NOVIDADES
FORD TRANSIT CUSTOM PHEV
MARATONISTA ELÉTRICA A Ford Transit Custom PHEV é movida por um motor elétrico de 126 cv, mas faz 500 km graças ao extensor de autonomia a gasolina. Solução inédita entre comerciais e que permitiu manter volume e capacidade de carga das outras Custom TEXTO SÉRGIO VEIGA
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Ford aposta numa solução tecnológica diferente e inédita para a garantia de entregas “limpas” na denominada “última milha”, propondo a sua Transit Custom na versão Plug-In Hybrid (PHEV) com boa autonomia em modo elétrico e a mesma capacidade de carga das variantes com motorização diesel. Liberdade acrescida de movimentação nalguns centros urbanos mais “apertados” em termos de emissões ou de ruído em horário noturno, a que acrescenta inultrapassável suavidade de condução e interessantes preocupações enquanto veículo de trabalho. Na verdade, esta Transit Custom PHEV não é bem um híbrido “plug-in” como aqueles a que estamos habituados – motor a gasolina a “puxar”, auxiliado por um elétrico –, sendo mais concretamente um veículo elétrico com extensor de autonomia, conceito original entre os veículos comerciais. Ou seja, a tração é sempre feita pelo motor elétrico de 126 cv e 355 Nm, o único que está fisicamente ligado às rodas dianteiras. O motor 1.0 Ecoboost serve apenas como gerador (não tem ligação às rodas), alimentando a bateria de iões de lítio de 13,6 kWh de capacidade. Totalmente carregada, a bateria permite uma autonomia no modo elétrico de 56 km no ciclo NEDC ou de 48,8 km em cidade, no mais realista ciclo WLTP. Bateria carregada (4,3 horas numa banal tomada de 10 A ou 2,7 horas num posto de carregamento de
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TURBO COMERCIAIS DEZEMBRO 2019
rua) e depósito de gasolina de 54 litros cheio, a autonomia da Transit Custom PHEV atinge os 500 km. O engenhoso “empacotamento” de todo o sistema permitiu manter não só volume e capacidade de carga da Transit Custom, mas também o peso controlado. Porque saiu um grande e pesado motor diesel e, em especial, toda a caixa de velocidades, agora há apenas uma compacta transmissão de uma única velocidade. A bateria ocupa o espaço que antes era do grande depósito de gasóleo (sob o piso de carga), ficando a gasolina no anterior reservatório do AdBlue, enquanto motor elétrico e 1.0 Ecoboost cabem sob o capot. Assim, a Transit Custom PHEV, apenas disponível na carroçaria L1H1, oferece 6,0 m3 de volume de carga e 1130 kg de capacidade de carga máxima. A experiência de condução da Transit Custom PHEV permitiu-nos descobrir uma versão de utilização particularmente agradável, pela forma como o motor elétrico responde com força e rapidez à pressão no acelerador. É verdade que, quando o motor a gasolina cumpre a sua função de gerador, nem sempre o som parece corresponder ao “input” que aplicamos no acelerador, mas é só uma questão de hábito. Se a Ford anuncia, para esta versão, um consumo médio de 2,7 l/100 km, a nossa experiência real (com vários quilómetros de autoestrada que não ajudam os PHEV) ficou-se pelos 2,9 l/100 km… mas nos primeiros 60 km, em que beneficiámos de cerca de 40 km no modo elétrico. Ao fim de 100 km em ritmo despreocupado, o consumo estava nos 5,9 l/100 km.