao mercado está em transformação, especialmente com a introdução a curto prazo de camiões elétricos e de comerciais elétricos. Por isso, temos de transmitir aquilo que produzimos e comercializamos ao nosso cliente e ser cada vez mais um parceiro de negócio. Para a própria marca, isto também é um canal duplo porque nos permite receber informação por parte do cliente, o que é importante para os nossos colegas da fábrica terem mais ideias de desenvolvimento”, sublinha o responsável. Relativamente à eletrificação, a marca alemã está a apostar nos comerciais ligeiros e nos pesados, estando nos seus planos a implementação de projetos-piloto junto de clientes selecionados. “Com a eTGE estamos mais avançados neste domínio porque o mercado é mais

recetivo nos comerciais ligeiros à mobilidade elétrica”, sublinha David Carlos. “No que diz respeito aos camiões elétricos, designadamente aos chassis (rígidos) de distribuição de 26 toneladas já temos alguns protótipos a serem testados em clientes, não existindo nada de concreto do ponto de vista comercial. Existem alguns passos que ainda têm de ser dados nos camiões elétricos, quer do nosso ponto de vista enquanto prestadores de serviços, quer dos nossos clientes enquanto utilizadores, nomeadamente no que se refere aos carregamentos das baterias”. OBJETIVO DE PROXIMIDADE Em termos de presença no mercado nacional de camiões, o plano estratégico da MAN

passa pela obtenção de uma taxa de penetração na ordem dos 12%. “Enquanto marca não queremos fazer muito mais do que fizemos até hoje. Mais importante do que a quota de mercado é o nosso objetivo de proximidade com o cliente”, refere David Carlos, country manager da MAN Truck & Bus Portugal. “Temos uma estratégia de volume que é para ser mantida e este ano queremos ultrapassar vendas de 700 unidades nos camiões”. O responsável sublinha que num mercado como o português, o resultado de um concurso lançado por uma grande empresa pode ter um efeito significativo na quota de mercado. “Por isso, estamos focados em atingir os volumes de vendas com que nos comprometemos com os nossos colegas da produção na

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PERSPETIVA

MAN TRUCK & BUS

PROXIMIDADE COM O CLIENTE As alterações introduzidas pela MAN visam assegurar uma maior proximidade entre a marca e o cliente, explicou-nos o country manager da MAN Portugal, David Carlos

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Alemanha”, acrescenta o country manager da MAN em Portugal. Por outro lado, o volume de vendas de camiões novos no mercado nacional também está a ser influenciado pelas matrículas efetuadas por empresas estrangeiras, apesar de o negócio ter sido realizado noutro país. “Isso distorce o mercado”, afirma David Carlos. “Além disso, transmite uma leitura errada aos operadores e ao próprio Estado relativamente à atividade dos veículos comerciais. Não são negócios feitos em Portugal, sendo apenas matrículas feitas no nosso país. Felizmente ou infelizmente, não temos situações dessas na MAN”, refere o country manager da marca alemã. “Todavia, quando é necessário olhar para o mercado e perceber se está numa tendência de subida ou descida, assim como a necessidade de ajustamento dos planos, as leituras do nosso mercado não são reais”. Relativamente à evolução do mercado, o country manager da MAN em Portugal refere que está a registar uma alguma retração. “Em entregas e facturação isso ainda não aconteceu porque estamos a falar de encomendas planeadas”, esclarece David Carlos. “Sentimos, no entanto, alguma instabilidade nos nossos clientes, fruto de fatores como a falta de motoristas ou a entrada de operadores internacionais no mercado nacional que degradam as condições de negócio”. SUCESSO NA TGE Um desafio importante para a marca foi a entrada no segmento dos comerciais de grandes dimensões – furgões, combis e chassis-cabina – com o modelo MAN TGE. Segundo afirma David Carlos, country manager da MAN Truck & Bus Portugal, a carreira comercial da TGE está a ser um caso de sucesso: “Não nos podemos esquecer de que a MAN era, até há pouco tempo, uma marca que se dedicava exclusivamente ao negócio de camiões e autocarros”. O responsável sublinha que a marca teve a “sorte de conquistar alguns clientes interessantes, que nos dão uma resposta muito positiva”. O country manager da MAN em Portugal adianta que a marca também não tem uma “ambição desmedida” neste segmento, mas pretende cumprir o plano estratégico de entrega de volumes. “Temos dois tipos de clientes na TGE: grandes frotistas e utilizadores individuais. Ambos estão encantados com este modelo e a receção está a ser bastante positiva”, garante David Carlos. Na gama TGE, a gestão das vendas também passou a ser efetuada diretamente pela MAN Portugal. “A introdução da versão elétrica deste modelo também exige um maior empenho da marca na transmissão de informação ao cliente, pelo que também apostámos na comercialização direta”, sublinha David Carlos. /

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NOVIDADES

FORD TRUCKS

OBJETIVO É CHEGAR AOS 5% O mercado de pesados em Portugal passou a contar com uma nova marca, a Ford Trucks, que ambiciona chegar aos de 5% de quota. As primeiras unidades já foram vendidas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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ela primeira vez. nos últimos 30 anos. foi lançada uma nova marca de camiões em Portugal. Trata-se da Ford Trucks, que ambiciona conquistar uma quota de mercado de cinco por cento nos próximos cinco anos, no segmento de pesados de mercadorias com peso bruto acima das 16 toneladas. Em termos de volume, isto representa vendas anuais superiores a 200 unidades. A Ford Trucks é representada no nosso país pela OneShop, empresa detida pela Hydraplan, que já tem uma experiência acumulada na comercialização e assistência de veículos pesados da marca MAN, de comerciais ligeiros Volkswagen e de automóveis Mazda. A operação da OneShop já arrancou com a inauguração das instalações

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de Alverca, estando prevista o alargamento da rede oficial a mais quatro concessionários: Leiria e Porto em 2020, seguindo-se o Algarve e Viseu em 2021. O investimento total é de quatro milhões de euros, metade para o arranque da operação em Portugal e o restante para o desenvolvimento da rede no mercado nacional. Baseada na Turquia, a Ford Trucks resultou de uma joint-venture entre a Ford Motor Company e o Koc Group. “A relação entre as duas empresas teve início na década de ’30 do século passado, com um acordo de distribuição de veículos da marca norte-americana para o mercado turco”, refere Sinan Kayhan, diretor de operações da Ford Trucks para Portugal e Espanha. “A relação aprofundou-se entre as duas partes, tornou-se mais estreita e, na década de ’60, foi alargada à atividade industrial, com a produção de veículos da Ford na Turquia, in-

cluindo camiões da série F600 e mais tarde da gama Cargo”. A relação evoluiu para uma joint-venture em 1997, que se traduziu no reforço da atividade industrial e no investimento num centro de desenvolvimento para veículos comerciais na Europa, que passou a ser o maior da Ford na Europa. No final da década de ’80, a Ford decidiu abandonar o negócio de camiões na Europa, mas o seu parceiro turco manteve a produção local e iniciou o desenvolvimento de novos produtos, incluindo o Ford F-Max, eleito Camião Internacional do Ano 2019. “Temos um grande orgulho no progresso alcançado nos últimos 30 anos”, sublinha Sinan Kayhan. Atualmente, a gama da Ford Trucks é bastante completa, indo desde os tratores até aos modelos rígidos, abrangendo todos os segmentos do transporte rodoviário de mercadorias:


longo curso, transporte regional, construção, distribuição, veículos para aplicações municipais e bombeiros. PORTA DE ENTRADA NA EUROPA O mercado português foi a porta de entrada na Europa Ocidental, seguindo-se a Espanha e a Itália. “No âmbito da nossa estratégia tentamos escolher os mercados que parecem ser mais interessantes para iniciarmos a nossa expansão na Europa Ocidental”, afirma Sinan Kayhan. “Após uma profunda análise optámos pela Península Ibérica porque estabelece a ligação entre as nossas redes na Europa Central e no Norte de África. Em termos logísticos, a Península Ibérica é uma 'ponte' entre África e o Norte da Europa e constitui uma plataforma para o nosso negócio, graças aos seus portos e às rotas comerciais entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Por outro lado, também procurámos investir em mercados estáveis e fiáveis, como o português, que apresenta um volume de vendas anual entre 4000 a 4500 unidades”, esclarece o diretor de operações da Ford Trucks para Portugal e Espanha. Para implantação no mercado nacional, a aposta vai passar “pela proximidade” com os clientes, refere Bruno Oliveira, diretor-geral da Ford Trucks Portugal. “Queremos ser um parceiro e não um fornecedor tradicional. Queremos partilhar o negócio e a experiência”, sublinha o responsável. “Arrancamos a nossa operação com o Ford F-Max, que constituirá a nossa maior percentagem de vendas da nossa gama, mas estamos presentes em todos os segmentos acima das 16 toneladas. Queremos entrar em nichos como bombeiros e municípios. Vamos crescer de forma estruturada, passo a passo”. /

PRIMEIRAS UNIDADES VENDIDAS EM PORTUGAL A Ford Trucks já “fechou” mais de dezena e meia de contratos em Portugal. A primeira unidade foi um Ford F-Max, adquirido pela empresa Calimerro Transportes, de Vila Franca de Xira. Este veículo também foi o primeiro a ser vendido na Península Ibérica e na Europa Ocidental. Para assinalar esta estreia da marca foi entregue uma placa comemorativa ao gerente da Calimerro Transportes, Hugo Cardoso, no final da cerimónia de apresentação da Ford Trucks em Portugal e das suas instalações

em Alverca. O acto de entrega da placa contou com a participação de Sinan Kayhan, diretor de operações para Portugal e Espanha, Bruno Oliveira e António Legas, respetivamente diretor-geral e diretor comercial da OneShop. “Estamos a arrancar com um grande investimento em recursos humanos e com uma equipa mais de 20 anos de experiência no setor automóvel, nomeadamente nos pesados. Isso dá-nos garantias de fazermos um bom trabalho”, referiu Bruno Oliveira.

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NOVIDADES

SCANIA AXL

AUTÓNOMO E SEM CABINA Para operação em minas e grandes estaleiros, a Scania projetou o protótipo de um camião totalmente autónomo e sem cabina: o AXL

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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

omo resposta ao protótipo Vera da Volvo Trucks, a Scania desenvolveu igualmente um novo camião totalmente autónomo e sem cabina. Construído com base no tradicional sistema modular da marca sueca, o AXL distingue-se pelo seu novo módulo na parte frontal que substitui a cabina tradicional, mas mantém um design com a assinatura típica dos veículos da Scania. O design do veículo procura fazer a integração entre o módulo frontal e a caixa basculante, assegurando um equilíbrio entre formas e proporções. “Dispomos já de camiões autónomos nas operações com clientes. No entanto, até agora, os veículos continuavam a ter espaço para um motorista que tem a possibilidade

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de intervir em caso de necessidade. O Scania AXL não tem cabina e isso faz mudar tudo”, comenta Claes Erixon, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Scania. “O desenvolvimento de veículos autonómos tem registado grandes avanços nos últimos anos. Ainda não temos as respostas todas, mas através de veículos como o Scania AXL abrimos novos horizontes e continuamos a aprender a toda a velocidade”, acrescenta o responsável. Concebido para serviços de transporte em minas e em grandes estaleiros – ambientes favoráveis à utilização de veículos autonómos – o Scania AXL recebeu um software avançado que possibilita um comando remoto e à distância. O protótipo do primeiro camião totalmente autónomo e sem cabina da Scania vem equipado com sistemas de câmaras, de radar, de lidar e GPS.

“Em termos de software, o maior desafio foi assegurar que o camião é suficientemente seguro para ser conduzido sem volante. Este último constitui sempre uma precaução, permitindo ao condutor intervir se alguma coisa correr mal. Se não houver volante, o sistema tem pura e simplesmente de funcionar na perfeição”, afirma Magnus Granström, engenheiro de desenvolvimento de sistemas autónomos da Scania. O PODER DO SOFTWARE A substituição do olho humano e da capacidade do cérebro humano para processamento de imagens baseadas na visão por software foi um dos grandes desafios que os engenheiros da Scania tiveram de resolver no desenvolvimento do protótipo AXL. Geralmente, os veículos autónomos recor-


INTEGRAÇÃO COMPLETA O design do Scania AXL procura fazer a integração entre o módulo frontal de um camião de construção e a caixa basculante

O SCANIA AXL DISTINGUE-SE PELO NOVO MÓDULO DIANTEIRO QUE VEIO SUBSTITUIR A CABINA TRADICIONAL rem à informação transmitida pelas câmaras e pelo radar. Apesar da fiabilidade dos sensores, a resolução é muitas vezes insuficiente para identificar à distância peões e pequenos objetos. A câmara oferece um nível suficiente de detalhe e uma boa perspetiva, mas requer um software poderoso para converter as imagens 2D do ambiente em 3D. Para aumentar a fiabilidade do sistema é necessário recorrer a um sensor adicional,

denominado lidar, que permite a deteção de luz, assim como o seu alcance. Este sistema permite complementar os dados recolhidos pela câmara e pelo radar, possibilitando a obtenção de uma informação mais precisa. O sistema introduzido no Scania AXL foi concebido para ir de encontro às necessidades operacionais das minas. “O sistema ainda não está preparado para as ruas, mas já é suficientemente inteligente para ser utilizado em minas”, afirma Magnus Granström, engenheiro de desenvolvimento de sistemas autónomos da Scania. O olho humano não pode ser substituído com facilidade, mas é possível obter uma boa perspetiva do ambiente circundante com o recurso a sensores. “Neste caso, vemos o que necessitamos de ver”, explica Granström. “A condução numa mina é relativamente simples e

previsível. Para condução num ambiente mais dinâmico e menos previsível é necessário mais trabalho”, realça o responsável. Para os engenheiros da Scania, uma das dificuldades que enfrentaram foi determinar a complexidade do sistema, que exige um equilíbrio entre a oportunidade de desenvolver um sistema mais genérico para muitas aplicações e a fiabilidade necessária para a indústria mineira. “O Scania AXL não será o mais adequado para uma utilização urbana, mas atendendo ao ambiente controlado e às missões planeadas, é suficientemente inteligente”, refere Magnus Granström. No capítulo mecânico, o Scania AXL recebe um motor de combustão que também constitui um exemplo entre a tecnologia tradicional e as novas tecnologias, já que é alimentado por um combustível renovável, o biofuel. /

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NOTÍCIAS

PESADOS

TRANSPORTE MAGALHÃES & BRUNO

APOSTA NO IVECO STRALIS XP 460

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frota da empresa Transportes Magalhães & Bruno (TMB) passou a contar com 16 novos camiões Iveco Stralis XP 460 com cabina Highway, que se destinam ao circuito ibérico. Os veículos foram entregues numa cerimónia realizada em Castanheira do Ribatejo, que contou com as presenças, entre outros, de José António Magalhães, administrador da TMB, e Sandra Resende, diretora-geral da Iveco Portugal. As cabinas dos camiões estão preparadas para transporte de longo curso e estão equipadas com duas camas de elevado conforto, dois frigoríficos (com capacidade de 50 litros e 25 litros, repetiva-

mente), ar condicionado de parque integrado, alternadores inteligentes, caixa automatizada de 12 velocidades HiTronic, com funções EcoSwitch, EcoFleet e EcoRoll, Active Cruise Control, sistema de manutenção na faixa de rodagem. A TMB é um dos clientes mais antigos da Iveco em Portugal e a quase totalidade da sua frota pesada é constituída por veículos da marca italiana. Esta foi a segunda aquisição de camiões Iveco Stralis XP 460. A primeira ocorreu em 2017, com a integração na frota de 20 unidades. “Fomos um dos primeiros transportadores portugueses a acreditar no produto e nas pessoas que representam a marca”, afirma José

António Magalhães, administrador da TMB. “O Stralis XP 460 tem dado boas provas em termos de fiabilidade e de consumo de combustível, pelo que voltamos a apostar neste modelo. Acreditamos que este é o tipo camião ideal em função do serviço que fazemos e da assistência disponibilizada pela marca”. Para a Iveco Portugal, a opção nos produtos da marca de empresas como a TMB “é extremamente importante”, refere Sandra Resende, adiantando que é um “privilégio continuarem a apostar em nós e esperamos estar sempre à altura das expectativas e das necessidades dos nossos clientes”. /

SCANIA V8

SÉRIE ESPECIAL ASSINALA 50.º ANIVERSÁRIO

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ara comemorar o 50.º aniversário do lançamento da primeira geração do motor V8, a Scania desenvolveu a série limitada V8 50, que oferece uma decoração exclusiva alusiva à efeméride. O pacote especial inclui faixas na cabina e o logótipo clássico V8 de 1969 na pala do sol e nas paredes laterais. Outros pormenores incluem a aplicação do mesmo logótipo clássico do V8 nos guarda-lamas e nos tampões das rodas. O pacote oferece ainda uma luz especial de boas-vindas, que projeta no chão o

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logótipo da Scania quando o condutor abre a porta do camião. A mais recente geração do motor V8 foi introduzida no mercado em 2017 e constitui a resposta da Scania às exigências do ponto de vista da sustentabilidade e à tendência para camiões com maior peso bruto e mais longos, que melhoram substancialmente o desempenho de dióxido de carbono por tonelada/quilómetro transportada. Os motores V8 Euro 6 são propostos em níveis de potência de 520, 580, 650 e 730 cv.


LISBOA REFORÇA FROTA DE HIGIENE URBANA

HYUNDAI

CAMIÕES FUEL-CELL NA SUÍÇA

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o abrigo de um acordo estabelecido entre a Hyundai e a associação H2 Mobility, para o alargamento da tecnologia da célula de combustível ao setor dos veículos comerciais pesados, serão introduzidos os primeiros 50 camiões fuel-cell Hyundai H2 XCIENT na Suíça em 2020, estando previsto o fornecimento de uma frota de 1600 camiões até 2025. Desenvolvido de acordo com as especificações europeias, o Hyundai H2 XCIENT será equipado com uma célula de combustível de 190 kW, dividido em dois módulos ligados em paralelo. O hidrogénio que alimenta a célula de combustível será armazenado em sete depósitos, cada um com capacidade para 35 quilos. A autonomia deste veículo é de aproximadamente 400 km.

O combustível será fornecido pela Hydrospider, uma joint-venture estabelecida entre a Alpiq, H2 Energy e Linde para a produção, armazenamento e comercialização de hidrogénio “verde”. A partir do final do ano, o hidrogénio será produzido numa fábrica de electrólise localizada na estação hidroelétrica da Alpiq em Gösgen. A parceria entre a Hyundai e a Hydrospiler tem o objetivo de criar o primeiro ecossistema industrial do hidrogénio com operadores de abastecimento, operadores logísticos e parceiros comerciais na Suíça e em outros países europeus. A Hyundai, a Hydrospiler e a Associação H2 Mobility da Suíça estão a desenvolver uma infraestrutura conjunta de soluções de mobilidade para camiões fuel-cell.

FUSO E-CANTER

PRIMEIRO MILHÃO DE QUILÓMETROS

A

frota de testes em clientes do Fuso e-Canter já percorreu mais de um milhão de quilómetros com emissões zero, o que corresponde a 25 vezes a volta ao Mundo ao nível do equador. A Mitsubishi Fuso Truck & Bus Corporation, detida pela Daimler, disponibilizou 150 unidades do camião elétrico que se encontram em operação em condições reais em cidades como Nova Iorque, Tóquio, Berlim, Londres, Amesterdão, Paris e Lisboa. Com uma autonomia mínima de 100 quilómetros, este chassis-cabina com peso bruto de 7,49 toneladas percorre, em média, entre 30 a 80 quilómetros por dia, satisfazendo as necessidades da maioria das operações de distribuição urbana.

Atualmente, os engenheiros da Daimler estão a recolher dados e informações relativos à operação diária do veículo ao nível de perfis de rota e de carregamento. A informação é depois transmitida à equipa de desenvolvimento da próxima geração do Fuso eCanter. O veículo é produzido nas fábricas de Kawasaki (Japão) e Tramagal (Portugal).

A Câmara Municipal de Lisboa investiu cinco milhões de euros na aquisição de 30 novos camiões Volvo FM que se destinam à renovação da sua frota de Higiene Urbana. Os novos veículos do serviço de remoção de resíduos sólidos urbanos têm uma capacidade de 16 m 3 e estão preparados a o manuseamento de 90 a 1100 litros, aumentando a capacidade de recolha de lixo na capital. Os novos camiões permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono em cerca de 80%, em comparação com os veículos anteriores.

XPO LOGISTICS INVESTE EM CAMIÕES A GÁS A XPO Logistics adquiriu cem camiões Iveco Stralis NP Euro 6, que serão utilizados na rede de transportes de mercadorias em palete em França, designadamente nas regiões de Lyon e Paris, bem como no Sudoeste e Norte. A nova frota vai permitir a redução da pegada ecológica dos seus serviços de transporte. Os camiões Stralis Natural Power funcionam com uma combinação de gás natural liquefeito e comprimido para gerar menos emissões de NOx e reduzir o ruído.

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NOTÍCIAS

PESADOS

HUB TECNOLÓGICO DA DAIMLER

IVECO S-WAY

JLS ADQUIRE PRIMEIRA FROTA

À

margem do 19.º Congresso da ANTRAM, realizado em Tróia, a JLS e a Iveco Portugal assinaram um protocolo para o fornecimento da primeira frota de camiões S-Way em Portugal. Na cerimónia estiveram presentes José Lopes de Sousa e Nelson Sousa, administradores da JLS, e Sandra Resende, diretora-geral da Iveco Portugal. A opção da empresa de transportes rodoviários de Mangualde recaiu no modelo com motorização diesel de 460 cv. A JLS opera no mercado nacional e internacional nos segmentos de cargas completas, porta-a-porta e logística. Desenvolvido em função das necessidades do motorista e do proprietário da empresa de transportes, o Iveco S-Way vem substituir o anterior Stralis, distinguindo-se pela cabina

totalmente nova que apresenta um estilo dinâmico. Todos os elementos do novo design permitiram melhorar o desempenho aerodinâmico e reduzir o consumo de combustível. O novo Iveco S-Way oferece novos níveis de conectividade, graças à nova e avançada Connectivity Box, que recolhe, processa e troca dados em tempo real. O dispositivo assegura uma comunicação direta com a Sala de Controlo da Iveco em Itália que consegue identificar alertas desencadeados por códigos remotos de diagnóstico. Os técnicos da Iveco entram depois em contacto com a empresa para a resolução da anomalia. O novo sistema de conectividade permite ainda uma ligação permanente ao veículo dos motoristas e proprietários através do portal e app MyIVECO. /

ELETROMOBILIDADE

CNH INDUSTRIAL INVESTE NA NIKOLA

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CNH Industrial vai investir 250 milhões de dólares no capital da Nikola Corporation, tendo assinado um acordo de parceria estratégica com a empresa norte-americana para acelerar a industrialização de camiões elétricos (a célula de combustível e a bateria), destinados à América do Norte e à Europa. Os camiões desenvolvidos pela Nikola Corporation serão os primeiros entrar em produção. A Iveco e a FPT Industrial vão ajudar na engenharia e na qualidade de produção na industrialização dos camiões elétricos fuel-cell e a bateria da Nikola. A empresa americana contribuirá com as suas tecnologias para esta joint-venture, com destaque para as células de combustível, eixos elé-

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tricos, inversores, suspensão independente, armazenamento de hidrogénio a bordo, acesso a uma rede de abastecimento de hidrogénio. O projeto prevê a industrialização do Nikola Two, bem como a integração da tecnologia Iveco S-Way para camiões Nikola Tre com cabina avançada para os mercados norte-americano e europeu.

O hub tecnológico criado pela Daimler Trucks & Buses em Lisboa recebeu a designação tb.lx, tendo sido nomeado Christian Lessing para o cargo de CEO. A empresa foi criada para melhorar a competência tecnológica da Daimler Truck & Buses e facilitar iniciativas globais na área da conectividade. Por outro lado, permite o reforço da colaboração com as marcas globais da Daimler, parceiros externos globais, cidades, startups e comunidades tecnológicas para construir um ecossistema tecnológico nos transportes.

ESLOVÁQUIA VENCE OPTIFUEL CHALLENGE 2019 Frantisek Oravec, motorista e diretor da empresa eslovaca com o mesmo nome, foi o vencedor da final da quinta edição do Optifuel Challenge 2019, que se realizou em Lyon. Organizada pela Renault Trucks, a competição contou com 25 finalistas que enfrentaram o desafio constituído por um exame teórico e um teste prático de estrada, realizado a bordo de um camião. O concorrente português Carlos Papeleira, da empresa Ribercer, terminou na 21.ª posição.


SANTOS E VALE COM CONDUÇÃO PREDICTIVA

DAIMLER TRUCK AG

NOVA ESTRUTURA CORPORATIVA

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Grupo Daimler implementou uma nova estrutura corporativa no início de novembro que estabeleceu a separação das divisões de negócio de veículos ligeiros (passageiros e comerciais) e de pesados (camiões e autocarros) e a criação de duas subsidiárias detidas pela holding Daimler. Todas as atividades de camiões e autocarros passaram a estar reunidas na nova Daimler Truck AG, que possui mais de 35 localizações espalhadas por todo o Mundo, cerca de cem mil colaboradores e sete marcas de veículos (Mercedes-Benz, Freightliner, Fuso, Setra, Western Star, Thomas Built Buses e BharatBenz). Esta nova subsidiária da Daimler passa a ser um dos maiores fabricantes de viaturas pesadas do Mundo.

Com a nova estrutura foi lançado igualmente um novo website, acessível em http://www. daimler-truck.com, que permite a pesquisa rápida e detalhada de informações relacionadas com tópicos estratégicos, assim como às notícias mais recentes sobre a empresa. “Com o novo site oferecemos a todos os visitantes a oportunidade de aceder a informação detalhada sobre a Daimler Truck AG. Seja através de navegação casual ou uma procura específica na área de notícias, toda a informação pode ser facilmente encontrada”, explica Florian Martens, responsável de comunicação global Trucks & Buses. “Recomendo, particularmente, a secção ‘What drive us’ para os nossos visitantes. Os nossos clientes são o foco. São eles que mantêm o mundo em movimento e nós trabalhamos para eles”, acrescenta.

IVECO

THOMAS HILSE É O NOVO PRESIDENTE

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homas Hilse assumiu o cargo de presidente da Iveco, no início de novembro. As suas responsabilidades incluem a gestão global de produtos, vendas, marketing e desenvolvimento de rede da marca italiana. Os principais desafios serão a consolidação do posicionamento da marca e a sua expansão em termos de presença nos mercados globais. O novo presidente da Iveco dispõe de uma experiência de 22 anos na indústria de camiões, autocarros e veículos comerciais, baseada nos vários cargos de gestão internacional desempenhados em diferentes marcas na Europa, América do Norte, América Latina e Sudeste Asiático. As suas funções abrangeram áreas como vendas, desenvolvimento de negócio, apoio ao cliente e planeamento de produtos.

A Santos e Vale integrou na sua frota uma aplicação móvel para permitir a redução até 20% das emissões de dióxido de carbono. A nova solução tecnológica possibilita a análise de dados em tempo real e algoritmos de “machine learning” com o objetivo de fornecer instruções aos motoristas de camião – num formato semelhante ao das aplicações de navegação – para melhorarem a sua condução. Até final de 2019, a empresa conta ter já grande parte da frota inserida neste projeto.

VOLVO INICIA VENDA DE CAMIÕES ELÉTRICOS A Volvo Trucks anunciou o início da comercialização de versões elétricas de camiões das gamas Volvo FL e Volvo FE em alguns mercados europeus (Suécia, Noruega, Alemanha, Suíça, França e Holanda), respondendo à crescente procura de soluções de transporte sustentáveis para os centros urbanos. Os veículos estarão vocacionados para aplicações como distribuição, recolha de resíduos ou outras missões citadinas. A produção em série está prevista para março de 2020.

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NOVIDADES

BUSWORLD 2019

ALTERNATIVAS PARA A SUSTENTABILIDADE A eletrificação e a sustentabilidade no transporte público estiveram em destaque na 25.ª edição do Busworld, realizado em Bruxelas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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mais importante certame europeu dedicado à indústria do autocarro – Busworld – decorreu, pela primeira vez nas suas 25 edições, em Bruxelas. Que, assim, sucedeu à pequena cidade de Kortrijk (Courtrai), cujo pavilhão de exposições se tornou exíguo para receber um número crescente de fabricantes de autocarros e carroçarias, fornecedores e visitantes. A decisão de deslocalizar o certame para

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Bruxelas levou em conta factores como a proximidade de um aeroporto, a oferta hoteleira na capital belga e a disponibilidade de uma rede ampla de transportes públicos. Por outro lado, o Brussels Expo dispõe de todo o espaço necessário pretendido pelos expositores e possui ainda uma generosa margem para crescimento futuro. A 25ª edição do Busworld ocupou uma área total de 79 mil metros quadrados, distribuídos por nove pavilhões. O evento contou com a adesão de 75 fabricantes de autocarros e carroçarias que tiveram em exposição 310 veículos, além

de outros 42 disponibilizados no exterior, para testes de condução. No total estiveram presentes 510 expositores de 39 países. A Turquia, que possui uma forte indústria no setor dos autocarros, foi o país com maior número de representantes (96), seguindo-se a Alemanha (54) e a China (54). Esta edição contou ainda com a estreia de 150 fornecedores. O principal fabricante europeu de autocarros – a Daimler Buses – aproveitou o certame para expor todo o seu portefólio de produto das marcas Mercedes-Benz e Setra, desde urbanos de piso baixo até viaturas de turismo


ESTREIAS A edição de 2019 do Busworld contou com várias estreias mundiais de marcas como a Volvo Buses, VDL, CaetanoBus, MAN ou Otokar

e longo curso. Um dos destaques era a gama urbana Citaro, que já registou mais de 55.555 unidades produzidas desde o lançamento da sua primeira geração. O veículo que assinalou este marco histórico foi o eCitaro – a versão totalmente elétrica, equipada com um eixo portal elétrico e com motores elétricos nos cubos das rodas. A 25.ª edição do Busworld também assinalou a estreia do Mercedes-Benz Sprinter Travel 75, com chassis baseado no Mercedes-Benz Sprinter, mas com estrutura de miniautocarro. O compartimento de passageiros recebe 18

bancos, oriundos do modelo Tourismo. Para serviços urbanos e interurbanos, a marca alemã reforçou a sua gama com os modelos Sprinter City 45 e Sprinter Transfer 45. A marca Setra, por sua vez, tinha em exposição unidades dos modelos MultiClass 400, ComfortClass 500 e TopClass 500. O Busworld 2019 também foi o cenário escolhido para a entrega dos prémios “Autocarro de Turismo do Ano 2020” e “Autocarro Seguro”, conquistados pela MAN com os modelos Lion’s Coach e Lion’s City, respetivamente. O certame serviu ainda para a marca alemã apresen-

tar a versão totalmente elétrica do seu autocarro urbano. REGRESSO DA CAETANOBUS Esta edição assinalou igualmente o regresso da portuguesa CaetanoBus ao Busworld, onde apresentou, pela primeira vez, a versão a hidrogénio do seu autocarro City Gold, com tecnologia fuel-cell da Toyota. Outro destaque era o modelo elétrico e.City Gold, que está disponível em versões com 10,7 metros e 12 metros, com duas ou três portas e motor de 180 kW. Na Volvo Buses, a principal novidade consistia

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NOVIDADES

BUSWORLD 2019

na versão articulada do urbano 7900 Electric, disponível em dois comprimentos exteriores (18,0 e 18,7 metros) e capacidade até 150 passageiros. O seu consumo de energia é inferior em mais de 80 por cento, comparativamente com um autocarro diesel equivalente. O número de baterias depende do tipo de operação do cliente. O carregamento pode ser efetuado em estações de carga rápida ao longo da carreira (OppCharge) ou através de um cabo com ficha de alimentação Combo2/CCS. Por seu lado, a Scania também apostou na eletromobilidade e apresentou o autocarro Citywide BEV com 12 metros e motor elétrico de 300 kW. O construtor sueco refere que o seu sistema de arrefecimento por spray de óleo para o motor permite a operação em ambientes acidentados e quentes, pois não existem limitações de binário. As baterias foram divididas, estando quatro instaladas no tejadilho e as restantes quatro na consola traseira. A autonomia situa-se entre os 80 km e os 150 km. A Solaris Bus & Coach reservou três novidades para o Busworld 2019: Urbino 18 Electric, Urbino 12 hydrogen e o Trollino 24. Este último carateriza-se pela sua plataforma bi-articulada, comprimento exterior de 24 metros e capacidade para transportar até 215 passageiros. O fabricante polaco, detido pelos espanhóis da CAF, também aposta na tecnologia da célula de combustível e tinha em exposição uma versão do Urbino de 12 metros que pode percorrer até 350 quilómetros entre reabastecimentos. A VDL Bus & Coach revelou a versão de piso semirrebaixado (low-entry) do Citea Electric, vocacionada para serviços suburbanos e regionais, contando para o efeito com uma bateria de 288 kWh. A marca holandesa estreou ainda o Citea LLE Diesel, um urbano projetado para diminuir ao máximo a pegada de carbono com a tecnologia diesel Euro 6.

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Os turcos da Otokar lançaram a nova geração do modelo Territo, que foi projetado em função das necessidades dos clientes. Trata-se de um veículo multiusos, já preparado para receber motores a gás natural e disponível em várias alturas de piso. A primeira versão desta gama está vocacionada para transporte escolar, podendo ser operado em carreiras de curta e média distância. DOIS PISOS Os espanhóis da Unvi levaram até Bruxelas o novo autocarro aberto de dois pisos que foi construído para a empresa Open Tour, detida pela RATP, e se destina a circuitos turísticos “hop on, hop off” em Paris. O autocarro de 12 metros de comprimento e quatro metros de altura foi carroçado com base num chas-

sis Scania, equipado com motor a gás natural comprimido. O combustível é armazenado em cinco depósitos, que têm uma capacidade total de 276 quilogramas, o equivalente a 1825 litros. Isto permite percorrer cerca de 500 quilómetros entre reabastecimentos. Ainda no domínio dos autocarros de dois pisos, os britânicos da ADL (Alexander Dennis Limited) tinham em exposição o Enviro500, de três eixos, que foi construído para o operador suíço PostAuto. Este autocarro de 13 metros está disponível na especificação Classe I para carreiras urbanas e também já recebeu a homologação Classe II para carreiras interurbanas e regionais. Nesta última configuração oferece 74 bancos com costas elevadas e cinto de segurança, dois espaços para cadeira de rodas e 40 lugares em pé. /


CAETANOBUS H2.CITY GOLD

AGORA A HIDROGÉNIO Com base em tecnologia fuel-cell da Toyota, a CaetanoBus desenvolveu uma versão a hidrogénio do seu autocarro urbano, com autonomia de 400 km

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o próximo ano vai estar disponível no mercado europeu o H2.City Gold, o primeiro autocarro elétrico da CaetanoBus dotado de uma célula de combustível alimentada a hidrogénio. Apresentado no Busworld 2019, o H2.City Gold adota a tecnologia de célula de combustível desenvolvida pela Toyota para o Mirai e para o autocarro urbano Sora (comercializado apenas no mercado nipónico), permitindo à CaetanoBus tornar-se na primeira empresa europeia a utilizar esta solução do construtor japonês. O novo autocarro da empresa de Vila Nova de Gaia vem equipado com uma célula de combustível de 60 kW e um motor elétrico Siemens que desenvolve uma potência de 180 kW. A transmissão é efetuada diretamente ao eixo (sem caixa de velocidades). Disponível em versões de 10,7 metros ou 12 metros, com volante à esquerda ou à direita e piso baixo, o autocarro fuel-cell da CaetanoBus oferece uma autonomia de até 400 quilómetros num único abastecimento. O tempo de carregamento do combustível é inferior a nove mi-

e nos depósitos. Através de uma fita colorida é possível detetar visualmente uma fuga, de modo fácil e rápido.

nutos, garantindo maior disponibilidade operacional do veículo. O consumo estimado é de seis quilogramas de hidrogénio por cada cem quilómetros percorridos. O combustível encontra-se armazenado em depósitos localizados no tejadilho de acordo com as mais exigentes normas de segurança. Entre os dispositivos incluem-se sensores de fuga de hidrogénio na célula de combustível

LOTAÇÃO ATÉ 87 PASSAGEIROS Para assegurar o conforto dos seus passageiros, o novo autocarro fuel-cell da CaetanoBus poderá ser equipado com uma grande variedade de equipamentos de segurança. A versão de 10,7 metros oferece uma lotação até 64 passageiros, enquanto a de 12 metros permite transportar até 87 pessoas. Segundo a CaetanoBus, o H2.City Gold foi desenhado para promover uma experiência intuitiva desde o início ao utilizador. A semelhança com os veículos convencionais promove a fácil adaptação. “A nossa parceria com a Toyota foi alargada com sucesso à criação deste novo autocarro urbano para a Europa, o que permite demonstrar as capacidades tecnológicas e de engenharia complementares de ambas as partes”, comenta José Ramos, presidente da Salvador Caetano Indústria. “Este projeto vai permitir às cidades repensar a mobilidade do futuro e melhorar a sua qualidade de vida”, acrescenta. Os primeiros veículos serão entregues aos clientes em 2020. /

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NOTÍCIAS

AUTOCARROS

MAN

FROTA DE 189 LION’S CITY PARA TRONDHEIM

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MAN Truck & Bus entregou 189 autocarros urbanos Lion’s City a dois operadores da terceira maior cidade da Noruega, Trondheim, que tem mais de 190 mil habitantes. A Vy Buss recebeu 105 veículos e a Tide Buss os restantes 84. “Estamos muito satisfeitos que as duas maiores empresas de transporte de passageiros da Noruega confiem em nós”, afirma Rudi Kuchta, responsável

de produto e vendas de autocarros da MAN Truck & Bus. “Os autocarros são movidos a biogás ou biodiesel, o que significa que se inserem maravilhosamente com o ambiente tranquilo e natural de Trondheim. É só respirar fundo”. A encomenda das duas empresas de transporte público incluiu versões standard de 12 metros com motor a gás, articuladas de 18 metros com motor a diesel (preparado para utilização

de biodiesel) ou motor a gás, e de 15 metros de piso baixo com motor diesel. Em função da tipologia, os veículos permitem transportar entre 31 e 50 passageiros sentados, além de 50 a 92 lugares em pé. O conforto e a segurança dos ocupantes são assegurados por um poderoso sistema de ar condicionado e um inovador sistema de videovigilância na área dos passageiros e do motorista./

SCANIA

QUATRO UNIDADES PARA AEROPORTO DE LISBOA

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Carristur adjudicou quatro autocarros à Scania que se destinam para operação no aeroporto de Lisboa, na sequência de um concurso público internacional. Os novos veículos irão assegurar o transporte de passageiros entre os terminais 1 e 2 do aeroporto de Lisboa. O concurso tem opção para a aquisição de até mais 12 unidades. Os quatro autocarros Scania terão por base o modelo de chassis N280UB4x2, com motor de nove litros que desenvolve uma potência de 280 cv e um binário máximo de 1400 Nm. Os veículos estão ainda equipados com eixo dian-

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teiro rígido rebaixado e piso plano em todo o comprimento para permitir um fluxo rápido dos passageiros. A carroçaria deste autocarro urbano será produzida pela Unvi / Camo, com base no modelo Urbis. Entre os critérios decisivos para a adjudicação deste concurso à Scania destaque para as características técnicas dos veículos, os prazos de entrega e o preço. A Carristur, empresa responsável pelo transporte de passageiros no aeroporto de Lisboa, já conta na sua frotas com outros seis autocarros do modelo K280UB4x2 da Scania.


MERCEDES-BENZ TOURISMO ASSINALA 25 ANOS

TORRES VEDRAS

BARRAQUEIRO TESTA ALSTOM APTIS

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Grupo Barraqueiro está a realizar um teste em condições reais de utilização com um autocarro elétrico da Alstom em Torres Vedras, ao abrigo de uma parceria com a autarquia. Com um design exterior inspirado nos metros de superfície da Alstom, o Aptis apresenta um comprimento de 12 metros e permite o acesso aos passageiros através de três portas de folha dupla. A autonomia é de aproximadamente 200 quilómetros e, para aumentar a sua disponibilidade operacional, o Grupo Barraqueiro também testará uma solução de carregamento rápido de oportunidade, entre circulações. O Aptis permite transportar 95 passageiros num interior que disponibiliza uma superfície

de 20 m2 . A sua estrutura modular permite a alteração da configuração interior em função das necessidades. Uma das inovações do Alstom Aptis no segmento dos autocarros urbanos consiste nas suas quatro rodas direcionais. Esta solução não só permite reduzir em 20 por cento a superfície do veículo no asfalto quando é efetuada uma curva como também exige menos espaço para a realização de uma manobra de paragem ou estacionamento. O autocarro elétrico desenvolvido pela francesa Alstom conta ainda com um sistema de assistência ao estacionamento que contribui para assegurar um alinhamento completo com os passeios.

IVECO URBANWAY NP

ENCOMENDA RECORDE PARA PARIS

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Iveco Bus vai fornecer 409 autocarros a gás natural Urbanway para a rede de transportes públicos de Paris, os quais irão desempenhar um papel importante no plano de desenvolvimento da capital francesa rumo a uma rede de transportes sem motores diesel. Estes veículos a biogás serão entregues no período compreendido entre 2020 e 2021. O Iveco Urbanway NP tem uma autonomia máxima de 400 quilómetros, sendo uma proposta adequada para as necessidades da rede da capital francesa e dos seus subúrbios. O Urbanway NP irá utilizar como combustível biometano, um produto derivado de lixo orgânico reciclado, que possibilita uma redução das emissões de NOx em mais de um terço e a diminuição quase a zero das partículas mais finas.

O motor do Urbanway NP garante ainda uma diminuição de 50% nos níveis de ruído, contribuindo para uma melhoria das viagens para os motoristas, passageiros e residentes nas zonas servidas por este autocarro.

Com mais de 30 mil unidades produzidas desde o lançamento da primeira geração em 1994, o Mercedes-Benz Tourismo tornou-se no autocarro mais vendido do seu segmento na Europa. A atual geração (a terceira) surgiu em 2017 e manteve algumas das caraterísticas que tornaram este modelo numa das referências entre os autocarros de turismo: segurança, economia e conforto. A trigésima milésima unidade deste modelo da gama de turismo e longo curso foi entregue à empresa polaca RAF Trans, que conta na frota com várias unidades do Tourismo e do Sprinter Minibus.

AEROPORTO DE GLASGOW ADQUIRE AUTOCARROS ELÉTRICOS O serviço de transferência de passageiros entre o parque de estacionamento de longa duração e o terminal do aeroporto de Glasgow passou a ser assegurado exclusivamente por três autocarros elétricos Enviro200EV fornecidos pelo consórcio BYD ADL. Cada autocarro tem um comprimento de 10,8 metros, duas portas e 23 lugares sentados.

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TÉCNICA

CONDUÇÃO

TÉCNICAS AVANÇADAS DE CONDUÇÃO DE UM PESADO Saber utilizar os avançados dispositivos eletrónicos à disposição, além de uma cuidada travagem e eficiente uso da caixa, são passos cruciais para uma condução mais segura e a redução dos riscos de acidente rodoviário!

PARCERIA

TEXTO PEDRO MONTENEGRO*

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orquê técnicas avançadas de condução automóvel de um veículo pesado? Será preciosismo, perfecionismo, ou simplesmente um termo para definir um estágio mais avançado da condução automóvel? Conduzir um veículo pesado de 40 toneladas, um vulgar trator que reboca um atrelado com mais de 20 toneladas de mercadorias, ou mesmo as mais de 15 toneladas de um autocarro para transportar cerca de 50 pessoas, não será por si só uma atividade exigente? Claro que sim, mas podemos e devemos ir mais longe. Porque os acidentes acontecem, mas também

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podem, na sua maioria, ser evitados. Para que tal seja uma realidade é necessário conhecermos e sabermos e praticar procedimentos e técnicas de condução automóvel mais seguros, baseados nas causas mais frequentes dos acidentes rodoviários, bem como nos fatores potenciadores de um maior risco rodoviário. Uma condução mais eficiente tem sempre por base uma condução mais segura. E a condução mais segura, em que o risco deve sempre diminuir, tem de ser baseada nas causas mais frequentes dos acidentes rodoviários, determinadas cientificamente, incluindo os procedimentos mais seguros da condução automóvel, para que a capacidade de previsão e antecipação na estrada seja, de facto, uma realidade. Parece difícil, complicado, sem necessidade ou,

pura e simplesmente, desinteressante? Mas se temos, em Portugal, muitas dezenas de participações diárias às seguradoras de acidentes rodoviários envolvendo pesados, e também se, em média, é possível diminuir mais que 5% o consumo de combustível num dado percurso, porque não preocuparmo-nos mais com estas questões, que trarão tantas mais-valias? Parece-me que a preocupação de grande parte das chefias está em responder às solicitações comerciais, existindo pouca motivação aparente em diminuir o risco rodoviário. TRAVÕES E TRANSMISSÃO QUANTAS DIFERENÇAS! Há cerca de vinte anos constatei a dificuldade da maior parte dos condutores de pesados em


ALERTA E PERÍCIA Com o piso molhado, o condutor deve manter um nível de alerta ainda mais elevado e, numa situação de travagem de emergência, além dos sistemas eletrónicos de auxílio, deverá também ter a perícia necessária para controlar manobras mais delicadas

gerir a dificuldade de uma travagem de emergência nos pavimentos de baixo atrito. Com ABS ativado ou não, o procedimento é bem diferente, diferente até dos automóveis ligeiros. E depois temos o EBS, raramente esclarecido – sistema eletrónico de gestão da travagem, através de vários componentes que diminuem o tempo de atuação em cada roda, permitindo menores distâncias de travagem e mais seguras. Algo que não era abordado nas lições teóricas ou práticas do ensino inicial para obtenção de licença de condução. Sabemos certamente que o sistema pneumático alimenta o circuito de travões do veículo pesado na maior parte dos veículos, sendo um sistema hidráulico a alimentar um sistema de travagem num veículo ligeiro, devido a diferentes necessidades na quantidade de rodas e travões, também na precisão e fiabilidade, bem como de distâncias entre rodas bem distintas. Facilmente se compreende que o tempo de resposta de ambos os sistemas é diferente, quando se pretende travar, ou mesmo deixar de travar, sendo também justificada pela maior inércia da roda de um veículo pesado, face a

um veículo ligeiro. Também em derrapagens originadas pela falta de tração, surgem sobreviragens em tratores que dão origem a perigosos movimentos dos seus atrelados, em que a retirada da força do motor (hoje assistido pelo controlo de tração – ASR sistema que controla a patinagem das rodas de tração), em que o pressionar do pedal da embraiagem permite algum controlo direcional por parte do motorista, o mesmo devendo acontecer em travagens de emergência com veículo de transmissão manual. Além das diferenças no sistema de travagem, hoje temos procedimentos de condução cada vez mais parecidos entre veículos pesados e ligeiros, devido ao controlo dos sistemas eletrónicos durante travagem, apesar de grandes diferenças nas forças da inércia. Também no que respeita à transmissão, num veículo pesado a utilização é bem distinta na abordagem às subidas, pois o condutor mais eficaz é o que consegue trocar menos vezes de mudanças ao longo da subida, mesmo com caixa automática, devendo ser gerida, com uma maior rotação do motor de uma maneira mais eficaz, ou seja

na abordagem do início da subida, devendo o modo manual da transmissão ser previamente selecionado. Não existe esta necessidade na grande maioria de acesso a vias ascendentes em automóveis ligeiros, pois o binário de grande parte dos seus motores é bem mais elevado do que há poucos anos. Mas a condução avançada trouxe-nos estes exemplos e outros mais, na mais segura e eficiente utilização dos sistemas que equipam os veículos pesados. Continua a haver uma necessidade efetiva de um motorista profissional dever aprender mais, além da sua experiência profissional, sendo obrigatório, de 5 em 5 anos, a renovação do seu certificado de aptidão de motorista. Também os procedimentos e técnicas de condução práticos deviam fazer parte das 35 horas desta atualização, de forma a que a condução possa melhorar, conseguindo-se melhores aptidões na segurança, ecologia e eficiência. Boas viagens! / * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET

CONTINENTAL

SUSPENSÃO PARA AUTOCARROS

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Continental desenvolveu uma nova suspensão pneumática mais leve para autocarros que oferece maior conforto e contribui para um menor consumo de combustível. A principal novidade consiste na introdução de um pistão integrado em plástico, em substituição do aço ou do alumínio, solução que permite reduzir o peso de um autocarro urbano de dois eixos em cerca de 15 quilogramas. A combinação da injeção por moldagem com um potente e fiável processo de união permite

utilizar ao máximo o volume interior do pistão, assegurando um maior conforto aos ocupantes do autocarro. Por outro lado, as novas suspensões são também mais resistentes à corrosão e têm maior vida útil. “O novo sistema oferece um nível de robustez e conforto em tudo idêntico aos sistemas de suspensão pneumático com pistões em aço, graças à utilização de um conceito mais leve em poliamida”, afirma Eckard Neitzel, diretor de desenvolvimento de suspensões pneumáticas para veículos comerciais da

Continental. A solução do fabricante alemão contribuiu ainda para ajudar as empresas a cumprir a norma de emissões Euro 6, uma que vez que a nova suspensão pneumática mais leve permite compensar o aumento de peso do complexo sistema de pós-tratamento dos gases de escape. A EvoBus reconheceu as vantagens deste sistema e está agora a instalar o novo sistema de suspensão pneumático mais leve na sua gama de autocarros das marcas MercedesBenz e Setra. /

FEBI TRUCK

CAMPANHA DE GESTÃO TÉRMICA

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febi truck lançou uma campanha que alerta para a importância da gestão térmica do motor, designadamente ao nível do aquecimento e arrefecimento. A marca do bilstein group sublinha que dispõe de uma ampla gama de componentes para a regulação do circuito de refrigeração: hélices de ventoinha, acoplamentos, radiadores, bombas de água, termóstatos,

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tampões, reservatórios do líquido de refrigeração e tubos do radiador. A febi sublinha que aplica elevados níveis de precisão na produção de peças para veículos pesados, salientando que produz anualmente cerca de 21 mil bombas de água para viaturas pesadas. A campanha da febi tem como assinatura “A força do arrefecimento” e é apresentada jun-

tamente com um motor congelado para ilustrar a ação dos sistemas de gestão térmica em associação com a vasta gama de peças de substituição da marca germânica.


DT SPARE PARTS

CATÁLOGO PARA VOLVO FL6/FL/FE

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DT Spare Parts disponibiliza o seu primeiro catálogo de produtos para os camiões FL 6, FL e FE da Volvo Trucks, com informações acerca de 1200 artigos que substituem aproximadamente 2600 números de referência. Todos os produtos para estes modelos beneficiam de uma garantia da DT Spare Parts de 24 meses, que tem início após a aquisição pelo utilizador final. Tal como os restantes produtos DT Spare Parts, as novas peças também passaram pelo Diesel Technic Quality System (DTQS) e cumprem os mais elevados padrões de qualidade. Os clientes poderão aceder ao catálogo através do site da DT Spare Parts e também poderão solicitar o envio da versão impressa, bastando preencher o formulário de con-

SCANIA PROLONGA HORÁRIO DE VIALONGA

tactos ou por meio de distribuidores locais. Os quase 40 mil produtos da linha DT Spare Parts poderão ser encontrados com facilidade no Partner Portal, acessível através do endereço em partnerportal.dieseltechnic.com, estando disponíveis várias opções de pesquisa.

O concessionário Scania em Vialonga prolongou o seu horário de funcionamento, tanto na oficina como na área comercial, oferecendo serviço regular também aos sábados, entre as 8h00 e as 17h00. O cliente poderá solicitar o mesmo tipo de serviços e de informações de que dispõe durante a semana, sem necessidade de marcação prévia. Com este prolongamento são já dois os locais que prestam serviço ao sábado em Portugal, uma vez que isso já acontecia em Mangualde desde a sua inauguração.

ZF

NOVA TRANSMISSÃO ECOLIFE 2

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ZF apresentou a mais recente caixa de velocidades automática para autocarros urbanos e interurbanos, EcoLife 2, que se carateriza pelo seu menor peso, maior eficiência e robustez. A nova transmissão também é mais suave e está preparada para um binário de entrada até 2000 Nm. Todas as variantes possuem a função “Start-Stop” possibilitando uma redução no consumo de combustível até 3%, em comparação com a geração anterior. Os engenheiros da ZF também conseguiram diminuir as perdas internas de transmissão, aplicando um revestimento especial à embraiagem laminar, que não só otimiza o arrefecimento como também reduz o desgaste. Outra inovação está relacionada com o sistema de refrigeração, que inclui um permutador de calor de três canais, montado atrás da transmissão. A EcoLife 2 dispõe ainda de um software de controlo da transmissão, que assegura mudanças rápidas e suaves, e também inclui uma função de paragem para

garantir um melhor consumo de combustível. A nova caixa EcoLife 2 estará disponível para os clientes atuais da ZF em 2020 e mais tarde para o restante mercado. A marca também está a desenvolver uma versão desta transmissão para autocarros de turismo, que cobre um intervalo de binário entre 1700 e 2800 Nm.

PROVIA ATINGE PRIMEIRO MILHÃO A ProVia anunciou a instalação da sua milionésima peça por uma oficina independente na Polónia. A peça que assinala um marco importante na história desta marca de peças de substituição para veículos comerciais da Wabco, é um secador de ar com cartucho. Desde o seu lançamento há três anos que a ProVia quadriplicou o número de produtos no seu portefólio, respondendo à crescente procura global de clientes. Atualmente, a ProVia possui mais de 650 distribuidores independentes de peças em 60 países.

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET GOODYEAR

NOVA GAMA DEBICA PARA CAMIÕES

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Goodyear anunciou a comercialização de uma nova gama de pneus para camiões da sua marca Debica que se destina a frotas sensíveis ao preço. Para o eixo de tração e para o direcional são propostos os modelos DRD2 e DRS2, respetivamente, que oferecem uma performance equilibrada e melhorias significativas relativamente aos seus antecessores. Os novos pneumáticos asseguram ainda uma melhorada resistência ao rolamento e cumprem a exigente norma europeia de inverno, já que possuem marcação da montanha de três cumes com floco de neve (3PMSF). Os pneus DRS2 e DRD2 estão disponíveis em três medidas e vêm substituir os pneumáticos Debica com as mesmas dimensões que, gradualmente, serão descontinuados. Duas das medidas para o eixo direcional proporcionam uma elevada capacidade de carga aos camiões modernos, designadamente aos equipados com motores Euro 6, que apresentam pesos mais elevados sobre o eixo dianteiro. Enquanto produtos Moldcure NextTread, todos os novos pneus Debica são recauchutáveis. Os pneus da marca Debica são concebidos e desenvolvidos na Europa. A sua produção é efetuada segundo os padrões de qualidade da Goodyear. Estes pneumáticos estão disponí-

HANKOOK LANÇA PNEU WINTER I*CEPT LV

veis através da rede TruckForce da Goodyear, constituída por mais de dois mil pontos de assistência na Europa, incluindo das redes Vulco em Portugal, Espanha e França ou a Premio na Alemanha.

MICHELIN

NOVO X LINE ENERGY Z2

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ara satisfazer as expectativas de redução de consumo de combustível e de emissões de dióxido de carbono, a Michelin desenvolveu o novo pneu X Line Energy Z2, na medida 315/70 R 22.5, que se destina ao eixo de direção dos camiões de longo curso. O novo pneumático recebeu a tecnologia Regenion, com escultura evolutiva autorregenerativa, que é mais fechada quando é novo para diminuir a resistência ao rolamento e se vai abrindo com a utilização, para manter um elevado nível de aderência durante toda a via útil. O novo Michelin X Line Energy Z2 possui igualmente uma elevada taxa de sílica incorporada no composto de borracha para reduzir a resistência ao rolamento e para uma maior eficiência em consumo. Além disso, a estrutura nas lonas superiores possui um cabo de aço enrolado em contínuo, que proporciona maior estabilidade e resistência à carcaça durante toda a sua vida útil. Com o novo 315/70 R 22.5 X Line Energy Z, a

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Michelin reforça uma oferta que já inclui o 385/55 R 22.5 X Line Energy F, o 315/70 R 22.5 X Line Energy D2 e o 385/55 R 22.5 Line Energy T, oferecendo uma gama completa de pneus de grau A em eficiência de consumo, para equipar todos os eixos de um conjunto articulado constituído por tractor e semirreboque.

Para veículos comerciais e camiões ligeiros, a Hankook lançou o novo pneu de inverno Winter i*cept LV, que está disponível num total de 24 medidas, para jantes das 15 às 17 polegadas, alturas de 175 mm a 235 mm e índices de velocidade R e T. O novo pneumático recebeu uma banda de rodagem com um desenho mais largo, além de um reforço no ombro para impedir o desgaste irregular, assim como o aumento da quilometragem de dez por cento em comparação com modelos convencionais e também para um menor consumo de combustível.

EUROPART ALARGA PORTEFÓLIO PRÓPRIO A Europart reforçou o portefólio da sua marca própria Europart Premium Parts, com a introdução de pastilhas de travão de disco com o revestimento especial Green Coating e de maxilas para travões de tambor de eixo. Outra novidade consiste na disponibilização de baterias de arranque com tecnologia EFB (Enhanced Flooded Batery) nas versões de 225 Ah e 180 Ah. Devido à sua potência continuamente elevada, estas baterias são recomendadas para veículos com elevados requisitos energéticos, sem sistema de ar condicionado ou de estacionamento estacionário.




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